tag:blogger.com,1999:blog-18941899037847965252024-03-20T07:12:31.308-03:00Portal Iniciático Nova EraUmbanda, Condomblé, Regressão com guia,Astrologia, Oráculos, Magia,
Projeção Astral,Auto conhecimento, cursos,livros para dowloads e todo e qualquer conhecimento para a edificação da espiritualidade, necessária, nesta Nova Era.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-78939124497197374032015-07-28T07:31:00.003-03:002015-07-28T07:31:45.254-03:00ALGUMAS DIRETRIZES NA UMBANDA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">Diretrizes na Umbanda<o:p></o:p></span></i></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
ALGUMAS DIRETRIZES DA UMBANDA"<br />
<br />
- Não é para predizer o futuro, mas para prepará-lo feliz através de suas<br />
missões.<br />
- Não derroga as leis imutáveis de Deus, mas age dentro delas.<br />
- Não semeia a discórdia, mas une as criaturas.<br />
- Não veio só para curar doenças, mas também evitar os doentes.<br />
- Não oferece a riqueza material, mas a espiritual.<br />
- Não faz concorrência desleal à medicina, mas auxilia-a.<br />
- Não soluciona problemas materiais, mas orienta na solução.<br />
- Não fabrica loucos, mas previne a loucura.<br />
- Não veio sobrecarregar as criaturas, mas ajudá-las na carga dolorosa.<br />
- Não ensina a felicidade na Terra, mas o meio de obtê-la em outras coisas.<br />
- Não semeia a descrença, mas aduba a frágil sementeira de fé.<br />
- Não veio contrariar o Evangelho, mas confirmá-lo.<br />
- Não espezinha o encarnado, mas lembra-lhe compromissos.<br />
- Não veio obsediar os seres, mas afastar obsessores.<br />
- Não veio cegar os homens, mas abrir-lhes os olhos.<br />
- Não faz curas milagrosas, mas ameniza a provação.<br />
- Não se rege por leis esdrúxulas, mas naturais ainda desconhecidas.<br />
- Não ensina a odiar, mas a se amarem uns aos outros.<br />
- Não é mais uma seita concorrente, mas a religião reveladora.<br />
- Não destrói o homem-matéria, mas aprimora o anjo que está dentro dele.<br />
- Não carrega a cruz do pecador, mas anima-o na jornada redentora.<br />
- Não provoca o pranto do que chora, mas enxuga-lhe as lágrimas.<br />
- Não aponta o céu por caminhos geográficos, mas pela via interior.<br />
- Não limita a vida à pedra sepulcral, mas estende-a além do horizonte da<br />
morte.<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-65514881111852522712015-07-28T07:29:00.003-03:002015-07-28T07:29:39.837-03:00COMO FAZER A BENZEDURA DE UMA PESSOA DOENTE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
Como fazer a benzedura de uma pessoa doente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Transcrição de trecho de livro Mediunidade de Cura, obra
psicografada<br />
por Hercílio Maes pelo Espírito de Ramatis:<br />
<br />
"PERGUNTA - Por que alguns benzedores usam o galho de pimeiteira-brava, no<br />
ato de efetuar benzimentos de "cobreiros" ou eczemas?<br />
<br />
RAMATIS - Apesar de a medicina oficial ironizar o emprismo do benzedor ou do<br />
curandeiro, em sua terapêutica exótica, esta chicoteia e desintegra os<br />
fluidos virulentos que alimentam os virus de certas infecções na pele.<br />
Inúmeras pessoas podem comprovar-vos que lograram a cura de eczemas e<br />
cobreiros renitentes, mediante o processo de benzimento da simpatia ou do<br />
exorcismo.<br />
<br />
Aliás, o eczema, o cobreiro e certas ifeccções características da<br />
epiderme, que se alastram de forma abrupta, também queimam como brazas ou<br />
fogo. Assim, consoante a lei que os "semelhantes atraem os
semelhantes" , os<br />
benzedores usam o galho verde da pimenteira-brava ou de outros vegetais<br />
cáusticos, para efetuarem sua tarefa benfeitora. Sob a vontade treinada<br />
desses curandeiros, a aura etérica dos vegetais tóxicos e queimantes, como a<br />
pimeiteira-brava, chicoteiam com violência o fluido mórbido e ardente que<br />
sustenta o eczema ou cobreiro, desintegrando- o pelos seus impactos<br />
magnéticos.<br />
<br />
É óbvio que, depois de extinto o terreno mórbido fluídico, que<br />
alimentam os germens infecciosos, estes desaparecem por falta de<br />
nutrição apropriada. Aliás, é tradição dos benzedores mandarem enterrar o<br />
galho de pimenteira que eles usaram nos benzimentos, assegurando que o<br />
cobreiro ou eczema desaparecerá assim que o dito galho secar. Embora essa<br />
providência pareça ridícula ou fruto de superstição tola, trata-se de<br />
processo eficiente de magia oculta, em que a contraparte etérica do galho de<br />
pimenteira usado no benzimento ainda continua ligada a aura etérica do<br />
eczema ou cobreiro, arremessando- lhe fluidos dispersivos que atacam a sua<br />
base morbígena. O galho de pimenteira brava, à semelhança de um "fio
terra",<br />
depois do benzimento continua a precipitar para a<br />
intimidade do solo terráqueo os fluidos tóxicos que alimentam esse<br />
tipod e doença eruptiva."<o:p></o:p></div>
</div>
Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-74430672669253016182015-07-28T07:28:00.000-03:002015-07-28T07:28:01.193-03:00COMO É O DESENVOLVIMENTO DO MÉDIUM UMBANDISTA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
Como é o desenvolvimento do médium umbandista?*<br />
<br />
Embora essa questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro<br />
para terreiro, aliás como a maioria das questões, explanarei algum pontos<br />
que julgo importantes.<br />
<br />
Em primeiro lugar é fundamental uma avaliação do médium com relação a<br />
Umbanda e suas próprias aspirações. É fundamental que o médium esteja<br />
absolutamente certo de que é isso que deseja para si, para sua vida. Que<br />
entende a Umbanda como uma forma de evoluir e não de resolver seus<br />
problemas.<br />
<br />
Em segundo lugar vem a Casa que ele escolhe para realizar esse<br />
empreendimento. A Casa deve estar o mais próximo possível do que o médium<br />
entende, acredita e deseja para si. É fundamental que seja uma Casa séria e<br />
comprometida com a Caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.<br />
<br />
As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atingir as<br />
diversas aspirações.<br />
<br />
O médium deve, portanto, escolher com muito cuidado a Casa que irá tornar<br />
sua, pois ela deverá ser o sustentáculo físico, a provedora de oportunidades<br />
para a consecução dos objetivos de caridade, fraternidade e evolução, pois o<br />
sustentáculo espiritual é a própria Umbanda.<br />
<br />
Freqüentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se, estudar... até<br />
ter certeza de que ali é o seu lugar.<br />
<br />
Cada Casa tem um critério para ingresso na corrente mediúnica, procure saber<br />
qual é.<br />
<br />
Ao ingressar para corrente, deverá seguir as orientações recebidas pelo<br />
dirigente ou pessoas a sua ordem.<br />
<br />
Entender que não será apenas umbandista dos portões para dentro do terreiro,<br />
mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se<br />
sempre segundo as orientações recebidas pelo dirigente. A sua conduta moral<br />
deverá ser constantemente vigiada, deverá lembrar-se que ao apresentar-se<br />
como umbandista fora do terreiro, terá a obrigação de honrar esse nome.<br />
<br />
Participar de todas a sessões abertas aos médiuns novos, estudar com afinco<br />
e buscar sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar<br />
constantemente evoluir, para assim poder preparar o seu corpo e mente para<br />
ser um bom instrumento de entidades e guias que estão num patamar evolutivo<br />
muito superior ao nosso.<br />
<br />
Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação das entidades. Entregar-se de<br />
corpo e alma verdadeiramente. Não sentir medo, não querer correr.<br />
<br />
É fundamental lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium<br />
quanto entidade estarão se adaptando. Não pode haver pressa, pois "A
pressa<br />
é inimiga da compreensão".<br />
<br />
Agora, se você deseja saber em quanto tempo você estará incorporando, dando<br />
passes e consultas, eu respondo que só dependerá de você, da sua dedicação,<br />
empenho e preparo, seguindo sempre as orientações do dirigente da sua Casa,<br />
ou seja, da Casa que você escolheu.<o:p></o:p></div>
</div>
Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-12774429756935526522015-07-28T07:25:00.003-03:002015-07-28T07:25:47.393-03:00O VALOR DA MEDIUNIDADE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b><span style="font-family: Algerian; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O
VALOR DA MEDIUNIDADE </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para que os irmãos reflitam sobre
o valor da mediunidade, vou relatar uma história acontecida nos planos
espiritual e material, respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Joaquim, um espírito
recém-desencarnado, cuja vida na terra havia sido péssima, fez um requerimento
aos mentores espirituais de planos mais elevados, rogando desesperadamente nova
oportunidade para resgatar as dívidas contraídas na extinta existência
corpórea. Era tão grande seu arrependimento e tanto o torturava a própria
consciência que, ao pedido feito, suplicava novo corpo físico, em qualquer
situação, qualquer tipo de existência, por pior que fosse: poderia vir louco,
cego, aleijado, mudo, idiota, canceroso, leproso, morfético, fosse o que fosse,
pouco lhe importaria. Submeter-se-ia com resignação, mas desejava encarnar-se
de novo e para isso, suplicava de joelhos. Levado seu pedido ao alto, Deus, em
sua infinita misericórdia, avaliou seus rogos, seus desejos, e atendeu-o;
dar-lhe-ia oportunidade para reencarnar-se, porém, dizia a permissão, o filho
pedinte não necessitava vir à terra com defeito físico, doença ou perturbações
mentais. Apenas uma condição era-lhe imposta: nascesse, na terra, como homem
normal, mas viria como médium e comprometer-se-ia a prestar a caridade quatro
horas por semana, durante trinta anos, ou seja, dos vinte até os cinqüenta
anos. Feito isso, sua dívida estaria saldada. Joaquim, é claro, chorando de
alegria, reencarnou-se. Até vinte anos de idade, tudo foi normal. Daí em diante
desabrochou-lhe a mediunidade. Passou então a freqüentar um templo espírita,
trabalhando duas horas na terça e duas horas no sábado. Assim, foi levando
placidamente sua existência e até casou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Voltemos ao plano espiritual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Quarenta anos depois do
nascimento de Joaquim, os mentores espirituais depararam com outro irmão
necessitado de socorros urgentes, para tanto, tinham de recorrer a um médium na
terra, que fornecesse fluídos materiais para sintonizar com a vibração
grosseira daquele espírito em desespero, a fim de ser aliviado nos sofrimentos
morais, após a necessária doutrinação. Um dos mentores, então, lembrou-se do
Joaquim, o irmão que fizera o requerimento pedindo para encarnar-se na piores
condições possíveis, mas que por bondade de Deus, apenas lhe fora imposta a
faculdade mediúnica com a finalidade de
ressarcir males semeados. Sim, o Joaquim era a pessoa indicada, porque deveria
estar em plena atividade, já fortalecido em seu dom e ser-lhe-ia útil naquela
emergência. Consultada sua ficha cármica, comprovaram o fato. Daí resolveram conduzir
aquela alma sofredora até o médium para que sua mediunidade de incorporação,
ajudasse o irmão aflito. E levaram-no até o centro, onde o médium compromissado
deveria estar atuando, pois era um sábado, dia de sessão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Chegando ao centro, os mentores viram
outros médiuns, menos o Joaquim... um deles disse apreensivo: “talvez esteja
doente... vamos até sua residência e apliquemo-lhe passes magnéticos para
revitalizar-lhe, neutralizando algum mal-estar que por ventura tenha sido
acometido”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Verificada a ficha do centro,
anotaram-lhe o endereço, para lá rumando. Antes, porém, deixaram o espírito
angustiado entregue a outros médiuns daquele templo. Ao chegarem ao lar de
Joaquim, encontraram-no. Lá estava ele deitado em uma rede, ocioso e
indiferente, tomando uma cerveja. Surpresos, os mentores ainda ouviram a esposa
do médium irresponsável perguntar-lhe por que não fora ao centro, pois era dia
de sessão. O marido respondeu que fazia
muito calor e ele já estava cansado de ficar horas e horas a atender irmãos que
compareciam ao centro para aborrecê-lo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um dos mentores observou: “Não
foi este que pediu para reencarnar-se como louco, cego, idiota, leproso,
canceroso ou o que merecesse, desde que lhe fosse permitido reencarnar-se em
novo corpo físico?... E Deus, na sua
infinita benevolência, tão somente lhe impôs servir como médium, trabalhando
quatro horas por semana, dos vinte aos cinqüenta anos de idade... E só isso?
Ele está agora com apenas quarenta de vida terrena!” É verdade, afirmou o outro
e ambos tristes, compadecidos do irmão, se retiraram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Adivinhem o que irá acontecer ao
Joaquim, quando novamente regressar ao mundo dos espíritos?...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aí está, meus irmãos, a
responsabilidade do médium, reflitam e muito cuidado para não incidirem no
mesmo erro do Joaquim.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-82893403655393549422011-06-08T12:26:00.000-03:002011-06-08T12:26:43.268-03:00GUIAS E PROTETORES DA UMBANDAOs médiuns de Umbanda, embora mantendo nomes de Orixás em seus cultos ou rituais, sem dúvida alguma não trabalham com eles, isto é, não se deixam envolver em suas vibrações, mas incorporando Guias e protetores que são espíritos que estiveram encarnados na terra. Aí a diferença básica entre a Umbanda e o Candomblé ou cultos de Nações, como são vulgarmente chamados.<br />
GUIAS UMBANDISTAS <br />
CABOCLOS: espíritos de índios e mestiços, notadamente os das tribos Tupi-Guarani; são silvícolas brasileiros que viveram antes e depois da descoberta do Brasil. Há certa analogia com Oxossi, orixá africano, dadas as características de ambientes: MATAS <br />
PRETOS VELHOS: Espíritos de negros e negras que morreram à época do cativeiro.<br />
ERES: Espíritos que mantém o psiquismo infantil e crianças brancas, negras e índias que morreram em tenra idade.<br />
BAIANOS: Espíritos que quando encarnados, habitavam a Bahia ou nordeste do Brasil.<br />
MARINHEIROS: pessoal que morreu nos mares ou eram marinheiros.<br />
BOIADEIROS: Vaqueiros que trabalhavam nos sítios e fazendas, aí morrendo.<br />
CIGANOS: Espíritos de ciganos, pertencentes as mais variadas tribos, que querem difundir suas crenças e costumes.<br />
POVO D AGUA: Espíritos ainda envoltos em mistérios, pois raramente falam e emitem um canto triste e mavioso.<br />
EXÚS: Entidade muito controvertida, uns acham que só trabalham para o mal. Não é verdade. Eles têm um senso de justiça muito apurado conhecem a magia e a usam bem. Tanto fazem o mal, como podem fazer o bem, depende muito da direção que o médium dá a essas entidades.<br />
QUIUMBAS OU RABOS DE ENCRUZA: muitas vezes confundidos com Exú, são espíritos malfeitores, ladrões, bêbados que só fazem o mal e obsedam criaturas. São almas errantes, com a condição de serem maldosos.<br />
EGUNS: espíritos de gente comum, tidas como sofredores, levianos, zombeteiros ou perturbados que não aceitaram ou não perceberam ainda a condição de falecidos e que se encostam a encarnados, transmitindo-lhes suas dores, idéias, doenças, sofrimentos físicos e morais que os vitimaram, vícios e outras perturbações, sem, entretanto, terem conhecimento disso. Normalmente depois de doutrinados e orientados, deixam a pessoa em paz e procuram o seu próprio crescimento espiritual, vindo, muitas vezes a auxiliar a própria pessoa que antes obsedavam.<br />
<br />
<br />
<br />
NA TENDA DA CABOCLA MAROLA DO MAR <br />
<br />
Chefe do Terreiro ( Eldeni) batendo a cabeça (Foto retirada do livro “ Com a Bandeira de Oxalá de Cristiana Tramonte)<br />
Nosso ritual é Ameríndios com fundamentos Esotéricos.<br />
O que isto significa?<br />
Significa que nossos trabalhos se pautam pelo ritual Ameríndios que consiste na fusão de conhecimentos dos negros africanos com índios brasileiros. Os fundamentos esotéricos, vem da mudança que a Chefe do terreiro adotou, visando fortalecer e harmonizar as energias das giras.<br />
Como faço para participar dos trabalhos?<br />
☺ Como freqüentador você tem a liberdade de assistir a maioria dos trabalhos que são realizados semanalmente no terreiro. As sessões estão abertas a todos, seja para somente conhecer nossos trabalhos; ou para tomar passes, ou ainda conversar com as Entidades, bastando apenas retirar a ficha e aguardar sua vez.<br />
☺Você pode contribuir para a manutenção da nossa Associação, tornando-se sócio contribuinte.<br />
☺ Como médium visitante, se você quiser trabalhar com suas Entidades, há a necessidade de avisar antes do início dos trabalhos. Evite entrar no terreiro sem nos avisar e ficar sentado no banco da assistência, pois se durante os trabalhos sua Entidade incorporar, trará transtornos para o nosso trabalho, interrompendo a concentração e a harmonia; além de expor os demais freqüentadores ao risco de se machucarem com sua movimentação.<br />
☺ Como médium que deseja fazer parte do Corpo Mediúnico do Terreiro você precisa em primeiro lugar falar com a chefe do terreiro e expor seu interesse. Você receberá as normas e regras do terreiro para ler com calma. Você assistirá no mínimo três giras diferente.<br />
Se depois destes procedimentos você estiver mesmo decidido a participar dos trabalhos, deverá providenciar o uniforme branco, a Guia de Anjo de Guarda, e as ervas para o banho de descarga. E conversar com o Caboclo Lírio Branco, solicitando a ele a permissão para participar das giras.<br />
Antes de todos os trabalhos você deverá tomar banho de descarga, ao chegar no terreiro acenda sua vela de Anjo de Guarda e faça suas orações, procurando entrar em sintonia com as Entidades que irão trabalhar.<br />
Inicialmente você apenas fará parte da corrente mediúnica, procurando familiarizar-se com o ritual, após algumas giras, você será colocado na “roda”, ou seja, irá iniciar o seu desenvolvimento mediúnico. Você deverá bater sua cabeça no altar, dirigir-se para a firmeza do terreiro, ficar de pé, bem relaxado, procurando limpar a mente e se concentrando em um mar tranqüilo, um jardim florido, riachos, cachoeira ou qualquer outro elemento da natureza que te traga paz e tranqüilidade, a fim de facilitar a incorporação de seu Guia.<br />
Os demais médiuns firmarão o ponto de desenvolvimento e cuidarão para que você não se machuque.<br />
Este último procedimento se repetirá, até que o seu Guia de Frente, mostre a Linha a que pertence. Somente então será puxados os pontos da linha da Entidade.<br />
O desenvolvimento durará até o Guia de Frente Cantar e Riscar o Ponto de Identificação dele. Somente após a confirmação do ponto pelo Caboclo Lírio Branco é que você dará espaço para que venham as Entidades das outras linhas e passará a prestar atendimento ao público.<br />
Além de atender o público fazendo a caridade, o médium passará, no seu devido tempo, por diversas preparações e preceitos.<br />
PREPARAÇÕES DO MÉDIUM DA ABTUCMM <br />
<br />
AMACÍ <br />
Preparação a ser feita enquanto o médium está em desenvolvimento. É a primeira preparação que se faz em um filho de fé.<br />
MATERIAL <br />
Þ 01 alguidar<br />
Þ 01 pemba branca<br />
Þ 01 toalha branca virgem<br />
Þ defumador<br />
ÞErvas para o preparo do amací. O amací pode ser feito com a erva do Guia do médium, ou com uma mistura de sete ervas. Fica ao critério do chefe do Terreiro.<br />
O preparo do amací é feito pelo chefe do Terreiro, quando houver um Cambone Rei, este é quem preparará o amaci, seguindo orientação do chefe da Banda. A defumação tem que ser bem forte. De preferência feita com ervas secas.<br />
Após o amací o médium deve ficar sete dias sem lavar o cabelo e de preceito. O preceito consiste em: não ingerir bebidas alcoólicas, evitar relações sexuais, não pegar nem sol nem sereno na cabeça e procurar elevar seus pensamentos a Deus e aos seus Guias.<br />
O amací tem a finalidade de aproximar o Guia de Frente ao médium, é um preparo espiritual muito importante, pois o Guia de Frente do médium trabalha no Astral durante os sete dias, procurando harmonizar seus fluídos com o do seu filho, fortalecendo a coroa do médium. Daí o fato de cumprir rigorosamente o preceito para que o trabalho tenha êxito.<br />
CRUZAMENTO <br />
Segunda preparação do Filho de Fé. Só pode ser feita, após o Guia de Frente ter dado o seu ponto riscado e cantado.<br />
MATERIAL <br />
Þ Roupa virgem branca<br />
Þ Pemba da cor do Guia de Frente,<br />
Þ tábua<br />
Þ ponteiro<br />
Þ Fitas (sete cores)<br />
Þ Velas (sete cores)<br />
Þ Defumador (do Guia de Frente do Chefe do Terreiro e do Guia de Frente do médium).<br />
O cruzamento tem a finalidade de preparar o médium para ser Chefe de Terreiro. Como o próprio nome diz, cruza o Guia de Frente do Médium com as demais Entidades do Médium, bem como com as Entidades da Banda onde o médium pertence. Após o cruzamento, o médium deve cumprir o preceito por quatorze dias. <br />
BATISMO<br />
Terceira preparação do médium. Continuando a preparação para Chefe de Terreiro, o Batismo é um ato simbólico, significando o batismo do médium de Umbanda.<br />
Após o Batismo, o médium passa a ser um Pai ou Mãe pequeno, mudando sua maneira de bater a cabeça e sua posição na Banda, recebendo também um tratamento parecido com o do chefe do Terreiro.<br />
Sete dias antes do batismo o médium acenderá uma vela de sete dias no terreiro e fará todas as oferendas no reino de cada Orixá. <br />
O Batismo acontece quando o médium, após ter feito o amací e o cruzamento, tendo já firmeza com todos os seus Guias, trabalhando com entidades das 7 (sete) linhas, deseja ser Pai Pequeno ou Mãe Pequena.<br />
O Pai ou Mãe pequeno pode abrir o seu próprio Centro de Umbanda e desenvolver filhos de fé, entretanto a única preparação que ele pode fazer nos médiuns é o amací, as demais preparações ele terá que levar para o seu Pai ou Mãe de Santo fazer, ou ele mesmo terminar sua preparação, se coroando Pai ou Mãe de Santo, ficando assim, apto para preparar seus próprios filhos de fé.<br />
Até o Batismo, o médium se quiser, pode abandonar a Umbanda, após o batismo ele não deve jamais afastar-se dos trabalhos mediúnicos, sob pena de ter sérios problemas de ordem material e espiritual.<br />
O Batismo é o compromisso que o médium assume consigo mesmo, com seus Guias e com as pessoas que o procuram para serem ajudadas. O médium só deve fazer o Batismo se estiver certo do que quer, pois é um passo muito importante e deve ser feito com convicção, fé e amor. Ao ser batizado na Umbanda, o médium se liga com o Astral, ficando assim comprometido até o fim de sua vida material.<br />
<br />
MATERIAL<br />
Þ Roupa virgem da cor do Guia de Frente;<br />
Þ Defumador do Guia do Chefe do Terreiro e do Guia de Frente do médium;<br />
Þ 01 tábua;<br />
Þ 01 ponteiro;<br />
Þ 03 pembas, 01 (uma) da cor do Guia do Chefe do Terreiro, 01 (uma ) da cor do Guia de Frente do médium e uma branca (de Oxalá).<br />
Þ 07 velas uma para cada linha.<br />
Þ Convidar padrinhos materiais; a madrinha deve dar de presente ao afilhado um cordão da cor do Guia de Frente, pois é ela que irá declarar (simbolicamente) que o médium passa a ser um Pai pequeno ou Mãe pequena. e uma vela de batismo. O padrinho deve ter nas mãos uma vela de batismo e uma espada de São Jorge com um laço de fita do cor do Guia de frente do médium;<br />
Þ Padrinhos Espirituais. Podem estar incorporados ou não.<br />
Þ O médium deve escrever um texto, falando da Umbanda e das Entidades que compartilham com ele esses momentos tão importantes.<br />
Uma semana antes do batismo o médium deverá acender uma vela de 7 (sete) dias para o seu Guia de Frente e começar a fazer as oferendas.<br />
OFERENDAS <br />
Xangô - cachoeira Þ 01 vela marrom, 01 charuto e 01 cerveja preta.<br />
Caboclo - Mata Þ 01 vela verde, 01 charuto e frutas. Antes de entrar nas matas o médium deve oferecer um pedaço de fumo de corda e uma vela branca para OBA a dona das matas.<br />
Povo D àgua-Mar Þ 01 vela azul, 01 rosa branca e 01 champanhe<br />
Erê - Jardim Þ 01 vela cor de rosa e um prato de doces.<br />
Preto Velho - Engenho, canavial ou plantação de café Þ 01 vela branca e preta, fumo e vinho.<br />
Ogum - Dique, estrada de ferro ou mar Þ 01 vela vermelha e branca, 01 charuto e cerveja amarela.<br />
Oxalá - No Centro Þ 01 vela branca e um copo de água mineral.<br />
Exú - encruzilhada, cemitério, tranqueira ou encruza -<br />
<br />
EBÒ PARA EXÙ <br />
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01 peito de frango assado, farofa feita com azeite de dendê, vela preta e vermelha, cigarro ou charuto, rosas vermelhas (se for Pomba-Gira), vela de magia, um prato de barro, vela branca e uma bebida de boa qualidade.<br />
Este Ebó deverá ser entregue no reino do Exú.<br />
<br />
GRANDE LAVAGEM <br />
Quarta preparação do Filho de Fé, só poderá ser feita se o médium tiver todos os Guias com Ponto Riscado e Cantado e após sete anos como Pai Ou Mãe Pequeno.<br />
MATERIAL<br />
Þ águas: trovoada, chuva, rio, cachoeira, mar, dique e benta.<br />
Þ Sete toalhas bordadas ou pintadas, uma para cada Orixá<br />
Þ Sete socas de milho com a palha<br />
Þ Sete pedaços de fita, uma de cada cor do Orixá.<br />
Þ Sete alguidar<br />
Þ Sete pembas<br />
Þ Sete taboas<br />
Þ Sete ponteiros<br />
Þ Sete caixas de defumador<br />
Þ Sete velas de 7 dias<br />
Þ Vela preta e vermelha de sete dias e preparar o Ebó para o Exú com vela de magia.<br />
O chefe de terreiro prepara todo o material para a cerimônia da lavagem de cabeça do médium.<br />
O preceito é de vinte e um dias.<br />
COROAÇÃO<br />
Quinta e última preparação do médium pelo Chefe de Terreiro. A coroação é feita no último dia do retiro espiritual. Após o preceito da grande lavagem o médium se retira por sete dias no sétimo dia é feita a coroação do médium como Chefe de Terreiro.<br />
O retiro espiritual será coordenado pelo Chefe do Terreiro, juntamente com um Cambone.<br />
<br />
MATERIAL <br />
Þ Retiro espiritual por sete dias, no terreiro.<br />
Þ Roupa de cama toda branca.<br />
Þ Toalha de rosto e banho da cor do Guia de Frente ou branca.<br />
Þ 7 caixas de defumador<br />
Þ Sete pacotes de vela um de cada cor.<br />
Þ Comida de santo para sete dias.<br />
Þ Coroa (confeccionada de acordo com o gosto do médium) para o Guia de Frente.<br />
Þ Roupa Social para o Guia de Frente<br />
Þ Roupa para cada Guia com o ponto bordado ou pintado.<br />
Þ flores<br />
Þ Galhos verde<br />
O médium deve oferecer um coquetel para seus convidados.<br />
Durante a preparação da grande lavagem e da coroação, o Chefe do Terreiro passará ao seu Filho de Fé e futuro Chefe de Terreiro os “segredos da Umbanda”.<br />
A Coroação é feita pelo Guia de Frente do Chefe do Terreiro.<br />
Todas as preparações serão sempre no mês de Fevereiro.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-89262506451671692562010-11-04T05:58:00.002-03:002010-11-04T06:20:22.514-03:00Magias e rituais para diversas situaçõesFeitiços - Diversos<br />Para quebrar um feitiço lançado contra você<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado de cascas de alho;<br />- 1 punhado de resina de mirra;<br />- 1 punhado de resina de benjoim;<br />- 1 pilão;<br />- 1 folha de papel;<br />- 1 lápis;<br />Dia para realização: 1º Dia da Lua Minguante<br />Pegue a folha de papel e com o lápis escreva o nome da pessoa que lançou um feitiço sobre você e reserve; Coloque no pilão todos os ingredientes e triture até virar pó. Feito isto, reserve.<br />Espalhe o pó sobre o nome da pessoa. Enquanto faz isso mentalize a pessoa. Quando tiver espalhado o pó diga em voz alta com toda sua força: "Lua poderosa que mingua, desfaça a imundice que contra mim (Nome da Pessoa) lançou Troco? ...quem sou eu para devolver? Deixo nas mãos dos Antigos para que decidam pelo que é certo fazer! Pelo poder do 3 vezes o 3 Que assim seja e assim se faça".<br />Feito isto, embrulhe o pó no papel e queime no caldeirão. Quando tudo estiver bem queimado, recolha e jogue tudo num jardim ou bosque distante de sua casa. Deixe o local sem olhar para trás.<br />Feitiço contra um coração partido<br />Não dá para trabalhar bem quando se está com o coração partido. Se o corpo emocional não estiver bem, certamente, afetará o físico com dores de cabeça, resfriados, ou vários outros desconfortos. Todos esses estados são metáforas físicas de um coração infeliz.<br />Se você ficou decepcionada com alguém, se terminou algum relacionamento e está se sentindo só e traída, faça este pequeno feitiço. Pegue óleo de lírio (não o químico, mas o natural). Ponha numa pequena bola de algodão, segure-a, vá até a janela e olhe a lua<br />crescente ou minguante. Inale o perfume do lírio no algodão aquecido pela sua mão e diga:<br />"Nunca estou só.<br />Estou rodeada de amor da Divina Mãe,<br />a Senhora das florestas, das fontes e das flores.<br />Nunca me desespero,<br />Pois sou amada pela Divina Mãe,<br />E ela está sempre me enviando suas bênçãos.<br />Nunca estou só ou desesperada.<br />Os espíritos de meus ancestrais me guardam.<br />Sou amada e abençoada para todo o sempre."<br />Não se apresse ao inalar o perfume. Esse feitiço deve ser feito com calma. Se quiser, pode usar o perfume de lírio durante o dia para não se esquecer de quem é você. Esse perfume é indicado para as pessoas que não conseguem mostrar seus sentimentos, dividi-los com os outros ou pedir ajuda. O lírio é a flor preferida da Deusa, que sobrevive aos tempos modernos como símbolo sagrado da Virgem Abençoada.<br />Fonte: 'A Deusa no Escritório', de Zsuzsanna Budapest, pág. 56<br />Feitiço para quebrar um feitiço a você lançado<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado se sândalo moído<br />- 1 punhado de folhas trituradas de mirra<br />- 1 folha de papel com o nome de seus inimigos.<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião.Pegue a folha de papel e sobre ela espalhe o pó de sândalo e a mirra,repetindo por nove vezes o seguinte encantamento:<br />“Lua que tudo leva<br />Lua que tudo desfaz<br />Leva longe toda treva<br />E o nó do feitiço desfaz!”<br />Após ter repetido por noves vezes este encantamento,leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo.Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Feitiço do vento<br />(para maldições jogadas oralmente, as tradicionais pragas)<br />Um dia com muito vento, pegue um pouco de açúcar , sal e farinha de trigo, coloque tudo na palma da mão e enquanto o vento leva, repita: "VENTO QUE SOPRA NOS CAMPOS , VENTO QUE CARREGA AS SEMENTES, LEVA A MALDIÇÃO A MIM ENVIADA E QUE A ALEGRIA NA MINHA VIDA TU VENTES. E QUE ASSIM SEJA E QUE ASSIM SE FAÇA"<br />Para repelir energias negativas<br />Material necessário:<br />- Espelho<br />- Vela preta<br />- Vela branca<br />- Incenso<br />Coloque um espelho diante de si. Sente-se à sua frente. Acenda as duas velas em frente ao espelho e medite durante um momento, concentrando-se em purificar as suas energias. Repita isto durante três noites seguidas. Tente também queimar pau de canela, gardênias ou incenso de sândalo. Lembre-se que as velas devem ser apagadas com os dedos. Depois da terceira e última noite, enterre a cera que sobrou das velas.<br />Proteção Espiritual<br />Podemos buscar a proteção do Mundo dos Espíritos de três formas tradicionais: através da oração, do ritual e do retiro. A oração estabeleça uma conversa entre a alma do Homem e a Alma da Natureza. O ritual é a conversa da alma da Natureza com a alma do Homem. O retiro, que deve ser feito no campo, é a volta do Homem para o aconchego do seio da Grande Mãe.<br />Defesa Íntima<br />Para proteger o quarto de más influencias ferva uma rosa vermelha junto com folhas de limoeiro e borrife pelos quatro cantos e na cama onde você dorme. Isso transforma o quarto num lugar seguro e defendido.<br />Magia Mimética<br />Sente-se no chão e coloque os joelhos o mais próximo possível da cabeça. Cruze os braços em torno das pernas e feche os olhos. Sinta-se como um ouriço e seus espinhos, uma serpente enrodilhada ou uma pérola dentro da ostra... Esta é uma postura de proteção mágica. Use-a sempre acompanhada da imagem mental desses animais quando necessitar de isolamento e concentração.<br />Sortilégio Protetor do Lar<br />Melhor dia: terça-feira<br />Melhor lua: minguante<br />Material necessário:<br />- 1 vidro com tampa, pintado de preto<br />- vários instrumentos de ferro e metal pontiagudos<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 obsidiana<br />- 1 ônix<br />- 1 vela preta<br />Procedimento:<br />Coloque tudo que foi dito no vidro. Feche-o. Acenda a vela preta sobre a tampa, então diga:<br />"Eu peço aos Deuses da proteção<br />Para que estejam presentes comigo.<br />Que este feitiço seja atado, Para proteger a minha casa<br />E todos aqueles que vivem comigo.<br />Pelo poder do 3 vezes o 3 , Que assim seja , E que assim se faça!"<br />Coloque o vidro em cima da porta de entrada de sua casa. Jamais revele aquilo que existe dentro dele.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-92020122237473291522010-10-31T10:51:00.001-03:002010-11-04T06:17:23.081-03:00A Umbanda está mudando e mudará!Cada dia vemos que nossa querida Umbanda, é mais respeitada e nossos centros, terreiros, tendas, se enchem de consulentes, e pessoas interessadas, das mais diversas classes sociais.<br /><br /> A Umbanda está mudando, não é mais encarada como uma religião de descriminados. Aliás até por lei somos amparados e não é permitido que assim se faça.<br /><br /> Vemos pessoas que hoje são encaradas, pela medicina tradicional, isto é pela classe médica, como colaboradores essenciais, com suas rezas, benzimentos e procederes espirituais, como essenciais no auxilio à cura de molestias de tantos doentes e mazelados.<br /><br /> A Umbanda recebe em seus templos pessoas da mais alta sociedade, do mundo político, empresarial, e da mais alta estirpe, recorrendo a seus socorros espirituais para a solução dos mais diversos problemas, nas várias facêtas de suas vidas. Embora estas pessoas, após recebidas as bençãos espirituais, em suas vidas físicas, virem as costas, e na maior parte das vezes, para tantos falem mal da Sagrada Umbanda, elas mesmas, na surdina, continuam a buscar pretos velhos, caboclos, exús, e pombo giras, para terem suas vidas corrigidas e reorganizadas.<br /><br /> A Umbanda mudará, quando todos estes medrosos, mentirosos e pretensos difamadores, forem suficientemente corajosos para afirmarem, que embora sejam das mais diversas religiões, encontraram na Umbanda, a única via de escape para tantos males que os acometiam!<br /><br /> A Umbanda mudará, quando os pais e mães de santo, e filhos de santo, entenderem que as entidades precisam de aparelhos mediúnicos, devidamente preparados por conhecimento, estudo, boas maneiras, educação devida, e desejo de prestar caridade e amor fraterno a todos os necessitados. Quando estes pais, mães e filhos, entenderem que nada mais são, que humanos imperfeitos e pecadores, embora tenham adquirido o conhecimento e sabedoria necessária, mas, que o poder a mais, provem dos espíritos de luz, trabalhadores incansáveis da Aruanda.<br /><br />A Umbanda mudará quando pais, mães e filhos de santo, deixarem sua petulãncia e orgulho, e se virem única e exclusivamente como intermediários mediúnicos das hostes de espíritos bondosos.<br /><br />A Umbanda mudará, quando os vários terreiros, tendas ou templos deixarem o ciúme de lado, deixarem de se demandar, e notarem que cada um, com seus dotes espirituais, podem, complementando-se, tornarem-se um grande corpo espiritual para auto ajuda, e principalmente para auxílio, amparo, e direcionamento à humanidade neste planeta, tão sofrido, a caminhos que os levarão cada dia e hora, a maior fé, luz, equilibrio e amor fraternal.<br /><br />Avante consulentes mentirosos e camuflados rumo à decencia, verdade e coragem!<br /><br />Avante, pais, mães e filhos de santo, rumo a unidade, amor, e respeito entre si!<br /><br />Avante cada membro da Sagrada Umbanda ao pleno conhecimento, à compreensão sábia de todos os Erós sagrados, para com toda esta bagagem, serem de norteadores rumo à luz divina!Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-39447671603986706212009-03-30T05:24:00.002-03:002010-10-31T10:36:10.696-03:00Nosso nôvo SiteGostariamos de informar aos irmãos e amigos que possuimos um site principal e que apreciarão visualizar:<br /><a href="http://www.novaera.blog.br/">http://www.novaera.blog.br/</a><br />Informamos tambem que administramos uma rede na qual poderão se associar e participar:<br /><a href="http://www.grou.ps/brasilespiritualymercosul">www.grou.ps/brasilespiritualymercosul</a><br />Esperamos que tirem proveito de todos os tres sites para beneficiamento espiritual.<br />Abraço fraterno a todos.<br />Pai Luciano de Xangô Airá, Mestre HumbarôJose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-82786676099690666142009-03-30T02:59:00.000-03:002009-03-30T03:02:26.611-03:00Feitiços & RituaisFeitiços & Rituais<br />Este documento é dedicado a todos aqueles<br />que buscam a Verdade, a Paz,<br />a Harmonia, e o Amor<br />em suas vidas,<br />por intermédio da Grande Mãe<br />e Seu Consorte.<br />Sem causar mal a ninguém.<br />Que assim seja.<br />Feitiços - Diversos<br />Para quebrar um feitiço lançado contra você<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado de cascas de alho;<br />- 1 punhado de resina de mirra;<br />- 1 punhado de resina de benjoim;<br />- 1 pilão;<br />- 1 folha de papel;<br />- 1 lápis;<br />Dia para realização: 1º Dia da Lua Minguante<br />Pegue a folha de papel e com o lápis escreva o nome da pessoa que lançou um feitiço sobre você e reserve; Coloque no pilão todos os ingredientes e triture até virar pó. Feito isto, reserve.<br />Espalhe o pó sobre o nome da pessoa. Enquanto faz isso mentalize a pessoa. Quando tiver espalhado o pó diga em voz alta com toda sua força: "Lua poderosa que mingua, desfaça a imundice que contra mim (Nome da Pessoa) lançou Troco? ...quem sou eu para devolver? Deixo nas mãos dos Antigos para que decidam pelo que é certo fazer! Pelo poder do 3 vezes o 3 Que assim seja e assim se faça".<br />Feito isto, embrulhe o pó no papel e queime no caldeirão. Quando tudo estiver bem queimado, recolha e jogue tudo num jardim ou bosque distante de sua casa. Deixe o local sem olhar para trás.<br />Feitiço contra um coração partido<br />Não dá para trabalhar bem quando se está com o coração partido. Se o corpo emocional não estiver bem, certamente, afetará o físico com dores de cabeça, resfriados, ou vários outros desconfortos. Todos esses estados são metáforas físicas de um coração infeliz.<br />Se você ficou decepcionada com alguém, se terminou algum relacionamento e está se sentindo só e traída, faça este pequeno feitiço. Pegue óleo de lírio (não o químico, mas o natural). Ponha numa pequena bola de algodão, segure-a, vá até a janela e olhe a lua<br />crescente ou minguante. Inale o perfume do lírio no algodão aquecido pela sua mão e diga:<br />"Nunca estou só.<br />Estou rodeada de amor da Divina Mãe,<br />a Senhora das florestas, das fontes e das flores.<br />Nunca me desespero,<br />Pois sou amada pela Divina Mãe,<br />E ela está sempre me enviando suas bênçãos.<br />Nunca estou só ou desesperada.<br />Os espíritos de meus ancestrais me guardam.<br />Sou amada e abençoada para todo o sempre."<br />Não se apresse ao inalar o perfume. Esse feitiço deve ser feito com calma. Se quiser, pode usar o perfume de lírio durante o dia para não se esquecer de quem é você. Esse perfume é indicado para as pessoas que não conseguem mostrar seus sentimentos, dividi-los com os outros ou pedir ajuda. O lírio é a flor preferida da Deusa, que sobrevive aos tempos modernos como símbolo sagrado da Virgem Abençoada.<br />Fonte: 'A Deusa no Escritório', de Zsuzsanna Budapest, pág. 56<br />Feitiço para quebrar um feitiço a você lançado<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado se sândalo moído<br />- 1 punhado de folhas trituradas de mirra<br />- 1 folha de papel com o nome de seus inimigos.<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião.Pegue a folha de papel e sobre ela espalhe o pó de sândalo e a mirra,repetindo por nove vezes o seguinte encantamento:<br />“Lua que tudo leva<br />Lua que tudo desfaz<br />Leva longe toda treva<br />E o nó do feitiço desfaz!”<br />Após ter repetido por noves vezes este encantamento,leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo.Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Feitiço do vento<br />(para maldições jogadas oralmente, as tradicionais pragas)<br />Um dia com muito vento, pegue um pouco de açúcar , sal e farinha de trigo, coloque tudo na palma da mão e enquanto o vento leva, repita: "VENTO QUE SOPRA NOS CAMPOS , VENTO QUE CARREGA AS SEMENTES, LEVA A MALDIÇÃO A MIM ENVIADA E QUE A ALEGRIA NA MINHA VIDA TU VENTES. E QUE ASSIM SEJA E QUE ASSIM SE FAÇA"<br />Para repelir energias negativas<br />Material necessário:<br />- Espelho<br />- Vela preta<br />- Vela branca<br />- Incenso<br />Coloque um espelho diante de si. Sente-se à sua frente. Acenda as duas velas em frente ao espelho e medite durante um momento, concentrando-se em purificar as suas energias. Repita isto durante três noites seguidas. Tente também queimar pau de canela, gardênias ou incenso de sândalo. Lembre-se que as velas devem ser apagadas com os dedos. Depois da terceira e última noite, enterre a cera que sobrou das velas.<br />Proteção Espiritual<br />Podemos buscar a proteção do Mundo dos Espíritos de três formas tradicionais: através da oração, do ritual e do retiro. A oração estabeleça uma conversa entre a alma do Homem e a Alma da Natureza. O ritual é a conversa da alma da Natureza com a alma do Homem. O retiro, que deve ser feito no campo, é a volta do Homem para o aconchego do seio da Grande Mãe.<br />Defesa Íntima<br />Para proteger o quarto de más influencias ferva uma rosa vermelha junto com folhas de limoeiro e borrife pelos quatro cantos e na cama onde você dorme. Isso transforma o quarto num lugar seguro e defendido.<br />Magia Mimética<br />Sente-se no chão e coloque os joelhos o mais próximo possível da cabeça. Cruze os braços em torno das pernas e feche os olhos. Sinta-se como um ouriço e seus espinhos, uma serpente enrodilhada ou uma pérola dentro da ostra... Esta é uma postura de proteção mágica. Use-a sempre acompanhada da imagem mental desses animais quando necessitar de isolamento e concentração.<br />Sortilégio Protetor do Lar<br />Melhor dia: terça-feira<br />Melhor lua: minguante<br />Material necessário:<br />- 1 vidro com tampa, pintado de preto<br />- vários instrumentos de ferro e metal pontiagudos<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 obsidiana<br />- 1 ônix<br />- 1 vela preta<br />Procedimento:<br />Coloque tudo que foi dito no vidro. Feche-o. Acenda a vela preta sobre a tampa, então diga:<br />"Eu peço aos Deuses da proteção<br />Para que estejam presentes comigo.<br />Que este feitiço seja atado, Para proteger a minha casa<br />E todos aqueles que vivem comigo.<br />Pelo poder do 3 vezes o 3 , Que assim seja , E que assim se faça!"<br />Coloque o vidro em cima da porta de entrada de sua casa. Jamais revele aquilo que existe dentro dele.<br />Para afastar um mal que nos incomoda<br />Escreva as palavras-chaves desse problema em uma vela branca, de preferência com mais de 20cm. Acenda a vela e peça aos seres do fogo que queimem esse mal que você quer destruir. Quando a vela acabar, seus problemas terminarão. Assim conta uma antiga tradição da bruxaria galesa.<br />Toda planta possui seu elemental próprio. Se você tem vasos com plantas em casa e quer conquistar a simpatia do duende que ali habita coloque no vaso balinhas coloridas, amoras ou outras pequenas frutinhas. Dizem que assim eles ficam tão felizes que trazem alegria e proteção para o lar.<br />Amuleto contra mau-olhado<br />Guarde pregos, agulhas e outros objetos pontiagudos dentro de um pote fosco e lacre-o hermeticamente. Coloque-o em um lugar bem visível da sua casa, mas jamais revele seu conteúdo. Este é um dos mais potentes amuletos contra<br />mau-olhado para nosso lar ou ambiente de trabalho.<br />Dois pedacinhos de canela colocados em forma de cruz na porta ou atrás da escrivaninha formam um bom amuleto protetor para seu local de trabalho. A canela é consagrada ao Sol e esta afasta as trevas.<br />Uma boa maneira de afugentar as energias negativas de sua casa é colocando na porta de entrada o desenho de uma espiral ou pendurando uma espiral de prata. A espiral é um símbolo da Deusa e funciona como uma armadilha que aprisiona todas as forças negativas.<br />Feitiço para a proteção do lar<br />Este feitiço aprisionará entidades negativas antes que possam afetar a harmonia de sua casa. Apanhe um pedaço de papel branco. Ao escrever as palavras abaixo nele, escreva-as em espiral, da borda externa para o centro<br />do papel.<br />Escreva: "Todos vocês espíritos intrusos e desarmoniosos, são atraídos para esta armadilha. Do centro vocês só pode retornar para o local de onde vieram".<br />Deixe-o sob o capacho da sua porta frontal. Se alguém entrar trazendo tais criaturas, eles serão aprisionados na porta. Esse é um sistema muito antigo, usado pelos povos da Mesopotâmia.<br />Canto Protetivo<br />Visualize um círculo triplo de luz arroxeada ao redor de seu corpo enquanto canta:<br />Estou Protegido por seu poder,<br />Ó Graciosa Deusa, de dia e à noite.<br />Gesto Protetor<br />Você está num lugar público e sente que precisa isolar-se do ambiente. O que fazer? Ponha as mãos para trás e segure com a mão esquerda o polegar direito e com a mão direita o polegar esquerdo. Aperte bem para sentir a pulsação. Pronto, você fechou-se interiormente e está em segurança. Sinta o pulsar dos dedos e a tranqüilidade crescendo, crescendo...<br />Talismã para neutralizar feitiços<br />Melhor dia: segunda-feira ou terça-feira<br />Melhor lua: minguante ou Lua nova (3 dias ou mais após sua entrada)<br />Material necessário:<br />- 1 saquinho preto<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 quartzo branco<br />- 1 obsidiana<br />- 1 pedra da lua<br />- 1 hematita<br />- 1 pedra olho de gato<br />- 1 granada<br />- mandrágora ou ginseng<br />- artemísia seca<br />- alfazema<br />- alecrim<br />- louro<br />- verbena<br />- erva doce<br />- 1 pentagrama pequeno de metal<br />- fita e linha preta<br />Procedimento:<br />Energize todas as pedras deixando-as 24h. na água com sal, 24h. em baixo da terra e 10 minutos no sol. Após energizá-las, coloque-as no saquinho pedindo aos Deuses que todos os malefícios e energias e energias<br />negativas sejam afastados do seu caminho. E então, colocando pedra, por pedra no saquinho diga para cada uma: “ Turmalina negra, para neutralização das energias negativas, Quartzo branco, para estabilidade Obsidiana, para absorção das energias maléficas Pedra da Lua, para poder e magia Hematita, para combater as influências contrárias Olho de gato, para proteção Granada, para superação das dificuldades” Coloque então as ervas no saquinho, pedindo para que elas possam trabalhar energeticamente à seu favor, lhe protegendo. De 7 nós na fita preta pedindo proteção, coloque-a no saquinho e feche-o. Com a linha preta costure o pentagrama de metal do lado de fora, de forma que fique bem visível. Consagre magicamente este talismã.<br />Para proteção<br />A melissa afasta os pesadelos e confere sonhos alegres quando colocada debaixo do travesseiro. Ela deve ser usada seca e guardada num saquinho de algodão ou seda branca. Com ela se fabrica também uma coroa de ramos secos para ser usada em meditação e trabalhos mágicos. Esta coroa vegetal evita maus pensamentos e protege contra influências estranhas vindas de fora.<br />Feitiço para achar um emprego<br />Serão necessários:<br />- 1 vela astral para representar você mesma<br />- 1 vela verde para a prosperidade<br />- 1 vela preta para remover obstáculos e<br />- 1 vela marrom para o emprego propriamente dito.<br />(Cada vela deve ser colocada num suporte).<br />- óleo de patchuli e de canela para as velas.<br />Acenda um bom incenso de prosperidade. Unte a vela preta da base ao pavio com o óleo de patchuli; coloque-a num suporte. Limpe o óleo de patchuli das mãos; ele não deve estar nas outras velas. Unte as velas verde, marrom e astral do pavio à base com o óleo de canela e coloque-as num suportes. Coloque a vela preta no centro de seu local de trabalho, a marrom à esquerda e a verde à direita. Deixe a vela astral acima da vela preta. As velas devem estar sobre uma superfície segura, pois deverão queimar por completo.<br />Acenda a vela astral e diga:<br />"Eu peço mudanças; é meu direito. Abra caminho, limpe minha visão".<br />Acenda a vela preta e diga:<br />"O azar foge. Os obstáculos caem. Os invejosos desaparecem! Ouçam meu chamado!"<br />Acenda a vela verde e diga:<br />"Boa sorte e prosperidade são minhas. Ajudem-me, ó Grandes. Venham a mim".<br />Acenda a vela marrom e diga:<br />"Vejo oportunidades ,trabalho e recompensas. E o que desejo deverá acontecer".<br />Deixe as velas queimando completamente e livre-se da cera depois. Todas as noites, durante uma semana, ou até que a vela se acabe, acenda uma segunda vela marrom por nove minutos enquanto medita e obtém equilíbrio preparando-se para o bem, e certamente o emprego virá. Durante esse período procure ativamente por um emprego. Ouça suas premonições e siga qualquer dica.<br />Feitiço para obter sucesso financeiro<br />Ingredientes:<br />- Uma nota de qualquer valor<br />- Uma pequena pedra de pirita<br />- Um punhado de Sal<br />Preparo:<br />Deixe a pirita dormir por três dias imersa no sal, no 4º dia segure-a com firmeza imagine a pedra vibrando em sua mão e faça seu pedido, você sentirá uma leve tontura, agradeça a mãe Terra coloque a nota em baixo da pirita, e logo o dinheiro esperado virá deixe em um local secreto até que consiga a quantia desejada.<br />Feitiço de Amor<br />- 1 garrafa de vinho tinto<br />- 1 colher de sopa de mel<br />- 10 gramas de pétalas frescas de rosa vermelhas<br />- 2 pequenos quartzo rosa<br />- 9 gotas de orvalho<br />- 1 pitada de canela em pó<br />Procedimento:<br />Realize esse feitiço numa noite de lua crescente , de preferência quando ela se encontra no seu signo de escorpião.<br />Retire todo vinho da garrafa e coloque-o em seu caldeirão .Aos poucos acrescente os outros ingredientes , tomando o cuidado de, a a cada um colocado , repetir o seguinte encantamento:<br />"Que a lua enfeitice a bebida,<br />que as estrelas a tragam pra mim.<br />Que Circe nela habite, rosa no jardim!"<br />Após colocar o ultimo ingrediente, pegue sua colher de pau e misture a bebida por nove vezes , repetindo o mesmo encantamento. Coloque tudo de volta à garrafa , arrolhando-a muito bem . deixe a garrafa tomar sereno de sete luas retirando-a sempre antes do nascer do sol. Passado o período de tempo exigido , coe a bebida, recolocando depois o vinho coado na garrafa, com as duas pedrinhas de quartzo. Arrolhe e guarde-a em um lugar longe do alcance de terceiros, ofereça esse vinho a pessoa desejada, lembrando-se de repetir o encantamento na hora em servi-lo . com certeza você conquistara quem deseja!<br />Também não deves esquecer a lei tríplice...<br />Obs.: o encantamento apresentado pode ser substituído por um outro que você mesmo pode escrever.<br />Glamour<br />No filme "The Craft" de 1996 podemos ver um feitiço que permitia que uma pessoa mudasse radicalmente as características da aparência para se disfarçar. Elas se referiram ao feitiço como "glamour", e fizeram parecer muito fácil. Como a maioria das coisas retratadas por Hollywood, o feitiço muito simplificado, embora continue baseado num principio celta.<br />Quando os celtas chegaram à Irlanda, as lendas nos dizem que eles encontraram a Emerald Isle habitada por uma raça divina de seres chamados de Tuatha De Danaan. Incapazes de impedir a invasão, os Tuatha foram para o subsolo da terra e se tornaram uma raça feérica mítica da Irlanda. Existem estórias sobre seres mágicos que andam entre os homens e se disfarçam em momentos de perigo.<br />Isto ficou conhecido como glamoury, o véu de ilusão que os Danaan usavam quando precisavam se proteger dos humanos. A palavra se modernizou para o inglês glamour, um termo usado geralmente para mulheres bem arrumadas, ou seja, usando um véu de ilusão.<br />O glamoury ainda faz parte dos feitiços celtas. Mesmo que o propósito original tenha sido esquecido. Esta era a versão celta da shapeshifting . Enquanto sob o véu encantado do glamour nos podemos nos tornar as deidades dentro de um ritual. Podemos usa-lo para nos mesclar ao chão, ficando praticamente invisíveis, ou nos mudar de forma que realcemos nosso carisma.<br />O Feitiço<br />Para fazer este ultimo tipo de glamour você precisará:<br />1. de um espelho (de preferência um utilizado apenas para propósitos mágikos),<br />2. uma vela vermelha<br />3. uma vela verde<br />4. alguma coisa que possa ser o talismã que ativará o feitiço. Um colar é o ideal, pois ele fica no centro do corpo e pode ser visto por todos. Peças de prata funcionam bem e também jóias com diamantes, opalas e jade. Seu perfume preferido também funciona bem neste caso.<br />Procedimento<br />Faça o feitiço à noite, com tanta escuridão quanto for possível. Feche um pequeno circulo e sente-se no meio, de frente para o oeste, o centro tradicional celta para os Tuatha.<br />Coloque o espelho na sua frente com as velas atrás de você, uma de cada lado, formando um triângulo com você no meio.<br />A vela verde é a vela do planeta Vênus, que rege a beleza pessoal.<br />A vela vermelha tem a cor da paixão e irá ajudar a projetar seu carisma.<br />Mantenha essas associações em mente, mas mantenha as velas fora de vista. A idéia é ter um pouco de luz para que se veja no espelho, mas não o suficiente para que ela esteja clara no reflexo.<br />Peque o amuleto e o segure firme entre as mãos, respire fundo algumas vezes e relaxe, olhe então para o espelho e visualize sua imagem mudando para aquilo que você quer. Ao fazer isso, jogue a energia no amuleto a medida em que sua imagem muda, pois este amuleto será o que ativará o feitiço.<br />Não se assuste se a imagem parecer tomar vida própria.<br />Quando estiver satisfeita com a imagem que você moldou no espelho, coloque o amuleto sobre a área cardíaca e jogue a energia dentro dele. Visualize que ele se torna o ativador do feitiço sempre usa-lo. Sele o feitiço repetindo a rima:<br />"From burrow dark and lake-world deep,<br />Faeries slumbering rise from sleep,<br />Sometimes here, now sometimes there,<br />What I will is the face I wear".<br />Apague as velas as proteja para que a energia não disperse até que o feitiço seja feito novamente. Repita o feitiço sempre que achar necessário para reforçar a imagem que você quer projetar.<br />Sortilégio das velas pretas para dinheiro<br />Melhor dia: sexta-feira ou quinta-feira<br />Melhor lua: cheia ou crescente<br />Material necessário:<br />- 2 velas pretas<br />- óleo essencial de sândalo, cravo ou almíscar<br />Procedimento:<br />Com o Punhal, grave nas duas velas palavras ligadas à estabilidade material como: DINHEIRO, FORTUNA, RIQUEZAS, SUCESSO, PROSPERIDADE, etc. Acenda as duas velas e segure-as nas 2 mãos fortemente, sempre mentalizando aquilo que você quer. Quando os dedos começarem à pulsar apague as duas velas, sem assoprá-las. Repita o processo com as mesmas velas durante 7 dias, seguidos, após os quais elas deverão queimar até o fim.<br />Sortilégio do vinho para dinheiro<br />Melhor dia: quinta-feira<br />Melhor lua: cheia ou crescente<br />Material necessário:<br />- 5 velas azul marinho<br />- 1 pratinho com canela em pau<br />- 1 pratinho com canela em pó<br />- 5 moedas<br />- Taça do altar com vinho<br />Procedimento:<br />Coloque as 5 moedas sobre o altar em forma de Pentagrama, em cima de cada moeda coloque uma vela. Dentro da estrela formada pelas velas, coloque a Taça com o vinho. Ponha o pratinho com a canela em pau do lado direito da estrela e a canela em pó do lado esquerdo. Faça o seguinte encantamento: “Deusa e Deus Mãe e Pai, Peço que a Cornucópia da Prosperidade Esteja presente em minha vida. Que eu conquiste sucesso, riquezas e fartura. Que eu seja feliz. Que tudo isso seja correto e para o bem de todos, Pelo poder do 3 vezes o 3, Que assim seja , E que assim se faça.” Beba um pouco do vinho, mentalizando uma forte luz que entra pelo Chacra Coronário e percorre todo o seu corpo. Imagine essa luz envolvendo todo o seu ser, e o local onde você está e aos poucos ela se torna dourada. recoloque a taça no lugar<br />Talismã para neutralizar feitiços<br />Melhor dia: segunda-feira ou terça-feira<br />Melhor lua: minguante ou Lua nova (3 dias ou mais após sua entrada)<br />Material necessário:<br />- 1 saquinho preto<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 quartzo branco<br />- 1 obsidiana<br />- 1 pedra da lua<br />- 1 hematita<br />- 1 pedra olho de gato<br />- 1 granada<br />- mandrágora ou ginseng<br />- artemísia seca<br />- alfazema<br />- alecrim<br />- louro<br />- verbena<br />- erva doce<br />- 1 pentagrama pequeno de metal<br />- fita e linha preta<br />Procedimento:<br />Energize todas as pedras deixando-as 24h. na água com sal, 24h. em baixo da terra e 10 minutos no sol. Após energizá-las, coloque-as no saquinho pedindo aos Deuses que todos os malefícios e energias e energias negativas sejam afastados do seu caminho. E então, colocando pedra, por pedra no saquinho diga para cada uma: “Turmalina negra, para neutralização das energias negativas, Quartzo branco, para estabilidade Obsidiana, para absorção das energias maléficas Pedra da Lua, para poder e magia Hematita, para combater as influências contrárias Olho de gato, para proteção Granada, para superação das dificuldades” Coloque então as ervas no saquinho, pedindo para que elas possam trabalhar energeticamente à seu favor, lhe protegendo. De 7 nós na fita preta pedindo proteção, coloque-a no saquinho e feche-o. Com a linha preta costure o pentagrama de metal do lado de fora, de forma que fique bem visível. Consagre magicamente este talismã.<br />Feitiço Neutralizador<br />Esse é um feitiço que se destina a quebrar feitiços mandados por outra pessoa. Deve ser sempre realizado pela pessoa atingida. Você vai precisar de um vidro com tampa de metal, um pouco de água de fonte, doze agulhas de aço virgens e um pequeno fogareiro. Encha o vidro com a água, coloque dentro todas as agulhas e tampe-o muito bem. Deposite p vidro sobre as brasas do fogareiro e deixe-o esquecer até que o vidro exploda. Quando colocar o vidro no fogareiro, repita o seguinte encantamento: Que minha vida a água purifique, Que todo pesar vá embora, Que forte como aço eu fique, E que o bem retorne agora! E que assim seja, E assim se faça! Nunca realize esse feitiço dentro de casa, nem próximo a ninguém, pois, com a explosão, as agulhas e os cacos de vidro voarão. portanto, nem você deverá estar perto. Depois de explodido o vidro, recolha tudo, embrulhe num pequeno pano branco e enterre na mata.<br />Proteção para antes de Feitiços<br />Você precisa de 2 velas azuis, uma outra de qualquer cor (representa você) e óleo de alguma madeira, visualize você entrando em transe, coloque sua vela no centro e unte as velas com o óleo e coloque uma vela azul do lado direito da sua, e outra do esquerdo, acenda as velas azuis, depois a sua e diga:<br />"Guias espirituais, protetores dos seres, me escutem<br />Venham até mim e me protejam<br />Observem-me durante esse ritual e me cubram com sua proteção".<br />Sente-se em uma posição confortável. Limpe sua mente de pensamentos. Inspire e expire profundamente. Relaxe e feche os olhos.Faça seu terceiro olho mudar de cor, em ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, bege, roxo e branco. Conte até 5 antes de mudar de cor. Visualize sua respiração ritmada em forma de ondas e traga seu anjo protetor ou guardião) até você, chame-o Visualize uma porta se abrir em um lago, entre na porta e quando encontrar seu guardião, converse com ele, confie em suas respostas. Saia da porta, feche-a e diga:<br />"Voltei à Terra,<br />Obrigado Guardiões e meu protetor!"<br />Apague sua vela e depois as azuis.<br />Esse feitiço básico é ótimo para quando se for fazer um feitiço avançado.<br />Feitiços de proteção<br />Para afastar o mal que nos incomoda escreva as palavras-chave desse problema em uma vela branca , de preferência com mais de vinte e seis centímetros. Acenda a vela e peça aos seres do fogo que queimem esse mal que você quer destruir. quando a vela acabar seus problemas terminarão. Assim conta uma antiga tradição da bruxaria galesa .<br />Para atrair criaturas pequeninas como Gnomos, Fadas e Elfos coloque em seu altar mel , leite , gengibre e cristais.<br />Uma boa maneira de afugentar as energias negativas de sua casa e colocando na porta de entrada o desenho de uma espiral ou pendurando uma espiral de prata. A espiral e um símbolo da Deusa e funciona como uma armadilha que aprisiona todas as forças negativas.<br />Para atrair os espíritos guardiões costuma-se enfeitar a casa no ultimo mês do ano com um arranjo feito com todos os tipos de conchas. Coloque no centro do arranjo uma vela verde. Quando o final do ano se aproximar acenda a vela e peça que seus guardiões mágicos protejam seu lar durante todo o ano que vai entrar.<br />Para proteger o quarto de mas influencias ferva uma rosa vermelha junto com folhas de limoeiro e borrife pelos quatro cantos e na cama onde você dorme. Isso transforma o quarto num lugar seguro e definido.<br />A melissa afasta os pesadelos e confere sonhos alegres quando colocada debaixo do travesseiro. Ela deve ser usada seca e guardada num saquinho de algodão ou seda branca. Com ela se fabrica também uma coroa de ramos secos para ser usada em meditação e trabalhos mágicos. Estas coroa vegetal evita maus pensamentos e protege contra influencias estranhas vindas de fora.<br />Visualize um circulo triplo de luz arroxeada ao redor de seu corpo enquanto canta:<br />"Estou protegido(a) por seu poder, o graciosa Deusa, de dia e a noite. "<br />Outro semelhante: visualize um circulo triplo e entoe:<br />"Três vezes ao redor do circulo, que o mal afunde no solo."<br />Feitiço da paz e felicidade pessoal<br />Este feitiço aprisionará entidades negativas antes que possam afetar a harmonia de sua casa. Apanhe um pedaço de papel branco. Ao escrever as palavras abaixo dele, escreva-as em espiral, da borda externa para o centro do papel.<br />Escreva: "Todos vocês espíritos intrusos e desarmoniosos, são atraídos para esta armadilha. Do centro você só pode retornar para o local de onde vieram".<br />Deixe-o sob o capacho da sua porta frontal.Se alguém entrar trazendo tais criaturas,eles serão aprisionados na porta. Esse é um sistema muito antigo,usado pelos povos da Mesopotâmia.<br />Feitiço de amor para o Halloween<br />Conforme a lenda, faz sonhar com a pessoa que será sua próxima paixão<br />Na noite de 31 de outubro coma uma maçã e separe as sementes. Pegue sete ramos de artemísia (estragão). Coloque um na janela, em oferecimento às divindades do amor. Guarde os outros seis debaixo do travesseiro, junto com as sementes. Tome um banho em água com pétalas de rosa e três gotas de essência de verbena. Antes de dormir, segure a artemísia e as sementes na mão e invoque as divindades do amor assim:<br />'Sagrada Artemísia<br />Sementes da magia<br />Revelem-me o amor<br />Com todo o seu ardor'<br />Fonte: Revista Época - <a href="http://revistaepoca.globo.com/Epoca">http://revistaepoca.globo.com/Epoca</a><br />Magia com auxílio dos Gnomos<br />Faça uma caixinha com uma casca de Noz e coloque ali 3 trevos de três folhas, 3 grãos de milho, e um cristal, enterre o tesouro e ofereça aos gnomos da terra. Eles ficarão tão felizes com o presente que retribuirão generosamente com a energia da Prosperidade.<br />Feitiço para conseguir um emprego<br />Use um quadrado de tecido verde. Encha-o com louro e alfazema. Adicione quatro outras ervas regidas por: *Mercúrio - para um emprego que envolva comunicação. * Lua - para um emprego que envolva a cura, saúde ou trabalho de mulheres ou psicologia.* Júpiter - para um emprego que envolva liderança e responsabilidade ou a lei. *Marte - para um emprego que exija ação agressiva e positiva. * Sol - para um emprego ao ar livre, em agricultura, ou na natureza, ou trabalho agradável e calmo. * Saturno- para arquitetura, história ou qualquer outro emprego onde você estará limitando a ação ou a liberdade de outros (trabalho policial, por exemplo.) Adicione uma moeda de prata, para a fortuna, e retratos e quaisquer instrumentos importantes que você possa usar em seu trabalho. Amarre-o com um fio roxo.<br />Feitiço para ter Harmonia no Amor<br />Escreva num papel com lápis vermelho o seu nome e o nome da pessoa que ama, desenhe um coração em volta dos nomes. Dobre o papel formando um quadrado, enterre-o num lugar onde crescem plantas silvestres e fale: "Amor na verdade, verdade na beleza, beleza no amor". Repita essa frase duas vezes por dia, durante dois dias.<br />Feitiço para fazer uma boa escolha amorosa<br />Coloque pétalas de rosas secas num saquinho de seda cor-de-rosa, amarre-o. Acenda duas velas cor-de-rosa e diga: "Este ou aquele, tenho que escolher. Deusa, guie minha escolha, para eu não me perder", sinta o suave perfume das pétalas de rosas e use o saquinho junto ao corpo.<br />Feitiço para resolver um problema amoroso<br />Faça um altar pondo sobre uma mesa uma toalha vermelha, uma vela branca no Sul, um incenso no Leste, uma taça com água no Oeste e um cristal no Norte, representando os quatro elementos. Concentre-se no desejo que queira ver realizado. Acenda a vela e leve o incenso até a sua chama e diga: "Assim como transformo fogo em cinzas, vou transformar ..... em ....."<br />Feitiço para encontrar um amor<br />Numa noite de Lua Nova segure meia casca de ovo e balance-a sobre um prato com terra. Encha a casca de ovo com a terra e ponha nela uma semente qualquer e diga: "Vou plantar a semente do meu sonho na terra fértil e fazer uma colheita de amor e felicidade".<br />Feitiço se perdeu um amor<br />Queime um pouco de sáliva e na sua fumaça segure uma pena branca. Com ela varra o seu corpo todo, de cima para baixo, para limpar sua aura. Mude a posição de seus anéis, pulseira, relógio, invertendo o processo de receber e dar energia (o lado direito dá e o lado esquerdo recebe energia) por uma semana. Durante este período mentalize o desejo de transformar tristeza em alegria. Este encantamento faz com que você inicie um processo de renovação.<br />Feitiço para atrair amor<br />Num dia de Lua Nova acenda uma vela roxa. Ponha perto um copo de água. Acenda um incenso de rosa ou jasmim. Pense num coração cor-de-rosa, pulsante, e diga: "Quando penso neste coração tão cheio de alegria, sinto o começo do amor e da felicidade percorrendo o meu ser".<br />Feitiço do Amor de Afrodite<br />Em uma sexta feira de lua cheia pegue:<br />- 7 velas vermelhas,uma taça de mel<br />- uma corda grande o suficiente para dar 7 nos<br />- uma fita vermelha<br />- petalas de rosas<br />- um objeto pessoal da pessoa que deseja enfeitiçar (anel, cordão...).<br />Pegue a corda e dê 7 nos, sendo que o primeiro deverá se unir ao ultimo, para cada nó que der repita um dos 7 versos do encantamento de Afrodite (que está no final do feitiço). Junte uma ponta a outra formando um circulo, jogue as pétalas dentro dele e no meio o cálice com mel. Coloque o objeto do seu amado dentro do cálice, pegue as velas e para cada nó acenda uma começando pelo primeiro, para cada vela repita um verso do encantamento de Afrodite, depois de acender todas faça a seguinte oração: "Que as forças do céu e da terra, da água e do fogo levem a minha mensagem a Afrodite pelo poder de três vezes, toda verdade vira ação, pelo poder de três vezes, três dos meus pedidos se realizarão. Que assim seja!”<br />Deixe as velas queimarem até o final, tire o objeto do mel e o enrole na fita dando sete nós, para cada nó um dos versos do Encantamento de Afrodite para completar o poder de três vezes três. Jogue o mel e as pétalas em água corrente, enterre o objeto com a fita e guarde a corda, se desejar desfazer o feitiço tire os sete nós da corda.<br />Encantamento de Afrodite<br />"Que ressalte em mim os encantamentos de Afrodite"<br />"Para tornar-me vinho da embriagues de .... (Nome da Pessoa)".<br />"Para torna-me fonte única para curar sua sede"<br />"Que minha voz seja o canto da sereia"<br />"Para tornar-me guia do seu coração"<br />"Que seja devolvida a taça que lhe servi"<br />"Para que venha me procurar"<br />Feitiço para conquista qualquer pessoa<br />Pegue 1 xícara de pétalas de rosas de jardim, 1 pauzinho de canela, 2 colheres de mel e 2 xícaras de água. Em uma noite de lua cheia, ferver as pétalas de rosas, a canela, e o mel fazendo um tipo de chá....beber ainda quente que você ficará irresistível.<br />Encantamento para afastar energias negativas<br />Faça um chá com casca de maçã, hortelã e mel. Tome o chá e concentre-se que as energias negativas estão indo embora.<br />Feitiço para saber as intenções<br />Se você quer saber se aquela pessoa te ama, ou se está apenas querendo se divertir com você, é simples: quando ele te der flores, coloque-as em água fria e peça a elas que te digam. Se o presente for de coração, as flores abrir!ao, felizes. Se for ilusão, morrerão, ou os botões não se abrirão. Agradeça de qualquer forma.<br />Encantamento para afastar a tristeza<br />Colha uma rosa e leve-a para um canteiro ou vaso à meia-noite. Cave um buraco na terra e diga: "Vá embora, tristeza. Coragem, coração! Pois toda a minha dor está sob este chão." Enterre a rosa. Afaste-se sem olhar para trás.<br />Encantamento para intuição<br />Para comunicação psíquica: faça um chá de roseira, sente-se numa cadeira confortável, enquanto toma o chá, pense em algumas pessoas que podem estar precisando de sua ajuda. Sinta uma onda de sentimentos delicados saindo de você e indo para elas.<br />Reverter Feitiço<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado se sândalo moído<br />- 1 punhado de folhas trituradas de mirra<br />- 1 folha de papel com o nome de seus inimigos.<br />Procedimento:<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião.Pegue a folha de papel e sobre ela espalhe o pó de sândalo e a mirra,repetindo por nove vezes o seguinte encantamento:<br />Lua que tudo leva<br />Lua que tudo desfaz<br />Leva longe toda treva<br />E o nó do feitiço desfaz!<br />Após ter repetido por noves vezes este encantamento,leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo.Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Feitiço do Amor<br />Feitiço para quando se quer um amor<br />Ingredientes:<br />- 1 anel de sua preferência<br />- 30 gramas de flores frescas de mil folhas<br />- 3 pêlos de um cão de caça<br />- 9 gotas de essência de rosas<br />- 9 gotas de orvalho<br />- 1 pequena ametista<br />- 2 copos de água da fonte.<br />Modo de fazer: Realize este feitiço no primeiro dia da Lua Nova,de preferência quando Vênus se encontrar no signo de Aquário.Coloque a água em seu caldeirão e leve ao fogo até que ferva.Quando estiver fervendo,abaixe bem o fogo e vá colocando os ingredientes,um a um,lembrando-se que deve,a cada ingrediente colocado,repetir o seguinte encantamento:<br />Ó Lua senhora de todos os amantes<br />Me traz um amor encantado.<br />Que ele chegue o quanto antes.<br />Por mim perdidamente apaixonado!<br />Após ter colocado o último ingrediente,apague o fogo e coloque o seu caldeirão para tomar o sereno da lua,retirando-o no dia seguinte antes do nascer do sol.Coe todo o líquido e coloque-o dentro de um vidro,junte ao anel e a ametista.Enterre o restante ao pé de uma árvore e deixe o vidro enterrado ao pé de uma laranjeira por três dias.Ao final do período exigido,desenterre o vidro,pegue o anel e coloque imediatamente no dedo.Enterre a ametista ao pé de uma roseira e despeje o líquido do vidro em água corrente,de preferência em um pequeno riacho.Lave muito bem o vidro e guarde-o para futuros feitiços.<br />Com certeza um novo amor surgirá em sua vida muito antes que a próxima lua nova retorne!<br />Para Atrair Dinheiro<br />Esse feitiço deve ser realizado apenas pelo próprio interessado, isto é, sem que haja qualquer pessoa presente. Assim que tiver obtido o resultado, deve-se passá-lo a alguém que esteja necessitando. Você vai precisar de um pequeno pote de barro, tinta dourada, 10 moedas e um ímã. Como esse feitiço deve ser realizado no período da Lua crescente, pinte o pote com a tinta dourada alguns dias antes de realizar o feitiço, para que seque completamente.<br />Na terceira noite da Lua crescente, leve o pote e o restante dos ingredientes para fora de casa. Quem mora em apartamento poderá fazer o feitiço na janela. Coloque, então, dentro do pote as moedas uma a uma repetindo para cada moeda colocada o seguinte encantamento: Lua me dê ouro, riqueza e dinheiro.<br />Quando tiver colocado a décima moeda, pegue o ímã e coloque por cima de tudo. Deixe que o feitiço pegue o sereno da Lua, até a terceira noite da Lua cheia, não se esquecendo de todos os dias recolhê-lo antes que o sol nasça. Durante o dia, o feitiço deverá ficar escondido num lugar escuro, onde ninguém o veja ou toque.<br />Cabe ressaltar que ninguém sai por aí dando dinheiro, assim, você precisa envolver-se em projetos que possam vir a gerar esse dinheiro.<br />Afastar Pessoas Indesejáveis<br />É preciso esclarecer que esse feitiço de forma alguma irá causar qualquer tipo de dano a pessoa que se quer longe de nossa vida; apenas a afastará de nosso caminho. Compre um bife e retire toda e qualquer gordura. Escreva numa folha pequena de papel o nome da pessoa que quer afastada de sua vida. Coloque o pequeno papel sobre o bife e enrole a carne, ocultando o papel. Amarre com linha preta. À noite, saia de casa levando o bife e procure o primeiro cachorro de rua que seja completamente preto. Dê a carne para ele e pense que o cão está agora levando embora essa pessoa. Volte para casa sem olhar para trás.<br />Feitiço da Sedução<br />Na última sexta-feira do mês, quando estiver anoitecendo, ofereça 3 rosas vermelhas e um pouco de cravo e canela à "Sereia-rainha", dizendo: "Sereia-rainha, mais bela do mar, me ensine o segredo de sua sedução; sentirei com você o gosto de cravo e da canela e me perfumarei com o cheiro dos dois. Enfeitarei mei quarto até amanhã com suas rosas e antes de dormir lhe darei boa-noite". Nodia seguinte , leve as rosas, o cravo e a canela para o mar.<br />Simpatia contra o Medo<br />Toda vez que estiver com medo de alguma coisa em particular, desenhe um boneco numa folha, recorte-o e escreva nele qual é o seu medo. Em seguida, às 7horas da noite, acenda uma pequena vela cor-de-rosa e queime o boneco dentro de um cálice transparente, deixando a fumaça seguir na direção da lua.Diga, então, para a lua e para você mesma:"Eu sei que esse medo é de papel.Preciso me livrar dela agora, mas peço à lua que o receba, em fumaça, e guarde-o para quando eu precisar dele, não para me assustar, mas para me alertar."<br />Feitiço do Amor<br />De manhã bem cedo, na hora do sol nascer, fique de frente para ele, de olhos fechados, e diga 13 vezes o nome da pessoa que você quer que a ame, segurando 13 pétalas de qualquer flor amarela.Em seguida, fale com o sol: "Raio de sol que desperta o dia , desperte nele[o nome da pessoa]o amor que eu espero e posso retribuir". Ofereça as pétalas ao sol em sinal de gratidão por tê-la escutado.<br />Feitiço para curar um coração partido<br />Use um círculo de tecido azul, cheio de valeriana, brotos de abeto balsâmico, matricária, murta e pétalas de rosas (branca). Pegue um coração de feltro branco cortado em dois pedaços, costure as duas partes com fio azul enquanto carrega o amuleto e adicione ao mesmo tempo as ervas. Coloque uma moeda de cobre para atrair um novo amor. Amarre-o com um fio branco. Retirado do livro "A Dança Cósmica das Feiticeiras"<br />Encantamento para a cura<br />Amarre nove nós num pedaço de barbante vermelho e use ao redor do pescoço para auxiliar na cura de males e doenças. Especialmente eficaz com dores de cabeça. Retirado do livro "Magia Natural".<br />A Pirita atrai dinheiro<br />A pirita, ou "ouro dos trouxas", é um mineral muito bonito de se ver, com estrutura geométrica cúbica e a cor brilhante do ouro. Embora de escasso valor monetário, possui uma incrível capacidade de atrair dinheiro. Compre uma pirita e mantenha-a por três dias em um copo com sal: dessa forma, as eventuais negatividades serão expulsas. No terceiro dia, numa hora diurna, pegue a pirita e segure-a por alguns minutos, sem pensar em nada específico, porém considerando-a parte de sua aura. Você sentirá a pirita esquentar e vibrar: nesse ponto, diga as seguintes palavras dirigidas ao DEVA (espírito) do mineral: "Obrigado, Deva da pirita, por teres acolhido ao meu espírito e por ter me doado o teu. Eu, (fale seu nome), peço-te que satisfaça este meu desejo (faça o seu pedido com clareza). Confio a ti e a tua energia o meu desejo. Obrigado, obrigado, obrigado". Embaixo da pirita (que não deve ser fechada numa gaveta) coloque uma cédula de dinheiro de qualquer valor. Os resultados surgirão rapidamente. Quando perceber que não tem mais necessidade da pirita, agradeça a ela por tudo o que fez por você e dê de presente a alguém que possa usufruir seu poder.<br />Rituais – Diversos<br />Ritual de Amor com o Trevo de Quatro Folhas<br />No Antigo Egito, o trevo de quatro folhas era considerado símbolo de Ísis, a Grande Deusa, e utilizado nos Rituais de Iniciação e em Rituais para o Amor e para a Sorte. Se você encontrar um trevo de quatro folhas e quiser fazer um talismã para o amor, proceda da seguinte forma: Apanhe-o, agradecendo aos espíritos por tê-lo feito achar, e não o mostre a ninguém. Escreva com tinta vermelha numa folha de papel branco, seu desejo de amor, quer se trate de encontrar o amor ou se refira a uma pessoa em especial. Seja conciso e preciso no pedido. Embrulhe o trevo com o papel e coloque-o dentro de um envelope verde. Esconda-o em um lugar secreto e todas as noites, antes de se deitar, segure com as mãos a folha de papel que contém o trevo, concentrando-se no seu desejo. Antes de recolocá-lo no envelope, diga estas palavras: "Ísis, Grande Deusa, eu, (seu nome), agradeço-te o presente que me deste e rogo-te para que satisfaças o meu grande desejo de amor. Guardarei este teu símbolo, mesmo quando tiver conseguido aquilo que desejo, em nome do amor que tenho por ti. Obrigado, Minha Senhora". Satisfeito o desejo, retire o trevo da folha de papel e coloque-o novamente no envelope.<br />Ritual de Athena para ir bem em provas<br />Faça o ritual em uma lua crescente ou cheia, se possível numa quarta feira, hora de Júpiter ou Sol.<br />- 9 Velas brancas ou amarelas<br />- um cristal de quartzo rutilado um cristal tabular cristais achatados<br />- um potinho com azeitonas, azeite de oliva, folhas de oliveira<br />- 1 pena de coruja<br />- alecrim<br />- incenso de alecrim<br />- um saquinho de pano branco ou amarelo,<br />- um cordão prateado<br />- vinho tinto<br />Trace o circulo, unte as velas com azeite de oliva e acenda-as, e também os incensos. Invoque a Deusa Athena visualizando a Senhora da Sabedoria. Veja-a vestida de branco com armadura e capacete, sua lança e a coruja pousada em seu ombro. Converse com a Deusa, diga de seus esforços no estudo e peça a Ela que aumente sua capacidade de memorização, sua capacidade de compreensão e de raciocínio. Também peça a Ela que conceda a você a capacidade de comunicar com clareza e precisão seu conhecimento. Por fim, peça que Ela tranqüilidade, calma e perseverança para usar na prova que você vai fazer. A cada pedido faça uma pausa e escute o que a Deusa vai te aconselhar. Veja que a Deusa Athena manda sua coruja pousar em você e quando ela sai de seu ombro deixa uma pena. Você pega a pena. A Deusa sopra a energia Dela em dois cristais e entrega a você. Ela beija sua testa e você sente a energia dela em você. Sua testa brilha com a energia da Deusa. VC se despede, agradecendo. Pegue os materiais do feitiço e coloque a pena, os cristais e as ervas dentro do saquinho, energize colocando na testa, passando ao feitiço a energia que você captou da Deusa Athena e amarre com 4 nós (para concretização). Trace um pentáculo de invocação da Terra sobre o saquinho com o azeite de oliva. Coma algumas azeitonas ritualmente, agradecendo a Deusa e faça oferenda de algumas sobre a Terra. Consagre beba o vinho, ofertando um pouco para a Terra. Dance e cante em honra de Athena. Erga o cone de poder. Encerre o circulo e o ritual. Use o saquinho sempre perto do corpo, especialmente quando você estiver estudando e na hora da prova. Esse saquinho pode ser reenergizado e guardado por bastante tempo.<br />Ritual para conseguir um namorado, com Freya<br />Freya, a Deusa Nórdica da beleza e do amor pode compartilhar seu poder com você para que você consiga um namorado adequado e que a faça feliz.<br />Junte em um recipiente que você considere bonito pétalas de rosa vermelha, paus de canela, manjericão e penas brancas (essa Deusa muitas vezes era representada com asas brancas) . No Dia dos Namorados ou em uma Sexta feira de Lua Crescente ou Cheia, misture essas ervas e as penas no recipiente escolhido. Mostre o recipiente para a Lua e as estrelas e diga:<br />"Freya, Mãe dos Deuses,<br />Deusa da Criação,<br />Luz que ilumina,<br />Traga amor pro meu coração<br />Traga-me os dons da beleza,<br />Traga-me os dons da paixão,<br />Traga-me os dons da riqueza,<br />Oh Freya,<br />Dons de sua natureza"<br />(Letra de Claudiney Prieto)<br />Vá repetindo os versos muitas vezes até que você faça um cântico com eles. Repita até que você se sinta bem com a sonoridade produzida. Quando você sentir o poder de Freya fluindo, vire-se para o Norte e jogue um punhado da mistura, soprando as penas, pedindo que os poderes do norte tragam seu namorado. Faça o mesmo ao leste, sul e oeste. Agradeça à Deusa e espere os resultados. Tenha em mente ao<br />realizar o pedido a pessoa adequada a você, mas não faça esse feitiço para uma pessoa determinada.<br />Ritual para conseguir uma namorada, com Baldur<br />Baldur era um Deus nórdico chamado por todos o Deus Belo, brilhante como o Sol da manhã, ele era amado por todas. Consiga 9 pequenos pedaços de topázio e nove velas amarelas. Tenha uma mistura de folhas de louro trituradas , gengibre em pó, canela e essência de almíscar. Sente no chão, faça um círculo a sua volta com as velas e os topázios ao lado. Respire profundamente e perceba que você se<br />transformou no Sol e conecte-se com Baldur dizendo:<br />"Baldur Deus bem amado,<br />traga-me seu poder,<br />Que a terra me conceda<br />Uma amada e , com amor, o prazer<br />Que ela seja feliz ao meu lado<br />E que eu seja seu namorado<br />Que o Sol brilhe em mim<br />E que Ela me encontre enfim<br />Que o Amor brilhe agora<br />E que Ela chegue sem demora"<br />Repita a mentalização ou recite os versos até sentir que a energia está adequada. Encerre o ritual agradecendo ao Deus Baldur.<br />Obs.: Todos os feitiços foram enviados através das Listas de Discussões:<br />- Abrawicca – <a href="http://br.groups.yahoo.com/group/abrawicca">http://br.groups.yahoo.com/group/abrawicca</a><br />- Caminho da Deusa – <a href="http://br.groups.yahoo.com/group/caminhodadeusa">http://br.groups.yahoo.com/group/caminhodadeusa</a>Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-69928141173496020502009-03-30T02:24:00.002-03:002009-03-30T02:53:19.239-03:00A Magia e o MagoA Magia e o Mago<br /> E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição<br />Magia: Ritual, Poder e Propósito<br />Capítulo 1 –Algumas definições e um exame geral Neste mundo imperfeito, onde é muito fácil entender mal ou ser mal interpretado, é necessário, quando escrevemos sobre um determinado assunto como Magia Cerimonial, definir cuidadosamente alguns termos. Mas, antes de dar qualquer definição, vamos discutir As idéias de magia popularmente aceitam. Agindo assim, eliminaremos muitos dos aspectos obscuros do pensamento, exatamente como precisamos fazer quando afastamos a vegetação tropical ao redor de um templo asteca oculto, e, então, se revelam as suas verdadeiras proporções e aparência. A comparação é adequada, pois o Templo da Magia tem sido inflacionado com um crescimento desinformado e cheio de idéias supersticiosas ao longo dos tempos, que, no mundo ocidental pelo menos, sua verdadeira feição e natureza se perderam. Somente entre os ignorantes e supersticiosos, por um lado, e um certo núcleo de magos informados e instruídos, de outro, é que alguma idéia da verdadeira natureza da magia foi preservada; e, no primeiro caso, ela foi tristemente distorcida e mantém relação ínfima com os fatos atuais. Como os estudantes de arqueologia e os expoentes máximos de religião comparada nos informam, a magia remonta aos primórdios da vida do homem neste planeta. Todos os sistemas religiosos, com exceção possivelmente de algumas seitas protestantes e do budismo meridional, fizeram durante um certo período, uso da magia cerimonial. Aqueles que estão interessados nos aspectos históricos desse assunto encontrarão, listados na bibliografia, no final deste livro, trabalhos de renomados experts nesse campo; entre eles estão o de Sir James Frazer, cujo o Golden Bough se tornou um clássico. Se as autoridades forem cuidadosamente estudadas, observar-se-á que, falando de maneira geral, cada religião assimila o melhor da religião antecedente, e o resto é deixado para a ralé ignorante e para aqueles sacerdotes da velha religião que não se conformam o novo. À medida que a nova religião se organiza, ela começa a perseguir os remanescentes da antiga, e esses remanescentes são empurradas para o submundo. Essa situação aflorou quando o Cristianismo emergiu de sua infância e se tornou a religião dominante do Ocidente.<br />A velha religião desintegrou-se, e a Igreja Católica absorveu muito de sua filosofia e de seu ritual, impregnando, gradualmente, todos os níveis da sociedade, até que os seguidores da velha fé fossem apenas seres rústicos, residentes em lugares distantes e isolados. Esses rústicos ou pagani, não versados na filosofia de sua religião, transmitiram uma face deturpada da mesma. Eles nunca deixaram de ser perseguidos cruelmente, mas seu número era constantemente acrescido por muitas fontes, incluindo aqueles que se rebelaram contra as posições papais. Quando, contudo, o impulso do Renascimento tornou possível quebrar o jugo de Roma, as mais piedosas Igrejas reformadas estavam tão intolerantes quanto Roma havia sido em sua perseguição às bruxas, feiticeiras e magos.<br /> A história da Europa do século XI ao XVII constitui-se em leitura aterrorizante. Com a emergência da “Idade da Razão”, a crença popular no poder maligno do mago começou a desaparecer. Simultaneamente, nos círculos protestantes ao menos, a crença religiosa começou a se deteriorar em uma formalidade que tinha muito pouca força mobilizadora. Esse nível de mediocridade na Inglaterra alcançou o apogeu na era vitoriana, quando a Física, pela boca de seus maiores expoentes, declarou “não existir lugar no universo para fantasmas”, e o presidente da Sociedade Real declarou: “Na matéria eu vejo o potencial e a promessa de toda a vida.”<br /><br />Porém, com os crescentes conhecimentos acerca do universo que o desenvolvimento moderno da ciência trouxe, tais idéias tiveram que ser consideravelmente revistas, e físicos modernos como Eddington, Jeans ou Einstein, apresentaram uma idéia da natureza e um propósito do Universo que podem ser facilmente aceitos pelo mago. Levando-se em consideração a diferença de terminologia, os magos vêm falando a mesma coisa há séculos! É, no entanto, com as modernas escolas de psicologia, mais particularmente a associada ao nome de C. G. Jung, que o mago encontra maior proximidade com o pensamento moderno. Pelo balanço curioso do pêndulo moderno, percebido por Heráclito, chamado de enantiodromia*, o que foi subjugado e obrigado à clandestinidade começa agora a aflorar para desalento dos ortodoxos *enantiodromia – de enatios, do grego, contrário, oposto. Seria a capacidade de certas forças, reprimidas por suas antagonistas, virem a substituí-las em movimento pendular. Por exemplo, a condenação medieval ao culto do corpo sendo substituída por esse culto por meio da recuperação dos ideais estéticos do renascimento(N.doT.) Mas, embora reprimida e perseguida ao longo dos tempos, a magia nunca deixou de existir no mundo ocidental. A Igreja Romana adaptou habilidosamente muito da velha magia para seus próprios propósitos; nos bastidores, a magia tradicional corria para um dos rios clandestinos das terras altas, emergindo aqui e ali à luz do dia, para então desaparecer sob a superfície. Uma dessas emergências foi a Ordem do Templo, cujos membros, os Cavaleiros Templários, foram aliviados de boa parte do ódio nutrido por eles pelos seus perseguidores; os albigenses na França foram outra; os Irmão da Dourada e Rosa Cruz, os Iluminados, os Magnetistas, os Teosofistas e numerosas outras ordens mágicas e fraternidades que surgiram na metade do século XIX estão também entre esses movimentos emergentes.<br /><br />Desses, a mais famosa e a mais iluminada, do nosso ponto de vista, é a Ordem da Golden Dawn*. Fundada sobre supostas bases rosacruzes, ela conseguiu realizar uma síntese admirável de todas as ramificações oscilantes da magia; e, a despeito de muitas vicissitudes e divisões, ainda permanece fonte da Tradição Mágica Ocidental. *Golden Dawn(Aurora Dourada) – ordem hermética fundada por mestres maçons na Inglaterra, que exercem grande influência sobre todo o desenvolvimento do Ocultismo no Ocidente, influência essa que perdura até hoje, ainda que de forma residual(N.doT.) O que foi exposto já é suficiente para uma retrospectiva geral. Agora, vamos às nossas definições. Meu dicionário fornece uma definição popular de magia, “a arte de usar causas naturais para produzir resultados surpreendentes”, definição que cobre um campo bastante vasto! Ela poderia ser aplicada a um selvagem diante do rádio, do telefone ou do avião, embora em tais casos ele concluísse tratar-se de causas sobrenaturais em ação! Um mago moderno, que escreveu bastante sobre o assunto, definiu a magia como “a arte de provocar mudanças pela vontade”. Novamente estamos diante de uma definição muito ampla – ela engloba a ação de trabalhadores tanto manuais quanto intelectuais que também, produzem mudanças com sua vontade.<br />Na opinião desse escritor, a melhor definição de magia é aquela dada por outro mago moderno, que a definiu como “a arte de causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”. Essa está de acordo com a teoria e a prática da magia, e podemos empregá-la com vantagem aqui, com devido reconhecimento à sua geradora, Dion Fortune, que foi, entre outras coisas, líder de uma bem organizada fraternidade iniciática. Tendo chegado a uma definição conveniente, somos então confrontados com outra dificuldade. O que queremos dizer com “mudanças na consciência”? Será necessário, então considerar (a) o que é consciência e (b) o que se quer dizer com essas mudanças de consciência. No próximo capítulo consideraremos a moderna visão psicológica da personalidade humana. Deve ser lembrado, contudo, que a psicologia não está suficientemente desenvolvida ainda como ciência para ser considerada uma estrutura unificada de conhecimento. Existem diversas escolas de psicologia diferindo em suas explicações dos fatos observados. Os seguidores de Freud colocam ênfase em um aspecto da vida; os seguidores de Jung enfatizam outro; os discípulos de Adler, um terceiro.<br />Como será visto adiante, a inclinação do autor é para a escola de C. G. Jung. Aliás, os escritos de Jung estão em tamanha sintonia com as tradições mágicas, que para nós é fácil compreender o sentimento, por parte de alguns colegas seus mais materialistas, de que ele tenha “caído no misticismo”. Os resultados dessa queda parecem ter sido satisfatórios do ponto de vista terapêutico, e a opinião é a de que Jung é o Darwin da Nova Psicologia. Temos consciência de que essa não é uma idéia original – outros também já o disseram -, mas nunca é demais repetir!<br />A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 2<br />A personalidade humana O problema da personalidade humana é um dos que permaneceu sem solução por muitos séculos no mundo ocidental. O pensamento oriental desenvolveu uma classificação da personalidade que esclarece muita coisa sobre os processos mentais do homem, mas a teologia dogmática do ocidente, até a época atual, vem limitando um desenvolvimento similar do pensamento ocidental sobre o assunto. Entretanto, nestes últimos anos, muitos fatores sobre os quais a religião dogmática não tem controle vêm conspirando para desenvolver uma visão mais verdadeira da real natureza da personalidade do que até aqui tem sido tem sido mostrado. A velha psicologia acadêmica lidava somente com a mente vígil, e seus métodos de pesquisa baseavam-se principalmente na introspecção da mente sobre si mesma. Mas muitos fatores que começaram a emergir apontaram para a possibilidade de a mente do homem ser maior do que se imaginava. O fenômeno observado do mesmerismo e do hipnotismo, a telepatia e as maravilhas psíquicas dos espiritualistas começaram a mostrar a necessidade de uma nova psicologia, fundada então sobre base mais ampla do que sua antecessora acadêmica. F. W. H. Myers, em seu importante livro A Personalidade Humana, esboçou a teoria geral do que ele denominou “mente subliminar”. A idéia geral (que ainda permanece válida) era a de que o pensamento consciente fosse parte da mente que estava acima de um certo nível de consciência conhecido como limiar ou entrada. Esse nível supralimiar ou acima do patamar de consciência não é, entretanto, o único nível de consciência. Abaixo dele existem outras camadas de consciência, e essas camadas são denominadas níveis subliminares ou, geralmente, o “subconsciente”. Assim, a mente humana, de acordo com essa hipótese, é dual, tendo um nível consciente ou vígil e um subconsciente, que permanece abaixo do limiar. Myers mostrou que todos os fenômenos que ele estava considerando podiam ser explicados com aceitação de que, sob certas condições e por meio de certos canais, o subconsciente podia entrar em erupção e emergir para a vida vígil. Ele mostrou também que esse nível subconsciente de pensamento era muito maior em extensão e potencialidade em relação ao nível consciente da personalidade. O símile usualmente empregado é o do iceberg, cuja maior parcela esta oculta pelo oceano. Tal símile é excelente, uma vez que o comportamento dessas montanhas de gelo muito se aproxima do comportamento da própria mente. Acontece freqüentemente de o iceberg, embora o vento possa estar soprando sobre uma de suas extremidades, se mover na direção contrária, uma vez que seu gigantesco corpo submerso sofre muito mais os efeitos das correntes marítimas bem abaixo da superfície. Assim se dá com a mente humana. Sobre essa nova concepção, uma nova psicologia começou a ser construída, e dois homens sobressaíram como pioneiros. O primeiro foi Sigmund Freud, e o segundo, seu aluno C. G. Jung.<br /> A psicologia freudiana é familiar para o público em geral devido sua insistência sobre o elemento sexual na doença psicológica. Jung discordou dessa versão radical e, gradativamente, criou o que é conhecido como a “Escola de Zurique”. Do ponto de vista do mago, não resta a menor dúvida de que Jung está mais próximo dos fatos do que os freudianos, e são certos aspectos do seu sistema que destacarei resumidamente. Está entendido que, por trás da vida manifestada de animais e homens, existe uma força impulsionadora que tem recebido muitos nomes. Os psicólogos se referem a ela como libido ou, algumas vezes, como Id. Esse impulso básico se manifesta naquilo que é chamado instinto fundamental e, na classificação comum, ele costuma ser divido em três, a saber: instinto de auto-preservação ou vontade de viver; instinto sexual ou vontade de criar; e instinto de clã ou impulso social. A esses três, Jung acrescenta um quarto instinto, que ele reivindica como prerrogativa unicamente do homem – o instinto de religiosidade. Esse instinto é o contrabalanço dos três impulsos biológicos dos instintos primitivos e é, portanto, parte essencial da constituição do homem. Qualquer que seja o sistema psicológico adotado, se não tiver esse ponto essencial, falhará em cobrir plenamente o domínio da personalidade humana. Embora, nos primórdios do homem, os três grandes instintos predominassem, mesmo lá o instinto religioso já estava atuando. À medida que a humanidade evoluía, a mente consciente gradualmente desenvolvia e começava a abrandar a intensidade de alguns impulsos instintivos, direcionando essas energias para novos canais. Mas isso era feito de maneira ignorante e irregular, de forma que um atrito considerável ocorreu na mente do homem. Com o advento do Cristianismo e a violenta reação contra as velhas crenças, essas repressões dos instintos naturais tornaram-se intensificadas e gradualmente passaram a ser aceitas como parte da própria fé cristã, até que, no período vitoriano, alcançaram o ponto culminante.<br />A mente consciente, afirmando-se de acordo com um código de ética, era a mais elevada realização da evolução humana. Mas isso resultou no aumento gradual do que é, em parte, a doença do mundo ocidental – a “psiconeurose”. Existem, naturalmente, neuróticos em todas as raças, mas de longe o maior número deles se encontra nas civilizações ocidentais. Os poderosos instintos, ao serem obrigados a se voltar para si mesmos, tornaram-se deformados e pervertidos, e a energia que deveriam trazer para as elaborações da mente consciente, caso fossem adequadamente dirigidos ou “sublimados”, se perde no atrito interno, dando a sensação de frustração tão comum no Ocidente. Essa repressão do poder dinâmico do indivíduo resultou no estabelecimento de forte linha de clivagem entre os níveis subconsciente e consciente da mente. Mas é óbvio que será somente trazendo à mente consciente o poder dinâmico depositado abaixo do limiar que as atividades do homem poderão alcançar seu verdadeira nível. É justamente tal libertação do subconsciente que se constitui o objetivo da moderna psicoterapia, e é isso também que se almeja na magia moderna. Isso não significa que os instintos primitivos possam ser libertados em sua forma mais grosseira, mas ao contrário, sua energia deveria ser canalizada e redirigida para outros canais.<br /> Deveria haver, contudo, similaridade natural entre a energia que está sendo redirecionada ou “sublimada” e o novo canal de expressão que lhe é oferecido. Um exemplo disso é a recomendação freqüente dada a adolescentes perturbados por seus excessivos impulsos sexuais: “Façam esportes, ginástica, etc., e trabalhem” Algumas vezes o remédio dava certo - com mais freqüência fracassava, aparentemente aumentando o impulso que deveria diminuir. Isso acontecia porque o canal para a primeira tendência biológica havia sido usado para a força pertencente ao segundo impulso. O esporte é uma maneira esplêndida de sublimação do instinto de auto-preservação, e as associações grupais que propicia também formam um bom canal para o instinto gregário, mas eles são inadequados para o instinto sexual, que é essencialmente individualista e criativo.<br />Hoje em dia, o conselho geral a esses sofredores é que se engajem em trabalhos criativos e busquem as artes para que possam criar, manufaturar, produzir nem que seja um banco rústico para seu jardim. Tais tarefas oferecem excelente fonte de sublimação. Não se pode pensar que a totalidade da energia de tais instintos possa ou deva ser sublimada, mas essas energias básicas deveriam ser aproveitadas para o desenvolvimento contínuo do espírito do homem. É aqui que o quarto instinto apontado por Jung surge, pois é a contraparte que vai atrair o desenvolvimento do homem na direção das grandes altitudes, e podemos, com vantagem, comparar esse quarto impulso com o que os ocultistas chamam de eu superconsciente ou eu superior, e o mago chama de anjo guardião. A pesquisa psicanalítica moderna aponta na direção da existência, o inconsciente ou subconsciente, de certos níveis ou camadas de desenvolvimento, e a mais profunda dessas camadas liga o indivíduo não apenas à mente de seus vizinhos imediatos, mas, sucessivamente, ao processo mental de toda a humanidade abaixo de certo nível e, abaixo disso, novamente com a consciência do reino animal e vegetal.<br />Isso leva a crer que, assim como nossos corpos têm dentro da sua própria estrutura as marcas de seu desenvolvimento evolutivo oriundo dos reinos mais inferiores da natureza, nossa mente mostra linha similar de evolução. Existe o que é denominado “subconsciente pessoal”, que consiste de idéias, emoções e memórias, algumas das quais foram empurradas para baixo do limiar, porque nos recusamos a reconhecer até para nós mesmos que seríamos capazes de tais pensamentos. Esses grupos de pensamentos carregados com energia emocional são conhecidos como “complexos” ou “constelações”, e onde eles tiveram seu reconhecimento recusado tendem a se desgarrar da unidade geral e tornar-se semi-independentes. Diz-se então que se tornaram “dissociados”, e são esses complexos dissociados, juntamente com toda gama de experiências esquecidas, memórias e emoções que se configuram no “subconsciente pessoal”.<br /><br /> Ao nos aprofundarmos ainda mais, vamos nos deparar com aquelas emoções e pensamentos, aquelas imagens primordiais que compartilhamos com toda a humanidade, não somente com a humanidade atual, mas também com a humanidade passada. Esse “inconsciente coletivo” é e foi background condicionador da nossa mente subconsciente, e as imagens e memórias sepultadas em suas profundezas exercem influência sobre nossas vidas que, embora desconhecida para nosso eu vígil, é extremamente poderosa. Sabe-se que o inconsciente, pessoal ou coletivo, trabalha por meio de figuras ou imagens, pois a palavra é um desenvolvimento comparativamente recente.<br />Assim sendo, diz Jung: “Quem fala por imagens primordiais, fala com mil línguas: agarra e sobrepuja, e, ao mesmo tempo, eleva o que tira do individual e do transitório pessoal à esfera do eterno, exalta o quinhão pessoal à dimensão do homem e, assim, libera em nós todas aquelas forças úteis que desde sempre vêm capacitando a humanidade a se auto-resgatar de qualquer desastre e a sobreviver à mais longa das noites.” A magia, com suas origens no passado imemorial, faz exatamente isso, fala ao subconsciente do homem por meio de linguagens arcaicas de seus símbolos e rituais, e então produz “mudanças na consciência” que o mago tanto busca. Assim foi também com o Senhor Jesus que: “Sem a parábola, não se dirigia a eles”.(Marcos IV, 34). Podemos resumir tudo o que foi dito neste capítulo dizendo que a melhor escola de psicologia moderna estabelece a existência de quatro níveis mentais, a saber: (A) a mente consciente desperta (B) o subconsciente pessoal (C) o subconsciente coletivo (D) a supraconsciência* *Esse termo, na verdade, foi abandonado pela psicologia atual e recuperado por uma escola bem moderna surgida nos EUA com o nome de “mente transpessoal”, que também dá nome a esta linha – a “Psicologia Transpessoal”.(N.doT.) Todos esses são aspectos da mente, mas desses, só estamos conscientes de um, a mente em seu estado vígil. Embora todo o restante constantemente nos afete, com freqüência descobrimos que as correntes misteriosas e ocultas do eu profundo nos impelem por caminhos que conscientemente não escolhemos.<br />Ter capacidade de se tornar consciente do jogo das correntes ocultas e dirigi-las na tarefa de conduzir a vida pelos caminhos da sabedoria e da paz é o desejo ardente de qualquer mago ao olhar para as profundezas de seu ser; e, ao vislumbrar a centelha da luz eterna que é o seu verdadeiro centro, ele exclama em nome e pelo nome da centelha: “Eu a onipotência ao meu comando e a eternidade à minha disposição!”<br /> A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 3<br />A Tese Mágica Deixando de lado toda a multidão de detalhes que rodeiam o assunto, devotaremos esse capítulo à consideração da teoria mágica do homem e do universo. A tradição da magia afirma que o universo é uno e que nenhuma parte desse universo está in esse separada da outra. Como diz o poeta, “tudo não passa de parte de um Todo estupendo”. Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas. Isso pode ser condenado como mero “panteísmo”, mas, na realidade, não é assim, pois por trás da unidade subjacente que expressa a si mesma no universo real, existe aquilo de que a alma universal, o conjunto da vida e da forma não passa de expressão. “Tendo criado o Universo com um Fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço”, diz a deidade na escritura Hindu, o Bhagavad Gita. Um deus imanente e também transcendente é o deus do mago. O uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas do caos e da noite antiga, e essa reflexão do supremo, conhecida como Adam Kadmon, traz a ordem ao caos. Como descreve um ritual de magia: “No começo havia o Caos e as Trevas e os portais da Terra da Noite. E o Caos clamou pela unidade. Então, ergueu-se o eterno. Diante do brilho desse Semblante, as Trevas recuaram e as Sombras fugiram.” Essa reflexão profunda, o Adam Kadmon ou o Grande Homem da Cabala, é o Logos “por quem todas as coisas foram feitas”,o brilho de sua glória e a imagem expressa da sua pessoa. Entretanto, nada nesse universo que não seja parte integral do Logos. Todas as coisas subsistem nessa unidade subjacente, como afirma o poeta grego citado por São Paulo “... pois nós também somos Seus rebentos”. A alma humana é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo. Na magia, costuma-se dizer que o homem é o microcosmo dentro do macrocosmo, o pequeno universo dentro do universo maior. Para o mago, não existe algo que se pareça com a chamada “matéria morta” no sentido vitoriano. Na verdade, porque sua visão é devido ao fato de já subsistir como parte da vida eterna, é que qualquer coisa material pode existir no tempo e no espaço. O que vemos “aqui embaixo” como um pedaço inerte de metal é, para o mago, a aparência material de inumeráveis centros de energia saindo dos mundos invisíveis para o centro vivo de tudo. “O Espírito do Senhor preenche a Terra”, e para o verdadeiro mago nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão da vida do Eterno.<br />Isso é declarado no ritual pelo adepto iniciado, que proclama: “Não existe parte de mim que não seja dos Deuses.” “Os Deuses”. Será que os magos acreditam em muitos deuses? Sim, mas a visão que têm de sua natureza não é bem aquilo que se poderia esperar deles. Eles encontram no universo invisível um campo de poder no qual inúmeras forças interagem, cada qual sendo um aspecto do Supremo. E, nessas energias cintilantes e dançantes, eles vêem a unidade de uma vida, filhos de Deus, que evoluíram em universos precedentes e que, agindo como canais perfeitos para o supremo poder, são como lentes vivas através das quais o poder é emanado para baixo. Eles são os Dyans Chohans das escrituras orientais, os Ministros, Chamas do Fogo da Bíblia; e aquele raio de Seu ser essencial que flui da Unidade e é refocalizado no tempo e no espaço é a “substância” no sentido teológico da qual se compõe o universal “real”, no qual as qualidades secundárias daquilo que chamamos de matéria se manifestam – criando os “acidentes” da teologia. Dessa maneira, na filosofia da magia, não existe tal coisa como “matéria morta” per se.<br />Toda a matéria, toda manifestação não passa de expressão de toda vida que tudo permeia – na verdade, é esta vida em uma de suas inumeráveis formas de existência. Acreditando, assim, na estrutura viva do universo, o mago conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio de Seus Ministros, também nos planos mais densos e mais inferiores de sua auto-expressão, inúmeras hostes de inteligências menores implementam Seus planos – “Anjos e Arcanjos, Tronos, Dominações, Principados, Virtudes, Poderes; Querubins e Serafins , Ashin e todas as Hostes Celestiais imemoriais” -, cada uma no seu nível. O mago, vendo como o Supremo “constitui os serviços dos anjos e dos homens em ordem perfeita”, não se vê como um estranho no universo nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade, e diz o velho iniciado grego: “Eu sou a criança da Terra, mas minha raça veio das Estrelas dos Céus.” Desviando o olhar das moradas celestiais, o mago se vê em Malkuth, o Reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto a realidade por trás das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico. “Não sabeis que vós sois deuses”, diz a escritura cristã, e um poeta moderno cantou: “Saiba disso, oh, homem, a raiz úncia da falha em vós é não reconhecer a vossa própria divindade”. Na entrada do Templo do Oráculo de Delphos na antiguidade estava gravada a seguinte inscrição: “Gnothi Se Auton” – Conhece-te a ti mesmo!<br /><br />A percepção da verdadeira natureza do eu é a meta do verdadeiro mago. Seguindo esse princípio e mirando seu interior, o mago contempla um mundo decaído. Ele vê que o plano primordial sobre qual o homem foi formado lá está, brilhando por todo o universo como a suprema harmonia e beleza e, através dessa luz, ele vê o ideal no qual o seu verdadeiro eu está fundamentado e pelo qual é sustentado. Então, olhando para o exterior, ele vê em sua própria natureza e na natureza de tudo que o cerca as provas da queda e o potencial da perfeição. Mas em meio a essa queda ele vê as provas do retorno e, mediante o sofrimento de miríades de vidas, percebe que o caminho da salvação é o caminho do sacrifício. Assim ele formula o velho axioma hermético Solve et Coagula que pode ser reconstituído como “Dissolve e reforma”, ele usa os ritos da Alta Magia para efetuar a dissolução e a reformulação. Mas o que é dissolvido, e o que é reconstituído? Não a eterna centelha que “alumia o todo homem” – ao contrário, é o ego pessoal que, por tanto tempo, vem sendo visto por ele como seu único e real ser; essa personalidade à qual ele tenazmente se agarrou e defendeu, mirou e serviu; não passa de sua persona essa máscara que encobre o homem real, que tem que ser dissolvida e reformada. Mas como aquilo que é imperfeito pode produzir a perfeição? “A natureza desassistida fracassa”, diziam os antigos alquimistas, e nas escrituras lemos “Somente o Senhor edifica a casa, o trabalhador trabalha em vão”. Assim, o mago, com toda humildade, procura o conhecimento e a conversação com o seu Sagrado Anjo Guardião – aquele verdadeiro eu, do qual a personalidade terrena é apenas uma máscara. Esse é o objetivo supremo do mago. Tudo mais, trabalhos e encantamentos, rituais e círculos, espadas, baquetas e fumigações, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final. Então, tendo-se unido a esse verdadeiro eu – mesmo por um tempo breve -, ele é instruído por esse governante interior na Alta Magia que um dia elevará a sua humanidade à sua divindade e então realizará aquilo que os mistérios verdadeiros vêm sempre declarando o objetivo verdadeiro do homem – a deificação.<br /> A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 4<br />Instrumento da Magia É natural que os instrumentos da arte mágica costumem excitar a imaginação dos estudantes, e é justamente nessa palavra “imaginação” que se encontra a chave para o uso dos vários “aparatos” empregados pelo mago. Nesse negócio de “causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”, o uso correto da imaginação é de importância elementar. Vamos, então, abordar essa faculdade da imaginação Ela pode ser definida como o poder da mente em formar imagens mentais. Partindo dessa definição, veremos que as atribuições consagradas por seu uso, pelo chamado “homem prático”, são muito mais amplas do que se pensa, pois qualquer coisa a ser construída no nível prático precisa antes ser construída como ilustração imaginativa. O que o “homem prático” acha, obviamente, é que qualquer esforço imaginativo que não deságüe imediatamente em ganho material constitui-se em desperdício de tempo e esforço. Novamente, tal idéia está longe de ser verdadeira, pois muitas “imaginações”, que nunca trouxeram ganhos imediatos, abriram canais por onde tais concretizações pudessem ocorrer e também resultaram em realizações políticas e sociais duradouras. É evidente, portanto, que o “homem prático” está longe de ser a melhor autoridade.<br /> O que os psicólogos têm para dizer? Eles lidam com a mente em seu trabalho quotidiano e podem ser capazes de nos dar o quadro mais verdadeiro. Vamos retornar por um momento à nossa consideração sobre a personalidade humana. Nós a dividimos em três níveis – consciente, subconsciente e superconsciente – e sugerimos que os dois últimos são de maior importância em relação à mente consciente e vígil. Contudo, a mente consciente é parte com a qual estamos trabalhando e evoluindo neste planeta e por essa razão ela tem que ser a autoridade dirigente em qualquer processo de trabalho mágico e mental. Concedendo-lhe tal autoridade, precisamos também definir os limites dessa autoridade. Ela pode e deve dirigir, mas o trabalho tem que ser verdadeiramente feito no nível subconsciente. A mente subconsciente é mais velhas, em termos de desenvolvimento evolutivo, do que a mente a consciente e retém um traço de seu passado imemorial que, como já dissemos, se processa por imagens e não por palavras.<br />Cada um dos cinco sentido físicos envia para o cérebro uma série de imagens visuais, tácteis, auditivas, olfativas, gustativas, essas imagens são relacionadas na mente subconsciente com as suas emoções correspondentes. Se, entretanto, alguém introduz imagens cuidadosamente selecionadas na mente subconsciente, pode, então, evocar uma emoção correspondente. Uma vez que as emoções são aspectos subjetivos da energia instintiva que jorra dos níveis mais profundos da mente, fica claro que, pelo uso correto de tal evocação consciente, o “potencial” ou pressão da vida na personalidade pode ser imensamente intensificado.<br />Podemos ver isso em sua forma pervertida na força descomunal mostrada por alguns lunáticos em seus momentos de insanidade ou, novamente, em sua forma mais elevada e admirável, na maneira como nos erguemos diante do perigo repentino e realizamos façanhas que seriam impossíveis em condições normais. O fenômeno do hipnotismo nos mostra a mesma coisa, dentro de condições em que podemos estudar à vontade. No hipnotismo descobrimos que, uma vez que a fronteira ou “limiar” foi ultrapassado e os níveis do subconsciente autorizados a aflorar, qualquer imagem introduzida nesse momento terá efeito direto sobre o dinamismo da personalidade. Em muitas escolas de pensamento místico e oculto, baseadas em fontes orientais, grande ênfase é dada à importância da meditação, e os sistemas de ioga do Oriente são utilizados como métodos de treinamento. Porém, quaisquer que sejam as vantagens da ioga, constatou-se que as desvantagens da aplicação da ioga do Oriente em corpos ocidentais são consideráveis, e por essa razão, se o mago ocidental usa a técnica iogue, ele emprega um sistema modificado, adaptado para o uso ocidental. Dentro dos métodos puramente mentais de meditação, há a insistência no controle e na inibição dos sentidos corporais – diz-se que isso se faz necessário para calar pensamentos indesejados, manter a mente fixada de maneira irremovível sobre um único pensamento e recusar a permissão de qualquer estímulo sensorial distraia o praticante do objeto de pensamento escolhido.<br />No sistema mágico, contudo, as imagens que saltam na mente, procedentes dos vários sentidos, são usadas como “sugestões” para a mente consciente, a qual, devido a condição particularmente sensitiva, foi induzida a seguir a linha sobre a qual está se concentrando. Isso é uma forma de jiu-jitsu psíquico, no qual o verdadeiro poder das impressões dos sentidos é utilizado para tornar a mente consciente imune a essas distrações (dos sentidos). Antes, contudo, que tais imagens possam produzir esses efeitos, duas coisas devem ser feitas. Primeiro, a mente tem que ser “condicionada” à imagem.<br />Consciente e persistentemente, a imagem têm que ser conservada na mente e associada a emoção relacionada à mesma, até que, com a imagem mantida, automaticamente a emoção jorre no nível subconsciente. Segundo, tanto pelo próprio desempenho do ritual como por algumas formas de auto-hipnose, o limiar da consciência deve ser diminuído, para que o nível subconsciente possa emergir dentro da consciência e se tornar disponível para o poder sugestivo da idéia escolhida. Assim como todos os instrumentos mágicos – a espada, a baqueta, a taça, o pentáculo, os círculos, os triângulos e senhas, as velas, as vestimentas, o incenso, as palavras sonoras de invocação e os nomes “bárbaros” evocação -, tudo trabalha por um processo sugestivo cumulativo sobre a mente subconsciente. Essas sugestões cumulativas resultam no que pode ser chamado numa mudança da “marcha” menta, e ,por conseguinte, retornamos à nossa definição anterior de magia como “a arte de causar mudança na consciência pela vontade”.<br /><br />Os níveis de consciência alcançados vão depender dos símbolos usados, e também da quantidade de associações conscientes de idéias que os estudantes tracem. A magia, longe de ser uma superstição irracional, está baseada, como será observado, em profundas leis psicológicas e possui sua própria técnica especial. Não estamos aqui comprometidos com os sistema oriental de magia, uma vez que este livro é escrito para as pessoas do Ocidente e se baseia na teoria e prática das escolas ocidentais. A “Tradição Ocidental”, para lhe dar o seu nome técnico, é uma estrutura composta que engloba as técnicas de magia de todos os povos do Mediterrâneo, por um lado, e os sistemas mágicos dos povos celtas e nórdicos, por outro. O homem leigo, se dá-se ao trabalho de discutir sobre magia, normalmente emite uma idéia preconceituosa, baseada nos fragmentos da prática mágica medieval. Tais fragmentos, originários dos Grimórios mágicos, fornecem um quadro muito imperfeito do que a Magia do Ocidente realmente é, mas são normalmente usados pelos nossos críticos como prova de quanto são tolos e supersticiosos os praticantes da magia. Contudo, a mesma linha argumentativa poderia ser seguida por qualquer crítico, digamos, a respeito da Igreja Romana, e, de fato, a própria expressão Hocus Pocus , que é geralmente dirigida contra a prática da magia, é a distorção protestante da parte mais solene da Eucaristia Cristã – Hoc Est Enim Corpus Meum – Este é o meu corpo.<br />Foi por certos abusos e superstições que essa locução passou a ser usada contra o padre católico romano como contra o mago. Contudo, o critério mais equilibrado e verdadeiro é considerar o melhor, e não o pior, em qualquer instituição humana. Eqüidistante de qualquer afirmação feita pela Igreja Católica sobre ela ser um corpo sobrenaturalmente organizado, ou pelos adeptos da magia de serem detentores de uma sabedoria que tem sido transmitida desde “tempos imemoriais”, é evidente que suas respectivas organizações são compostas por seres humanos falíveis, cujas falhas e imperfeições irão inevitavelmente afetar a apresentação de suas crenças e doutrinas.<br />A Tradição Ocidental afirma ser ela própria herdeira de um corpo de conhecimentos e práticas, que vêm sendo transmitidos desde a mais remota Antigüidade, e que a filosofia central em torno da qual ela se organiza é o corpo místico do ensinamento hebreu, conhecido como Cabala. Essa palavra em si conduz a idéia de segredo, uma vez que ela significa transmissão do conhecimento oral, “de boca a ouvido”, e, sem dúvida, essa tradição oral antecedeu de muito a compilação e edição de obras, tais como o Sepher Yetzirah, um dos pilares da Cabala. Em todos os sistemas de treinamento mágico ou místico, sempre vamos encontrar ao lado de certos ensinamentos filosóficos, um símbolo ou um grupo de símbolos, com significação especial para os seguidores do sistema. Tais símbolos são conhecidos no Oriente como “mandalas”, e alguns são extremamente complicados.<br />Na Tradição Ocidental, o glifo ou símbolo composto, base de todo seu ensinamento místico, é o diagrama conhecido como A Árvore da Vida, e este glifo é descrito como o “mais poderoso e abrangente do universo e da alma humana”. É sobre a Árvore da Vida que todos os elaborados detalhes da Magia Cerimonial do Ocidente estão baseados. Se, por exemplo, o mago está tentando uma operação de Júpiter, ele usará as propriedades que estão associadas a Júpiter, na Árvore da Vida. Por exemplo, ele deverá usar uma túnica azul-clara, queimará incenso de cedro, acenderá quatro velas, e usará o nome hebreu da Esfera de Júpiter. Notem que o mago está usando o princípio da “associação de idéias”, mas é necessário destacar que tais associações dependem primeiramente do vínculo mental entre os vários detalhes e a idéia central. Esse vínculo pode ser criado voluntária ou involuntariamente. No primeiro caso, isso é feito associando-se as idéias de forma consciente e deliberada; no segundo caso, a associação é imediata e subconsciente.<br />Fazer um nó num lenço serve como um lembrete de que se tem que comprar alguma coisa em particular; esse é um exemplo da primeira categoria, enquanto a associação entre, digamos, salsichas e aviões é um exemplo natural da segunda. Tais associações involuntárias freqüentemente parecem ser mais poderosas do que as criadas deliberadamente, pois elas representam as operações diretas da mente subconsciente. Mas os vínculos de associações deliberadas podem ser igualmente poderosos se forem corretamente construídos, e esse treinamento da imaginação pictórica que é a base da prática mágica. Por intermédio desse treinamento deliberado torna-se possível ligar certas imagens pictóricas ou sensoriais com suas emoções correspondentes, e a associação dirigida faz com que a resposta emocional apropriada surja sempre que as imagens sensoriais são recebidas.<br />Tudo isso, no entanto, ainda está na superfície da consciência. Se quisermos que a nossa esteira de associações funcione com o poder da evocação mágica, então precisamos usar alguns apetrechos para com eles imprimi-la em níveis mais profundos da mente subconsciente, onde ela será capaz de produzir resultados definidos. Para esse fim, alguns apetrechos auto-hipnóticos podem ser empregados, como por exemplo o rosário ou até mesmo a repetição silenciosa do próprio ritual. O rosário, é claro, comumente associado à Igreja Católica, mas os muçulmanos e os budistas usam-no como instrumento de concentração. Outro apetrecho técnico auto-hipnótico é o que é conhecido como “luzes faiscantes”. Porém, antes que a evocação do subconsciente possa ser realizada de forma segura, é necessário que se faça algum trabalho nas bases do caráter, e isso será discutido no próximo capítulo.<br />A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 5<br /> Os Reis de Edom O treinamento do caráter, para o mago, é algo muito diferente do que o homem comum considera ser, pois o treinamento do caráter mágico envolve a reeducação firme e objetiva de ambas as mentes – consciente e subconsciente. Os métodos normais de construção do caráter concentram-se quase inteiramente sobre a mente consciente, atingindo níveis subconscientes apenas superficialmente, se tanto. Não se deve pensar, entretanto, que o mago é transviado na direção oposta. Ele cultiva de igual forma os níveis consciente e subconsciente, mas uma vez que percebe que o subconsciente é a maior parte da mente, ele naturalmente tende a dar-lhe a maior parte de sua atenção. Quando, seguindo o postulado oculto, o mago deita seu olhar interno sobre sua própria personalidade, ele vê, como dissemos antes, que essa personalidade é em grande parte imperfeita e descosturada, e percebe que antes que uma verdadeira superestrutura possa ser construída, será necessário demolir muito do atual edifício. Surge, então, a questão do quanto pode ser demolido com segurança, e como deve ser o teste que dirá qual a parte que deverá vir abaixo e qual deverá ser preservada. Isso envolve a consideração do que constitui o mal, uma vez que é evidente que serão os aspectos malignos da personalidade que serão derrubados.<br />Mas como podemos ser capazes de definir o que é o mal? Muitas coisas consideradas “más” por algumas pessoas não o são por outras! Existe algum teste básico pelo qual poderemos avaliar? A resposta é que existe um tal teste que é fornecido pelos sistemas cabalísticos na história de Abraão e os Reis de Edom. Essa história se encontra no Gênesis, capítulo XIV, e para nossos objetivos vamos resumi-la aqui. Aqueles que preferirem, poderão então ler a narrativa na íntegra. Resumidamente, Abraão armou uma expedição punitiva e derrotou as forças inimigas, libertando seu sobrinho. Aqueles contra quem lutou são chamados “Reis de Edom”, e nos textos cabalísticos são mencionados como “aqueles que reinaram, antes de haver um Rei em Israel”. Ao retornar da Batalha, onde aniquilou os Reis, Abraão foi parado por um misterioso ser – Melkisedek, Rei de Salém, Sacerdote do Deus Altíssimo, que ministrou-lhe a mística Eucaristia do Pão e do Vinho, e o abeençou. Na Epístola aos Hebreus, esse Melkisedek é descrito como “sem pai nem mãe, não tendo dia de início e nem de fim de vida, e que perseverou no Sacerdócio para sempre”. As probabilidades são que essa história pode ser lida em sua versão desmistificada.<br />O chefe nômade Abraão, em aliança com outros, derrota o inimigo comum e é abençoado pelo sacerdote local. Os cabalistas, entretanto, liam os livros do Velho Testamento de uma maneira um tanto quanto diferente.<br /> O Tora, a divina “Nemos”, como era descrita, era o Corpo da Lei, mas, assim como é inerte e inútil se não for animado*, assim a Lei da escrita era útil inútil sem o seu espírito conformados – a Cabala. Assim, nessa história de Abraão e os Reis de Edom, cada personagem representa parte da personalidade humana, e a ação da história mostra a interação dessas partes da mente. *usado nesse contexto como movido pela anima ou alma. Antes, porém, de tratar das aplicações mágicas e esotéricas da história em questão, vamos considerar o problema do mal em si. O que é “mal”? A Doutrina Mágica afirma que há vários tipos de mal, alguns dos quais, para se usar um paradoxo, não são males! O primeiro tipo de mal é a resistência inata da forma à força. A forma organizada opõe resistência a força do livre movimento, mas essa própria restrição e oposição propiciam o controle e o direcionamento da força. Na vida física, observamos que o atrito entre os pés e o solo habilita-nos ao movimento para frente. Num mundo onde não tivesse atrito, caminhar seria impossível, e a força seria ineficiente – e esse princípio de restrição funciona para outros campos. Pela restrição da câmara de compressão, do cilindro e do pistão, o vapor é comprimido e posto para trabalhar.<br /> Assim, esse mal da “inércia” não é na realidade, um mal verdadeiro, mas parte da engrenagem desse universo em evolução. Existe, entretanto, uma forma de inércia que ultrapassa essa normal e benéfica que, essa sim, pode ser verdadeiramente chamada de mal. É a inércia da amorfia e do caos – o “Aborto do Espaço”, as Areias Movediças Cósmicas. Aqui não há resistência definida – não existe o trampolim a partir do qual a vida possa galgar maiores altitudes. Mas da mesma forma como as areias movediças não permitem a “decolagem”, arrastando para baixo tudo que nelas cai, assim se dá com o caos cósmico. A vida emergente, não achando resistência, não encontrando sustentáculo para sua alavancagem, pode ser absorvida e tornada impotente nesse “Caos e Escuridão, e nos Portões da Terra da Noite”.<br />A terceira forma de “mal” é chamada de “força desequilibrada”. Aqui uma força ou energia completamente boa e utilizável foi deslocada no espaço ou no tempo, e o desequilíbrio resultante é definitivamente mau. Vamos analizar um ou dois exemplos de tais forças desequilibradas. O carvão na lareira está servindo a um propósito útil e benéfico, aquecendo o ambiente. Mas, se ele cair no carpete, imediatamente se tornará mau. Incendiará o cômodo, causará prejuízo, podendo provocar perda de vidas. A água no banheiro é boa, mas se essa escapar do banheiro e descer as escadas, será má. Estes dois exemplos podem servir como exemplo de deslocamento no espaço. Existem também deslocamentos no tempo. Esses podem ser de dois tipos: reversão para o passado ou antecipação do futuro. Reversão para os padrões morais e éticos de um nível inferior e mais primitivo da cultura humana é mau para o moderno mundo civilizado, uma vez que se trata de uma regressão definitiva no processo de evolução. Mas seria igualmente mau se, com as limitações e perspectivas mentais dos dias atuais, a pessoa alcançasse o futuro distante e tentasse materializar, com as condições do século XX o estágio civilizatório que possivelmente virá a ser a norma das pessoas de, digamos, daqui a 10 mil anos. Para usar uma observação expressiva, este autor ouviu o seguinte: “O leão pode deitar-se com o cordeiro, mas ele precisará alterar seus sistema digestivo completamente”. Essa antecipação do futuro é a falácia por trás da atitude pacifista. Uma vez que tal atitude só é viável em uma comunidade bem politizada, é claramente insustentável como política nos tempos atuais. Aqueles que porventura sintam que isso é uma condenação cínica do que temos sido ensinados pelos grandes doutrinadores religiosos, nós os remetemos aos “Conselhos de Perfeição” dos católicos. Sempre a idéia do futuro tem que ser vislumbrada, mas embora essa versão deva ser força de inspiração com tendência à sua própria realização, o estabelecimento prematuro de tais condições é mau. Esses tipos de mal podem ser chamados positivos, mas existe também o que pode ser chamado de mal positivo-positivo.<br />Aqui chegamos num ponto que, nos dias modernos, costuma ser freqüentemente negligenciado – a existência do mal organizado. É como se a ressaca materialista do século XIX tivesse levantado algumas inibições inconscientes na mente do homem moderno, tornando-se, desse modo, extremamente difícil para ele perceber que o mal organizado pode existir e existe, não só no plano físico, como no suprafísico. As bestialidades premeditadas realizadas durante a Segunda Guerra Mundial deveriam ter aberto os olhos de alguns de nossos idealistas para a possibilidade do mal organizado. Dissemos “deveriam ter” deliberadamente, uma vez que alguns amigos nossos – idealistas até o âmago – nos contaram recentemente que todas as histórias das atrocidades eram absolutamente sem fundamento, pura propaganda, já que “ninguém poderia ser tão mau a ponto de fazer tais coisas!”.<br /> Sugerimos que eles deveriam comparecer aos tribunais e ver um pouco das provas fornecidas em alguns dos casos mais sórdidos que vieram a ser julgados. A sugestão foi recusada com uma manifestação de emoção tal, que sugeriu que o Velho Adão não estava inteiramente extinto, mesmo em seus corações pacifistas! Todas as antigas religiões falaram sobre o mal espiritual organizado, e a fé cristã o personificou em Satã. São Paulo fala de tal mal organizado nos níveis suprafísicos quando diz: “Pois que não combatamos contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Poderes, contra os Dirigentes das Trevas do Mundo Atual, contras os Espíritos da Perversidade nos Lugares Exaltados.”(Eph: Capítulo VI, verso XII).<br />No processo de evolução do universo, vários tipos de energia foram deslocados e depois incorporados ao pensamento mal-direcionado do todo da humanidade em evolução ao longo dos tempos. Assim, a atmosfera psíquica deste planeta fica periodicamente carregada e encoberta pelas más “vibrações”, até que em certo ponto no tempo a vida em evolução é posta em cheque.<br /><div align="justify"> </div> É aí então que as grandes almas vêm a Terra para reconduzir as mentes dos homens aos caminhos da sabedoria e da paz e “tirar um pouco da pesada carga de pecado e do sofrimento do mundo”. O mais rico e significativo desses ciclos evolucionários chegou por volta de 2 mil anos atrás, quando o nadir da configuração da vida em sua forma física foi alcançado e a totalidade da vida manifestada correu perigo de ser completamente encurralada e desvirtuada. Então, Ele veio, a manifestação encarnada do Logos, o Senhor da Luz; e, pela Sua Identificação com a totalidade da raça humana, ele amealhou em si todas as más condições do planeta e, pelo poder que era Seu, transmutou-as em condições e influências mais elevadas – uma alquimia em nível mundial! Assim também, com sua vida e morte, Ele estabeleceu uma linha de contato direto entre Deus Transcendente e a humanidade em evolução ao longo da qual pudessem fluir para a alma do mundo as forças divinas de regeneração,e , assim, “um caminho novo e vivo” estava criado, por onde a humanidade podia entrar no Mais Abençoado dos Lugares. Na parábola do filho pródigo, podemos ver que não somente o filho pródigo partiu em sua longa e atormentada viagem de volta ao lar, mas também, quando ele ainda estava bem longe de casa, seu pai o viu e correu para encontra-lo. Da mesma maneira, o Logos transcendente precipita-se sobre os Seus filhos em evolução, e, à medida em que esses trilham o caminho que toda a humanidade deve trilhar, o Senhor da Luz, que é também o Senhor do Equilíbrio, harmoniza as forças desequilibradas do universo. Assim isso também está no coração de cada indivíduo, e por essa razão também se diz ao estudante de magia que, num ritual, ele pode receber o Pão Sagrado da Vida Imorredoura e o Cálice da Eterna Salvação “quando tiver matado os Reis das Forças Desequilibradas em sua própria Natureza interior”.<br />Essa conquista do equilíbrio é de extrema importância para alguém que deseje trabalhar com a Alta Magia, de forma que o seu espírito possa se manifestar por meio do Véu do tabernáculo terrestre, e é também por essa razão que, na Tradição do Oriente, é dito que a Discriminação é a primeira virtude do caminho. Pois o poder da Luz Interior, descendo pela personalidade mais densa, energiza e ativa todos os seus níveis bons e maus, o complexo dissociado explode, e toda a natureza psíquica e mental é posta a fermentar. Assim, por conseguinte,quem quer que, sendo indigno e tendo a personalidade desequilibrada, beba do Graal do Sagrado Anjo da Guarda está bebendo sua própria condenação, pois as poderosas forças que ele invoca o dilaceram, inflando seu falso ego, intensificando suas paixões desequilibradas e finalmente começando a desintegração da própria personalidade.<br /> Para esse, o símbolo é o da “Torre Fulminada” do Tarô, pois a casa de sua vida é destruída pelo Fogo do Céu e ele segue “fugindo para onde ninguém alcança”, um filho da Perdição, uma Estrela Cadente, para quem está reservada a Escuridão das Trevas, pelos Tempos dos Tempos. Que tal destino aguarda todos os que se dediquem à Arte da Magia é certamente falso,e , aliás, rituais de magia, adequadamente usados, podem ser da maior utilidade na produção do estado de equilíbrio interior, em que é baseado a Grande Obra. O neófito é alertado de que, acima de todas as coisas, tem que cultivas a verdadeira humildade – não a humildade do Uriah Heep, mas a humildade Dele, que disse: “Eu estou entre vós como O que serve”. No primeiro grau de certos Mistérios, o neófito aproxima-se do Leste na posição ritual de humildade, a cabeça baixa e as palmas das mãos para o lado exterior, e é instruído de que somente pelo serviço altruísta na Luz poderá obter o poder para avançara até o Lugar Mais Sagrado.<br />A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 6<br /> Invocação e Evocação “Eu posso chamar os espíritos das profundezas”, exclamou um dos personagens de Shakespeare, ao que seu amigo retrucou “Ora, eu também posso, e assim também pode qualquer homem; mas será que eles virão quando chamados?” Esse é, certamente o x do problema. O homem comum tem uma concepção excessivamente cética do assunto e, resolutamente responderia à pergunta com um categórico “Não!”, e consideraria o esforço do mago tresloucado uma coisa vã. A superstição popular também tem tratado o mago como aquele que conjura ou afirma conjurar habitantes dos mundos invisíveis. Tendo em mente a nossa definição de magia como a arte de causar mudanças na consciência pela ação da vontade, fica evidente termos que considerar em primeiro lugar toda a questão da invocação e da evocação do ponto de vista subjetivo.<br />Em outras palavras, partindo do pressuposto de que, por um momento, o mago possa “conjurar em forma visíveis” seres de outras ordens de existência, mostraremos que é a própria personalidade do mago o canal pelo qual tais manifestações são produzidas. Constitui-se em um princípio fundamental, nas escolas esotéricas do Ocidente, os planos da natureza serem distintos, não contínuos, cada plano de existência tendo as suas próprias leis e seus próprios métodos peculiares de trabalho, não exercendo influência direta sobre nenhum outro plano. Qualquer que seja a influência exercida, ela será indireta ou “indutiva”. O fenômeno de indução elétrica fornece um paralelo bem semelhante para essa afirmativa. Se um fio, por exemplo, por onde passa uma corrente alternada ou contínua, for colocado perto, mas não tocando outro fio similar, ligado por sua vez a um galvanômetro, mas sem estar ligado a corrente alguma, ver-se-á que, à medida que o fio carregado de energia chega mais próximo do outro, o mostrador irá registrar que uma corrente elétrica foi gerada no segundo. Além do mais, será constatado que se o galvanômetro for colocado no fio carregado eletricamente e se o segundo rolo tiver sua resistência alterada, o fluxo livre no primeiro fio será detido ou aumentado, mostrando assim que os fios agem um sobre o outro. Assim é também com os planos de existência. Um é negativo ou receptivo ao que é mais elevado do que ele próprio, e positivo ou dinâmico ao que lhe é inferior.<br />Mas, da mesma forma, o inferior age sobre o superior, essa é a justificativa para a afirmativa bíblica de que o Reino do Céu “sofreu uma violência e foi tomado por uma tempestade”. Descobriu-se pela experiência que os níveis podem entrar em contato direto uns com os outros através da lente de uma consciência organizada de um tipo ou de outro. O melhor ponto de contato é o de uma consciência humana treinada e equilibrada. A mente humana contém dentro de si os parâmetros vibratórios de todos os planos e, ao tocar certos pontos, uma ligação pode ser feita com a existência daquele nível. É o processo de “sintonizar”, tal como acontece no rádio, e aqui novamente a analogia com a eletricidade é muito apropriada.<br />Quando sintonizamos no nosso programa de rádio favorito, qualquer que seja ele, não ouvimos a voz real do cantou ou o som real do instrumento. O que ouvimos é uma reprodução projetada de voz ou do som do instrumento real. Assim também acontece com a invocação e a evocação. Fazemos contato, por meio da nossa própria consciência energizada, com a consciência dos seres que procuramos evocar, e a “aparência visível” é apenas uma projeção da nossa própria mente (assim, aliás, é a imagem visível que formamos quando usamos os nossos olhos físicos!<br /><br />A vibração da luz atinge a retina, envia impulsos elétricos para o centro óptico, e aí projetamos uma imagem mental correspondente a esses impulsos). Em ambos os casos, no entanto, essa reação é causada por uma realidade objetiva de alguma espécie, seja ela física ou suprafísica, e aqui chegamos ao que pode ser denominado de ponto de vista “objetivo”. A tradição afirma que todas essas existências existem per se e têm seu próprio lugar na natureza. Mas – isso é importante – as aparências vistas são condicionadas pelo mecanismo mental subjetivo do próprio mago. Também por intermédio desse mecanismo o poder e a energia desses invisíveis são trazidos para a consciência vígil ( não é o poder real dos invisíveis que é trazido, mas sim o efeito do contato da consciência do mago com a do ser evocado ou invocado que põe em atividade a força correspondente dentro dele mesmo, e é esse poder correspondente que é projetado e produz os resultados desejados). É importante notar a diferença entre “invocação” e “evocação”. Na invocação, agimos de maneira a atrair a atenção de algum ser de natureza superior à nossa própria ou alguma força cósmica de ordem superior. Na evocação impomos nossa vontade sobre seres de uma ordem inferior de existência e os compelimos a executarem nossos desejos. Em ambos os casos, o contato real ocorre por meio de nosso contato com o canal mental, mas desenvolveu-se uma técnica mágica por onde a diferença essencial entre os dois tipos de influências – a superior e a inferior – pode ser mostrada diante do mago. Há uma razão para isso – caso haja alguma confusão na mente do mago, os resultados poderão ser desastrosos. Por um momento, vamos considerar isso do ponto de vista psicológico. Se as forças ou os seres convocados pela invocação representam a superconsciente da mente, então os seres que respondem que respondem aos comando evocatórios do adepto representam, ou melhor, trabalham ao longo dos níveis subconscientes.<br /> Mas, enquanto os contatos supraconscientes tendem na direção de uma maior e mais efetiva integração da mente, os subconscientes tendem, se não forem controlados, , a causar sua desintegração total ou parcial, como C.G. Jung demonstrou. Desse modo, a Tradição da Magia desenvolveu dispositivos técnicos conhecidos como “Círculo de Segurança” e o “Triângulo da Arte”, sendo todo o conjunto conhecido como “Local de Trabalho”. Por meio de certos rituais, o lugar onde o trabalho mágico será realizado é purificado eletricamente no plano objetivo, e psicologicamente no plano subjetivo, e um Círculo de Segurança é riscado no chão como uma fortaleza dentro da qual o mago pode trabalhar. Então, o Triângulo da Arte é desenhado fora do Círculo, pois no caso da Evocação, é necessário que a manifestação objetiva dos seres evocados seja mantida dentro dos limites e sob rígido controle, devendo haver, na mente do operados uma nítida distinção psicológica entre ele mesmo, como a força positiva ou dominante, e as forças inferiores ou seres que lhe são negativos.<br /> A purificação do Local de Trabalho é feita na magia ocidental pelo que ficou conhecido como Ritual Menor de Banimento do Pentagrama, ou em outros casos, pelo Ritual do Hexagrama. O Ritual Inferior do Pentagrama é mais freqüentemente usado, e sua eficácia pôde ser atestada por esse autor, que o realizou em muitas ocasiões. Ele é uma combinação de sinais geométricos feitos pelo operador, Nomes de Poder que são entoados por ele, certas imagens mentais que são visualizadas muito fortemente e a invocação definida de certas forças Arquiangelicais. Novamente, olhando pelo ângulo psicológico, o que estamos fazendo é reafirmar, por palavras e sinais, a soberania do Eu Superior, enquanto pelas invocações, atraímos sobre nós mesmos alguns de seus poderes que são liberados pela ação da existência de outras ordens superiores a eles.<br />Em sua grande maioria, os casos de invocação ou evocação “em forma visível” são percebidos somente pela visão psíquica, nada sendo visto no plano físico. Onde ocorre a visibilidade material, temos outro processo operando, o da “materialização”, Para que tal materialização aconteça, é necessário que esteja presente alguma fonte de uma substância peculiar conhecida pelos espiritualistas como “ectoplasma”. Uma das suas fontes e a mais efetiva é o organismo corpóreo de uma dessas pessoas conhecidas como “médiuns de materialização”. São pessoas que possuem certo poder ainda muito pouco compreendido, que as capacita a ejetar ectoplasma em grandes quantidades. Chama-se ectoplasma por ser um plasma peculiar, uma substância viva que é secretada e se manifesta do lado de fora do organismo físico do médium. O ectoplasma parece se prestar a ser moldado pelo pensamento e pelo desejo em formas – de fato, uma das suas características é uma tendência inata para a organização.<br />Os registros até aqui obtidos pelos espiritualistas e observadores de mente aberta, como Sir William Crookes, o Barão Shrenk-Notzing e o Dr. W. J. Crawford, sugerem que o ectoplasma é a substância básica do protoplasma vivo e, como tal, é a matriz do organismo físico. Achamos, entretanto, que existem outras origens de ectoplasma, ainda que sejam de tipos diferentes e emitidos somente em pequenas quantidades. Antes de passarmos a essas fontes, vamos mencionar rapidamente um método de se obter ectoplasma suficiente para uma materialização. Esse método consiste no uso de sangue fresco de um animal. Há referências disso ao longo da história, e Homero o citou. Existe uma obscura lenda gnóstica que diz terem os sininhos de ouro, usados nas vestes dos altos sacerdotes judeus, a finalidade de os seres evocados pelos sacrifícios de sangue no templo a assumirem formas feições humanas ao invés de suas grotescas formas. Qualquer um que se dê ao trabalho de estudar os detalhes dos Sacrifícios do Templo irá compreendera força dessa lenda e também se convencerá de que havia sangue suficiente para qualquer materialização . Pode-se garantir a eficácia do sangue fresco como base de tal materialização. Bem recentemente, um caso de “assombração” investigado por esse escritor provou ter como base de sua manifestação exatamente tais emanações de sangue. Uma vez retirada a base material, as manifestações objetivas cessaram, e a atmosfera psíquica subjetiva foi facilmente dissipada por um ritual de banimento. Pode-se observar, de passagem, que muitos casos de “assombrações” são, na verdade, o esforço dos assim chamados “mortos” para fazer contato com o mundo que eles deixaram, e os espiritualistas desenvolveram uma técnica bastante efetiva que permite à pessoa desencarnada ter a oportunidade de fazer contato consciente com aqueles na Terra que são capazes, por conhecimento dos mecanismos psíquicos, de ajuda-los nos ajustes necessários às novas condições de vida. Voltando à nossa consideração sobre as fontes de outros ectoplasmas além da dos médiuns de materialização ou das emanações do sangue, uma das mais usadas nos ritos de magia é um incenso peculiar conhecido como Dictamno de Creta. Flores frescas também liberam uma apreciável quantidade dessa substância de forma rarefeita, assim como a chama das velas. No trabalho de magia, os procedimentos com sangue nunca são empregados, e o uso do médium também é evitado por causa da depressão da vitalidade que isso pode provocar.<br /> O uso do incenso está livre dessas desvantagens, mas as formas que são evocadas para “aparência visível”, embora claramente perceptíveis para a visão, não possuem a solidez daquelas produzidas pelos métodos anteriores. Embora a evocação para aparência visível seja uma das façanhas mais espetaculares da arte da magia, ela não é freqüentemente empreendida, pois para a maioria dos propósitos é suficiente a “aparência visível” o seja para a visão psíquica. É suficiente o operador estar habilitado a perceber objetivamente os seres evocados – compreensão consciente e percepção direta deles dá ao mago poder sobre eles!<br /> Outra vez aqui vamos encontrar um paralelo com o campo psicológico; os “complexos” dissociados ou reprimidos da mente são controlados pela percepção consciente dos mesmos. Além disso, quando espíritos de natureza “benéfica” são evocados, podemos novamente recorrer a chave psicológica, pois é fato que a clara percepção de uma faculdade mental resulta no rápido desenvolvimento daquela faculdade no indivíduo em questão. E uma tal percepção subjetiva também significa que, por meio da lei da indução simpática, entramos em contato com seres objetivos e forças de tipos similares existentes nos mundos interiores. É isso que dá validade às afirmações dos “grimórios” medievais ou livros de magia como: “Os Espíritos de Mercúrio dão compreensão da Ciência”. Tendo completado a evocação, torna-se necessário despedir os seres evocados.<br />Podemos empregar aqui uma analogia elétrica e dizer que é necessário descarregar nosso círculo carregado, “aterra-lo” e, desse modo, levar de volta a força evocada para seu lugar normal na economia natural. Essa liberação é produzida pela “Licença para Partir”. Aqui vai uma típica licença para partir. O mago faz sobre si a Cruz Cabalística e se dirige aos seres que evocou da seguinte maneira: “Por ter aparecido claramente entre nós e realizado aquilo que vos foi ordenado, parti agora em paz para o vosso próprio mundo. Que a paz esteja entre nós, que estejais sempre pronto a obedecer à convocação, que as bênçãos de Adonai caiam sobre vós, assim como nós sejamos capazes de recebe-las.” O mago, então, prossegue, usando os dispositivos técnicos do “Fechamento do Portão”, retirando sua atenção tanto consciente quanto subconsciente dos níveis do plano interior e se refocalizando no plano físico. Isso é o mais importante, pois impede a mente de se desintegrar, o que é o resultado habitual da evocação descontrolada do subconsciente. Caso o mago tenha invocado inteligências superiores, a licença para partir é desnecessária, mas o Fechamento dos Portões continua sendo necessário. Algumas autoridades afirmam que, na Eucaristia, as palavras ite missa est no final do serviço são, de fato, não uma licença para partir, mas uma declaração aos seres angelicais que tomaram parte no serviço de que o seu trabalho está concluído. Não se trata de uma ordem taxativa de que partam.<br /><br /> A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 7<br /> Magia Magnética Quando o Dr. Mesmer atraiu, pela primeira vez, a atenção internacional, no século XVIII, sobre suas notáveis curas e sua doutrina peculiar, o mundo ocidental estava apenas começando os estudos mais sérios das mais recônditas forças da natureza, como a eletricidade, o magnetismo e a gravidade. Mesmer, na tese de seu doutoramento, delineou uma teoria do universo que era e ainda é a da Tradição Esotérica Ocidental, embora, em sua forma pública, por necessidade, apresentasse apenas uma sombra de sua real configuração. Resumidamente, Mesmer viu todo o universo como uma unidade viva, em que cada parte era afetada e, por sua vez, afetava todas as outras partes. A saúde, portanto, estava em cada parte se ajustando a outra parte, dando o máximo de sua capacidade para dirigir, controlar e manter a vida como um todo. Ele ensinou que essa vida formativa poderia ser transmitida de um ser para outro e afirmava que essa força era funcional e apartada das energias do plano físico que estavam sendo estudadas pelo mundo científico.<br />Particularmente, essa força universal está por detrás e se manifesta por meio do fenômeno do magnetismo, afirmava Mesmer. Ele se utilizava de varetas magnéticas, que, segundo sua teoria, possuíam poder curativo por causa dessa força universal; porém, mais tarde, não só ele, mas também seus seguidores, passaram a ensinar que essa força era igualmente emitida dos organismos humanos. Foi assim chamada de “magnetismo animal”, e a escola dos magnetistas animais, entre os quais havia nomes como os de Puysegar e o Barão du Potet, desenvolveu suas teorias e práticas segundo essa linha de pensamento. Quando o Dr. James Braid desenvolveu a sua própria teoria do “hipnotismo”* e, mais tarde, quando os seguidores de Charcot e os membros da assimc chamada “Escola de Nancy” elaboraram a teoria da “Sugestão”, o “fluído” de Mesmer foi descartado, e a própria idéia do magnetismo animal, ridicularizada. Mas embora fosse “salutar” desmentir a existência do fluído magnético, houve quem tranqüilamente trabalhasse na linha indicada por Mesmer e du Potet.<br />Um dos notáveis nomes dessa vertente é o do Barão Reichenbach, que conduziu exaustivas pesquisas naquilo que chamou de “força ódica” ou, mais simplesmente, “Od”. Suas pesquisas estabeleceram claramentea existência de uma força que subjaz a todas as forças naturais. *Uma moderna pesquisa sobre esse assunto pode ser encontrada no relatório Proceedings of the Society for Psychical Research, Vol. XXXII, de julho de 1921, no artigo “Problems of Hipnotism”, do Dr. Sidney Alrutz, catedrático de Psicologia da Universidade de Upsala. Dessa maneira, os sensitivos que agiam como seus observadores podiam ver, na total escuridão, uma “chama”, como eles denominavam, emanando da ponta de um arame, cuja outra ponta havia sido exposta à forte luz solar ou ao luar. Os experimentos mostraram que, se a ponta fosse recoberta com uma proteção, os observadores notariam o desaparecimento da chama ódica, embora não tivessem sido alertados para qualquer alteração no procedimento experimental. Observou-se que chamas ódicas similares estavam associadas com os pólos eletromagnéticos e imãs. O corpo humano pôde ser visto irradiando essa mesma força. Um toque de humor surge aqui quando se descobriu serem os lábios humanos grandes fontes irradiadoras de fluído ódico, o que esclareceria o poder e a eficácia dos beijos dos amantes apaixonados!<br />Na atualidade, as pesquisas do Dr. Killner e o uso de instrumentos de medição elétrica altamente sensíveis mostram que a existência dessa força ódica é cada vez mais aceita. Podemos até usar o termo “magnetismo”, desde que fique claro não ser o mesmo magnetismo estudado pelos físicos e engenheiros elétricos, embora lhe possa ser associado. Esse magnetismo animal, portanto é uma força ou energia real emitida automaticamente pelo animal e pelo ser humano saudável, mas também pode ser conscientemente desenvolvida e direcionada, e é esse poder direcionado e intensificado a base do ramo da magia com a qual iremos lidar agora. Será de grande ajuda para o leitor, para melhor compreender o fenômeno do magnetismo, pensar nessa força como “fluído magnético”. Talvez o fenômeno do rádio possa proporcionar alguma analogia. Sabe-se que, num pequeno grão de rádio, existem inúmeras diminutas partículas irradiando em fluxo constante, e esse fluxo é mensurável enquanto força definida, embora seja composto por essas partículas extremamente pequenas.<br />A força magnética também possui a mesma natureza dessa emanação, uma substância extremamente sutil que pode ser direcionada e controlada pelo pensamento e pela vontade. Essa energia pode ser acumulada, concentrada ou absorvida por certos materiais, enquanto outros objetos agem como isolantes. Nisso parece haver alguma relação indireta com a eletricidade, pois muitos dos isolantes elétricos são também isolantes magnéticos, embora existam algumas exceções intrigantes. Todos os metais são bons condutores de magnetismo, o óleo e a água o absorvem prontamente, embora o óleo o conserve por período mais longo. Lã e papel, tijolo e pedra absorvem-no ligeiramente, mas a seda não o conduzirá nem absorverá. Descobriu-se, mediante cuidadosos experimentos, que a força magnética tende a reproduzir, no objeto para qual está direcionado, sua própria “vibração” ou “nota” particular, e o objeto entrará em forte empatia psíquica ou rapport com a pessoa que projetou o magnetismo. Assim, o magnetismo animal é o poder fundamental em muitas formas de curas psíquicas e espirituais, sendo o poder curador por si próprio e também agindo como veículo para muitas outras forças ainda mais sutis que, por seu intermédio, vão afetar o corpo físico.<br />Deve-se lembrar que um dos milagres* atribuídos a Jesus foi ter curado uma mulher que estava com hemorragia. O evangelho nos dá uma visão nítida da ocorrência, o Mestre no centro de uma multidão que se comprime em torno d’Ele, empurrando seus discípulos que estão tentando manter um espaço aberto à Sua volta, e todos tentando tocar nem que seja a borda de Sua túnica. O Oriente não muda tão rapidamente, e este autor tem, freqüentemente, testemunhado cenas similares na Índia. O Mestre pergunta: “Quem me tocou?” O espanto dos discípulos é compreensível. Quem O tocou? Eles bem poderiam exclamar: “Quem não o tocou?”<br />Mas o registro continua dizendo que ele percebeu que uma virtude havia saído dele. *Conferir com a definição de milagre dada por Santo Agostinho! Os milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários àquilo que sabemos sobre a natureza.<br /> Talvez, possamos ser traídos por essa palavra “virtude”, pensando somente em seu significado ético – “Uma mulher virtuosa vale mais que rubis.” Mas o verdadeiro significado dessa palavra é o do poder, de modo que nós também dizemos que isso e aquilo têm virtude. (Na Idade Média e hoje, no Oriente, a virgem e a criança sem pecado são detentoras de um poder o qual é resultado de sua pureza.) Quando a palavra “virtude” é traduzida da Versão Autorizada da Bíblia, descobrimos que ela é raiz das palavras “dínamo”, “dinâmico” e “dinamite”, todas subentendendo uma poderosa energia ativa. Assim, a pergunta do Mestre é transparente. A mulher que O havia tocado se havia tornado, por meio das condições morais criadas dentro dela por sua fé, uma condutora, ou mais precisamente, uma absorvedora de energia de cura ou energia dinâmica vital que estava emanando Dele. Muitos curadores magnéticos nos dias de hoje podem reproduzir a declaração do Evangelho, pois eles também perceberam que uma “virtude” saiu deles.<br /> O padre John de Cronstadt e o padre Mathew, irlandês, faleceram prematuramente como resultado de excesso de trabalho. É interessante notar que o padre Mathew recebia uma anuidade de 300 libras da rainha Vitória, em reconhecimento aos seus serviços.* *Cf. o livro de Dr. Percy Dearmer, Body and Soul, para estudo mais profundo dessa forma de cura. Nos trabalhos de magia, esse poder é usado de muitas maneiras. Em curas, carregando-se ou impregnando-se um lenço ou outro artigo com poder curativo; Esse objeto “carregado” será usado ou vestido pela pessoa doente. Algumas vezes, a água ou óleos são “carregados” da mesma forma; crucifixos, pingentes ou outros objetos pessoais são carregados ou “magnetizados” para utilizar o termo técnico. No Novo Testamento, lemos sobre pessoas que levavam tecidos que haviam estado nas proximidades de São Paulo para curar os doentes, e a prática de carregar ou “benzer” objetos nunca desapareceu na Igreja Católica em qualquer um de seus ramos.<br /><br />É importante lembrar que o fluído magnético é por si só neutro e vai receber a impressão da mente e da vontade que o emitiu. Como todas as forças somáticas, ele é manipulado pela mente subconsciente, e uma vez que o subconsciente reage mais eficientemente à sugestão de imagens da mente consciente, o mago tem que ter um estoque de imagens nítidas, às quais a mente subconsciente já tenha sido “vinculada” ou condicionada. Um tal estoque de imagens é encontrado na Árvore da Vida da Kabalah, que é o glifo de treinamento do mago ocidental; No Oriente, outros glifos ou símbolos compostos são usados. O processo de magnetiza um objeto apresenta duas divisões: a desmagnetização ou “exorcismo”, e a magnetização ou “benção”. O terceiro processo é conhecido como “consagração”, mas isso envolve outros fatores, como será visto. A desmagnetização é produzida ao se afirmar a mente na intenção de purificar o objeto, e o magnetismo do operador é direcionado sobre ele por um ou outro dos sinais tradicionais de poder. Na Igreja Católica, o exorcismo é realizado por intermédio do sinal da cruz. O cabalista também usa a cruz, mas é importante esclarecer que é a cruz dos quatro Elementos, com os quatro braços do mesmo comprimento, e não a de forma latina. Uma fórmula tradicional é usada, e a fórmula geral do padre católico e a do cabalista são muito similares - provavelmente devido à influência da época medieval, quando freqüentemente acontecia que o padre realizava certa quantidade de trabalhos de magia além do seu dever clerical rotineiro.<br />Padres transviados que seguiam a magia tradicional tinham, quase necessariamente, que adaptar suas fórmulas familiares ao novo trabalho, e o mago esclarecido alterou tais fórmulas para adequá-las ao seu próprio propósito. Em qualquer desses casos, a Igreja Romana, com sua espantosa versatilidade, absorveu muito das tradições mágicas dos cultos que ela veio a substituir,e , como Evelyn Underhill nos mostra em sua valiosa obra Mystcism, o verdadeiro emprego hermético de velas, sal, água e óleo no serviço batismal está longe de ser apenas uma simples lustração de São João Batista.<br />Tendo desmagnetizado ou exorcizado o objeto, nós o temos agora em condição neutra, pronto para absorver qualquer força magnética que venha a ser impressa sobre ele. Agora começa o processo de magnetização. Novamente o operador tem que ter em sua mente uma certa “intenção”, e essa intenção tem que ser expressa em palavras e em gestos, os quais são vinculados em sua mente à ação desejada do objeto imantado. Junto com isso, o mago emprega um certo esquema de técnica mental conhecido como “comemoração”, que consiste na récita de trabalhos similares por outros no passado e serve para ligar o operador com as imagens arquetípicas da consciência coletiva da raça, assim reforçando os poderes individuais do mago. Tenham os eventos comemorados realmente ocorrido ou não, isso não faz diferença para a sua eficácia se eles fazem parte da mitologia ou do folclore. É importante ressaltar que as idéias e as imagens mantidas na mente do operador devem ser positivas, nunca negativas. Assim, se estivermos carregando ou imantando um objeto com o objetivo de reforçar a coragem da pessoa que o vai usar, devemos encher nossa mente com imagens de coragem, e não de medo. Não devemos dizer “Que o portador de pare de sentir medo”, mas sim “Que o portador desse seja forte e corajoso”, e devemos usar as palavras de forma que reiterem essa idéia. De fato devemos proceder como se estivéssemos dando essa sugestões diretamente à pessoa envolvida. Falamos da consagração como um método técnico envolvendo outros fatores.<br />Na magnetização normal dos objetos, os poderes e as forças da personalidade do operador são utilizados, mas na consagração, depois que o objeto foi desmagnetizado, ele é remagnetizado com uma intenção especial de que venha a ser um veículo ou canal de uma força maior ou ser afastado do operador. Um típico ritual de consagração é a missa da Igreja Católica. Aqui temos todos os elementos mencionados, a purificação do pão e do vinho, sua benção solene e a divisão, e então, na Prece da Consagração, a comemoração da primeira eucaristia da Igreja Cristã é a invocação da presença do Cristo na cerimônia e por intermédio dos elementos oferecidos.<br /><br />Em se tratando dessa magia talismânica e da maior “Magia da Missa”, pode-se pensar que nos afastamos de nossa definição de magia como arte de provocar mudanças na consciência. Esse não é o caso. O efeito do talismã é efetuar uma mudança de consciência usualmente de forma gradual na pessoa que o usa, e o mesmo se aplica ao poder do sagrado sacramento. Que a mudança de consciência não seja notada pelo participante, isso não importa. A consciência do homem, como já vimos, é maior do que a sua superficial mente vígil. É possível que a ligação da Eucaristia com o assunto da magia possa causar algum desconforto. Isso não se dará se os objetantes se ativerem sinceramente à doutrina central do Cristianismo. Pois o que é a encarnação senão um ato de suprema magia por meio do qual o Verbo se torna carne e passa a habitar entre nós, Seu poder transcendente inundando o planeta no qual vivemos e, como o fermento na massa informe, trabalhando ao longo das eras para produzir uma mudança de consciência em toda a humanidade! A magia talismânica foi muito popular durante a Idade Média, e mesma a hóstia consagrada era usada para propósitos mágicos.<br />No primeiro Livro da Oração reformada por Edward VI, em 1549, existe uma frase que é a seguinte: - “E, embora ... as pessoas durante todos esses anos tenham recebido das mãos do padre o Sacramento do Corpo de Cristo nas suas próprias mãos ... ainda como eles muitas vezes o desviaram secretamente, o mantiveram com eles e o utilizaram para fins supersticiosos e malignos, é, pois conveniente que as pessoas recebam o Sacramento do Corpo do Cristo em sua boca das mãos do padre.”<br /> A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 8<br /> As Imagens da Magia Os métodos técnicos da tradição mágica estão baseados, como já vimos, num profundo conhecimento da mente humana e no uso do que são chamadas imagens mágicas. Dois homens muito diferentes introduziram o conceito de imagem mágica no mundo ocidental – Santo Inácio de Loyola e C. G. Jung. O primeiro, em ordem cronológica, naturalmente foi Santo Inácio, cujos Exercícios Espirituais são fundação do sistema de treinamento e disciplina da mente que produziu uma das mais efetivas ordens católicas – A Sociedade de Jesus. Qualquer que possa ser a opinião particular sobre os jesuítas, uma coisa é certa, eles formam uma das mais eficientes comunidades da Igreja. Algumas vezes se fez objeção ao sistema de treinamento jesuíta, dizendo-se que ele é “antropocêntrico” em contradição ao método sulpiciano que é “teocêntrico”. Trata-se apenas de uma questão de temperamento – um tipo se volta para dentro e busca por meio de conhecimento do eu conhecer o Um, o outro procura por intermédio do Um conhecer o eu. Se nos permitem usar um símile físico, um tipo é centrífugo, e o outro, centrípeto. Assim como essas duas forças opostas produzem como resultado o sistema equilibrado, como o Sol e seus planetas, também a tradição mágica faz uso de ambos os métodos – o de Santo Inácio e o sulpiciano; na verdade, eles já eram usados há muito tempo ao serem incorporados na Igreja Católica.<br />O psicólogo Carl G. Jung já demonstrou a importância para todos nós, daquilo que se chamou de “imagens arcaicas” do inconsciente coletivo. Deve ser recordado que, em nosso estudo da mente, falamos do estrato da mente que é comum a toda a humanidade – consciência da raça, da qual nossa consciência individual se ergue, como uma montanha entre as cordilheiras em volta. Jung salienta que a consciência normal “regride” ou volta sobre si mesma, liberando a energia psíquica dos vasto manancial dos níveis subconscientes. Na tradição mágica, esses níveis subconscientes são conhecidos como “Tesouro da Casa de Imagens”, e é sobre essas imagens que a energia internalizada vai trabalhar. À medida que essas imagens se tornam ativas elas tendem a ultrapassar o censor do limiar da mente e imergir no nível consciente em forma de sonhos, visões e intuições; além disso, elas “projetam” significados especiais sobre objetos e imagens com os quais tenham afinidade. É óbvio, entretanto, que a regressão patológica e involuntária das neuroses é prejudicial para a unidade mental que se constitui na saúde normal, mesmo que a regressão do neurótico seja um esforço dos níveis profundos da mente para restabelecer as condições de equilíbrio.<br />Mas a regressão da técnica mágica é uma atividade voluntária consciente, em que a polaridade mental normal é deliberadamente regredida, e o fluxo de energia psíquica, redirecionada em consonância com certo plano bem definido. Podemos descrever isso como um sistema de evocação. Mas não é somente a energia psíquica que é redirecionada aos níveis subconscientes; ela também emerge de lá, carregando em seu fluxo as fortes imagens do inconsciente coletivo ou, melhor, as “linhas de força” dessas imagens. Talvez uma ilustração torne isso mais claro. Se uma solução de algum sal é deixada para cristalizar, observamos que a substância forma cristais de um certo tipo, e é evidente que na própria solução já existiam as predispostas “linhas de força” juntamente com os cristais peculiares da substância. Podemos dizer, entretanto, que embora cristais de seis ou oito lados não existissem na solução, havia, no entanto, lá, um sistema de traços subsistindo, cuja manifestação poderia ser vista nos cristais formados mais tarde. Assim, as imagens arcaicas do inconsciente coletivo subsistem nos profundos níveis da mente, como sistema de traços e não como imagens objetivas. Mas, se as imagens “mortas” do passado imemorial são ressuscitadas, com que corpo ela vêm? A resposta é que o que é “semeado” na mente consciente não é a imagem que deverá surgir, mas o vínculo pelo qual as linhas de força arcaica são vestidas e aparecem no novo “corpo”. Contudo, esse novo corpo está carregado com o poder das regiões onde teve a sua própria origem, e a energia psíquica que a evocou é reforçada por essa força primordial emanada fora das regiões do tempo e do espaço. Assim, a mortalidade produz imortalidade, e a imagem, emergindo no consciente, traz o novo poder para sustentar o ego pessoal. Essa ressurreição do eu profundo vai causar a regeneração e reconstituição do eu pessoal.<br />É a porção coagula da fórmula dos alquimistas, e esse poder é, na terminologia cristã, o poder do Espírito Santo. Na técnica psicológica de Jung e seus discípulos, existem diversos métodos por meio dos quais essa ressurgência pode ser efetuada. A tradição mágica também desenvolveu detalhado sistema de treinamento pelo qual essa evocação de imagens pode ser efetuada. Profundidade chama profundidade, e essa é a chave do método mágico. É a chamada indução.<br /><br />Nos cerimoniais de magia em que essa evocação das forças primordiais é almejada, são empregadas imagens cuidadosamente selecionadas. Essas são escolhidas da massa de imagens simbólicas que podem ser encontradas nos livros cabalistas, e usadas pelo mago para evocar a atmosfera mental que irá evocar dos níveis profundos da mente as imagens arcaicas e os poderes desejados. As imagens arcaicas do inconsciente coletivo tendem a se agrupar em torno de certos centros definidos. Como ensina Jung, os motivos dos arquétipos (imagens arcaicas) são os mesmos em todas as culturas. Nós os encontramos repetidos em todas as mitologias e contos de fadas, em todas as tradições religiosas e mistérios. Prometeu, o ladrão do Fogo; Hércules, o que mata dragões; os numerosos mitos de criação; a queda do paraíso; os mistérios sacrificiais; o nascimento da virgem; a traição do herói; o desmembramento de Osíris, e muitos outros mitos e lendas retratam processos psíquicos em sua forma imaginário-simbólica. Da mesma forma como as formas da serpente, do peixe, da esfinge, os animais úteis, a Árvore-do-Mundo, a Grande Mãe, o Príncipe Encantado, o Mago, o Puer Eternus(eterna criança) representam certas figuras e conteúdos do inconsciente coletivo. Mitos e contos de fada são os devaneios da raça, e cada raça tem sua própria forma particular de mitos comuns. Estando cientes dessa seletividade racial, o mago esforça-se para usar as imagens que possuem afinidade com a mente coletiva da raça com a qual ele está lidando.<br /> Como havíamos dito anteriormente, a Tradição Ocidental é uma composição, e o mago ocidental usa um ou outro dos sistemas subordinados dessa forma composta. Por exemplo, na Inglaterra ele trabalha com o contato céltico e as imagens e lendas do Graal se ele deseja se servir do poder da Ordem da Rosa Cruz. Existem muitas imagens que podem ser usadas sem sair dos limites de nossas fronteiras raciais, e, embora seja da maior relevância para nós sermos capazes de nos beneficiar do sistema oriental de filosofia, quando se trata de realizar um trabalho mágico prático, é melhor restringir os esforços aos métodos ocidentais. Com isso não se está tentando desvalorizar os métodos orientais, que, por sinal, são sólidos e eficazes – para os orientais e para aqueles que, embora tenham nascido no Ocidente, são espiritualmente do Oriente. Em conjunção com o glifo, que é usado pelos cabalistas, existem 10 imagens mágicas que representam o trabalho da energia universal em todos os seus aspectos, e elas são usadas para proporcionar sintonia com essa energia no nível particular requerido. Essa, entretanto, não é uma força mecânica cega, mas uma energia de consciência pulsante e viva, de forma que, se uma forma-pensamento ou imagem, mágica é construída na mente consciente e ligada ao seu arquétipo correspondente na mente profunda, a imagem que emerge das profundezas e inunda a mente consciente com poder é uma coisa viva.<br /> Se, pois, muitas pessoas, por um prolongado período de tempo, constroem uma tal imagem mental, então as imagens individuais parecem se fundir, e aí teremos uma imagem impregnada de Energia Divina em um de seus aspectos. Isso é o que os antigos chamavam de “deus”. É importante ressaltar que a objetividade de um tal “deus” se dá por intermédio das mentes de seus devotos, e o que realmente acontece é que a forma ou imagem conscientemente visualizada age como uma linha de contato com a forma coletivamente construída que está, por sua vez, vinculada com a energia cósmica que ela simboliza.<br />O resultado é que a energia cósmica fluindo por meio da mente do devoto estimula o arquétipo apropriado, que surge na consciência e age como um transmissor daquela energia para todos os níveis da personalidade do devoto. Aquilo que é feito apenas pela crença e pela devoção, o mago faz com conhecimento do mecanismo pelo qual essa energia é despertada para o fortalecimento e refrigério de sua alma e para aquela alteração desejada em sua consciência, que definimos inicialmente como essência da magia.<br /> É importante ressaltar que existem duas maneira de trabalhar com imagens mágicas. Um desses métodos não é recomendado, na medida em que ele tende a reduzir o poder que pode ser obtido com ele. Essas imensas formas-pensamento coletivas são “carregadas” com a energia emocional de seus autores, e essa energia armazenada é utilizável pro qualquer membro do grupo. Nós podemos assemelhar a imagem mágica à bateria carregada, responsável pela a iluminação de uma casa*. Se as baterias estão sendo constantemente utilizadas, vão chegar num ponto em que deixarão de liberar energia – elas ficarão, como dizemos, descarregada. Assim também se dá com as imagens mágicas. Se elas forem usadas de forma errada, tenderão a perder sua carga de energia. Mas nenhum perito eletricista permitiria que sua bateria se tornasse totalmente descarregada, acionando o dínamo e deixando o fluxo da energia chegar a um ponto que é, para os propósitos práticos, inexaurível fonte de energia.<br />Da mesma forma, o mago capaz não usarias as imagens como fontes de poderes em si mesmas. Ele as usa como fonte temporária de energia, mas sempre as encadeia com o poder infinito por trás de toda manifestação. Isso faz a diferença entre o amador e o mago capacitado, e é uma das razões porque as descrições detalhadas das imagens mágicas usadas nas lojas ocultas são mantidas em segredo. *Deve-se ter em conta que o autor se refere a uma realidade de pelo menos 60 anos atrás na Inglaterra, onde as casas eram alimentadas por baterias ou acumuladores elétricos(N. do T.)<br />Algumas das imagens mágicas muito antigas estão carregadas de energia psíquica. Elas foram construídas e têm sido usadas por gerações de iniciados. Fora das lojas ocultas, as grandes imagens construídas por gerações de devotos de grandes religiões possuem grande potência, e, por causa de seu poder evocativo sobre as imagens arcaicas na mente subconsciente das pessoas, elas são do maior valor possível para os sistemas de religiões organizadas, e as seitas que tentam dispersar inteiramente o cerimonial e as imagens estão abrindo mão de uma arma muito valiosa do arsenal espiritual.<br /> Isso nos leva à consideração da prática da Igreja Católica, conhecida como invocação dos santos. Antes de ir mais além, deve ser ressaltado que, na Igreja Romana, existem três graduações de “culto” reconhecidas. Primeiro temos a dulia, a reverência devida aos santos por sua grandeza espiritual; hyperdulia, a reverência devida à Virgem Maria; e a latria, o culto prestado ao próprio Deus onipotente. Isso mostra justamente o contrário da tola idéia protestante de que os católicos prestam aos santos e à Virgem Maria o mesmo culto devido ao Deus Supremo. Se consultarmos os documentos oficiais da Igreja, acharemos um ponto de interesse para nosso estudo das imagens mágicas.<br /> O Concílio de Trento, que removeu muito dos abusos medievais da Igreja Romana, define a invocação dos santos da seguinte maneira. “Cultuar os Santos significa cultuar a Deus, pois sua santidade e sacralidade são realmente Dele. E orar aos Santos significa adorar a Deus juntamente com toda a hierarquia dos Anjos, com os espíritos dos homens justos tornados perfeitos, e com a Igreja Invisível àqueles que nasceram no mundo celestial”.(Concilium Tridentinum, Sessio XXV, De Invocatione Sanctorum)<br /> O ponto de interesse nessa passagem das decisões do concílio é a afirmação de que a adoração dos santos é a adoração de Deus, ou seja, é o poder de Deus brilhando por intermédio dos santos e que é, podemos dizer, canalizado ou concentrado pela personalidade do santo. Essa é, naturalmente, a lei da imagem mágica. Mas a personalidade usada como canal é uma personalidade verdadeira, um ser humano que conosco adora o mesmo Deus. Dessa forma, o santo da Igreja Católica, ainda que permanecendo um ser distinto, age como lente psíquica, focalizando e concentrando aquele raio de luz eterna para qual ele ou ela é um canal especial. Todos aqueles que por afinidade natural de temperamento estão nesse raio particular, serão capazes de acionar esse santo para obter esse poder. Isso se aplica não somente aos santos da Igreja Católica, mas também aos heróis do Folclore.<br /> Em nossa tradição inglesa, os heróis pagãos e cristãos, e os santos estão emaranhados às lendas arturianas e do Graal. Houve um tempo em que era costume reduzir todas essas figuras de heróis a personificações míticas e negar sua existência como homens e mulheres reais. Mais tarde afirmou-se que eles realmente existiram e que a mentalidade popular os revestira com os adereços de mito. O mago iniciado sustenta que ambas as visões são parcialmente corretas no que afirmam, equivocadas no que negam, e acredita que a verdade completa deve ser encontrada em combinações de ambas as idéias. Quando as imagens mágicas são empregadas na escola de Magia Cerimonial, imagens cósmicas impessoais são usadas, mas, mediante o aparato técnico conhecido como Comemoração,as imagens arquetípicas são encadeadas com as personalidades de quem, no passado, em sua vida terrena se utilizou desse poder particular, simbolizado e canalizado pelas imagens mágicas em questão.<br /> A fim de que esse poder possa ser trazido ainda mais próximo das condições do plano físico, cada membro do grupo de magia encena a operação conhecida como “o assumir da forma divina”. Ele ou ela “faz o papel” da personalidade ou ser comemorado para formar o canal de poder individual dentro da loja, ao mesmo tempo procurando criar rapport por intermédio daquela personalidade com o poder cósmico.<br />Assim, o método de assumir a “forma deus” consiste praticamente em uma certa técnica de auto-hipnose. Quando, por intermédio dessa operação, uma alteração de consciência é obtida, é como se um mecanismo automático tivesse sido acionado.<br /> A personalidade do mago é sobrepujada e inundada pelo poder do seu eu profundo, e este é iluminado e “carregado” pela entidade de que foi “comemorada”,e, por meio do canal formado pelas personalidades encadeadas, a energia psíquica cósmica precipita-se sobre as condições psíquicas e magnéticas do mago.<br /> O efeito dessa torrente de poder provoca a ascensão de imagens arcaicas profundamente submersas em sua mente consciente temporariamente alterada, e essas imagens permitem ao poder evocado realizar alterações definidas e de longo alcance no caráter do iniciado. Em torno de 10 imagens mágicas baseadas na Árvore da Vida estão agrupados os deuses e deusas dos panteões pagãos, bem como os santos e heróis dos mitos e lendas, e a escolha de uma imagem particular depende do efeito desejado.<br />A propósito, deve ser dito que cada grupo de imagens tem certa afinidade com um ou outro dos grandes centros psicofisiológicos do corpo humano e com o centro de controle mental particular que governa cada um. A nota-chave vibratória de cada centro determina as palavras tradicionais de poder ligadas às imagens a eles encadeadas.<br /> O tema “Palavras de Poder” é de grande complexidade e só poderá ser tocado aqui brevemente. Uma variação da assunção da forma divina é a curiosa “técnica de ilusionismo” a que se refere os livros de magia ao falarem “fazer-se invisível” e “transformação”. Tal “fascinação” tem que ser experimentada para ser percebida. Um exemplo típico é dado no livro de coronel H. S. Olcott, Old Diary Leaves Vol I, aqui os protagonistas foram a Madame Blavatsky e um certo cabalista. Se esse estudo das imagens mágicas parece um pouco deslocado, deve-se lembrar que, embora um princípio geral possa ser discutido, é difícil ser preciso sem falar muito.<br />A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /><br />Capítulo 9<br /> Magia Iniciatória Nos ritos religiosos de todas as nações desde os tempos imemoriais, encontramos certas cerimônias de admissão na comunidade tribal ou na vida religiosa da nação, e essas iniciações têm certos elementos comuns, quer seja a introdução de um menino na tribo pelos aborígines australianos ou a recepção de um postulante na Igreja Católica. Sir James Frazer, em seu Golden Bough, reuniu muitos exemplos de ritos iniciatórios de todo o mundo, e esses, juntamente com as atuais formas de iniciação, como o rito maçônico e os ritos batismais da Igreja, mostra uma similaridade subjacente. A palavra “iniciação” deriva de uma raiz que significa “um primeiro passo” ou “começo”, e isso, é claro, é justamente o que a iniciação é. Esse é o primeiro passo em uma nova vida, quer seja na vida tribal de um clã, quer na vida religiosa de um monge, ou nas atividades geralmente benemerentes fraternais da Real e Antediluviana Ordem dos Búfalos.<br />Todos têm seus ritos iniciatórios por meio dos quais o neófito é introduzido e interligado com a nova vida. Podemos acrescentar a esses exemplos outros mais – as cerimônias iniciáticas dos cavaleiros e a coroação do rei britânico. Obviamente todas essas iniciações não tem o mesmo poder – umas afetam o candidato em níveis inteiramente diferentes das outras, mas, e isso é um ponto que deve ser enfatizado, mesmo a mais inócua e ingênua das cerimônias iniciatórias, se construída sobre fundamentos genuínos e realizada por gente de conhecimento, será o meio pelo qual mudanças mais radicais e de longo alcance poderão ser operadas.<br />É fato notável que praticamente toda sociedade organizada, cedo ou tarde, desenvolve alguma forma de cerimônia iniciatória, e, embora isso possa ser considerado uma necessidade natural de fazer clara distinção entre a velha e nova vida, ainda está para ser explicado por que as bases de todas as iniciações parecem ser as mesmas. Associados também a esses ritos, encontramos a “imposição das mãos” ou algum ato similar; por meio da pesquisa antropológica, descobriu-se que, mesmo nos casos onde tal prática não fazia parte do ritual, ela havia sido empregada em épocas mais remotas.<br />Veremos, entretanto, que existem dois componentes essenciais no verdadeiro ritual de iniciação. Primeiro, o rompimento com a velha vida, dramatizado por meio de certas formas simbólicas, e, segundo, a transmissão de poder para o neófito. A primeira é construída sobre a idéia de abandonar o vagar cegamente pelas condições de trevas e caos da ignorância para entrar no domínio da luz e da ordem: - o “Entrar no Dia”, do livro egípcio dos mortos, a “Entrada na Clara Luz”, do Bardo Thodol tibetano, a Transmutação Real dos Alquimistas, o Novo Nascimento dos místicos cristãos. Mas cada um no seu grau. Pois é claro que a iniciação maçônica raramente possui esse efeito taumatúrgico, assim como também a maioria das iniciações formais do Ocidente e do Oriente.<br />De qualquer modo, algum efeito é produzido, e algum poder acaba sendo conferido, mas “sob o véu das coisas terrenas”, pois essas iniciações formais, embora válidas e valiosas, são as sombras terrenas das verdadeiras iniciações conferidas nas eternidades atemporais e para além do espaço. Nas palavras da Kabalah, elas são os “reflexos em Malkuth”, isto é, a representação em termos terrenos de realidades supra-sensíveis. Assim, não nos tornamos adeptos só pelas iniciações cerimoniais da loja(ainda que certos poderes realmente sejam adquiridos, como veremos adiante, como resultado da cerimônia), mas nos tornamos iniciados quando voluntariamente conseguimos alterar nosso nível de consciência e começamos a olhar todas as coisas de um ponto de vista diferente.<br />A palavra que é traduzida na Versão Autorizada da Bíblia como “conversão” pode ser mais bem descrita como “mudando a direção da mente e considerando as coisas sob outro ponto de vista”. Isso, naturalmente, é o que a iniciação – e a conversão – realmente são. Aqui chegamos a um dos pontos de disputa entre os católicos e os não-conformistas. A Igreja ensina que o batismo da criança é eficaz e eficiente;o não-conformista procura uma mudança consciente no coração, realizada na mocidade ou na vida adulta, a qual leva a pessoa envolvida a uma verdadeira mudança.<br />Do ponto de vista oculto, ambos os lados estão novamente corretos no que afirmam, e errados no que negam. A regeneração batismal e a conversão são ambas válidas e eficazes, e deveriam ser complementares uma da outra. A tradição mágica dá uma explicação objetiva disso, reforçada pelas descobertas dos psicanalistas. A fim de entender a tradição mágica, é necessário estudar o que é conhecido em psicologia como “a mente grupal”. Quando um número de pessoas se associa em busca de um objetivo comum, suas mentes se unem e formam – para o propósito que têm em vista – uma composição ou mente grupal. Quanto mais emocional o objeto de seus pensamentos combinados, mais forte e mais claramente estruturada torna-se a mente grupal.<br /><br /> Sua manutenção depende de inúmeros fatores; por exemplo, algumas mentes grupais formadas pela oratória apaixonada de alguns demagogos podem durar apenas alguns minutos ou horas. Outras, formadas por pensamentos unidos por um período de anos, podem ter uma vida de muitos séculos. Mesmo que elas pareçam ter cessado de existir, poderão reagrupar-se se condições favoráveis surgirem, pois essas emanações, mesmo bem distanciadas dos seus impulsos mentais originais, já possuem “forma” nos mundos interiores, construída pela ação mental combinada do grupo, como já vimos quando discutimos as imagens mágicas. Cada época semeia nos mundos interiores as sementes que, mesmo não se tornando um ser objetivo imediatamente, irão infalivelmente germinar e frutificar numa época futura. E o ensinamento esotérico adverte: aqueles que originalmente iniciaram uma formapensamento grupal irão reencarnar no período em que os resultados das formas grupais de pensamento criadas por eles se objetivarem no plano físico, e terão de trabalhar e possivelmente sofrer sob as condições que eles próprios originaram no passado. Existem quatro tipos de emoções que podem energizar tais mentes grupais: poder, sexo, multidão e emoções religiosas.<br />Muitas dessas estão intercombinadas em diferentes proporções em toda a mente grupal, mas sempre uma é predominante. As grandes religiões do mundo, com seus rituais mais ou menos estereotipados, suas emoções comuns e sua longa vida, construíram mentes grupais bem definidas, assim como os sistemas de governo que perduram por muitos séculos, como por exemplo, a monarquia britânica.<br />A Ordem de Cavalaria, e as fraternidades iniciáticas, tais como os maçons, a Rosa-Cruz e muitas outras, construíram mentes grupais poderosas e definidas nos mundos interiores. O grupo religioso mais forte no mundo ocidental é a Igreja Cristã, e aqui temos uma mente grupal intimamente amarrada e recarregada constantemente de vitalidade que data de quase dois mil anos.<br />Mas no caso do Cristianismo temos que lidar com algo que é muito maior do que a soma total da atividade mental e emocional e as aspirações de seus membros. Podemos entender melhor se exemplificarmos com o nosso corpo físico. Ele consiste de uma miríade de células constantemente crescendo, reproduzindo-se e desintegrando-se, mas preservando uma relação, cujo resultado chamamos de corpo físico. Mas cada célula tem sua própria vida psíquica, e a vida celular combinada forma a nefesch ou alma animal dos cabalistas. Além disso, as vidas psíquicas coordenadas de muitas células formam um receptáculo ou veículo por intermédio do qual o ego ou self pode entrar em contato com o plano material.<br /> Assim, o pensamento grupal comum, a emoção e o idealismo de todos os membros da Igreja Cristã formam um veículo ou corpo por meio do qual a cabeça da religião cristã pode entrar em contato direto com o mundo material. Em termos teológicos, a Igreja é a extensão da encarnação. Assim como a saúde psíquica de cada célula do corpo depende da interrelação com todas as demais , e assim como certos grupos de células são especializadas dentro do grupo geral, em certas atividades especiais, como por exemplo, os órgãos, nervos e órgãos dos sentidos, assim é com o corpo que se constituí na Igreja, onde vamos encontrar especialização e funcionalismo similares.<br /> É possível penetrar a vida celular coletiva do corpo pela identificação da vida psíquica da substância individual ingerida pelo sistema na vida diária, e, a propósito, aqui está a chave para os múltiplos problemas de nutrição do corpo. Exatamente da mesma maneira, o indivíduo torna-se parte do grupo por meio de uma similar identificação de seu psiquismo com a vida do grupo comum, e esse processo mental e psíquico é quase invariavelmente realizado por meio de algum rito de admissão, tal como o batismo. Possivelmente as únicas exceções são a Sociedade dos Amigos ou Quakers, ou como são mais comumente conhecidos, o Exército da Salvação.<br />No serviço batismal o indivíduo é vinculado mentalmente com a mente grupal de toda a Igreja, e essa vinculação é feita por intermédio da atuação de um membro desse grupo que age com a sua autorização. Mesmo nos casos onde o batismo é feito de emergência por um leigo ou mesmo um não-cristão , sua “intenção mental” de ligar o recém-chegado com o grupo é suficiente. Mas isso pode ser objetado, no caso do batismo infante, em que a criança não pode conscientemente identificar-se com a Igreja.<br />Conscientemente não, mas o homem é maior que seu pensamento consciente, como já vimos, e a criança se liga inconscientemente por intermédio de um sacerdote celebrante, com a vida do todo. Os padrinhos também forneceriam laços extras entre a criança e a Igreja – ainda que seja altamente improvável que eles tenham essa percepção! Bem, qual o resultado dessa parte da magia iniciatória? A criança é introduzida na circulação da vida da Igreja, e são proporcionalmente as condições as quais ela pode começar sua jornada do caos do passado, que é construído na subconsciência, e tomar posse do que sempre foi, in esse, uma criança de Deus.<br /> Por isso o catecismo anglicano diz que o batismo é “uma morte para o pecado e um renascimento dentro da retidão”, e essa é a fórmula de toda iniciação verdadeira. A água é usada como um símbolo de purificação e é abençoada com essa intenção, usando o signo cristão de poder, a cruz. Nas velhas religiões de mistério, a iniciação era precedida pela lustração de purificação, e as águas do batismo são a contraparte cristã das lustrações dos Mistérios. Embora a criança tenha sido iniciada dentro da comunidade cristã e tenha começado a partilhar da vida espiritual dessa comunidade, a iniciação batismal não passa da sombra terrena da verdadeira iniciação cristã do Novo Nascimento.<br />A verdadeira iniciação acontece quando o eu pessoal é por um momento apanhado e unido com seu Ego Superior, do qual ele é expressão mundana, e, por intermédio desse Ego Superior com o Logos em que ele vive, se movimenta e tem sua existência. Um grande místico, Angelus Silesius assim assim escreveu: “Se mil vezes em Belém Cristo nascesse E não em vosso coração, estareis então abandonado A cruz no calvário que procurastes seria em vão Pois ela está somente no centro de vosso coração.”<br /> A experiência da conversão é uma forma livre dessa iniciação cristã, daí sua importância do ponto de vista do não-conformista. Voltando à questão geral dos ritos iniciatórios, todas as verdadeiras cerimônias ligam o neófito à vida mente grupal e também implantam nele as sementes do poder as quais irão, em um tempo futuro, leva-lo a percepção consciente de sua verdadeira natureza. Um amigo clarividente fez o seguinte relato de um rito de iniciação realizado em sua presença. “Quando os oficiais menores da loja fizeram seu contato cerimonial com o candidato, a aura dele tornou-se luminosa, cada porção da aura correspondente a cada compartimento reluzia. A observação desse novo membro em data posterior mostrou que o efeito é relativamente permanente – ao menos nesse caso.” “Quando, porém, o mago da loja fez o seu contato, pareceu que uma diminuta porção de seu corpo sutil era ejetada da região do chacra do coração, uma pequena semente brilhante de luz branca dourada parecia passar através da aura do candidato até vir se localizar na região do plexo solar.<br /> Observações posteriores constataram ser esse efeito permanente.” Um fenômeno similar, embora bem mais intenso, foi registrado por outros clarividentes que estudavam a ordenação de um sacerdote nas facções da Igreja que preservaram a “Sucessão Apostólica”. Talvez ironicamente, caiba aos desprezados magos a missão de configurar as alegações da Igreja no que concerne ao seu sacerdócio! Neste capítulo o batismo cristão foi usado como uma ilustração, mas os princípios envolvidos não são exclusivos do Cristianismo. As religiões de Mistérios da bacia do Mediterrâneo no período clássico usaram o mesmo simbolismo e ritos muito similares. Nos ritos mitraicos, a “lavagem no Sangue do Codeiro(ou Touro) era realisticamente encenada no kriobolium ou tauroboliom, onde o neófito, vestido de túnica branca, ficava sob uma grade em cima da qual o cordeiro ou o touro era sacrificado, e dessa maneira era literalmente lavado no sangue sacrificial.<br />Alguns paralelos com o simbolismo do cristianismo são muito próximos, tanto que, de fato, alguns dos padres cristãos os explica dizendo que o Diabo, sabendo de antemão que o Cristianismo viria, guiou os idólatras para copiar o que mais tarde seria revclado! Outros, não apologistas do Cristianismo, dizem que essa similaridade prova que o Cristianismo pegou emprestado seu sistema sacramental das religiões que o precederam.<br />A tradição mágica, por sua vez, diz que a religião cristã, fundada sobre certos princípios, se expressou em formas similares às das religiões pagãs, mas as redimiu da corrupção na qual tinham caído. Ela também sugere que a Igreja Cristã não tinha necessidade de tomar emprestado seus ritos e formas, uma vez que tinha suas raízes nas tradições secretas judaicas e, o que é infinitamente mais significativo, ela foi fundada e dirigida pelo Supremo Mestre de Todos os Mistérios.<br /> Os “Mistérios de Jesus” da Igreja Primitiva podiam impor-se por si mesmos diante de qualquer das religiões de mistérios à sua volta. De qualquer forma, a religião manifesta sua vitalidade nessa própria assimilação dos melhores elementos dos outros sistemas. A Igreja, assim como a sábia dona-de-casa da parábola, traz no seu baú coisas novas e velhas.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-55875392668456964472009-03-30T02:16:00.000-03:002009-03-30T02:20:39.704-03:00MAGIA ELEMENTALMAGIA ELEMENTAL<br /><br />“Princípios e Práticas de Elementoterapia”<br /><br />Coleção Michael<br /><br />Introdução<br />1. Uma Breve História da Magia 2. A Ordem Natural 3. A Anatomia Oculta do Homem 4. Magia Elemental nas Religiões 5. Os Anjos e Mestres Cabalísticos da Cura 6. O Poder dos Mantras 7. Os Sete Raios das Plantas II. RELATOS INTERESSANTES 1. Helena Blavatsky = Experiências com um Gnomo 2. Carlos Castañeda = O Elemental do Peiote 3. Samael Aun Weor (a) = O Elemental do Gato 4. Samael Aun Weor (b) = Elementais das Aves 5. Edward Bullwer Lytton = O Guardião do Umbral 6. Francisco Valdomiro Lorenz = Briga Entre Gnomos 7. Dora van Gelder = Um Deva dos Ciclones III. FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA Conjuração dos Quatro Conjuração dos Sete Invocação do Sábio Salomão Oração Gnóstica Exorcismo do fogo Exorcismo do Ar Exorcismo da Água Exorcismo da Terra Regentes do Ar Clavícula de Salomão Exorcismo da Lua Exorcismo de Mercúrio Exorcismo de Vênus Exorcismo do Sol Exorcismo de Marte Exorcismo de Júpiter Exorcismo de Saturno Conjuração de São Miguel Arcanjo Anjos Cabalísticos Símbolos Mágicos Quadrado Mágico da Lua Quadrado Mágico de Mercúrio Quadrado Mágico de Vênus Quadrado Mágico do Sol Quadrado Mágico de Marte Quadrado Mágico de Júpiter Quadrado Mágico de Saturno Quadrado Mágico de Vênus Quadrado Mágico do Sol Quadrado Mágico de Marte Quadrado Mágico de Júpiter Quadrado Mágico de Saturno<br />INTRODUÇÃO<br />Este livro é o primeiro de uma série, lançada pelos membros do Instituto Arcanjo Michael(IAM), de São Bernardo do Campo, que tem como finalidade divulgar sinteticamente a Sabedoria Esotérica, dispersa e muitas vezes confusa. Apesar de não estar filiado a nenhuma escola ou instituição( respeitamos todas obviamente), o IAM defende uma linha eminentemente gnóstica, universalista, por reconhecer que em seu espírito e seus ensinamentos manifestam-se os verdadeiros valores contidos nas vibrações espirituais da Era de Aquário.<br />MAGIA ELEMENTAL pretende entregar ao leitor uma visão mais ampla, inteligível, desse mundo paralelo ao nosso, mágico e poderoso, luminoso e cheio de vida, conhecido cientificamente como 4a. Dimensão, que sempre foi visitada pelas mentes inspiradas dos grandes Buscadores dos Mistérios. As práticas, os mantras, os nomes sagrados, as conjurações etc., inseridos aqui podem ser praticados pelo leitor para que ele perceba a realidade maravilhosa desses seres elementais que povoam abundantemente a natureza. Isso serve para nos conscientizarmos mais profundamente ainda sobre a manifestação maravilhosa de Deus dentro de Sua Criação. Onde houver vida e harmonia, ali Ele estará.<br />A novíssima Era aquariana requer pessoas práticas, que sintam, vejam e apalpem as realidades supra-físicas da natureza, para que eles deixem de simplesmente acreditar e passem a vivenciar, aprendendo diretamente da própria Natureza.<br />Este livro pretende resgatar uma Sabedoria Superior mantida pura pelas Escolas de Mistérios. Essa Sabedoria elemental foi venerada e profundamente vivenciada pelas portentosas culturas e civilizações do passado, como a egípcia, a maia, a grega etc. Cremos que já é mais do que hora trazermos à tona a Luz dos grandes Deuses da Natureza, os Gurus-Devas, Aqueles que escolheram a Senda Dévica, para que nós mesmos sejamos os maiores beneficiários.<br />A sabedoria gnóstica afirma que existem milhares de Templos e Igrejas elementais ocultos no mundo etérico. Se formos dignos de penetrar em suas portas, temos certeza que lá encontraremos Seres desejosos de entregar seu Amor, Sabedoria e Mistérios para que possamos adquirir em Paz nossa verdadeira identidade espiritual.<br />Esperemos que o conteúdo desta pequena obra, feita com muito carinho para você, seja útil para sua cultura intelectual e seu anelo espiritual. Aguarde para breve outras publicações. Boa leitura...<br />UMA BREVE HISTÓRIA DA MAGIA<br />Os conceitos de Magia, Esoterismo, Espiritualismo etc., sempre estiveram ligados à Humanidade ao longo da história. As doutrinas esotéricas não eram motivo de estudos de ignorantes, supersticiosos e medrosos, como quer que se acredite e aceite na atualidade, mas por uma “nobreza”que tem mantido a chama de um Conhecimento Superior. É essa mesma Tocha do supremo conhecimento espiritual a que sempre foi barreira contra a ignorância, as trevas, o caos, a intolerância.<br />A própria definição de Magia expressa bem sua verdadeira finalidade. Do persa Magh, que significa Sábio, essa palavra originou outras, como Magister, Magistério e Magnum. Portanto, Magia vem significar, basicamente, a sabedoria de todo o conhecimento que capacita o homem a desvendar e dominar o Universo, a Natureza e a si próprio. Outro termo para Magia é a aplicação da Consciência e da Vontade sobre todas as forças da Natureza, não só as físicas, tridimensionais, mas aquelas que estão fora da esfera de nossos cinco sentidos. Em síntese, é a aplicação da ciência e da vontade sobre as diversas manifestações da vida. É a Ciência Total...<br />Origens Fantásticas da Magia<br />Em seu livro apócrifo, o profeta Enoch nos fala sobre as origens de muitos ramos do conhecimento:<br />“Quando os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, aconteceu que lhes nasceram filhas elegantes e belas.<br />E quando os Anjos, os Filhos dos Céus, as viram, ficaram apaixonados por elas...<br />E escolheram cada qual uma mulher; e delas se aproximaram e coabitaram com elas; e lhes ensinaram a feitiçaria, os encantamentos e as propriedades das raízes e das árvores.”<br />E continua Enoch, afirmando que os Anjos caídos, ainda com bastante Conhecimento, ensinaram a arte de resolver os sortilégios, observar as estrelas, os caracteres mágicos, os movimentos da Lua, a arte de interpretar os signos, confeccionar talismãs etc.(Vide Livro de Enoch, cap. 8). Que época é essa, citada por Enoch?<br />Em sua portentosa obra O Timeu, Platão nos comenta que ouvira falar de uma legendária e poderosa civilização, a atlante, da boca de seu avô Crisitos, o qual ouvira do próprio Sólon ensinamentos dados a ele por sacerdotes-magos do templo egípcio de Saís. Segundo nos repassa Platão, essa civilização, a Atlântida, foi um conjunto de sete gigantescas ilhas que ficavam além das Colunas de Hércules, quer dizer, no Oceano Atlântico. Para o sábio discípulo de Sócrates, a origem de todo o conhecimento espiritual e mágico foi atlante.<br />Numa passagem do Timeu, lê-se: “Os atlantes eram uma raça de Deuses que degenerou da sua origem celeste porque se aliou freqüentemente com as filhas dos mortais; por isso, Júpiter os puniu, destruindo o país em que habitavam.”<br />Ou seja, a origem de todo conhecimento remonta à Atlântida, aos arcaicos períodos de nossa história, em nada aceitos pela ciência materialista de hoje. Temos como fiéis depositários dos atlantes os egípcios(os quais, por meio dos gregos e depois dos árabes,<br />foram a base de toda a magia ocidental). Temos também como filhos dessa tradição esotérica atlante os indianos e chineses, pelo lado oriental, e os maias, incas e astecas, nas Américas. Estudando-se as raízes lingüísticas de muitos povos que oficialmente nada têm em comum, percebemos muitas palavras semelhantes, senão, idênticas. Temos como exemplo o maia e o chinês mandarim, onde foram achadas mais de cinqüenta palavras de pronúncia e significado idênticos. esotérica atlante os indianos e chineses, pelo lado oriental, e os maias, incas e astecas, nas Américas. Estudando-se as raízes lingüísticas de muitos povos que oficialmente nada têm em comum, percebemos muitas palavras semelhantes, senão, idênticas. Temos como exemplo o maia e o chinês mandarim, onde foram achadas mais de cinqüenta palavras de pronúncia e significado idênticos.<br />A Magia no Oriente<br />O Yoga indiano e suas sete modalidades e as artes marciais têm algo em comum, que é atlante. Eram considerados como disciplinas que permitiam dominar o corpo físico e seus canais de energia para um pleno reconhecimento e manipulação da Alma.<br />Os sete Yogas são: Hatha (físico), Raja (mecanismos mentais), Mantra (palavras de poder), Bhakti (devoção e serenidade), Jnana (conhecimento superior-gnose), Karma (direitos e deveres sociais e morais) e Tantra (o mais elevado de todos). O termo Yoga é o mesmo que religião, religare, ou seja, a arte de recriar aquele elo entre o humano e o divino, em todos os seus aspectos.<br />Quanto às tradições marciais, sabe-se que elas foram recompiladas e reorganizadas por Bodydharma, um dos principais discípulos de Buda, que “evangelizou ” a China. O Kung-fu, que originou as múltiplas técnicas marciais, tinha como finalidade dominar e movimentar as energias interiores e elementais, além, é claro, da mera defesa pessoal. Segundo certas tradições, algumas das linhas marciais, organizadas por Bodydharma, foram: os caminhos do Dragão, da Serpente, do Macaco, da Águia, do Bêbado etc. (há mais de 360 caminhos no kung-fu), muito semelhantes às Ordens guerreiras das culturas americanas, como veremos logo em seguida.<br />Além disso tudo, vemos a magia e o conhecimento esotérico inseridos em outros ciclos, encabeçados por Fo-Hi e Lao-Tzu na China, Son-Mon e o Xintoismo no Japão, Kumbu na Tailândia e Camboja, o Xamanismo original ao norte da Ásia e o Budismo tântrico tibetano de Marpa, Tsong-Kapa, Milarepa e outros.<br />A Magia nas Américas<br />Os astecas, incas e maias são as culturas que mais se expandiram nas américas. Diz-se que foram colônias atlantes e por isso eram possuidores de altíssimo e complexo domínio da matemática, astronomia, religião e agricultura. Ainda hoje suas ordens esotéricas são um mistério. Quase todos seus escritos, estátuas sagradas e mesmo seus templos e sábios, foram destruídos pelos ávidos conquistadores europeus.<br />Vemos algumas Ordens monástico-militares que se dedicaram ao pleno desenvolvimento das artes mágicas e de todos os poderes humanos e divinos. Entre os astecas e maias, temos os Cavaleiros Tigres e os Cavaleiros Águias (cujo lema mágico era “Nós nos Dominamos”) e entre os incas sabemos da presença dos sagrados Cavaleiros Condores. Esses sacerdotes índios nos legaram práticas misteriosas e fantásticas, tais como a Magia Elemental, o Nagualismo(estudaremos esse tema mais adiante), o domínio da psicologia interior etc.<br />As tradições orientais e americanas são muito complexas e de difícil compreensão e aprendizagem. Não obstante, os princípios de suas Ciências Mágicas eram os mesmos, somente o modo de expressá-los é que difere. de difícil compreensão e aprendizagem. Não obstante, os princípios de suas Ciências Mágicas eram os mesmos, somente o modo de expressá-los é que difere.<br />Plantas de Poder<br />Esse é um tema bastante espinhoso, dadas as suas implicações legais e morais nos dias de hoje, além da espantosa proliferação e mau uso, pela juventude, de alguns produtos sintetizados. Sob circunstâncias rigorosamente controladas, os Magos de todo o mundo, principalmente americanos, aceleravam o desenvolvimento dos poderes paranormais de seus discípulos, afim de fazê-los reconhecer o Mundo Oculto. Essas Plantas de Poder têm a capacidade de alterar o sistema endócrino, ativando assim todos os Chacras da Anatomia Oculta do Homem, despertando seus sentidos paranormais.<br />Certas ervas, raízes, cogumelos, cipós etc., possuem um poder elemental e bioquímico capazes de mostrar um mundo totalmente novo aos olhos de nossa Consciência. Esse foi um legado da Magia primitiva, infelizmente adulterado na atualidade.<br />A Magia no Ocidente<br />Um dos maiores depositários da sabedoria egípcio-atlante foi certamente Hermes Trismegisto. Certas tradições gnósticas dizem que Metraton, Enoch, Íbis de Toth e o próprio Hermes eram o mesmo Mestre, o mesmo Ser. Atribui-se a Enoch a criação dos alfabetos egípcio e hebraico, A Tábua de Esmeralda e a organização e codificação da Alquimia. Foi o fiel depositário da tradição espiritual no Tarô e na Cabala(Torá), além de ser o organizador dos Axiomas Herméticos.<br />Os egípcios conseguiram fecundar maravilhosamente a magia e as religiões dos hebreus, gregos, romanos e árabes. Com a posterior decadência, o Egito entregou seu conhecimento às correntes esotéricas dos árabes, denominadas de Sufismo. A expansão do islamismo por todo o Oriente, norte da África e depois pela península ibérica, leva a uma revalorização do esoterismo europeu.<br />A maioria dos sábios e ordens esotéricas na Europa beberam da fonte súfi: os Templários, Cátaros, Rosacruzes, Maçons, Dante Alighieri, Roger Bacon, Francisco de Assis, São Malaquias, Paracelso, Arnaldo de Villanueva etc...<br />Os Alquimistas<br />Após sucessivas infiltrações e conquistas árabes na Europa e graças às Cruzadas, a sabedoria esotérica terminou por influenciar uma série de pensadores e movimentos místicos. Temos a influência súfi, não só na península ibérica, como também na França, Inglaterra e em certa medida nas terras germânicas e nos Estados da península itálica.<br />Uma grande influência súfi na Europa foi trazida pela tribo nômade dos Annás(ou A’nz). Tendo como seu estandarte um bode, os místicos dos Annás entregaram seus símbolos aos Templários, além de muitos princípios herméticos que remontam aos períodos dos caldeus. A palavra caldéia Anas significa Água; Anás, portanto, quer dizer “Guardiães das Águas”(da Vida).<br />Os conceitos alquímicos de Elixir da Longa Vida, Pedra Filosofal, Pedra Cúbica, Cornucópia da Abundância etc., vêm das escolas de Mistérios árabes, as quais absorveram, como já dissemos, muito da tradição egípcia. A finalidade do Alquimista era produzir o melhor ouro transmutado do chumbo. Os processos secretos para a obtenção do ouro alquímico eram extremamente complexos. Exigiam disciplina, rigor no método e acima de tudo pureza moral e espiritual. s de Elixir da Longa Vida, Pedra Filosofal, Pedra Cúbica, Cornucópia da Abundância etc., vêm das escolas de Mistérios árabes, as quais absorveram, como já dissemos, muito da tradição egípcia. A finalidade do Alquimista era produzir o melhor ouro transmutado do chumbo. Os processos secretos para a obtenção do ouro alquímico eram extremamente complexos. Exigiam disciplina, rigor no método e acima de tudo pureza moral e espiritual.<br />Apesar de se conhecer uma série de casos de pesquisadores que realizaram prodígios químicos, conseguindo ouro realmente físico, a finalidade essencial da tradição alquimista era transmutar o mundo interior do próprio praticante, sua Alma mesmo.<br />Um bom exemplo de alquimista material (ou Soprador) foi o inglês John Dee. Nascido em 1527, o sr. Dee, graças à sua sensibilidade psíquica, desde cedo se interessou por pesquisar velhos manuscritos que conseguia encontrar em bibliotecas, alfarrábios etc. Ele e seu inexcrupuloso amigo Edward Kelley compraram de um velho estalajadeiro um pergaminho escrito em língua galesa antiga que tratava da transmutação de metais. Indagado de sua procedência, Dee soube que o manuscrito surgira da violação do sepulcro de um arcebispo inglês, Dunstan de Cantuária (conhecido até hoje como o padroeiro dos ourives). Ao entrar no túmulo de São Dunstan, Dee e seu amigo descobriram algo interessante não achado pelos anteriores profanadores. Encontraram um par de ânforas, cada qual contendo um estranho pó, um deles de cor vermelha e outro branco, e que eram, segundo o manuscrito em sua posse, ingredientes essenciais à boa execução do magnus opus. Os dois pesquisadores realizaram muitíssimos prodígios com os materiais encontrados, porém a ingenuidade e a ganância os levaram à ruína.<br />Entretanto, os verdadeiros alquimistas eram transmutadores de Alma, e não de elementos grosseiros, como se crê vulgarmente nos dias de hoje. Temos, a título de ilustração, alguns alquimistas espirituais: Paracelso, Raimundo Lulle, Alberto Magno, Fulcanelli, Nicolas Flamel e sua esposa Perrenelle, Cornélio Agripa, Merlin, Eliphas Lévi, o Abade Trithemius, Al-Ghazali, Samael Aun Weor, D’Espagnet, Rumi etc...<br />Alquimia e Religiões<br />O princípio do autoconhecimento contido na tradição alquímica revela a necessidade de transcendência e autosuperação do homem pelo próprio homem. Isso é claramente visto dentro das religiões. Ou seja, a Alquimia está profundamente inserida no judaismo, cristianismo, islamismo, budismo, taoismo etc.<br />Tomemos alguns exemplos da simbologia alquimista nos ensinamentos religiosos:<br />-O primeiro milagre bíblico de Jesus, transformando água em vinho da melhor qualidade, nas Bodas de Canaã(o casamento alquímico);<br />-Deus flutuando sobre as Águas da Vida e formando o mundo em seis dias e descansando no sétimo ( os passos, ou fases, da obtenção da Pedra Filosofal);<br />-O profeta Zacarias tem a visão de um candelabro de ouro com sete lamparinas acesas pelo azeite que passa pelo interior desse candelabro(processo de transmutação);<br />-Os três Reis-Magos, guiados pela Estrela, visitam o menino Jesus na manjedoura do estábulo (trabalhos para a obtenção do Menino de Ouro da Alquimia);<br />-O profeta Moisés (que significa Salvo das Águas) bate com seu Cajado numa Pedra e daí brota água em abundância;<br />-Davi mata um gigante com uma Pedra; Davi mata um gigante com uma Pedra;<br />-Elias traz fogo dos céus e incendeia a carcaça de um bovino;<br />-Jesus afirma que Pedro é a Pedra fundamental da Igreja que, para os outros(o mundo não iniciado), é rocha de escândalo;<br />-Todo bom muçulmano tem de visitar Meca e em sua peregrinação deve dar sete voltas em redor da Pedra Negra (Caaba); etc.<br />Os Princípios Religiosos e a Magia<br />Todos temos lido em obras místicas de diversas linhas sobre a abundância da vida criada por Deus. Diversos tratadistas de ocultismo nos relataram suas experiências com entidades conhecidas no âmbito do folclore, das crenças e mitos populares. Vemos em quase todos os povos lindas histórias acerca de fantásticas manifestações da vida. Quem de nós não ouviu uma história que fala de seres que vivem dentro de pedras, árvores, rios, cavernas, lagos, despenhadeiros, rios etc.? Essas formas de vida, chamadas no esoterismo de Elementais, fazem parte ativa de culturas extremamente místicas, como os gauleses e seus Druidas, os tibetanos, os anglos e saxões, os povos pré-colombianos, os chineses, japoneses e outros tantos.<br />Esses povos conservaram uma visão Panteísta, ou seja, conseguiam intuir a Vida Universal permeando todas e quaisquer formas de manifestação, visível e invisível. Apesar de terem grandes conhecimentos, tais como matemática, astronomia, engenharia, medicina e complexos sistemas de psicologia, ainda assim gostavam de viver cercados por um ambiente natural e de alta espiritualidade. Penetravam em seus bosques e rendiam culto às suas árvores sagradas; realizavam portentosas procissões, onde oferendavam os primeiros frutos de suas colheitas aos Deuses Santos; oravam profundamente aos Guardiães das cavernas e lagos encantados. Enfim, tinham uma visão do sagrado em todas as coisas, não conseguiam apartar o Divino do cotidiano humano.<br />Com o passar dessa Idade de Ouro, esse Panteísmo foi se transformando, graças a uma mentalidade cada vez menos intuitiva, dando lugar a um Politeísmo que conseguimos reconhecer em algumas culturas, como a grega, romana, persa etc., as quais afastaram a Divindade de nosso cotidiano, pois Ela passa a residir agora nos céus, nas mais altas montanhas do mundo, no mais profundo dos sete mares, enfim, em todos os lugares inacessíveis à presença do homem.<br />Entretanto, ainda se percebe, nessa duas formas religiosas uma conexão muito grande entre Deus e a Mãe Natureza. Deus é visto ao mesmo tempo como Pai e Mãe, suas múltiplas manifestações, poderes e virtudes são representados na presença dos Deuses do Olimpo, do Valhalla, do Aztlan: temos então, uma Minerva-Sabedoria, um Balder-Inspiração, uma Vênus-Amor, um Odin-Curador, um Kukulkán-Força etc.<br />Assim como colocamos uma roupa nova diariamente, conforme nossas necessidades, os princípios religiosos também necessitaram adaptar-se ao nível de Consciência da humanidade. O Politeismo, quando começou a entrar em sua fase decadente, foi caindo num descrédito cada vez maior, como foi o caso da religião romana, com seus Deuses cada vez mais ridicularizados pelos chamados “livres -pensadores”(na verdade, abutres materialistas): teatrólogos, filósofos e escritores.<br />Antes, porém, de dar seu último suspiro, o Politeismo viu crescerem novas visões da Divindade, não mais manifestada de maneira múltipla, como no caso dos 22 Deuses olímpicos. Começa a aparecer o Monoteismo, com um só Deus supremo, obedecido por um séquito de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Profetas, Santos e Beatos. Divindade, não mais manifestada de maneira múltipla, como no caso dos 22 Deuses olímpicos. Começa a aparecer o Monoteismo, com um só Deus supremo, obedecido por um séquito de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Profetas, Santos e Beatos.<br />Essas três formas religiosas que se sucederam umas às outras foram necessárias em seu tempo. Devemos refletir, entretanto, que sempre existiu UMA ÚNICA RELIGIÃO, mais precisamente um princípio mágico, um espírito religioso, que mostrou o Conhecimento (Gnose) necessário para o homem trilhar o Caminho para Deus.<br />Concordo quando se afirma que a religião do futuro (eternamente presente) é uma forma de Politeísmo Monista, uma espécie de Unidade Múltipla Perfeita, os Vários formando (e sendo) o Uno. E essa Religião não se diferenciará daquilo chamado pelos antigos de MAGIA.<br />O Caminho Dévico<br />Do ponto de vista iniciático, a realização completa e perfeita do trabalho alquímico e mágico pode nos levar a ver três Caminhos de Realização espiritual. Vêm a ser:<br />1. Senda Nirvânica, escolhida por aqueles que trabalham com os mundos paradisíacos dos Budas; é o caminho do Êxtase. 2. Senda Direta, escolhida pelos Mestres que desejam encarnar o Cristo Cósmico e perder-se completamente no Absoluto de Deus. 3. Senda Dévica, ou Caminho Angélico, responsável pela manutenção da Grande Obra da Natureza; a esse Caminho escolheram os Seres que decidiram unir-se à evolução dos anjos e ser discípulos dos grandes Deuses, chamados de Gurus-Devas, os Supremos Construtores. É a esse Caminho que trataremos um pouco mais neste livro. Prática<br />Sente-se ou deite-se de forma confortável, procurando ficar numa posição imóvel. Relaxe o corpo e solte toda tensão muscular. Sinta a vida que se manifesta em cada parte de seu corpo. Depois de relaxado o corpo, imagine que de várias partes dele se estendem raízes que penetram por muitos quilômetros na terra. Sinta que a terra é o corpo de um ser gigantesco que alimenta e fortalece seu corpo físico com luz, vida, força e alegria de viver. Enquanto realiza este exercício, sinta que os mais sinceros sentimentos que brotam de seu coração se espalham, auxiliando na cura do planeta. Sinta que é uma troca. Você recebe e dá ao mesmo tempo.<br />A ORDEM NATURAL<br />A Tradição esotérica afirma que todo o Universo, toda a Natureza, com corpo e espírito, é um Ser vivo e plenamente consciente, constituído por sua vez de uma miríade<br />infinita de seres altamente evoluídos, os quais abarcam quantidades também gigantescas dfinita de seres altamente evoluídos, os quais abarcam quantidades também gigantescas de seres, à semelhança de nosso organismo, que possui átomos, moléculas, células, órgãos, sistemas e por fim um corpo complexo regido por um Espírito(mais ou menos consciente de sua verdadeira identidade). Assim como cada átomo, célula etc. se unem formando um todo, essa Suprema Divindade é oni-abarcante, onipresente e onisciente em todo o Universo.<br />Esse Todo da Natureza, é o corpo de uma Deusa, de um Ser Grandioso e Sublime, que existe nos mundos superiores e sempre foi adorada e amada por todas as grandes mentes da humanidade, por ser fonte materna e expressão dos mais belos sentimentos em nossos corações e mentes. Ela foi chamada de Rainha do Céu, Mãe Arcangélica dos Universos, Madona Santíssima, Virgem do Mar, Mãe Divina, Eterno Aspecto Feminino de Deus e a causadora de todos os fenômenos naturais. Seus diversos atributos foram manifestados nas múltiplas Deusas, como Vênus, Minerva, Ishtar, Prakriti, Coatlicue, Virgem Maria, Hera, Prosérpina, Hua-Tsé, Kwan Yin, Ísis etc... Por isso vemos que nas antigas religiões se cultuava um duplo aspecto de Deus: como Pai e como Mãe.<br />Dante Alighieri, em sua Comédia, assim como outros Buscadores, roga extasiado pela intercessão da Mãe Eterna em nossos processos espirituais, assim:<br />“Ó Virgem Mãe, ó filha de teu Filho, mais alta e humilde que qualquer criatura, dos eternos desígnios termo e brilho!<br />Em ti se sublimou a tanta altura a humana condição, que o seu Criado em tornar-se acedeu sua criatura.<br />No teu seio fulgiu o doce amor a cuja luz intensa e resplendente germinou deste modo a Eterna Flor.<br />Aqui és para nós a transparente face da caridade; e da esperança, entre os mortais, és fonte permanente.<br />Tamanha é nestes céus tua pujança, que quem o bem, sem ti, busca, hesitante, como que a voar sem asas se abalança.”<br />Há o texto maravilhoso de um Ritual gnóstico que reverencia a Mãe do Mundo. Vamos transcrever um pequeno trecho:<br />“Salve, Nuit, eterna Seidade Cósmica; Salve, Nuit, Luz dos céus; Salve, Nuit, alma primordial e única. IAO... IAO... IAO...<br />Então, caiu o sacerdote em um profundo êxtase e falou à Rainha do Céu: Escreve para nós teus ensinamentos. Escreve para nós a Luz. para nós teus ensinamentos. Escreve para nós a Luz.<br />E a Rainha do Céu disse dessa maneira: Meus ensinamentos não os escrevo, não posso. Meus Rituais, em troca, serão escritos para todos, naquela parte que não são secretos. A Lei é igual para todos. Deve-se operar pela ação do Báculo e pela ação da Espada. Isso se deverá aprender e assim deverá ser ensinado.”<br />E o Livro da Eterna Sabedoria afirma: “Ela é o Eterno Feminino representado pela Lua e pela Água, a Magna Mater de onde provêm a mágica letra M e o famoso hieróglifo de Aquário. Ela é também a matriz universal do Grande Abismo, a Vênus primitiva, a grande Mãe virgem que surge das ondas do mar com seu filho Cupido-Eros.”<br />Essa Potência Divina, esse Deus-Mãe, do ponto de vista cabalístico, é representado pelo Arcano 3 do Tarô (A Sacerdotisa), e pela letra B. Todas as grandes tradições, todos os grandes livros sagrados das religiões, todas as orações sagradas, sempre começaram com o fonema B (ou Beth). Exemplos:<br />O Pai-Nosso, ensinado pelo Mestre Jesus. (Baina, em aramaico, significa Nosso Pai);<br />A Súrata da Abertura, do Alcorão, com suas sete petições, inicia-se com a invocação Bismillah (Em nome de Deus...);<br />A Gênese, de Moisés, começa com a palavra Bereshit (No início...), etc... Portanto, vemos como todo início, toda abertura, têm a Invocação dessa Potência Divina de nossos Céus espirituais, nossa Mãe Divina.<br />O simbolismo esotérico do lado Materno, Feminino, da Divindade é representado essencialmente por cinco aspectos ou manifestações mágicas, plenamente trabalháveis pelo esoterista. Esses cinco aspectos são:<br />• Mãe Espaço(criadora de toda a Ordem Cósmica, todas as Galáxias, universos, Templos Siderais etc.); • Kundalini(responsável pelo Fogo Criador que emana do sol e se fixa no mais profundo de nossa Alma); • Mãe Morte( reverenciada por todas as culturas como a equilibradora da Lei cósmica de Evolução e Involução); • Natura( que criou o corpo de todos os seres, inclusive nosso corpo físico); • Maga Elemental(responsável pelas forças instintivas da natureza, reprodução, sexualidade, instinto de sobrevivência etc.). De acordo com sua necessidade psicológica e/ou mágica, o Buscador pode invocar o supremo poder de um dos aspectos da Eterna Mãe. Cada um desses aspectos possui sua própria ritualística, mantras, exigências, símbolos etc. Todos os grandes magos sempre prestaram um reconhecimento do infinito poder que essa potência cósmica, a Mãe Divina, representa no trabalho esotérico. Ela é o topo de toda prática de Magia Elemental. Portanto, afirma-se que se deve ter sempre em mente a presença e benção dessa Energia Cósmica quando se for trabalhar com um elemental ou anjo.<br />A Esfinge Elemental<br />É muito extenso o simbolismo da Grande Esfinge egípcia de Gizeh e, de acordo com<br />o prisma com que se estuda esse portentoso monumento, símbolo supremo da Magia Elemental, veremos nele uma série de significados e emblemas. Chamado de “Tetramorfo”, por ser constituído por quatro elementos, a Esfinge representa o próprio Mistério iniciático e o silêncio do conhecimento espiritual, a síntese dos Arcanos e da complexa natureza humana. Existem variadas formas de esfinges, espalhadas pelo mundo, indicando que elas nos passam uma sabedoria profunda. No seu todo é a Unidade, o princípio consciente de toda a Criação, a Mônada secreta, o Espírito organizador da Vida. Esfinges compostas de dois animais representam a Dualidade universal, o Yin-Yang. Compostas de três elementos, como as esfinges assírias, é a Trindade de todas as religiões (Pai, Filho e Espírito Santo; Brahma, Vishnu e Shiva; Osíris, Hórus e Ísis; Ometecuhtli, Omecihuatl e Quetzalcoatl; etc.).<br />O Quaternário ou a Lei do Quatro<br />A Esfinge de Gizeh, formada por quatro animais, representa a Sagrada Lei do Quatro (que é um desdobramento da Lei do Sete), é a possibilidade de manifestação e manutenção do mundo. Eis aí o misterioso segredo do número quatro, que vem a ser, cabalisticamente falando, um número-base do número sete, da Lei do Sete,; ou seja, dá a matéria-prima que o Sete necessita para Organizar o Universo (tanto interior quanto exterior). A maioria das religiões e sistemas de filosofia mística dão à Consciência Divina, Deus, nomes formados por quatro letras.<br />O Tetráktis de Pitágoras é o mesmo Jeová (Yod-Hé-Vau-Hé) dos cabalistas hebreus; é o mantra Tetragrammaton, que não pode ser pronunciadoem vão. O Tetragrama é o nome sagrado que originou a maioria dos nomes divinos, tais como: GOTH(flamengos), GOTT(germanos), ALLÁ(muçulmanos), TEOS(gregos), TEOT (maias), TETH(egípcios), INRI(gnósticos), ORFI(mogures), ELOA(assírios), EL-HA(caldeus), SYRE(persas), DIEU(francos) etc...<br />Os Quatro Animais<br />Um sábio gnóstico, no século 2 dC, relacionou os quatro animais da Esfinge aos quatro elementos e evangelistas: o Touro a Lucas, o Leão a Marcos, a Águia a João e o Homem a Mateus. Eliphas Lévi caracteriza os quatro animais a virtudes e elementos:<br />Touro -Terra,Trabalho, resistência e forma; Leão -Fogo, Força, ação e movimento; Águia -Ar, Inteligência, espírito e alma; Homem -Água, Conhecimento, vida e luz.<br />Para visualizarmos melhor a influência da Lei do Quatro, podemos também associála aos seguintes aspectos do Conhecimento:<br />+ Personalidades humanas: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico + Reinos: mineral, vegetal, animal e humano + Sabores: doce, amargo, salgado e ácido + Raças: amarela, branca, negra e vermelha + Agentes químicos da Vida: Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio + Sabedoria humana: arte, ciência, filosofia e religião + Idades espirituais: ouro, prata, cobre e ferro + Animais da Alquimia: corvo, pomba, águia e faisão + Animais bíblicos: leão, urso, leopardo e monstro de ferro + Mundos da Cabala: Asiah, Yetzirah, Briah e Atziluth + Elementais: gnomos, ondinas, silfos e salamandras + Estados da matéria: sólido, líquido, gasoso e plasma + Tattwas: prittvi, apas, vayu e tejas + Axiomas herméticos: poder, ousar, saber e calar-se + Gênios: Kitichi, Varuna, Parvati e Agni + Processos Alquímicos: putrefação, calcinação, destilação e realização + Corpos inferiores: físico, etérico, astral e mental + Operações matemáticas: adição, subtração, multiplicação e divisão; etc... Sob um ponto de vista eminentemente ocultista, a Esfinge posssui um mistério. Em sua contraparte astral, no seu interior, existe uma escola, um centro iniciático, onde aqueles que são aceitos em seus salões aprendem toda a Magia Elemental da natureza. Aprendem as configurações de todas as Ordens hierárquicas, os templos e igrejas elementais de cada espécie vegetal e animal, seus mantras, palavras de passe, rituais, nomes, funções e relações com a evolução humana.<br />Diz-se que a entrada desse Sagrado Colégio Dévico está situada na testa da Esfinge de Gizeh, seu instrutor supremo é um grande mestre que em uma de suas vidas passadas foi um grande e sábio Faraó. E o Guardião dessa porta astral é um poderoso Guru-Deva chamado Gaio.<br />Hierarquias Divinas ou Anjos Virtuosos<br />De acordo com as Forças Inteligentes que governam a Senda Dévica, há uma hierarquia estruturada de forma matematicamente perfeita, em base ao nível de Consciência, Poder e Vida dos Seres que compõem esse Universo. Segundo os grandes Guias da humanidade e Mestres Ascencionados, a vida universal é organizada pelas sete consciências supremas, os chamados sete Anjos diante do Trono de Deus. No mundo elemental e angélico, essa força organizativa é dirigida por sete grandes Deuses elementais, ou Gurus-Devas, dos quais conhecemos melhor quatro(representados pela Esfinge egípcia).<br />Esses quatro Seres são simbolizados como os sustentadores das quatro pontas da grande cruz do universo, que crucifica a Alma que trabalha intensamente para a sua Auto-Realização.<br />Esses quatro Querubins-Sustentadores são reconhecidos em todas as culturas espirituais. São os quatro Devarajas, os Arquivistas, os Lípikas, o Santo Serafim das Quatro Faces, os Quatro Tronos, os Quatro Arquitetos, as Santas Criaturas Viventes, os Quatro<br />Seres da visão do profeta Ezequiel, os quatro Senhores da Morte, filhos de Hórus (Mestha, a Ezequiel, os quatro Senhores da Morte, filhos de Hórus (Mestha,<br />Hapi, Khebsenuf e Tauamutef) etc.<br />Como Regentes da Evolução Elemental, são eles:<br />AGNI, Rei do Fogo Elemental, o qual aparece aos olhos do vidente como um menino de puríssima aura, rodeado por uma inefável música; tem sob suas ordens todos os Deuses, Anjos, Gênios e elementais do fogo, conhecidos por Salamandras e Vulcanos. Seus símbolos são a espada, o punhal e o Lábaro aceso. Rege o Sul da Terra. Este Reino elemental está intimamente relacionado, no mundo divino, ao Arcanjo Samael, Regente de Marte. Mantra: RA.<br />KITICHI, poderoso e misterioso Ser, comandante dos guardiães das cavernas, obreiros subterrâneos, alquimistas dos metais interiores, Reis das montanhas, e elementais da terra, conhecidos como Gnomos, Pigmeus e Duendes. Seus símbolos são a pedra filosofal, o cetro de mando, a cruz sobre uma bola, o Báculo. Seu domínio é ao Norte. O mundo elemental da terra está ligado ao Divino Senhor Orifiel, Regente do planeta Saturno. Mantra: LA.<br />VARUNA, Senhor elemental portador do Tridente de Netuno, representação do domínio sobre as três forças primárias que criaram o mar do universo. Rege os reis dos sete mares elementais e seus mais humildes seres são as Ondinas, Nereidas, Sereias e Ninfas das águas. Rege o Ocidente e tem o Cálice como símbolo. Seu reino está localizado no Leste e possui íntima ligação com Gabriel, Anjo da Lua. Mantra: VA.<br />PARVATI, sagrado Titã dos céus, cuja cabeça toca a mais alta nuvem dos céus. Estão sob suas ordens os anjos da mente, dos ventos e brisas, do movimento cósmico e seus elementais são os Silfos, Sílfides, Fadas e Elfos. Seu reino localiza-se no Oriente do Mundo e seus símbolos são a pena e o hexagrama. Possui ligação com Michael(Sol) e de certa forma a Rafael(Mercúrio). Mantra: H (Suspirado).<br />Temos também a quintessência, o quinto Reino elemental, regido por INDRA, e seus elementais são denominados Puncta. Existem mais dois reinos elementais, chamados de Adhi e Samadhi, os quais pertencem a ordens superiores, porém que podem ser sentidos, como sutis vibrações violeta, nas práticas de meditação, especificamente nos horários entre quatro e cinco da manhã.<br />Esse Devarajas mencionados acima são os chefes supremos da evolução elemental de todo o sistema solar e têm a seu cargo inumeráveis miríades de Reitores, os quais são chefes e senhores de milhões, bilhões, de maravilhosos e humildes elementais, responsáveis pela ordem e harmonia na natureza. Citemos os nomes de alguns desses Reitores:<br />NARAYANA, EHECATLE, BARBAS DE OURO, GOB, ARBARMAN, MAGÔA, BAYEMON, EGYM, AMAIMON, SABTABIEL, ORFAMIEL, HUEHUETEOTLE, MACHATORI, SARAKIEL, ACIMOY, ARCHAN, SAMAX, MADIAT, VEL, MODIAT, GUTH, SARABOTES, MAIMON, VARCAN, HÓRUS, APOLO, MINERVA, RUDRA etc...<br />Tais Deuses trabalham com as forças variantes dos Elementos. Por exemplo, o Fogo possui diversas manifestações, tais como o fogo doméstico, o fogo da Kundalini, o fogo solar, os fogos vulcânicos e do interior da Terra etc. O mesmo ocorre com os outros elementos. Cada uma dessas variantes do elemento fogo são administradas por diversos reis<br />elementais, como os citados acima. Existem práticas, rituais, mantras invocatórios e dias mais propícios, capazes de criar um envolvimento com essas presenças espirituais. mais propícios, capazes de criar um envolvimento com essas presenças espirituais.<br />Elementais, ou Anjos Inocentes<br />Os Elementais sempre foram manipulados pelos Adeptos da Magia, desde os mais remotos tempos. Tiveram diversas designações, tais como Djinn, Sereias, Devas, Gênios, Anjos Inocentes, Duendes, Gnomos, Pigmeus, Anões, Fadas, Trasgos, Peris, Damas Brancas, Vulcanos, Fantasmas, Ninfas, Silvanos, Pinkies, Branshees, Silvestres, Silfos, Elfos, Musgosos, Sátiros, Faunos, Nixies, Bebês d’Água, Mamaés, Sacis, Mulas-sem-Cabeça, Brownies, Kobolds, Iamuricumás, Mannikins, Gobelinos, Nibelungos etc.<br />Eles são constituídos de corpo, alma e espírito e sua evolução, ao contrário do que imaginam muitos esoteristas, tem algo a ver com a evolução humana. De acordo com seu raio evolutivo(pois alguns pertencem ao elemento terra, outros ao fogo etc.), o elemental pode se “encarnar” numa pedra, numa planta, num peixe, numa frondosa árvore, numa labareda ou mesmo nos fogos subterrâneos de um vulcão.<br />A evolução da essência espiritual tem confundido diversos tratadistas de esoterismo. Muitos chegaram a afirmar que existem duas sendas totalmente distintas e inconfundíveis: a humana e a angélica. O que ocorre, com mais precisão, segundo as doutrinas mais ortodoxas, é:<br />Evoluções Elemental e Humana<br />Quando desce, involui, desde o mundo abstrato do Espírito universal, a essência espiritual começa a se manifestar, a se corporificar no mundo da matéria, nos reinos mineral, depois no vegetal e no animal; nesses reinos, essa essência espiritual é chamada didaticamente de Chispa Divina, ou simplesmente Elemental. No instante em que essa Chispa, esse fragmento de Deus, do Fogo Universal, ingressa na evolução humana, ela passa a se chamar Essência Monádica (no Oriente, Budhata). Portanto, nós um dia fomos elementais e os elementais serão, mais cedo ou mais tarde, seres humanos.<br />Ainda existe no mais profundo de nossa consciência algo de elemental, uma espécie de memória da natureza, a qual se devidamente aflorada com a Força do Amor, faz com que voltemos a manipular e dominar os Rituais da Magia Elemental.<br />Essa memória elemental profunda, resgatada por nosso Espírito, é chamada INTERCESSOR ELEMENTAL; seria nosso segundo Anjo da Guarda, porém especializado na Magia da Natureza, na Magia Sideral e Cósmica, que ensina como dominar os elementos naturais, os terremotos, os incêndios, as forças vulcânicas, as nuvens chuvosas, realizar curas à distância, ou também trabalhar com os Anjos planetários e alterar o Karma (quando permitido pela Divindade). Os índios mexicanos chamam o Intercessor Elemental de Nagual.<br />Essa idéia de manifestação elemental precedendo nossas encarnações no reino humano é plenamente aceita nas doutrinas gnósticas originais e no hinduismo e budismo. Os budistas afirmam que Sidarta Gautama, o Buda, dizia que antes de se encarnar como humano foi uma garça e um macaco, entre muitos outros. A mestra H.P. Blavatsky dizia<br />que sua última encarnação no reino animal foi a de um cachorro doméstico. E o mestre Samael Aun Weor, o Avatar de Aquário, lembrava-se de suas encarnações como peixe e sapo. Pitágoras também defendia a doutrina da Transmigração das Almas e a da Metempsicose. Samael Aun Weor, o Avatar de Aquário, lembrava-se de suas encarnações como peixe e sapo. Pitágoras também defendia a doutrina da Transmigração das Almas e a da Metempsicose.<br />Outra idéia defendida é a da Involução das almas humanas. Aqueles que por um motivo ou outro se degradam moral e espiritualmente, esquecendo-se que devem mais dar do que receber e esquecendo-se também de sua origem espiritual, tendem a “regredir no tempo”, e não mais se encarnar em corpos humanos, mas sim em corpos de animais, vegetais e por fim minerais. Essa “regressão da Alma” significa uma perda cada vez maior da Consciência e dos atributos anímicos; é a chamada Segunda Morte, segundo o Apocalipse de São João.A questão das evoluções e regressões da alma é muito polêmica e de difícil compreensão.<br />Seres Involutivos<br />Dentro dessa lógica da lei dupla Evolução-Involução, podemos deduzir que há animais, vegetais e até minerais em estado degenerativo. Temos, como alguns exemplos, as formigas, os porcos, macacos, burros e mulas e algumas ervas daninhas. Certos animais domésticos, próximos ao ser humano, como cães, gatos, cavalos, papagaios etc., podem estar num processo tanto evolutivo quanto involutivo.<br />Não se pode confundir seres involucionantes com aqueles que pertencem ao Raio da Morte, ou de Saturno, como os urubus, hienas, aranhas e outros faxineiros que executam um trabalho fundamental para a natureza(leia o capítulo Os 7 Raios das Plantas).<br />Do ponto de vista da Magia Elemental, afirmamos que muitos indivíduos se utilizam de maneira pérfida também desses animais involucionantes, ou elementais inferiores, para seus trabalhos de magia negra, conseguindo danificar a saúde e mesmo a vida de suas pobres vítimas. Isso é o que se denomina trabalhar com os Tattwas negativamente.<br />Manipulando os Tattwas<br />Os Tattwas são as energias etéricas da natureza, a contraparte vital do mundo físico. Podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do livre-arbítrio de cada mago. Quando se utilizam os Tattwas para seu próprio egoismo, o indivíduo é chamado de mago negro; e quando se utiliza essa força natural sagrada para o bem de si próprio e dos demais, chama-se a esse indivíduo de mago branco. No próximo capítulo trataremos um pouco mais acerca desse conceito de magias branca e negra.<br />As histórias fantásticas que pesquisamos baseiam-se na manipulação das energias etéricas da natureza, chamadas Tattwas. A ciência que lida com esse fenômeno é denominada de Jinas. Temos, por exemplo, os fenômenos de materializações e desmaterializações, pessoas levitando e desaparecendo (como nos casos de Jesus, Maomé e Buda), indivíduos que afirmam poder assumir formas de animais (como a Licantropia). Temos também o fenômeno dos Terafim, citados nos tratados de cabala e mesmo na Bíblia( estátuas e objetos que passam a ter comportamento e movimentos humanos, por estarem profundamente impregnados com fluidos etéricos). Esse trabalho com as forças Jinas pode<br />ser utilizado também para o mal, como é o caso da fixação de fluidos vitais em bonecos, dentro da linha do Vodu. dentro da linha do Vodu.<br />Os Éteres Universais<br />Os quatro éteres básicos (Terra, Água, Ar e Fogo) da natureza podem ser sentidos em nosso cotidiano, observando-se o clima local.<br />O éter do fogo está plasmado quando sentimos no ambiente calor, secura, sede, cansaço e pouca movimentação de animais terrestres e pássaros. Normalmente há pouco vento. Esse Éter é chamado pelos indianos de Tejas. Sua cor no ambiente astral é o vermelho.<br />O elemento etérido do Ar, ou Vayú, é sentido quando há no ambiente bastante vento, secura e certo ar de silêncio. Afirma-se que não é um momento para negócios, fechamento de contratos etc., pois todo acordo e pacto tende a se dissipar. A cor desse éter é o azul. Propício para a Magia Mental.<br />O Tattwa da Água, ou Apas, cria climas úmidos, chuvas, tempestades e enchentes. É propício iniciar com esse éter casamentos e negócios onde se queiram colher muitos filhos e frutos, cuidar da terra onde se plantarão árvores frutíferas etc. Sua cor é o amarelo.<br />Prittvi, da terra, é o elemento etérico que mais dá prazer e alegria aos seres vivos, especialmente aos humanos e aos pássaros. É o momento em que toda a natureza canta, sente-se uma leveza maravilhosa no ambiente, a luz é fecunda e abundante e as pessoas têm vontade de cantar e soltar-se emocionalmente. Prittvi normalmente acompanha a manifestação de Apas, o éter úmido. Sua cor é o verde da natureza. Nesse momento pode-se trabalhar com a Magia Verde, ou magia da cura.<br />O quinto elemento etérico, o Éter propriamente dito, o Akasha, é sentido como se a natureza inteira entrasse em introspecção, o ambiente se tornasse escuro, lúgubre. É o pior momento para se realizar qualquer coisa externa, emocional ou profisionalmente. Segundo os budistas, é ideal para se realizar meditações profundas e desenvolver técnicas de cura(pelas mãos, olhos, vontade) e de autoconhecimento.<br />Prática<br />Relaxe o corpo, procurando a forma mais simples e cômoda para o corpo físico. Solte todos os músculos vagarosamente. Sinta sua respiração se acalmar naturalmente. Concentre-se nos batimentos do coração e sinta que você se acalma mais ainda. Imagine que o planeta Terra também possui um coração em seu centro, e que esse coração está ligado ao seu por fios luminosos de cor dourada. Peça a esse Ser Vivo, que é a Divina Mãe Terra, para preencher seu corpo e sua Alma com a sabedoria dos seres elementais. Medite por cerca de meia hora diariamente. Após a meditação, vocalize o mantra AOM por sete vezes.<br />A ANATOMIA OCULTA DO HOMEM<br />O Conhecimento Oculto afirma que o Homem é potencialmente a criação mais maravilhosa e complexa que Deus criou no universo. Dentro de nós manifestam-se todas as leis cósmicas, todos os princípios elementais e todos os anseios de auto-realização da Mãe Natureza. As virtudes mais sublimes e o fôlego da Eternidade suspiram em nossos ouvidos tentando nos relembrar de nossas Origens. Apesar de nosso corpo físico ser uma das obras primas da natureza, ele é apenas uma pequena peça de um todo muitíssimo mais fantástico e complexo. maravilhosa e complexa que Deus criou no universo. Dentro de nós manifestam-se todas as leis cósmicas, todos os princípios elementais e todos os anseios de auto-realização da Mãe Natureza. As virtudes mais sublimes e o fôlego da Eternidade suspiram em nossos ouvidos tentando nos relembrar de nossas Origens. Apesar de nosso corpo físico ser uma das obras primas da natureza, ele é apenas uma pequena peça de um todo muitíssimo mais fantástico e complexo.<br />Os sete Arcanjos da Presença vibram no mais profundo da Alma na forma de átomos de Amor, Poder e Vida em nossas sete igrejas apocalípticas(os Chacras). A santa Fraternidade Branca interna ressoa nos átomos mais sublimes de nosso cérebro. A ternura onipotente da Mãe Divina ilumina cada célula de nosso coração.<br />E o que dizer de nossos íntimos elementais atômicos? Os gnomos internos de nossos ossos e músculos, as ondinas do sangue e líquidos sexuais, os silfos trabalhando intensamente em nossos ares vitais (pulmões, pensamentos etc.) e as salamandras atômicas, dando-nos aquela sensação de calor e ânimo de viver.<br />Um grande mago moderno, dr. Jorge Adoum (Adonai), dizia que o ser humano é um rei da natureza, porém, um rei sem cetro, cujo reino ainda espera ansioso para ser domado.<br />Os Sete Corpos<br />De acordo com as leis sagradas do Sete e do Quatro, as composições químicas e energéticas do corpo e da alma se agrupam em níveis de densidade que vão do mais grosseiro ao mais sutil, do corpo tridimensional de carne e osso ao Espírito da Vida.As sete estruturas, ou corpos, do homem, à semelhança do Universo inteiro, são:<br />1. Físico 2. Etérico (ou Vital) 3. Astral (ou de Desejos) 4. Mental 5. Causal (ou da Vontade; Alma Humana) 6. Consciência (ou Alma Divina) 7. Íntimo (ou Espírito) O grande mestre e médico de almas Paracelso os designava assim: 1. Limbus 2. Múmia 3. Archaous 4. Sideral 5. Adech 6. Aluech 7. Corpo do Íntimo Os distintos sete corpos dessa Anatomia Oculta interligam-se, influenciando-se e afetando-se mutuamente. Quando ocorre um desequilíbrio de um dos corpos acima citados, os outros ressentem, ocorrendo então uma desarmonia ou doença. Enquanto a saúde do corpo onde primeiro ocorreu o desequilíbrio não for totalmente restabelecida, não haverá o<br />radical processo de cura. Ou seja, todo o conjunto permanecerá doente (com excessão dos dois corpos mais sutis, a Consciência e o Espírito, pois estes somente influenciam). dois corpos mais sutis, a Consciência e o Espírito, pois estes somente influenciam).<br />Alma Sã, Corpo São e Vice-Versa<br />É do mundo das emoções e da mente onde se origina a maioria das enfermidades, loucuras e doenças existentes hoje. Acredita-se que as grandes guerras mundiais, as pavorosas epidemias, as grandes obsessões e taras que infestam ciclicamente o mundo são unicamente as conseqüências materiais dos estados interiores, resultados de uma série de poluições mentais que vemos na atualidade: falsa educação, músicas desarmônicas, mensagens subliminares absurdas, manchetes negativistas, sexualidade desenfreada, programas de tevê infestados de violência, gerando entre outras coisas o desrespeito a valores universalmente aceitos, como a família, a fraternidade, o livre-arbítrio etc. Sem dogmatismos ou falso moralismo, acreditamos sinceramente que os atributos espirituais do ser humano são os verdadeiros alimentos para uma sociedade mais justa e equilibrada.<br />Afirma-se que quando se gera coletivamente um estado emocional negativo, essa vibração é recolhida pelas superiores dimensões da natureza. E quando as circunstâncias cósmicas e telúricas permitirem, essa energia armazenada retorna inexoravelmente aos que a geraram, criando assim os chamados Karmas individuais, coletivos, nacionais e até mesmo os planetários.<br />Quando o ser humano viola as leis das causas naturais, essa violação é devolvida na forma de catástrofes, enfermidades, terremotos, morte e desolação. Por isso dissemos que o homem é um Deus em potencial. Ele tem o poder de criar ou destruir a si mesmo e a seu ambiente.<br />No mundo interior do homem ocorre o mesmo que no exterior. Quando leis são violadas, formas de agir e sentir são erroneamente manifestadas, ocorrem as chamadas enfermidades kármicas(desta e/ou de vidas anteriores). Aclaramos:<br />Graves danos no corpo causal(ou da Vontade) podem produzir o Karmaduro, o chamado karma inegociável, além de enfermidades como a Aids, a arterosclerose, gota, males cardíacos e outros desequilíbrios da sociedade contemporânea.<br />Um corpo mental mal trabalhado e em desequilíbrio pode gerar desde loucuras, cretinices, idiotias e outras doenças mentais, até insônias, anemias, cistites, ciática, raquitismo etc.<br />O corpo astral normalmente é o campeão na produção e distribuição de enfermidades. Ali podem ser gerados desde os simples abcessos às bronquites, o bócio, alguns problemas cardíacos, câncer, diabetes, nefrites(rins), gangrenas, gastrites e úlceras gástricas, gripes, malária, hemorróidas, tuberculoses etc.<br />Já as doenças originárias no corpo etérico (vital) são bastante interessantes de se analisar. Por ser contraparte energética do corpo físico, o etérico atua principalmente nos sistemas nervoso e imunológico: Irritações, alergias diversas, calvície, convulsões, conjuntivites, epilepsia, diarréia, varizes etc...<br />Quanto às doenças eminentemente kármicas, ou seja, geradas por atos e/ou emoções negativas em passadas encarnações, podemos citar:<br />A ira desenfreada gera a cegueira; a mentira contumaz cria deformidades físicas horríveis; o abuso da maravilhosa energia sexual é um dos causadores do câncer e da difteria; o medo e a insegurança geram rins e corações débeis; a ansiedade descontrolada e horríveis; o abuso da maravilhosa energia sexual é um dos causadores do câncer e da difteria; o medo e a insegurança geram rins e corações débeis; a ansiedade descontrolada e<br />o ateismo afetam os pulmões, além de induzir à malária, ao raquitismo e à tuberculose. Isso se deve a que nossos pensamentos, emoções e atitudes atraem átomos e energias inferiores que danificam nossos corpos internos, repercutindo no corpo físico futuro. Significa que na outra vida o código genético terá mais ou menos dificuldades em responder às ordens harmonizantes dos átomos divinos do Íntimo. Enfim, demos uma pequena mostra de como nossa vida “moderna” e sedentária tem nos levado ao aumento dos volumes dos livros de catalogação de doenças das faculdades de medicina. Graças a Deus não existem doenças incuráveis, pois negar qualquer possibilidade de cura é negar a misericórdia do próprio Deus, fonte do princípio universal da Vida. A grande mensagem dos grandes mestres-magos é da urgente necessidade de nosso retorno ao Jardim do Éden primordial, a Mãe Natureza. Ali, com certeza, seremos agraciados com seus mais belos frutos, como a saúde, a prosperidade verdadeira, a singeleza. Quando retornarmos ao “suave jugo” e à simplicidade dos seres espirituais que nos rodeiam, teremos então encontrado a verdadeira fonte da eterna juventude e felicidade.<br />Com as práticas e dicas ensinadas neste livro, realizaremos verdadeiros trabalhos de cura, harmonia e magia para nós mesmos e para nossos semelhantes. Tudo isso baseados na simples observação dos rituais vivos e dinâmicos do Cosmos vivo.<br />Poderes que Divinizam o Homem<br />Quando nos damos conta da existência daquela parte divina dentro de cada um de nós; quando descobrirmos com a emoção mais profunda do coração que essa divindade íntima quer que desvendemos as esferas superiores de nossa Consciência; enfim, quando em nossas viagens internas começamos a responder à inteligência do Pai Íntimo, então sim, como filhos pródigos poderemos nos considerar um Deus, em potencial.<br />A investigação de nossa Alma nos faz crer que existem poderes que levariam nossa vida a uma mudança tão radical que os limites de nosso cotidiano se confundiriam com o Ilimitado. Com o uso de sons vocálicos, mântricos, podemos conquistar nossa herança mágica, perdida num passado longínquo. Mantras são invocações sonoras que o mago utiliza para harmonizar seu corpo e seus Centros com as forças mais sutis da Natureza(sobre esse tema trataremos em posterior capítulo).<br />Os homem possui ao todo 12 poderes, ou sentidos. Cinco sentidos físicos (olfato, audição, paladar, tato e visão) e sete suprafísicos, atrofiados na grande maioria de nós. Eventualmente um ou outro sentido suprafísico se manifesta, dando-nos a certeza de que eles existem. Esses poderes são:<br />1.Clarividência 2.Clariaudiência 3.Intuição 4.Telepatia<br />5.Viagem Astral 6.Recordação de Vidas Passadas 7.Polividência 6.Recordação de Vidas Passadas 7.Polividência<br />1. Clarividência: É a Terceira Visão.Com este poder, apresenta-se ante nosso olho interior todo o universo oculto, as dimesões superiores e inferiores, os elementais e os anjos, os corpos sutis, os desencarnados e as formas-pensamento. Desenvolve-se a clarividência despertando o chacra frontal (entre as sobrancelhas) e trabalhando-se a Ira. As virtudes são paciência, serenidade e Imaginação consciente (não confundir com Fantasia). A cor deste chacra é azul com matizes de rosa. O mantra para seu despertar é INRI... 2. Clariaudiência: É o chamado Ouvido Interno ou Oculto. Com este sentido podemos escutar a voz dos desencarnados, dos Mestres, a Música das Esferas, compreender cada palavra pronunciada, valorizar a virtude do amor à Verdade e compreender as Leis de Causa e Efeito. O chacra deste sentido é o Laríngeo, situado na base da garganta. Suas cores são índigo e prata. O mantra é ENRE... 3. Intuição: É a voz divina que nos fala por meio do Cárdias, o chacra do coração. Com este sentido captamos o profundo significado das coisas e ficamos sabendo com antecedência o que fazer. Os místicos afirmam que este chacra desenvolvido nos dá também o poder da levitação (Jinas). A virtude para este chacra é o Amor. E a cor é o dourado. O mantra é ONRO... 4. Telepatia: Quando andamos pela rua, pensamos em alguém e logo passamos por ele; isso se chama captação de pensamento, e é despertado com as virtudes do respeito a tudo e a todos, a discrição, o não julgar a ninguém. O chacra é o do plexo solar, na altura do umbigo. É chamado de Solar por ser o acumulador dos átomos ígneos que vêm do Sol. Aclaramos que a Transmissão das ondas de pensamento se faz por meio do chacra frontal e a captação pelo solar. As cores são o verde e o amarelo.O mantra é UNRU... 5. Viagem Astral: Todos, sem excessão, saímos do corpo físico nas horas de sono. Nossos sonhos são vivências (quase sempre inconscientes) de fatos ocorridos no mundo astral, ou quinta dimensão. Quem de nós, em um dado momento, estando relaxados, de repente pensamos em alguma coisa e nosso corpo sente um leve choque, como que assustados? Na verdade, sem o saber, estivemos saindo gradativamente do corpo físico e voltamos bruscamente. Quando um indivíduo domina relativamente esse poder, consegue coversar com os mestres e todos os desencarnados, penetrar nos templos das igrejas elementais, viajar a qualquer lugar do mundo, acima e sob a terra. Quando todos os chacras, especialmente o cardíaco, prostático e hepático, estão em perfeita sintomia com as forças sutis do Cosmos, a saída astral se torna mais consciente. A virtude é a Vontade e os defeitos a serem trabalhados são a preguiça, o medo e a gula. A cor é o azul celeste. O mantra é FARAON... 6. Recordação de Vidas Passadas: Essa função depende de um sistema nervoso equilibrado, ou seja, um cérebro e uma coluna vertebral carregados de energias transmutadas. Porém, os chacras ligados a esse poder são os pulmonares, que se situam na parte superior das costas. A virtude requerida para o despertar desse centro é a Fé consciente e serena. Trabalhando-se com os chacras pulmonares conseguimos absorver a experiência e o conhecimento acumulado de vidas passadas. A cor é o violeta.O mantra é ANRA... das costas. A virtude requerida para o despertar desse centro é a Fé consciente e serena. Trabalhando-se com os chacras pulmonares conseguimos absorver a experiência e o conhecimento acumulado de vidas passadas. A cor é o violeta.O mantra é ANRA...<br />7. Polividência: É a virtude dos atletas da meditação, dos adeptos do Êxtase espiritual. O chacra coronário, o do topo da cabeça, é a porta de entrada e saída da Essência. A polividência é a capacidade da nossa consciência, ou Essência, desligar-se completamente de seus sete corpos e penetrar na Realidade Única, na essência profunda e na razão de ser das coisas. Todas as sete cores ao mesmo tempo. O mantra sagrado é TUM... Trabalhando os Elementais Internos<br />Devemos recordar que só controlaremos os elementais externos quando tivermos pleno domínio sobre os internos. Caso contrário, não!!! Podemos entrar em contato íntimo com os mundos elementais trabalhando com nosso próprio REINO INTERNO, o qual, como já dissemos antes, congrega os variados átomos da terra, da água, do ar, do fogo e do éter.<br />Esses cinco elementos se encontram em todos os reinos e dimensões da natureza. Nosso corpo físico é dividido em cinco partes. Dos pés aos joelhos existe a influência vibratória do elemento Terra. Dos joelhos ao sexo, o elemento Água. Do sexo ao coração, o elemento Fogo. Do coração ao entrecenho temos o elemento Ar. E na parte superior do cérebro o elemento Éter.<br />O conhecimento da localização e influência dos elementais atômicos é importante no trabalho de Magia Elemental porque ao trabalharmos com a vida contida nas plantas, nos cristais, na chama das velas, nos rios e oceanos, pela Lei de Ressonância faremos nossa Alma e nosso corpo vibrarem intensamente. Mesmo atuando no corpo e na alma de outra pessoa, estamos trabalhando sobre nós mesmos.<br />Os Elementais e os 7 Chacras<br />Existem 7 Templos sagrados no mundo astral ligados aos elementos cósmicos e nos conectamos magneticamente a eles por meio de nossos sete principais chacras, batizados no esoterismo crístico de Igrejas do Apocalipse.<br />O chacra básico, na ponta da espinha dorsal, nos liga ao elemento Terra e seus mantras principais são o IAO e o S (como o silvo prolongado de uma serpente). Os grandes magos afirmam que ao se despertar esse centro dominamos externamente os gnomos e pigmeus, além dos fenômenos telúricos, como terremotos, erosão, pragas de formigas, lesmas e outros. Internamente, desenvolvemos a Paciência, a Diligência e a Laboriosidade. Todos os chacras das pernas (dos joelhos, do descarrego nos calcanhares, das solas dos pés etc.) estão subordinados ao Básico.<br />O chacra prostático (chamado de uterino, nas mulheres), localiza-se a quatro dedos acima dos órgãos sexuais, no púbis. Seu mantra principal é a letra M. Com ele trabalhamos os elementais das águas, ondinas e nereidas, dominando as nuvens chuvosas, as ondas dos mares, as enchentes e as leis de equilíbrio da natureza(chamadas de Leis do Trogo<br />Autoegocrático Cósmico Comum. É um nome complexo, mas significa Tragar e Ser Tragado, Receber e Doar, Dar para Receber). Interiormente, desenvolvemos a Castidade, a Fidelidade e a compreensão da Prosperidade. Este chacra é o centro de irradiação e controle de outros, como o da bexiga, testículos(ou ovários) e rins. Tragado, Receber e Doar, Dar para Receber). Interiormente, desenvolvemos a Castidade, a Fidelidade e a compreensão da Prosperidade. Este chacra é o centro de irradiação e controle de outros, como o da bexiga, testículos(ou ovários) e rins.<br />O chacra solar, como já dissemos, confere o poder da telepatia. Mas também dominamos o Fogo, e seus seres, as Salamandras e os Vulcanos. Psiquicamente pode-se dominar os incêndios, as fogueiras, o poder curativo das velas. Este chacra domina os chacras secundários e terapêuticos, como do fígado, do baço, do pâncreas, o da boca do estômago etc.<br />O chacra cardíaco, por nos ligar aos elementais do Ar, Silfos e Sílfides, Fadas e Elfos, nos dá poderes sobre o vento, os furacões, as brisas, a levitação, o teletransporte. Também nos confere a compreensão da natureza pela teologia, pelos rituais e a mensagem dos símbolos pela Intuição. O Cárdias auxilia os chacras pulmonares, os das axilas, dos cotovelos e os das palmas das mãos.<br />Os chacras superiores(laríngeo, frontal e coronário) nos auxiliam a trabalhar e compreender as energias cósmicas superiores do Ser, como o desapego, a sabedoria, a verdade, a inteligência, a justiça, a misericórdia etc., já que a Loja Branca atômica de nosso corpo físico está no cérebro. Esses três chacras sagrados têm sob sua influência outros, como o do cerebelo, o “chacra oculto”, os sete chacras especiais que circundam o coronário,<br />o do hipotálamo, do timo, do palato etc. Enfim, nosso organismo psíquico contém uma fantástica constelação de chacras que nos ligam às mais variadas energias cósmicas e telúricas. Alguns afirmam que nosso corpo astral possui cerca de 10 mil chacras e o corpo mental está estruturado com mais de 200 mil chacras. Isso, sem contar os chacras dos outros corpos. Conhecendo-se essa Anatomia Interior, podemos direcionar a força elemental. Conhecendo a parte enferma da alma e do corpo, deficiências ou com bloqueios, podemos trabalhar com as salamandras, os gnomos etc. Conhecendo o procedimento ritualístico, os símbolos, os mantras, os nomes das Deidades especialistas em determinadas energias, podemos iniciar um verdadeiro trabalho magístico. O grande segredo é o Conhecimento prático, e não unicamente a teoria estéril. É<br />o que se propõe ensinar neste livro. Prática<br />Procure mais uma vez uma postura de relaxamento e meditação. Imagine que seus chacras tomam a forma de luminosas flores cor de rosa. Dos mantras acima citados(para despertar um dos sete sentidos paranormais), escolha um deles que você sinta mais afinidade e pratique por cerca de 10 minutos. Visualize que o chacra correspondente ao mantra escolhido se transforma num templo dentro de você. Penetre com a Imaginação Consciente dentro desse templo e sinta a Sabedoria ali contida. Ore à sua Mãe Divina e peça que Ela preencha seu corpo e sua Consciência com Amor, Sabedoria e Força. Lembre-se: cada exercício deste livro deve ser praticado por pelo menos uma semana. Sinta a energia contida em cada prática.<br />MAGIA ELEMENTAL NAS RELIGIÕES<br />O Conhecimento Iniciático sempre utilizou imagens específicas para representar o Cosmos, o universo, a vida espiritual e suas múltiplas formas de manifestação, Evolução e Involução. De acordo com os postulados da psicologia interior, essas realidades eram representadas em linguagem simbólica, parabólica e/ou metafórica. Temos símbolos universalmente aceitos por todas as culturas e pensamentos, como as Montanhas, os Templos, as Espadas e os Cálices e temos também as árvores sagradas.<br />A Árvore Misteriosa, situada no centro do paraíso, é um símbolo encontrado em em todas as culturas espirituais representando a estrutura do universo. Normalmente seus galhos tocam os confins do Infinito e suas múltiplas dimensões, e seus frutos representam os atributos positivos do Eterno.<br />Sem exceção, a Árvore Sagrada fez parte das tradições genesíacas de povos, tais como os maias, astecas e incas, os egípcios, os cabalistas hebreus, persas, druidas, povos nórdicos, chineses, japoneses, coreanos, maoris, nativos africanos etc. Vejamos alguns exemplos como ilustração.<br />A Árvore Bodhi<br />É universalmente reconhecida a imagem do Buda Sakiamuni recebendo sua iluminação, após 49 dias de meditação profunda, sentado sob a árvore bodhi, normalmente representada como uma figueira da índia (na verdade, um trabalho profundo de iluminação dos 49 níveis de sua mente pela energia sagrada da kundalini, simbolizada pela Árvore do Bem e do Mal. Na Bíblia, lê-se: “Comereis dos frutos de todas as árvores, menos da árvore do Bem e do Mal”, ou seja, não usar a energia sexual animalescamente, mas magicamente). Daí essa portentosa árvore ser considerada na Ásia como a Árvore da Vida. Afirmam as tradições budistas que a árvore sagrada protegia o Buda das investidas do demônio Marah; ela o protegia envolvendo o Iluminado com seus galhos.<br />A Árvore Escandinava<br />A versão nórdica da árvore da vida está bem detalhada nos Eddas, a bíblia escandinava, na verdade uma coletânea de contos de fundo esotérico. Chamada de Yggdrasil, essa árvore representava o deus Ygg (ou Odin) e era um gigantesco Freixo situado no cimo de uma montanha. Yggdrasil que servia de abrigo para as reuniões e concílios dos deuses e seus galhos ultrapassavam os limites dos céus. Quatro cervos (os Devarajas) se alimentavam de seus brotos, em seu topo vivia uma majestosa águia (o Espírito) e em suas raízes se encontrava a poderosa serpente Nidhugg (a Kundalini a ser desperta). Essa árvore sagrada era eterna porque estendia suas três raízes(as forças primárias) até duas fontes: a da primavera e a da sabedoria, guardadas pelo lobo Fenris (a Lei) e pelo gigante de gelo Mimir (as forças instintivas da natureza). O Yggdrasil é a única potência capaz de levar os “mortos na batalha” para o Valhalla (o Paraíso) e de impedir o fim do mundo, dos Deuses e dos homens (esse Fim do Mundo, entre os nórdicos, chama-se Ragnarok).<br />Plantas Sagradas Entre os Gregos agradas Entre os Gregos<br />A magia vegetal esteve intimamente ligada aos deuses e tradições greco-romanos. Vejamos algumas, como referência: TRIGO: Foi o dom supremo de Deméter, ou Ceres, Deusa da Terra. É o alimento do corpo e da alma. Como o arroz entre os orientais e o milho entre os pré-colombianos, o trigo representa a chave da vida e da abundância. É a energia à espera de sua transmutação. UVA: Dedicado ao deus Baco, ou Dionisios, do Êxtase, da Castidade e das Artes. O vinho representa o trabalho sagrado da transmutação alquímica. Com o trigo, eram os dois principais símbolos do anelo de Liberação nos Templos de Elêusis e posteriormente se transformaram em parte do mistério crístico da Salvação (Mistério Eucarístico). Na Alquimia egípcia e depois na medieval, o pão e o vinho foram representados pelo Sal e o Enxofre. OLIVEIRA: É ao mesmo tempo alimento, medicina e combustível. Está ligado a Minerva, ou Palas Atena, deusa da Sabedoria e do Fogo. LOURO: Árvore sagrada do solar Apolo, ou Helios, representa o triunfo conquistado depois de longas batalhas e duros sacrifícios. É um dos símbolos dos videntes e profetas. ARTEMÍSIA: Planta consagrada a Diana caçadora (Ártemis), a que socorre as mulheres no parto. O interessante é que essa planta regula a menstruação e evita a gravidez. MURTA: Consagrada a Vênus-Afrodite. Além de afrodisíaca, diz-se que a aura da murta alimenta o amor nos lares. PINHEIRO: Associado a Júpiter-Zeus, por sua presença majestosa e força. Esta árvore, pela solidez de sua madeira, representa a perpetuidade da vida.<br />Além das associações com as divindades, muitas plantas tinham íntima relação com determinados templos oraculares. Delfos e Delos estavam ligados ao louro, Dodona ao carvalho, Epidamo e Boécia à canela e árvores condimentares.<br />Também temos muitas outras representações que nos remontam à presença e à manifestação da Divindade. Temos o Ashvata ou figueira sagrada da sabedoria oriental; o Haoma dos mazdeistas, onde se vê Zoroastro esquematizando o homem cósmico; o Zampoun tibetano e o carvalho de Ferécides e dos celtas. Duas das tradições que nos chegaram de forma mais complexa são a das plantas bíblicas e seu simbolismo e a Árvore da Vida cabalística.<br />Plantas Bíblicas<br />Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são considerados mananciais abundantes dos simbolismos vegetais. O mistério do mundo das plantas é tão importante que vemos Deus criando com especial ênfase o reino vegetal no primeiros Dias do Mundo. Vejamos em Gênese(Cap.1, Vers.11):<br />“Em seguida, Ele disse: -Que a Terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que dêem sementes e árvores que dêem frutos.<br />E assim aconteceu. A Terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que dão sementes e árvores que dão frutos. E Deus viu que o que havia acontecido era bom. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o terceiro Dia.” sementes e árvores que dão frutos. E Deus viu que o que havia acontecido era bom. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o terceiro Dia.”<br />A partir disso, vemos centenas de citações, algumas complexas, outras de forma superficial, de diversas plantas e árvores. Chegamos a contar mais de cinqüenta espécies diferentes.<br />Citemos algumas plantas encontradas na Bíblia:<br />Abóbora, Açafrão, Aloés, Amendoeira, Carvalho, Cedro, Cevada, Endro, Feno, Figueira, Hena, Junco, Lentilha, Lírio, Mirra, Murta, Nardo, Olíbano, Oliveira, Palmeira, Salgueiro, Tamareira, Trigo, Videira(uva), Zimbro etc.<br />Por trás de meras citações, esconde-se uma sabedoria maravilhosa, um mistério conhecido por poucos esoteristas. A Magia Bíblica é algo muito profundo e merece um estudo a parte. Sabemos que a Bíblia é um aglomerado de livros altamente simbólicos, onde se vê o Caminho Iniciático completo; o trabalho total da realização alquímica da Alma e do Espírito; a história, não só do povo hebreu, mas de nosso planeta e também da Galáxia. É um livro fantástico para quem sabe interpretá-lo: os que possuirem as chaves da Alquimia, da Astrologia Hermética, Psicologia esotérica e Cabala conhecerão a letra viva e não a letra morta, como a maioria. A Magia Elemental é um dos legados ocultos desse livro sagrado.<br />Os elementais encarnados nas plantas bíblicas podem ser trabalhados na cura, na harmonia, na aceleração de nosso processo espiritual, no fortalecimento de nossas virtudes e poderes internos etc.<br />Vejamos dois exemplos da Santa Magia Bíblica, para o leitor ter uma pequena noção do ensinamento escondido em cada citação<br />Livro de Jeremias, cap.1, vers.9: “Aí o Eterno estendeu a mão, tocou em meus lábios e disse:<br />-‘Veja, estou lhe dando a mensagem que você deve anunciar. Hoje, estou lhe dando poder sobre nações e reinos, poder para arrancar e derrubar, para destruir e arrasar, para construir e plantar’.<br />O Eterno me perguntou:<br />-‘O que é que você está vendo?’<br />-Um galho de amendoeira-respondi.<br />O eterno me disse:<br />-‘Você está certo; eu também estou vigiando para que minhas palavras se cumpram’.<br />Além de conter informações secretas de outro vegetal(a planta da coca), a vara da amendoeira representa o Cetro do mago e o bastão dos patriarcas, símbolos iniciáticos do trabalho alquímico com a energia da Kundalini, que dá poder sobre tudo e todos. Além disso, temos o trabalho mágico propriamente, com o elemental da amendoeira, poderoso tanto para o bem quanto para o mal. Os magos europeus, especialmente os Druidas, costumavam dissolver trabalhos de magia negra e também curar à distância com essa planta. É interesante notar que as palavras amendoeira e vigiando são muito parecidas, na língua hebraica.<br />Gênese, cap.3, vers.1:<br />A Serpente era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ela perguntou à mulher:<br />-‘É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do Jardim?’ ‘É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do Jardim?’<br />A mulher respondeu:<br />-‘Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do Jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.<br />Mas a Serpente afirmou:<br />-‘Vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o Bem e o Mal.’<br />A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter Conhecimento. Aí apanhou uma fruta e comeu; e deu ao seu marido e ele também comeu. Nesse momento os olhos dos dois se abriram e eles perceberam que estavam nus. Então, costuraram umas folhas de figueira para usar como tangas...’<br />A magia da figueira está intimanente ligada às energias sexuais. O Avatar de Aquário afirma que os Anjos que regem a evolução dos elementais das figueiras determinam nosso karma, baseados em nossa conduta sexual; são anjos ligados aos Senhores do Karma que dirigem todo o Sistema Solar. Além disso, o elemental dessa planta pode ser utilizado para curar nossa função sexual. É curioso observar que o figo maduro assemelha-se a um escroto e dentro dele centenas de pequenos filamentos parecidos com espermatozóides.<br />A Árvore Cabalística<br />Os místicos judeus, ou cabalistas, primeiro criaram um Jardim repleto de árvores frutíferas; em seguida, estabeleceram duas delas(a árvore da ciência e a árvore do Bem e do Mal) no meio do Éden e as transformaram no centro de todo o drama da humanidade.<br />A Árvore Sefirótica, ou Cabalística, é um desenho mágico-filosófico que representa a Adão Kadmon, ou Homem Cósmico, Deus, e às muitas dimensões onde Ele se manifesta e trabalha. Na verdade é uma tentativa de esquematizar de forma diagramática as forças universais. A Árvore Sefirótica possui dez galhos, ou Emanações divinas, que seriam os dez mundos ou Dimensões.<br />Podemos notar a relação entre cada uma dessas Séfiras e as diversas Ordens de seres espirituais que se manifestam no Universo. Cada Ordem possui seus atributos, seus poderes, suas virtudes. Conhecendo os mantras e exercícios para se entrar em contato com essas dimensões, temos a possibilidade de manipular os atributos dos Seres daqueles mesmos planos. Parafraseando o grande Hermes: “O que está em cima é como o que está embaixo e o que está fora é como o que está dentro(e vice-versa)”, descobriremos o motivo de se estudar o Diagrama Sefirótico. As potências divinas, angélicas e elementais, quando invocadas, fazem vibrar nossos diversos corpos interiores, e as virtudes e poderes desses Deuses sefiróticos se farão sentir nos átomos anímicos.<br />As três primeiras Emanações (Kether, Chokmah e Binah) são batizadas com o nome de Coroa Sefirótica, ou Triângulo Divino, e representam a chamada Santíssima Trindade de todas as religiões solares. São as três forças primárias organizativas de tudo o que é e o que será. A partir daí, temos as sete Séfiras, que vêm a ser os sete mundos, ou planos. Vêm a ser<br />os sete corpos de nossa constituição interna, como já estudamos anteriormente, ou seja, de Chesed a Yesod, temos nossos corpos internos e Malkuth (o Reino) vem a ser nosso corpo físico. s de nossa constituição interna, como já estudamos anteriormente, ou seja, de Chesed a Yesod, temos nossos corpos internos e Malkuth (o Reino) vem a ser nosso corpo físico.<br />Exemplos: Queremos trabalhar sobre nosso corpo astral, otimizar nossas emoções, equilibrar nossos chacras astrais e preparar-nos para os exercícios de magia prática? Trabalhemos com os anjos lunares, regidos por Gabriel! Necessitamos curar alguém com sérios desequilíbrios mentais, ou compreender as forças mentais que regem nosso Destino? Invoquemos o Meritíssimo Arcanjo Rafael, de Mercúrio, e seus auxiliares! Necessitamos unir um casal em conflito, ou encher um lar desarmônico com os Átomos do Amor, que se encontram estacionados no mundo causal(pois o Amor é a Causa e a Origem de tudo)? Realizemos a Magia do Amor com Uriel e seus inefáveis anjos rosa! Ou necessitamos despertar os atributos solares, superiores, de nossa Consciência Espiritual, como Dignidade, Humildade, Fé, Esperança, Empatia,Obediência à Lei etc.? Supliquemos ao Cristo Michael, Arcanjo de nosso Sistema Solar, que incita o fortalecimento da Geburah interior, a Bela Helena! Gostaríamos de despertar os valores guerreiros de nosso Espírito, nosso Pai Interno? Chamemos a Samael, Gênio do planeta Marte e que faz vibrar nosso Chesed Íntimo!!!<br />Prática<br />É necessário que você tenha, para esta prática, um vaso de plantas. Pode ser um pequeno vaso com uma roseira, violeta ou outra qualquer. Sugerimos um pé de hortelã. Relaxe o corpo como das vezes anteriores e vocalize seu mantra de preferência. Pode ser o AOM. Peça à sua Divindade Interior, ao seu Cristo Interno ou à sua Mãe Natureza Interior para que você sinta/veja a presença do elemental da planta que está no vaso. Entre em meditação e vibre com a Inteligência que existe dentro dessa planta.<br />V OS ANJOS E MESTRES CABALÍSTICOS DA CURA<br />Sabemos que está em moda no Brasil e no mundo a idéia de se trabalhar com os 72 Anjos Cabalísticos. Devemos aclarar melhor essa tradição, que tem confundido o esoterista em seu desejo sincero de praticar com as Consciências espirituais. Diz-se que cada um desses Anjos, ou Gênios, influencia a Luz Astral de cada dia do ano, além de serem os nomes de Virtudes divinas que necessitamos despertar dentro de nós mesmos.<br />Esses Seres são muito mais que isso. Segundo a Cabala Esotérica, são 72 Reitores que dirigem os trabalhos de miríades gigantescas de anjos especialistas em medicina espiritual. Os 72 Gênios são auxiliares diretos do Arcanjo Rafael e se prestam como uma espécie de antena espiritual captadora, transformadora e transmissora das ondas verdes curativas que vêm do planeta Mercúrio.<br />Recomenda-se trabalhar com os 72 nomes sagrados utilizando-os como mantras especiais nos rituais de cura, enquanto se realizam outros trabalhos paralelos, como Correntes de Irradiação, Defumações, Conjurações e Limpezas astrais, Orações aos Mestres<br />da Medicina Universal etc... Sobre Eles, leia na parte deste livro intitulada FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA. PRÁTICO DE MAGIA.<br />Mestres da Medicina Universal<br />Enquanto os 72 Gênios Cabalísticos canalizam as ondas áuricas de Mercúrio sobre a Terra, há miríades de seres que se utilizam dessa energia curativa por onde quer que se faça necessário. Tais Indivíduos Cósmicos harmonizam e curam os corpos e almas de todos os reinos, particularmente do humano, dados os extremos desequilíbrios mental, emocional e físico em que se encontra nossa civilização.<br />Há templos especializados em trabalhos curativos (desobstrução dos canais de energia, cirurgias, descontaminação por larvas astrais, realinhamento dos chacras, regeneração dos tecidos sensíveis dos cérebros de nossos corpos sutis etc...), além de serem escolas de Sabedoria para aqueles interessados em auxiliar desinteressadamente a humanidade.<br />Como há milhares de Mestres Curadores (membros da Fraternidade Branca) nas dimensões superiores trabalhando ocultamente em nosso benefício, podemos citar somente alguns deles, que podem ser invocados pelo leitor praticante:<br />Paracelso, Huiracocha, Ra-Hoorkhu (no Egito, Ra-Hoorkhuit), Anjo Aroch (conhecido no Egito como Paroch), Hilarion, Galeno, Esmun, Anjo Adonai, Hipócrates(ou Harpócrates, no Egito,Heru-Pacroat), o Apóstolo Pedro, Plutão e Hermes Trismegisto(esses quatro últimos são especialistas em cura do corpo mental).<br />Se pudermos invocá-los com a força do amor e com toda fé e veneração possíveis, tenhamos certeza de que seremos visitados por eles, mais cedo ou mais tarde. Ou serão enviados anjos de cura aos locais solicitados.<br />Procedimentos Magísticos<br />De acordo com a Tabela Cabalística, o dia mais propício para se realizar Correntes de Cura é às segundas-feiras. Isso se deve a que cada um dos sete planetas sagrados e a Terra possuem momentos de maior e menor conjunção magnética. Entre Mercúrio e Terra, p.ex., essa maior irradiação se dá nas segundas-feiras, mais intensamente entre meia-noite e duas da madrugada (ou seja, na madrugada de domingo para segunda). No próximo capítulo veremos uma lista dos sete planetas e sua relação com os diversos Reinos da natureza, cores, nomes sagrados, mantras, plantas e animais (e seus elementais), conjurações etc.<br />Ao realizarmos o chamamento mental dos mestres curadores, devemos estar num ambiente tranqüilo e purificado de todo pensamento de ceticismo (removeremos montanhas caso tenhamos Fé Consciente do tamanho de um grão de mostarda). Se tivermos um local específico para trabalhos espirituais e com um pequeno altar, ou mesa de cura, será muito melhor ( sobre essa mesa falaremos mais, logo em seguida). E se forem feitas as invocações entre um grupo de amigos com sentimentos e pensamentos afins, os resultados não se farão esperar muito, se a Justiça e a Misericórdia Divinas permitirem, é claro. Frases que podemos sugerir nos rituais de cura, mas que podem ser adaptados, conforme a intuição e a experiência do leitor, estão ao final deste livro, na parte FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA.<br />Altares de Cura<br />As mesas de cura ou altares nos santuários médicos são feitos de cipreste, cedro ou outra madeira olorosa e se faz a consagração dessas madeiras banhando-as com óleo de rosas, cera virgem, almécega, incenso, aloés, tomilho e resina de pinho. Antes, porém, da consagração, o altar deve ser bem lavado com água morna e sabão perfumado. Afirma-se que os produtos acima citados possuem poderes ocultos e captam as ondas mentais do planeta Mercúrio, morada do Cristo Curador.<br />Sobre essa mesa de cura se pode colocar um mantel de algodão ou linho e os objetos ritualísticos são: vasos com flores, um crucifixo, objetos representando os Elementos da natureza, azeite de oliva e sal, um candelabro com três ou sete braços portando velas coloridas e perfumadas(com exceção das velas pretas, marrons, cinzas e vermelhas), além de símbolos planetários do Sol, Mercúrio, Vênus ou Júpiter (como quadrados mágicos, pantáculos e metais dos planetas; veja-se a última parte deste livro), de acordo com o trabalho a ser efetuado.<br />Os elementos da natureza podem ser representados por um cetro ou uma pequena barra de ferro com sete divisões(Terra), um cálice ou copo com água (Água), uma pena de ave de alto vôo (Ar) e uma espada ou punhal (Fogo) ou mesmo as velas acesas do candelabro.<br />A Cura Pelos Perfumes<br />Todos os templos esotéricos e curativos do passado e mesmo os atuais sempre deram ênfase especial aos perfumes. Tanto no sistema de defumação quanto nos banhos com óleos ou uso de objetos odoríferos nesses santuários, os perfumes eram importantes para o restabelecimento da saúde do usuário ou do paciente, devido à sua influência sobre o cérebro e o sistema nervoso em geral; do ponto de vista oculto, a vibração dos produtos aromáticos excita os chacras e fortalece os corpos internos, iniciando uma harmonização “de dentro para fora”.<br />Os árabes eram especializados em produzir perfumes e óleos essenciais e por isso eram reconhecidos mundialmente por seus livros e tratados de Osmoterapia (ou Aromaterapia) que versavam acerca da confecção desses perfumes e óleos. As maiores bibliotecas espanholas, portuguesas e francesas ainda guardam valiosíssimos volumes e farta documentação sobre esse conhecimento fantástico.<br />Os indianos e tibetanos eram exímios manipuladores da Aromaterapia e a aplicavam em suas medicinas, as quais classificavam os perfumes em cinco categorias: repugnantes, picantes, aromáticos, rançosos e embolorados. A medicina tibetana afirmava que os perfumes têm um efeito especial no subconsciente, puxando todas as informações ligadas ao processo natural de autocura do indivíduo.<br />Os grandes templos budistas, a maioria deles na China e no Tibet (infelizmente, grande parte destruída) utilizavam-se de madeiras odoríficas para a confecção das estátuas sagradas de Buda e da Mãe Cósmica (Tara). Ainda se vêem nos conventos diversas bandeirolas coloridas e estátuas sagradas feitas de Sândalo, aromatizadas com deliciosos e<br />sutis perfumes. Afirma-se que as orações mântricas feitas diante dessas estátuas podiam realizar verdadeiras e radicais curas, mesmo à distância. -se que as orações mântricas feitas diante dessas estátuas podiam realizar verdadeiras e radicais curas, mesmo à distância.<br />Entre os índios da América do Norte era comum se cobrir os enfermos e desequilibrados com a fumaça de certas plantas, como o zimbro e o tabaco. Diziam que com esse procedimento expulsavam os maus espíritos que se alimentavam de doenças e desentendimentos, além de atraírem a presença do deus supremo da cura, Wakan Tanka, o deus-búfalo(é o próprio Espírito Santo). Por isso se realizavam rituais com “cachimbos da paz” para se realizar acordos amistosos.<br />Podem-se ver também, em muitos santuários curativos, pequenas bolas feitas de panos embebidos em óleos especiais e enrolados sobre folhas e raízes de plantas especiais. É doze o número mínimo dessas bolas e se as penduravam nos tetos e portas desses templos ou nos braços das estátuas. Essas bolas, chamadas pelos tibetanos de Tchim-Purma, contêm ervas e perfumes ligados aos princípios harmonizadores dos doze signos. Sabe-se pela astrologia que cada constelação zodiacal vibra intensamente em determinada parte do corpo e o aspecto vital(ou etérico) de cada uma dessa partes da anatomia humana pode ser trabalhado, excitado e curado pelos Perfumes Zodiacais. Por exemplo: se alguém estiver com dor de cabeça ou esgotamento mental, esfregar suavemente a seiva ou o óleo das plantas arianas( que regem a cabeça); para curar os pulmões, cheirar ou tomar óleo ou chá de eucalipto, e assim por diante, sempre se respeitando certos cuidados, é óbvio.<br />SIGNO PERFUME<br />ÁRIES MIRRA, CARVALHO ou ZIMBRO(óleos) TOURO MARGARIDA, COSTO(erva aromática) GÊMEOS ALMÉCEGA e ESPECIARIAS CÂNCER EUCALIPTO ou CÂNFORA LEÃO BENJOIM ou OLÍBANO VIRGEM CANELA ou SÂNDALO BRANCO LIBRA GÁLBANO, ROSA ou MURTA ESCORPIÃO HORTÊNSIA ou CORAL SAGITÁRIO ALOÉS ou HELIOTROPO CAPRICÓRNIO PINHO (extrato) AQUÁRIO NARDO PEIXES TOMILHO ou DAMA-DA-NOITE<br />As Defumações<br />Para os gnósticos, a queima num braseiro, ou turíbulo, de perfumes, óleos essenciais, raízes e folhas secas, cascas e resinas cristalizadas, vai além da sensação prazerosa de nosso sentido olfativo. Há uma influência direta e profunda em nossos ritmos nervoso, respiratório e cardíaco, provocando então uma incrementação no processo curativo. Porém, vai-se mais além ainda: O Mago sabe que o poder energético da fumaça que se desprende das ervas e produtos queimados possui a capacidade de influenciar nossos corpos internos. Na verdade, é a própria presença e poder do Elemental que se verifica<br />naquela fumaça que envolve o paciente ou o ambiente. O elemental ligado ao produto queimado pode provocar uma série de fenômenos: acelerar o movimento dos chacras, redirecionar as forças vitais do organismo(equilibrando as energias que estão em excesso e as que estão em falta), dissolver formas-pensamento(chamadas pela psicologia de Fixações Mentais), anular fluidos magnéticos, denominados popularmente de mau-olhado, encosto etc.; e, além de tudo, destruir os chamados Elementares. ente ou o ambiente. O elemental ligado ao produto queimado pode provocar uma série de fenômenos: acelerar o movimento dos chacras, redirecionar as forças vitais do organismo(equilibrando as energias que estão em excesso e as que estão em falta), dissolver formas-pensamento(chamadas pela psicologia de Fixações Mentais), anular fluidos magnéticos, denominados popularmente de mau-olhado, encosto etc.; e, além de tudo, destruir os chamados Elementares.<br />Larvas Astrais e Mentais<br />Essas entidades do mental e do astral inferiores se alimentam de nossos pensamentos e desejos negativos e destrutivos. Normalmente são gerados em locais onde há uma Egrégora, ou seja, um ambiente que congrega pessoas que têm um pensamento, sentimento ou atitude característicos, como bares, bordéis, prostíbulos etc. Os elementares, também conhecidos como Elementários ou Larvas Astrais, podem ser gerados em nossos lares ou ambientes de trabalho quando se gera um hábito ou pensamento negativo. Eis alguns tipos de larvas astrais:<br />-Dragões: formas-pensamento criadas em prostíbulos, bordéis, boates e congêneres.<br />-Íncubos e Súcubos: nascidos de fantasias sexuais, sonhos eróticos e masturbações contínuas. Os íncubos acompanham as mulheres e os súcubos permanecem na atmosfera áurica dos homens.<br />-Fantasmatas: átomos putrefatos desprendidos de cadáveres. Fixam-se nas pessoas emocionalmente receptivas que visitam cemitérios e/ou que ficam pensando em pessoas falecidas.<br />-Leos e Áspis: Nascem de atitudes ligadas ao orgulho e ira exacerbados, em reuniões de partidos políticos, desfiles militares e discussões que não levam a nada.<br />-Mantícoras e Basiliscos: gerados em atos sexuais anti-naturais.<br />Há muitos outros, como os Vermes da Lua, Caballis e Vampiros, que se alimentam de sangue (locais onde houver mênstruo, matadouros, depósitos de lixo hospitalar etc.), comida apodrecida, casas sujas etc...<br />Muitas dessas Larvas podem ser destruídas com as defumações, aliadas a trabalhos mágicos, com orações e rituais de limpeza. Existem alguns elementos de comprovada eficácia, como aloés, mirra, cânfora, assafétida, pau d’alho, arruda, alecrim, benjoim, a casca de alho, enxofre(em pequena quantidade) e zimbro. Tais produtos, repito, se queimados num turíbulo, ou qualquer receptáculo com carvão em brasas, irradiam junto com a fumaça desprendida múltiplos elementos purificadores da aura.<br />Existem por outro lado ervas que conseguem produzir um clima emocional superior, sutil, atraindo a atenção e presença de elementais e anjos. Temos, p.ex., óleo de rosas, heliotrópio, nardo, murta, além do mais famoso de todos, o olíbano, popularmente conhecido como incenso de igreja.<br />Aceita-se no esoterismo e nas práticas mágicas que a fumaça do olíbano tem a propriedade de criar um ambiente propício para a comunhão religiosa, devocional. Os elementais solares do incenso produzem uma vibração capaz de criar um estado receptivo para a captação das mensagens inspirativas e intuitivas que vêm das dimensões superiores.<br />Prática<br />Vá a um parque e escolha uma árvore frondosa e cheia de vida que tenha atraído sua atenção. Peça permissão ao elemental dessa árvore e coloque suas mãos em seu tronco. Feche os olhos e sinta a energia que sai dessa árvore. Se possível, vocalize o mantra AOM e dê Amor a esse ser. Peça-lhe que encha seu corpo e sua Alma com a energia que sai dele. Peça-lhe um sinal de seu amor para você. Se possível, volte para casa e entre em meditação, aproveitando a força recebida. em outras ocasiões, dirija a energia desse elemental para a cura e harmonia de alguém que necessite. Observe o que se passa com essa pessoa. de vida que tenha atraído sua atenção. Peça permissão ao elemental dessa árvore e coloque suas mãos em seu tronco. Feche os olhos e sinta a energia que sai dessa árvore. Se possível, vocalize o mantra AOM e dê Amor a esse ser. Peça-lhe que encha seu corpo e sua Alma com a energia que sai dele. Peça-lhe um sinal de seu amor para você. Se possível, volte para casa e entre em meditação, aproveitando a força recebida. em outras ocasiões, dirija a energia desse elemental para a cura e harmonia de alguém que necessite. Observe o que se passa com essa pessoa.<br />VI O PODER DOS MANTRAS<br />É reconhecido por todos que a palavra falada possui um poder relativamente profundo na mente das pessoas, tanto positiva quanto negativamente. Quando algum enfermo escuta palavras de ânimo, de alento, parece que uma nova força toma conta de sua alma, dando-lhe mais otimismo e segurança num iminente restabelecimento. Quando alguém se deprime por diversos problemas em sua vida, alegra-se ao ouvir um cântico religioso, permitindo-se a uma interiorização e contemplação de seu “mundo interior”, para uma maior comunhão com Deus, a fonte essencial da cura.<br />Por isso, o aspirante à Magia trata com muito cuidado e zelo tudo aquilo que entra em seus ouvidos e principalmente o que sai de sua boca. Se o estampido de um canhão consegue produzir um grande estrondo em seu redor, palavras mal pronunciadas em momento inadequado conseguem criar situações às vezes muito desagradáveis, não só aos ouvintes, mas na maioria das vezes a quem a pronunciou.<br />No entanto, o poder da palavra falada, chamada de Mantraterapia (ou Verboterapia), não se restringe a uma disciplina verbal, no sentido socrático da idéia, ou seja, simplesmente utilizar com precisão e ordem os conceitos intelectuais que se quer transmitir. A Mantraterapia vai mais além, ao defender que por trás da pronúncia de um som se encontra um poder, uma energia, uma força espiritual, capaz de operar magicamente, não só no operador, mas no ambiente ao seu redor.<br />Ao estudarmos algumas passagens de livros religiosos, vemos como o uso dos mantras sempre foi considerado de seriíssima importância. Encontrando-se num templo de Mistérios egípcio, o sábio grego Sólon perguntou a um dos mestres ali presentes sobre as possíveis causas do afundamento da Atlântida; esse Mestre afirmou com ênfase que não se podia falar inconseqüentemente sobre desgraças daquela natureza, principalmente num ambiente carregado de energias de altíssima força espiritual, pois se poderia atrair as mesmas circunstâncias. Essa resposta foi suficiente para calar o filósofo grego.<br />Vemos também um caso espantoso, como é o da destruição de Jericó por Josué e seus sacerdotes e guerreiros, os quais rodearam as muralhas dessa cidade por vários dias e logo após entoaram cânticos, gritaram e tocaram seus instrumentos, o que fez com que Jericó fosse totalmente destruída pelos fogos subterrâneos. Também vemos o grande Mestre Jesus, o Cristo, realizando múltiplos milagres com a simples pronúncia de uma tantas palavras, muitas delas ininteligíveis aos ouvidos dos não-iniciados.<br />A Bíblia nos diz claramente, segundo João Batista, que no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o profeta Moisés, em sua Gênese, explica<br />que Deus, Elohim, criou todas as coisas com o uso de Sua Palavra. “Faça -se “, e o caos se transformou nas diversas ordens de Cosmos, de acordo com a Música das Esferas, cantada pelos Construtores(Elohim é uma palavra plural, indicando que foram Sua Palavra. “Faça -se “, e o caos se transformou nas diversas ordens de Cosmos, de acordo com a Música das Esferas, cantada pelos Construtores(Elohim é uma palavra plural, indicando que foram os Deuses que criaram o mundo).<br />Por isso vemos porque a palavra sempre foi muito bem empregada, sempre foi reconhecida como fundamental para o crescimento e desenvolvimento de nossos poderes internos, de nossa saúde mental e física, além de nosso nível de Consciência.<br />Os magos afirmavam que os sons que emitimos obedecem à Lei cósmica do Retorno, ou seja, à lei da Causa e Efeito, ou Karma. Toda ação gera uma reação proporcional e em sentido contrário, em três níveis: físico, mental e conscientivo.<br />As origens de muitos mantras, nomes sagrados, termos cabalísticos etc., remontam a épocas arcaicas. Muitos ocultistas afirmam que os mantras não passam de resquícios de uma Língua de Ouro, perdida quase que totalmente na atualidade, somente falada por Deuses e Anjos. Para o profeta Enoch, esses gigantes eram Seres fantásticos que guiaram nossa evolução em épocas imemoriais, entregando-nos seus alfabetos sagrados e mantras de ouro.<br />Alguns desses mantras permaneceram até os dias de hoje, graças às Escolas de Mistérios que conseguiram resguardar alguma coisa dessa língua mágica falada pelos Ancestrais, na forma de nomes divinos, palavras misteriosas e sem significado aparente: ADONAI, YAH, YOM, EHEIEH, ISIS, ALLAH, IAO, AOM, KWAN -YIN, INRI etc...<br />Diz Eliphas Lévi sobre o poder do Verbo: “Toda Magia está numa palavra, e esta palavra, pronuniciada cabalisticamente, é mais forte que todos os poderes do céu e do inferno. Com o nome IOD-HE-VAU-HE comandamos a natureza; os reinos são consquistados em nome de ADONAI e as forças ocultas que compõem o nome de HERMES são todas obedientes àquele que sabe pronunciar o nome incomunicável de AGLA. Por isso, os sábios de todos os séculos temeram diante dessa Palavra absoluta e terrível”.<br />Os mantras foram usados para diversos fins: curativos, mágicos, ritualísticos, conscientivos, espirituais. Para os descrentes, a pronúncia contínua e concentrada de certos mantras induz a uma auto-sugestão, a um auto-engano. Na verdade, devido ao desconhecimento da Anatomia Oculta do Homem(como já dissemos anteriormente), somente os Iniciados percebem os efeitos das palavras mantralizadas, que vibram primeiramente em nossa Alma, ressoando nos chacras, nos canais energéticos (Meridianos) e sobre os estados de Consciência.<br />Por isso, esses mesmos Iniciados, principalmente hindus e maias, enfatizam a idéia de que nosso corpo e nossa alma são a resultante de um Alfabeto Cósmico e cada fonema vibra em determinadas regiões de nosso organismo, atuando terapêutica e magicamente sobre o próprio mantralizador. Ou seja, somos um instrumento musical que deve vibrar com as mais deliciosas melodias cósmicas.<br />Vejamos alguns exemplos práticos, entregues pelo VM Samael Aun Weor em seus diversos tratados, que complementam nosso curso de Magia Elemental:<br />Mantra Finalidade<br />AOM Cristaliza o que se desejou, é o nosso Amén.<br />Conjunto poderoso de mantras para se atrair AOM-TAT-SAT -TAM -PAM -PAZ a força curativa do Sol. São os mantras do Arcanjo Michael. Abre a atomosfera astral para a manifestação HAGIOS dos Mestres, possibilitando maior contato com eles. ANTIA -DAUNA -SASTASA Poderoso mantra de invocação dos Mestres Ascensionados. Deve ser cantado. OM...HUM... Melhora nossa meditação e interiorização. JEÚ... Amplia nossa atenção e auto-observação. RAOM -GAOM Ajuda-nos a recordarmos nossos sonhos. MORFEU Controlamos nossas Viagens Oníricas. GU -RU... Cura o fígado. HELION -MELION – TETRAGRAMATON Fecha nossa Aura. Para Defesa Psíquica. BHUR Cura nosso Baço. M... Fortalece e cura a próstata ou o útero. KRIM... Cura o estômago, congestões, úlceras etc... EGIPTO... Cura o fígado e auxilia nas viagens astrais. EFTAH... Cura as cordas vocais e tiróide. OMNIS -HAUM -INTIMO... Atrai as forças superiores do Pai Interno (nosso Espírito). OM -MANI -PADME -HUM... Outro mantra de nosso Íntimo. IN...EN... Atraem as forças curativas do Espírito Santo. AOM-TAT-SAT -TAM -PAM -PAZ a força curativa do Sol. São os mantras do Arcanjo Michael. Abre a atomosfera astral para a manifestação HAGIOS dos Mestres, possibilitando maior contato com eles. ANTIA -DAUNA -SASTASA Poderoso mantra de invocação dos Mestres Ascensionados. Deve ser cantado. OM...HUM... Melhora nossa meditação e interiorização. JEÚ... Amplia nossa atenção e auto-observação. RAOM -GAOM Ajuda-nos a recordarmos nossos sonhos. MORFEU Controlamos nossas Viagens Oníricas. GU -RU... Cura o fígado. HELION -MELION – TETRAGRAMATON Fecha nossa Aura. Para Defesa Psíquica. BHUR Cura nosso Baço. M... Fortalece e cura a próstata ou o útero. KRIM... Cura o estômago, congestões, úlceras etc... EGIPTO... Cura o fígado e auxilia nas viagens astrais. EFTAH... Cura as cordas vocais e tiróide. OMNIS -HAUM -INTIMO... Atrai as forças superiores do Pai Interno (nosso Espírito). OM -MANI -PADME -HUM... Outro mantra de nosso Íntimo. IN...EN... Atraem as forças curativas do Espírito Santo.<br />JAORI Sagrado mantra da Ave de Minerva, que realiza qualquer meta desejada. Direciona nossos fogos interiores para a realização do<br />pedido.<br />I... Direciona a energia vital para o cérebro. E... Dirige a energia para a garganta. O... Cura e fortalece o coração. U... Fortalece as funções digestivas. A... Cura os pulmões e limpa o sangue S... M... HAN... Cura do corpo mental ONOS AGNES Dor de dentes OMNIS -BAUN -IGNEOS Médicos Maias MANGÜELE -MANGÜELA Raio positivo da Lua, Raio Asteca<br />SENOSSAN -GORORA -GOBER -DON Mantra mágico de um Deus dos Oceanos<br />ADONAI Mantra lunar curativo ABRAXAS Cura pelos Seres do Fogo Mantras de transmutação<br />Existem alguns mantras poderosos de transmutação alquímica. Transformam nossas energias sexuais, emocionais e mentais em elementos energéticos e espirituais, além de curativos. Essas energias transmutadas se espalham maravilhosamente pelo organismo através de seu principal conduto, a coluna vertebral.<br />Enquanto vocalizamos um dos mantras dados em seguida, podemos visualizar essa energia transmutada em fogo regenerador subindo pela espinha dorsal até a cabeça, e daí até<br />o coração, espalhando-se por todo o corpo. Vejamos: INRI...ENRE...ONRO...UNRU...ANRA... (seqüência de mantras que desperta os principais chacras)<br />ARIO (mantra da constelação de Aquário)<br />IAO... (nome gnóstico de Deus; equilibra e direciona)<br />TORN... (mantra transmutador de Escorpião)<br />SSS... (transmuta, purifica e protege a Aura) (transmuta, purifica e protege a Aura)<br />KRIM... plexo<br />Mantras das Igrejas Elementais<br />PEMA OMA AFIRAS BHAGWAN MMM LIBIB -LENONINAS -LENONON TISSANDO AN KAM SSS KA INVIA ALUMINO INRI URU PANDERA A -KUMO EGO -O -A -VAGO EBNICO -ABNICAR-ON PADORIA PARILHA MOUD -MUUD -HAMMACA KEM -LEM RAOM-GAOM<br />Prática<br />(acumula a energia transmutada no solar).<br />Raio dos Elementais das Mangueiras Eucaliptos Figueira Cânhamo Aloés<br />Pita Jacarandá Mimoso Pinheiro Saia Branca, Floripôndio Cana de Bambu Aboboreira Olho de Boi, Olho de Cabra Olíbano, Incenso de Igreja Nogueira Pata de Vaca Palmeira Real Laranjeira<br />Romãzeira Macieira Cajueiro Sassafrás<br />Acácia Zimbro Hortelã<br />Se possível, escolha o galho ou de preferência a fruta de um dos vegetais acima citados, de preferência a romã. Coloque em sua mão direita essa fruta e vocalize por alguns minutos o mantra correspondente ao Raio Elemental a ser trabalhado. Em seguida, entre em meditação, pedindo a seu Pai Interno que leve você à “Igreja” onde vivem os elementais dessa planta(como a do romãzeiro, por exemplo). Tenha certeza que suas sinceras preces serão ouvidas, agora ou nos dias vindouros. Paralelamente a esse Ritual, vocalize um dos mantras de Transmutação(como o ARIO).<br />OS 7 RAIOS DAS PLANTAS<br />Como já dissemos anteriormente, a Magia Elemental, ou ELEMENTOTERAPIA, é a antiqüíssima ciência que versa acerca dos Elementais e a manipulação de seus poderes ocultos e mágicos. Os antigos índios americanos, os alquimistas medievais, os taoistas e xintoistas orientais e os cabalistas árabes(Ordem Súfi dos Zuhrawardi) e hebreus não desconheciam esta Magna Ciência. O grande Mestre Paracelso sistematizou e classificou os elementais de uma forma extremamente didática e sintética, de acordo com a sagrada Lei Cósmica do Sete(Heptaparaparshinokh). a Magia Elemental, ou ELEMENTOTERAPIA, é a antiqüíssima ciência que versa acerca dos Elementais e a manipulação de seus poderes ocultos e mágicos. Os antigos índios americanos, os alquimistas medievais, os taoistas e xintoistas orientais e os cabalistas árabes(Ordem Súfi dos Zuhrawardi) e hebreus não desconheciam esta Magna Ciência. O grande Mestre Paracelso sistematizou e classificou os elementais de uma forma extremamente didática e sintética, de acordo com a sagrada Lei Cósmica do Sete(Heptaparaparshinokh).<br />O sistema médico e mágico de Paracelso é baseado nas forças astrais que regem toda a natureza, representadas pelos sete planetas sagrados: LUA, MERCÚRIO, VÊNUS, SOL, MARTE, JÚPITER e SATURNO. Tais vibrações setenárias refletem-se em nosso Sistema Solar de diversas maneiras(cores do arco-íris, dias da semana, sub-níveis das camadas eletrônicas, notas musicais, sentidos paranormais, anatomia oculta do homem etc...). Vê-se isto na fisiologia e anatomia dos seres vegetais e animais e também nas configurações química e cromática, no reino mineral.<br />De acordo com as classificacões de Paracelso, pode-se distribuir os diversos seres elementais de acordo com os 12 signos zodiacais e também de acordo com os planetas astrológicos. Existem também outras classificações, como as da árvore sefirótica e suas múltiplas dimensões ou planos.<br />Neste capítulo, entregaremos uma Tabela dos minerais, metais, vegetais e animais, ligados a um dos sete Raios Planetários. Isso é útil quando o mago-praticante necessita produzir resultados específicos, como no aspecto curativo, mental, sexual, mágico, da defesa e limpeza psíquicas etc.<br />Raio Lunar<br />Características lunares: elementais aquáticos(ondinas e nereidas); pode-se trabalhar com viagens, artes manuais, respeitar a Ordem da natureza, romancistas, negócios de líquidos, enfermidades do estômago, cérebro e pulmões, maternidade e parto, educação de crianças com até 7 anos de idade, inconstâncias, agricultura, iniciação, preparação mágica de ambientes e pessoas para trabalhos espirituais. Seres lunares: plantas aquáticas em geral, eucalipto, oliveira(azeite, azeitonas), dama da noite, saia branca(Datura arborea-floripôndio), estramônio(Datura stramonium L.),feto macho e samambaias em geral, cânfora(Laurus Camphora L.), caqui, abacateiro, acelga, alface, agrião, aranto(Vaccinium myrtillus L.), guaco, aipo, berinjela,erva mate, aspargos, bálsamo, beldroega, bananeira, fuscia, urtiga do bom pastor, betônica, venturosa; (minerais) amônia, prata, platina; (animais) peixes em geral, siris, caranguejos, sapos e rãs, tartarugas, marsupiais em geral etc.; cores: branco, prateado e azul celeste.<br />Raio Mercuriano<br />Características mercurianas: são silfos do ar, possuem influência dupla, solar-mercuriana; magia mental, comunicação, amizade, jornalismo, divulgação, intelecto, cura mental, viagens, viagem astral, mente e personalidade de crianças entre 7 e 14 anos etc.<br />Seres mercurianos: (plantas) canela, avelã, guaraná, aniz estrela, tabaco, coca, aniz, cânhamo; (animais) esquilo, cavalo; (metais) mercúrio etc.; cores: amarelo e laranja. : (plantas) canela, avelã, guaraná, aniz estrela, tabaco, coca, aniz, cânhamo; (animais) esquilo, cavalo; (metais) mercúrio etc.; cores: amarelo e laranja.<br />Raio Venusiano<br />Características venusianas: são silfos do ar, são duplamente influenciados, por Vênus-Lua; magia do amor e magia sexual; raio rosa, amor, artes, romances e namoro, ímpeto sexual e fertilidade, artes plásticas, perfumes, poesia, artes dramáticas, sexualidade feminina, adolescência(entre 14 e 21 anos), matrimônio, música etc. Seres venusianos: (plantas) rosa, passiflora, verbena, margarida, maria-sem-vergonha, cravo, violeta, uva, trigo, groselha, morango, amora, goiaba, murta; (animais) abelhas, pombos, coelhos, cisnes; (minerais) cobre, quartzo rosa etc.; cores: azul e rosa.<br />Raio Solar<br />Características solares: silfos do ar; raios azul e dourado, teologia, rituais, antigas sabedorias, magia das estrelas, contato com altos dignatários e hierarquias, posição social, dignidade, fé e humildade, saúde em geral etc. Seres solares: (plantas) girassol, abacaxi, ameixeira, damiana, mangueira, marcela, alface, olíbano(incenso), mulungu(Erictrina mulungu L.), mostarda, milho, benjoim, pfaffia paniculata, louro, camomila, estoraque, dente de leão, lírio, grama, maracujá; (animais) leão, galo, beija-flor, pavão real, águias e falcões; (minerais) ouro, cristal, diamante, pirita etc.; cores: azul e dourado.<br />Raio Marciano<br />Características marcianas: salamandras ígneas; raios púrpura e vermelho, assuntos com a polícia e militares, discussões, desentendimentos e pelejas, cirurgia(sangue), força, limpeza astral, anemia, paz, ímpeto e início de empreitadas etc. Seres marciais: (plantas) espada-de-São-Jorge, manjericão, alecrim, arruda, pimenteiras, acácia, assafétida, artemísia, aroeira, alho, boldo, carqueja, cáscara sagrada, carvalho, mogno, figueira, absinto(losna), nogueira, salsaparrilha, olmo, sarça, zimbro(Juniperus communis L.), tanchagem, tomateiro, cardo-santo, Jacarandá Mimoso(Gualandai), cana de açúcar, cana de bambu, limoeiro, urtiga, mamona, cavalinha, pau- d’alho, paineira; (animais) lobo, carneiro, gato; (metais) ferro e ímã-ferroso, hematita etc.<br />Raio Jupiteriano<br />Características jupiterianas: silfos do ar, também com características saturnianas; raios safira, púrpura e azul marinho; assuntos ligados a dinheiro, lucratividades, contatos com altos dignatários e juízes, vitória em tribunais, eloqüência, autoridades eclesiásticas etc.; Seres jupiterianos: (plantas) todas os vegetais semelhantes a coroa, tais como a pita(Agave americana marginata), babosa(Aloes vera L.), aloés(Aloes socotrina L.), heliotropo(Viburnum prunifolium L.); (minerais) estanho, safira etc.<br />Raio Saturniano<br />Características saturnianas: gnomos da terra; cores branca, preta e cinza; assuntos ligados a questões de terra, ecologia, agronomia, doenças de pele, minas, terremotos, depressões, desejos de suicídio, karmas a serem resgatados, trabalho e desemprego etc.; Seres saturnianos: (plantas) melissa, hortelã-menta, pinheiros, cipreste, quaresmeira, salgueiro-chorão (Salix alba L.), bardana, inhame, cenouras, batatas e outros tubérculos, ipê, laranjeira, romãzeira, jabuticabeira; (animais) urubus, abutres, tatus e toupeiras, hienas, aranhas, minhocas, borboletas e mariposas; (minerais) ônix, chumbo, urânio e outros radiativos, ágata, magnetita, rochas vulcânicas etc.<br />Ens Espirituale<br />O Mestre Paracelso intitula de Ens Espirituale(Entidade Espiritual) a todos os seres que vivem e são a causa de manifestação dos elementos da natureza, ou seja, os Elementais. Para este grande Mestre Curador, existem muitas formas de manipulação desses Tattwas, tanto para o bem quanto para o prejuízo humano. Elementais de certas plantas, p.ex., para chamar chuvas tão fortes que podem causar inundações, outros podem incendiar casas inteiras; outros, causar loucura coletiva. O mestre Zanoni, certa vez afirmou a um de seus discípulos que nos tempos da Caldéia(já que ele era um mago do Raio caldeu) se manipulavam secretamente os poderes ocultos de certas plantas, muitas delas minúsculas, capazes de atrair pestes e outras desgraças para as populações de cidades inteiras, como ele mesmo já presenciara num passado remoto. E o mestre Samael Aun Weor comenta casos fantásticos gerados pelos índios sulamericanos, que batizam os elementais com o nome de Animus. Qual é o princípio dessa manipulação? Inicialmente, é necessário se conhecer o Raio ao qual a planta pertence, se seu elemental é uma salamandra, um silfo etc. A partir disso, podem-se criar diversas experiências com tais seres, até se adquirir completo domínio sobre si mesmo e sobre eles.<br />Dois exemplos impressionantes da manipulação dos Animus são os dos profetas Moisés e Maomé(fundador do Islamismo). Moisés, por meio de seu imenso poder da Vontade Consciente, fez aparecerem as pragas no Egito, como a dos gafanhotos, a vermelhidão do rio Nilo e o aparecimento de chagas no corpo de toda a população egípcia, entre outros fenômenos mágicos. Já o profeta Maomé conseguia vencer batalhas, onde seus exércitos estavam em absoluta desvantagem: Conta-se que numa delas, o profeta segurou um punhado de terra e o jogou para o alto e dos céus desceram chuvas de fogo que destruíram totalmente os soldados inimigos.<br />Plantas Zodiacais<br />O poder e a influência do Cosmos também influenciam a configuração astral dos seres na Terra. Existem, p.ex., no reino vegetal, plantas e árvores arianas, outras taurinas, outras tantas são influenciadas por Escorpião, e assim por diante.<br />Essa influência se nota na morfologia dos vegetais e, acredite se quiser, nas partes do corpo correspondentes à influência zodiacal.<br />Por receber a influência astral de Áries, a nogueira possui características particulares. Se prestarmos atenção, as nozes lembram a forma de um cérebro; por isso se aceita, tradicionalmente, que nozes moídas e misturadas com mel são ótimas para a regeneração dos neurônios. particulares. Se prestarmos atenção, as nozes lembram a forma de um cérebro; por isso se aceita, tradicionalmente, que nozes moídas e misturadas com mel são ótimas para a regeneração dos neurônios.<br />A berinjela, influenciada pela Lua, por lembrar uma parte de nosso estômago, se bem preparada como alimento(especialmente no forno), auxilia comprovadamente nas afecções e úlceras gástricas.<br />O chá de “barba de milho” é fortalecedor das funções renais. Por que? Pela semelhança dos filamentos do interior dos rins, que nos lembram a barba de milho.<br />O pepino nos lembra um órgão sexual masculino. Recentemente, cientistas chineses descobriram uma proteína que inibe naturalmente a gravidez e o excesso de ímpeto sexual.<br />Esse Princípio das Similitudes, apregoado por Paracelso, está sendo levado em grande consideração pela ciência contemporânea. Do ponto de vista esotérico, sabe-se que as formas, cores, características e propriedades dos objetos, vegetais, órgãos e vísceras etc., são criados pelos Anjos das Formas. São eles, os Construtores da Natureza, que utilizam determinadas energias e forças astrais, mentais etc., para arquitetarem todos os corpos materiais, dos mais simples aos mais complexos e grandiosos. Tudo isso, baseados num Plano Divino maravilhoso.<br />Por haver infinitas manifestações, infinitas formas animais, vegetais e minerais, teríamos que ser verdadeiros Deuses encarnados, com uma memória no mínimo fantástica. O mais recomendado para nos aprofundarmos nesses estudos de Elementoterapia é buscarmos a Síntese do Conhecimento Espiritual. Os ensinamentos gnósticos são a essência, o ponto supremo de toda a Ciência, Arte, Filosofia e Mística de todos os tempos. Sobre essa base sólida, perene e eterna, podemos compilar objetivamente um maravilhoso índice de biologia elementoterápica.<br />RELATOS INTERESSANTES<br />Helena Blavatsky (por H.S.Olcott. Experiências com um Gnomo)<br />“Um dia, achando que os guardanapos brilhavam em sua casa sobretudo pela ausência, comprei alguns e levei-os num embrulho até sua casa. Nós os cortamos, e ela(Helena) já queria pô-los em uso sem debruá-los, mas, diante de meus protestos, pegou alegremente uma agulha. Mal havia começado, bateu irritadamente com o pé sob a mesinha de costura, dizendo:”Saia daí, seu palerma!” O que está havendo?, perguntei. “Oh , nada, é apenas um bichinho elemental que está me puxando pelo vestido, a fim de que eu lhe dê algo para fazer.” Mas que sorte, eu lhe disse, então estamos bem arranjados; peça -lhe que faça a bainha dos guardanapos. Para quê se amolar, se você não tem mesmo jeito para isso? Ela riu e me censurou, para me punir por minha desonestidade, mas ela não quis lhe dar esse prazer ao pobre e pequenino escravo sob a mesa, que só queria mostrar sua boa vontade. Mas acabei convencendo-a. Ela me disse para recolher os guardanapos, as agulhas e a linha a um armário envidraçado que tinha cortinas verdes e se achava do outro lado do quarto.<br />Voltei-me a sentar perto dela, e a conversa retomou o tema único e inesgotável que enchia os nossos pensamentos -a ciência oculta. Quinze ou vinte minutos depois, ouvi um ruído parecido com gritinhos de camundongos debaixo da mesa, e HPB me disse que ‘essa coisinha horrorosa’ terminara o seu serviço. Abri a porta do armário e encontrei a dúzia de guardanapos debruada, e tão mal, que uma simples aprendiz de costureira não teria feito pior. Mas as bainhas estavam realmente feitas, e isso se passara no interior de um armário fechado a chave, do qual HPB não se aproximara um só instante. Eram quatro horas da tarde, e o dia ainda estava claro. Estávamos sozinhos no quarto, e ninguém entrou ali enquanto tudo aquilo se passava.” -me a sentar perto dela, e a conversa retomou o tema único e inesgotável que enchia os nossos pensamentos -a ciência oculta. Quinze ou vinte minutos depois, ouvi um ruído parecido com gritinhos de camundongos debaixo da mesa, e HPB me disse que ‘essa coisinha horrorosa’ terminara o seu serviço. Abri a porta do armário e encontrei a dúzia de guardanapos debruada, e tão mal, que uma simples aprendiz de costureira não teria feito pior. Mas as bainhas estavam realmente feitas, e isso se passara no interior de um armário fechado a chave, do qual HPB não se aproximara um só instante. Eram quatro horas da tarde, e o dia ainda estava claro. Estávamos sozinhos no quarto, e ninguém entrou ali enquanto tudo aquilo se passava.”<br />Carlos Castaneda(O Elemental do Peiote)<br />“Ao pé de um dos rochedos, vi um homem sentado no chão, o rosto virado quase de perfil. Aproximei-me dele até estar a uns três metros de distância; ele virou a cabeça e olhou para mim. Parei... seus olhos eram a água que eu acabava de ver! Tinham o mesmo volume enorme, o brilho de ouro e negro. A cabeça dele era pontuda como um morango; sua pele era verde, cheia de muitas verrugas. A não ser a forma pontuda, a cabeça dele era exatamente igual à superfície da planta de peiote. Fiquei defronte dele, olhando; não conseguia afastar os olhos dele. Senti que ele estava propositadamente empurrando meu peito com o peso de seus olhos. Eu estava sufocando. Perdi o equilíbrio e caí no chão. Desviou o olhar. Ouvi que falava comigo. A princípio, a voz dele era como o farfalhar de uma brisa suave. Depois a ouvi como uma música suave- uma melodia de vozes-e ‘sabia’que estava dizendo:’O que quer?’<br />Ajoelhei-me diante dele e falei sobre a minha vida e depois chorei. Tornou a olhar para mim. Senti que seus olhos me puxavam e pensei que aquele momento seria o momento da minha morte. Fez-me sinal para me aproximar. Vacilei por um momento antes de me adiantar um passo. Quando me aproximei, desviou os olhos de mim e mostrou-me as costas da mão. A melodia dizia:’Olhe!’ Havia um furo redondo no meio da mão dele. ’Olhe’, tornou a dizer a melodia. Olhei através do buraco e vi minha própria imagem...<br />Mescalito voltou novamente seus olhos para mim. Estavam tão perto de mim que eu os ‘ouvi’ ribombar baixinho com aquele ruído especial que eu já ouvira tantas vezes naquela noite. Foram-se aquietando aos poucos, até se tornarem como uma lagoa tranqüila, arrepiada por brilhos dourados e negros.<br />Desviou o olhar de novo e saltou como um grilo por uns 50 metros. Pulou várias vezes e depois desapareceu.”<br />Samael Aun Weor-SAW(O Elemental do Gato -Desfazendo Mistérios)<br />“Vamos agora conversar um pouco sobre os ‘Nag uais’, assunto que pertence às velhas tradições do povo mexicano. Chegam-me à memória múltiplos e extraordinários casos que merecem ser estudados. Oaxaca sempre foi um povo de místicas lendas, as quais os esoteristas deveriam conhecer. Uma criança, quando nasce, naquela região, é devidamente relacionada com os famosos naguais. Seja de noite ou de dia, os familiares farão um círculo com cinzas ao redor da casa. Disseram-nos que de manhã eles observam as pegadas que os animais do lugar deixaram nas cinzas. Se os rastros correspondem, p.ex., a uma raposa<br />montanhesa, ela será o nagual da criança. Se forem de qualquer outro animal da redondeza, será este o nagual, o Elemental, do recém-nascido. será este o nagual, o Elemental, do recém-nascido.<br />Passemos agora para os naguais vegetais. Desde os antigos tempos enterra-se o umbigo do recém-nascido junto com o rebento de uma árvore qualquer. Obviamente, a árvore fica relacionada com a criança, crescendo ambas simultaneamente através do tempo. Saibam todos que o elemental da árvore pode ajudar à criatura com ele relacionada, em inúmeros aspectos da vida... Vejam vocês que em Oaxaca essas tradições milenares não se perderam. Muitos nativos estão devidamente protegidos pelos elementais, aos quais foram vinculados no nascimento.<br />Os Naguais são elementais ideais quando os amamos realmente. Um nagual extraordinário, sem sombra de dúvida, é o gato preto. Descreverei em seguida um experimento que fiz com esse animal:<br />Tínhamos em casa um pequeno gato preto. Propus-me a ganhar seu carinho e o consegui. Certa noite, resolvi fazer uma experiência metafísica transcendental. Deitado na cama, coloquei o inocente animal ao meu lado. Relaxei o corpo de maneira certa e concentrei-me profundamente no felino, rogando-lhe para que me tirasse do corpo físico. A concentração foi longa e profunda e durou, possivelmente, uma hora, quando adormeci por algum tempo. De repente, uma extraordinária surpresa! Aquela criatura aumentou de tamanho e transformou-se num gigante de enormes proporções, deitado à margem da cama. Toquei-o com a mão direita e pareceu-me de aço. Seu rosto era negro como a noite e seu corpo irradiava eletricidade. O corpo tinha a mesma cor negra, mas abandonara a forma animalesca, assumindo compleição humana, com excessão do rosto que, ainda gigantesco, continuava sendo de gato. Foi uma coisa incrível, pela qual eu não esperava. Fiquei muito espantado a ponto de o afugentar com a Conjuração dos Sete do sábio rei Salomão. Voltando ao meu estado normal notei, com surpresa, que aquela inocente criatura estava junto a mim outra vez em forma de gatinho.<br />No outro dia, andei muito preocupado pelas ruas da cidade. Achava que já tinha eliminado o medo de minha natureza e eis que o nagual me pregara um tremendo susto. Entretanto, eu não queria perder aquela batalha. Aguardei a noite seguinte para repetir o experimento. Coloquei novamente em minha cama o gatinho , à direita, como o fizera na noite anterior. Relaxei o corpo físico, não deixando nenhum músculo sob tensão. Depois, concentrei-me profundamente no felino, guardando no fundo do coração a intenção de não me assustar outra vez. Soldado em estado de alerta não morre em tempo de guerra e eu já estava obviamente informado sobre o que previamente aconteceria. Portanto, o temor tinha sido eliminado de meu Interior.<br />Transcorrido aproximadamente uma hora, em profunda concentração, repetiu-se exatamente o mesmo fenômeno da noite anterior. O elemental do gatinho saiu do corpo para adquirir a gigantesca e terrível figura humana.<br />Deitado em meu leito, olhei-o. Era verdadeiramente espantoso. Seu enorme corpo não cabia na cama. Suas pernas e pés sobravam em meu humilde leito. O que mais me assombrou foi que o elemental, ao abandonar seu corpo denso, pudesse materializar-se fisicamente, fazer-se visível e tangível aos meus sentidos, pois podia tocá-lo com minhas mãos físicas e seu corpo parecia de ferro. Podia vê-lo com meus olhos físicos. Sua face era espantosa. Dessa vez não tive medo. Propus-me a exercer completo controle sobre mim mesmo e o consegui. Falando com voz pausada e firme, exigi que o elemental me tirasse do<br />corpo físico, dizendo: Gatinho, levanta-te desta cama. Imediatamente aquele gigante pôs-se de pé. Continuei, então, ordenando: Tira-me do corpo físico e passa-me para o astral. Aquele extraordinário gigante respondeu-me com as seguintes palavras: Dá-me tuas mãos. Claro que levantei minhas mãos e o elemental aproveitou para pegá-las e me tirar do corpo físico. Aquele estranho ser era dotado de uma força incrível, mas irradiava amor e queria servir-me. Assim são os elementais... De pé, no astral, tendo junto ao leito o misterioso ser por companheiro, tomei novamente a palavra para ordenar-lhe: Leva-me agora ao centro da Cidade do México. -te desta cama. Imediatamente aquele gigante pôs-se de pé. Continuei, então, ordenando: Tira-me do corpo físico e passa-me para o astral. Aquele extraordinário gigante respondeu-me com as seguintes palavras: Dá-me tuas mãos. Claro que levantei minhas mãos e o elemental aproveitou para pegá-las e me tirar do corpo físico. Aquele estranho ser era dotado de uma força incrível, mas irradiava amor e queria servir-me. Assim são os elementais... De pé, no astral, tendo junto ao leito o misterioso ser por companheiro, tomei novamente a palavra para ordenar-lhe: Leva-me agora ao centro da Cidade do México.<br />Siga-me, foi a resposta daquele colosso, que saiu de casa caminhando lentamente. Eu<br />o acompanhei passo a passo. Andamos por diversos lugares da cidade, antes de chegarmos a San Juan de Letrán, quando por ali nos detivemos por um momento. Era meia noite e eu ansiava dar um final feliz àquela experiência. Vi um grupo de cavalheiros conversando numa esquina. Eles estavam no plano físico, portanto não me percebiam. Então, pensei em tornar-me visível diante deles. Dirigi-me ao gigante nagual e com voz suave, porém imperativa, dei-lhe nova ordem: passa-me agora ao mundo de três dimensões, o mundo físico. O nagual pôs suas mãos sobre meus ombros, exercendo sobre eles certa pressão. Senti que abandonava o astral e penetrava no físico. Fiquei visível diante daquele grupo de cavalheiros, no lugar em que se encontravam. Aproximando-me deles, perguntei: Senhores, que horas são? Passam trinta minutos da meia noite, respondeu um deles. Muito obrigado! Quero dizer-lhes que vim agora das regiões invisíveis e que resolvi me tornar visível diante de vocês. Palavras estranhas, não é verdade? Aqueles homens olharam-me surpresos. Em seguida, disse-lhes: Até logo, senhores; retorno de novo ao mundo invisível. Roguei ao elemental que me colocasse outra vez nas regiões suprassensíveis e imediatamente o elemental obedeceu.<br />Ainda pude ver o assombro daquelas pessoas que tomadas de pavor afastaram-se apressadamente do local onde se encontravam. Novas ordens dadas ao elemetnal foram suficientes para que ele me trouxesse de regresso à minha casa. Ao penetrarmos no quarto, vi<br />o misterioso ser perder seu descomunal tamanho e ingressar no pequeno corpo do felino que jazia no leito, precisamente pela glândula pineal, a qual situa-se na parte superior do cérebro. Fiz o mesmo. Pus meus pés astrais sobre a glândula citada e imediatamente senti-me no interior do corpo físico, que já despertava na cama. Olhei o gatinho, fiz-lhe algumas carícias e agradeci, dizendo-lhe: Obrigado pelo serviço prestado. Tu e eu somos amigos.<br />A partir daquele momento, constatei como esses felinos podem tornar-se veículos ideais para todos os aspirantes à vida superior. Com esse tipo de nagual, qualquer ocultista pode aprender a sair em astral, consciente e positivamente. Importa não ter medo, ser valoroso. Salientamos que para experimentos dessa natureza são requeridos gatos pretos. Muitos ignorantes ilustrados podem achar graça dessas declarações esotéricas, porém isso pouco importa. Estamos falando para pessoas espiritualmente inquietas, que anseiam o despertar da Consciência.”<br />SAW(Elementais das Aves-O Mistério do Áureo Florescer)<br />“Repassando velha s cenas de minha longa existência, com a tenacidade de um clérigo na cela, surge Eliphas Levi. Numa noite qualquer, fora da forma densa, invoquei a alma<br />daquele que em vida se chamava Abade Alphonse Louis Constance (Eliphas Levi). Encontrei-o sentado ante um antigo escritório, no salão augusto de um velho palácio. Levantou-se de sua poltrona, com muita cortesia, a fim de atender às minhas saudações. Encontrei-o sentado ante um antigo escritório, no salão augusto de um velho palácio. Levantou-se de sua poltrona, com muita cortesia, a fim de atender às minhas saudações.<br />Venho pedir-vos um grande serviço- disse. Quero que me deis uma chave para sair instantaneamente em corpo astral, cada vez que seja necessário.<br />Com prazer, respondeu o abade. Porém, antes, quero que amanhã mesmo traga-me a seguinte lição: -O que é que existe de mais monstruoso sobre a terra?<br />Dai-me a fórmula agora mesmo, por favor.<br />Não. Traga-me primeiro a lição. Depois, com muita satisfação, dar-lhe-ei a chave.<br />O problema que o abade me havia proposto transformou-se num verdadeiro quebra-cabeça, pois são tantas as coisas monstruosas que existem no mundo que, francamente, não encontrava a solução.<br />Andei por todas as ruas da cidade observando, tentando descobrir o que poderia ser mais monstruoso. Porém, quando acreditava tê-lo encontrado, surgia algo pior. De repente, surgia algo pior. De repente, um raio de luz iluminou o meu entendimento e disse a mim mesmo: agora já posso compreender. a coisa mais monstruosa tem de estar de acordo com a Lei das analogias dos contrários., isto é: a antípoda do mais grandioso. então, qual é a coisa mais grandiosa que existe sobre a dolorosa face deste aflito mundo? Veio então a mim, translúcida, a montanha das caveiras, o Gólgota das Amarguras e o grande Kabir Jesus, agonizando numa cruz, por Amor a toda a humanidade doente. Exclamei então: O Amor é o mais grandioso que existe sobre a terra. Eureka! Descobri o segredo: o Ódio é a antítese do mais grandioso. Estava patente a solução do complexo problema e eu devia por-me novamente em contato com Eliphas Levi. Projetar novamente o Eidolon (corpo astral) foi para mim uma questão de rotina, pois nasci com essa preciosa faculdade.<br />Se buscava uma chave especial, fazia-o não tanto por minha insignificante pessoa que nada vale, mas por muitas outras pessoas que anseiam pelo desdobramento consciente e positivo.<br />Viajando com o eidolon ou duplo mágico, muito longe do corpo físico, andei por diversos países europeus, buscando o abade, porém não o encontrava em lugar algum. Repentinamente senti uma chamada telepática e penetrei numa luxuosa mansão. Ali estava o abade. Entretanto, que surpresa! Que maravilha! Eliphas Levi transformado em criança e no interior de seu berço. Um caso verdadeiramente insólito, não é verdade? Com profunda veneração e muito respeito, aproximei-me do bebê, dizendo:<br />-Mestre, trago a lição. O que existe de mais monstruoso sobre a terra é o Ódio. Quero agora que cumpras o que me prometeste. Dê-me a chave.<br />Contudo, para meu assombro, aquele menininho calava-se, enquanto eu me desesperava, sem compreender que o silêncio é a eloqüência da Sabedoria.<br />De vez em quando tomava-o em meus braços, desesperado, e suplicava-lhe, porém tudo em vão. Aquela criatura parecia uma esfinge do silêncio. Quanto tempo isto durou não sei, porque na eternidade inexiste o tempo. O passado e o futuro irmanam-se dentro de um eterno agora. Finalmente, sentindo-me defraudado, deixei aquela criancinha em seu berço e saí muito triste daquela antiga e nobre casa.<br />Passaram-se dias, meses, anos, e eu continuava sentindo-me defraudado. Achava que<br />o abade não havia cumprido sua palavra empenhada com tanta solenidade. Um dia, veio a mim a luz. Recordei aquela frase do Kabir Jesus: ‘Deixai vir a mim as Criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus’. i aquela frase do Kabir Jesus: ‘Deixai vir a mim as Criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus’.<br />Disse a mim mesmo: agora, sim, entendi. É urgente, é indispensável, reconquistar a infância na mente e no coração. ‘Enquanto não formos como criancinhas não poderemos entrar no reino dos céus’. Esse retorno, esse regresso ao ponto de partida original, não será possível sem antes morrermos em nós mesmos. A Essência, a Consciência, lamentavelmente está engarrafada dentro de todos esses agregados psíquicos, que em seu conjunto tenebroso constituem o Ego. Só aniquilando tais agregados sinistros e sombrios, pode a Essência despertar no estado de inocência primordial.<br />Quando todos os elementos subconscientes forem reduzidos a poeira cósmica, a essência será libertada e reconquistaremos a infância perdida.<br />Disse Novalis: ‘A consciência é a própria essência do homem em completa transformação; o Ser primitivo celeste’.<br />Evidentemente, quando a Consciência desperta, o problema do desdobramento voluntário deixa de existir.<br />Após ter compreendido a fundo esses processos da psiquê humana, o abade fez-me a entrega, nos mundos superiores, da segunda parte da Chave Régia. Compunha-se esta de uma série de sons mântricos, com os quais uma pessoa pode realizar conscientemente a projeção do Eidolon.<br />Para o bem de nossos estudantes gnósticos convém que estabeleçamos de forma didática, a sucessão inteligente destes mágicos sons:<br />a) Um silvo(assobio) longo e delicado, semelhante ao de uma ave;<br />b) Entoação da vogal E, assim: Eeeeeeeeee..., alongando o som com a nota RÉ, da escala musical;<br />c) Entoar a consoante R, assim: Rrrrrrrrrrrr..., fazendo-a ressoar com o SI da escala musical, imitando a voz aguda de uma criança. Algo assim como o som agudo de um pequeno moinho ou motor, demasiado fino e sutil.<br />d) Fazer ressoar o S de forma muito delicada, como um doce e silencioso silvo, assim: Sssssssssss...<br />Esclarecimento: O item A consiste num silvo real e efetivo. O item D é apenas semelhante a um silvo.<br />ASANA(ou postura) -O estudante gnóstico deve se deitar na posição do homem morto, isto é: em decúbito dorsal( de boca para cima). As pontas dos pés devem estar abertas em forma de leque e os calcanhares tocando-se. Os braços devem estar estendidos ao longo do corpo. Todo o veículo físico deve estar bem relaxado.<br />Mergulhado em profunda meditação, o devoto deverá cantar muitas vezes os sons mágicos.<br />Elementais -Estes mantras encontram-se intimamente relacionados com o Reino Elemental das Aves. É ostensível que elas assistem ao devoto, ajudando-lhe eficazmente no trabalho do desdobramento. Cada ave é o corpo físico de um elemental e estes sempre ajudam ao neófito, sob a condição de uma conduta reta.<br />Se o aspirante espera ser ajudado pelo Reino Elemental das Aves, deve aprender a amá-las. Aqueles que cometem o crime de encerrar as criaturas do céu em abomináveis jaulas, jamais receberão essa ajuda.<br />Alimentai as aves do céu, transformai-vos em libertadores dessas criaturas. Abri as portas de suas prisões e sereis assistidos por elas. -vos em libertadores dessas criaturas. Abri as portas de suas prisões e sereis assistidos por elas.<br />Quando eu experimentei pela primeira vez a Chave Régia, depois de entoar os mantras, senti-me vaporoso e leve como se algo tivesse penetrado dentro do Eidolon. É claro que não aguardei que me levantassem da cama, pois eu mesmo abandonei o leito voluntariamente. Caminhei com desembaraço e saí de casa. Os inocentes elementais das aves amigas metidos dentro do meu corpo astral ajudaram-me no desdobramento...”<br />Edward Bulwer Lytton(O Guardião do Umbral -Zanoni)<br />“Glyndon colocou a sua lâmpada ao lado do Livro, que ainda estava ali aberto; virou umas folhas e outras, porém sem poder decifrar o seu significado, até que chegou ao trecho seguinte:<br />‘Quando pois o discípulo está desta maneira iniciado e preparado, deve abrir a janela, acender as lâmpadas e umedecer as suas fontes com o Elixir. Mas que tenha cuidado de não se atrever a tomar muita coisa do volátil e fogoso espírito. Prová-lo, antes que, por meio de repetidas inalações, o corpo se haja acostumado gradualmente ao extático líquido, é buscar, não a vida, mas sim a morte.’<br />Glyndon não pôde penetrar mais adiante nas instruções; pois aqui as cifras novamente estavam mudadas. O jovem pôs-se a olhar fixa e seriamente em redor de si, dentro do quarto. Os raios da Lua entraram quietamente através das cortinas, quando sua mão abriu a janela, e assim que a sua misteriosa luz se fixou nas paredes e no solo da habitação, parecia como se tivesse entrado nela um poderoso e melancólico espírito. O jovem preparou as 9 lâmpadas místicas em torno do centro do quarto, e acendeu-as, uma por uma. De cada uma delas brotou uma chama de azul prateado, espalhando no aposento um resplendor tranqüilo, porém ao mesmo tempo deslumbrante. Essa luz foi-se tornando pouco a pouco mais suave e pálida, enquanto uma espécie de fina nuvem parda, semelhante a uma névoa, se esparzia gradualmente pelo quarto; e subitamente um frio agudo e penetrante invadiu o coração do inglês, e estendeu-se por todo o seu corpo, como o frio da morte.<br />O jovem, conhecendo instintivamente o perigo que corria, quis andar, porém achou grande dificuldade nisso, porque suas pernas se haviam tornado rígidas, como se fossem de pedra; contudo, pôde chegar à prateleira onde estavam os vasos de cristal; apressadamente inalou um pouco do maravilhoso espírito, e lavou as suas fontes com o cintilante líquido. Então, a mesma sensação de vigor, juventude, alegria e leveza aérea, que havia sentido pela manhã, substituiu instantaneamente o entorpecimento mortal que um momento antes lhe invadira o organismo, pondo em perigo a sua vida. Glyndon cruzou os braços e, impávido, esperou o que sucederia.<br />O vapor havia agora assumido quase a identidade e a aparente consistência duma nuvem de neve, por entre a qual as lâmpadas luziam como estrelas. O inglês via distintamente algumas sombras que, assemelhando-se, em seu exterior, às formas humanas, moviam-se devagar e com regulares evoluções através da nuvem. Estas sombras eram corpos transparentes, evidentemente sem sangue, e contraiam e dilatavam-se como as dobras duma serpente. Enquanto se moviam vagarosamente, o jovem ouvia um som debil e baixo, como se fosse o espectro duma voz - que cada uma daquelas formas apanhava de outras e a outras transmitia, como num eco; um som baixo, porém musical, e que se assemelhava ao canto<br />duma inexprimível e tranqüila alegria. Nenhuma dessas aparições reparava nele. O veemente desejo que ele sentia, de aproximar-se delas, de ser um de seu número, de executar um daqueles movimentos de aérea felicidade - pois assim lhe parecia que havia de ser a sensação que os acompanhava -fez com que estendesse os seus braços, esforçando-se por chamar com uma exclamação, a atenção desses seres; porém somente um murmúrio inarticulado saiu dos seus lábios; e o movimento e a música seguiam, como se não houvesse ali nenhum ser mortal. primível e tranqüila alegria. Nenhuma dessas aparições reparava nele. O veemente desejo que ele sentia, de aproximar-se delas, de ser um de seu número, de executar um daqueles movimentos de aérea felicidade - pois assim lhe parecia que havia de ser a sensação que os acompanhava -fez com que estendesse os seus braços, esforçando-se por chamar com uma exclamação, a atenção desses seres; porém somente um murmúrio inarticulado saiu dos seus lábios; e o movimento e a música seguiam, como se não houvesse ali nenhum ser mortal.<br />Aqueles seres etéreos, semelhantes a sombras, deslizavam tranqüilamente pelo quarto, girando e voando, até que, na mesma majestosa ordem, um atrás do outro, saiam pela janela e se perdiam na luz da lua; depois, enquanto os olhos de Glyndon os seguiam, a janela se obscureceu com algum objeto, ao princípio indistingüível, porém que, por um mistério, foi suficiente para mudar, por si só, em inefável horror o prazer que o jovem experimentara até então. Esse objeto foi tomando forma. Aos olhos do inglês parecia ser uma cabeça humana, coberta com um véu preto, através do qual luziam, com brilho demoníaco, dois olhos que gelavam o sangue em suas veias. Nada mais se distinguia no rosto da aparição, senão aqueles olhos insuportáveis; porém o terror que o jovem sentia, e que ao princípio parecia irresistível, aumentou mil vezes ainda, quando, depois duma pausa, o fantasma entrou, devagar, no interior do quarto. A nuvem se retirava da aparição, à medida que esta se aproximava; as claras lâmpadas empalideciam e tremeluziam inquietamente, como tocadas pelo sopro do fantasma. O corpo deste ocultava-se debaixo dum véu, como o rosto; mas por sua forma adivinhava-se que era uma mulher; não se movia como o fazem as aparições que imitam os vivos, mas parecia antes arrastar-se como um enorme réptil; e, parando um pouco, curvou-se por fim ao lado da mesa, sobre a qual estava o místico volume, e fixou novamente os seus olhos, através do tênue véu, sobre o temerário invocador. O pincel mais fantástico e mais grotesco dos monges-pintores medievais, ao retratar o demônio infernal, não teria sido capaz de dar-lhe o aspecto de malignidade tão horrível, como se via nesses olhos aterrorizantes. O corpo do fantasma era tão preto, impenetrável e indistingüível, que lembrava uma monstruosa larva. Porém, aquele olhar ardente, tão intenso, tão lívido, e não obstante tão vivo, tinha em si algo que era quase humano em sua máxima expressão de ódio e escárnio... Por fim, este falou, com uma voz que antes falava à alma do que ao ouvido:<br />-Entraste na região imensurável. Eu sou o Espectro do Umbral. Que queres de mim? Não respondes? Temes-me? Não sou eu a tua amada? Acaso, não tens sacrificado por mim os prazeres da tua raça? Queres ser sábio? Eu possuo a sabedoria dos séculos inumeráveis. Vem, beija-me, oh meu querido, querido mortal! ...<br />E enquanto o horroroso fantasma dizia estas palavras, arrastava-se mais e mais para perto de Glyndon, até que veio a pôr-se a seu lado, e o jovem sentiu em sua face o alento do espectro. Soltando um agudo grito, caiu desmaiado ao chão, e nada mais se soube o que ali se passou...”<br />Francisco Valdomiro Lorenz (Briga Entre Gnomos-O Filho de Zanoni)<br />“Andava Deodato, num dia outonal, num bosque, procurando para Mejnour certas ervas de que este necessitava para a preparação de medicamentos, quando, de súbito, um estranho espetáculo se ofereceu à sua vista. Um pequeno vulto, semelhante a uma criança, porém barbudo, cuja altura não atingia vinte polegadas, estava rodeado de seis outros seres<br />semelhantes, porém de aspecto carrancudo, os quais sopravam fortemente contra ele, ameaçando-o com os punhos. Eram, como Deodato logo compreendeu, espíritos da natureza, pertencentes a duas tribos diferentes dos Pigmeus. o agredido defendia-se, soltando gritos e fazendo vários gestos. Era evidente que não se tratava de uma brincadeira, mas de uma verdadeira luta em que esses seres etéreos empregavam como armas as forças das vibrações. Observando que o pigmeu atacado estava prestes a cair, exausto, nas mãos de seus agressores, decidiu-se a socorrê-lo. Concentrou os pensamentos na fonte de Todo o Bem, evocou a Força da Eterna Justiça e estendeu ambas as mãos contra os espíritos agressores, dizendo com voz enérgica: rém de aspecto carrancudo, os quais sopravam fortemente contra ele, ameaçando-o com os punhos. Eram, como Deodato logo compreendeu, espíritos da natureza, pertencentes a duas tribos diferentes dos Pigmeus. o agredido defendia-se, soltando gritos e fazendo vários gestos. Era evidente que não se tratava de uma brincadeira, mas de uma verdadeira luta em que esses seres etéreos empregavam como armas as forças das vibrações. Observando que o pigmeu atacado estava prestes a cair, exausto, nas mãos de seus agressores, decidiu-se a socorrê-lo. Concentrou os pensamentos na fonte de Todo o Bem, evocou a Força da Eterna Justiça e estendeu ambas as mãos contra os espíritos agressores, dizendo com voz enérgica:<br />-Cessai de combater e ide-vos em paz!<br />O efeito dessas palavras e do gesto que as acompanhava foi admirável. Os pigmeus agressores estremeceram, encolheram os corpos e olharam de soslaio o homem que lhes dava essa ordem.<br />o jovem repetiu as palavras e o gesto, dinamizando-os mais ainda, e num instante os agressores puseram-se a fugir, aterrados. O gnomo que se viu livre de seus inimigos aproximou-se lentamente de Deodato e, abraçando-he os joelhos, pronunciou algumas palavras de agradecimento que o moço não compreendeu, ma cujo sentido adivinhou.<br />-What’s your name, my little friend?(Qual é seu nome, meu amiguinhho?) perguntou Deodato, em inglês, ao pigmeu. E, como este não respondesse, repetiu a mesma frase em francês:<br />-comment vous appellez-vous, mon petit ami?<br />Mas o pigmeu não entendia, nem o inglês, nem o francês. Então, Deodato formulou a pergunta em italiano:<br />-Come vi chiamate, mio píccolo amico?<br />Desta vez recebeu a resposta, também em italiano:<br />-Mi chiamo Silvano, buon huomo!(Chamo-me Silvano, bom homem!) -E o gnomo, sorrindo, subiu no ombro do jovem, acariciando-o e repetindo várias vezes:<br />-Siete buono, siamo amici.(Sois bom, somos amigos).<br />Neste instante, avistando umas ervas que buscava, Deodato apeou o pigmeu, dizendo-lhe:<br />-Deixai-me colher essas ervinhas.<br />-Precisais delas? -tornou este -Esperai um momento.<br />E ausentou-se, correndo. Dentro de poucos minutos, porém, regressava, acompanhado de seis companheiros, e cada um trazia um ramalhete daqueles vegetais, que os pigmeus ofereceram a Deodato, sorrindo e dizendo:<br />-Tomai, bom homem!<br />O moço agradeceu; os pigmeus rodearam-no e, de mãos dadas, puseram-se a cantar e dançar em torno dele. Depois de uns dez minutos, despediram-se, clamando:<br />-A rivederci! (Até outra vista!) -E retiraram-se rapidamente.<br />Desde então, Deodato encontrava-se freqüentemente com o pequeno Silvano, quando<br />percorria o bosque. Bastava-lhe pronunciar por três vezes o nome do pigmeu, em direção ao Norte, acompanhado de certos gestos que este lhe indicara como seu ‘sinal’ e Silvano não demorava em aparecer, sempre muito satisfeito por poder acariciar o homem que o salvara de um grande perigo, pois, como explicou a Deodato, os seus inimigos o haveriam matado,<br />se o moço não o tivesse socorrido com sua benévola intervenção; é que os Espíritos dos<br />Elementos não são imortais, embora alguns deles vivam durante séculos.<br />-Por que vos perseguiam aqueles malvados? - perguntou Deodato a Silvano.<br />-Porque não quis ceder-lhes a minha morada que cobiçaram possuir, quando se aborreceram do lugar onde habitavam.<br />-Ah! - pensou o jovem -Até esses pequenos seres que, em todo e qualquer pedacinho de terra podem achar espaço suficiente para nele fixar a sua residência, deixam-se seduzir e inquietar pelo triste vício da cobiça! E para desalojar um dos seus iguais, não trepidam em lutar, matar ou expôr a sua vida!”<br />Dora van Gelder(Um Deva dos Ciclones-O Mundo Real das Fadas)<br />Quando eu estava em Miami, na Flórida, dois ciclones rugiram sucessivamente por aquele Estado, durante os anos 20. Naquele momento, pedi ao anjo do mar que descrevesse o acontecimento. Ele o fez, comunicando-me um grande número de quadros mentais combinados com sensações. Há uma única dificuldade na comunicação com um anjo. O que ele considera uma idéia é para nós vinte, e assim levamos muito tempo para assimilar o que ele quer exprimir. Logo ficamos confusos, porque estamos atrasados em relação a ele ao aprender suas idéias. O espetáculo começava com a Baía de Biscaia (sua região), linda sob um céu ensolarado, em paz tropical. O anjo e suas fadas se desincubiam de suas tarefas comuns diárias, serena e alegremente. Isso foi um ou dois dias antes da chegada do ciclone.<br />Devo explicar que existe uma hierarquia de anjos ou devas em geral e, neste caso, de anjos do mar. Os vizinhos próximos do anjo da Baía são seus iguais e colegas. Mas, acima de todos estes, e supervisionando uma vasta extensão do mar, há um Ser maior. Como já descrevi anteriormente, em cada território governado por anjos -como aquele que habita a Baía- há um Vórtice que é a sede principal da consciência do anjo. Este centro fica num local particular e pode ser considerado como o coração dessa área. Há Vórtices semelhantes no ar, não tão numerosos, que servem aos anjos do ar de igual maneira. É a descarga de energia entre um vórtice do ar e um vórtice do mar que resulta em várias espécies de tempestades. Portanto, há uma constante troca de energias entre os anjos do mar, os do ar e assim por diante. Na verdade, todo o equilíbrio das energias da natureza está na manutenção desse exército. Seus corpos são a sede e indicam o fluir e a descarga da energia. Um certo número de anjos exaltados- provavelmente pequeno- dirige o curso da natureza dessa maneira, por todo o mundo, mantendo a força da natureza em equilíbrio. Nosso amigo, o anjo da Baía de Biscaia, é assim uma unidade nessa vasta rede de seres superiores e inferiores... Por vezes, parece haver excessiva energia concentrada, digamos na zona tropical, e torna-se necessário libertá-la. Disso resulta um ciclone ou qualquer outra irrupção de energias na natureza. Entretanto, isso não ocorre cega ou ocasionalmente, mas segundo uma esplêndida ordem que descreverei a seguir, voltando ao caso particular do vento que assolou Miami.<br />Os grandes anjos que mantêm as energias da natureza em equilíbrio decidiram que deveria haver uma descarga de energia na região coberta pelo ciclone. Eles indicaram o ponto de partida e o território geral, e depois designaram um anjo para dirigir a tempestade, preparar seus detalhes e levá-la até o fim. O início foi determinado pelo fato de que num certo ponto havia algo fora de equilíbrio, que requeria imediata atenção. O próprio anjo do<br />ciclone, escolhido para a tarefa, tem cerca de vinte pés de altura (cerca de 6,5 metros), e poderíamos pensar que ele está envolto em relâmpagos, vestido com elementos de eletricidade. Podemos imaginá-lo como a imagem de Zeus e seus trovões, descrito na mitologia grega. Ele tem um rosto vigoroso, com brilhantes olhos cinzentos e cabelo claro, visão magnífica, que confere uma sensação de temor na presença de tanto poder. esses anjos da tempestade são raros, pois não pertencem a nenhuma região em especial, mas viajam por toda a terra com as tempestades. São altamente desenvolvidos e têm perfeita clareza e firmeza de visão, de precisão matemática. O anjo da Baía de Biscaia também tem medo deles, o que deixou bem claro para mim. O anjo do ciclone começou por selecionar um par de anjos para ajudá-lo em sua tarefa; estes são meio parecidos com ele, mas menores e não têm o mesmo grau de desenvolvimento. Além destes, alguns outros anjos o acompanharam como colegas. A estes eu posso chamar de anjos da vida e da morte, pois seguiam com o anjo do ciclone a fim de supervisionar o aspecto humano da tempestade. Por assim dizer, os efeitos do furacão sobre a humanidade. poderíamos pensar que ele está envolto em relâmpagos, vestido com elementos de eletricidade. Podemos imaginá-lo como a imagem de Zeus e seus trovões, descrito na mitologia grega. Ele tem um rosto vigoroso, com brilhantes olhos cinzentos e cabelo claro, visão magnífica, que confere uma sensação de temor na presença de tanto poder. esses anjos da tempestade são raros, pois não pertencem a nenhuma região em especial, mas viajam por toda a terra com as tempestades. São altamente desenvolvidos e têm perfeita clareza e firmeza de visão, de precisão matemática. O anjo da Baía de Biscaia também tem medo deles, o que deixou bem claro para mim. O anjo do ciclone começou por selecionar um par de anjos para ajudá-lo em sua tarefa; estes são meio parecidos com ele, mas menores e não têm o mesmo grau de desenvolvimento. Além destes, alguns outros anjos o acompanharam como colegas. A estes eu posso chamar de anjos da vida e da morte, pois seguiam com o anjo do ciclone a fim de supervisionar o aspecto humano da tempestade. Por assim dizer, os efeitos do furacão sobre a humanidade.<br />Como eu disse anteriormente, o anjo da Baía recebeu o aviso informal de que tal evento estava iminente e sua descrição de discussão entre os anjos à sua volta foi um tanto divertida. Ele me mostrou anjos falando ao mesmo tempo sobre o tufão que se formava e procurando imaginar de que maneira isso afetaria cada um deles. O anjo da Baía tem um profundo senso artístico e um certo humor parecido com o humor irlandês, e suas descrições dessas conferências de fofocas eram deliciosamente pitorescas e cheias de vida...<br />Na hora determinada, o anjo do furacão apareceu junto com sua companhia. Então enviou uma chamada, assemelhando-se muito ao chamado de trombeta para uma batalha. Ao ouvir esse som, uma espécie de choque percorreu a linha de anjos selecionados desde o ponto de partida do furacão, ao longo do caminho até o seu ponto terminal... E então, como imensa bola de chama cheia de uma tropa de anjos e fadas, tudo centralizado ao redor do anjo do furacão, o ciclone irrompeu na hora predeterminada...<br />Enquanto durou o furacão, as fadas do mar foram carregadas para a terra, tendo algumas penetrado várias milhas longe do litoral, fato incomum que elas, naturalmente, consideraram uma experiência nova. Após algumas horas, elas foram voltando, na medida em que a tempestade deixou Miami em seu ímpeto dirigindo-se para o interior e o mar começou a acalmar-se, voltando a seu estado normal. Durante alguns dias, as fadas se atarefaram reconstruindo suas linhas de comunicação e recuperando-se, mas muitas delas foram para o litoral a fim de auxiliar o anjo da terra a renovar o trabalho de desenvolvimento.<br />O furacão prosseguiu à sua maneira prevista e lentamente as esvaziou; enquanto diminuía, o anjo da tempestade o deixou com suas fadas da tempestade, até o momento futuro em que seus serviços serão novamente solicitados em algum lugar. Aos poucos, tudo voltou ao normal ao longo do percurso do furacão, apesar de, claro, serem necessários alguns anos para recuperar todos os estragos...”<br />TEURGIA E OS QUADRADOS MÁGICOS<br />Estes Quadrados Mágicos representam o corpo da potência planetária. Cada Deus Quadrados Mágicos representam o corpo da potência planetária. Cada Deus Planetário é em a síntese de uma Força, uma Potência, um Valor, Virtudes etc. Sendo princípios inteligentes, manifestam-se em toda a natureza como vibração, energia, números, cores, símbolos arquetípicos, emblemas, mantras, runas etc. Explicando os Quadrados Mágicos, o Mestre Samael afirma:<br />“Entramos no Império da Alta Magia. Entramos no laboratório da Alta Magia. Entramos no mundo da Vontade e do Amor. Para se entrar no Anfiteatro da Ciência Cósmica há que se roubar o fogo do diabo. O Enamorado deve roubar a luz das trevas. Há que se praticar intensamente a Magia Sexual com a esposa. Há que se reconquistar a espada flamígera do Éden. Para se invocar os Deuses, temos de conhecer os algarismos matemáticos das estrelas. Os símbolos são a roupagem dos números. Os números são as entidades vivas dos mundos internos. Os algarismos planetários produzem resultados imediatos e terríveis. Podemos trabalhar à distância com as estrelas. Os algarismos matemáticos atuam sobre o mundo físico de forma terrível. Estes algarismos devem ser escritos em 7 Tábuas distintas. Quando se vai trabalhar com a Magia Sideral, faz-se um círculo no chão de 1,5 metro de diâmetro. Põe-se o pentagrama com os vértices inferiores para fora do recinto e o vértice superior para dentro. No centro do círculo põe-se a Tábua com o correspondente algarismo do planeta. Eis como concorrem os Deuses do planeta com o qual vamos trabalhar. Antes de se começar qualquer cerimônia mágica com as estrelas, temos de exorcizar a Terra, o Fogo, o Ar e a Água com os seus Exorcismos correspondentes. (Veja os textos dos Exorcismos mais abaixo.)<br />QUADRADO MÁGICO DA LUA<br />37 78 29 70 21 62 13 54 5 6 38 79 30 71 22 63 14 46 47 7 39 80 31 72 23 55 15 16 48 8 40 81 32 64 24 56 57 17 49 9 41 73 33 65 25 26 58 18 50 1 42 74 34 66 67 27 59 10 51 2 43 75 35 36 68 19 60 11 52 3 44 76 77 28 69 20 61 12 53 4 45<br />QUADRADO MÁGICO DE MERCÚRIO<br />8 58 59 5 4 62 63 1 49 15 14 52 53 11 10 56 41 23 22 44 45 19 18 48 32 34 35 29 28 38 39 25 40 26 27 37 36 30 31 33 17 47 46 20 21 43 42 24 9 55 54 12 13 51 50 16 64 2 3 61 60 6 7 57<br />QUADRADO MÁGICO DE VÊNUS<br />22 47 16 41 10 35 4 5 23 48 17 42 11 29 30 6 24 49 18 36 12 13 31 7 25 43 19 37 38 14 32 1 26 44 20 21 39 8 33 2 27 45 46 15 40 9 34 3 28<br />QUADRADO MÁGICO DO SOL<br />6 32 3 34 35 1 7 11 27 28 8 30 19 14 16 15 23 24 18 20 22 21 17 13 25 29 10 9 26 12 36 5 33 4 2 31<br />QUADRADO MÁGICO DE MARTE<br />11 24 7 20 3 4 12 25 8 16 17 5 13 21 9 10 18 1 14 22 23 6 19 2 15<br />QUADRADO MÁGICO DE JÚPITER<br />4 14 15 1 9 7 6 12 5 11 10 8 16 2 3 13<br />QUADRADO MÁGICO DE SATURNO<br />4 9 2 3 5 7 8 1 6<br />FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA<br />CONJURAÇÃO DOS QUATRO<br />CAPUT MORTUM, IMPERET TIBI DOMINUS PER VIVUM ET DEVOTUM SERPENTEM.<br />CHERUB, IMPERET TIBI DOMINUS PER ADAM JOT-CHAVAH.<br />AQUILA ERRANS, IMPERET TIBI DOMINUS PER ALAS TAURI.<br />SERPENS, IMPERET TIBI DOMINUS TETRAGRAMMATON, PER ANGELUM ET LEONEM.<br />MICHAEL... GABRIEL... RAPHAEL... ANAEL...<br />FLUAT ODOR PER SPIRITUM ELOHIM.<br />MANEAT TERRAE PER ADAM JOT-CHAVAH.<br />FIAT FIRMAMENTUM PER YAHUVEHU-SABAOTH. -SABAOTH.<br />FIAT JUDICIUM PER IGNEM IN VIRTUTE MICHAEL.<br />ANJO DOS OLHOS MORTOS, OBEDECE OU DISSIPA-TE COM ESTA ÁGUA SANTA(agora, o Mago-Oficiante submerge a ponta da espada no vaso com água e com a ponta da espada descreve descreve o signo da Cruz, encerrando-a num círculo).<br />TOURO ALADO, TRABALHA OU VOLTA À TERRA, SE NÃO QUERES QUE TE FIRA COM ESTA ESPADA(com a ponta da espada voltada para baixo e o cabo posto na altura do coração com a mão direita, movimenta-se a espada para baixo, como que apunhalando a terra).<br />ÁGUIA ACORRENTADA, OBEDECE ANTE ESTE SIGNO(faz-se o sinal da cruz) OU RETIRA-SE ANTE ESTE SOPRO(sopra-se energicamente o ambiente, formando uma cruz com o sopro).<br />SERPENTE MÓVEL, ARRASTA-TE A MEUS PÉS, OU SERÁS ATORMENTADA PELO FOGO SAGRADO E EVAPORA-TE COM OS PERFUMES QUE EU QUEIMO(faz-se o sinal da cruz com o turíbulo ou incenso).<br />QUE A ÁGUA VOLTE À ÁGUA, QUE O FOGO ARDA, QUE O AR CIRCULE E QUE A TERRA CAIA SOBRE A TERRA, PELA VIRTUDE DO PENTAGRAMA, QUE É A ESTRELA MATUTINA, E EM NOME DO TETRAGRAMA, QUE ESTÁ ESCRITO NA CRUZ DE LUZ. AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />Tradução do texto em latim:<br />Cabeça de morto, que o Senhor te ordene pela viva e devota Serpente.<br />Querubim, que o Senhor te ordene pelas asas do Touro.<br />Serpente, que o Senhor te mande pelo Tetragrammaton, pelo anjo e pelo Leão.<br />MIGUEL, GABRIEL, RAFAEL, ANAEL.<br />Flua o perfume pelo Espírito dos Elohim.<br />Permaneça na terra por Adão Jot-Chavah.<br />Faça-se o Firmamento, por Jeová e pelo Sabaoth.<br />Faça-se o juízo pelo fogo, em virtude de Miguel.<br />CONJURAÇÃO DOS SETE<br />EM NOME DE MICHAEL, QUE JEOVÁ TE MANDE E TE AFASTE DAQUI, CHAVAJOTH.<br />EM NOME DE GABRIEL, QUE ADONAI TE MANDE E TE AFASTE DAQUI, BAEL.<br />EM NOME DE RAFAEL, DESAPARECE ANTE ELIAL, SAMGABIEL.<br />POR SAMAEL-SABAOTH E EM NOME DO ELOHIM GIBOR, AFASTA-TE, ANDRAMELECK. -SABAOTH E EM NOME DO ELOHIM GIBOR, AFASTA-TE, ANDRAMELECK.<br />POR ZAKARIEL E SACHIEL-MELECK, OBEDECE ANTE ELVAH, SANAGABRIL.<br />NO DIVINO E HUMANO NOME DE SHADAI E PELO SIGNO DO PENTAGRAMA QUE TENHO NA MÃO DIREITA, EM NOME DO ANJO ANAEL, PELO PODER DE ADÃO E DE EVA, QUE SÃO JOT-CHAVAH, RETIRA-TE, LILITH; DEIXA-NOS EM PAZ, NAHEMAH.<br />PELOS SANTOS ELOHIM E EM NOME DOS GÊNIOS CASHIEL, SEHALTIEL, AFIEL E ZARAHIEL, PELO MANDATO DE ORIFIEL, RETIRA-TE MOLOCH. NÓS NÃO TE DAREMOS NOSSOS FILHOS PARA QUE NÃO OS DEVORES. AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />INVOCAÇÃO CABALÍSTICA SALOMÃO<br />POTÊNCIAS DO REINO, COLOCAI-VOS SOB MEU PÉ ESQUERDO E EM MINHA MÃO DIREITA.<br />GLÓRIA E ETERNIDADE, TOCAI MEUS OMBROS E LEVAI-ME PELOS CAMINHOS DA VITÓRIA.<br />MISERICÓRDIA E JUSTIÇA, SEDE O EQUILÍBRIO E O ESPLENDOR DE MINHA VIDA.<br />INTELIGÊNCIA E SABEDORIA, DAI-ME A COROA.<br />ESPÍRITOS DE MALAKUT, CONDUZI-ME ENTRE AS DUAS COLUNAS, SOBRE AS QUAIS SE APÓIA TODO O EDIFÍCIO DO TEMPLO.<br />ANJOS DE NETZACH E DE HOD, AFIRMAI-ME SOBRE A PEDRA CÚBICA DE YESOD.<br />OH, GEDULAEL... OH, GEBURAEL... OH, TIPHERET... BINAEL, SEDE MEU AMOR. RUACH-HOCHMAEL, SEDE MINHA LUZ. SEDE O QUE SOIS E O QUE SEREIS, OH, KITERIEL.<br />ISCHIN, ASSISTI-ME EM NOME DE SCHADAI.<br />QUERUBIM, SEDE MINHA FORÇA EM NOME DE ADONAI.<br />BENI-ELOHIM, SEDE MEUS IRMÃOS, EM NOME DO FILHO, O CRISTO, E PELAS VIRTUDES DO SABAOTH.<br />ELOHIM, COMBATEI POR MIM, EM NOME DO TETRAGRAMMATON.<br />MALACHIM, PROTEGEI-ME, EM NOME DE IOD-HE-VAU-HE.<br />SERAPHIM, DEPURAI MEU AMOR, EM NOME DE ELOAH.<br />HASMALIM, ILUMINAI-ME COM OS ESPLENDORES DOS ELOHIM E DA SCHEKINAH.<br />ARALIM, OBRAI. OPHANIM, GIRAI E RESPLANDECEI. HAJOT-HAHAJOT-HAKADOSH. GRITAI, FALAI, RUGI, MUGI. KADOSH, KADOSH, KADOSH. SHADAI. ADONAI. JOT-CHAVAH. EIEAZEREIE... ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA... AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />ORAÇÃO GNÓSTICA<br />Tu, Logos Solar, Emanação Ígnea; Cristo em Substância e em Consciência, Vida potente pela qual tudo avança, Vem a mim e penetra-me, ilumina-me, banha-me, transpassa-me e desperta em meu<br />Ser todas essas substâncias inefáveis, que tanto são parte de ti quanto de mim mesmo.<br />Força Universal e Cósmica, Energia Misteriosa, eu te conjuro, Vem a mim, remedia minha aflição, cura-me deste mal e me aparta deste sofrimento para que tenha harmonia, paz e saúde.<br />Te peço por teu sagrado nome, que os Mistérios e a Santa Igreja gnóstica me ensinaram, para que faças vibrar comigo todos os Mistérios, deste plano e de planos superiores, e que essas Forças reunidas consigam o milagre de minha cura.<br />Assim Seja... Assim Seja... Assim Seja...<br />EXORCISMO DO FOGO<br />Deus do Fogo: AGNI Gênios do Fogo: INRI e RUDRA Arcanjo do Fogo: SAMAEL Elohim: GIBOR Elementais: Salamandras e Vulcanos Mantras: S, INRI, IAO e RÁ Objetos: Espada, Vela Perfume: Mirra Dia da Semana: 5ª-feira (à meia-noite de quarta para quinta) Direção: Sul<br />Michael, Rei do Sol e do Raio... Samael, Rei dos Vulcões... Anael, Príncipe da Luz Astral... Assisti-nos em nome do Cristo, pela Luz do Cristo, pela majestade do Cristo. Amén... Amén... Amén...<br />INRI... (pronunciar este mantra por três vezes)<br />SSS... (pronunciar este mantra por sete vezes, enquanto se trabalha com a espada ou a vela)<br />INRI, INRI, INRI, poderoso Gênio, te pedimos permissão para que as Salamandras e os Vulcanos executem este trabalho de... (mencionar o tipo de trabalho, se de cura, de limpeza, de proteção, de orientação ou consagração).<br />Salamandras e Vulcanos do Misterioso elemento, vos ordenamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para que protejais este recinto pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste, para que nenhuma força nos atrapalhe nem cause danos.<br />Também vos ordenamos que abençoem nossas pessoas e nossos lares para que sejamos fiéis aos desígnios espirituais.<br />IAO...(cantar este mantra por doze vezes, enquanto se visualiza uma parede de fogo azul envolvendo o local onde se realiza esta Conjuração e as pessoas participantes).<br />EXORCISMO DO AR<br />Deus do Ar: PARVATI Gênios do Ar: ISHVARA e EHECATLE Arcanjo do Ar: MICHAEL Elohim: SABTABIEL Elementais: Silfos, Sílfides, Elfos e Fadas Mantra: H...(como um suave suspiro) Objeto: Pluma Perfume: Incenso de Olíbano Dia da Semana: 4ª-feira Direção: Leste<br />“Divino Pai Celestial, Pai de toda a Criação e do Espaço Infinito e Eterno, te pedimos de todo coração para que nos invoques ao Deus do Ar Parvati... Parvati... Parvati... te suplicamos para que nos tragas os Silfos e Sílfides para executarmos este trabalho espiritual.<br />HI-HE-HO-HU-HA... (vocalizam-se estes mantras por algumas vezes, enquanto que com a pluma na mão direita se faz o sinal da cruz nos quatro cantos cardeais).<br />Spiritus dei ferebatur super aquas, et inspiravit in faciem hominis spiraculum vitae. Sit Michael dux meus et Sabtabiel servus meus; in luce et per lucem. Fiat verbum halitus meus; et imperabo Spiritibus aeris hujus, et refrenabo equos solis voluntate cordis mei et cogitatione mentis meae et nutu oculi dextri. Exorciso igitur te, creatura aeris, per Pentagrammaton et in nomine Tetragrammaton, in quibus sunt voluntas firma et fides recta. Amén. Sela Fiat. Que assim seja...<br />Obedecei-nos, Silfos e Sílfides... Pelo Cristo, pelo Cristo, pelo Cristo... (pronuncie o mantra H... por três vezes, antes de continuar o exorcismo).<br />(Invocar em voz alta os seguintes nomes, enquanto se visualiza o Ar Elemental do ambiente se purificando e carregando-se com vibrações espirituais sutilíssimas:)<br />Michael, Sabtabiel, Ishvara, Ehécatle, Barbas de Ouro, Parvati, Archan, Samax, Madiat, Vel, Modiat, Guth, Sarabotes, Maimon, Varcan... Senhores Gloriosos, pedimos autorização para executar este trabalho espiritual... rbas de Ouro, Parvati, Archan, Samax, Madiat, Vel, Modiat, Guth, Sarabotes, Maimon, Varcan... Senhores Gloriosos, pedimos autorização para executar este trabalho espiritual...<br />Silfos e Sílfides do Ar, vos ordenamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, protegei este local e as pessoas participantes dessa invocação pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste... Para que as forças do mundo não possam causar nenhum dano a este local nem a nós que aqui estamos. Imantai nossas pessoas e nossos lares para que sirvamos conscientemente de acumuladores das bençãos espirituais.” (pronunciar o mantra AOM por doze vezes, enquanto se visualiza o ambiente e as pessoas cobertos por uma neblina azul refrescante).<br />EXORCISMO DA ÁGUA<br />Deus da Água: VARUNA Gênios da Água:NICKSA e NARAYANA Arcanjo: GABRIEL Elohim: ORFAMIEL Elementais: Ondinas, Nereidas e Sereias Mantra: M... Objeto: Cálice e Tridente Perfume: Eucalipto Dia da Semana: Domingo Direção: Oeste<br />“Divino Pai Celestial, Tu que és o Senhor dos Exércitos e Criador deste Mar do Universo, imploramos para que sejas Tu que invoques ao Deus das Águas Varuna... Varuna... Varuna... Nós te invocamos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, concede-nos a honra de trabalhar com teus servos, os elementais das águas da vida, Ondinas, Nereidas e Sereias.<br />(Levante o Cálice com a mão direita, e, voltado para o Ocidente, continue.)<br />Fiat firmamentum in medio aquarum et separet aquas ab aquis, quae superius sicut quae inferius, et quae inferiur sicut quae superius, ad perpetranda miracula rei unius. Sol ejus pater est, luna mater et ventus hunc gestavit in utero suo, ascendit a terrae ad coelum et rursus a coeluo in terram descendit. Exorcizote, creatura aquae, ut sis mihi Speculum Dei vivi in operibus et fons vitae, et ablutio peccatorum. Amén...<br />M... (vocalizar este mantra por três vezes).<br />Varuna, Nicksa, Narayana, poderosos Gênios das Águas, pedimos vossa bênção e permissão para trabalharmos com êxito com vossos auxiliares elementais.<br />Ondinas... Nereidas... Sereias... rainhas e Reis das Águas da Vida, vos invocamos e vos pedimos, em nome do Pai, do Filho e do Sacratíssimo Espírito Santo; e também pelo Senhor Jeová, que pairou sobre as Águas do princípio dos tempos... Protegei e trabalhai sobre este local, pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste, para que todos nós<br />recebamos vossas forças vitais. Inundai nossas almas e nossos corações, para que sejamos acumuladores de força espiritual. Amén...” acumuladores de força espiritual. Amén...”<br />(Vocalizar o mantra AOM e VÁ, alternadamente, por treze vezes, imaginando que ondas do gigantesco mar espiritual, de cor branca, inunde as pessoas participantes e seus lares e familiares, antes de pronunciar em seguida o Exorcismo da Lua.)<br />“Treze mil Raios tem o Sol... Treze mil Raios tem a Lua... Treze mil vezes se arrependam nossos Inimigos internos e externos. Amén, Amén,<br />Amén...”<br />EXORCISMO DA TERRA<br />Deus da Terra: KITICHI Gênios da Terra: GOB, ARBARMAN, CHANGAM Arcanjos: MELQUISEDECK(da Terra) e ORIFIEL(de Saturno) Elohim: CASHIEL Elementais: Gnomos e Pigmeus Mantras: AOM..., IAO..., LA... Objetos: Báculo, Cetro Perfumes: Sândalo e Amadeirados Dia da Semana: Sábado Direção: Norte<br />“Divino Pai que moras no mais profundo de meu coração e que és o Senhor do Castelo de minha Alma, que Teu Verbo de Ouro possa nos invocar o supremo Deus Kitichi... Kitichi... Kitichi... Te chamamos pelos poderes do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Concede-nos a graça de comandar e direcionar a força magnética dos Gnomos e Pigmeus da terra.<br />Em nome das 12 pedras da Cidade Santa, pelos talismãs ocultos e pelo cravo de ímã que atravessa o mundo, nós vos conjuramos, obreiros subterrâneos, obedecei-nos. Pelo Cristo, pelo Cristo, pelo Cristo. Amén...<br />IAO... IAO... IAO... Gob, Arbarman, Kitichi, supicamos êxito neste trabalho com as forças telúricas. Gnomos e Pigmeus, vos ordenamos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.<br />Trabalhai com as forças magnéticas da perfumada terra e harmonizai as pessoas que aqui se encontram e seus lares. Imantai nossas Almas e nossos corações para que nos transformemos em acumuladores do poder e da força da divina Mãe Terra. Amén...<br />LA...(Vocalize este mantra por 12 vezes visualizando os obreiros subterrâneos inundando o ambiente com uma relaxante cor amarela.)<br />REGENTES DO AR<br />Existem Silfos poderosos que trabalham sobre o ambiente onde se fará a invocação,<br />o exorcismo ou conjuração, a corrente de cura etc. É necessário que o ambiente astral esteja propício para a vinda, fixação e manifestação das correntes siderais e dos Seres invocados. Para tal, paralelamente à limpeza astral com os perfumes e ervas correspondentes do Trabalho Espiritual(especialmente o incenso de Olíbano), deve-se chamar os Regentes do Ar, de acordo com o dia: 2ª-feira ARCHAN 3ª-feira SAMAX 4ª-feira MADIAT, VEL e MODIAT 5ª-feira GUTH 6ª-feira SARABOTES Sábado MAIMON Domingo VARCAN<br />CLAVÍCULA DE SALOMÃO<br />Para invocar a presença dos Anjos de Deus, para se trabalhar magicamente com os 72 anjos cabalísticos etc...<br />“PER ADONAI EL OHIM, ADONAI JEHOVÁ, ADONAI SABAOTH, METRATON, ON AGLA, ADONAI MATHOM, VERBUM PITONICUM MISTERIUM SALAMANDRAS, CONVENTUM SILPHORUM, ANTRAGNOMORUM DEMONIA CELI, GAD ALMOUSIN GIBOR, JESHUA EVAM SARIATNIAMIC. VENI... VENI... VENI...”<br />EXORCISMO DA LUA<br />“Tre ze mil Raios tem o Sol, Treze mil Raios tem a Lua, Treze mil vezes se arrependam nossos Inimigos Ocultos...<br />Com infinita humildade e grande amor, em nome do terrível Tetragrammaton, eu vos invoco, Seres Inefáveis.<br />Em nome de Adonai e por Adonai, Adonai, Eye, Eye, Eye, Kadosh, Kadosh, Kadosh, Achim, Achim, Achim, La, La, La, Forte La... Que resplandeceis sempre gloriosos na montanha do Ser, eu vos rogo por misericórdia que me auxilieis agora. Tende piedade de mim que nada valho, que nada sou.<br />Adonai, Sabaoth, Amathai, Ya, Ya, Ya, Marinat, Abim, Iehia, Criador de tudo o que é e será.<br />Vos rogo em nome de todos os Elohim que governam a primeira Legião, sob o comando de Orfamiel, pelos treze mil Raios da Lua e por Gabriel, para que me socorrais agora mesmo. Vinde a nós, por Adonai, o Anjo da Alegria e da Luz. Reconheço que sou tão só um mísero verme do lodo da terra. Amén...” comando de Orfamiel, pelos treze mil Raios da Lua e por Gabriel, para que me socorrais agora mesmo. Vinde a nós, por Adonai, o Anjo da Alegria e da Luz. Reconheço que sou tão só um mísero verme do lodo da terra. Amén...”<br />EXORCISMO DE MERCÚRIO<br />“Vos rogo, Divinos Elohim, em nome do Sagrado Tetragrammaton e pelos nomes inefáveis de Adonai Elohim, Shadai, Shadai, Shadai, Eye, Eye, Eye, Asamie, Asamie, Asamie; Em nome dos anjos da segunda legião planetária, sob o governo de Rafael, Senhor de Mercúrio, como também pelo santo nome posto sobre a testa de Aarão, ajudai-me, auxiliai-me, concorrei ao meu chamado. Amén...”<br />EXORCISMO DE VÊNUS<br />“Vos rogo mui humildemente, divinos Elohim, pelos místicos nomes On, Hey, Heya, Ya, Ye, Adonai, Shadai, acudi ao meu chamado. Vos suplico auxílio em nome do tetragrammaton e pelo sacro poder dos anjos da terceira legião, governados por Uriel, o Regente de Vênus, a estrela da aurora. Vinde, anael, Vinde, Vinde, reconheço minhas imperfeições, mas vos adoro e vos invoco. OM Seja Amor... OM Seja Amor... OM Seja Amor... Amén...”<br />EXORCISMO DO SOL<br />“Sou um infeliz mortal que, p lenamente convencido de sua nulidade e miséria, se atreve a invocar aos Leões de Fogo e ao Bendito Michael. Pelo tetragrammaton, chamo agora à quarta legião de anjos do Sol, esperando que Miguel se compadeça de mim. (Traçar no ar, com o dedo indicador da mão direita o signo do Infinito- ou seja, um Oito deitado, antes de vocalizar os seguintes mantras) OM-TAT-SAT-TAM-PAMPAZ...Amén...”<br />EXORCISMO DE MARTE<br />“Reconheço o que sou, realmente sou um pobre pecador que clama e invoca aos anjos da força, mediante os mantras Yah, Yah, Yah, He, He, He, Va, Hy, Ha, Va, Va, Va, An, An, An, Aie, Aie, Aie, Ecl, Ai, Elohim, Elohim, Tetragrammaton.<br />Eu vos invoco em nome do Elohim Gibor e pelo Regente do planeta Marte, Samael, concorrei ao meu chamado.<br />Que a quinta legião do planeta Marte me assista em nome do Venerável Anjo Acimoy. Amén...”<br />EXORCISMO DE JÚPITER<br />“Sem orgulho, reconheço que nada valho, que nada sou e que só meu Deus tem o Poder, a Sabedoria e o Amor.<br />Vos suplico, Devas Inefáveis, pelos nomes sagrados Kadosh, Kadosh, Kadosh, Eschereie, Eschereie, Eschereie, Hatim, Hatim, Hatim, Yah, o Confirmador dos Séculos, Cantime, Jaym, Janic, Anie, Caibar, Sabaoth, Betifai, Alnaim, e em nome de Elohim e do Tetragrammaton. Pelo divino Zacariel, que governa o planeta Júpiter e a sexta legião de anjos cósmicos, concorrei ao meu chamado.<br />Vos suplico, seres inefáveis, assisti-me neste trabalho. Vos rogo pelo terrível Tetragrammaton, auxiliai-me aqui e agora. Amén...”<br />EXORCISMO DE SATURNO<br />“Reconhecendo minha tremend a nulidade e miséria interior, com inteira humildade... Cashiel, Machatori, Sarakiel, concorrei ao meu chamado. Vos suplico em nome do Santo e Misterioso Tetragrammaton, vinde até aqui.<br />Escutai-me, por Adonai, Adonai, Adonai, Eye, Eye, Eye, Acim, Acim, Acim, Kadosh, Kadosh, Kadosh, Ima, Ima, Ima, shadai... Yo, Sar, Senhor Orifiel, Regente do planeta Saturno, chefe da sétima legião de anjos inefáveis.<br />Vinde, seres inefáveis de Saturno. Vinde em nome de Orifiel e do poderoso Elohim Cashiel. Vos chamo pedindo auxílio em nome do anjo Booel, pelo astro Saturno e por seus santos selos. Amén...”<br />CONJURAÇÃO DE SÃO MIGUEL ARCANJO<br />“São Miguel Arcanjo, defende -nos neste combate... Sê o nosso auxílio contra as maldades e ciladas dos Inimigos Ocultos, Ordene-lhes, Ó Deus, instantemente te pedimos... E vós, da Milícia Celeste, pela Virtude Divina, Lançai no lago do Fogo Sagrado a Satanás e a todos os espíritos malignos, Que andam pelo mundo para a perdição das Almas... Michael, Gabriel, Rafael, Uriel, Samael, Zacariel, Orifiel... Rogai por nós... Que se realize, de acordo com a Vontade do Pai e da Grande Lei. Amén...”<br />Anjos Cabalísticos<br />Lista dos nomes mântricos dos Anjos da Cabala(ou, Emanações dos Poderes Curativos de Deus, associados às informações iniciáticas contidas nos Salmos) que podem ser vocalizados para a preparação dos ambientes de Cura(de acordo com o dia):<br />Nomes Atributos VEHUIAH Deus Exaltado e Elevado JELIEL O Apaziguador SITAEL A Esperança das Criaturas ELEMIAH Deus Oculto MAHASIAH Deus Salvador LELAHEL Deus Louvável ACHAIAH Deus Bom e Paciente CAHETEL Deus Adorável AZIEL Misericórdia de Deus ALADIAH Deus Propício LAUVIAH Louvores e Exaltação HAHAIAH Refúgio em Deus IEZALEL Glorificar a Deus, Sobretudo MEBAHEL Deus Conservador HARIEL Deus Criador HAKAMIAH O Construtor do Universo LAUVIAH Deus Admirável CALIEL Pronto a Ouvir LEUVIAH O que Ouve os Pecadores PAHALIAH Deus Redentor NELEBAEL Pleno e Único IEIAIEL Justiceiro de Deus MELAHÊL Protege contra os Maus HAHUIAH Bondade pela Bondade NIT-HAIAH O que dá Sabedoria HAAIAH O Oculto JERATHEL Punidor dos Maus SÉEIAH Curador dos Doentes REIIEL Deus do Socorro ORNAEL O que dá Paciência LEVABEL Deus Inspirador VASARIAH Deus Justo IEHUIAH O Onisciente LEHAHIAH O Clemente CHEVAKIAH O que dá Alegria MENADEL Deus Adorável ANIEL Virtudes de Deus HAAMIAH Trino e Único REHAEL Acolhe os Pecadores IEIAZEL O que dá Contentamento HAHAZEL Visto como Três MIKAEL Eu e o Pai Somos Um<br />VEUAHIA Rei Dominador IELAHIAH Deus Eterno SEALIAH O Motor de Tudo ARIEL O Revelador ASALIAH Justiça Indica a Verdade MICHAEL Pai Caritativo VEHUEL Grandioso e Sublime DANIEL Misericórdia na Confissão HAHASIAH Deus Resguardado IMAMIAH Deus Acima de Tudo NANAEL Ele Dobra os Orgulhosos NITHAEL Rei dos Céus MEBAIAH Deus Eterno POIEL Sustento do Universo NEMMAMIAH Deus Louvável IEIALEL Ouvir as Gerações HARAHEL Conhecedor de Tudo MIZRAEL Alivia os Oprimidos UMABEL Acima de Todos IAH-HEL O Ser Supremo ANAUEL Infinitamente Bom MEHIEL O Vivificador DAMABIAH Fonte da Sabedoria MANAKEL Ele mantém as Coisas ETAIEL Delícia dos Homens XABUIAH Sempre Generoso ROCHEL Ele vê Tudo JABAMIAH Seu Verbo Produz Tudo HAIEL Senhor de Tudo e Todos MUMIAH O Alfa e o ÔmegaJose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-11726592152112193402009-03-30T02:08:00.000-03:002009-03-30T02:11:28.664-03:00Treinamento em Alta MagiaTreinamento em Alta Magia<br /><br />Lishtar (1999) Fonte: <a href="http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/magtrprg.html">http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/magtrprg.html</a><br /><br />Treinamento em Alta Magia é um tema difícil de ser abordado por três motivos principais: a) falta de bibliografia de alto nível disponível em língua portuguesa; b) boas intenções, mas também desinformação daqueles que têm acesso à literatura ou a um(a) mentor(a), mas que depois de alguns meses de estudo, já se acham capazes de se tornarem eles e elas mesmas os "mestres", e c) a busca por iluminação imediata e espontânea, do tipo "faça você mesmo". Esta última, evidentemente, não existe. A verdade é que Alta Magia é fundamentalmente uma arte que demanda aprendizados específicos (algo que v. aprende) e cujo aprendizado então se concretiza na prática do dia-a-dia (algo que v. faz) e que então se torna parte de você. Independente da tradição, Mesopotâmica, Cabala, Runas, etc., a pessoa que busca o conhecimento do caminho deve procurar um mediador, mentor ou companheiro, que deve fornecer apoio, conselhos e avaliar o desenvolvimento do progresso alcançado dentro do programa. O mentor ou companheiro deve Ter experiência, e entre ele ou ela e o aprendiz deve haver sintonia, sendo que ambos devem se apresentar aos deuses para que os Planos Interiores também aprovem a escolha mútua. Trabalhos de treinamento em geral são feitos por correspondência, sendo suplementados por encontros com o(a) mentor(a) escolhido(a). No meu caso específico, já estava estudando por conta própria Alta Magia por cerca de um ano, tendo inclusive feito meu ritual de auto-iniciação, quando escolhi meus mentores. Isto quer dizer que com eles, comecei de novo "do início". E estou disposta a começar do início tantas vezes quantas forem necessárias para aprender outros sistemas, como Budismo Tibetano, etc. Que vou provavelmente estudar e vivenciar dentro de alguns anos. Quero deixar bem claro que durante o ano em que estudei por conta própria, segui à risca disciplina de trabalhar em Alta Magia no mínimo 2 horas por dia, só deixando de seguir esta prática nos sábados. Ou seja, eu começava o dia escrevendo, e à noite, prosseguia com meditações e leituras. Ajudou o fato de estar em Londres, onde é muito mais fácil de encontrar bibliografia confiável. Eu li quase todos os clássicos do retorno do Divino Feminino (Gardner, Farrars, Valiente, Dion Fortune, Gareth Knight, Adler, Starhawk, Barbra Walker, Merlin Stone, muita Caballa) que pude conseguir, copiando furiosamente passagens que me interessavam no que chamei de Arquivos de Luz. Alta Magia e computadores sempre estiveram juntos no meu caso. E a propósito, Alta Magia para mim é trabalho duro, mas que não pesa, pois foi e é uma tarefa de amor, de auto-conhecimento e co-criação com os deuses realizada dia após dia. Rotina não deixa de ser uma forma de viver a eternidade aqui e agora. O mais importante é se Ter em mente que "na hora certa, o(a) mentor(a) certo(a) sempre aparece". Este é um dos adágios dos Mistérios no qual acredito com toda sinceridade. Mas a pessoa deve reconhecer os sinais, e muitos não são capazes de vê-los. Não faz muito tempo, numa lista privada que faço parte, vi uma moça pedir por um mentor, e ela foi incapaz de ver nas duas respostas longas de dois participantes da lista àqueles que os deuses estavam mandando para encontrá-la. Eu fiquei de respiração suspensa, pois ela não poderia Ter encontrado respostas mais longas, honestas e verdadeiras, mas infelizmente, a menina queria que eles dissessem provavelmente que ela era super-especial, etc. Em outras palavras, foi a moça que não soube ver seus Mentores, que foram sem dúvida, mandados pelaos Deuses. Falha dela que não soube reconhecê-los. Nenhum mentor sério diz isto, mas espera de todo coração que o novo aprendiz assim o seja... logo, logo! Na realidade, a gente sempre espera por dentro que "nossos herdeiros ou herdeiras" espirituais sejam melhores do que nós próprios. Como poderia ser de outra forma? Os Mistérios devem continuar mais fortes e verdadeiros além e depois de nós. Minhas regras para auxiliar você a achar o seu mentor: 1) Verdadeiros mentores nunca "oferecem serviços". De saída, eles vão responder às suas perguntas, mas não estarão disponíveis de imediato... a não ser que v. peça! 2) Meus mentores deram-me a seguinte regra: pergunte-se se v. seria capaz de deixar seu filho uma noite com esta pessoa, e se v. poderia abrir uma conta conjunta com ele(a). Ou seja, veja se<br />seus mentores são funcionais no nível emocional e prático. Porque se o emocional e o prático funcionam bem, o espiritual não vai Ter problemas em se manifestar. 3) Verdadeiros mentores e escolas de alta reputação não estão interessados em cobrar pelas lições, contentando-se em cobrir despesas, como nos casos de gastos de postagem e envio de material. Muito importante: todo treinamento é feito sempre a nível exterior e interior. Isto quer dizer que as lições e avaliações do mentor são só um lado de uma moeda de duas faces. A outra face é a qualidade da jornada, o que v. aprende guiado pelos contatos interiores que v. irá fazer ao longo do treinamento. Estou me referindo a contatos espirituais. Você irá saber quando eles acontecerem, e eles sempre acontecem. E se eles não acontecerem, é por que v. não estará fazendo direito seu treinamento. Finalmente, todo programa formal de treinamento em magia tem uma alta taxa de pessoas que desistem na metade. Uma coisa é gostar de ler e ver filmes de magia, outra coisa é viver conscientemente o "conhece-te a ti mesmo" e viver de acordo com a sua verdade. Costumo dizer que treinamento nos mistérios é análise sem psiquiatra, sem transferência, e isto não é nada fácil. Os motivos pelos quais as pessoas desistem são muitos. Auto-conhecimento é algo que também costumo definir como o sorriso além das lágrimas. Muitas vezes, dez minutos de meditação diários levam a uma semana de lágrimas. Mas ainda assim, eu prefiro as lágrimas a não saber das verdades que preciso conhecer. Outro motivo é que auto-conhecimento é algo que jamais termina, onde o processo é, em si, a meta. Portanto, também é um aprendizado em humildade e abertura para tudo e todos, mas algo consciente e que sabe escolher e que não perde tempo, sem desprezar a outrém. Para acabar, a vida também não se torna mais fácil só por que estamos nos Mistérios. Na realidade, a vida se torna bem mais complicada. Mas pelo menos, espera-se que tenhamos equilíbrio e bom humor suficientes para enfrentar com integridade os desafios ao longo da jornada. Sempre digo que não quero fazer os mesmos erros (não seria inteligente), mas talvez faça coisas piores do que já fiz, mesmo querendo acertar! Que v. ache dentro de você a Chave da Porta que não tem fechadura, mas através da Qual se cruza o limiar para os Mistérios, independente de sua escolha espiritual! ático funcionam bem, o espiritual não vai Ter problemas em se manifestar. 3) Verdadeiros mentores e escolas de alta reputação não estão interessados em cobrar pelas lições, contentando-se em cobrir despesas, como nos casos de gastos de postagem e envio de material. Muito importante: todo treinamento é feito sempre a nível exterior e interior. Isto quer dizer que as lições e avaliações do mentor são só um lado de uma moeda de duas faces. A outra face é a qualidade da jornada, o que v. aprende guiado pelos contatos interiores que v. irá fazer ao longo do treinamento. Estou me referindo a contatos espirituais. Você irá saber quando eles acontecerem, e eles sempre acontecem. E se eles não acontecerem, é por que v. não estará fazendo direito seu treinamento. Finalmente, todo programa formal de treinamento em magia tem uma alta taxa de pessoas que desistem na metade. Uma coisa é gostar de ler e ver filmes de magia, outra coisa é viver conscientemente o "conhece-te a ti mesmo" e viver de acordo com a sua verdade. Costumo dizer que treinamento nos mistérios é análise sem psiquiatra, sem transferência, e isto não é nada fácil. Os motivos pelos quais as pessoas desistem são muitos. Auto-conhecimento é algo que também costumo definir como o sorriso além das lágrimas. Muitas vezes, dez minutos de meditação diários levam a uma semana de lágrimas. Mas ainda assim, eu prefiro as lágrimas a não saber das verdades que preciso conhecer. Outro motivo é que auto-conhecimento é algo que jamais termina, onde o processo é, em si, a meta. Portanto, também é um aprendizado em humildade e abertura para tudo e todos, mas algo consciente e que sabe escolher e que não perde tempo, sem desprezar a outrém. Para acabar, a vida também não se torna mais fácil só por que estamos nos Mistérios. Na realidade, a vida se torna bem mais complicada. Mas pelo menos, espera-se que tenhamos equilíbrio e bom humor suficientes para enfrentar com integridade os desafios ao longo da jornada. Sempre digo que não quero fazer os mesmos erros (não seria inteligente), mas talvez faça coisas piores do que já fiz, mesmo querendo acertar! Que v. ache dentro de você a Chave da Porta que não tem fechadura, mas através da Qual se cruza o limiar para os Mistérios, independente de sua escolha espiritual!Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-49680994588187241092009-03-30T02:00:00.001-03:002009-03-30T02:03:01.613-03:00As Bases Metafísicas da magia sexual"As Bases Metafísicas da magia sexual "<br /><br /> Capítulo Extraído do livro "Renascer da Magia" de Kenneth Grant<br /><br />Existe um talismã de aplicação universal. No reino elemental ele é representado por pyramis, o fogo; em termos geométricos, pela pirâmide ou triângulo; e em termos biológicos, pelo falo. Como o sol irradia vida e luz através do sistema solar, assim também o falo irradia vida e luz sobre a terra e , similarmente, subordina; se a um poder maior do que ele mesmo. Pois assim como o sol é um reflexo de sírius, assim também o falo é o veículo da vontade do mago.<br />No não iniciado, o poder fálico opera independente mente de seu possuidor e , freqüentemente, em desarmonia com o mesmo. Ele funciona caprichosamente, sem relação como indivíduo. O poder fálico possui o indivíduo e não vice-versa.<br />No caso do iniciado, entretanto, a posição é inversa. A O.T.O. possui o conhecimento secreto da retificação e os meios de liberação do cativeiro do instinto degenerado. Ela instrui o operador no uso apropriado do fogo elemental, a correta construção da pirâmide, o empunhar bem-sucedido da baqueta mágica.<br />O controle do fogo elemental envolve a inibição dos resultados físicos habituais quando da união sexual. A libido não é "aterrada", mas direcionada pela vontade para encarnar numa forma especialmente preparada para sua recepção.<br />Liber Agapé, o enquirídio do Soberano Santuário da Gnose da O.T.O., demonstra como a magia sexual está baseada na assunção de que nenhuma causa pode ser impedida de um efeito. Se o efeito natural for anulado , a descarga de energia não é perdida, e ela forma uma imagem sutil ou astral da idéia dominante na mente quando do clímax do coito. Habitualmente esta idéia é um pensamento de luxúria, e por causa disso uma tendência ou hábito se fixa na mente, que consequentemente se torna cada vez mais difícil de controlar. Esta tendência deve ser, portanto, destruída.<br />A exaltação mental gerada por um orgasmo magicamente controlado forma um portal de passagem reluzente semelhante a uma lente por onde flui o vívido imaginário astral da mente subconsciente. Imagens específicas são evocadas e "fixadas"; elas se tornam instantânea e vivamente vivas. Como a presença luminosa delas é obsessiva, salvaguardas mágicas são essenciais para compensar uma real obsessão. Esta imagens são elos dinâmicos com os centros mais profundos da consciência e atuam como chaves para experiência ou revelações que formam o objetivo da Operação. Encarnar tais experiências é o objetivo da magia sexual. É necessário, portanto , formular a vontade com grande cuidado e com estrita economia de meios. Não deve haver nada na mente no momento do orgasmo exceto a imagem da "criança" que se pretende dar a luz.<br />Condenações contra a masturbação, o onanismo, o coito interrompido, a karezza e outros métodos aparentemente estéreis de utilização da energia sexual baseiam-se logicamente no reconhecimento (ainda que este reconhecimento possa ser conscientemente irreconhecido) da natureza sacramental do ato procriativo.<br />Conclusões errôneas obtidas pela apreensão incompleta dos fatores envolvidos levaram, no passado, à admoestações do tipo "fogo e enxofre", dirigidas contra os "abusos" que , neste tempo, acreditava-se levarem a degeneração do sistema nervoso, à cegueira, à paralisia e a insanidade.<br />Na verdade, nada da energia é perdida, embora ela não consiga encontrar um campo de operação na matriz que a natureza promoveu a ela. Ela produz, ao invés de uma prole física, fantasmas compostos de matéria tênue. Através da prática deliberada e persistente de tais "abusos", entidades qlifóticas são engendradas; elas vampirizam a mente e se alimentam de fluidos nervosos.<br />Crowley menciona que: "Os antigos rabinos judeus sabiam disso e ensinaram que, antes que VA fosse dada a Adão, o demônio Lilite foi concebido pêlos respingos de seus sonhos de modo que as raças híbridas de sátiros, elos e outros parecidos começaram a povoar aqueles lugares secretos da terra que não são sensíveis aos órgãos do Homem Comum".<br />Muitas dissertações longas e tediosas sobre a possibilidade de uma "feiticeira" dando à luz a prole, após a união com o diabo na forma de um incubo, deveriam ser entendidas no sentido de que filhos nascem de tais uniões, embora não sejam filhos físicos.<br />Qualquer descarga de energia, de qualquer natureza, tem um efeito em todos os planos. Se os resultados em um plano são impedidos - como aconteceria no caso do íncubo - eles aparecem , então em outro [plano].<br />De acordo com antigas autoridades em Feitiçaria, íncubos e súcubos eram personificações do próprio diabo. O diabo é sinônimo do espírito criativo do homem. Crowley vai mais longe ao declarar que "o sátiro é a verdadeira natureza de cada homem e cada mulher". O íncubo ou súcubo é a exteriorização, ou extrusão, do sátiro em cada indivíduo. Ele representa a vontade subliminar; Ele representa a Vontade subliminar; na verdade, [ele representa] o Ser Anão ou Sagrado Anjo Guardião.<br />Ele é o princípio no homem que é imortal e inextricavelmente ele possui estreita ligação com a sexualidade que , por sua vez, é a chave para sua natureza e os meios de sua encarnação.<br />No antigo Egito, tumba e útero eram termos intercambiáveis. O útero levava ao nascimento no mundo material, a tumba, no mundo espiritual.<br />As idéias de ressurreição e re-ereção era m também intercambiáveis. O falo ereto, ou erguendo-se, simbolizava a ressurreição para a nova vida no mundo espiritual; ele significava também a habilidade de viver e de trazer a vida novamente; dizia-se que ele "morria" no ato de transmitir o princípio vital, a sua Palavra, a sua Verdade.<br />Numa lenda egípcia da criação, gravada no papiro de Nesi Amsu, o deus do sol Atum é descrito como tendo pressionado seu membro com sua mão e realizado seu desejo, produzindo assim seus dois filhos Shu e Tefnut.<br />Estas crianças representam os princípios místicos do fogo e da água, calor e umidade, necessários para materializar o espectro; a matriz [representa] o útero úmido - ou "súcubo" - através do qual a energia é transmitida aos planos sutis.<br />O Deus Kefra também está gravado no mesmo papiro como tendo tido uma união com sua mão e tendo abraçado sua sombra num "abraço de amor". A sombra é o súcubo.<br />Na tradição rabínica, seu nome é Lílite; ela foi a primeira mulher de Adão e foi criada da substância de sua imaginação. Em um manuscrito da Aurora Dourada [Ordem Goldem Dawn] intitulado "A Mercará", ela é descrita como "uma mulher bonita por fora mas por dentro, corrupta e putrefata".<br />Eva e Lílite não são duas criaturas diferentes, mais dois aspectos de uma única entidade. O aspecto brilhante, solar, criativo, angélico foi chamado Eva (uma forma da divindade criadora IHVH - Iavé [YOD - HEH - VAV - HEH];o aspecto lunar, corrupto, demoníaco foi chamado Lílite.<br />Ela estrangulava almas com seu abraço ou com o enlace de um único fio de cabelo. Ela era chamada de mulher-serpente por causa de sua conexão com a corrente lunar da periodicidade, simbolizada por sua capacidade de assassinar "crianças" tão logo eram concebidas; mais tarde ela se tornou a deusa da Feitiçaria, a magia da noite (ou seja, da escuridão: magia negra), em oposição à magia do dia (ou seja, magia solar ou branca).<br />Estes aspectos gêmeos do Sagrado Anjo Guardião - o bom e o mau dáimon - parecem fascinantes e terríveis por vezes, do mesmo modo que a deusa káli aparece aos seus devotos como a gentil Durga ou a terrível Bhavani.<br />Consideradas misticamente, eles são duas entidades subjetivas, aspectos da consciência que podem ser vitalizados por métodos mágicos apropriados. Eles são companheiros vagos e esfumaçados que respondem às mais tênues evocações do sistema nervoso.<br />Num sentido espiritual, eles podem ser considerados como guias da alma pelas trilhas luminosas e obscuras de Amenti.<br />A evocação do companheiro obscuro para fins pessoais é citada por J. Marques-Rivière ("Ioga Tântrica"): "Eu fui capas de conhecer pessoalmente o apetite sexual anormal e absolutamente depravado destes falsos iogis. O método usado é chamado de Praioga, através do qual é possivel visualizar e animar certas entidades femininas que são chamadas de Súcubos. "Arthur Avalon também se refere a um processo análogo de magia negra sexual em "O poder da serpente":<br />"Aqueles que praticam a magia do tipo mencionado, trabalham apenas com o centro mais baixo, recorrem à Praioga, que conduz à Mayika Siddhi, por meio da qual é efetuado o relacionamento com espíritos feminos e similares." Crowley dá um método de gerar tais companheiros que envolve o uso do Sistema Enoquiano de Dee (John) e Kelley. Tais elementais, ou espíritos familiares, devem, diz ele, ser tratados com gentileza e firmeza. [nota digitador: em outro texto, diz que deve ser tratado como se trata um cão fiel ].<br />Os melhores tipos de "espírito" são os espíritos das Tábuas Elementais de Dee e Kelley divisaram para a conjuração de servidores mágicos. Estes servidores são "fiéis e perfeitos em sua natureza, afeiçoando-se a raça humana. E se não são tão poderosos quanto , são menos perigosos que os Espíritos Planetários." Crowley os conjurou através das Chaves ou Chamados de Enoque (Ver o Equinox , Vol. I. nos 7 e 8). Depois dos chamados, ele realizava um ato de magia sexual como descrito no papiro Nesi Amsu, deixando o sêmen cair sobre as pirâmides de letras, formando os nomes dos espíritos que ele estava conjurando e sendo preservado dentro delas. Em 1945, o então chefe de uma loja da O.T.O. , na Califórnia, realizou com sucesso uma operação similar, mas com resultados desastrosos para ele mesmo (ver o capítulo 9).<br />Grande parte da magia de Crowley era realizada no plano astral e normalmente envolvia alguma forma de intercurso sexual: "a única operação "física" realmente fácil que o corpo de luz pode realizar é o Congressus Subtilis. As emanações do "corpo de desejo" do ser material que se está visitando são, se a visita for agradável, que espontaneamente se ganha substância no enlace. Há muitos casos registrados de crianças que nasceram como o resultado de tais uniões."<br />Estas "crianças" eram elementais ou companheiros. Se "crianças", eles atuam como servidores, como o familiar de uma feiticeira; se companheiros, atuam como elos através dos quais ele era capas de se comunicar com habitantes dos reinos astrais consoantes com a natureza do súcubo. Desta forma, Crowley ganhou acesso direto a regiões escondidas dos ocultistas, utilizando as velhas técnicas cerimoniais de evocação. Isto também possibilitou, em muitos casos, que ele dispensasse um médium entre ele próprio e as entidades contatadas, pois pela união sexual com uma entidade não terrestre, ele era capaz de entrar no fluxo de contatos não-humanos sobre os quais Dion Fortune faz menção freqüentemente.<br />O "corpo de luz" é assim chamado porque era sabido desde antigamente que o homem ressucitava, não em seu corpo físico (como acreditam os cristãos), mas num veículo mais tênue e etéreo que se erguia da escuridão da morte, o abismo, assim como as estrelas que se erguem resplandecentes acima do horizonte.<br />O corpo astral ou fantasma era o tipo mais antigo de ressurreição porque - de acordo com a doutrina egípcia - quando a múmia se transformava no submundo de Amenti, quando então ela se espiritualizava ou "obtinha uma alma entre as estrelas do céu", ou indivíduo se erguia de novo no horizonte como a constelação de Órion - a estrela de Hórus - o Sahu, ou corpo glorificado ressurrecto eternamente nos campos de Sekhet Aarhu (espaço da eternidade).<br />Órion representava o Hórus reerguido (o defunto glorificado) há pelo menos 6 mil anos, quando a Estrela (corpo astral) erguia-se da morte escura no Oeste, o submundo de Amenti (Ver O livro dos Mortos, Capítulo LXXXIX, etc.).<br />O corpo estelar ou astral é também chamado de Corpo de Desejo, porque ele é o veículo da sensibilidade no organismo humano. Este corpo foi atribuído ao mais antigo deus estelar, Set, que era também um deus do fogo. A Hórus, seu irmão gêmeo, foi atribuído o corpo espiritual representado pelo Sol. A ligação entre deuses estelares - ou do fogo - e o sol é a corrente lunar tipificada por Tot, Senhor da Magia e Escriba dos deuses. Tot é sagrado para o jovem deus Khonsu, de quem Crowley, como um mago, afirmava ser um avatar, identificando-se assim como um elo entre a Besta (Set, Senhor as estrelas) e o Anjo(Hórus, Senhor do Sol). Como o sexo é a mola mestra do corpo astral, foi através de seu uso que Crowley cumpria grande parte de sua magia nos planos sutis.<br />Nenhuma causa pode ser impedida de seu efeito, e se o efeito for impedido de se manifestar em um plano, ele o fará em um outro. E em sua manifestação secundária que o perigo espreita o praticante não iniciado, porque nesta fase ele gera uma imagem corrompida da Vontade. Para evitar isto, a Vontade deve ser tão firme como uma chama num local sem vento. O menor tremor e a imagem oscila. Eis porque a prática intensa da concentração mental é essencial. A mente e a vontade devem estar unidas e funcionar unicentradamente. Quando a imagem é distorcida, ela produz uma cria alienígena e parasítica que sobrevive da energia vital da pessoa que a trouxe à existência. Com cada novo ato sexual a criatura ganha poder; ela se torna um vampiro, obsediando o indivíduo e levando-o a ações de crueldade ou luxúria das quais normalmente ele seria incapaz. Éliphas Lévi descreve bem a situação:<br />"Quando alguém cria fantasmas para si próprio, ele coloca vampiros no mundo e deve nutrir estes filhos de pesadelos voluntários com o seu sangue, sua vida, sua inteligência e sua razão, sem jamais satisfazê-los." (A Chave dos Mistérios, tradução de Crowley).<br />Se corretamente utilizada, entretanto, não há limite para o que se pode conseguir através do controle mágico da corrente sexual. Crowley escreveu:<br />"Eu não sabia, até junho de 1912, da tremenda importância do conhecimento detido pela O.T.O. e, mesmo quando soube, não me dei conta dele."<br />Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu, Crowley suspeitou que o fim da civilização era iminente. Ele baseou suas suspeitas no texto do terceiro capítulo de O Livro da Lei. É interessante ver o que ele escreveu a Frater Achad (Charles Stansfeld Jones, de Vancouver). Achad estava para se tomar a prova viva de que O Livro da Lei havia sido comunicado a Crowley por uma Inteligência preter-humana, demonstrando assim que a consciência pode se manifestar, e realmente se manifesta, independentemente do homem (isto é, da estrutura cerebral e nervosa do homem):<br />"Em vista do iminente colapso (isto é, da ordem atual do mundo), não seria essencial selecionar um número de homens adequadamente treinados e confiar-lhes os segredos dos quais dispomos? Meu conhecimento da técnica aumentou grandemente desde que escrevi meu Comentário ao Nono Grau. A suprema importância deste assunto jaz nas considerações seguintes. As descobertas da Ciência no século passado ou no atual têm sido semelhantes a este respeito, [ou seja] que todos estão afastados da Virtude. Elas podem ser igualmente utilizadas por homens vulgares, freqüentemente por homens meramente brutais, sob o controle de mestres vis e ignóbeis. O resultado é o que vemos.<br />Mas através da O.T.O. nós possuímos uma forma de energia mais forte e mais sutil do que qualquer outra já conhecida; e sua virtude é que ela não pode ser empregada com sucesso por homens ignorantes das leis espirituais e não treinados pelos métodos espirituais. O ser mais maligno da humanidade é capaz de se concentrar, o que é um fato essencial no sucesso.<br />Mas, apesar de devermos fazer tudo o que pudermos para guardar o segredo das mentes incapazes, não podemos negar que ele já seja amplamente conhecido, pelo menos de formas grosseiras e errôneas. Devemos confiar no fato natural de que a técnica da Virtude deve necessariamente prevalecer.<br />Mas, apesar de devermos fazer tudo o que pudermos para guardar o segredo das mentes incapazes, não podemos negar que ele já seja amplamente conhecido, pelo menos de formas grosseiras e errôneas. Devemos confiar no fato natural de que a técnica da Virtude deve necessariamente prevalecer.<br />Dada a aprovação Deles, deveríamos encontrar pouca dificuldade em selecionar e treinar número suficiente de homens para estudar, desenvolver e aplicar esta energia."<br />O Comentário sobre Líber Ágape (mencionado na carta acima) refere-se ao conhecimento secreto sobre o qual o Soberano Santuário da Gnose, IXº O.T.O. está constituído. O que Crowley não explicou no Comentário foi o papel representado pela shakti, ou a parceira feminina, selecionada para ajudar no ritual.<br />Vinte anos de pesquisa independente com a fórmula do IXº me convenceram de que Crowley não estava plenamente ciente da parte representada pelos kalas místicos, ou vibrações vaginais, emanados das shaktis utilizadas no rito. A natureza dos kalas forma uma parte altamente técnica da doutrina tântrica. E evidente pelos seus diários, cartas e ensaios que Crowley estava ciente da importância da parceira durante os ritos sexuais. Ele diz, por exemplo:<br />"Eu estou convencido que uma importante consideração é aquela da parceira, e isto ... está além do controle da consciência. Ao realizar trabalhos cerimoniais comuns em tempos passados, eu costumava achar que algumas pessoas pareciam ter a faculdade de conseguir que as coisas acontecessem no plano material, e isto instantaneamente. Normalmente, elas não podiam fazer nada por si próprias; elas não eram nem mesmo clarividentes, mas comigo a dirigi-las, os fenômenos começavam a ocorrer de imediato."<br />Discutindo a adequabilidade da parceira numa carta datada de 1938, ele diz:<br />"Eu não acho que os tipos finos (de mulheres) sejam muito bons; as grosseiras são as melhores. Pessoas cujos instintos procriadores são naturalmente excessivos, mas que se volveram por uma ou outra circunstância para canais de voluptuosidade e extrema libido; por libido eu pretendo usar a palavra realmente em seu sentido mais amplo - uma intensa e instintiva luxúria por objetos variados."<br />E em certas instruções referentes à Operação do IXº, ele escreve: "A escolha de uma assistente parece ser tão importante que talvez isto deva ser deixado ao capricho; isto é, à atração subconsciente."<br />Uma pista quanto ao tipo qualificado de assistente para o papel de Mulher Escarlate é fornecida em O Livro da Lei, capítulo dois:<br />"Magníficas bestas de mulheres com longos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelo flamejante à sua volta..."<br />Estes epítetos não são meros dispositivos literários. Eles são cifras dissimulando características definidas pelas quais o iniciado é capaz de reconhecer a atitude mágica em certos tipos de mulheres. Os floreados elogios do charme feminino encontrados em muitos tantras similarmente dissimulam as precisas características requeridas para uma operação mágica bem-sucedida.<br />Em termos tântricos, a Mulher Escarlate é Suvasini; literalmente "a mulher que emana um cheiro adocicado" do Círculo Místico (chacra) que é formado para o propósito de obter oráculos e tantras. Tantras são coleções de instruções em magia, comunicadas por inteligências para-terrestres de modo muito semelhante àquele em que O Livro da Lei foi comunicado a Crowley. Nos tempos antigos, as sumo-sacerdotisas de Dodona, Delfos e Elêusis cumpriam funções oraculares similares; elas se tomavam o sagrado Uterus, o Emissor"', da Palavra.<br />A falta de informações precisas no que se refere às funções da parceira feminina e a descoberta por não-iniciados, após a morte de Crowley, de referências em seus Diários Mágicos a determinadas mulheres, algumas das quais preenchiam, e outras não, os requisitos necessários ao ofício de Mulher Escarlate, levaram a uma má interpretação generalizada de suas atividades e de seus motivos.<br />O Chacra Místico, ou Círculo Mágico dos Tantras, é uma forma simbólica e extemalizada dos centros sutis do corpo humano. A ioga está repleta de descrições destes chacras, sete dos quais são de grande importância. Eles foram descritos detalhadamente em numerosos livros de ioga e anatomia oculta, e ocultistas como Dion Fortune chamaram a atenção para suas correspondências no sistema endócrino. Vendo o assunto por este ângulo, muitos fatos interessantes emergem, alguns dos quais são descritos no Capítulo 4.<br />Os alquimistas preocupavam-se com o organismo vivo, e suas peculiares potencialidades, não menos do que os tântricos, sua contraparte oriental. Além disso, foi provado por experiências científicas que os chacras emanam um poder sutil. Em 1939, Wilhelm Reich descobriu uma energia radiante em bíons derivados da areia. Mais tarde, eles foram encontrados no solo, na atmosfera, na radiação solar e no organismo vivo.<br />Em Aspectos do Ocultismo, Fortune menciona as. vibrações detectadas na areia. Ela atribui a estranha influência do Egito à "eletricidade gerada pelas areias sempre em movimento do grande deserto do Saara, que, assim, muda o índice normal de vibrações, cujo resultado é uma expansão da consciência". Descobriu-se que o chacra Ajna, comumente chamado de terceiro olho, consiste de partículas de uma substância muito fina semelhante à areia, ou a cristais num aparelho de rádio receptor.<br />A afinidade entre as secreções das glândulas endócrinas e as vibrações irradiando dos chacras sutis explorada pelos iogues forma a base da magia sexual que utiliza estas vibrações de um modo ainda desconhecido para a ciência. Todos os assim chamados cultos fálicos possuíam originalmente o verdadeiro conhecimento destas questões, antes que ele fosse perdido ou pervertido pelo uso impróprio. O que resta da sabedoria antiga é o vestígio somente de ritos corrompidos e fálicos; são estes, e não as verdadeiras doutrinas, que são hoje o alvo dos peritos que se auto-denominam "sofisticados" e "experts iluminados", cuja sabedoria mundana é, de fato, nada comparável àquela dos antigos.<br />A Tradição Mágica, a qual incluía o sexo como um meio de consecução espiritual, existia muito antes dos tempos dinásticos do antigo Egito, e existem antigas referências a ela nos escritos sagrados da Índia e da China. No Egito, esta tradição era conhecida como o Culto Draconiano ou Tifoniano. Ela foi a primeira forma sistematizada dos antigos mistérios africanos. As doutrinas que os Egípcios elaboraram num culto altamente especializado floresceram mais tarde nos tantras da Índia, Mongólia, China e Tibete. "O quão paradoxal possa parecer", escreve Crowley, "os Tântricos são na realidade os mais avançados entre os Hindus. A essência dos cultos tântricos é que pela realização de certos ritos de Magia, não apenas se escapa do desastre, mas obtêm-se bênçãos positivas.<br />O tântrico não é obcecado pela vontade de morrer. É difícil, não há dúvida, conseguir algum divertimento na existência, mas ainda assim não é impossível.<br />Em outras palavras, ele nega implicitamente a proposição fundamental de que a existência é sofrimento e formula o postulado essencial ... que meios existem pelos quais o sofrimento universal (aparente na verdade a toda observação comum) pode ser desmascarado, assim como quando nos ritos iniciatórios de Ísis, nos antigos dias de Khem (Egito), um Neófito aproximando sua boca, sob compulsão, das espichadas nádegas do Bode de Mendes, via-se acariciado pelos lábios castos de uma sacerdotisa virgem desta Deusa, em cuja base do relicário estava escrito que Nenhum Homem levantou o Seu véu.<br />Crowley sabia que o ponto crucial do ritual tântrico jaz em sua conexão com o êxtase magicamente induzido do orgasmo sexual. Orgasmo, no sentido reichiano de um fulminante paroxismo envolvendo o organismo inteiro, está algumas vezes em contradição com o conceito tântrico de (a) orgasmo total, ou (b) uma total ausência de orgasmo; ambas as interpretações foram lidas em textos tântricos.<br />Em ambos os casos, o orgasmo é comumente visto como fenômeno psicofísico. Mas isto é incorreto. Reich enfatizou a distinção entre ejaculação e orgasmo, um sendo físico e o outro, estritamente falando, metafísico. Ejaculação sem orgasmo é uma ocorrência comum e, como Reich apontou, o orgasmo total é um fenômeno muito menos frequente. Ele é indubitavelmente bem menos frequente do que ele supunha. A concepção tântrica do orgasmo em seu sentido diretamente sexual (pois ele tem outros [sentidos]) é de uma natureza mais compreensível; ele pode, de fato, ser descrito como parassexual. Ele envolve a shakti Kundalini, da qual o aspecto sexual é sua forma mais material. A produção real do sêmen é o produto final, se não o produto-dejeto, que sobrou de uma corrente de consciência imprópria e incompletamente absorvida.<br />A Corrente da Consciência é dupla: mágica e mística. A primeira opera nos chacras mais baixos, a última, nos mais altos. Aquilo que é ejaculado como sêmen é a energia não absorvida (prana ou ojas), e ele sempre contribui para a criação de formas materiais, alojadas num útero ou não. Caso contrário, o transbordamento (como na masturbação, sodomia, felação, etc.) é tomado pelo astral e por entidades qlifóticas e transformado em organismos já existentes nos planos sutis.<br />Paracelso refere-se aos homúnculos (criaturas geradas artificialmente) feitas de esperma independentemente do organismo feminino e às larvas astrais e monstros parasíticos construídos da substância de imaginações voluptuosas.<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer dos seis principais centros do corpo ou em todos simultaneamente, em cujo caso um sétimo é trazido à existência como o supremo evento-ato. Ele é representado como existindo, ou vindo a existir, na coroa da cabeça. Este é o Sahasrarachacra, o lótus de mil pétalas que se diz estar situado na região da sutura craniana. No momento da morte de um Adepto, ou no princípio de um transe profundo, a consciência deixa o corpo por este centro.<br />Ela assim o faz acompanhada de uma indescritível felicidade. A felicidade é a verdadeira natureza da Consciência, que se manifesta como Luz.<br />Ela é o orgasmo ultima do qual todas as manifestações menores são senão sombras, pois este orgasmo é o Grande Ir, o andarilho sendo a designação especial dos deuses mais elevados, tanto na tradição do Egito quanto na da Índia. A cruz anca - ou a tira de sandália - é o seu símbolo, a semente secreta, o andarilho de vida em vida, o andarilho que transcende a morte completamente.<br />A tira de sandália, o símbolo do andar e, portanto, do orgasmo, é o glifo de Vênus, a deusa do amor; ela é o instrumento, no sentido sexual, da transcendência ultimal da consciência individual.<br />O orgasmo nos vários centros é o florescer de poderes específicos ocultos na anatomia sutil do corpo do homem. Os poderes (siddhis) pertencentes a cada lótus são descritos em qualquer manual de yoga. Quando a Serpente de Poder descarrega-se como sêmen, os resultados são físicos, em oposição aos [resultados] metafísicos.<br />Em O Livro da Lei, que pode ser descrito como um tantra moderno, o movimento deste Poder para baixo e para fora é descrito como resultando em peçonha, isto é, veneno (Hl.) em oposição ao néctar (^):<br />"Eu sou a secreta Serpente enroscada prestes a pular: em meu enroscar está o prazer. Se Eu ergo minha cabeça, Eu e minha Nuit somos um. Se Eu abaixo minha cabeça, e germino veneno, então é a raptura da terra, e Eu e a terra somos um."<br />Seja qual for a meta do homem concebida por Reich e outros, para os tântricos a meta é atingida por uma reversão do processo que leva à substanciação do Poder gerado durante o orgasmo.<br />No Budismo Tântrico, por exemplo, ao bodicita (luz da consciência) não é permitido formular-se como sêmen; o processo é inteiramente místico, e quando mulheres participam do ritual, elas são utilizadas para estimular a Kundalini, para despertá-la do sono no centro mais baixo, antes dela começar sua ascensão.<br />O notório Círculo Aula dos Vamacarins (tântricos do Caminho da Mão Esquerda), em algumas de suas divisões, utiliza a fêmea para propósitos similares, mas ela permanece virgem.<br />Criou-se alguma confusão devido à natureza curiosamente ambivalente do simbolismo adotado pelos iniciados orientais. Existem, sem dúvida, algumas divisões tântricas que de fato expressam a Corrente-Consciência como sêmen e, então, reabsorvem-no no sistema por um método no qual o pênis é usado como um sifão. Isto é perigoso, a menos que o praticante seja um adepto. Crowley evitava, de certo modo, os perigos ao absorver a substância oralmente durante suas operações mágicas.<br />Para ser efetivamente utilizada desse modo, a Corrente-Consciência deve ser carregada pela Vontade do operador no momento de sua transformação em sêmen. É a fusão total dos princípios ativo e passivo numa explosão deslumbrante de êxtase que constitui a transubstanciação dos elementos grosseiros do Rito Sagrado nos sacramentos glorificados do verdadeiro casamento místico. A palavra orgasmo implica um rito, ou operação, sagrado além também de seu significado indicatório do paroxismo e expansão emocionais. Os gnósticos chamavam este rito de Missa do Espírito Santo e as essências masculino-feminina - expressas em suas formas grosseiras - eram simbolizadas pelo pão e pelo vinho. A Missa Gnóstica é portanto um eidolon do êxtase, ou orgasmo, metafísico que está velado sob o símbolo do Espírito Santo, do qual a pomba (o pássaro de Vênus) é o veículo especial. A pomba é também um símbolo do Jardim do Éden (o Campo do intercurso de energias ódicas), tipificado e tomado real pela mulher. Jardim é um dos significados da conhecida palavra para a vulva (conforme Kent, "o jardim do sul"). Mas uma mulher não está necessariamente presente no ritual tântrico, não mais do que ela precisa estar presente quando ocorre o orgasmo sexual.<br />O sonho molhado é um exemplo disto. Há um despertar no momento crítico, exatamente quando a Corrente-Consciência começa a fluir para fora do corpo sob a forma de secreção. A Consciência fluindo para fora é a mente, ou mais precisamente, a mente em movimento, ou seja, o pensamento. Quando isto ocorre, o sonho (o estado subjetivo de criação de imagens) passa para o estado desperto (o estado objetivo de criação de imagens). E nessa junção que o adormecido desperta, e, por um rápido momento, fica convencido de que estava coabitando com uma mulher real. Um súcubo foi gerado, uma objetivação - pela luz da consciência dentro da mente - do desejo da mente, porque a mente sempre assume a forma de seu objetivo. A experiência é tão vívida quanto como se fosse real. Para o sonhador, a atividade do sonho é tão real quanto é a vida diária para a pessoa inteiramente acordada. Quando a corrente é revertida, a Consciência assume a sua própria forma, que é em realidade Não-Forma, pois ela é vazia, isto é, além da forma. O vazio é o Atma do Hinduísmo que é igualado ao verdadeiro princípio imortal, o Verdadeiro Ser. No estado de vazio, a felicidade pura é experienciada, como no sono profundo e sem sonhos.<br />Não há nenhum conhecedor ali, nenhum objeto a ser conhecido, nenhum homem ou mulher, nenhum sujeito ou objeto. Conseqüentemente, a Consciência assume sua própria natureza que é auto-resplandescente. Quando esse estado é alcançado cognitivamente (não se pode dizer "conscientemente", pois não há jamais um tempo em que a consciência não exista), então o sono profundo se toma não um esquecimento, mas imediata consciência de si, que é o Conhecimento Puro cuja natureza é a Felicidade.<br />Por este meio, o tântrico procura liberar-se da escravidão da matéria, da dualidade do universo fenomênico e numênico. Ele é um orgasmo da Consciência, um florescimento da Consciência além de toda dualidade. Edward Carpenter (O Cimo de Adão para Elephanta, 1892) notou, a propósito de certas doutrinas hindus, que elas contêm "um vislumbre da profunda verdade subjacente de que o universo inteiro conspira no ato sexual e que o orgasmo em si é um flash da consciência universal..."<br />Isto é verdade, mas não é toda a verdade. A Corrente-Consciência é vista por clarividentes como um filete de brilho no interior do canal central (espinha) do corpo humano. Ela pode ser vista como uma trêmula teia de ramos cintilantes interpenetrando o corpo astral, o Corpo de Luz. A identificação da Consciência com a Luz é antiga e universal. A frase bíblica declara: "A luz do corpo é o olho; se, portanto, tiveres um único olho, teu corpo inteiro estará cheio de luz."<br />O Olho é o símbolo do Vidente; ele é a consciência que ilumina objetos e toma a visão possível. Ele é também um símbolo da yoni, a fonte das imagens. Como tal, ele é idêntico à própria Consciência, sem a qual imagens ou formas não podem existir. A passagem bíblica refere-se à prática de reter a luz (Consciência) em seu estado imaculado ou pré-conceptual, impedindo seu fluxo ao exterior e a fabricação de imagens no mundo material.<br />No momento do orgasmo uma luz brilhante parece explodir interiormente. E difícil dizer precisamente aonde isto ocorre; diz-se que [a explosão] pode ser localizada, pelo observador alerta, em um ou outro dos centros sutis ao longo do canal espinhal. Dion Fortune chamou a atenção para o fato de que estes centros aproximam-se de regiões específicas do sistema endócrino e estão conectadas à produção de secreções endócrinas. Não se deve supor que os chacras respondam à investigação física, assim como a mente não pode ser descoberta por cirurgia cerebral. Os chacras existem como realidades em dimensões extra-físicas, e eles são tão reais em seu próprio plano quanto os sonhos o são no seu.<br />A polaridade sexual no seu sentido mais profundo e tântrico é uma forma natural de união (ioga) usada por Adeptos, Ocidentais e Orientais, para a consecução do Objetivo último. Paracelso, Lévi, Blavatsky, Hartmann, Fortune e outros pontilharam seus escritos com pistas, mas coube a Crowley falar plenamente, desenvolver o relato mais completo e mais sistemático deste caminho ambíguo.<br />A ignorância geral, os mal-entendidos e as interpretações malévolas de seus escritos fizeram o melhor que podiam para obscurecer seu propósito, mas agora, mais de vinte anos depois de sua morte, a situação afinal mostra sinais de mudança.<br />Nos tempos mais antigos, o fogo do processo criador era identificado com a Besta (conforme Bast, a deusa egípcia da luxúria e do calor sexual), simbolizada pelo hipopótamo, o crocodilo, a leoa, o gato, o porco ou a vaca. Quando este simbolismo foi interpretado antropo-morficamente, como mais tarde o foi, o próprio órgão gerador era escolhido para representar o processo criador inteiro. Com o decorrer do tempo, a besta transformou-se na forma humana31, mas a kteis, o órgão simbólico da mudança, ou transformação, permaneceu o mesmo.<br />Nos hieróglifos ela representava O Grande Poder Mágico32 que concentrava (simbólica e verdadeiramente) o poder da besta de recriar e transformar a si própria, de projetar sua imagem no futuro como se por magia e de continuar fazendo assim, para sempre. Uma santidade especial era então atribuída à genitália feminina, o portal da vida perpétua.<br />Num período bem mais tardio, os egípcios ocultaram a identidade humana de seus deuses sob máscaras de animais que representavam os tipos de energia que se desejava invocar e controlar. A acuidade visual do falcão, por exemplo, e sua habilidade de subir aos céus e de aproximar-se do sol fez com que ele se tomasse um glifo solar de deuses tais como Hórus e Rá.<br />Os sacerdotes assumiam a máscara ou a forma-deus de um falcão em operações envolvendo clarividência, descoberta de tesouros ocultos e assim por diante. A Cobra, com sua velocidade, sua sutileza e habilidade para trocar sua pele já usada, tomou-se o modelo de rejuvenescimento e mudança, e, portanto, de magia.<br />Assim também ocorreu com a Lua em uma fase de seu simbolismo. A Cobra era, originariamente, um glifo da fêmea devido a seus poderes de renovação periódica; ela unifica o dualismo do poder fálico, primeiramente em seu aspecto feminino e mutante (como a energia lunar) e, em segundo lugar, em seu aspecto criativo como energia solar tipificada pela súbita ereção e a fulminantemente e rápida ejaculação do veneno. O conceito finalmente mesclou-se com a Serpente de Poder, a Kundalini dos Tantras.<br />A antiga fórmula conhecida como Assunção de Forma-Deus foi revivida na Aurora Dourada e foi continuada na O.T.O, sob símbolos fálicos. Esta fórmula evoca as shaktis (poderes) latentes nos elementos, nas bestas ou nos "deuses" que representavam aspectos da mente subconsciente do homem incorporados em formas simbólicas.<br />A transição do mortal para imortal é conseguida por um ato de vontade criativa, e a arma mágica (Baqueta ou Falo) é a erétil chama impetuosa comum na besta e no homem. O deus Mentu33 ou Min era a forma itifálica de Hórus; de Min é derivada a palavra Man (Homem).<br />Mentu tomou-se Mendes, o nome do antigo nomo egípcio consagrado à Cabra ou Bode, o Baphomet dos Templários retratado com o falo exaltado. O poder primai era também simbolizado pela Serpente Ureus que coroava os deuses egípcios ou pelos chifres que sobressaíam da fronte do Grande Deus Pã, o Todo-Criador dos gregos. É a Kundalini erguendo-se, idêntica à cadeia de símbolos de Set-Pã-Baphomet-Mendes-Fênix.<br />Nos primeiros estágios da carreira mágica de Crowley, o uso involuntário de magia sexual, mais as repetidas assunções de formas-deuses do antigo Egito - especialmente aquela de Hórus-Falcão -, resultaram no rapport com Aiwaz em 1904. Onze anos mais tarde (1915), ele reconheceu a si próprio como sendo A Besta 666, um Magus da A.'. A.'. e Senhor do Éon de Hórus, cuja Palavra é Abrahadabra e que oculta a fórmula de Shaitan e da magia sexual-34 Qualquer que seja a natureza específica desta "besta" (falcão, leão-serpente, dragão, fênix, etc.), isto implica na identificação com uma entidade não humana. Crowley identifica a si próprio com a Besta 666 porque este número é uma máscara de Hadit ou Set (Shaitan), representado celestialmente pela Estrela-Cão, e na terra, pelo falo.<br />O número do Sol é 6 (simbolizado pelo Selo de Salomão); o número da Estrela de Set é 6, como no Hexagrama Unicursal que é o Hexagrama de Invocação da Besta; o número do Filho ("criança") é também 6 (Vau ^) - portanto, 666. Similarmente, a Mulher Escarlate, Babalon - o lar do Falo - representada astronomicamente por Nuit (Draco) e Suas "estrelas", é, sobre a terra, a Vésica ou Kteis, e seu número é 7, que é o número de Vênus, seu representante planetário.<br />Originalmente, entretanto, o número 7 é derivado de sua identidade com as sete estrelas da Grande Ursa, ou Dragão do Espaço, cujo nome era Sephek ou Sevekh (Sete). "Hesitar entre o seis e o sete" é uma expressão baseada nesta vasta e antiga tradição oculta, derivada de um tempo em que a confusão reinava devido à mudança dos meios de cálculo Estelar (7) para o Solar (6). O assunto é muito complexo para ser tratado aqui.<br />O leitor deve consultar os capítulos de Gerald Massey sobre o "Tempo" em A Gênese Natural, Volume II, Seção XII. Os primeiros cálculos de tempo centravam-se na revolução da Serpente (Draco ou Nuit) em torno da Estrela-Cão (Hadit).<br />Sept ou Set, a Estrela de Sótis, é na realidade o nome do Número Sete, o número de Sevekh ou Vênus que, numa época mais tardia era a representante planetária dos conceitos estelares originais. Portanto, a Estrela de sete raios de Babalon ë um glifo do Espírito de Sótis; ela é a Estrela de Ísis-Sótis - a Mãe e a "Criança". A Besta ou Dragão do Apocalipse tinha sete cabeças (as sete principais estrelas da Ursa Maior), e o manifestador destas Luzes ou Espíritos não era nem o sol nem a lua, mas "a Luz que ilumina a Cidade".<br />Mas há uma outra interpretação do 6 e do 7, mais mágica ainda, que está oculta na união deles (13). Este número, além de sua implicação lunar é também 31 ao contrário e indica que a chave para a fórmula da Magia especialmente característica da Besta e da Mulher deve ser buscada no XIº O.T.O.<br />As "Estrelas", magicamente falando, representam a consciência astral concentrada nas essências sutis (kalas, unidades de tempo) que foram descritas nos tantras secretos da Índia como vibrações vaginais. Em O Livro da Lei, Aiwaz revela sua identidade e concentra a fórmula de Shaitan nestas palavras misteriosas:<br />"Vê! Isto é revelado por Aiwass o ministro de Hoor-Paar-Kraat. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs. Adore então o Khabs, e contemple minha (ou seja, de Nuit) luz derramada sobre vós!"<br />Khabs é uma palavra egípcia que significa "Estrela", e o khu é a essência ou poder mágico feminino. A Estrela (isto é, Sótis, a Estrela de Shaitan) reside no poder mágico da essência geradora da fêmea, pois a Estrela-Cão é Sótis, que também é chamada a Alma de ísis. Pela adoração (isto é, utilizando deliberadamente ou ritualmente) desta "Estrela", a Luz de Shaitan também é invocada. Estes versos compreendem a fórmula inteira da magia sexual e o seu modo de utilização.<br />Também, de acordo com o antigo saber mágico, a fórmula da encarnação de um deus era aquela da besta unida à mulher. Nos comentários sobre A Visão e a Voz, Crowley observa que "todas as mitologias contém o mistério da mulher e da besta como o coração do culto. Notadamente, certas tribos do Terai até os dias de hoje enviam suas mulheres anualmente para a selva, e todos os meio-macacos que daí resultam são adorados em seus templos."<br />O ato sexual (nestes casos) pode ser elevado do nível de um ato animal pela influência humanizadora da Mãe, a qual, transmutando o fogo animal, produz uma criança que transcende ambas as qualidades bestiais e humanas de seus pais.<br />No Bhag-i-Muattar (1910) Crowley diz que "a Esfinge é a deificação do bestial e, portanto, um Hieróglifo apto da Grande Obra".<br />A Besta, como a corporificação do Logos (que é Thelema, Vontade), encarna simbólica e verdadeiramente a Palavra deste cada vez que um ato sacramental de união sexual ocorre; ou seja, cada vez que o amor é feito sob vontade. Este é o sacramento que os Cristãos abominam como a suprema blasfêmia contra o Espírito Santo porque eles não podem admitir a operação da fórmula da besta unida à mulher como a condição necessária para a produção da divindade!<br />Esta fórmula remonta à antiguidade e, interpretada em seu próprio plano, é a sublime alegoria alquímica.<br />A tradição da tribo do Terai (vide acima) corresponde às lendas de Leda e o Cisne, Pasife e o Touro, Europa e a Serpente, Maria e a Pomba, e numerosas lendas cognatas. Em A Operação de Paris (1914), Crowley declara:<br />"Esta é a grande idéia dos magistas em todos os tempos: obter um Messias por alguma adaptação do processo sexual. Na Assíria, eles tentaram o incesto; também no Egito, os egípcios tentaram com irmãos e irmãs; os assírios, com mães e filhos. Os fenícios tentaram com seus pais e filhas; os gregos e sírios, com as maiores bestialidades. Esta Idéia veio da Índia. Os judeus procuravam fazer isso por métodos de invocação, também por pae-dicatio feminarum. Os maometanos tentaram com o homossexualismo; os filósofos medievais tentaram produzir homúnculos fazendo experimentos químicos com sêmen. Mas a Idéia raiz é de que qualquer forma de procriação além da normal é a mais apta para produzir resultados de caráter mágico. Ou o pai da criança deveria ser um símbolo do sol ou a mãe deveria ser um símbolo da lua."<br />No mesmo texto, Crowley menciona a adoração do touro Ápis num certo labirinto em Creta. Esta adoração é derivada do Egito. O touro era branco. Na Festa do Equinócio da Primavera, doze virgens eram sacrificadas a ele, sendo doze o número simbólico das casas através das quais o sol passa durante o seu ciclo anual. Em cada caso, o touro usava as virgens conforme a lenda de Pasife. A cerimônia era realizada com a intenção de obter um Minotauro, uma encarnação do sol, um messias.<br />Uma variação deste sacrifício envolvia a imolação do touro. A virgem era colocada na carcaça quente e era violada pelo Sumo-sacerdote. Ela finalmente se sufocava no sangue do touro durante o orgasmo.<br />A fórmula da Besta unida à mulher está relacionada à undécima Chave do Tarô. Esta Chave intitula-se A Luxúria; ela mostra a Mulher Escarlate, Babalon, montando com as pernas abertas a besta de sete cabeças conforme descrito no Apocalipse. A letra sagrada Teth, que significa uma serpente, é atribuída a esta Chave; seu número é Nove.<br />A Luxúria é especialmente importante no Culto de Thelema, e está relacionada à Vigésima Chave que exibe a Estela da Revelação36. A Estela é um talismã de grande poder no sistema de Crowley. Ela mostra a deusa Nuit arqueada sobre o Fogo fálico-solar de S? (Shin), o Espírito, a letra de Abrasax ou Abrahadabra, a Palavra do Éon do qual Aiwass é a atual expressão. Shin é também a letra de Shaitan ou Set, o Fogo do Desejo (Hadit) no Coração da Matéria (Nuit). A combinação dessas duas Chaves (Vinte e Onze) une, portanto, Shin e Teth. Na cabala Greco-Cóptica elas são fundidas em uma única letra que iguala-se a Kether, a Primeira Emanação da Luz Mágica. Babalon e a Besta unidos, como na undécima Chave, realizam ao reverso a fórmula da vigésima Chave, que foi intitulada de O Juízo Final no baralho tradicional do Tarô. Agora, entretanto, tendo sido revisada de acordo com os ensinamentos do Novo Éon, a chave foi renomeada como O Éon.<br />Um Éon, conforme explicado anteriormente, designa não apenas um ciclo de tempo mas é também o nome que os gnósticos deram à sua Divindade Suprema, Abrasax, da qual Abrahadabra (a Palavra do atual Éon) é uma forma especial. Na Chave intitulada Luxúria (Chave XI), Babalon é mostrada elevando o Graal; na Chave intitulada O Éon (Chave XX), o Graal - sob a forma do corpo arqueado de Nuit - está invertido, regando assim a terra com sua luz. Teth, Set ou Tot são termos sinônimos e todos associados ao Lúcifer Hermético, ou Luz de Hermes.<br />Outra prova cabalística do Sistema emerge aqui. O número da Estela é dado em u Livro da Lei como 718. 718 é duas vezes 359, o número de Shaitan. Isto identifica o Duplo Poder de Aiwaz (Ra-Hoor-Khuit e Hoor-Paar-Kraat) com o Éon - que é o nome da Chave que exibe a Estela estelar. A fusão dessas duas imagens formula o Divino Hexagrama: o fogo fálico (A) ou triângulo ascendente intrelaçando-se com a Água do Espaço representada pela yoni de Nuit, Noite, Nox ou Nada apontando para baixo (V).<br />Mas a estrela de seis raios assim formada é sêxtupla apenas aparentemente, pois a semente secreta (Hadit) está oculta em seu centro, tornando-a na verdade o selo de sete raios de Babalon - a deusa das Estrelas, o Dragão de Luz no Coração de Nuit. Esta semente secreta, chamada hindu nos Tantras, é o Ponto potencialmente criador oculto dentro do Chacra Místico.<br />Os rituais da Ordem Rosa-Cruz (a Segunda Ordem da Aurora Dourada) estão amplamente impregnados com traços do Culto Sabeano ou Estelar Draconiano. Isto é particularmente evidente no simbolismo do Piso e do Teto da Cripta dos Adeptos.<br />Crowley usou a estrela sétupla como base para o Selo que ele formulou para a Grande Fraternidade Branca. O maior emblema da Estrela de Prata é, assim, o selo sétuplo sobre a Yoni da Deusa das Estrelas. Nas yonis, ou triângulos, aparecem as sete letras do Nome B.A.B.A.L.O.N.<br />No centro, uma Vésica é mostrada bloqueada ou barrada, indicando a presença da semente secreta; o ponto tomou-se a linha, o diâmetro tomou-se a circunferência. Esta semente é o "eremita", a oculta, mascarada, anônima essência masculina no processo de gerar sua imagem como o filho-sol na deusa Mãe. Este é portanto o Selo de Set que abre o útero de sua mãe, assim como a estrela Sótis abre o Círculo do Ano. Sua luz infinita interrompe a Noite dela e faz com que ela apareça como a Escuridão infinita.<br />O simbolismo origina-se da fase mitológica da evolução humana, uma fase que data de muito antes dos sistemas patriarcais das sociedades mais tardias, tanto sociológica quanto religiosamente consideradas. Ele se origina daquele período do tempo quando o papel do homem na procriação era ainda insuspeitado. O simbolismo, portanto, reflete um estágio na consciência humana quando os mecanismos da regeneração eram conduzidos por sacerdotes sob a máscara da besta, ensaiando assim o drama primitivo da fecundação, quando a Grande Deusa tinha a imagem de uma forma animal, acima de tudo. Nuit, arqueada sobre a terra, traduzia este simbolismo numa imagem antropomórfica.<br />A assunção ritualística de formas-deuses, conforme ensinada e praticada na Aurora Dourada tem, entretanto, um significado mais profundo do que o encenação de fases sociológicas primitivas do comportamento humano, e a assunção de Crowley da máscara da Besta não era um mero gesto de identificação com os processos primitivos.<br />Ele assumiu o papel com o intento mágico de afirmar sua identidade não apenas com os atavismos pré-civilizados, mas com aqueles poderes transcendentais que, quando adequadamente controlados e dirigidos, ele era capaz de encarnar à vontade. Isto forma as bases de sua magia. John W. Parsons, chefe da Loja californiana da O.T.O., (de 1944 até sua morte prematura em 1952), resume esta magia:<br />"Para ir fundo, você precisa rejeitar cada fenômeno, cada iluminação, cada êxtase, indo sempre mais fundo, até que você alcance os últimos avatares dos símbolos que são também os arquétipos raciais. Neste sacrifício aos deuses abissais está a apoteose que os transmuta na beleza e no poder que é a sua eternidade, e a redenção da humanidade. Neurose e iniciação são a mesma coisa, exceto que a neurose pára logo após a apoteose e as forças tremendas que moldam a vida são enquistadas - colocadas em curto-circuito e tomadas venenosas. A Psicanálise transforma os símbolos do falso ego e os exterioriza em falsos símbolos sociais; ela é uma confusão entre conformidade e cura em termos de comportamento de grupo. Mas a iniciação deve prosseguir até que a barreira seja ultrapassada, até que os bastiões nebulosos dos Trawenfells infantis se mudem em rochas e penhascos da eternidade; o jardim de Klingsor transforme-se na Cidade de Deus."<br />Não importa, no fim, se a nova dimensão, o fator de redenção, o "Salvador" seja uma besta ou um deus, contanto que a fórmula da Matéria seja transcendida ou, mais precisamente, contanto que o Espírito (Shin) e a Matéria (Teth) sejam compreendidas como Um.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-32677737601208794552009-03-30T01:35:00.000-03:002009-03-30T01:42:47.948-03:00FEITIÇARIA SEXUALFEITIÇARIA SEXUAL<br />UM MANUAL PRÁTICO DE MAGIA SEXUAL<br />O UNIVERSO TÂNTRICO<br />Introdução<br />Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.<br />As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual<br />Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa “a via”) é a mais das religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como “Tantras” e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna, ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam, sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.<br />As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual<br />Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus. Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma forma ocidental de Tantra. Este ‘tantrismo’ tinha ritos iniciáticos e práticas adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C. e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.<br />Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas pelas derivações modernas da GD.<br />A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção todos os segredos da Livre Maçonaria.<br />Feitiçaria Sexual no Novo Aeon<br />Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental. Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas. Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).<br />A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens, acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon de Hórus.<br />“Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o salvará.<br />Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o destruirá.”<br />O evangelho gnóstico de Tomé.<br />“...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea.”<br />O evangelho de acordo com Egyptiana.<br />Os Cinco M da Feitiçaria Sexual<br />A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez, sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara, um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês ‘Right Hand Path’, que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) ‘Left Hand Path’. A razão por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda implicava num rito sexual.<br />Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual. Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não apenas rito sexual.<br />O Primeiro M : Madya Sadhana<br />A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.<br />O Segundo M : Mamsa Sadhana<br />A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como ‘carne’, pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente (por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como ‘fala’, então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática dentro de um contexto ritual.<br />A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada (normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.<br />O Terceiro M : Matsya Sadhana<br />O terceiro M tende a ser traduzido como ‘peixe’ e é usado da mesma maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal. Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.<br />O Quarto M : Mudra Sadhana<br />Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou Mudras Corporais.<br />O Quinto M : Maithuna Sadhana<br />O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e ‘temporariamente fecha-se o sistema’. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.<br />A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M, Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte classificação dos Sub Sadhana.<br />Sub Sadhanas no Maithuna<br />Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.<br />Mamsa Sadhana Felação<br />Mataya Sadhana Cunilíngua<br />Mudra Sadhana Posturas Sexuais<br />Maethuna Sadhana Comunhão sexual (congrex)<br />Feitiçaria Sexual : Um Esquema<br />A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo, descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.<br />A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.<br />Alphaísmo (Alfa) Magia Sexual Solitária<br />Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.<br />Betaísmo (Beta) Magia Sexual Solitária<br />Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de características internas através da ciência de projeção extracorpórea.<br />Gamaísmo (Gamma) Magia Heterossexual ou Polarizada<br />Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.<br />Deltaísmo (Delta) Magia Sexual para Chakras<br />Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga sexual.<br />Epsilonismo (Epsilon) Magia Homossexual ou Apolar<br />Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece mais precisa e segura.)<br />Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil, algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à frente.<br />Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.<br />Shakti, Shiva e Papéis Sexuais<br />Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi, Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção, Hadit, é idêntica a Shiva.<br />Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico. Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.<br />A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado tântrico diz que “Shiva sem Shakti é Shava (cadáver).” Quando Shiva e Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas atribuições são ao contrário.<br />Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma, um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado, portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão ‘X’, tal formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas únicas.<br />A Semente Sagrada<br />O conceito de “Semente Sagrada e Fluidos Sacros” forma a base de muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.<br />“A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É a chave universal de toda Magia (Mágika).”<br />Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley<br />A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano, masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas. Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências, entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a “pedra filosofal” e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.<br />O Grande Rito<br />Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de ‘atração entre partículas’.<br />Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como “Terceiro ou Grande Grau”. Este grau, também conhecido como o “Grande Rito”, envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.<br />No Livro da Lei afirma-se que “todos os atos de amor devem ser feitos a Nuit”, não importando como vemos este texto, este conceito é vital pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima filosófica do “Monge ou Freira de Thelema” e um “Novo Celibato”, onde todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.<br />A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é definido como “atração mágika de partículas” e não nos termos sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do sexo em atos meramente físicos.<br />A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba não é magia sexual !<br />Eros e Thanatos<br />A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais. Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um estado de consciência mais amplo.<br />O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais, enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do “Culto Mórbido de Kali”. Estes ritos de morte representam um dos segredos mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano Superior.<br />Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam experimentadas.<br />Conclusões<br />Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez, até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como pensamos.<br />Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do Universo.<br />A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO<br />Introdução<br />“O que está em cima é como o que está embaixo...” assim diz o grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.<br />Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo; o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus, o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário, embora às vezes tenha mérito artístico.<br />A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.<br />A Natureza do Orgasmo<br />O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para exploração de dimensões astrais mais altas.<br />O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens, evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.<br />Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar sua exploração imediatamente.<br />A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação, não sendo, entretanto, sempre assim.<br />Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente, pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.<br />A Criação de Crianças Astrais<br />Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais também podem ser usadas para controlar sonhos e girar ‘a teia da Ilusão’. Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria realidade. Esta técnica de “Sonhar de Verdade” foi primeiramente ensinada em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.<br />Assunção de Formas de Deuses<br />Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da forma-deus pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.<br />Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente, invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma utilização secreta.<br />“Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta, escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus.”<br />Liber al Vel Legis 1 : 57<br />O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual, polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual. Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são conhecidas como os elementos tântricos.<br />Os Elementos Tântricos<br />Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui, queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago. Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas como :<br />OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.<br />XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual<br />Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do Necronomicon.<br />Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como “Os Elementos Tântricos Cruzados” e incluem :<br />OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens de deuses do mesmo sexo).<br />XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses de sexos opostos).<br />Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus usos.<br />No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral) era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto, a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade, estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.<br />A Base Biológica dos Mistérios<br />As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud, que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de ‘Bions’, células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957 condenado por charlatanismo.<br />Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.<br />Todos iniciados no Tantra tornam-se “Irmãs da Estrela Prateada”, por assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel da “Irmã” é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma “Irmã” em transe com os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.<br />As frases-chave aqui são ‘as camas purpúreas’, isto é, iluminadas pela Sahasrara Chakra e ‘Fogo e Luz nos seus olhos’, isto é, elas estão em transe e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui, entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo dos Kalas abaixo.<br />A Yôga do Sexo<br />Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido como “Prayôga” e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual. Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro ‘A Morte de Cristo’ de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do mito de Cristão é oferecida.<br />Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de “The Sacred Mushroom and The Cross”, “The Dead Sea Scrolls”, “End of The Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo ‘Christós’ realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um imensurável poder pessoal.<br />Os Chakras<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores, mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não absorvida.<br />O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos (corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo, experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como parte do processo de desenvolvimento.<br />A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot<br />Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem ‘A Torre’ e ‘O Enforcado’. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos inferiores, o lado feminino do Eu (Self).<br />Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove, a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon para o qual é a chave.<br />No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor, algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon representado na frente da carta. Ele representa os vários ‘eus espirituais’ do humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade, simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.<br />A HISTÓRIA DO TANTRISMO<br />Introdução<br />Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na mudança das estações e cuja presença era experienciada através de fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como a Tartária.<br />A Tartária<br />Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaram-se de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária. Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em sua ‘Doutrina Secreta’ Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça de uma época muito antiga.<br />Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico, a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa. Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas fabulosas civilizações através de Uddiyana.<br />A Uddiyana<br />A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo, YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões. Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das mais notáveis ‘crianças de Uddiyana’ incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.), o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.<br />Alquimia Sexual Chinesa<br />Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais, ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico, filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente difícil retratar a Lao Tse muita de ‘sua’ filosofia, sua vida tornou-se uma lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual, ritualística e ocultismo.<br />A Religião Bon do Tibet<br />Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo. Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação, vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte), tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso de ritos sexuais, ele disse :<br />“ Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você.”<br />O Tantra na Índia<br />Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia, entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 - 1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas muçulmanas.<br />Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana (Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva), Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo sistema religioso.<br />Primórdios da Magia Sexual Ocidental<br />Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente, sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875), Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas astrais, incluindo o que eles chamavam de ‘Humanimaux’, elementares meio animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais era conhecida como ‘os Essênios’, estavam envolvidas num sistema de magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875) demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi adaptado na estrutura maçônica da OTO original.<br />O Trabalho de Gurdjieff<br />Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao estudante de magia moderna.<br />Aleister Crowley e a O.T.O.<br />A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus, os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da Tartária.<br />A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa, deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta maneira forçados a permanecerem ‘em terra’. Embora haja várias reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos, embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.<br />A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno da Vontade.<br />Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além !<br />AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL<br />Introdução<br />A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia, oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de condicionamento social, operando como uma máquina programada.<br />Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o “Animal”; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu superior ou ‘anjo’ realiza seus comandos através da mente treinada ou Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.<br />Primeiros Passos na Iniciação Tântrica<br />Barreiras Psicológicas<br />O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato. Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade. O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um potencial mais andrógino.<br />Concentração na Magia Sexual<br />Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada na tela mental sem qualquer interrupção.<br />O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira, começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixá-la durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.<br />Função de Múltiplos Orgasmos<br />A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos perguntar : e como fica o macho ?<br />Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta mensagem.<br />Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns. Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere haver um método de disparar estados alterados através de sua correta utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e tornam disponíveis experiências de estados alterados.<br />As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas certamente não o fim requerido.<br />Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e um estado de “Nirvana Orgasmático” :<br />1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua existência para si mesmo.)<br />2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e vontade internas.<br />3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).<br />4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax, deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência orgásmica.<br />5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado, presente e futuro e EXPERIENCIE.<br />Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma continuação do espasmo orgásmico.<br />6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem a tornarem-se mais fáceis no processo.<br />Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar, deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o orgasmo pelo que ele é.<br />Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.<br />A MEDITAÇÃO DE ÁTUM<br />1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.<br />2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras mentais.<br />3. Medite na Declaração de Átum. (Declaração Pirâmide 527)<br />“Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a criação do mundo em termos humanos.”<br />4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado pelo uso correto do orgasmo sexual.<br />5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como Vontade Verdadeira sendo manifestada.<br />6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram ‘Humn’.<br />7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.<br />8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.<br />9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.<br />No momento do clímax, utilize o mantram ‘Ghaa’.<br />10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.<br />MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL<br />Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.<br />1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.<br />2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.<br />3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.<br />4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher num homem, note o olhar, etc.<br />Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la esvair.<br />5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando este “troca-troca” até que a segunda imagem possa ser sustentada com excitação.<br />6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria obtido estímulo.<br />7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de ambos os sexos com excitamento físico.<br />8. Transfira este experimento para a prática.<br />Exercícios Preliminares na Magia Sexual<br />Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.<br />O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo deve ser uma experiência de força e poder internos.<br />Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.<br />Os exercícios estão divididos em três categorias :<br />1. Individual<br />2. Casal<br />3. Geral<br />Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar experimentá-lo com você.<br />EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS<br />1. Sente-se num estado meditativo, nu.<br />Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se consciente de seu corpo e então prossiga.<br />2. Experiencie seu próprio corpo.<br />Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade, usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o plenamente.<br />Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado, explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas ações e reações.<br />Termine a sessão com um longo banho relaxante.<br />3. Sente-se num estado meditativo.<br />Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.<br />Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força do orgasmo.<br />RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA<br />SEXUAL SOLITÁRIA<br />1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e a mente alerta, mas relaxada.<br />2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os mesmos cheios de Fogo Cósmico.<br />3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.<br />4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo ígneo aumenta a cada ciclo.<br />5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo calmo.<br />6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo com um mantram específico e o ato sexual.<br />OS MANTRAS MURMURANTES<br />Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante a experiência sexual.<br />Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :<br />1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e para cima.<br />2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e volume.<br />3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático. Prossiga com a experiência sexual.<br />Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são :<br />Humn / Yungm / Ghaa Mantras usados para rejuvenescimento<br />sexual.<br />Humn / Ghaa Humn é para ser usado no congresso sexual<br />e Ghaa para o orgasmo.<br />Hunga Este mantram estimulam o chakra básico.<br />Linga Este mantram estimula as emoções através<br />do chakra cardíaco.<br />OS MANTRAS SONOROS<br />Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.<br />Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um largo espectro de estados alterados e experiências.<br />Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual, contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.<br />EXERCÍCIOS EM CASAIS<br />Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se concentram na magia.<br />1. Criaturas Imaginárias<br />A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.<br />B. Induza um estado de relaxamento.<br />C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.<br />A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.<br />2. Conversação<br />A. Faça o mesmo que no exercício um.<br />B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma maneira coerente até pouco antes do orgasmo.<br />C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você tivesse disparado um segundo reflexo.<br />3. Exercício Humorístico<br />Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe automaticamente.<br />ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS<br />Primeiro Dia<br />- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.<br />- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.<br />- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.<br />Segundo Dia<br />- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e em posição por dez minutos ininterruptos.<br />- Não atinja a ejaculação.<br />Terceiro Dia<br />- Sem atividade sexual.<br />Quarto Dia<br />- Como no segundo dia.<br />Quinto Dia<br />- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).<br />Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus interiores.<br />Sexto Dia<br />- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos meia hora e no máximo uma hora.<br />Sétimo Dia<br />- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.<br />Oitavo Dia<br />- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.<br />Nono Dia<br />- Retorne para a atividade “normal”.<br />O Procedimento do Congresso Sexual<br />Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado. Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.<br />1. Entre em relaxamento profundo.<br />2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos (Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)<br />3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.<br />4. Vibre o mantram ‘Humn’.<br />5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.<br />6. Penetre com o som de ‘Humn’ sendo aumentado. Alcance o orgasmo com o mantram ‘Ghaa’.<br />7. Retorne para o estado de relaxamento.<br />Conclusão<br />Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas. Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu altar.<br />Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento, de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve, os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da iniciação.<br />OS MISTÉRIOS DA FÊNIX<br />O Simbolismo da Fênix<br />A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o Pavão.<br />De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de 1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto, este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.<br />Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o Grande Ano tinha 26 mil anos.<br />A Fênix era conhecida como “A Dupla Trilha”, a ave do retorno e a eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada (GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.<br />A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol, mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo. Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia. E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit que salvam as terras de aniquilação.<br />Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.<br />Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.<br />Análise Cabalística da Fênix<br />Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta forma de simbolismo.<br />Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de energia : Estelar, Solar e Lunar.<br />1. Forças Estelares :<br />Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.<br />Força Oculta : Hadit ou Kether.<br />2. Forças Solares :<br />Substância Raiz : Therion ou Chokmah<br />Aspectos Planetários :<br />Hórus / Set (modo superior de Tipheret)<br />Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)<br />3. Forças Lunares :<br />Substância Raiz : Babalon ou Binah<br />Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod<br />Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :<br />A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos inferiores via esfera Lunar.<br />A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo) deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a influenciar a radiação da força.<br />Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.<br />Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-as com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz Circular Solar.<br />Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix começa.<br />Irradiações de Energia<br />As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.<br />Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um “olho”. A numeração de “olho” é setenta ou Ain.<br />A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.<br />A Ressurreição da Fênix<br />Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e, ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya). Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set, apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.<br />Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual<br />Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como “A que retorna” e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo “normal”.<br />É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital, conhecida como “Trilha”, sobre a qual dizia-se originar numa região secreta e inacessível. A “Trilha”, em inglês ‘Hike’, pode ser igualada à Hekt egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os poderes mais obscuros da fórmula.<br />Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula. Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante exclama...<br />“Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não conhecia.”<br />Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado “O Coração do Mestre” (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal (algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades homossexuais.<br />O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em 1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de “Love Under Will” (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford, um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro “Ocultismo Sexual” (Sexual Occultism) :<br />“ A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico. Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente, Kundalini.<br />A palavra ‘esfíncter’ significa um nó ou faixa e é derivada da mesma raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando então o enigma da Esfinge.”<br />O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini. Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou cóccix, chamada “o corpo coccígeo”, embora sua função seja desconhecida para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a “glândula Kundalini”. A ativação sexual desta glândula é direta e rápida através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.<br />Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix<br />O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix. Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.<br />A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido, podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.<br />A Missa da Fênix<br />A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.<br />O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e do qual se liberta.<br />Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.<br />Conclusões<br />A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena integração da energia da Fênix.<br />Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada.<br />LIBER XLIV<br />-- A MISSA DA FÊNIX --<br />O mago, com seu peito nu, está diante dum altar no qual estão seu punhal, sino, turíbulo e dois pães de luz.<br />No sinal do entrante ele alcança o oeste através do altar e grita :<br />“Salve ! Ra, que vais em tua barca em direção às cavernas que a escuridão marca !”<br />Ele dá o sinal do silêncio e toma o sino e o fogo em suas mãos dizendo :<br />“Leste do altar veja-me de pés no chão, com luz e música em minha mão !”<br />Ele bate no sino onze vezes (333-55555-333) e põe fogo no turíbulo, enquanto profere :<br />“ Eu sôo o sino, eu acendo a chama, sou eu quem inflama o misterioso nome ABRAHADABRA.”<br />Ele soa o sino onze vezes novamente e diz :<br />“ Agora começo a orar.<br />Tu, criança, teu nome é sagrado e imaculado.<br />Teu reino já está neste lugar.<br />Tua Vontade está feita.<br />Aqui estão o pão e o sangue<br />Leve-me ao Sol através da meia-noite.<br />Salve-me do mal e do bem.<br />Que tua Coroa de todas as dez, aqui mesmo e agora, seja minha.<br />Amen.”<br />Ele põe o primeiro pão de luz no fogo do turíbulo.<br />“Queimo este pão como incenso, proclamo estas adorações de teu nome.”<br />Ele usa os pães como no Liber Legis e novamente soa o sino onze vezes.<br />Com o punhal ele faz então, sobre seu peito, o sigilo do triângulo solar apontado para cima. Então profere : “Cuidado ! Da mente este peito sangrento, talhado com o signo do sacramento.”<br />Ele põe o segundo pão de luz na ferida :<br />“Eu estanco o sangue, o pão o enxuga e o Sumo Sacerdote invoca.”<br />Ele come o segundo pão :<br />“Este pão eu como, este juramento profiro enquanto inflamo-me em adoração. Não há culpa, não há benção, esta é a Lei. Faze o que tu queres!”<br />Ele bate no sino de novo onze vezes e grita :<br />“ABRAHADABRA !<br />Eu entrei com desgosto e júbilo.<br />Eu agora me vou satisfeito por realizar meu prazer na terra entre as legiões dos vivos.”<br />E o mago se vai.<br />Notas<br />Na versão em inglês os versos rimam, tornando a cerimônia muito mais eficaz com seu lirismo. A rima também ajuda como recurso mnemônico, tornando o rito fácil de se decorar após uma ou duas vezes de executado, sendo que ao ser feito decorado é possível dar mais ritmo e espontaneidade ao andamento do mesmo, aumentando também a eficácia.<br />Em português já é mais difícil manter a rima em conjunto com o sentido que se quer dar às palavras. Quando possível, a rima foi mantida na tradução, mas quando a rima prejudicou a tradução, deu-se preferência a esta, porque as idéias assim fizeram mais sentido.<br />Há várias edições do próprio Crowley. Para um exemplo das primeiras versões, veja “Magick”, apêndice VI, editado por Symonds e Grant, Samuel Weiser, 1973 e várias outras edições.<br />Para facilitar a vida daqueles que desejem praticar a Missa da Fênix original, vai abaixo a versão em inglês.<br />LIBER XLIV<br />-- THE MASS OF THE PHOENIX --<br />The Magician, his breast bare, stands before an altar on which are his Burin, Bell, Thurible, and two of the Cakes of Light. In the Sign of the Enterer he reaches West across the Altar, and cries :<br />“Hail Ra, that goest in thy bark<br />Into the caverns of the Dark! “<br />He gives the sign of Silence, and takes the Bell, and Fire, in his hands.<br />"East of the Altar see me stand<br />With light and musick in my hand!"<br />He strikes Eleven times upon the Bell (333 - 55555 - 333) and places the Fire in the Thurible.<br />“I strike the Bell; I light the Flame;<br />I utter the mysterious Name.<br />ABRAHADABRA !"<br />He strikes eleven times upon the Bell.<br />"Now I begin to pray:<br />Thou Child, Holy Thy name and undefiled!<br />Thy reign is come; Thy will is done.<br />Here is the Bread; here is the Blood.<br />Bring me through midnight to the Sun!<br />Save me from Evil and from Good!<br />That Thy one crown of all the Ten<br />Even now and here be mine. AMEN."<br />He puts the first Cake on the Fire of the Thurible.<br />"I burn the Incense-cake, proclaim<br />These adorations of Thy name."<br />He makes them as in Liber Legis, and strikes again Eleven times upon the Bell. With the Burin he then makes upon his breast the sigil of the upright solar triangle.<br />"Behold this bleeding breast of mine<br />Gashed with the sacramental sign!"<br />He puts the second Cake to the wound.<br />"I stanch the Blood; the wafer soaks<br />It up, and the high priest invokes!”<br />He eats the second Cake.<br />“This Bread I eat. This Oath I swear<br />As I enflame myself with prayer:<br />There is no grace: there is no guilt:<br />This is the Law: DO WHAT THOU WILT!”<br />He strikes Eleven times upon the Bell, and cries<br />“ABRAHADABRA.<br />I entered in with woe; with mirth<br />I now go forth, and with thanksgiving,<br />To do my pleasure on the earth<br />Among the legions of the living.”<br />He goeth forth.<br />O CIRCUITO PSICO-SEXUAL<br />Introdução<br />O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.<br />O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos Mistérios.<br />A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psico-sexual é adequadamente compreendido de antemão.<br />“O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo.”<br />Sir John Woodroffe<br />O Circuito Psico-Sexual Humano<br />A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.<br />O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.<br />O Marma Ajna Psico-Sexual<br />Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja ‘A História do Grande Deus Pan’ de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.<br />O Marma Psico-Sexual Qoph<br />O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.<br />O Marma Psico-Sexual Visuddha<br />O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.<br />Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170<br />170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.<br />“...e a palavra transformou-se em carne.”<br />Evangelho de João, capítulo um.<br />Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas<br />Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de mago para mago.<br />Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.<br />O Marma Psico-Sexual Genital<br />O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente (Kundalini).<br />Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem “o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs” do Livro da Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como entidade.<br />Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.<br />O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto<br />O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação com a Kundalini.<br />Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.<br />O Marma Psico-Sexual de Bindu<br />Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às visões do espaço interno.<br />O Circuito<br />Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.<br />O sistema numérico deste ciclo é :<br />AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus<br />Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e possibilidade internas.<br />No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.<br />Ajna Chakra Região Pituitária 64 raios<br />Visuddha Chakra Região Tiroidal 72 raios<br />Anahata Chakra Região Cardíaca 54 raios<br />Manipura Chakra Plexo Solar 56 raios<br />Swadisthana Chakra Região Genital 62 raios<br />Muladahara Chakra Região Coccígea/Anal 56 raios<br />Ciclo Completo 360 raios<br />Dentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).<br />Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.<br />Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas maneiras : os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).<br />Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes do Tantra.<br />Ajna Chakra Hexagrama Li Sol e Sol<br />Centro Qoph Hexagrama Khan Lua e Lua<br />Visuddha Chakra Trigrama Sun Ar e Ar<br />Palmas Li e Khan Reflete Ajna/Qoph<br />Órgãos Sexuais Quian / Kun Falo / Vagina<br />Hexagrama Tui Água de Água<br />Ânus Hexagrama Gen Terra de Terra<br />Ponto Bindu Hexagrama Zhen Fogo de Fogo<br />Em consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.<br />Li Hexagrama 30 Tiphareth<br />Kan (Khan) Hexagrama 29 Yesod<br />Sun Hex. 57 Daath<br />Quian (Qian) Hex. 1 Kether<br />Kun (Khwn) Hex. 2 Malkuth<br />Tui (Dui) Hex. 58 Chesed<br />Gen (Ken) Hex. 52 Netzach<br />Zhen (Ch’en) Hex. 51 Geburah<br />Tabela de Marmas Psico-Sexuais<br />1. Ajna chakra (Vontade) Ayin 70<br />Olho de Shiva<br />2. Nuca Qoph 100<br />Origem da Força Sexual<br />3. Visuddha chakra Ayin/Qoph 170<br />Logos Manifesto<br />A união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os ‘Nephilim’ ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da ‘palavra’ mágika (Logos).<br />4. Palmas das Mãos Kaph 20 cada<br />Ativadores das Zonas Sexuais<br />5. Órgãos Sexuais Ayin 70<br />6. Região Anal Ayin 70<br />O Olho Secreto<br />Ambas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.<br />7. Ponto Bindu Yod 10<br />O Ponto de Foco<br />Aqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psico-sexual podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.<br />A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.<br />OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES<br />O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.<br />Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.<br />A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de Set.<br />A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.<br />A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.<br />A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os mundos.<br />A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções do organismo.<br />A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.<br />O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano Superior.<br />A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.<br />A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.<br />Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.<br />Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.<br />“Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade).”<br />Liber A’Ash vel Capricorni Pneumatici,<br />de Aleister Crowley<br />A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.<br />A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.<br />A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.<br />A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.<br />A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna presente na roda eterna.<br />A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do arcano do Enforcado.<br />A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima secreção.<br />A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como uma “pequena morte”. Sua lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.<br />A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.<br />A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.<br />A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.<br />A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da Torre.<br />A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.<br />A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.<br />A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.<br />A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.<br />Notas sobre os Caminhos como Secreções<br />As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.<br />Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como “Cults of the Shadows”, Cultos das Sombras, (Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são infelizes.<br />Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.<br />SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES<br />11. Espírito Santo Santo Intoxicado<br />12. Chaos Pomba e Serpente<br />13. Alta Sacerdotisa Deusa Dormente<br />14. Babalon Deusa Sexual<br />15. Estrela Mãe do Espaço<br />16. Homus superioris Kala Secreto, Alto Sacerdote<br />17. Gêmeos Set e Maat<br />18. Impulso Criativo Princípio da Reversão<br />19. Semente da Serpente Impregnação de Babalon<br />20. Espermatozoon Ermitão como Criança Cósmica<br />21. Senhor do Karma Controle da Realidade<br />22. Fuga Livrando-se do ciclo terrestre<br />23. Iniciação Explorando o Inconsciente<br />24. Orgasmo Thanatos absorvido em Eros<br />25. Baphomet Androginia<br />26. Capricórnio Exploração<br />27. Projeção Fálica Paixão animal destrói a Ilusão<br />28. Tintura Vermelha Excesso de paixão<br />29. Lua Originador sexual<br />30. Sol Ajna chakra<br />31. Aeon Mensagem como Logos<br />32. Sigilo de Set Manifestação ou começo.<br />Combinações Especiais Válidas de Atenção<br />13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por<br />16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e<br />17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat,<br />impulso criativo interno e externo (18, 19).<br />14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,<br />20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos<br />21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)<br />31, a declaração do Novo Aeon e<br />32, a Manifestação do Novo Aeon.<br />O Simbolismo da Mandala<br />Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.<br />A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali contida.<br />A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e Thanatos.<br />A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.<br />As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).<br />Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.<br />Conclusão<br />Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :<br />“Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.<br />Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo mundano.<br />Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.<br />Em beatitude e alegria de profunda ‘possessão de si mesmo’ (samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.<br />Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre esteve livre.”<br />A NATUREZA DOS KALAS<br />Introdução<br />“Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.<br />Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra ‘calendário’ deriva de Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra ‘cor’.<br />Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas.”<br />Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)<br />Kenneth Grant (Muller, 1980)<br />O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser ‘solo’ ou com parceiros de ambos os sexos).<br />Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.<br />A Natureza dos Kalas<br />Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago, macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas, contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas ou flores da essência.<br />Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado, quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos, contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida, cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou onda primal.<br />Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas no português) representando as vibrações de Nox.<br />Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos fluidos sexuais ou Kalas.<br />Tempo e Kalas<br />O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.<br />O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.<br />O Décimo Sexto Kala<br />“Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim.”<br />Livro da Lei, II:26<br />O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.<br />O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é possível.<br />O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.<br />Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.<br />Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de qualquer sexo.<br />A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.<br />A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.<br />I.’. A.’. O.’. como uma Fórmula dos Kalas<br />A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.<br />I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.<br />A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.<br />O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.<br />Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.<br />As Três Classes de Kalas<br />Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do Eremita de Yod, a semente solitária.<br />“Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra...”<br />Livro da Lei, I:40<br />O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são classificados como segue.<br />Tamas<br />Símbolo Alquímico : Sal<br />O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma primeira manifestação do resultado.<br />Rajas<br />Símbolo Alquímico : Enxofre<br />O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.<br />É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.<br />Sattva<br />Símbolo Alquímico : Mercúrio<br />O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.<br />Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da Escuridão.<br />Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.<br />Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra<br />Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto, as atribuições são as seguintes :<br />“Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua.”<br />Livro da Lei<br />Ajna Mercúrio e Plutão Terceiro Olho e Cérebro<br />Visuddha Júpiter e Saturno Língua e Garganta<br />Anahata Lua Coração<br />Manipura Sol Plexo Solar<br />Svadhistana Vênus e Urano Ânus e esfíncter<br />Muladhara Marte e Netuno Kanda e órgãos sexuais<br />Acompanhando a atribuição acima está a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.<br />Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão, Vênus, a ‘estrela’ do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.<br />Macho<br />1. Lótus Anal Carmim; Marrom com reflexos dourados<br />2. Lótus da Próstata Branco, Diamante.<br />3. Glande Púrpura, lilás e vermelho.<br />Fêmea<br />1. Lótus Anal Carmim; marrom c/ reflexos dourados<br />2. Entre a Uretra e<br />o cérvix uterino Laranja<br />3. Clitóris Verde<br />Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser explorada pelo mago empreendedor.<br />Tabelas de Kalas<br />Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.<br />OS KALAS<br />Nome Chakra Astrologia Nuitya<br />Máscara Ajna Plutão Nilapataka<br />Ocultador Visuddha Saturno Vijaya<br />Frio Anahata Lua Nuitya<br />Controlador Svadhisthana Urano Sarvamanga<br />Sedutora Muladhara Netuno Jvalamalini<br />Limpo Ajna Ar Bherunda<br />Molhado Visuddha Terra Nityaklinna<br />Misturado --- Éter Citra<br />Vagina Svadhisthana Água Vhagamalini<br />Voluptuoso Muladhara Fogo Kameshvari<br />Agitador Ajna Mercúrio Tvarita<br />Dador Visuddha Júpiter Sivaduti<br />Brilho Manipura Sol Kulasundari<br />Amante Svadhisthana Vênus Vajreshvari<br />Chama Muladhara Marte Vahivasini<br />Tamas rege de Nilapakata a Nityaklinna<br />Sattvas rege de Citra a Sivaduti<br />Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini<br />KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT<br />Nome Tarot Astrologia / Qabbalah<br />Máscara Nil Kether / Chokmah<br />Ocultador Diabo/Estrela/ Capricórnio/Aquário<br />Universo<br />Frio Sacerdotisa/Carro Câncer<br />Controlador Nil Binah / Chesed<br />Sedutora Nil Geburah / Tipheret<br />Limpo Louco Nil<br />Molhado Nil Yesod / Malkuth<br />Misturado Nil Netzach / Hod<br />Vagina Enforcado Nil<br />Voluptuoso Aeon Nil<br />Agitador Magus/Amantes/Ermitão Gêmeos / Virgem<br />Dador Roda/Arte/Lua Sagitário / Peixes<br />Brilho Sol / Luxúria/Emperatriz/ Leão<br />Hierofante<br />Amante Ajuste Touro / Libra<br />Chama Torre/Morte/Emperatriz Escorpião / Áries<br />Novamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.<br />Os Kalas e o Tarot<br />Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.<br />Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.<br />As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.<br />As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth. Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é atribuído a naipes.<br />Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico de astrologia.<br />Ciclos dos Kalas<br />Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.<br />Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.<br />Conclusão<br />A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como “A Visão do Deus Pan”...<br />ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO<br />Introdução<br />Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.<br />Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.<br />A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.<br />O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.<br />O Simbolismo da Missa<br />Ilustrando o texto de Franz Hartmann “O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes”, encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :<br />“A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito.<br />Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente.<br />Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo.”<br />Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.<br />Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é “O Athanor”, que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como “uma fornalha teosófica selada cabalísticamente.”<br />Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como “A Cucurbita”. É descrita por Khunrat como “uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo”. O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.<br />Os Dois Produtos<br />Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a “Serpente”, por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.<br />Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.<br />Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.<br />A Fórmula IAO como Alquimia Sexual<br />“Solve et Coagula.”<br />O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de ‘Solve et Coagula’ (dissolver e aglutinar).<br />A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.<br />A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.<br />As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.<br />Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.<br />IAO<br />A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.<br />F (V) Vontade Verdadeira<br />I Virgem - A Semente Solitária<br />A Escorpião - Paixão<br />O Capricórnio - União<br />F(V) Vontade Verdadeira<br />A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :<br />F Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)<br />I Virgem - Virginal, não desflorado<br />A Escorpião - Mago Sexual<br />O Capricórnio - Andrógino<br />F Eu Verdadeiro - Humano Superior<br />Conclusões<br />Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.<br />Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.<br />Apêndice Um : Sobre Simbolismo Alquímico<br />Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.<br />A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.<br />O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.<br />Em alguns livros tais como “Sexualidade, Magia e Perversão” (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.<br />Apêndice Dois : O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas<br />O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.<br />Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens ‘aceitas’.<br />Embora respeitemos aqueles que clamam ‘prova histórica de linhagem’, a opinião de nossa Ordem é “os conhecereis pelos vossos frutos” e que “para provar o bolo, só comendo”. Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é ‘de linhagem’ para você.<br />A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral “Astrum Argum”. Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.<br />A experiência é o maior mestre. Tenho dito !<br />MAGIA SEXUAL DELINEADA<br />Introdução<br />“Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa.<br />O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto.<br />Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada.<br />Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em indignação chocada.”<br />Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas)<br />Aleister Crowley<br />Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.<br />Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.<br />Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado por seu instinto corporal.<br />As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.<br />A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional<br />A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O’s eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.<br />A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.<br />O termo Astrum Argum significa “Estrela de Prata” e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a Epsilon.<br />Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se torna um dos “Deuses Vivos”.<br />Santuário Soberano Astrum Argum<br />O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.<br />Trabalho Pré-Alfa<br />Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se projetar para a realidade.<br />Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.<br />Alfaísmo<br />O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser praticados neste grau.<br />O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.<br />Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.<br />Betaísmo<br />O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.<br />Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de desenvolvimento interno.<br />Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais, inteligências não humanas.<br />Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente reais (golem).<br />Gamaísmo<br />As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro “Moonchild” de Aleister Crowley.<br />Epsilonismo<br />Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.<br />Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.<br />Gamma - Epsilon<br />Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.<br />A Eucaristia<br />A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.<br />Dianismo<br />Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano Delta.<br />Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito preparo.<br />Qodosh<br />Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos Qodosh.<br />O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.<br />Deltaísmo<br />Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser contraprodutivos.<br />As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do Humano Superior.<br />Trabalhos Específicos<br />Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino mágiko e oculto.<br />Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.<br />Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.<br />Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das técnicnas e práticas.<br />A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de acordo com o engenho do mago.<br />Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a experiência é o melhor professor.<br />TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO<br />ALFA (SÉTIMO GRAU)<br />Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.<br />BETA (OITAVO GRAU)<br />Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.<br />GAMMA (NONO GRAU)<br />Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.<br />DELTA (DÉCIMO GRAU)<br />Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).<br />EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)<br />Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.<br />GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)<br />Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.<br />EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)<br />Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.<br />DIANISMO E QODOSH<br />Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.<br />Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.<br />TRABALHOS ESPECÍFICOS<br />Alfa<br />- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário<br />Consagração dos 15 Kalas<br />Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos<br />Beta<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo<br />- Oral / Manual<br />Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)<br />Feitiços/Ilusões (29º kala )<br />Gamma<br />- Criação, Intuição<br />Polarizada<br />- Eucaristia do 19º Kala<br />Inspiração<br />- Polarizada<br />Após a preparação do 14º Kala<br />Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente<br />Delta<br />- Solitário (manual)<br />24º Kala<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Despertar da Kundalini (arcano da Torre)<br />- Apolar<br />Arcano da Torre e do Aeon (oral)<br />Epsilon<br />Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas)<br />e Túneis Individuais dos Qlipphoth<br />A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS<br />Arcano do Tarot Descrição do Trabalho Grau<br />Louco Induzir estado de êxtase. Alfa<br />Glóbulos para exploração astral. Gamma<br />Trabalhos com Ain. Delta<br />Magus Controle dos Elementos. Epsilon<br />Invocação da Vontade Verdadeira. Alfa/Beta<br />Sacerdotisa Projeção além da Morte. Qodosh<br />Visão de Kether (Hadit). Epsilon/Gamma<br />Emperatriz Invocar Babalon e Therion. Delta<br />Encarnação de Forças. Gamma<br />Estrela Kalas induzidos como Frio e Limpo. Gamma<br />Hierofante Invocação de Forças da Terra. Alfa/Delta<br />Manifestação do desejo. Gamma<br />Amantes Invocação de Hórus/Set. Epsilon<br />Experiência de Set como<br />a camada interna. Epsilon/Delta<br />Carro Controle do Organismo. Alfa<br />Luxúria Chave dos trabalhos Gamma/Epsilon<br />Ermitão Experiência da Vontade Interna Alfa/Dianismo<br />Roda Baixa Magia (ênfase em Qodosh).<br />Ajuste Visões Kármicas. Todos graus<br />Enforcado Exploração do inconsciente. Epsilon/Beta (oral)<br />Inconsciente Qlipphótico - morte Epsilon - morte<br />Exploração Qlipphótica. Epsilon apolar<br />Arte Transmutação Interna. Delta<br />Morte Qlipphoth. Epsilon<br />Diabo Invocação da Vontade universal. Epsilon/<br />Delta/Gamma<br />Visão de Pan. Dianismo/Qodosh<br />Torre Despertar da Kundalini. Delta<br />Emperador Controle das Paixões. Pré-Alfa<br />Lua Forças Lunares. Gamma - fertilidade<br />Feitiços, ilusões. Epsilon/Beta<br />Sol Hórus, trabalhos leves. Gamma<br />Disco solar negro e<br />chamuscante.<br />Exploração Qlipphótica. Epsilon<br />Formas animais.<br />Aeon Invocação da Corrente do Aeon Todos graus<br />Universo Magia da Manifestação Todos graus<br />ALFAÍSMO<br />Introdução<br />Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações devem ser trazidas à tona.<br />Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser forte e portanto, se possível, prolongado.<br />A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser prolongado através de através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente.<br />Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática.<br />Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo.<br />O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz “Não pense em Verde” e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente.<br />Preliminares do Trabalho Alfa<br />Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa.<br />Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial orgásmico.<br />Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa.<br />Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores.<br />Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual<br />Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade alternativa.<br />Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta maneira.<br />Consagração Usando Técnicas Alfa<br />A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado na consagração, já purificado ritualísticamente.<br />Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado).<br />Um rito completo para este propósito é conhecido como “Criação de Vórtice pelo Alfaísmo” e está esquematizado no final deste capítulo.<br />Controle Onírico através do Alfaísmo<br />O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação astral-mental para “Sonhar de Verdade” e influenciar sua experiência da realidade.<br />O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.<br />Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras.<br />No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que “Sonho Criativo” de Dion Fortune, por permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente.<br />A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permita-se cair num estado ‘fronteiriço’ de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não atinja o orgasmo ou ejacule.<br />Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo estágio da técnica de Controle Onírico.<br />O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar e envolve um certo ‘truque’. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado, durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do sonho.<br />Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum resultado foi ganho.<br />Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de prática antes de dominá-la.<br />Sigilização<br />“No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas.”<br />Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico)<br />S.B. Dasgupta<br />No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio.<br />Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado, isto enganará o “Censor” da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um programa com sucesso.<br />“A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária.<br />Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade Verdadeira ou ‘sonho inerente’.”<br />Aleister Crowley e o Deus Oculto<br />Kenneth Grant, Muller, 1978<br />É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente).<br />O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por exemplo, ‘Eu quero a força de um tigre’. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar um sigilo.<br />O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual.<br />O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas, ativo ou passivo.<br />A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal.<br />A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico.<br />Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido inadequado.<br />Variações<br />Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é “Urn Magick” (Magia da Urna).<br />A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos que haviam morrido.<br />A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de grande valia.<br />Outras variações incluem o uso do “sonhar de verdade” para curar e moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo.<br />Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção.<br />Conclusões<br />Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos.<br />Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado.<br />Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a palavra ‘Watcher’ ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da mente consciente.<br />Em português, traduzimos ‘Watcher’ como Sentinela, e sua inversão como Alenitnes.<br />“Ó poderosos Alenitnes !<br />Tu que existe em tudo que é erógeno,<br />Nós te evocamos !<br />Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço<br />Nós te evocamos !<br />Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo<br />Nós te evocamos !<br />Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos<br />Nós te evocamos !<br />Pelos conceitos do sagrado intervalo<br />Dê-nos a carne !<br />Pela Quadriga Sexualis,<br />Dê-nos desejo invariável !<br />Pela conquista da fadiga,<br />Pela mais sagrada palavra do Céu,<br />Dê-nos ressurgência eterna !<br />Nós te invocamos !”<br />RITUAL DE VÓRTICE ALFA<br />Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama.<br />Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito.<br />O Rito<br />O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas.<br />O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Do what thou wilt shall be the whole of the Law”.<br />Os magos respondem “Love is the Law. Love under Will.”<br />O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Quando todos os fantasmas tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do Fogo.”<br />Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante...<br />ORO IBAH AOZPI<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste.<br />MOR DIAL HECTEGA<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte.<br />EMPEH ARSEL GAIOL<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste.<br />OIP TEAA PIDOC<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul.<br />O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União :<br />EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA<br />Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida e da morte.<br />Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de cada indivíduo ...<br />“Sagrado És Tu, Senhor do Universo.<br />Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza.<br />Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso.<br />Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas.”<br />Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande Obra.<br />Pés - O Caminho Espiritual<br />Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira<br />Genitais -Uso correto dos instintos<br />Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual<br />Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual<br />Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII)<br />“À minha solidão vem<br />O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores<br />[ morros.<br />Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria<br />[ e eu contemplo Pan.<br />As neves são eternas acima, acima -<br />E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas.<br />Mas o que tenho eu a ver com isso ?<br />Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan.<br />Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido...<br />O perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo<br />[ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar numa [ fala bizarra e monstruosa.<br />O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer.<br />O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele.<br />Eu mesmo jogado no precipício do ser.<br />Mesmo ao abismo, aniquilação,<br />Um fim à solidão, bem como a tudo.<br />PAN ! PAN !<br />IO PAN ! IO PAN !<br />Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão.<br />Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa.<br />Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha.<br />“Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo.<br />Ó meu anjo<br />Verta-te em minha alma.<br />O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor,<br />A luxúria do Bode,<br />Meu Anjo, meu iniciador.”<br />Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo :<br />“Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria<br />Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida<br />Erga tu em mim, fluindo livremente<br />Salte, tu me devoras.<br />(Repita um número de vezes.)<br />Tu me devora<br />Salta<br />Tu me devoras....”<br />No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax.<br />Tu me exaltastes<br />Salta ! Isto ! Salta !<br />Vê, o estouro das sementes da imortalidade.<br />Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como completada.<br />Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito.<br />Notas<br />Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam “ele cresce, ele respira”.<br />Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico.<br />O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual.<br />O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.<br />BETAÍSMO<br />Introdução<br />Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes de proceder mais profundamente no Santuário.<br />O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral para atingir uma ampla variedade de resultados.<br />Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.<br />Manipulação Interna<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).<br />Manipulação Externa<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para “vagar por aí”, como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.<br />Manipulação Externa-Interna<br />Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a “forma externa” que o mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.<br />Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.<br />Assunção Sexual de Formas Divinas<br />A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.<br />Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.<br />A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.<br />A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas<br />1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.<br />Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.<br />2. Vibre o nome do Deus(a).<br />Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.<br />3. Visualize a forma divina.<br />Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.<br />4. No orgasmo.<br />Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.<br />5. Este processo pode ser feito de dois modos.<br />A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma escolhida ou<br />B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente magikamente controlado.<br />Formas Animais<br />As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como “homem civilizado”. O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.<br />Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na “consciência racional” é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num ‘espaço seguro’ e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.<br />Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é “travado” na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na consciência.<br />Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo invocada.<br />A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.<br />Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.<br />O Uso de Máscaras<br />O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único método válido.<br />Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.<br />Totens<br />Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como ‘Totem’ e tendem a ser externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e Súcubos.<br />Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)<br />De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.<br />De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em união simbólica.<br />Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso utilizada.<br />Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.<br />Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida como a “Igreja de Carmel”.<br />“Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado.”<br />Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion)<br />de Francis King.<br />O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.<br />A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.<br />Baixa Magia<br />Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida diária.<br />Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.<br />Magia com Bonecos<br />Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.<br />Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !<br />O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.<br />Conclusões<br />Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.<br />GAMAÍSMO<br />Introdução<br />Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é, necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente. A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser manifesto dentro dos magos do ritual.<br />As Naturezas de Therion e Babalon<br />“Ele é sempre um sol e ela uma lua.”<br />Livro da Lei I:16<br />“Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser solares, neste trabalho é alcançado.”<br />Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working)<br />A Natureza de Therion<br />A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada e é conhecido como a “Esfinge”. Ele portanto tem as chaves para o mistério da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6) tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3).<br />A Natureza de Babalon<br />Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol.<br />A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe, bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e torcem-se.<br />Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes : religioso e mágiko.<br />1. Religioso<br />Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica.<br />2. Mágiko<br />Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas, indução de estados alterados de consciência, consagração, criança planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano Gamma.<br />Dianismo<br />Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta.<br />A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida como “Karezza”, que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica, quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama de “hiper-eroticismo” ou “Lucidez por Eroto-comatose” (um esquema completo é encontrado em nossos comentários sobre ‘De Art Magica’). Um sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem sigilização e baixa magia.<br />Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira.<br />A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo<br />1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido.<br />2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve ser visto como “um sonho dentro de um sonho”.<br />3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada como uma alternativa para destruir o selo.<br />Qodosh<br />Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash) era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO. Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau concerne primariamente com o que podemos chamar de “Controle da Realidade” ao invés de simples prática sexual Gamma.<br />O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade Verdadeira.<br />Assunção de Formas Divinas<br />A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit). Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis.<br />Crianças Planetárias<br />O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma mais desenvolvida e prática é “De Homuncula Epistola” publicado como um documento do nono grau da OTO em 1914.<br />Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a “OTO de Aleister Crowley” também conhecida como Califado da OTO. Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem comentários de “textos religiosos” de outras tradições espirituais tais como a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e analítica.<br />A definição de um Homúnculo dada neste documento é :<br />“Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração humana nem habitado por uma alma humana.”<br />No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro ‘Moonchild’ (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só após este período é que atrai uma “alma” ou em termos budistas, o feto desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é delineado na “De Homuncula Epistola”, a qual passamos na íntegra.<br />De Homuncula Epistola<br />I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho.<br />Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível.<br />II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo também harmonioso com a natureza do trabalho.<br />III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo específicos também são adequados ao trabalho.<br />E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de seu trabalho, negando todos os outros desejos.<br />Então prossiga até que resulte gravidez.<br />IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente de Kether deve ser feita frequentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca deixe a mulher sair do grande círculo.<br />Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas impressões, exceto as do espírito desejado. Qeuime o incenso deste espírito continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo, realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver adormecida.<br />V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto, deve-se omitir os banimentos.<br />VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento.<br />VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido.<br />VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada, de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado.<br />IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve serví-lo.<br />Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu domínio e tu és Magister Octinomous.<br />A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado.<br />“Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico.”<br />SACRAMENTOS SEXUAIS<br />Introdução<br />Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no ‘Panarion’ de Epiphanus, que afirma :<br />“... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e dizem ‘nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo’ e eles o comem.”<br />A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de “A Eucaristia”.<br />O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e ritualística.<br />1. Uso Ritual da Eucaristia<br />Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas.<br />2. Uso Religioso da Eucaristia<br />Está baseado na manifestação das forças universais através dos participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais. Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos envolvidos na Missa.<br />Consumindo o Sacramento Sexual<br />É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro ‘Sexual Occultism’ de John Mumford, ele explica a razão para esta reação nos seguintes termos :<br />“... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais (fluidos ricos em nutrientes).”<br />É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas, através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do corpo e seeus produtos.<br />A Fórmula da Eucaristia<br />A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat, são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote / Sacerdotisa dentro de qualquer missa.<br />A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos representando “a Manifestação” das forças invocadas. No Tantrismo Gnóstico este sacramento era conhecido como o “Corpo de Cristo”, o pão e vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais.<br />Formas de Amrita<br />Amrita poderia ser melhor definido como “A Ambrósia Psico-Sexual” e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas, Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal); Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como ilustrado abaixo.<br />Gamma de Gamma Frio Puro e Néctar Calmo<br />Epsilon de Gamma Pó Vermelho<br />Gamma de Epsilon Pó Vermelho<br />Epsilon de Epsilon Lava Negra<br />Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue :<br />Epsilon de Gamma Pó Vermelho - Ênfase no Veneno<br />Gamma de Epsilon Pó Vermelho - Ênfase no Néctar<br />A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas Divinas assumidas.<br />Coletando Amrita<br />Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado na Eucaristia.<br />Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é encontrada no que é conhecido como “O Sacramento de Nu”, em termos comuns, é posição ‘meia-nove’ (69).<br />O Sacramento de Nu<br />“Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele toma para si o corpo de alguém que foi enforcado.”<br />Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590.<br />“Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu.”<br />Maomé<br />“Invoque-me sob as estrelas.”<br />Livro da Lei I:57<br />“Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit.”<br />Livro da Lei I:14<br />O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição ‘meia-nove’.<br />No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta forma de magia não é necessária a penetração.<br />Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot. Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas Delta para a estimulação da Kundalini.<br />Apêndice : Exposição da Posição de Nu<br />Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos, Herméticos e Thelêmicos.<br />Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma brilhante exposição do Sacramento de Nu.<br />O LIVRO DAS MENTIRAS<br />Capítulo 69<br />O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos !<br />Este é o hexagrama sagrado,<br />Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem !<br />Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta !<br />O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça.<br />O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer.<br />Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder - ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE OBRA seja completada no Silêncio.<br />E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é<br />Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador,<br />Não deixa semente e é perfeito em si mesmo.<br />Pequenas crianças, amem-se.<br />Comentário Sessenta e Dois<br />A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês.<br />O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta cabeça como água.<br />No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do trabalho.<br />O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida.<br />No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido.<br />ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico.<br />DELTAÍSMO<br />Introdução<br />“Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há alegria,<br />Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um.<br />Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra e eu e a terra somos um.”<br />Livro da Lei II:26<br />O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental. No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto acima.<br />As Dez Facetas do Despertar da Kundalini<br />Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini (incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue :<br />1. Concentração Total<br />2. Drogas e enteógenos<br />3. Paradigmas Alternativos<br />4. Músika (música & mágika)<br />5. Dança<br />6. Técnica Sexual<br />7. Estados Extáticos<br />8. Estados Impessoais de Êxtase<br />9. Frenesi Religioso<br />10. Entusiasmo Dissolúvel<br />Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto, esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago.<br />Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta.<br />As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática<br />1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na jornada do arcano Delta.<br />2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação cuidadosa (certamente não o vício).<br />3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da Kundalini é disparada no processo.<br />Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga.<br />Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria torna-se uma Yôga dentro se si mesma.<br />4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente.<br />6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da Kundalinibem com um número de variações sexuais.<br />7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini.<br />8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc.<br />10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo, hedonismo extremo, ‘body piercing’ e modificações físicas, etc.<br />Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar desastre para o mago.<br />Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo com o conhecimento, experiências e preferências pessoais.<br />Alquimia Interna<br />A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini.<br />Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção oa Sahasrara Chakra.<br />Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos Chakras. Esta é a Via Seca.<br />Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas.<br />A Torre<br />A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem.<br />Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que deve ser objetivado.<br />Outras Técnicas<br />Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix.<br />Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS (baseada na letra mãe Shin).<br />LIBER HHH<br />SEÇÃO SSS<br />SUB FIGURA CCCXI<br />“Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo acima. Mas é a morte e a chama da pira.<br />Ascenda na chama da pira, Ó minh’alma !<br />Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua pequena luz.<br />Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá expirar em tua grande Nox..”<br />Liber Lapidid Lazuli, I:36-40<br />0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua espinha esteja vertical.<br />1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam.<br />2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro.<br />3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira.<br />Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha, sentindo cada vértebra como uma entidade separada.<br />Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer prática posterior.<br />4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit.<br />5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine, para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de Hadit.<br />6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi ser seu mestre.<br />7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço e a falta de objetivo da matéria.<br />E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar tua imaginação ali.<br />8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor, ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder.<br />9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor, resista.<br />10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda uma hora, não prossiga.<br />E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus silente e virginal.<br />11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz, debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade.<br />12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito...<br />“Benditos são os mortos que morrem no Senhor.”<br />Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor !<br />Conclusão<br />Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas sexuais da Kundalini.<br />É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição Tântrica do Santuário.<br />EPSILONISMO<br />Introdução<br />“Sacerdote junto com sacerdote.<br />Renomado rei do Cajado.<br />Venha tu, Hermes, rumo às palavras não criadas.”<br />O Trabalho de Paris.<br />Aleister Crowley<br />A Magia apolar é a natureza do grau Epsilon, seu poder primário é encontrado no fato de que suas atividades não produzem resultado físico (isto é, crianças) ou resultado astral. Toda atividade sexual polarizada e, num grau menor, toda atividade heterossexual produz produzem um resultado físico (mesmo com contraceptivos) ou astral, este resultado não é encontrado nos trabalhos Epsilon. Estes são geralmente de uma natureza homossexual específica e portanto o campo de energia criado não é de uma forma polarizada e é por natureza extremamente volátil e dinâmica. Os Sacramentos formados são de uso particular em trabalhos Qlipphóticos e interdimensionais. A Lava Negra dos ritos homossexuais é de valor particular para crear intrusões do submundo e formar interações com os Deuses Antigos em tais tradições como aquelas incorporadas no Necronomicon. Enquanto que no Sacramento heterossexual apolar na fase de Lava Negra do Pó Vermelho é conhecido como a Poeira Escurecida e é de uso menor nestes trabalho, mas tem valor específico nos trabalhos com atividades do tipo Maatianas e com trabalhos do tipo Vodu como exemplificado nos ritos mais obscuros de Maat e Hecate.<br />A importância do grau Epsilon é o maior poder inerente no Sacramento formado e no trabalho em si mesmo, tão bem particularmente ilustrado no que veio a ser conhecido como o Trabalho de Paris, que tomou lugar em 1914 entre Aleister Crowley e Victor Neuberg. Neste trabalho o sacramento puro de Lava Negra era usado para assentar uma variedade de forças planetárias que eram usadas como Oráculos para atingir altos níveis proféticos.<br />Fórmulas Epsilon<br />Ao discutir-se a fórmula do grau Epsilon, é importante entender sua natureza dual. Embora também haja um aspecto dual no arcano Gamma, é muito mais pronunciado dentro dos trabalhos Epsilon. Em base, na prática oculta o Sacramento usado dentro do grau Epsilon é alcançado através de atividade tanto homossexual quanto heterossexual, com um foco nas formas divinas apolares.<br />O verdadeiro sacramento criado pela atividade homossexual é a mistura das secreções de dois machos ou duas fêmeas, em ambos os casos o título dado para esta fórmula é de ‘Lava Negra’. Isto não tem significado físico mas refere-se à fórmula dinâmica e Qlipphótica do Sacramento. A respeito de sua forma física real, em muitas tradições é conhecida como a ‘Neve Branca’ em relação à sua fluidez. Estas duas definições devem ser mantidas na mente.<br />A respeito do Sacramento Epsilon heterossexual, conhecido como ‘Pó ou Poeira Negra’, refere-se à sua natureza como o pólo Lava Negra da fase de Pó Vermelho no ciclo do Amrita. Este título pode ter alguma manifestação física por causa de muitos magos usarem o ciclo menstrual da mulher para aumentar a natureza apolar do processo sexual.<br />Eles podem também ser aplicados ao sacramento lésbico da Lava Negra, obviamente, contudo, isto não equivale à versão masculina do Sacramento a respeito de sua forma física, salvo no título de ‘Neve Branca’.<br />Intrusões Qlipphóthicas<br />A natureza volátil do Sacramento Epsilon permite a manifestação de forças de além dos reinos da Árvore da Vida. Estas forças do Universo B manifestam-se numa ampla variedade de campos de energia e portanto podem ser usados para muitos propósitos diferentes. A intrusão Qlipphóthica mais comum é encontrada dentro dos trabalhos do Necronomicon, que opera como um grimório para a manifestação dos Antigos. Esta intrusão é imperativa à vida do mago por operar numa união simbiótica com o processo da invocação da Vontade Mais Alta e criar uma transmutação de consciência no mais alto grau. Um bom exemplo de aspectos deste processo é encontrado no Liber Samekh, é importante entender como estas intrusões são efetuadas através do sacramento Epsilon em qualquer uma de suas formas.<br />A natureza do trabalho Epsilon forma um campo de energia dinâmico que não está limitado tanto quanto a necessidade de manifestação fisica está removida e portanto sua energia pode ser moldada para qualquer resultado requerido. Geralmente, contudo, a natureza volátil do campo criado tem a tendência para criar uma rachadura na consciência que trabalha para formar uma porta entre as regiões frontal e dorsal dos Universos A e B. Esta rachadura pode ser usada para realizar intrusões das várias dimensões na consciência mundana.<br />A Missa do Espelho<br />Um método de realizar essas intrusões é encontrado na ‘Missa do Espelho’. Esta Missa é uma técnica simples usando uma variante do arcano Epsilon para disparar uma intrusão/experiência de um segmento específico da realidade do Universo B. A missa é baseada na colocação de um espelho a uns 10 metros de distância do mago que é o foco central do rito, o mago é estimulado de acordo com a ‘eroto-comatose’ até que intervenha um estado de transe. Não devem ser usadas formas divinas polarizadas.<br />Ao entrar no transe o mago projeta através do espelho, numa realidade alternativa, símbolos já escolhidos. Em muitos casos a forma divina sendo usada manifestar-se-á no espelho durante a experiência. Após o mago tenha completado o trabalho, ele enmtrará num estado de sono profundo, do qual ele não deve ser despertado, sendo que é durante este momento que as energias são regeneradas, preparando-se para a reentrada na experiência do Universo B. Esta Missa pode ser usada por qualquer sexo em qualquer modalidade do arcano Epsilon, embora trabalhos do mesmo sexo tendem a ser mais eficientes com as intrusões Qlipphóthicas avançadas. Os sigilos usados podem vir de uma fonte tradicional, contudo, aqueles descobertos por trabalhos de transe pessoal ou visionarização (scrying) antes do rito são normalmente mais promissores.<br />A Fórmula Anal<br />A fórmula anal a respeito do grau Delta já foi discutida em relação ao seu modo Kundalini no capítulo do mistério da Fênix. Em sus utilização Epsilon deve ser considerada em conjunção ao arcano Delta, mas com uma ênfase diferente. O papel do processo anal nos trabalhos Epsilon é como um órgão não reprodutivo afim à Magia de Urnas. Sua conexão com a Kundalini permite uma estimulação máxima do organismo psíquico enquanto não permite uma manifestação exceto duma maneira pré-programada. A fórmula anal do grau Epsilon portanto é a técnica de intrusão por excelência, pois permite a acumulação de uma grande quantidade de energia volátil, que é posteriormente aumentada através de seu eco pelos chakras e sem qualquer manifestação, permite a total manipulação desta força de acordo as necessidades do mago. Isto também permite uma aplicação de Baixa Magia. Contudo, sendo que essa energia tende a criar uma ‘rachadura entre os mundos’ seu uso é melhor aproveitado nos trabalhos com forças das Qlipphoth e dimensões alternativas.<br />Deve-se notar que estes trabalhos são melhores apenas depois de uma experiência da Vontade Verdadeira e portanto alguma forma de processo ritual afim ao Liber Samekh ou Abramelin deve ser trabalhada antes destas operações.<br />Oráculos<br />Um uso interessante da fórmula Epsilon encontra-se na arte dos Oráculos Proféticos. Em muitos sacerdócios tradicionais o papel do homossexual era aquele de visionário ou profeta (exemplo, Xamãs Siberianos) e portantodentro deste arcano encontra-se a possibilidade de uma profecia extremamente precisa. A técnica verdadeira é muito diferente da Divinação, sendo derivada dos métodos usados no Trabalho de Paris. Este trabalho, realizado por Aleister Crowley e Victor Neuburg em 1914, usou uma técnica homossexual (anal e oral) para criar um portal entre as dimensões e usar os planetas como um sistema de classificação, manifestou revelações proféticas a respeito de eventos futuros bem como comentários filosóficos e outros materiais. A chave para esta fórmula é a total concentração dos magos envolvidos no sigilo ou símbolo sendo usado, a mente estando elevada com invocações e o ato sexual ocorrendo por puro intstinto sem foco consciente. Esta técnica embora difícil, cria a possibilidade de receber vários oráculos e revelações proféticas de uma variedade de dimensões e realidades. Estes oráculos e revelações devem sempre ser checadas contra a revelação preliminar sobre o Aeon (neste Aeon, o Livro da Lei) e contra as regras do bom-senso. Sempre é possível, devido a um pequeno escorregão em algum aspecto da fórmula, manifesta-se uma fórmula corrompida ou fragmentada de pouco valor ou até mesmo perigosa. Embora o procedimento de receber oráculos seja simples quando os estágios de concentração e bilocação instintiva sejam atingidos, a pureza do oráculo é sempre uma questão difícil, apenas por ser totalmente inflamado em invocação pode a interferência consciente ser limitada e apenas checando os oráculos e não permitindo interferência egóica pode o valor real do oráculo ser atribuído.<br />Androginia Oculta<br />“Venha tu, Vênus, Nascida do mar, filha do pai.<br />Escuta tu as canções sedutoras do Pênis, eu oro.<br />Possa a nossa sina não ser ter as bundas fodidas,<br />Mas deixe a buceta sempre em chamas com meu amor.”<br />Trabalho de Paris,<br />Aleister Crowley<br />Uma das chaves emite uma compreensão de que a relação entre os trabalhos Gamma e Epsilon é aquela da Androginia. Em muitas tradições ocultas a ênfase do balanço entre os arquétipos masculino e feminino tem sido clara mas a questão da manifestação física destes arquétipos dentro de tanto um estilo de vida andrógino como na atividade bissexual nunca foi tornado claro.<br />No Novo Aeon a ênfase na androginia é clara, Hórus como o senhor reinante é uma figura andrógina como eram muitas das imagens sagradas nos cultos de magia através dos tempos (exemplo, Baphomet). De acordo, a necessidade de balanço destes dois fatores dentro da psique é uma faceta importante dentro do sistema do Novo Aeon e desde este período o meio desta época é as secreções sexuais. então a sugestão inerente é a deque o mago deve desenvolver uma forma de bissexualidade.<br />Afirmamos uma forma de bissexualidade por causa do cerne da bissexualidade que tende a refletir uma confusão a respeito da imagem sexual mais do que uma habilidade real de usar corretamente as energias sexuais de qualquer sexo. O arcano do tantrismo é baseado no mago sendo capaz de funcionar com qualquer sexo bem como de usar o sexo como uma função sacramental. Por assim dizer, a tradição tântrica do Santuário concebe que todos os atos de cunho sexual para o mago devem ser atos de “Amor sob Vontade” e devem ser realizados desta perspectiva. Um dos processos no desenvolvimento da androginia oculta é a experiência da Vontade Veradadeira e o despertar da força plena do inconsciente. Cada ser humano está apto a funcionar plenamente com ambos os sexos. Esta visão tem sido abundantemente clara de vários princípios da psicologia moderna. Contudo, apenas o mago realmente entende o poder inerente dentro destas potências duais e está apto a usá-las para seu próprio desenvolvimento iniciático.<br />Para muitos a exploração duma sexualidade estranha para a sua própria é matéria de grande dificuldade, entretanto, será descoberto que como o mago desenvolve que, através da tradição tântrica do Santuário, seu impulso sexual aumentará e que um desejo natural surgirá para explorar ambos os pólos de sua natureza. Isto pode ser posteriormente estimulado por fantasias masturbatórias como discutido em capítulos anteriores. Para magos mais velhos este aspecto da Grande Obra pode ainda provar-se um problema, contudo, estudos sobre Reversão dos Sentidos, etc. podem oferecer chaves avançadas para superar esta barreira bem como uma expansão geral dos horizontes.<br />Uma das facetas mais importantes deste arcano está na tentativa inerente de transformar a sexualidade mundana no “Frenesi Orgásmico de Pan”; esta tentativa inerente pode transmutar até mesmo as estruturas mentais mais rebeldes.<br />MAGIA SEXUAL NAS TRADIÇÕES GNÓSTICAS<br />Introdução<br />“Como crianças são aqueles que entram no reino. Quando vocês, como estas pequenas crianças, tirarem suas roupas sem vergonha, quando vocês fizerem dois tornarem-se um, quando vocês fizerem macho e fêmea numa unidade, então vocês entrarão no reino.”<br />Evangelho de Thomás<br />Os mistérios da Magia Sexual não são apenas descobertos no oriente. Se aceitarmos a hipótese de difusão central e localizarmos o ponto de partida dos Mistérios na Tartária, cujos restos são encontrados hoje no deserto de Gobi, então podemos facilmente ver como os mistérios se espalharam nos templos do ocidente como do oriente.<br />O Gnosticismo foi de longe o maior culto tântrico dentro da história ocidental, não podendo ser definido como um movimento pois cobre uma grande variedade de diferentes teorias e práticas muito afins aos vários sectos encontrados dentro do Hinduísmo ou Budismo). Contudo, teorias gerais abraçadas em comum pelas seitas gnósticas e estas formam uma ligação ocidental importante para as nossas modernas tradições tântricas.<br />Remanescentes Tântricos Dentro do Cristianismo<br />Nos trabalhos de John Allegro as origens do cristianismo são, afinal, deixadas nuas. O cristianismo é mostrado como sendo derivado dos cultos antigos de fertilidade do Oriente Médio com uma doutrina primária sendo o uso de ritos sexuais na forma de Eucaristia. Encontramos, num exame, que os deuses centrais, tanto na tradição grega quanto hebraica, Zeus e IHVH derivam de um único e comum termo composto de duas sílabas, IA e U.<br />IA significa sumo e U significa cópula. Portanto, os nomes divinos destas tribos cifram a imagem do “Sumo da Cópula”. Aqui descobrimos uma ligação direta entre a presença de uma força externa ao homem e sua manifestação na Eucaristia do pão e do vinho, símbolos do sêmen e fluidos vaginais.<br />É também interessante considerar os ideais sagrados do cristianismo como restos do ensinamentos gnósticos originais. A Torah, por exemplo, no Judaísmo é a ‘consumação’ da semente do conhecimento, portanto, em termos gnósticos, o Alto Sacerdote é o receptor e intérprete da Semente Sagrada. Isto é ainda mais explícito quando consideramos o mistério sexual do Tabernáculo Sagrado.<br />O Tabernáculo Tântrico<br />O Tabernáculo era o templo sagrado construído pelos povos hebreus durante sua diáspora pelas terras inexploradas. De acordo com vários eruditos sua estrutura tem sido assinalada por uma variedade de interpretações religiosas. Contudo, quando examinamos o tabernáculo alinhado com o sistema gnóstico do Tantrismo surgem interessantes paralelos.<br />O Tabernáculo por todo o Oriente Médio tinha regras específicas e era uniforme, quando examinado mais de perto descobrimos que representa o microcosmo terreno do útero. A construção em si mesma é composta de três segmentos distintos :<br />- A Côrte Externa ou Portal : representa o Véu ou orifício vaginal até o hímem.<br />- O Saguão : representa a própria vagina.<br />- O Santuário dos Santuários (Sanctum Sanctorum) : Que representa o Útero.<br />O Alto Sacerdote do templo vestia robes elaborados cobertos de seivas e resinas, que claramente simbolizavam a potência do falo, além de vestir duas placas que representavam os testículos suspendendo a lança sagrada. Em muitas ocasiões ritualísticas o Alto Sacerdote, sozinho, poderia entrar no Saguão, enquanto que uma vez por ano o Alto Sacerdote entrava no Sanctum Sanctorum por um grande ato de penetração, sendo este cercado por muitos dias de cerimônias religiosas.<br />Ritos de Batismo<br />Batismo por imersão ou asperção marcava a entrada de um iniciado no Culto Tântrico Gnóstico. Nos primeiros sectos tais como os essênios, este ritual era realizado em dois estágios : os batismo de água e o de fogo. Um fino exemplo do ritual de batismo é encontrado no culto a Mithra, onde precedendo o Batismo o iniciado era deitado como fosse um morto enrijecido e o Hierofante o puxava pela mão direita simbolizando sua ressurreição numa nova vida. Seguia-se então o verdadeiro ato de batismo, onde o iniciado era posto num poço, nu, debaixo de uma grade e um touro ou animal similar era sacrificado sobre o poço para que o sangue jorra-se e banha-se o iniciado. A isto associava-se a troca do velho nome para a de um novo nome e um juramento dedicacional.<br />Esta forma de batismo é bem similar ao das tradições gnósticas salvo que seu uso de sangue reflete seu tom militar ao invés das práticas usuais do Gnosticismo.<br />É encontrado nos primevos cultos gnósticos não influenciados pela mensagem militar de Mithra que o batismo era alcançado através do uso de secreções sexuais. Este uso de fluidos sexuais é certamente provado pelos registros de tais grupos como os essênios. Mesmo na versão bíblica do batismo de Jesus encontramos o uso da imagem da pomba, que era especificamente o símbolo de secreções sexuais no culto Essênio.<br />O segundo batismo, o de fogo, era também conhecido como o ‘Rito de Shin’. Dava aos iniciados plena admissão no culto de mistérios e era celebrado po uma ocasião ritual bem como as primeiras experiências do ‘Rito da Câmara Nupcial.’ Seu propósito era marcar a confirmação de um iniciado<br />nos mistérios e sua aceitação na e pela comunidade gnóstica.<br />O Rito da Câmara Nupcial<br />Nas imagens religiosas do novo e velho testamentos a deidade era vista como o patriarca de seu povo. No Apocalipse (Apoc. 21:2, 22:17) a Igreja é vividamente retratada como a noiva de Cristo e na Canção de Salomão do velho testamento, o abraço erótico de Deus e da Igreja é explicitamente descrito. Há muito tempo que já é aceita que a alegoria destes textos é a de que Deus e sua Igreja uniram-se em abraço conjugal.<br />Nos cultos gnósticos acreditava-se que através da união das várias facetas dos Aeons (afins às Sephiroth) Aeons posteriores eram produzidos, estes seguindo até que posteriores Aeons fossem produzidos e por aí vai, ao infinito. De tempos em tempos os gnósticos celebravam o Rito da Câmara Nupcial para reconciliar estas forças Aeônicas, tanto externamente quanto internamente em relação a eles mesmos. O ideal sendo um estado de androginia divina.<br />“O Senhor disse num Mistério ‘se você não fizer os dois tornarem-se um, o macho como a fêmea, o esquerdo como o direito, o que está diante de você como o que está atrás de você e as coisas acima como as que estão abaixo, você não verá o reino’.”<br />O Evangelho de Thomás<br />Na Câmara Nupcial o sacerdote e a sacerdotisa participantes assumem a forma divina do Redentor (Soter) e da Sabedoria (Sophia) de acordo com os ritos antigos, após o qual eles consumam sua união. Seguindo esta congregação faz-se exatamente com igual força a visualização das formas de Soter e Sophia. Acreditava-se que estes ritos manifestavam a Shekinah ou presença do Espírito Santo e transformava os iniciados através de sua união mística com Cristo. Neste contexto o termo ‘Cristo’ refere-se à sua semântica na palavra grega ‘Christós’ que significa a força ungidora, o filho-sol (sun-son) formado pela união do Soter e Sophia. Este rito é, numa forma primitiva, uma celebração religiosa da Missa Gnóstica (Gamaísmo) como ensinada dentro da tradição tântrica do Santuário. Ilustra a continuidade dos Mistérios dentro do ocidente e revela o significado esotérico destes símbolos que tem sido tão distorcidos pelas Igrejas Cristãs Modernas.<br />“Se qualquer pessoa torna-se um filho da Câmara Nupcial, ele receberá luz.<br />Se qualquer pesso não a recebe enquanto neste lugar, ele não a receberá em nenhum outro lugar.”<br />O Evangelho de Filipe<br />Os Eleutérios<br />Os Eleuterianos são um exemplo primal de uma comunidade Gnóstica e Tântrica primeva, conhecida como “Alento do Livre Espírito”, basearam sua filosofia no ideal de que se nós somos realmente santificados e estamos mesmo num estado de ‘Graça’ então estamos além das restrições morais. De acordo, as coisas que podem condenar um ‘homem da carne’ são as mesmas coisas que podem ser usadas sem culpabilidade moral para o ‘Homem do Espírito Livre’. Esta idéia era baseada numa compreensão radical de vários textos do novo testamento, onde o Novo Eu foi tomado como estando além dos confins das restrições morais e legais das leis do velho testamento.<br />“Consequentemente de agora em diante não conhecemos homens de acordo com a carne, mesmo se tivéssemos conhecido Cristo de acordo com a carne, certamente não mais o conhecemos. Consequentemente, se qualquer um está em união com Cristo, ele é uma nova criação, a velha passa ao longe. Olhe ! Novas coisas tomaram existência.”<br />2 Conríntios 5:16,17<br />“De tal liberdade Cristo nos vê livres. Ainda assim fique alerta e não se deixe confinar novamente numa escravatura opressiva.”<br />Galations, 5:1<br />Ampliando esta filsofia, o Alento do Espírito Livre, mais tarde conhecido como a Intelligentiae Homines (Pessoas com gnosis), desenvolveu sistemas de misticismo sexual usando técnicas afins ao Karezza. Estas eram usadas induzir estados de êxtase bem como revelações e visões. O serviço da Igreja era feito nu e os sacramentos das secreções sexuais eram usados bem como uma imensa variedade de técnicas sexuais usando códigos bíblicos como cifras. Por exemplo, o Karezza era conhecido como o ‘Rito do Fluxo Ascendente do Jordão’. Este culto gnóstico em especial sobreviveu muitos séculos, em 1516 Hieronymus Bosch, o famoso pintor, era um membro de um grupo derivado do Alento e historiadores modernos até descobriram ligações entre eles e os primeiros Anabatistas.<br />O Mistério de Shin<br />Ao examinarmos a história do Tantrismo Gnóstico, a questão de sua relação à Magia Sexual moderna pode surgir. Para entender esta relação devemos examinar o Mistério de Shin em relação às práticas Gnósticas e Tântricas. O movimento moderno em direção à realização da Gnosis na Magia Sexual pode ser dividida em três movimentos distintos, cada um relacionado a um aspecto do Fogo do Triplo Shin ou Shekinah.<br />O Fogo do Corpo<br />Este fogo é encontrado nas técnicas físicas da Magia Sexual que oferecem ao mago a habilidade de aprender e usar o organismo físico com seus fluxos e refluxos para atingir crescimento espiritual.<br />O Fogo do Espírito<br />Este Fogo é a essência dos Mistérios, compreendendo a matriz astral da Astrum Argum que engloba a corrente de Thelema (93) e a de Maat (896) para guiar aqueles que buscam o estado de Humano Superior.<br />O Fogo da Alma<br />O fogo é o personagem ou forma. É forma pela influência conjunta dos fogos opostos do corpo e do espírito e tem uma grande variedade de aplicações. É pessoalmente adaptado pelo indivíduo de acordo com a personalidade, cultura e período de tempo. Como foi escrito sobre uma porta de um templo budista no Ceilão : “Para cada cem monges, há cem religiões.” Assim também é o fogo da alma, que se amolda numa variedade de fórmulas e personagens.<br />Estas possibilidades ilustram como a mensagem do Novo Aeon é com certeza uma mensagem para todos, podendo ser adaptada a uma amplitude enorme de almas e culturas, enquanto é sustentada a pureza da mensagem. O fogo de Shin é um símbolo da corrente que está varrendo a civilização e irá, em seus vários aspectos, transformar e transmutar aqueles que estão prontos, no próximo estágio de desenvolvimento pós-humano, o Humano Superior.<br />O TAROT SEXUAL<br />Introdução<br />A magia sexual é inerente às vinte e duas imagens dos arcanos maiores do Tarot Egípcio (O Livro de Thoth). Sendo que o Tarot teve suas origens muito além da base ideológica do Antigo Egito e muito provavelmente nas areias da Suméria, a verossimilhança de um Tantra secreto dentro de suas imagens é muito forte.<br />Quando consideramos que um dos nomes do Tarot é Rota ou roda, entramos em contato diretamente com o conceito do circuito psico-sexual descrito anteriormente. Já discutimos o uso prático dos Caminhos na Magia Sexual. Aqui objetivamos primariamente examinar o simbolismo sexual inato de cada arcano e deixamos a aplicação prática para o mago. Um conhecimento prévio do Tarot de Thoth deve ser sugerido para que se possa apreciar plenamente os detalhes dados a respeito de cada carta. Mantendo cada carta em vista ao estudar este capítulo também seria de grande ajuda.<br />O Simbolismo Tântrico<br />Ao examinarmos os glifos dos vinte e dois arcanos maiores, descobrimos que cada um contém um tipo específico, por assim dizer, cada um focaliza um imagem específica (normalmente humana) que pode ser relacionada a fenômenos estritamente biológicos. Não queremos dizer que a interpretação deva ser baseada no físico, mas sugerimos que dentro de cada arcano está um glifo secreto delineando o processo físico pelo qual um estado alterado de consciência, em relação direta com a imagem contida no arcano, pode ser disparado. Numa certa extensão eles são precedidos pelas letras hebraicas que, por meio do simbolismo, sugerem uma inferência sexual para cada arcano. Por exemplo, a chave da Torre é atribuída a Peh, cuja imagem é a boca, a relação simbólica da Torre fálica e da boca precedem a imagem sexual da carta, que é, em parte, uma fórmula de sexo oral.<br />Os Arcanos da Magia Sexual<br />O Espermatozoon<br />O louco, criança do Espermatozoon representa o que é entendido como o Duende ou pequeno Eu. Este diminuto eu é projetado para fora da consciência usando técnicas Alfa ou Beta e realiza as tarefas ordenadas pelo mago. Pode ser usado para explorar dimensões alternativas e realizar atos de feitiçaria. É um estágio mais evoluído do que o Espermatozoon sugerido no arcano do Ermitão pois não é uma simples projeção da psique treinada mas um aspecto parcial da Vontade Verdadeira colocado em ação.<br />A letra Aleph retorna a essa atribuição pois simboliza uma criança ou arado, a criança sendo uma imagem do Duende ou pequeno eu e o arado representando o pequeno eu sendo uma ferramenta da Vontade Verdadeira, cultivando os campos da eternidade. Sua cor é de um branco iluminado (em Atziluth, Briah e Yetzirah) refletindo a alegoria do sêmen.<br />O Andrógino<br />O Andrógino é o Senhor da Casa de Deus, seu reflexo mais baixo encontra-se na bissexualidade do diabo, enquanto que o Andrógino representa a integração perfeita das várias modalidades da sexualidade humana. O número atribuído é dois, refletindo a dualidade do Andrógino que manifesta sua androginia na expressão sexual com ambos os sexos. Isto também pode ser visto na imagem da Casa de Deus com suas portas frontal e dorsal. Os quatro elementos que o Andrógino usa são as facetas de seu próprio organismo : a vareta Fálica, o cálice Anal/Vaginal, a espada do Intelecto e o corpo inteiro como um Pantáculo. As associações mercuriais relacionam o Andrógino ao Néctar Frio da Deusa e a paixão do Capricórnio, bem como as outras atribuições relativas às secreções Sattva.<br />A Sacerdotisa<br />A Sacerdotisa é o Camelo que cruza o Abismo, na simbologia cabalística. Na magia sexual o camelo é entendido como o armazenador dos fluidos sacros, que os coleta e os mantém por um período e então os expele. A conexão lunar enfatiza a associação deste arcano com os Kalas. Portanto este arcano é o símbolo da Yoni por excelência.<br />Amor Sob Vontade<br />Amor sob Vontade juntará a força fálica de Chokmah/Therion e a força vaginal de Binah/Babalon. Independentemente do incômodo da orientação física e sexual a atribuição da porta ou portal (Daleth) ilustra a chave física da fórmula, congresso sexual usando formas divinas polarizadas. O número quatro sugere, mais uma vez, o balanço da fórmula dentro deste arcano e seu poder de manifestar-se nos quatro mundos (quatro, tettragrammaton, esfinge, etc.)<br />Identidade : Estrela<br />A identidade Estrela sugere o fluxo de Amrita em sua pureza. Seu reflexo sendo encontrado nas correntes do arcano da Arte. A Identidade Estrela exibe os mais altos fluxos de Kalas cósmicos comibnados como na Arte, mas totalmente transformados pela força inata da vontade humana. Sua chave astrológica é o signo Aquário, o fluxo de Kalas numa base macrocósmica que é manifesta nas secreções corporais, que no alfabeto hebraico (letra He) é simbolizado como a Janela do organismo físico (masculino ou feminino). Isto também sugere as possibilidades interdimensionais de fórmula sexual, abrindo uma janela para outras dimensões através de secreções Kalas programadas.<br />Papéis Sexuais<br />Papéis Sexuais é o título do arcano tântrico do Hierofante, onde temos a imagem de balanço sexual como sugerido no andrógino manifesto da personalidade dual como ilustrado neste arcano. O símbolo hebreu do Prego (Vau) sugere o poder fálico do masculino destes papéis mas é contrabalanceado pelo fato de que Vau é seis e sugere o balanço masculino e feminino do Hexagrama. A ênfase astrológica sugere não o balanço de alto e baixo do Andrógino mas a presença deste balanço na vasilha da terra.<br />União<br />União é a chave do balanço dos aspectos da sexualidade, interna e externamente. É atribuída a Gemini, os gêmeos, e portanto enfatiza a dualidade em seus trabalhos. Por assim dizer, o uso externo de técnicas sexuais trazendo mudanças internas de consciência. Gêmeos é governado por Mercúrio e portanto vemos que a natureza desta carta é transicional, trazendo a união permanente da dualidade no Magus ou Andrógino de Mercúrio. A imagem associada com a letra hebraica é a Espada, que combina o poder fálico da lâmina com a força feminina da bainha. Mesmo dentro da letra em si, Z-aiyn, vemos a polaridade de Z ou S como a serpente e Ain o vazio do útero cósmico.<br />Paixão<br />Paixão é a chave para a Grande Obra, representando a prática das artes tântricas e ocultas que usam o corpo instintivo como um veículo ou carruagem (mercabah) pela qual a Verdadeira Vontade experiencia o Universo. A letra hebraica desta chave é Chet, que, quando totalmente numerada chega a 418, o número da Grande Obra. Seus símbolos são o cercado e a cercania que representa a necessidade de estrutura e controle sobre os veículos mais grossos, enquanto Câncer sugere o balanço intrincado que demanda seu processo de controle. Como se notará da imagem da chave da Paixão, os quatro animais da esfinge, os poderes da paixão não são controlados por cordas externas mas pelo poder da Verdadeira Vontade.<br />Ajuste<br />O arcano do Ajuste representa o processo de ajuste das facetas de nossa experiência sexual para que estejam sintonizadas com os fluxos das correntes aeonicas prevalecentes. A chave é assinalada a Libra, governado por Vênus e com Saturno exaltado. Isto nos dá a chave para interpretar este arcano, Vênus, as energias da paixão são transformadas através do ajuste de acordo às técnicas de magia sexual em uma forma de Libra balanceado, que é levado a Nuit, sendo um de seus guias Saturno ou Babalon. Como será notado esconde-se sob a imagem de Saturno ou Babalon, também, o glifo de Set.<br />Semente Solitária<br />A Semente Solitária ou Ermitão é a fase do Louco divino do Espermatozoon, sendo atribuída a Yod, a Mão e portanto sugere a fórmula Alfa, ativando toda Árvore da Vida (Yod=10) através da técnica de controle de imagens. Na mão o Mestre da Semente Solitária é a lanterna, contendo em si o fogo primal do instinto sexual através do qual o Mestre adquire seu poder. Sua atribuição a Virgo sugere perfeccionismo requerido para o Ermitão ganhar seu prezado status, enquanto seu governante e signo de exaltação sendo Mercúrio, a pureza do elixir ganho desta atividade sendo também sugerida (isto é, Mercúrio, Sattva, Néctar Frio) bem como o conhecimento ganho através do recolhimento e estudo.<br />A Palma<br />A palma (Kaph) expande o uso da mão do ermitão. Através da palma da mão o Mago está apto para realizar mudanças no mundo (Roda da Fortuna) através do uso de controle onírico e moldar a realidade (arcano Beta), ilustrados na carta estão as três formas de Gunas que simbolizam a classificação tripla de Kalas e do Sacramento. O arcano é atribuído a Júpiter e portnato sugere a via destas técnicas para que o mago possa dominar as sete sephiroth abaixo das supernais e até mesmo tornar-se o Demiurgo, mas apenas se dissolver as facetas desbalanceadas da personalidade ele poderá cruzar o Abismo. Dentro desta mensagem está o aviso de que um mago usando técnicas Alfa/Beta solitariamente pode tender a auto-obsessão e egoísmo a menos que trabalhos mais altos como Gamaísmo e Epsilonismo sejam usados. Esta é nossa experiência também.<br />Luxúria<br />A carta da Luxúria explica o fogo instintivo que o mago usa. Relacionado diretamente à chave da Corrente (Shin) mas é diferenciada pelo fato de que naquela ela é formulada internamente, enquanto a corrente é tanto uma micro e uma macro manifestações. É atribuído à letra Teth, cuja imagem é a cobra, que relaciona sua força básica até à da Kundalini. A atribuição astrológica de Leo é importante pois simboliza Sekhmet, a Deusa do Calor Instintivo. Portanto, chegamos a entender que a Luxúria é uma combinação de força instintiva e energias da Kundalini controladas pela Vontade sob a guia da corrente aeonica. De alguma forma, a Luxúria poderia ser vista como o mais baixo dos Yod triplos ou Shindentro da chave da corrente do Novo Aeon.<br />Ressurgência Atávica<br />Esta chave representa o uso de técnicas sexuais para mergulhar no inconsciente. A letra Mem associada a esta carta está relacionada ao conceito de sangue e sugere que a exploração do incosciente é difícil e dolorosa e envolve trazer à tona velhas programações mentais para investigação. Portanto, o Enforcado está pendurado sobre a água ainda que muito de seu corpo não esteja afundado nela. A letra hebraica Mem é também uma letra mãe, sugerindo a gravidez pela qual o inconsciente existe, os grandes montes de poder que estão contidos dentro de suas formas e ao qual pode ser dada a luz através da Magia Sexual. As crianças desta união são dissolvidas, exterminadas ou deixadas crescer dependendo de sua utilidade, a imagem das crianças aqui, é claro, relacionando-se aos programas inconscientes e quão difícil pode ser destruí-los e ainda, em muitos casos, as programações são como parasitas drenando nossa força vital a partir da superfície.<br />Orgasmo<br />Sexo e morte têm sido sempre inter-relacionadas, em Aeons passados experienciamos o sexo através da via de ideal sacrificável para, estando o sexo sob uma capa de pecado. A morte no Novo Aeon é experienciada através do sexo para que a paixão absorva todo medo e nos trasnforme em veículos sexuais vivos. A atribuição de Escorpião sugere a fórmula do Orgasmo, é a serpente Kundalini, mas pronta para dar o bote, sendo esta mordida letal para o não iniciado e iluminadora para as crianças das Estrelas. Escorpião é governado por Marte, que é o aspecto marcial de Hórus, o Senhor do Aeon. Marte destrói o não iniciado através da guerra e sanguinolência e salva o mago através da paixão e secreções sexuais. As imagens associadas com a letra hebraica Nun são o peixe e a água, portanto sugerindo a relação entre Ojas e os fluidos sexuais, sendo a chave para sua correta utilização a programação do Orgasmo com o poder da Verdadeira Vontade.<br />Transmutação<br />A Chave da Transmutação relata a preparação do Sacramento, onde sua pureza final é alcançada na Estrela. Neste arcano encontramos a Flecha de Sagitário penetrando o Arco-Íris que é formado pelos últimos três caminhos da Árvore da Vida (conhecidos como Qesteth). Este simbolismo sugere o congresso usado e o Amrita coletado “no começo e no fim do arco-íris”.<br />Na carta vemos a mistura das secreções, sua união no caldeirão (que pode simbolizar uma Yoni ou uma ferramenta separada como o Cálice) e seu poder resultante que é simbolizado pela figura andrógina unindo-as. O andrógino atingiu este estado através do uso da Estrela, cujos primeiros estágios são encontrados na chave da Transmutação (Magus formado pela Estrela, cujas origens são a Arte.)<br />Bissexualidade<br />Aqui temos o reflexo mais baixo do andrógino, o Mago Bissexual, as forças da sexualidade dual têm sido estimuladas mas ainda estão sendo refinadas. Portanto sua dualidade é ilusória. Por trás destas imagens estão a perfeição do Eu, o Olho ou Ayinque existe em Ain. O verdadeiro mago é andrógino e usa ambas experiências sexuais com naturalidade como expressões da Vontade Verdadeira. O diabo é uma expressão da crença de que a androginia é composta de funções duais, separadas uma pela outra como na bissexualidade. Esta ilusão só é rasgada quando o mago passa pelo diabo e vai para Ain.<br />Kundalini<br />A Torre/Falo é a Kundalini como descrita nos textos hindus, ligada ao Sahasrara através do canal Sushumna na espinha. Este sendo estimulado através do uso de técnicas masturbatórias como visto na Semente Solitária e na Palma e pela fórmula oral como visto em Pe, cuja imagem é a boca. Inerente ao arcano da Kundalini é o pleno despertar da Kundalini que explode a consciência para uma fase mais alta. Neste entendimento a boca pode também referir-se à coleta de Amrita através da sexo oral a partir do centro da Kundalini manifestando-se nas genitálias durante o despertar da Kundalini. Isto pode ser aplicado para qualquer sexo pois a Torre é inerente ao Sushumna ao invés de ser apenas um apêndice masculino.<br />Sublimação<br />O assunto da Sublimação está atracado ao arcano do Imperador. O Imperador liga Netzach a Yesod e representa o uso controlado da paixão e da luxúria alinhadas com a Vontade Verdadeira. Portanto, a imagem relacionada é o Anzol, isto é, o gancho da paixão que fisga o adormecido. Deve-se lidar com as energias sexuais de uma maneira ou de outra, elas podem ser sublimadas e usadas internamente como detalhado no arcano Delta ou usadas em ritos de magia sexual. Em qualquer caso sua força deve ser reconquistada e usada com cuidado. Na feitiçaria sexual moderna é entendido que a sublimação pura ou uso constante não são as respostas, um sistema cuidadosamente balanceado de magia sexual pessoal baseado no uso de todo o espectro de práticas é o melhor e mais bem sucedido caminho para a iluminação.<br />Yoni<br />A Yoni já foi glifada na Alta Sacerdotisa, esta manifestação, entretanto, é mais de Babalon, a imagem sexual de Yoni ao invés da espiritual. Aqui temos a imagem de Qoph, a nuca, onde os impulsos sexuais se originam e a Yoni, onde eles se manifestam. Deve ser compreendido que neste contexto a Yoni refere-se ao ssexo feminino, contudo, suas forças também se manifestam no macho, na região Kanda. Este é um espaço triangular acima da púbis.<br />Falo<br />O Falo foi glifado no Andrógino, onde é visto seu papel na consciência unificada. Aqui temos o poder fálico em seu papel sexual ilustrado originando-se nos veios frontais e manifestando-se no falo. na fêmea é o clítoris.<br />Corrente<br />A Corrente é encontrada no poder triplo de Shin, seu símbolo é o fogo divino, a intoxicação do instinto como englobado no impulso evolutivo. É o fogo triplo que reúne o corpo, alma e Vontade e encapsula a corrente no organismo transformado, personagem e Vontade do Humano Superior.<br />O Corpo<br />O arcano final é onde tudo está embasado, o organismo físico cuja imagem é o Tau, a cruz de Set. A cruz ou Falo de Set ilustra a extensão de Ain na mais material das realidades e ainda, ao mesmo tempo, permanecendo inerentemente puro e capaz de ascender aos limites da matéria para readquirir seu status espiritual.<br />Ath<br />O ciclo está completo.<br />De Aleph a Tau como entendido nos Mistérios da tradição tântrica do Santuário, o circuito psico-sexual como manifesto nos vinte e dois sigilos. Se reunirmos as letras Aleph e Tau, o resultado é Aeth ou Essência, a Verdadeira Vontade e essência sexual, os Kalas. Seria até mesmo correto dizer que a manifestação corpórea ou emissário da Vontade Verdadeira é a força dos Kalas ou Ojas, pois através de seu uso podemos viajar de volta àquele rio de instinto e paixão e experienciar novamente a essência primal em sua fonte.<br />Para completar este capítulo, oferecemos a seguinte Tabela de Interpretação Tântrica do Santuário dos Vinte e Dois Arcanos do Tarot.<br />TANTRISMO DO TAROT<br />Tantra Interpretação Tarot<br />Espermatozoon Eu Anão, Pequeno Eu Louco<br />Andrógino Mestre Andrógino Magus<br />Sacerdotisa A Yoni Sacerdotisa<br />Amor sob Vontade Polaridade e Cópula Emperatriz<br />Identidade : Estrela Amrita Puro, Vontade Verdadeira Estrela<br />Papéis Sexuais Equilíbrio dos Papéis Sexuais Hierofante<br />União Equilíbrio da Sexualidade Amantes<br />Paixão Controle dos Institntos Carro<br />Ajuste Alinhamento com a Vontade Verdadeira Ajuste<br />Semente Solitária Arcano Alfa Ermitão<br />Palma Arcano Beta Roda<br />Luxúria Instinto e Kundalini Luxúria<br />Atavismo Exploração do Inconsciente Enforcado<br />Orgasmo Eros como Iniciador Morte<br />Trasnmutação Sacramento Sexual Arte<br />Bissexualidade Ilusão da Dualidade Diabo<br />Kundalini Kundalini Torre<br />Sublimação Uso Correto do Sexo Emperador<br />Yoni Corrente Lunar Lua<br />Falo Corrente Solar Sol<br />Corrente Fogo do Aeon, Humano Superior Aeon<br />Corpo Organismo Físico Universo<br />Ath Aleph + Tau Essência<br />INICIAÇÃO A THANATOS<br />Introdução<br />Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali. De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de atividade.<br />Tara Poder de Creação<br />Sodasi Materialização do Desejo<br />Bhairavi Infinidade de Formas<br />Bhuvanesvari Forças Materiais<br />Chinnamasta Distribuição da Força de Vida<br />Dhumabati Forças da Paixão<br />Bagala Destruidor do Desequilíbrio<br />Matangi Dominação<br />Kamala Unidade<br />Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas.<br />Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita.<br />Uma Descrição de Kali<br />O termo Kali vem do radical ‘Kal’ que significa ‘impelir’. Kali é a Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que ‘Osíris é um Deus Negro’ e o neófito fica face a face com Set, o Senhor Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano Superior.<br />Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro ‘Caminho Tântrico’ (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e Hudson, 1977.<br />“Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento.<br />“Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência desintegradora, Kali é representada em preto ‘pois todas cores desaparecem no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem’ (Thanirvana Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela é descrita como ‘digambar’, trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade, uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado, ‘Clokeshi’, forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério. Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos, símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de existência conduzindo para Tamas, inércia.<br />Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada, indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado, primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não dualidade.”<br />Iniciação a Thanatos<br />Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali.<br />Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma de trabalho.<br />Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte, como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem ser superadas.<br />A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese. Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de “cruzar o Abismo”.<br />Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e tantrismo.<br />O Solo de Cremação<br />O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual torna-se um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas.<br />As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio, terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste processo de ‘cruzar o Abismo’ é que é possível a total manifestação da consciência do Humano Superior.<br />A Sombra<br />“ O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da qual se alimenta e a base na qual se sustenta.<br />“Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro passo em direção à individualidade.”<br />A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),<br />de Edward C. Whitmont<br />O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes conhecida como o “Habitante da Entrada”. Esta força de crise leva-nos a nos ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado.<br />Kali como Matriz Iniciática<br />Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva.<br />Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano Superior através da total visão da realidade.<br />Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 :<br />Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como fome,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como energia,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />DOCUMENTOS<br />DE FONTES<br />TÂNTRICAS<br />DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS<br />Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion).<br />Introdução<br />“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.<br />O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal.<br />SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS<br />DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS<br />Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz.<br />Sob o selo de obrigação do VIII.<br />Sobre a Castidade<br />Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos...<br />‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.’<br />Romanos VI : 12 e 13, 19-22<br />Considere também estas passagens do Velho Testamento :<br />‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.’<br />Isaías VIII : 1-4<br />‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.’<br />Oséias I : 2 e 3<br />‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.’<br />Oséias III : 1-3<br />O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual.<br />O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e ‘castidade’ como abstinência.<br />A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini.<br />Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.<br />Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya.<br />Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.<br />UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA<br />Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna.<br />O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.<br />As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus” foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.<br />No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.<br />Sobre os Ritos de Sangue<br />Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia.<br />Considere isto.<br />Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã.<br />O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã.<br />Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia<br />Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet.<br />Considere isto.<br />Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de ‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básicos !<br />Sobre a Missa Negra<br />Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão frequentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamenteal era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sansões que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis.Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.<br />Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.<br />A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.<br />Do Sabbath dos Adeptos<br />Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto.<br />O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.<br />Sobre Fábulas Clássicas<br />Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís. Considere isto.<br />A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.<br />Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika.<br />Sobre Certos Ritos Gregos<br />Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição. Considere isto.<br />Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a ‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.<br />Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos.<br />Sobre Súcubos e Íncubos<br />De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade. Considere isto.<br />As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas.<br />Sobre o Trabalho dos Adeptos<br />Não é apenasuma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ...<br />1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti !<br />“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”<br />2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem.<br />3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.<br />Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é creada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é creado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.<br />A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a creação de novas ordens de seres.<br />Casamentos Maiores<br />1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV.<br />2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico chamado Bagh I Muattar.<br />Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação.<br />No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres.<br />Casamentos Menores<br />Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.<br />1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor.<br />2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima.<br />3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um.<br />4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques.<br />Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.<br />Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.<br />Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo.<br />Sobre o Novo Santo Reino<br />Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse : ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses...’<br />Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação.<br />O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.<br />Sobre a Danação<br />Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade.<br />“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”<br />Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.<br />Uma reprovação<br />Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.<br />Shiva Sanhita<br />Hatha Yoga Pradipika<br />Kama Sutra<br />Anaga Ranga<br />O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi<br />e muitos outros.<br />Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo.<br />Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são :<br />O Sol<br />O Falo Sagrado<br />O Grande Selo de Babalon<br />A Estéla da Revelação<br />O Grande Selo da OTO<br />O Grande Selo de Baphomet<br />A Imagem de Babalon<br />O Olho com o Triângulo<br />A Rosa Cruz<br />As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos<br />A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme Hum’<br />A Figura de Ísis com Hórus<br />O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.<br />Talismãs apropriados para a questão.<br />Uma chama viva<br />Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.<br />Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las.<br />Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).<br />A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima.<br />Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.<br />Sobre a Dissimulação desta Instrução<br />Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO.<br />Apêndice<br />Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem.<br />Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24.<br />Conclusão<br />O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’ foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.<br />DE ART MAGICA<br />DE ARS MAGICA<br />SOBRE A ARTE MÁGICA<br />Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.<br />Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta<br />Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMN.<br />Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :<br />Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou<br />Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.<br />Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.<br />“É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com sangue e água, desepero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava perdido.”<br />Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra perdida.<br />Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a perseguirem.<br />No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De Art Magica.<br />O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada seção está claramente em letra normal.<br />Sobre Ararat<br />O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.<br />Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se “Que o adepto esteja armado com sua vara mágika e munido de sua rosa mística.”, o capítulo sessenta e nove do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.<br />Sobre a Importância do Segredo<br />Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.<br />A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade, consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual. Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.<br />Sobre a Mente do Adepto<br />Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.<br />Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia Sexual. Leia e aplique.<br />Sobre Momentos e Estações<br />Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado frequentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”<br />Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.<br />Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa que é necessário notar é que “por extrema violência à natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente “, isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual, mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e refluxos corretos dentro e fora do organismo.<br />Sobre Estados Corporais<br />Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, revificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.<br />Sem comentários necessários.<br />Sobre Operações desta Arte, sejam elas indivduais ou múltiplas<br />Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezessseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.<br />A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito. Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta em ação.<br />Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito<br />Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.<br />A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado, como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X. Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego. Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora não sendo o que esperava seu ego consciente !<br />Sobre a Teoria desta Mágika Arte<br />A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito “com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.<br />Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto, que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna ou a “Órbita Mágika Pessoal da Estrela”.<br />Sobre o Curso da Lua e sua Influência<br />Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.<br />A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca, que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação pessoal.<br />Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não<br />Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.<br />Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14). Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor “voltagem” e de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura podem facilmente superar limitações físicas.<br />Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau<br />É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião. Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.<br />Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas. Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções “em núpcias do povo da terra”, isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL refere-se ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande aplicação nos trabalhos Epsilon.<br />Sobre a Escolha de Um Assistente<br />A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.<br />“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”<br />Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.<br />“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”<br />E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão :<br />“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada.”<br />A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que sendo a consciência o “olho” do inconsciente, a intuição espontânea é o melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante, em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a) Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais Maatianos.<br />Sobre Certas Teorias Judaicas<br />Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas .....<br />Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.<br />Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.<br />O propósito deve ser somente o de procriação.<br />A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.<br />Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na eroto-comatose.”<br />Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é “sob vontade concentrada” pois sem vontade estas criações podem drenar o criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor conjugal (‘emprestada’ dos antigos egípcios) são instruções excelentes a respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser mudado para real “todos os atos devem estar somente sob a vontade do mago e entendido como tendo existência separada.” A existência separada refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2 acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico em si mesmo.<br />Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio<br />É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.<br />Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae’ e ‘De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus’ - e encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.<br />E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.<br />A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de “verter toda a vida no Cálice de Babalon”, ambos parceiros devem dedicar-se integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido, portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relaciona-se à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos mundanos encontrados em todas as espécies humanas.<br />Sobre a Lucidez na Eroto-comatose<br />O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :<br />Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.<br />B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível - ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito “Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”<br />Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar o que poderia ser chamado de “Sonho Controlado”. Esta ocorrência, portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado resultante de consciência é afim ao da “Postura da Morte” de Austin O. Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de muitas tradições.<br />Sobre Certas Teorias Hindus<br />como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.<br />Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno, complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de acordo.<br />Sobre um Curso de Experimento Sugerido<br />Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.<br />Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).<br />Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).<br />Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X).<br />[Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)<br />Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)<br />Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.<br />Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.<br />Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.<br />A fundação de uma abadia da OTO.<br />O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.<br />Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.<br />Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.<br />Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior, logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.<br />A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG, enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base regular.<br />Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da OTO<br />Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.<br />A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última afirmação do segundo parágrafo “Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra.” Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.<br />Sobre o Adepto desta Arte<br />Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.<br />Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.<br />Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Sobre o Léxico da O.T.O.<br />Lembre-se destes tesouros a serem preservados :<br />O Segredo do IX.<br />O Segredo do VIII.<br />A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.<br />O Segredo do VII.<br />Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.<br />O Segredo do VI.<br />A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.<br />O Segredo do V.<br />O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Do what thou wilt.”<br />6. Os Segredos dos Graus Menores.<br />Ex Nihil, Nihil Fiat.<br />O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.<br />Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados como :<br />Os trabalhos do Gamaísmo.<br />A Filosofia do Betaísmo.<br />Os métodos de treino do Alfaísmo.<br />A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.<br />O Mistério da Vontade Verdadeira.<br />Os Segredos da Feitiçaria Geral.<br />Os Símbolos Sagrados.<br />Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua pureza.<br />Despedida<br />Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre e mais querido irmão.<br />Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.<br />Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.<br />Neste Dia de Júpiter. An X.<br />Sol in 0º Libra 35 21<br />Lua em Sagitário 28 6<br />Vale de Londres<br />Conclusões<br />Ao se estudar um documento como ‘De Art Magica’, o contexto é excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.<br />Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física. Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.<br />Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia Sexual.<br />Ganesha, 1991<br />LIBER HHH<br />O LIVRO DAS TRÊS MÃES.<br />SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT<br />CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.<br />SEÇÃO AAA.<br />“............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança.”<br />Liber Lapidid Lazuli VII : III<br />0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do Buddha moribundo.<br />1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte, aplicando-os a ti.<br />(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas de dissecação.)<br />2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.<br />Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho e funeral.<br />3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.<br />4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.<br />5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.<br />6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.<br />7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a restauração da circulação.<br />8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.<br />9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado no oeste.<br />10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos disso.<br />11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma coisa pavorosa além de toda a compreensão.<br />E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.<br />12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto será e estridente.<br />13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao rugido de um leão.<br />14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris sobre seu trono.<br />15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus renascido, como foi dado a ti por teu superior.<br />16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser aperfeiçoado em ti.<br />17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus, IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.<br />Comentário<br />O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então, adicionando a três e a quatro e por aí vai.<br />É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.<br />O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.<br />O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley<br />Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente, até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor de partilhar dos Mistérios Maiores.<br />Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.<br />Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário, seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor, inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazer-me pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a que eu suceda.<br />No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder está escrito :<br />“Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal.<br />Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do mundo da Irmandade do homem.”<br />Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível. Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma oportunidade.<br />Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.<br />Na natureza não há nada ‘a priori’ impossível a menos que seja, em termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra mudança.<br />Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais. Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se, dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente interfira.<br />Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.<br />Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.<br />Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.<br />É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes, Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.<br />Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam, e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.<br />Há portanto dois problemas a serem resolvidos.<br />Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e<br />Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não colocando empecilho aos órgãos.<br />Esta substância é conhecida.<br />Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos. Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que “O Sol é seu Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora.” Todo mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive em sua morte. Eliphas Levi a chamou de “Eletricidade Magnetizada.” Na Bíblia é perguntada concernindo “O que é mais doce que mel e mais forte que um leão ?”. É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.<br />Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar a melhor solução é o mais sábio homem da terra.<br />Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à vontade do homem. Diga a ela ‘Traga dinheiro’ e ela obedece, peça para curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.<br />Tão grandes são as potencialidades desta substância que o conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o Elixir da Vida, mas também da Morte.<br />O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.<br />É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos em casos de urgência.<br />Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência. E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu já vi foi no caso de uma garota de 20.<br />Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí se tem a melhor “razão de emergência” já descoberta.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-87100247823657467802009-03-30T01:17:00.002-03:002009-03-30T01:32:34.504-03:00Manual Prático de Magia SexualRetirado do Website † Gothic Sanctuary †<a href="http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/">http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/</a><a href="http://www.gothic-sanctuary.tk/">http://www.gothic-sanctuary.tk/</a>e-mail: <a href="mailto:gothic_sanct@yahoo.com.br">gothic_sanct@yahoo.com.br</a>† By Darkness Queen †Reprodução não só permitida como também incentivada!<br />Manual Prático de Magia Sexual<br /><br />Capítulo 1<br />O UNIVERSO TÂNTRICO<br />Introdução<br />Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.<br />As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual<br />Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa "a via") é a mais das religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como "Tantras" e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna, ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam, sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.<br />As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual<br />Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus. Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma forma ocidental de Tantra. Este 'tantrismo' tinha ritos iniciáticos e práticas adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C. e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.<br />Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas pelas derivações modernas da GD.<br />A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção todos os segredos da Livre Maçonaria.<br />Feitiçaria Sexual no Novo Aeon<br />Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental. Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas. Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).<br />A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens, acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon de Hórus.<br />"Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o salvará.Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o destruirá."<br />O evangelho gnóstico de Tomé.<br />"...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea."<br />O evangelho de acordo com Egyptiana.<br />Os Cinco M da Feitiçaria Sexual<br />A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez, sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara, um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês 'Right Hand Path', que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) 'Left Hand Path'. A razão por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda implicava num rito sexual.<br />Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual. Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não apenas rito sexual.<br />O Primeiro M : Madya Sadhana<br />A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.<br />O Segundo M : Mamsa Sadhana<br />A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como 'carne', pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente (por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como 'fala', então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática dentro de um contexto ritual.<br />A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada (normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.<br />O Terceiro M : Matsya Sadhana<br />O terceiro M tende a ser traduzido como 'peixe' e é usado da mesma maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal. Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.<br />O Quarto M : Mudra Sadhana<br />Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou Mudras Corporais.<br />O Quinto M : Maithuna Sadhana<br />O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e 'temporariamente fecha-se o sistema'. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.<br />A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M, Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte classificação dos Sub Sadhana.<br />Sub Sadhanas no Maithuna<br />Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.<br />Mamsa Sadhana-FelaçãoMataya Sadhana-CunilínguaMudra Sadhana-Posturas SexuaisMaethuna Sadhana-Comunhão sexual (congrex)Feitiçaria Sexual : Um Esquema<br />A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo, descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.<br />A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.<br />Alphaísmo (Alfa) - Magia Sexual Solitária<br />Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.<br />Betaísmo (Beta) - Magia Sexual Solitária<br />Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de características internas através da ciência de projeção extracorpórea.<br />Gamaísmo (Gamma) - Magia Heterossexual ou Polarizada<br />Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.<br />Deltaísmo (Delta) - Magia Sexual para Chakras<br />Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga sexual.<br />Epsilonismo (Epsilon) - Magia Homossexual ou Apolar<br />Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece mais precisa e segura.)<br />Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil, algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à frente.<br />Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.<br />Shakti, Shiva e Papéis Sexuais<br />Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi, Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção, Hadit, é idêntica a Shiva.<br />Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico. Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.<br />A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado tântrico diz que "Shiva sem Shakti é Shava (cadáver)." Quando Shiva e Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas atribuições são ao contrário.<br />Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma, um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado, portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão 'X', tal formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas únicas.<br />A Semente Sagrada<br />O conceito de "Semente Sagrada e Fluidos Sacros" forma a base de muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.<br />"A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É a chave universal de toda Magia (Mágika)."<br />Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley<br />A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano, masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas. Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências, entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a "pedra filosofal" e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.<br />O Grande Rito<br />Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de 'atração entre partículas'.<br />Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como "Terceiro ou Grande Grau". Este grau, também conhecido como o "Grande Rito", envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.<br />No Livro da Lei afirma-se que "todos os atos de amor devem ser feitos a Nuit", não importando como vemos este texto, este conceito é vital pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima filosófica do "Monge ou Freira de Thelema" e um "Novo Celibato", onde todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.<br />A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é definido como "atração mágika de partículas" e não nos termos sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do sexo em atos meramente físicos.<br />A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba não é magia sexual !<br />Eros e Thanatos<br />A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais. Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um estado de consciência mais amplo.<br />O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais, enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do "Culto Mórbido de Kali". Estes ritos de morte representam um dos segredos mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano Superior.<br />Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam experimentadas.<br />Conclusões<br />Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez, até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como pensamos.<br />Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do Universo.<br />Capítulo 2<br />A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO<br />Introdução<br />"O que está em cima é como o que está embaixo..." assim diz o grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.<br />Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo; o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus, o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário, embora às vezes tenha mérito artístico.<br />A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.<br />A Natureza do Orgasmo<br />O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para exploração de dimensões astrais mais altas.<br />O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens, evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.<br />Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar sua exploração imediatamente.<br />A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação, não sendo, entretanto, sempre assim.<br />Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente, pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.<br />A Criação de Crianças Astrais<br />Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais também podem ser usadas para controlar sonhos e girar 'a teia da Ilusão'. Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria realidade. Esta técnica de "Sonhar de Verdade" foi primeiramente ensinada em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.<br />Assunção de Formas de Deuses<br />Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da forma-deus pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.<br />Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente, invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma utilização secreta.<br />"Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta, escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus."<br />Liber al Vel Legis 1 : 57<br />O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual, polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual. Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são conhecidas como os elementos tântricos.<br />Os Elementos Tântricos<br />Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui, queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago. Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas como :<br />OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.<br />XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual.<br />Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do Necronomicon.<br />Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como "Os Elementos Tântricos Cruzados" e incluem :<br />OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens de deuses do mesmo sexo).<br />XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses de sexos opostos).<br />Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus usos.<br />No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral) era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto, a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade, estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.<br />A Base Biológica dos Mistérios<br />As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud, que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de 'Bions', células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957 condenado por charlatanismo.<br />Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.<br />Todos iniciados no Tantra tornam-se "Irmãs da Estrela Prateada", por assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel da "Irmã" é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma "Irmã" em transe com os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.<br />As frases-chave aqui são 'as camas purpúreas', isto é, iluminadas pela Sahasrara Chakra e 'Fogo e Luz nos seus olhos', isto é, elas estão em transe e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui, entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo dos Kalas abaixo.<br />A Yôga do Sexo<br />Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido como "Prayôga" e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual. Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro 'A Morte de Cristo' de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do mito de Cristão é oferecida.<br />Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de "The Sacred Mushroom and The Cross", "The Dead Sea Scrolls", "End of The Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo 'Christós' realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um imensurável poder pessoal.<br />Os Chakras<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores, mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não absorvida.<br />O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos (corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo, experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como parte do processo de desenvolvimento.<br />A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot<br />Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem 'A Torre' e 'O Enforcado'. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos inferiores, o lado feminino do Eu (Self).<br />Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove, a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon para o qual é a chave.<br />No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor, algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon representado na frente da carta. Ele representa os vários 'eus espirituais' do humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade, simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.<br />Capítulo 3<br />A HISTÓRIA DO TANTRISMO<br />Introdução<br />Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na mudança das estações e cuja presença era experienciada através de fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como a Tartária.<br />A Tartária<br />Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaram-se de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária. Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em sua 'Doutrina Secreta' Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça de uma época muito antiga.<br />Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico, a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa. Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas fabulosas civilizações através de Uddiyana.<br />A Uddiyana<br />A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo, YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões. Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das mais notáveis 'crianças de Uddiyana' incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.), o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.<br />Alquimia Sexual Chinesa<br />Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais, ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico, filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente difícil retratar a Lao Tse muita de 'sua' filosofia, sua vida tornou-se uma lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual, ritualística e ocultismo.<br />A Religião Bon do Tibet<br />Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo. Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação, vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte), tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso de ritos sexuais, ele disse :<br />"Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você."<br />O Tantra na Índia<br />Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia, entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 - 1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas muçulmanas.<br />Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana (Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva), Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo sistema religioso.<br />Primórdios da Magia Sexual Ocidental<br />Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente, sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875), Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas astrais, incluindo o que eles chamavam de 'Humanimaux', elementares meio animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais era conhecida como 'os Essênios', estavam envolvidas num sistema de magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875) demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi adaptado na estrutura maçônica da OTO original.<br />O Trabalho de Gurdjieff<br />Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao estudante de magia moderna.<br />Aleister Crowley e a O.T.O.<br />A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus, os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da Tartária.<br />A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa, deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta maneira forçados a permanecerem 'em terra'. Embora haja várias reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos, embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.<br />A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno da Vontade.<br />Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além<br />Capítulo 4<br />AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL<br />Introdução<br />A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia, oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de condicionamento social, operando como uma máquina programada.<br />Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o "Animal"; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu superior ou 'anjo' realiza seus comandos através da mente treinada ou Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.<br />Primeiros Passos na Iniciação Tântrica<br />Barreiras Psicológicas<br />O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato. Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade. O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um potencial mais andrógino.<br />Concentração na Magia Sexual<br />Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada na tela mental sem qualquer interrupção.<br />O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira, começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixá-la durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.<br />Função de Múltiplos Orgasmos<br />A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos perguntar : e como fica o macho ?<br />Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta mensagem.<br />Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns. Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere haver um método de disparar estados alterados através de sua correta utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e tornam disponíveis experiências de estados alterados.<br />As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas certamente não o fim requerido.<br />Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e um estado de "Nirvana Orgasmático" :<br />1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua existência para si mesmo.)<br />2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e vontade internas.<br />3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).<br />4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax, deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência orgásmica.<br />5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado, presente e futuro e EXPERIENCIE.<br />Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma continuação do espasmo orgásmico.<br />6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem a tornarem-se mais fáceis no processo.<br />Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar, deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o orgasmo pelo que ele é.<br />Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.<br />A MEDITAÇÃO DE ÁTUM<br />1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.<br />2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras mentais.<br />3. Medite na Declaração de Átum.<br />(Declaração Pirâmide 527)<br />"Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a criação do mundo em termos humanos."<br />4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado pelo uso correto do orgasmo sexual.<br />5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como Vontade Verdadeira sendo manifestada.<br />6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram 'Humn'.<br />7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.<br />8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.<br />9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.<br />No momento do clímax, utilize o mantram 'Ghaa'.<br />10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.<br />MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL<br />Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.<br />1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.<br />2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.<br />3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.<br />4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher num homem, note o olhar, etc.<br />Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la esvair.<br />5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando este "troca-troca" até que a segunda imagem possa ser sustentada com excitação.<br />6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria obtido estímulo.<br />7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de ambos os sexos com excitamento físico.<br />8. Transfira este experimento para a prática.<br />Exercícios Preliminares na Magia Sexual<br />Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.<br />O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo deve ser uma experiência de força e poder internos.<br />Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.<br />Os exercícios estão divididos em três categorias :<br />1. Individual<br />2. Casal<br />3. Geral<br />Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar experimentá-lo com você.<br />EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS<br />1. Sente-se num estado meditativo, nu.<br />Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se consciente de seu corpo e então prossiga.<br />2. Experiencie seu próprio corpo.<br />Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade, usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o plenamente.<br />Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado, explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas ações e reações.<br />Termine a sessão com um longo banho relaxante.<br />3. Sente-se num estado meditativo.<br />Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.<br />Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força do orgasmo.<br />RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA SEXUAL SOLITÁRIA<br />1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e a mente alerta, mas relaxada.<br />2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os mesmos cheios de Fogo Cósmico.<br />3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.<br />4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo ígneo aumenta a cada ciclo.<br />5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo calmo.<br />6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo com um mantram específico e o ato sexual.<br />OS MANTRAS MURMURANTES<br />Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante a experiência sexual.<br />Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :<br />1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e para cima.<br />2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e volume.<br />3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático. Prossiga com a experiência sexual.<br />Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são :<br />Humn / Yungm / Ghaa - Mantras usados para rejuvenescimento sexual.<br />Humn / Ghaa - Humn é para ser usado no congresso sexual e Ghaa para o orgasmo.<br />Hunga - Este mantram estimulam o chakra básico.<br />Linga - Este mantram estimula as emoções através do chakra cardíaco.<br />OS MANTRAS SONOROS<br />Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.<br />Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um largo espectro de estados alterados e experiências.<br />Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual, contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.<br />EXERCÍCIOS EM CASAIS<br />Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se concentram na magia.<br />1. Criaturas Imaginárias<br />A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.<br />B. Induza um estado de relaxamento.<br />C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.<br />A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.<br />2. Conversação<br />A. Faça o mesmo que no exercício um.<br />B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma maneira coerente até pouco antes do orgasmo.<br />C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você tivesse disparado um segundo reflexo.<br />3. Exercício Humorístico<br />Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe automaticamente.<br />ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS<br />Primeiro Dia<br />- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.<br />- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.<br />- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.<br />Segundo Dia<br />- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e em posição por dez minutos ininterruptos.<br />- Não atinja a ejaculação.<br />Terceiro Dia<br />- Sem atividade sexual.<br />Quarto Dia<br />- Como no segundo dia.<br />Quinto Dia<br />- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).<br />Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus interiores.<br />Sexto Dia<br />- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos meia hora e no máximo uma hora.<br />Sétimo Dia<br />- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.<br />Oitavo Dia<br />- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.<br />Nono Dia<br />- Retorne para a atividade "normal".<br />O Procedimento do Congresso Sexual<br />Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado. Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.<br />1. Entre em relaxamento profundo.<br />2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos (Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)<br />3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.<br />4. Vibre o mantram 'Humn'.<br />5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.<br />6. Penetre com o som de 'Humn' sendo aumentado. Alcance o orgasmo com o mantram 'Ghaa'.<br />7. Retorne para o estado de relaxamento.<br />Conclusão<br />Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas. Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu altar.<br />Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento, de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve, os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da iniciação.<br />Capítulo 5<br />OS MISTÉRIOS DA FÊNIX<br />O Simbolismo da Fênix<br />A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o Pavão.<br />De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de 1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto, este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.<br />Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o Grande Ano tinha 26 mil anos.<br />A Fênix era conhecida como "A Dupla Trilha", a ave do retorno e a eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada (GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.<br />A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol, mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo. Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia. E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit que salvam as terras de aniquilação.<br />Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.<br />Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.<br />Análise Cabalística da Fênix<br />Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta forma de simbolismo.<br />Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de energia: Estelar, Solar e Lunar.<br />1. Forças Estelares :<br />Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.<br />Força Oculta : Hadit ou Kether.<br />2. Forças Solares :<br />Substância Raiz : Therion ou Chokmah<br />Aspectos Planetários : Hórus / Set (modo superior de Tipheret)<br />Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)<br />3. Forças Lunares :<br />Substância Raiz : Babalon ou Binah<br />Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod<br />Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :<br />A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos inferiores via esfera Lunar.<br />A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo) deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a influenciar a radiação da força.<br />Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.<br />Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-as com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz Circular Solar.<br />Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix começa.<br />Irradiações de Energia<br />As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.<br />Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um "olho". A numeração de "olho" é setenta ou Ain.<br />A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.<br />A Ressurreição da Fênix<br />Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e, ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya). Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set, apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.<br />Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual<br />Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como "A que retorna" e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo "normal".<br />É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital, conhecida como "Trilha", sobre a qual dizia-se originar numa região secreta e inacessível. A "Trilha", em inglês 'Hike', pode ser igualada à Hekt egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os poderes mais obscuros da fórmula.<br />Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula. Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante exclama...<br />"Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não conhecia."<br />Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado "O Coração do Mestre" (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal (algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades homossexuais.<br />O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em 1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de "Love Under Will" (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford, um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro "Ocultismo Sexual" (Sexual Occultism) :<br />" A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico. Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente, Kundalini.<br />A palavra 'esfíncter' significa um nó ou faixa e é derivada da mesma raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando então o enigma da Esfinge."<br />O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini. Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou cóccix, chamada "o corpo coccígeo", embora sua função seja desconhecida para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a "glândula Kundalini". A ativação sexual desta glândula é direta e rápida através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.<br />Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix<br />O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix. Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.<br />A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido, podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.<br />A Missa da Fênix<br />A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.<br />O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e do qual se liberta.<br />Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.<br />Conclusões<br />A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena integração da energia da Fênix.<br />Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada<br />Capítulo 7<br />O CIRCUITO PSICO-SEXUAL<br />Introdução<br />O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.<br />O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos Mistérios.<br />A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psico-sexual é adequadamente compreendido de antemão.<br />"O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo."<br />Sir John Woodroffe<br />O Circuito Psico-Sexual Humano<br />A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das<br />Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.<br />O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.<br />O Marma Ajna Psico-Sexual<br />Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja 'A História do Grande Deus Pan' de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.<br />O Marma Psico-Sexual Qoph<br />O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.<br />O Marma Psico-Sexual Visuddha<br />O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.<br />Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170<br />170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.<br />"...e a palavra transformou-se em carne."Evangelho de João, capítulo um.<br />Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas<br />Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de mago para mago.<br />Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.<br />O Marma Psico-Sexual Genital<br />O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente (Kundalini).<br />Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem "o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs" do Livro da Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como entidade.<br />Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.<br />O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto<br />O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação com a Kundalini.<br />Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.<br />O Marma Psico-Sexual de Bindu<br />Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às visões do espaço interno.<br />O Circuito<br />Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.<br />O sistema numérico deste ciclo é :<br />AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus<br />Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e possibilidade internas.<br />No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.<br />Ajna ChakraRegião Pituitária64 raiosVisuddha ChakraRegião Tiroidal72 raiosAnahata ChakraRegião Cardíaca54 raiosManipura ChakraPlexo Solar56 raiosSwadisthana ChakraRegião Genital62 raiosMuladahara ChakraRegião Coccígea/Anal56 raiosCiclo Completo360 raiosDentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).<br />Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.<br />Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas maneiras: os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).<br />Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes do Tantra.<br />Ajna ChakraHexagrama LiSol e SolCentro QophHexagrama KhanLua e LuaVisuddha ChakraTrigrama SunAr e ArPalmas Li e KhanReflete Ajna/QophÓrgãos Sexuais Quian / Kun Falo / VaginaHexagrama TuiÁgua de ÁguaÂnusHexagrama GenTerra de TerraPonto BinduHexagrama ZhenFogo de FogoEm consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.<br />LiHexagrama 30TipharethKan (Khan)Hexagrama 29YesodSunHexagrama 57DaathQuian (Qian)Hexagrama 1KetherKun (Khwn)Hexagrama 2MalkuthTui (Dui)Hexagrama 58ChesedGen (Ken)Hexagrama 52NetzachZhen (Ch'en)Hexagrama 51GeburahTabela de Marmas Psico-Sexuais<br />1. Ajna chakra (Vontade)Ayin 70Olho de Shiva2. NucaQoph 100Origem da Força Sexual3. Visuddha chakraAyin/Qoph 170Logos ManifestoA união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os 'Nephilim' ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da 'palavra' mágika (Logos).<br />4. Palmas das MãosKaph 20cada Ativadores das Zonas Sexuais5. Órgãos SexuaisAyin 706. Região AnalAyin 70O Olho SecretoAmbas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.<br />7. Ponto BinduYod 10O Ponto de FocoAqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psico-sexual podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.<br />A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.<br />OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES<br />O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.<br />Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.<br />A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de Set.<br />A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.<br />A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.<br />A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os mundos.<br />A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções do organismo.<br />A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.<br />O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano Superior.<br />A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.<br />A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.<br />Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.<br />Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.<br />"Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade)."<br />Liber A'Ash vel Capricorni Pneumatici, de Aleister Crowley<br />A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.<br />A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.<br />A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.<br />A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.<br />A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna presente na roda eterna.<br />A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do arcano do Enforcado.<br />A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima secreção.<br />A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como uma "pequena morte". Sua lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.<br />A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.<br />A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.<br />A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.<br />A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da Torre.<br />A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.<br />A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.<br />A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.<br />A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.<br />Notas sobre os Caminhos como Secreções<br />As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.<br />Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como "Cults of the Shadows", Cultos das Sombras, (Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são infelizes.<br />Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.<br />SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES<br />11. Espírito SantoSanto Intoxicado12. ChaosPomba e Serpente13. Alta SacerdotisaDeusa Dormente14. BabalonDeusa Sexual15. EstrelaMãe do Espaço16. Homus superiorisKala Secreto, Alto Sacerdote17. GêmeosSet e Maat18. Impulso CriativoPrincípio da Reversão19. Semente da SerpenteImpregnação de Babalon20. EspermatozoonErmitão como Criança Cósmica21. Senhor do KarmaControle da Realidade22. FugaLivrando-se do ciclo terrestre23. IniciaçãoExplorando o Inconsciente24. OrgasmoThanatos absorvido em Eros25. BaphometAndroginia26. CapricórnioExploração27. Projeção FálicaPaixão animal destrói a Ilusão28. Tintura VermelhaExcesso de paixão29. LuaOriginador sexual30. SolAjna chakra31. AeonMensagem como Logos32. Sigilo de SetManifestação ou começo.Combinações Especiais Válidas de Atenção<br />13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por<br />16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e<br />17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat, impulso criativo interno e externo (18, 19).<br />14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,<br />20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos<br />21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)<br />31, a declaração do Novo Aeon e<br />32, a Manifestação do Novo Aeon.<br />O Simbolismo da Mandala<br />Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.<br />A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali contida.<br />A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e Thanatos.<br />A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.<br />As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).<br />Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.<br />Conclusão<br />Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :<br />"Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo mundano.Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.Em beatitude e alegria de profunda 'possessão de si mesmo' (samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre esteve livre."<br />Capítulo 8<br />A NATUREZA DOS KALAS<br />Introdução<br />"Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra 'calendário' deriva de Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra 'cor'.Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas."<br />Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)Kenneth Grant (Muller, 1980)<br />O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser 'solo' ou com parceiros de ambos os sexos).<br />Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.<br />A Natureza dos Kalas<br />Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago, macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas, contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas ou flores da essência.<br />Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado, quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos, contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida, cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou onda primal.<br />Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas no português) representando as vibrações de Nox.<br />Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos fluidos sexuais ou Kalas.<br />Tempo e Kalas<br />O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.<br />O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.<br />O Décimo Sexto Kala<br />"Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim."<br />Livro da Lei, II:26<br />O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.<br />O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é possível.<br />O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.<br />Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.<br />Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de qualquer sexo.<br />A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.<br />A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.<br />I.'. A.'. O.'. como uma Fórmula dos Kalas<br />A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.<br />I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.<br />A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.<br />O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.<br />Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.<br />As Três Classes de Kalas<br />Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do Eremita de Yod, a semente solitária.<br />"Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra..."<br />Livro da Lei, I:40<br />O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são classificados como segue.<br />Tamas<br />Símbolo Alquímico : Sal<br />O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma primeira manifestação do resultado.<br />Rajas<br />Símbolo Alquímico : Enxofre<br />O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.<br />É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.<br />Sattva<br />Símbolo Alquímico : Mercúrio<br />O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.<br />Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da Escuridão.<br />Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.<br />Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra<br />Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto, as atribuições são as seguintes :<br />"Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua."<br />Livro da Lei<br />AjnaMercúrio e PlutãoTerceiro Olho e CérebroVisuddhaJúpiter e SaturnoLíngua e GargantaAnahataLuaCoraçãoManipuraSolPlexo SolarSvadhistanaVênus e UranoÂnus e esfíncterMuladharaMarte e NetunoKanda e órgãos sexuaisAcompanhando a atribuição acima está a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.<br />Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão, Vênus, a 'estrela' do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.<br />Macho<br />1. Lótus Anal - Carmim; Marrom com reflexos dourados<br />2. Lótus da Próstata - Branco, Diamante.<br />3. Glande - Púrpura, lilás e vermelho.<br />Fêmea<br />1. Lótus Anal - Carmim; marrom c/ reflexos dourados<br />2. Entre a Uretra e o cérvix uterino - Laranja<br />3. Clitóris - Verde<br />Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser explorada pelo mago empreendedor.<br />Tabelas de Kalas<br />Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.<br />OS KALAS<br />NomeChakraAstrologiaNuityaMáscaraAjnaPlutãoNilapatakaOcultadorVisuddhaSaturnoVijayaFrioAnahataLuaNuityaControladorSvadhisthanaUranoSarvamangaSedutoraMuladharaNetunoJvalamaliniLimpoAjnaArBherundaMolhadoVisuddhaTerraNityaklinnaMisturado---ÉterCitraVaginaSvadhisthanaÁguaVhagamaliniVoluptuosoMuladharaFogoKameshvariAgitadorAjnaMercúrioTvaritaDadorVisuddhaJúpiterSivadutiBrilhoManipuraSolKulasundariAmanteSvadhisthanaVênusVajreshvariChamaMuladharaMarteVahivasiniTamas rege de Nilapakata a Nityaklinna<br />Sattvas rege de Citra a Sivaduti<br />Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini<br />KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT<br />NomeTarotAstrologia / QabbalahMáscaraNilKether / ChokmahOcultadorDiabo/Estrela/UniversoCapricórnio/AquárioFrioSacerdotisa/CarroCâncerControladorNilBinah / ChesedSedutoraNilGeburah / TipheretLimpoLoucoNilMolhadoNilYesod / MalkuthMisturadoNilNetzach / HodVaginaEnforcadoNilVoluptuosoAeonNilAgitadorMagus/Amantes/ErmitãoGêmeos / VirgemDadorRoda/Arte/LuaSagitário / PeixesBrilhoSol /Luxúria/Emperatriz/HierofanteLeãoAmanteAjusteTouro / LibraChamaTorre/Morte/EmperatrizEscorpião / ÁriesNovamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.<br />Os Kalas e o Tarot<br />Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.<br />Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.<br />As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.<br />As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth. Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é atribuído a naipes.<br />Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico de astrologia.<br />Ciclos dos Kalas<br />Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.<br />Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.<br />Conclusão<br />A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como "A Visão do Deus Pan<br />Capítulo 9<br />ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO<br />Introdução<br />Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.<br />Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.<br />A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.<br />O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.<br />O Simbolismo da Missa<br />Ilustrando o texto de Franz Hartmann "O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes", encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :<br />"A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito."<br />"Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente."<br />"Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo."<br />Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.<br />Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é "O Athanor", que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como "uma fornalha teosófica selada cabalísticamente."<br />Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como "A Cucurbita". É descrita por Khunrat como "uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo". O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.<br />Os Dois Produtos<br />Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a "Serpente", por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.<br />Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.<br />Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.<br />A Fórmula IAO como Alquimia Sexual<br />"Solve et Coagula."<br />O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de 'Solve et Coagula' (dissolver e aglutinar).<br />A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.<br />A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.<br />As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.<br />Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.<br />IAO<br />A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.<br />F (V) - Vontade Verdadeira<br />I - Virgem - A Semente Solitária<br />A - Escorpião - Paixão<br />O - Capricórnio - União<br />F(V) - Vontade Verdadeira<br />A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :<br />F - Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)<br />I - Virgem - Virginal, não desflorado<br />A - Escorpião - Mago Sexual<br />O - Capricórnio - Andrógino<br />F - Eu Verdadeiro - Humano Superior<br />Conclusões<br />Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.<br />Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.<br />Apêndice Um:Sobre Simbolismo Alquímico<br />Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.<br />A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.<br />O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.<br />Em alguns livros tais como "Sexualidade, Magia e Perversão" (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.<br />Apêndice Dois:O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas<br />O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.<br />Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens 'aceitas'.<br />Embora respeitemos aqueles que clamam 'prova histórica de linhagem', a opinião de nossa Ordem é "os conhecereis pelos vossos frutos" e que "para provar o bolo, só comendo". Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é 'de linhagem' para você.<br />A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral "Astrum Argum". Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.<br />A experiência é o maior mestre. Tenho dito !<br />Capítulo 10<br />MAGIA SEXUAL DELINEADA<br />Introdução<br />"Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa."<br />"O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto."<br />"Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada."<br />"Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em indignação chocada."<br />Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas), Aleister Crowley<br />Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.<br />Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.<br />Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado por seu instinto corporal.<br />As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.<br />A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional<br />A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O's eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.<br />A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.<br />O termo Astrum Argum significa "Estrela de Prata" e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a Epsilon.<br />Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se torna um dos "Deuses Vivos".<br />Santuário Soberano Astrum Argum<br />O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.<br />Trabalho Pré-Alfa<br />Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se projetar para a realidade.<br />Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.<br />Alfaísmo<br />O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser praticados neste grau.<br />O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.<br />Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.<br />Betaísmo<br />O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.<br />Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de desenvolvimento interno.<br />Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais, inteligências não humanas.<br />Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente reais (golem).<br />Gamaísmo<br />As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro "Moonchild" de Aleister Crowley.<br />Epsilonismo<br />Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.<br />Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.<br />Gamma - Epsilon<br />Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.<br />A Eucaristia<br />A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.<br />Dianismo<br />Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano Delta.<br />Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito preparo.<br />Qodosh<br />Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos Qodosh.<br />O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.<br />Deltaísmo<br />Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser contraprodutivos.<br />As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do Humano Superior.<br />Trabalhos Específicos<br />Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino mágiko e oculto.<br />Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.<br />Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.<br />Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das técnicnas e práticas.<br />A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de acordo com o engenho do mago.<br />Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a experiência é o melhor professor.<br />TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO<br />ALFA (SÉTIMO GRAU)<br />Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.<br />BETA (OITAVO GRAU)<br />Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.<br />GAMMA (NONO GRAU)<br />Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.<br />DELTA (DÉCIMO GRAU)<br />Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).<br />EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)<br />Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.<br />GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)<br />Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.<br />EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)<br />Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.<br />DIANISMO E QODOSH<br />Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.<br />Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.<br />TRABALHOS ESPECÍFICOS<br />Alfa<br />- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário<br />Consagração dos 15 Kalas<br />Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos<br />Beta<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo<br />- Oral / Manual Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)Feitiços/Ilusões (29º kala )<br />Gamma<br />- Criação, Intuição<br />Polarizada<br />- Eucaristia do 19º Kala<br />Inspiração<br />- Polarizada<br />Após a preparação do 14º Kala<br />Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente<br />Delta<br />- Solitário (manual)<br />24º Kala<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Despertar da Kundalini (arcano da Torre)<br />- Apolar<br />Arcano da Torre e do Aeon (oral)<br />Epsilon<br />Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas) e Túneis Individuais dos Qlipphoth<br />A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS<br />Arcano do TarotDescrição do Trabalho.GrauLoucoInduzir estado de êxtase. Glóbulos para exploração astral. Trabalhos com Ain.Alfa Gamma DeltaMagusControle dos Elementos. Invocação da Vontade Verdadeira.Epsilon Alfa/BetaSacerdotisaProjeção além da Morte. Visão de Kether (Hadit).Qodosh Epsilon/GammaEmperatrizInvocar Babalon e Therion. Encarnação de Forças.Delta GammaEstrelaKalas induzidos como Frio e Limpo.GammaHierofanteInvocação de Forças da Terra. Manifestação do desejo.Alfa/Delta GammaAmantesInvocação de Hórus/Set. Experiência de Set como a camada interna.Epsilon Epsilon/DeltaCarroCarro Controle do Organismo.AlfaLuxúriaChave dos trabalhos.Gamma/EpsilonErmitãoExperiência da Vontade Interna.Alfa/DianismoRodaBaixa Magia (ênfase em Qodosh). Ajuste Visões Kármicas.Todos grausEnforcado (oral)Exploração do inconsciente. Inconsciente Qlipphótico – morte morte Exploração Qlipphótica.Epsilon/Beta Epsilon Epsilon apolarArteTransmutação Interna.DeltaMorteQlipphoth.EpsilonDiaboInvocação da Vontade universal. Visão de Pan.Epsilon/Delta/Gamma Dianismo/QodoshTorreDespertar da Kundalini.DeltaEmperadorControle das Paixões.Pré-AlfaLuaForças Lunares. Fertilidade, Feitiços, ilusões.Gamma Epsilon/BetaSolHórus, trabalhos leves. Disco solar negro e chamuscante. Exploração Qlipphótica. Formas animais.Gamma Gamma Epsilon EpsilonAeonInvocação da Corrente do Aeon.Todos grausUniversoMagia da ManifestaçãoTodos graus<br />Capítulo 11 ALFAÍSMO Introdução Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações devem ser trazidas à tona. Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser forte e portanto, se possível, prolongado. A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser prolongado através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente. Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática. Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo. O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz "Não pense em Verde" e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente. Preliminares do Trabalho Alfa Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa. Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial orgásmico. Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa. Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores. Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade alternativa. Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta maneira. Consagração Usando Técnicas Alfa A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado na consagração, já purificado ritualísticamente. Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado). Um rito completo para este propósito é conhecido como "Criação de Vórtice pelo Alfaísmo" e está esquematizado no final deste capítulo. Controle Onírico através do Alfaísmo O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação astral-mental para "Sonhar de Verdade" e influenciar sua experiência da realidade. O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática. Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras. No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que "Sonho Criativo" de Dion Fortune, por permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente. A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permita-se cair num estado 'fronteiriço' de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não atinja o orgasmo ou ejacule. Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo estágio da técnica de Controle Onírico. O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar e envolve um certo 'truque'. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado, durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do sonho. Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum resultado foi ganho. Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de prática antes de dominá-la. Sigilização "No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas." Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico), S.B. Dasgupta No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio. Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado, isto enganará o "Censor" da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um programa com sucesso. "A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária." "Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade Verdadeira ou 'sonho inerente'." Aleister Crowley e o Deus Oculto Kenneth Grant, Muller, 1978 É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente). O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por exemplo, 'Eu quero a força de um tigre'. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar um sigilo. O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual. O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas, ativo ou passivo. A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal. A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico. Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido inadequado. Variações Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é "Urn Magick" (Magia da Urna). A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos que haviam morrido. A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de grande valia. Outras variações incluem o uso do "sonhar de verdade" para curar e moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo. Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção. Conclusões Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos. Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado. Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a palavra 'Watcher' ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da mente consciente. Em português, traduzimos 'Watcher' como Sentinela, e sua inversão como Alenitnes. "Ó poderosos Alenitnes ! Tu que existe em tudo que é erógeno, Nós te evocamos ! Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço Nós te evocamos ! Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo Nós te evocamos ! Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos Nós te evocamos ! Pelos conceitos do sagrado intervalo Dê-nos a carne ! Pela Quadriga Sexualis, Dê-nos desejo invariável ! Pela conquista da fadiga, Pela mais sagrada palavra do Céu, Dê-nos ressurgência eterna ! Nós te invocamos !" RITUAL DE VÓRTICE ALFA Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama. Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito. O Rito O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas. O sacerdote/isa encara o altar e afirma "Do what thou wilt shall be the whole of the Law". Os magos respondem "Love is the Law. Love under Will." O sacerdote/isa encara o altar e afirma "Quando todos os fantasmas tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do Fogo." Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante... ORO IBAH AOZPI Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste. MOR DIAL HECTEGA Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte. EMPEH ARSEL GAIOL Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste. OIP TEAA PIDOC Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul. O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União : EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida e da morte. Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de cada indivíduo ... "Sagrado És Tu, Senhor do Universo. Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza. Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso. Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas." Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande Obra. Pés - O Caminho Espiritual Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira Genitais -Uso correto dos instintos Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII) "À minha solidão vem O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores [ morros. Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria [ e eu contemplo Pan. As neves são eternas acima, acima - E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas. Mas o que tenho eu a ver com isso ? Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan. Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido... perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo [ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar numa [ fala bizarra e monstruosa. O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer. O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele. Eu mesmo jogado no precipício do ser. Mesmo ao abismo, aniquilação, Um fim à solidão, bem como a tudo. PAN ! PAN ! IO PAN ! IO PAN ! Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão. Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa. Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha. "Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo. Ó meu anjo Verta-te em minha alma. O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor, A luxúria do Bode, Meu Anjo, meu iniciador." Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo : "Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida Erga tu em mim, fluindo livremente Salte, tu me devoras. (Repita um número de vezes.) Tu me devora Salta Tu me devoras...." No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax. Tu me exaltastes Salta ! Isto ! Salta ! Vê, o estouro das sementes da imortalidade. Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como completada. Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito. Notas Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam "ele cresce, ele respira". Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico. O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual. O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.Capítulo 12<br />BETAÍSMO<br />Introdução<br />Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes de proceder mais profundamente no Santuário.<br />O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral para atingir uma ampla variedade de resultados.<br />Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.<br />Manipulação Interna<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).<br />Manipulação Externa<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para "vagar por aí", como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.<br />Manipulação Externa-Interna<br />Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a "forma externa" que o mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.<br />Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.<br />Assunção Sexual de Formas Divinas<br />A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.<br />Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.<br />A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.<br />A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas<br />1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.<br />Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.<br />2. Vibre o nome do Deus(a).<br />Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.<br />3. Visualize a forma divina.<br />Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.<br />4. No orgasmo.<br />Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.<br />5. Este processo pode ser feito de dois modos.<br />A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma escolhida ou<br />B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente magikamente controlado.<br />Formas Animais<br />As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como "homem civilizado". O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.<br />Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na "consciência racional" é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num 'espaço seguro' e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.<br />Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é "travado" na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na consciência.<br />Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo invocada.<br />A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.<br />Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.<br />O Uso de Máscaras<br />O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único método válido.<br />Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.<br />Totens<br />Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como 'Totem' e tendem a ser externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e Súcubos.<br />Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)<br />De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.<br />De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em união simbólica.<br />Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso utilizada.<br />Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.<br />Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida como a "Igreja de Carmel".<br />"Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado."<br />Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion), de Francis King.<br />O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.<br />A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.<br />Baixa Magia<br />Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida diária.<br />Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.<br />Magia com Bonecos<br />Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa 'forma viva' refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.<br />Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !<br />O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.<br />Conclusões<br />Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.<br />Capítulo 13 GAMAÍSMO Introdução Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é, necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente. A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser manifesto dentro dos magos do ritual. As Naturezas de Therion e Babalon "Ele é sempre um sol e ela uma lua." Livro da Lei I:16 "Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser solares, neste trabalho é alcançado." Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working) A Natureza de Therion A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada e é conhecido como a "Esfinge". Ele portanto tem as chaves para o mistério da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6) tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3). A Natureza de Babalon Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol. A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe, bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e torcem-se. Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes : religioso e mágiko. 1. Religioso Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica. 2. Mágiko Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas, indução de estados alterados de consciência, consagração, criança planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano Gamma. Dianismo Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta. A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida como "Karezza", que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica, quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama de "hiper-eroticismo" ou "Lucidez por Eroto-comatose" (um esquema completo é encontrado em nossos comentários sobre 'De Art Magica'). Um sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem sigilização e baixa magia. Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira. A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo 1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido. 2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve ser visto como "um sonho dentro de um sonho". 3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada como uma alternativa para destruir o selo. Qodosh Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash) era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO. Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau concerne primariamente com o que podemos chamar de "Controle da Realidade" ao invés de simples prática sexual Gamma. O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade Verdadeira. Assunção de Formas Divinas A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit). Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis. Crianças Planetárias O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma mais desenvolvida e prática é "De Homuncula Epistola" publicado como um documento do nono grau da OTO em 1914. Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a "OTO de Aleister Crowley" também conhecida como Califado da OTO. Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem comentários de "textos religiosos" de outras tradições espirituais tais como a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e analítica. A definição de um Homúnculo dada neste documento é : "Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração humana nem habitado por uma alma humana." No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro 'Moonchild' (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só após este período é que atrai uma "alma" ou em termos budistas, o feto desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é delineado na "De Homuncula Epistola", a qual passamos na íntegra. De Homuncula Epistola I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho. Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível. II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo também harmonioso com a natureza do trabalho. III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo específicos também são adequados ao trabalho. E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de seu trabalho, negando todos os outros desejos. Então prossiga até que resulte gravidez. IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente de Kether deve ser feita freqüentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca deixe a mulher sair do grande círculo. Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas impressões, exceto as do espírito desejado. Queime o incenso deste espírito continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo, realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver adormecida. V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto, deve-se omitir os banimentos. VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento. VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido. VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada, de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado. IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve serví-lo. Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu domínio e tu és Magister Octinomous. A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado. "Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico." SACRAMENTOS SEXUAIS Introdução Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no 'Panarion' de Epiphanus, que afirma : "... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e dizem 'nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo' e eles o comem." A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de "A Eucaristia". O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e ritualística. 1. Uso Ritual da Eucaristia Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas. 2. Uso Religioso da Eucaristia Está baseado na manifestação das forças universais através dos participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais. Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos envolvidos na Missa. Consumindo o Sacramento Sexual É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro 'Sexual Occultism' de John Mumford, ele explica a razão para esta reação nos seguintes termos : "... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais (fluidos ricos em nutrientes)." É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas, através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do corpo e seeus produtos. A Fórmula da Eucaristia A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat, são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote / Sacerdotisa dentro de qualquer missa. A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos representando "a Manifestação" das forças invocadas. No Tantrismo Gnóstico este sacramento era conhecido como o "Corpo de Cristo", o pão e vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais. Formas de Amrita Amrita poderia ser melhor definido como "A Ambrósia Psico-Sexual" e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas, Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal); Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como ilustrado abaixo. Gamma de Gamma - Frio Puro e Néctar Calmo Epsilon de Gamma - Pó Vermelho Gamma de Epsilon - Pó Vermelho Epsilon de Epsilon - Lava Negra Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue : Epsilon de Gamma - Pó Vermelho (Ênfase no Veneno) Gamma de Epsilon - Pó Vermelho (Ênfase no Néctar) A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas Divinas assumidas. Coletando Amrita Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado na Eucaristia. Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é encontrada no que é conhecido como "O Sacramento de Nu", em termos comuns, é posição 'meia-nove' (69). O Sacramento de Nu "Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele toma para si o corpo de alguém que foi enforcado." Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590. "Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu." Maomé "Invoque-me sob as estrelas." Livro da Lei I:57 "Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit." Livro da Lei I:14 O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição 'meia-nove'. No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta forma de magia não é necessária a penetração. Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot. Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas Delta para a estimulação da Kundalini. Apêndice : Exposição da Posição de Nu Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos, Herméticos e Thelêmicos. Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma brilhante exposição do Sacramento de Nu. O LIVRO DAS MENTIRAS Capítulo 69 O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos ! Este é o hexagrama sagrado, Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem ! Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta ! O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça. O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer. Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder - ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE OBRA seja completada no Silêncio. E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador, Não deixa semente e é perfeito em si mesmo. Pequenas crianças, amem-se. Comentário Sessenta e Dois A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês. O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta cabeça como água. No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do trabalho. O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida. No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido. ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico<br />Capítulo 14 DELTAÍSMO Introdução "Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há alegria, Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um. Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra e eu e a terra somos um." Livro da Lei II:26 O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental. No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto acima. As Dez Facetas do Despertar da Kundalini Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini (incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue : 1. Concentração Total 2. Drogas e enteógenos 3. Paradigmas Alternativos 4. Músika (música & mágika) 5. Dança 6. Técnica Sexual 7. Estados Extáticos 8. Estados Impessoais de Êxtase 9. Frenesi Religioso 10. Entusiasmo Dissolúvel Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto, esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago. Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta. As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática 1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na jornada do arcano Delta. 2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação cuidadosa (certamente não o vício). 3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da Kundalini é disparada no processo. Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga. Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria torna-se uma Yôga dentro se si mesma. 4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente. 6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da Kundalinibem com um número de variações sexuais. 7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini. 8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc. 10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo, hedonismo extremo, 'body piercing' e modificações físicas, etc. Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar desastre para o mago. Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo com o conhecimento, experiências e preferências pessoais. Alquimia Interna A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini. Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção oa Sahasrara Chakra. Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos Chakras. Esta é a Via Seca. Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas. A Torre A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem. Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que deve ser objetivado. Outras Técnicas Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix. Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS (baseada na letra mãe Shin). LIBER HHH SEÇÃO SSS SUB FIGURA CCCXI "Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo acima. Mas é a morte e a chama da pira." "Ascenda na chama da pira, Ó minh'alma !" "Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua pequena luz." "Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá expirar em tua grande Nox.." Liber Lapidid Lazuli, I:36-40 0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua espinha esteja vertical. 1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam. 2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro. 3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira. Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha, sentindo cada vértebra como uma entidade separada. Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer prática posterior. 4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit. 5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine, para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de Hadit. 6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi ser seu mestre. 7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço e a falta de objetivo da matéria. E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar tua imaginação ali. 8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor, ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder. 9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor, resista. 10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda uma hora, não prossiga. E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus silente e virginal. 11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz, debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade. 12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito... "Benditos são os mortos que morrem no Senhor." Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor ! Conclusão Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas sexuais da Kundalini. É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição Tântrica do Santuário.<br />Capítulo 16 INICIAÇÃO A THANATOS Introdução Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali. De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de atividade. Tara - Poder de Creação Sodasi - Materialização do Desejo Bhairavi - Infinidade de Formas Bhuvanesvari - Forças Materiais Chinnamasta - Distribuição da Força de Vida Dhumabati - Forças da Paixão Bagala - Destruidor do Desequilíbrio Matangi - Dominação Kamala - Unidade Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas. Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita. Uma Descrição de Kali O termo Kali vem do radical 'Kal' que significa 'impelir'. Kali é a Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que 'Osíris é um Deus Negro' e o neófito fica face a face com Set, o Senhor Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano Superior. Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro 'Caminho Tântrico' (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e Hudson, 1977. "Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento. "Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência desintegradora, Kali é representada em preto 'pois todas cores desaparecem no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem' (Thanirvana Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela é descrita como 'digambar', trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade, uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado, 'Clokeshi', forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério. Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos, símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de existência conduzindo para Tamas, inércia. Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada, indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado, primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não dualidade." Iniciação a Thanatos Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali. Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma de trabalho. Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte, como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem ser superadas. A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese. Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de "cruzar o Abismo". Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e tantrismo. O Solo de Cremação O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual torna-se um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas. As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio, terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste processo de 'cruzar o Abismo' é que é possível a total manifestação da consciência do Humano Superior. A Sombra " O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da qual se alimenta e a base na qual se sustenta. "Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro passo em direção à individualidade." A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),de Edward C. Whitmont O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes conhecida como o "Habitante da Entrada". Esta força de crise leva-nos a nos ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado. Kali como Matriz Iniciática Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva. Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano Superior através da total visão da realidade. Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 : Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como fome, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como energia, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência.<br />Capítulo 17 DOCUMENTOS DE FONTES TÂNTRICAS DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion). Introdução "Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens" é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido. O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal. SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz. Sob o selo de obrigação do VIII. Sobre a Castidade Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos... 'Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.' Romanos VI : 12 e 13, 19-22 Considere também estas passagens do Velho Testamento : 'E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.' Isaías VIII : 1-4 'Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.' Oséias I : 2 e 3 'E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.' Oséias III : 1-3 O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual. O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e 'castidade' como abstinência. A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini. Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de 'pecado' é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação. Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya. Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios. UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna. O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade. As seções seguintes do "De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus" foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que 'derramar a semente', isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no 'Magia em Teoria e Prática', que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma. No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz. Sobre os Ritos de Sangue Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia. Considere isto. Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã. O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã. Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet. Considere isto. Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de 'acumulador orgônico'. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básicos ! Sobre a Missa Negra Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão freqüentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamental era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sanções que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis. Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto. Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer. A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em 'jantar judeu'. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós. Do Sabbath dos Adeptos Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de 'Satã', que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto. O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh. Sobre Fábulas Clássicas Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís. Considere isto. A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula. Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no "De Ars Magica". Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika. Sobre Certos Ritos Gregos Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição. Considere isto. Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a 'pequena' morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais. Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos. Sobre Súcubos e Íncubos De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade. Considere isto. As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas. Sobre o Trabalho dos Adeptos Não é apenas uma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ... 1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti! "Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe." 2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem. 3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres. Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é criada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é criado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana. A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a criação de novas ordens de seres. Casamentos Maiores 1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV. 2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico chamado Bagh I Muattar. Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação. No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres. Casamentos Menores Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta. 1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor. 2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima. 3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um. 4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques. Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos. Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais. Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de "Filosofia Mágika" (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo. Sobre o Novo Santo Reino Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse: 'Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.' e novamente 'Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses...' Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação. O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet. Sobre a Danação Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade. "Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição." Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa. Uma reprovação Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros. Shiva Sanhita Hatha Yoga Pradipika Kama Sutra Anaga Ranga O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi e muitos outros. Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo. Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são : 1. O Sol 2. O Falo Sagrado 3. O Grande Selo de Babalon 4. A Estéla da Revelação 5. O Grande Selo da OTO 6. O Grande Selo de Baphomet 7. A Imagem de Babalon 8. O Olho com o Triângulo 9. A Rosa Cruz 10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos 11. A Imagem de Babalon com a referência fálica 'Om Mani Padme Hum' 12. A Figura de Ísis com Hórus 13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar. 14. Talismãs apropriados para a questão. 15. Uma chama viva 16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia. Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las. Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado). A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima. Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika. Sobre a Dissimulação desta Instrução Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO. Apêndice Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem. Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24. Conclusão O documento 'Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens' foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção "O Método da Ciência, a Meta da Religião" e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.<br />Capítulo 18<br />DE ART MAGICA<br />DE ARS MAGICA<br />SOBRE A ARTE MÁGICA<br />Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.<br />Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta<br />Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMN.<br />Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :<br />A. Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou<br />B. Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.<br />Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.<br />"É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com sangue e água, desespero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava perdido."<br />Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra perdida.<br />Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a perseguirem.<br />No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De Art Magica.<br />O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada seção está claramente em letra normal.<br />Sobre Ararat<br />O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.<br />Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se "Que o adepto esteja armado com sua vara mágika e munido de sua rosa mística.", o capítulo sessenta e nove do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.<br />Sobre a Importância do Segredo<br />Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.<br />A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade, consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual. Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.<br />Sobre a Mente do Adepto<br />Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.<br />Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia Sexual. Leia e aplique.<br />Sobre Momentos e Estações<br />Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado freqüentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito "Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca."<br />Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.<br />Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa que é necessário notar é que "por extrema violência à natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente ", isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual, mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e refluxos corretos dentro e fora do organismo.<br />Sobre Estados Corporais<br />Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz "Sine cereri et Baccho, Venus friget." (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, retificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.<br />Sem comentários necessários.<br />Sobre Operações desta Arte, sejam elas individuais ou múltiplas<br />Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezesseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.<br />A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito. Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta em ação.<br />Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito<br />Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.<br />A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado, como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X. Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego. Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora não sendo o que esperava seu ego consciente !<br />Sobre a Teoria desta Mágika Arte<br />A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito "com Deus todas as coisas são possíveis". Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.<br />Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto, que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna ou a "Órbita Mágika Pessoal da Estrela".<br />Sobre o Curso da Lua e sua Influência<br />Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.<br />A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca, que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação pessoal.<br />Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não<br />Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.<br />Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14). Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor "voltagem" e de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura podem facilmente superar limitações físicas.<br />Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau<br />É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião. Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.<br />Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas. Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções "em núpcias do povo da terra", isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL refere-se ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande aplicação nos trabalhos Epsilon.<br />Sobre a Escolha de Um Assistente<br />A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.<br />"O falo é a base fisiológica da Alma Superior."<br />Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.<br />"O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão."<br />E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão :<br />"Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada."<br />A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que sendo a consciência o "olho" do inconsciente, a intuição espontânea é o melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante, em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a) Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais Maatianos.<br />Sobre Certas Teorias Judaicas<br />Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas .....<br />1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.<br />2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.<br />3. O propósito deve ser somente o de procriação.<br />4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.<br />Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de "lucidez na eroto-comatose."<br />Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é "sob vontade concentrada" pois sem vontade estas criações podem drenar o criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor conjugal ('emprestada' dos antigos egípcios) são instruções excelentes a respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser mudado para real "todos os atos devem estar somente sob a vontade do mago e entendido como tendo existência separada." A existência separada refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2 acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico em si mesmo.<br />Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio<br />É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.<br />Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem 'Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae' e 'De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus' - e encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.<br />E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.<br />A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de "verter toda a vida no Cálice de Babalon", ambos parceiros devem dedicar-se integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido, portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relaciona-se à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos mundanos encontrados em todas as espécies humanas.<br />Sobre a Lucidez na Eroto-comatose<br />O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :<br />A. Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.<br />B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível - ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito "Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !"<br />Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar o que poderia ser chamado de "Sonho Controlado". Esta ocorrência, portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado resultante de consciência é afim ao da "Postura da Morte" de Austin O. Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de muitas tradições.<br />Sobre Certas Teorias Hindus<br />Como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua 'comunhão com Deus' é apenas uma 'comunhão com o Eu' e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.<br />Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno, complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de acordo.<br />Sobre um Curso de Experimento Sugerido<br />Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.<br />1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).<br />2. Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).<br />3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X).<br />4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)<br />5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)<br />6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.<br />7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.<br />8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.<br />9. A fundação de uma abadia da OTO.<br />10. O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.<br />Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.<br />Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.<br />Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior, logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.<br />A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG, enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base regular.<br />Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da OTO<br />Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.<br />A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última afirmação do segundo parágrafo "Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra." Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.<br />Sobre o Adepto desta Arte<br />Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.<br />Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.<br />Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Sobre o Léxico da O.T.O.<br />Lembre-se destes tesouros a serem preservados :<br />1. O Segredo do IX.<br />2. O Segredo do VIII.<br />A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.<br />3. O Segredo do VII.<br />Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.<br />4. O Segredo do VI.<br />A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.<br />5. O Segredo do V.<br />O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, "Do what thou wilt."<br />6. Os Segredos dos Graus Menores.<br />Ex Nihil, Nihil Fiat.<br />7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.<br />Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados como :<br />1. Os trabalhos do Gamaísmo.<br />2. A Filosofia do Betaísmo.<br />3. Os métodos de treino do Alfaísmo.<br />4. A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.<br />5. O Mistério da Vontade Verdadeira.<br />6. Os Segredos da Feitiçaria Geral.<br />7. Os Símbolos Sagrados.<br />Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua pureza.<br />Despedida<br />Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre e mais querido irmão.<br />Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.<br />Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.<br />Neste Dia de Júpiter. An X.Sol in 0º Libra 35 21Lua em Sagitário 28 6Vale de Londres<br />Conclusões<br />Ao se estudar um documento como 'De Art Magica', o contexto é excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.<br />Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física. Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.<br />Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia Sexual.<br />Capítulo 19<br />LIBER HHH<br />O LIVRO DAS TRÊS MÃES.<br />SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT<br />CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.<br />SEÇÃO AAA.<br />"............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança."<br />Liber Lapidid Lazuli VII : III<br />0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do Buddha moribundo.<br />1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte, aplicando-os a ti.<br />(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas de dissecação.)<br />2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.<br />Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho e funeral.<br />3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.<br />4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.<br />5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.<br />6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.<br />7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a restauração da circulação.<br />8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.<br />9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado no oeste.<br />10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos disso.<br />11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma coisa pavorosa além de toda a compreensão.<br />E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.<br />12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto será e estridente.<br />13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao rugido de um leão.<br />14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris sobre seu trono.<br />15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus renascido, como foi dado a ti por teu superior.<br />16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser aperfeiçoado em ti.<br />17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus, IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.<br />Comentário<br />O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então, adicionando a três e a quatro e por aí vai.<br />É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.<br />O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.<br />O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley<br />Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente, até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor de partilhar dos Mistérios Maiores.<br />Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.<br />Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário, seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor, inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazer-me pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a que eu suceda.<br />No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder está escrito :<br />"Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal."<br />"Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do mundo da Irmandade do homem."<br />Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível. Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma oportunidade.<br />Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.<br />Na natureza não há nada 'a priori' impossível a menos que seja, em termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra mudança.<br />Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais. Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se, dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente interfira.<br />Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.<br />Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.<br />Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.<br />É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes, Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.<br />Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam, e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.<br />Há portanto dois problemas a serem resolvidos.<br />1. Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e<br />2. Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não colocando empecilho aos órgãos.<br />Esta substância é conhecida.<br />Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos. Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que "O Sol é seu Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora." Todo mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive em sua morte. Eliphas Levi a chamou de "Eletricidade Magnetizada." Na Bíblia é perguntada concernindo "O que é mais doce que mel e mais forte que um leão ?". É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.<br />Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar a melhor solução é o mais sábio homem da terra.<br />Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à vontade do homem. Diga a ela 'Traga dinheiro' e ela obedece, peça para curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.<br />Tão grandes são as potencialidades desta substância que o conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o Elixir da Vida, mas também da Morte.<br />O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.<br />É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos em casos de urgência.<br />Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência. E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu já vi foi no caso de uma garota de 20.<br />Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí se tem a melhor "razão de emergência" já descoberta.<br />_____________________________________________________________________Retirado do Website † Gothic Sanctuary †<a href="http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/">http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/</a><a href="http://www.gothic-sanctuary.tk/">http://www.gothic-sanctuary.tk/</a>e-mail: <a href="mailto:gothic_sanct@yahoo.com.br">gothic_sanct@yahoo.com.br</a>† By Darkness Queen †Reprodução não só permitida como também incentivada!Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-81813150978858677162009-03-29T10:24:00.000-03:002009-03-29T10:25:31.294-03:00Rituais DiversosRituais Diversos<br />Para amor e sedução (Encantamento da Lua Cheia)<br />Numa noite de Lua Cheia encha de água uma bacia e faça a lua refletir nela. Olhe para dentro e observe seu rosto atentamente. Deseje amor intensamente e perceba-o vindo em sua direção. Imagine a Lua fundindo com você. Leve a bacia para dentro de casa e guarde um pouco da água num pequeno frasco. Acredite, este frasquinho contém, de agora em diante, o seu "perfume mágico". Use-o sempre que necessário e não se preocupe com o seu aroma do outro mundo...<br />Para a sedução (Amuleto da fascinação)<br />Um poderoso amuleto de fascinação amorosa foi recolhido da tradição árabe. Pegue um cílio do seu olho direito e pronuncie sobre ele o que você deseja (uma situação nunca uma pessoa!!). Envolva-o com um lenço virgem (novo e sem uso) e carregue-o no bolso ou bolsa por uma semana. Isso aumentará o seu poder sedutor.<br />Para fazer uma boa escolha amorosa<br />Coloque pétalas de rosas secas num saquinho de seda cor-de-rosa, amarre-o. Acenda duas velas cor-de-rosa e diga: "Este ou aquele, tenho que escolher. Deusa, guie minha escolha, para eu não me perder". Sinta o suave perfume das pétalas de rosas e use o saquinho junto ao corpo.<br />Para uma conquista amorosa I<br />Num dia de Lua Nova acenda uma vela roxa. Ponha perto um copo de água. Acenda um incenso de rosa ou jasmim. Pense num coração cor-de-rosa, pulsante, e diga: "Quando penso neste coração tão cheio de alegria, sinto o começo do amor e da felicidade percorrendo o meu ser".<br />Para uma conquista amorosa II<br />Numa noite de Lua Nova segure meia casca de ovo e balance-a sobre um prato com terra. Encha a casca de ovo com a terra e ponha nela uma semente qualquer e diga: "Vou plantar a semente do meu sonho na terra fértil e fazer uma colheita de amor e felicidade".<br />Para uma conquista amorosa III<br />Dois dias antes da Lua Cheia arrume o altar (que pode ser uma mesa com uma toalha branca, nova, destinada apenas para esse uso) colocando uma vela cor-de-rosa besuntada com óleo de oliva ou de rosas num castiçal. Não acenda. Coloque um vasinho com uma rosa vermelha, pingue três gotas do floral de Bach Rescue (opcional) dentro da corola da rosa.<br />Pegue uma faca ou adaga e com ela grave seu pedido na vela, escrevendo, por ex.: "amor correspondido". Nos próximos dois dias reforce mentalmente o seu pedido. Na noite de Lua Cheia você saudará os quatro pontos cardeais da seguinte forma: coloque seu castiçal com a vela dentro de um caldeirão (de preferência com três pés) na direção do Sul; um copo de água voltado para o Oeste; uma pedra ou uma maçã voltada para o Norte, um sino e um incenso voltados para o Leste.<br />Você deve estar olhando para o Leste. Se imagine envolvido por uma luz branca e abra o ritual fazendo com a mão direita um círculo no sentido horário, de preferência segurando um cristal. Homenageie os elementos (água, fogo, terra e ar) com agradecimentos. Mentalize o seu pedido, acenda a vela e o incenso, toque o sino três vezes e diga: "Quando a chama de luz começa a brilhar e crescer muito alta, Fraya, Senhor do Amor, por favor, dê-me um amor verdadeiro de coração a coração".<br />Bata o sino três vezes. Deixe a chama queimar. Feche o círculo com a mão erguida em sentido anti-horário, com o cristal. Este ritual deve ser repetido em três Luas Cheias seguidas.<br />Para uma reconquista amorosa<br />Queime um pouco de sálvia e na sua fumaça segure uma pena branca. Com ela varra o seu corpo todo, de cima para baixo, para limpar sua aura. Mude a posição de seus anéis, pulseira, relógio, invertendo o processo de receber e dar energia (o lado direito dá e o lado esquerdo recebe energia) por uma semana. Durante este período mentalize o desejo de transformar tristeza em alegria. Este encantamento faz com que você inicie um processo de renovação.<br />Para ter harmonia no amor<br />Escreva num papel com lápis vermelho o seu nome e o nome da pessoa que ama, desenhe um coração em volta dos nomes. Dobre o papel formando um quadrado, enterre-o num lugar onde crescem plantas silvestres e fale: "Amor na verdade, verdade na beleza, beleza no amor". Repita essa frase duas vezes por dia, durante dois dias.<br />Para resolver um problema amoroso<br />Faça um altar pondo sobre uma mesa uma toalha vermelha, uma vela branca no Sul, um incenso no Leste, uma taça com água no Oeste e um cristal no Norte, representando os quatro elementos. Concentre-se no desejo que queira ver realizado. Acenda a vela e leve o incenso até a sua chama e diga: "Assim como transformo fogo em cinzas, vou transformar ..... em ....."<br />Para amor, prosperidade e harmonia (Ritual das janelas abertas)<br />No primeiro dia do Ano devemos deixar 3 janelas abertas durante todo o dia, em cada uma devemos colocar uma flor para atrair um tipo de energia que permanecerá conosco todo o Ano. Na primeira, devemos colocar uma flor cor-de-rosa para trazer amor; na segunda, uma flor amarela para trazer prosperidade e na terceira uma flor branca para paz e harmonia.<br />Para prosperidade I<br />Faça um saquinho com um tecido novo verde. Na noite de Lua cheia prepare o altar com um caldeirão no meio, incenso do lado Leste, uma vasilha com mel e leite do lado Oeste, uma maçã no lado Norte e uma vela verde no lado Sul. Ponha camomila ou verbena dentro do caldeirão.<br />Peça aos deuses, aos elfos, aos anões antigos:<br />"Seres vestidos de seda e peles, dou-lhes de presente mel e leite como agradecimento por me ajudar a encontrar boa sorte e prosperidade".<br />Guarde as ervas no saquinho verde, amarre e passe o saco pela fumaça do incenso e diga:<br />"Abençoa a todos os que vêm me ajudar. Entre amigos fizemos uma troca".<br />Tenha sempre o saquinho junto de si. Leve o mel para fora de casa, deixe-o passar a noite no sereno. No dia seguinte despeje-o na terra.<br />Para a prosperidade II<br />À noite, na hora de dormir, coloque debaixo do travesseiro um bilhete com seu pedido e diga: "Querida deusa da terra, preciso de sua ajuda. Enquanto durmo sei que está trabalhando para atender meu pedido. Sei que quanto mais me dôo, mais recebo".<br />Numa quinta-feira pegue uma vasilha cheia de moedas, um vaso de flores e acenda uma vela verde e pense na proteção, na sorte, na expansão financeira que Júpiter pode lhe proporcionar. Olhando a chama da vela, diga para si mesmo: "Estou aberto e receptivo para toda a abundância que há no universo". Sinta que tudo flui para você agora e sempre.<br />Numa quinta-feira unte uma vela verde com óleo de eucalipto, acenda-a e visualize-se sentado no alto de uma montanha. Faça seu pedido e veja-o realizado. Na sua próxima refeição use um pouco de pimenta vermelha seca e reforce seus pensamentos para que você esteja no alto, tendo obtido seu sucesso.<br />Para prosperidade III (Tesouro dos Gnomos)<br />Outra magia de prosperidade pode ser feita com o auxílio dos gnomos e é muito utilizada pelas bruxas escocesas. Seu efeito é surpreendente rápido. Faça uma caixinha com uma casca de noz e coloque ali 3 trevos de 3 folhas (as bruxas autênticas sabem que na verdadeira magia está no número 3, portanto esse é o trevo poderoso), 3 grãos de milho e um cristal. Enterre o tesouro e ofereça-o aos gnomos da terra. Eles ficarão tão contentes com o presente, que retribuirão generosamente com a energia da prosperidade.<br />Para prosperidade IV (Magia das Fadas)<br />A canela sempre foi usada para magias de prosperidade e pode ter seu resultado potencializado se utilizada de acordo com esta receita originária de uma antiga irmandade mística conhecida como A Senda das fadas.<br />Acenda num jardim um incenso de canela, escolha uma flor e, segurando sempre o incenso, faça com que as cinzas caiam formando um círculo em volta da flor escolhida. Peça então que a fada dessa flor oriente seus caminhos rumo ao sucesso. Há milênios as fadas atendem esse código tão singular.<br />Para obter sucesso e prosperidade<br />Para aumentar seu poder diante de pessoas importantes envolvidas em assuntos profissionais de seu interesse, faça o seguinte talismã: Encontre uma caixinha de madeira bem pequena e coloque dentro uma folha de louro e um citrino. Feche-a e deseje sobre ela 3 gotas de lima. Está pronta a sua caixa do sucesso. Leve-a com você sempre que quiser um "auxílio extra" para assuntos de sorte e prosperidade.<br />Para fortuna e prosperidade (Anel da Fortuna)<br />Colha uma flor amarela em um dia de sol (peça antes licença às fadas). Pegue o caule da flor e faça com ele um anel que caiba perfeitamente no seu dedo indicador. A flor deve ser enterrada junto com um papel em que estejam escritos seus desejos de prosperidade. Use o anel por 3 dias. Depois prepare-se para agradáveis surpresas.<br />Para satisfazer desejos I<br />No escuro de uma noite de Lua Minguante, segure contra o peito um coração feito de metal ou de pedra. Recite devagar estas palavras: "Coração leve, coração claro, o que estou solicitando me é muito caro. Conceda-me essa alegria antes de raiar o dia".<br />Para satisfazer desejos II (Anéis dos Desejos de Halloween)<br />Vários dias antes do Halloween, faça três anéis de palha ou feno trançado. Pendure-os nos arbustos fora de sua janela e faça um desejo a cada anel enquanto o pendura. Após isso, não torne a olhar para os anéis até a noite de Halloween, ou seus desejos não serão realizados.<br />Para obter proteção I<br />Visualize um círculo triplo de luz arroxeada ao redor de seu corpo enquanto diz: "Estou Protegido por seu poder, Ó Graciosa Deusa, de dia e à noite".<br />Para obter proteção II<br />Faça um altar para sua família. Pegue um cristal. Projete em cada ponta do cristal a imagem das pessoas que você deseja proteger. Elas ficarão ali representadas. Cada vez que lavar o cristal reforce a programação. Toda a quinta-feira acenda um incenso, permeie o cristal com sua fumaça e deixe-o queimando ao lado.<br />Para obter concentração e isolamento (Magia Mimética)<br />Sente-se no chão e coloque os joelhos o mais próximo possível da cabeça. Cruze os braços em torno das pernas e feche os olhos. Sinta-se como um ouriço e seus espinhos, uma serpente enrodilhada ou uma pérola dentro da ostra... Esta é uma postura de proteção mágica. Use-a sempre acompanhada da imagem mental desses animais quando necessitar de isolamento e concentração.<br />Para desenvolver a intuição<br />Faça um chá de roseira, sente-se numa cadeira confortável, enquanto toma o chá, pense em algumas pessoas que podem estar precisando de sua ajuda. Sinta uma onda de sentimentos delicados saindo de você e indo para elas.<br />Para elevação espiritual<br />Tome um banho com óleo de lavanda, que o deixará calmo. Abra seu coração e perdoe alguém que te magoou. E reflita no poder do perdão.<br />Para obter harmonia (Ritual do equilíbrio)<br />Para ser feito sempre que precisar harmonizar-se:<br />Escolha um local tranqüilo e sente-se. Do seu lado direito, acenda uma vela branca e do seu lado esquerdo acenda uma vela preta. Cruze as pernas e coloque suas mãos espalmadas sobre seu peito (como se estivesse rezando). Fique assim por alguns minutos, sinta a energia que emana das velas formando um círculo de luz em volta do seu corpo. Imagine coisas opostas fundindo-se numa só: um Homem e uma Mulher, o Sol e a Lua, o Preto e o Branco.... Use sua imaginação. Depois de alguns minutos você estará se sentindo renovado, as forças mágicas e equilibradoras permanecerão ao seu lado por muito tempo.<br />Para obter invisibilidade<br />Feche os olhos. Imagine um círculo branco ao redor de você e imagine sua cor ser sugada para esse círculo até que você se torne transparente. Enquanto imagina isso, diga:<br />“Círculo de Luz, Circulo de Poder, por um tempo deposito minha cor. Por favor devolva-a ao meu dizer. Torne-me invisível. Faça-me movimentar sem ninguém perceber.”<br />Quando desejar voltar ao normal, ordene ao círculo que devolva sua cor.<br />ATENÇÃO: Só pessoas experientes devem usar esse encantamento.<br />Para reverter feitiço<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião. Pegue uma folha de papel virgem, e escreva o nome de seus inimigos. Sobre a folha, espalhe pó de sândalo e folhas trituradas de mirra, repetindo por nove vezes o seguinte encantamento: “Lua que tudo leva, Lua que tudo desfaz. Leva longe toda treva, e o nó do feitiço desfaz!”<br />Leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo. Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Para ouvir Pensamentos<br />Acenda uma vela azul e cante:<br />Enquanto as extremidades da sombra e da verdade, Que das luzes da flama temem que os pensamentos sejam abertos, a orelha disposta em minha mente, a fumaça desta vela em toda parte trazendo para dentro, mostrando à minha mente o pensamento.<br />Para obter energia I<br />Coloque nas noites de plenilúnio um copo de água mineral (natural) no peitoril da janela (é melhor do lado de fora) e deixe-o ali por toda à noite. De manhã, beba em jejum essa magnífica de força e bem-estar. Serve também para estimular poderes ocultos.<br />Para obter energia II (Leite Espiritual)<br />É importante conectar-se com a Terra para sentir-se seguro e forte. Uma boa maneira de recarregar-se com a energia da Grande Mãe é sentir toda a sua plenitude abraçando demoradamente uma árvore ou deitando-se confortavelmente em um jardim. É assim que somos alimentados com seu leite espiritual. Esse alimento é, em geral, aquele de que estamos mais carentes. Faça isso todos os dias e sinta seu magnetismo pessoal aumentando notoriamente.<br />Para amenizar a raiva<br />Visualize um circulo de luz a sua volta. Segure uma pedra negra em suas mãos e eleve-a a sua frente. Concentre-se e projete toda a sua raiva na pedra. Jogue agora a pedra com toda a sua força para fora do circulo, em um lago, mar, ou córrego que você visualizou e diga: Com essa pedra, a raiva irá. Água contenha-a, ninguém a achará.<br />Para afastar a tristeza<br />Colha uma rosa e leve-a para um canteiro ou um vaso à meia-noite. Cave um buraco na terra e diga: "Vá embora, tristeza. Coragem, coração! Pois toda a minha dor está sob este chão". Enterre a rosa. Afaste-se sem olhar para trás.<br />Para não se perder na ilusão<br />Peça a Netuno, Senhor dos mares e da imaginação: "Ajude-me a ver com o olho da intuição e levante o véu que cria todas as ilusões. Ajude-me a distinguir o que é real do que é irreal e faça o meu coração sentir a verdade". Borrife o rosto com água fria.<br />Para vencer o medo e a timidez<br />Apanhe 2 velas: uma cinza, outra vermelha. A vela cinza representa seu medo, sua timidez, então escreva nela, com suas palavras, o que lhe aflige. Segure-a bem apertado, transmitindo-lhe essa sensação ruim.<br />A vela vermelha representa a força que lhe falta ou que está escondida dentro de você. Esta é a Cor de Marte, da coragem, da combatividade e da agressividade que está faltando. Nela, grave afrase que mostra o que você deseja.<br />De manhã ou à noitinha, ou quando sentir que precisa, acenda as duas velas, começando pela cinza. Veja o fogo consumindo seus temores, sua timidez.<br />Depois observe a vela vermelha e sinta sua energia positiva superando o cinza que vai embora. Quanto mais tempo as velas estiverem acesas, mais rapidamente o ritual agirá.<br />Faça o ritual sempre que quiser, e se, após as velas terem se consumido e você não se sentir bem, repita o ritual, com o pensamento positivo mais forte. Logo você perceberá as mudanças em sua vida! E quando acontecer, agradeça às Forças Mágicas e acenda um incenso em sua homenagem assim que as velas se apagarem.<br />Para a cura (Águas curativas)<br />Ponha uma pedra furada (pela natureza), dentro de um pote com água limpa. Remova-a e a água estará carregada com vibrações curativas que podem ser utilizadas em banhos de cura, para ungir talismãs de cura e assim por diante.<br />Palavra Mágica<br />Quando damos nomes às coisas ou situações estamos outorgando a eles exigência e poder. Crie uma palavra mágica que será sua chave para acionar as esferas da magia.<br />Essa palavra deverá ter 11 letras e uma sonoridade que agrade seus ouvidos. Lembre-se: você é o senhor do seu espaço mágico. Assim, toda vez que proferir essa palavra, imagine muita luz em sua direção. A repetição desse pensamento é tudo de que precisa para transformar essa palavra, pouco a pouco, em seu mantra de poder pessoal.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-57690168717817533072009-03-29T10:19:00.000-03:002009-03-29T10:24:07.453-03:00Prático de Magia SexualRetirado do Website † Gothic Sanctuary †<a href="http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/">http://www.gothic-sanctuary.cjb.net</a><a href="http://www.gothic-sanctuary.tk/">http://www.gothic-sanctuary.tk</a>e-mail: <a href="mailto:gothic_sanct@yahoo.com.br">gothic_sanct@yahoo.com.br</a>† By Darkness Queen †Reprodução não só permitida como também incentivada!__________________________________________________________________________Manual Prático de Magia Sexual __________________________________________________________________________Capítulo 1<br />O UNIVERSO TÂNTRICO<br />Introdução<br />Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.<br />As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual<br />Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa "a via") é a mais das religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como "Tantras" e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna, ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam, sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.<br />As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual<br />Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus. Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma forma ocidental de Tantra. Este 'tantrismo' tinha ritos iniciáticos e práticas adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C. e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.<br />Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas pelas derivações modernas da GD.<br />A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção todos os segredos da Livre Maçonaria.<br />Feitiçaria Sexual no Novo Aeon<br />Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental. Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas. Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).<br />A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens, acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon de Hórus.<br />"Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o salvará.Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o destruirá."<br />O evangelho gnóstico de Tomé.<br />"...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea."<br />O evangelho de acordo com Egyptiana.<br />Os Cinco M da Feitiçaria Sexual<br />A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez, sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara, um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês 'Right Hand Path', que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) 'Left Hand Path'. A razão por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda implicava num rito sexual.<br />Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual. Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não apenas rito sexual.<br />O Primeiro M : Madya Sadhana<br />A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.<br />O Segundo M : Mamsa Sadhana<br />A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como 'carne', pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente (por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como 'fala', então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática dentro de um contexto ritual.<br />A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada (normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.<br />O Terceiro M : Matsya Sadhana<br />O terceiro M tende a ser traduzido como 'peixe' e é usado da mesma maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal. Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.<br />O Quarto M : Mudra Sadhana<br />Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou Mudras Corporais.<br />O Quinto M : Maithuna Sadhana<br />O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e 'temporariamente fecha-se o sistema'. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.<br />A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M, Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte classificação dos Sub Sadhana.<br />Sub Sadhanas no Maithuna<br />Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.<br />Mamsa Sadhana-FelaçãoMataya Sadhana-CunilínguaMudra Sadhana-Posturas SexuaisMaethuna Sadhana-Comunhão sexual (congrex)Feitiçaria Sexual : Um Esquema<br />A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo, descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.<br />A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.<br />Alphaísmo (Alfa) - Magia Sexual Solitária<br />Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.<br />Betaísmo (Beta) - Magia Sexual Solitária<br />Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de características internas através da ciência de projeção extracorpórea.<br />Gamaísmo (Gamma) - Magia Heterossexual ou Polarizada<br />Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.<br />Deltaísmo (Delta) - Magia Sexual para Chakras<br />Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga sexual.<br />Epsilonismo (Epsilon) - Magia Homossexual ou Apolar<br />Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece mais precisa e segura.)<br />Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil, algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à frente.<br />Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.<br />Shakti, Shiva e Papéis Sexuais<br />Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi, Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção, Hadit, é idêntica a Shiva.<br />Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico. Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.<br />A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado tântrico diz que "Shiva sem Shakti é Shava (cadáver)." Quando Shiva e Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas atribuições são ao contrário.<br />Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma, um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado, portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão 'X', tal formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas únicas.<br />A Semente Sagrada<br />O conceito de "Semente Sagrada e Fluidos Sacros" forma a base de muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.<br />"A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É a chave universal de toda Magia (Mágika)."<br />Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley<br />A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano, masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas. Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências, entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a "pedra filosofal" e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.<br />O Grande Rito<br />Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de 'atração entre partículas'.<br />Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como "Terceiro ou Grande Grau". Este grau, também conhecido como o "Grande Rito", envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.<br />No Livro da Lei afirma-se que "todos os atos de amor devem ser feitos a Nuit", não importando como vemos este texto, este conceito é vital pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima filosófica do "Monge ou Freira de Thelema" e um "Novo Celibato", onde todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.<br />A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é definido como "atração mágika de partículas" e não nos termos sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do sexo em atos meramente físicos.<br />A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba não é magia sexual !<br />Eros e Thanatos<br />A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais. Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um estado de consciência mais amplo.<br />O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais, enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do "Culto Mórbido de Kali". Estes ritos de morte representam um dos segredos mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano Superior.<br />Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam experimentadas.<br />Conclusões<br />Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez, até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como pensamos.<br />Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do Universo.<br />Capítulo 2<br />A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO<br />Introdução<br />"O que está em cima é como o que está embaixo..." assim diz o grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.<br />Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo; o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus, o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário, embora às vezes tenha mérito artístico.<br />A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.<br />A Natureza do Orgasmo<br />O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para exploração de dimensões astrais mais altas.<br />O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens, evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.<br />Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar sua exploração imediatamente.<br />A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação, não sendo, entretanto, sempre assim.<br />Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente, pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.<br />A Criação de Crianças Astrais<br />Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais também podem ser usadas para controlar sonhos e girar 'a teia da Ilusão'. Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria realidade. Esta técnica de "Sonhar de Verdade" foi primeiramente ensinada em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.<br />Assunção de Formas de Deuses<br />Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da forma-deus pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.<br />Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente, invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma utilização secreta.<br />"Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta, escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus."<br />Liber al Vel Legis 1 : 57<br />O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual, polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual. Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são conhecidas como os elementos tântricos.<br />Os Elementos Tântricos<br />Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui, queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago. Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas como :<br />OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.<br />XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual.<br />Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do Necronomicon.<br />Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como "Os Elementos Tântricos Cruzados" e incluem :<br />OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens de deuses do mesmo sexo).<br />XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses de sexos opostos).<br />Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus usos.<br />No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral) era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto, a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade, estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.<br />A Base Biológica dos Mistérios<br />As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud, que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de 'Bions', células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957 condenado por charlatanismo.<br />Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.<br />Todos iniciados no Tantra tornam-se "Irmãs da Estrela Prateada", por assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel da "Irmã" é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma "Irmã" em transe com os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.<br />As frases-chave aqui são 'as camas purpúreas', isto é, iluminadas pela Sahasrara Chakra e 'Fogo e Luz nos seus olhos', isto é, elas estão em transe e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui, entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo dos Kalas abaixo.<br />A Yôga do Sexo<br />Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido como "Prayôga" e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual. Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro 'A Morte de Cristo' de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do mito de Cristão é oferecida.<br />Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de "The Sacred Mushroom and The Cross", "The Dead Sea Scrolls", "End of The Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo 'Christós' realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um imensurável poder pessoal.<br />Os Chakras<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores, mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não absorvida.<br />O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos (corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo, experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como parte do processo de desenvolvimento.<br />A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot<br />Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem 'A Torre' e 'O Enforcado'. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos inferiores, o lado feminino do Eu (Self).<br />Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove, a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon para o qual é a chave.<br />No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor, algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon representado na frente da carta. Ele representa os vários 'eus espirituais' do humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade, simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.<br />Capítulo 3<br />A HISTÓRIA DO TANTRISMO<br />Introdução<br />Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na mudança das estações e cuja presença era experienciada através de fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como a Tartária.<br />A Tartária<br />Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaram-se de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária. Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em sua 'Doutrina Secreta' Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça de uma época muito antiga.<br />Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico, a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa. Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas fabulosas civilizações através de Uddiyana.<br />A Uddiyana<br />A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo, YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões. Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das mais notáveis 'crianças de Uddiyana' incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.), o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.<br />Alquimia Sexual Chinesa<br />Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais, ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico, filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente difícil retratar a Lao Tse muita de 'sua' filosofia, sua vida tornou-se uma lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual, ritualística e ocultismo.<br />A Religião Bon do Tibet<br />Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo. Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação, vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte), tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso de ritos sexuais, ele disse :<br />"Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você."<br />O Tantra na Índia<br />Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia, entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 - 1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas muçulmanas.<br />Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana (Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva), Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo sistema religioso.<br />Primórdios da Magia Sexual Ocidental<br />Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente, sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875), Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas astrais, incluindo o que eles chamavam de 'Humanimaux', elementares meio animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais era conhecida como 'os Essênios', estavam envolvidas num sistema de magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875) demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi adaptado na estrutura maçônica da OTO original.<br />O Trabalho de Gurdjieff<br />Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao estudante de magia moderna.<br />Aleister Crowley e a O.T.O.<br />A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus, os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da Tartária.<br />A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa, deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta maneira forçados a permanecerem 'em terra'. Embora haja várias reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos, embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.<br />A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno da Vontade.<br />Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além<br />Capítulo 4<br />AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL<br />Introdução<br />A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia, oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de condicionamento social, operando como uma máquina programada.<br />Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o "Animal"; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu superior ou 'anjo' realiza seus comandos através da mente treinada ou Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.<br />Primeiros Passos na Iniciação Tântrica<br />Barreiras Psicológicas<br />O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato. Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade. O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um potencial mais andrógino.<br />Concentração na Magia Sexual<br />Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada na tela mental sem qualquer interrupção.<br />O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira, começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixá-la durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.<br />Função de Múltiplos Orgasmos<br />A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos perguntar : e como fica o macho ?<br />Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta mensagem.<br />Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns. Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere haver um método de disparar estados alterados através de sua correta utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e tornam disponíveis experiências de estados alterados.<br />As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas certamente não o fim requerido.<br />Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e um estado de "Nirvana Orgasmático" :<br />1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua existência para si mesmo.)<br />2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e vontade internas.<br />3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).<br />4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax, deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência orgásmica.<br />5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado, presente e futuro e EXPERIENCIE.<br />Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma continuação do espasmo orgásmico.<br />6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem a tornarem-se mais fáceis no processo.<br />Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar, deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o orgasmo pelo que ele é.<br />Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.<br />A MEDITAÇÃO DE ÁTUM<br />1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.<br />2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras mentais.<br />3. Medite na Declaração de Átum.<br />(Declaração Pirâmide 527)<br />"Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a criação do mundo em termos humanos."<br />4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado pelo uso correto do orgasmo sexual.<br />5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como Vontade Verdadeira sendo manifestada.<br />6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram 'Humn'.<br />7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.<br />8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.<br />9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.<br />No momento do clímax, utilize o mantram 'Ghaa'.<br />10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.<br />MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL<br />Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.<br />1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.<br />2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.<br />3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.<br />4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher num homem, note o olhar, etc.<br />Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la esvair.<br />5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando este "troca-troca" até que a segunda imagem possa ser sustentada com excitação.<br />6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria obtido estímulo.<br />7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de ambos os sexos com excitamento físico.<br />8. Transfira este experimento para a prática.<br />Exercícios Preliminares na Magia Sexual<br />Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.<br />O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo deve ser uma experiência de força e poder internos.<br />Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.<br />Os exercícios estão divididos em três categorias :<br />1. Individual<br />2. Casal<br />3. Geral<br />Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar experimentá-lo com você.<br />EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS<br />1. Sente-se num estado meditativo, nu.<br />Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se consciente de seu corpo e então prossiga.<br />2. Experiencie seu próprio corpo.<br />Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade, usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o plenamente.<br />Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado, explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas ações e reações.<br />Termine a sessão com um longo banho relaxante.<br />3. Sente-se num estado meditativo.<br />Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.<br />Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força do orgasmo.<br />RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA SEXUAL SOLITÁRIA<br />1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e a mente alerta, mas relaxada.<br />2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os mesmos cheios de Fogo Cósmico.<br />3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.<br />4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo ígneo aumenta a cada ciclo.<br />5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo calmo.<br />6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo com um mantram específico e o ato sexual.<br />OS MANTRAS MURMURANTES<br />Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante a experiência sexual.<br />Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :<br />1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e para cima.<br />2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e volume.<br />3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático. Prossiga com a experiência sexual.<br />Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são :<br />Humn / Yungm / Ghaa - Mantras usados para rejuvenescimento sexual.<br />Humn / Ghaa - Humn é para ser usado no congresso sexual e Ghaa para o orgasmo.<br />Hunga - Este mantram estimulam o chakra básico.<br />Linga - Este mantram estimula as emoções através do chakra cardíaco.<br />OS MANTRAS SONOROS<br />Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.<br />Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um largo espectro de estados alterados e experiências.<br />Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual, contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.<br />EXERCÍCIOS EM CASAIS<br />Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se concentram na magia.<br />1. Criaturas Imaginárias<br />A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.<br />B. Induza um estado de relaxamento.<br />C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.<br />A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.<br />2. Conversação<br />A. Faça o mesmo que no exercício um.<br />B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma maneira coerente até pouco antes do orgasmo.<br />C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você tivesse disparado um segundo reflexo.<br />3. Exercício Humorístico<br />Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe automaticamente.<br />ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS<br />Primeiro Dia<br />- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.<br />- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.<br />- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.<br />Segundo Dia<br />- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e em posição por dez minutos ininterruptos.<br />- Não atinja a ejaculação.<br />Terceiro Dia<br />- Sem atividade sexual.<br />Quarto Dia<br />- Como no segundo dia.<br />Quinto Dia<br />- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).<br />Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus interiores.<br />Sexto Dia<br />- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos meia hora e no máximo uma hora.<br />Sétimo Dia<br />- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.<br />Oitavo Dia<br />- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.<br />Nono Dia<br />- Retorne para a atividade "normal".<br />O Procedimento do Congresso Sexual<br />Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado. Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.<br />1. Entre em relaxamento profundo.<br />2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos (Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)<br />3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.<br />4. Vibre o mantram 'Humn'.<br />5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.<br />6. Penetre com o som de 'Humn' sendo aumentado. Alcance o orgasmo com o mantram 'Ghaa'.<br />7. Retorne para o estado de relaxamento.<br />Conclusão<br />Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas. Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu altar.<br />Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento, de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve, os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da iniciação.<br />Capítulo 5<br />OS MISTÉRIOS DA FÊNIX<br />O Simbolismo da Fênix<br />A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o Pavão.<br />De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de 1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto, este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.<br />Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o Grande Ano tinha 26 mil anos.<br />A Fênix era conhecida como "A Dupla Trilha", a ave do retorno e a eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada (GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.<br />A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol, mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo. Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia. E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit que salvam as terras de aniquilação.<br />Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.<br />Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.<br />Análise Cabalística da Fênix<br />Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta forma de simbolismo.<br />Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de energia: Estelar, Solar e Lunar.<br />1. Forças Estelares :<br />Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.<br />Força Oculta : Hadit ou Kether.<br />2. Forças Solares :<br />Substância Raiz : Therion ou Chokmah<br />Aspectos Planetários : Hórus / Set (modo superior de Tipheret)<br />Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)<br />3. Forças Lunares :<br />Substância Raiz : Babalon ou Binah<br />Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod<br />Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :<br />A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos inferiores via esfera Lunar.<br />A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo) deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a influenciar a radiação da força.<br />Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.<br />Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-as com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz Circular Solar.<br />Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix começa.<br />Irradiações de Energia<br />As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.<br />Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um "olho". A numeração de "olho" é setenta ou Ain.<br />A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.<br />A Ressurreição da Fênix<br />Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e, ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya). Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set, apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.<br />Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual<br />Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como "A que retorna" e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo "normal".<br />É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital, conhecida como "Trilha", sobre a qual dizia-se originar numa região secreta e inacessível. A "Trilha", em inglês 'Hike', pode ser igualada à Hekt egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os poderes mais obscuros da fórmula.<br />Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula. Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante exclama...<br />"Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não conhecia."<br />Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado "O Coração do Mestre" (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal (algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades homossexuais.<br />O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em 1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de "Love Under Will" (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford, um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro "Ocultismo Sexual" (Sexual Occultism) :<br />" A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico. Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente, Kundalini.<br />A palavra 'esfíncter' significa um nó ou faixa e é derivada da mesma raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando então o enigma da Esfinge."<br />O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini. Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou cóccix, chamada "o corpo coccígeo", embora sua função seja desconhecida para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a "glândula Kundalini". A ativação sexual desta glândula é direta e rápida através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.<br />Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix<br />O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix. Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.<br />A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido, podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.<br />A Missa da Fênix<br />A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.<br />O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e do qual se liberta.<br />Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.<br />Conclusões<br />A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena integração da energia da Fênix.<br />Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada<br />Capítulo 7<br />O CIRCUITO PSICO-SEXUAL<br />Introdução<br />O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.<br />O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos Mistérios.<br />A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psico-sexual é adequadamente compreendido de antemão.<br />"O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo."<br />Sir John Woodroffe<br />O Circuito Psico-Sexual Humano<br />A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das<br />Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.<br />O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.<br />O Marma Ajna Psico-Sexual<br />Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja 'A História do Grande Deus Pan' de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.<br />O Marma Psico-Sexual Qoph<br />O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.<br />O Marma Psico-Sexual Visuddha<br />O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.<br />Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170<br />170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.<br />"...e a palavra transformou-se em carne."Evangelho de João, capítulo um.<br />Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas<br />Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de mago para mago.<br />Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.<br />O Marma Psico-Sexual Genital<br />O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente (Kundalini).<br />Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem "o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs" do Livro da Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como entidade.<br />Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.<br />O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto<br />O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação com a Kundalini.<br />Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.<br />O Marma Psico-Sexual de Bindu<br />Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às visões do espaço interno.<br />O Circuito<br />Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.<br />O sistema numérico deste ciclo é :<br />AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus<br />Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e possibilidade internas.<br />No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.<br />Ajna ChakraRegião Pituitária64 raiosVisuddha ChakraRegião Tiroidal72 raiosAnahata ChakraRegião Cardíaca54 raiosManipura ChakraPlexo Solar56 raiosSwadisthana ChakraRegião Genital62 raiosMuladahara ChakraRegião Coccígea/Anal56 raiosCiclo Completo360 raiosDentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).<br />Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.<br />Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas maneiras: os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).<br />Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes do Tantra.<br />Ajna ChakraHexagrama LiSol e SolCentro QophHexagrama KhanLua e LuaVisuddha ChakraTrigrama SunAr e ArPalmas Li e KhanReflete Ajna/QophÓrgãos Sexuais Quian / Kun Falo / VaginaHexagrama TuiÁgua de ÁguaÂnusHexagrama GenTerra de TerraPonto BinduHexagrama ZhenFogo de FogoEm consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.<br />LiHexagrama 30TipharethKan (Khan)Hexagrama 29YesodSunHexagrama 57DaathQuian (Qian)Hexagrama 1KetherKun (Khwn)Hexagrama 2MalkuthTui (Dui)Hexagrama 58ChesedGen (Ken)Hexagrama 52NetzachZhen (Ch'en)Hexagrama 51GeburahTabela de Marmas Psico-Sexuais<br />1. Ajna chakra (Vontade)Ayin 70Olho de Shiva2. NucaQoph 100Origem da Força Sexual3. Visuddha chakraAyin/Qoph 170Logos ManifestoA união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os 'Nephilim' ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da 'palavra' mágika (Logos).<br />4. Palmas das MãosKaph 20cada Ativadores das Zonas Sexuais5. Órgãos SexuaisAyin 706. Região AnalAyin 70O Olho SecretoAmbas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.<br />7. Ponto BinduYod 10O Ponto de FocoAqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psico-sexual podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.<br />A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.<br />OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES<br />O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.<br />Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.<br />A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de Set.<br />A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.<br />A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.<br />A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os mundos.<br />A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções do organismo.<br />A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.<br />O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano Superior.<br />A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.<br />A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.<br />Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.<br />Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.<br />"Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade)."<br />Liber A'Ash vel Capricorni Pneumatici, de Aleister Crowley<br />A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.<br />A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.<br />A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.<br />A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.<br />A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna presente na roda eterna.<br />A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do arcano do Enforcado.<br />A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima secreção.<br />A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como uma "pequena morte". Sua lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.<br />A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.<br />A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.<br />A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.<br />A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da Torre.<br />A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.<br />A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.<br />A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.<br />A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.<br />Notas sobre os Caminhos como Secreções<br />As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.<br />Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como "Cults of the Shadows", Cultos das Sombras, (Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são infelizes.<br />Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.<br />SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES<br />11. Espírito SantoSanto Intoxicado12. ChaosPomba e Serpente13. Alta SacerdotisaDeusa Dormente14. BabalonDeusa Sexual15. EstrelaMãe do Espaço16. Homus superiorisKala Secreto, Alto Sacerdote17. GêmeosSet e Maat18. Impulso CriativoPrincípio da Reversão19. Semente da SerpenteImpregnação de Babalon20. EspermatozoonErmitão como Criança Cósmica21. Senhor do KarmaControle da Realidade22. FugaLivrando-se do ciclo terrestre23. IniciaçãoExplorando o Inconsciente24. OrgasmoThanatos absorvido em Eros25. BaphometAndroginia26. CapricórnioExploração27. Projeção FálicaPaixão animal destrói a Ilusão28. Tintura VermelhaExcesso de paixão29. LuaOriginador sexual30. SolAjna chakra31. AeonMensagem como Logos32. Sigilo de SetManifestação ou começo.Combinações Especiais Válidas de Atenção<br />13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por<br />16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e<br />17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat, impulso criativo interno e externo (18, 19).<br />14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,<br />20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos<br />21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)<br />31, a declaração do Novo Aeon e<br />32, a Manifestação do Novo Aeon.<br />O Simbolismo da Mandala<br />Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.<br />A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali contida.<br />A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e Thanatos.<br />A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.<br />As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).<br />Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.<br />Conclusão<br />Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :<br />"Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo mundano.Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.Em beatitude e alegria de profunda 'possessão de si mesmo' (samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre esteve livre."<br />Capítulo 8<br />A NATUREZA DOS KALAS<br />Introdução<br />"Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra 'calendário' deriva de Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra 'cor'.Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas."<br />Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)Kenneth Grant (Muller, 1980)<br />O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser 'solo' ou com parceiros de ambos os sexos).<br />Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.<br />A Natureza dos Kalas<br />Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago, macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas, contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas ou flores da essência.<br />Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado, quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos, contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida, cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou onda primal.<br />Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas no português) representando as vibrações de Nox.<br />Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos fluidos sexuais ou Kalas.<br />Tempo e Kalas<br />O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.<br />O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.<br />O Décimo Sexto Kala<br />"Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim."<br />Livro da Lei, II:26<br />O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.<br />O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é possível.<br />O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.<br />Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.<br />Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de qualquer sexo.<br />A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.<br />A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.<br />I.'. A.'. O.'. como uma Fórmula dos Kalas<br />A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.<br />I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.<br />A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.<br />O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.<br />Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.<br />As Três Classes de Kalas<br />Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do Eremita de Yod, a semente solitária.<br />"Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra..."<br />Livro da Lei, I:40<br />O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são classificados como segue.<br />Tamas<br />Símbolo Alquímico : Sal<br />O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma primeira manifestação do resultado.<br />Rajas<br />Símbolo Alquímico : Enxofre<br />O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.<br />É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.<br />Sattva<br />Símbolo Alquímico : Mercúrio<br />O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.<br />Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da Escuridão.<br />Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.<br />Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra<br />Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto, as atribuições são as seguintes :<br />"Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua."<br />Livro da Lei<br />AjnaMercúrio e PlutãoTerceiro Olho e CérebroVisuddhaJúpiter e SaturnoLíngua e GargantaAnahataLuaCoraçãoManipuraSolPlexo SolarSvadhistanaVênus e UranoÂnus e esfíncterMuladharaMarte e NetunoKanda e órgãos sexuaisAcompanhando a atribuição acima está a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.<br />Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão, Vênus, a 'estrela' do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.<br />Macho<br />1. Lótus Anal - Carmim; Marrom com reflexos dourados<br />2. Lótus da Próstata - Branco, Diamante.<br />3. Glande - Púrpura, lilás e vermelho.<br />Fêmea<br />1. Lótus Anal - Carmim; marrom c/ reflexos dourados<br />2. Entre a Uretra e o cérvix uterino - Laranja<br />3. Clitóris - Verde<br />Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser explorada pelo mago empreendedor.<br />Tabelas de Kalas<br />Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.<br />OS KALAS<br />NomeChakraAstrologiaNuityaMáscaraAjnaPlutãoNilapatakaOcultadorVisuddhaSaturnoVijayaFrioAnahataLuaNuityaControladorSvadhisthanaUranoSarvamangaSedutoraMuladharaNetunoJvalamaliniLimpoAjnaArBherundaMolhadoVisuddhaTerraNityaklinnaMisturado---ÉterCitraVaginaSvadhisthanaÁguaVhagamaliniVoluptuosoMuladharaFogoKameshvariAgitadorAjnaMercúrioTvaritaDadorVisuddhaJúpiterSivadutiBrilhoManipuraSolKulasundariAmanteSvadhisthanaVênusVajreshvariChamaMuladharaMarteVahivasiniTamas rege de Nilapakata a Nityaklinna<br />Sattvas rege de Citra a Sivaduti<br />Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini<br />KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT<br />NomeTarotAstrologia / QabbalahMáscaraNilKether / ChokmahOcultadorDiabo/Estrela/UniversoCapricórnio/AquárioFrioSacerdotisa/CarroCâncerControladorNilBinah / ChesedSedutoraNilGeburah / TipheretLimpoLoucoNilMolhadoNilYesod / MalkuthMisturadoNilNetzach / HodVaginaEnforcadoNilVoluptuosoAeonNilAgitadorMagus/Amantes/ErmitãoGêmeos / VirgemDadorRoda/Arte/LuaSagitário / PeixesBrilhoSol /Luxúria/Emperatriz/HierofanteLeãoAmanteAjusteTouro / LibraChamaTorre/Morte/EmperatrizEscorpião / ÁriesNovamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.<br />Os Kalas e o Tarot<br />Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.<br />Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.<br />As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.<br />As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth. Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é atribuído a naipes.<br />Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico de astrologia.<br />Ciclos dos Kalas<br />Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.<br />Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.<br />Conclusão<br />A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como "A Visão do Deus Pan<br />Capítulo 9<br />ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO<br />Introdução<br />Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.<br />Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.<br />A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.<br />O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.<br />O Simbolismo da Missa<br />Ilustrando o texto de Franz Hartmann "O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes", encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :<br />"A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito."<br />"Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente."<br />"Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo."<br />Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.<br />Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é "O Athanor", que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como "uma fornalha teosófica selada cabalísticamente."<br />Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como "A Cucurbita". É descrita por Khunrat como "uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo". O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.<br />Os Dois Produtos<br />Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a "Serpente", por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.<br />Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.<br />Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.<br />A Fórmula IAO como Alquimia Sexual<br />"Solve et Coagula."<br />O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de 'Solve et Coagula' (dissolver e aglutinar).<br />A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.<br />A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.<br />As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.<br />Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.<br />IAO<br />A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.<br />F (V) - Vontade Verdadeira<br />I - Virgem - A Semente Solitária<br />A - Escorpião - Paixão<br />O - Capricórnio - União<br />F(V) - Vontade Verdadeira<br />A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :<br />F - Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)<br />I - Virgem - Virginal, não desflorado<br />A - Escorpião - Mago Sexual<br />O - Capricórnio - Andrógino<br />F - Eu Verdadeiro - Humano Superior<br />Conclusões<br />Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.<br />Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.<br />Apêndice Um:Sobre Simbolismo Alquímico<br />Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.<br />A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.<br />O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.<br />Em alguns livros tais como "Sexualidade, Magia e Perversão" (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.<br />Apêndice Dois:O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas<br />O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.<br />Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens 'aceitas'.<br />Embora respeitemos aqueles que clamam 'prova histórica de linhagem', a opinião de nossa Ordem é "os conhecereis pelos vossos frutos" e que "para provar o bolo, só comendo". Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é 'de linhagem' para você.<br />A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral "Astrum Argum". Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.<br />A experiência é o maior mestre. Tenho dito !<br />Capítulo 10<br />MAGIA SEXUAL DELINEADA<br />Introdução<br />"Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa."<br />"O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto."<br />"Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada."<br />"Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em indignação chocada."<br />Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas), Aleister Crowley<br />Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.<br />Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.<br />Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado por seu instinto corporal.<br />As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.<br />A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional<br />A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O's eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.<br />A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.<br />O termo Astrum Argum significa "Estrela de Prata" e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a Epsilon.<br />Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se torna um dos "Deuses Vivos".<br />Santuário Soberano Astrum Argum<br />O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.<br />Trabalho Pré-Alfa<br />Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se projetar para a realidade.<br />Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.<br />Alfaísmo<br />O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser praticados neste grau.<br />O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.<br />Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.<br />Betaísmo<br />O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.<br />Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de desenvolvimento interno.<br />Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais, inteligências não humanas.<br />Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente reais (golem).<br />Gamaísmo<br />As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro "Moonchild" de Aleister Crowley.<br />Epsilonismo<br />Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.<br />Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.<br />Gamma - Epsilon<br />Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.<br />A Eucaristia<br />A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.<br />Dianismo<br />Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano Delta.<br />Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito preparo.<br />Qodosh<br />Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos Qodosh.<br />O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.<br />Deltaísmo<br />Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser contraprodutivos.<br />As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do Humano Superior.<br />Trabalhos Específicos<br />Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino mágiko e oculto.<br />Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.<br />Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.<br />Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das técnicnas e práticas.<br />A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de acordo com o engenho do mago.<br />Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a experiência é o melhor professor.<br />TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO<br />ALFA (SÉTIMO GRAU)<br />Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.<br />BETA (OITAVO GRAU)<br />Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.<br />GAMMA (NONO GRAU)<br />Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.<br />DELTA (DÉCIMO GRAU)<br />Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).<br />EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)<br />Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.<br />GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)<br />Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.<br />EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)<br />Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.<br />DIANISMO E QODOSH<br />Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.<br />Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.<br />TRABALHOS ESPECÍFICOS<br />Alfa<br />- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário<br />Consagração dos 15 Kalas<br />Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos<br />Beta<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo<br />- Oral / Manual Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)Feitiços/Ilusões (29º kala )<br />Gamma<br />- Criação, Intuição<br />Polarizada<br />- Eucaristia do 19º Kala<br />Inspiração<br />- Polarizada<br />Após a preparação do 14º Kala<br />Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente<br />Delta<br />- Solitário (manual)<br />24º Kala<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Despertar da Kundalini (arcano da Torre)<br />- Apolar<br />Arcano da Torre e do Aeon (oral)<br />Epsilon<br />Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas) e Túneis Individuais dos Qlipphoth<br />A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS<br />Arcano do TarotDescrição do Trabalho.GrauLoucoInduzir estado de êxtase. Glóbulos para exploração astral. Trabalhos com Ain.Alfa Gamma DeltaMagusControle dos Elementos. Invocação da Vontade Verdadeira.Epsilon Alfa/BetaSacerdotisaProjeção além da Morte. Visão de Kether (Hadit).Qodosh Epsilon/GammaEmperatrizInvocar Babalon e Therion. Encarnação de Forças.Delta GammaEstrelaKalas induzidos como Frio e Limpo.GammaHierofanteInvocação de Forças da Terra. Manifestação do desejo.Alfa/Delta GammaAmantesInvocação de Hórus/Set. Experiência de Set como a camada interna.Epsilon Epsilon/DeltaCarroCarro Controle do Organismo.AlfaLuxúriaChave dos trabalhos.Gamma/EpsilonErmitãoExperiência da Vontade Interna.Alfa/DianismoRodaBaixa Magia (ênfase em Qodosh). Ajuste Visões Kármicas.Todos grausEnforcado (oral)Exploração do inconsciente. Inconsciente Qlipphótico – morte morte Exploração Qlipphótica.Epsilon/Beta Epsilon Epsilon apolarArteTransmutação Interna.DeltaMorteQlipphoth.EpsilonDiaboInvocação da Vontade universal. Visão de Pan.Epsilon/Delta/Gamma Dianismo/QodoshTorreDespertar da Kundalini.DeltaEmperadorControle das Paixões.Pré-AlfaLuaForças Lunares. Fertilidade, Feitiços, ilusões.Gamma Epsilon/BetaSolHórus, trabalhos leves. Disco solar negro e chamuscante. Exploração Qlipphótica. Formas animais.Gamma Gamma Epsilon EpsilonAeonInvocação da Corrente do Aeon.Todos grausUniversoMagia da ManifestaçãoTodos graus<br />Capítulo 11 ALFAÍSMO Introdução Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações devem ser trazidas à tona. Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser forte e portanto, se possível, prolongado. A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser prolongado através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente. Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática. Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo. O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz "Não pense em Verde" e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente. Preliminares do Trabalho Alfa Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa. Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial orgásmico. Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa. Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores. Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade alternativa. Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta maneira. Consagração Usando Técnicas Alfa A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado na consagração, já purificado ritualísticamente. Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado). Um rito completo para este propósito é conhecido como "Criação de Vórtice pelo Alfaísmo" e está esquematizado no final deste capítulo. Controle Onírico através do Alfaísmo O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação astral-mental para "Sonhar de Verdade" e influenciar sua experiência da realidade. O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática. Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras. No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que "Sonho Criativo" de Dion Fortune, por permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente. A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permita-se cair num estado 'fronteiriço' de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não atinja o orgasmo ou ejacule. Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo estágio da técnica de Controle Onírico. O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar e envolve um certo 'truque'. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado, durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do sonho. Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum resultado foi ganho. Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de prática antes de dominá-la. Sigilização "No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas." Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico), S.B. Dasgupta No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio. Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado, isto enganará o "Censor" da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um programa com sucesso. "A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária." "Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade Verdadeira ou 'sonho inerente'." Aleister Crowley e o Deus Oculto Kenneth Grant, Muller, 1978 É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente). O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por exemplo, 'Eu quero a força de um tigre'. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar um sigilo. O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual. O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas, ativo ou passivo. A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal. A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico. Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido inadequado. Variações Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é "Urn Magick" (Magia da Urna). A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos que haviam morrido. A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de grande valia. Outras variações incluem o uso do "sonhar de verdade" para curar e moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo. Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção. Conclusões Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos. Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado. Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a palavra 'Watcher' ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da mente consciente. Em português, traduzimos 'Watcher' como Sentinela, e sua inversão como Alenitnes. "Ó poderosos Alenitnes ! Tu que existe em tudo que é erógeno, Nós te evocamos ! Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço Nós te evocamos ! Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo Nós te evocamos ! Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos Nós te evocamos ! Pelos conceitos do sagrado intervalo Dê-nos a carne ! Pela Quadriga Sexualis, Dê-nos desejo invariável ! Pela conquista da fadiga, Pela mais sagrada palavra do Céu, Dê-nos ressurgência eterna ! Nós te invocamos !" RITUAL DE VÓRTICE ALFA Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama. Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito. O Rito O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas. O sacerdote/isa encara o altar e afirma "Do what thou wilt shall be the whole of the Law". Os magos respondem "Love is the Law. Love under Will." O sacerdote/isa encara o altar e afirma "Quando todos os fantasmas tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do Fogo." Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante... ORO IBAH AOZPI Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste. MOR DIAL HECTEGA Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte. EMPEH ARSEL GAIOL Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste. OIP TEAA PIDOC Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul. O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União : EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida e da morte. Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de cada indivíduo ... "Sagrado És Tu, Senhor do Universo. Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza. Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso. Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas." Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande Obra. Pés - O Caminho Espiritual Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira Genitais -Uso correto dos instintos Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII) "À minha solidão vem O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores [ morros. Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria [ e eu contemplo Pan. As neves são eternas acima, acima - E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas. Mas o que tenho eu a ver com isso ? Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan. Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido... perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo [ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar numa [ fala bizarra e monstruosa. O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer. O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele. Eu mesmo jogado no precipício do ser. Mesmo ao abismo, aniquilação, Um fim à solidão, bem como a tudo. PAN ! PAN ! IO PAN ! IO PAN ! Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão. Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa. Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha. "Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo. Ó meu anjo Verta-te em minha alma. O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor, A luxúria do Bode, Meu Anjo, meu iniciador." Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo : "Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida Erga tu em mim, fluindo livremente Salte, tu me devoras. (Repita um número de vezes.) Tu me devora Salta Tu me devoras...." No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax. Tu me exaltastes Salta ! Isto ! Salta ! Vê, o estouro das sementes da imortalidade. Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como completada. Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito. Notas Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam "ele cresce, ele respira". Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico. O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual. O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.Capítulo 12<br />BETAÍSMO<br />Introdução<br />Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes de proceder mais profundamente no Santuário.<br />O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral para atingir uma ampla variedade de resultados.<br />Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.<br />Manipulação Interna<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).<br />Manipulação Externa<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para "vagar por aí", como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.<br />Manipulação Externa-Interna<br />Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a "forma externa" que o mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.<br />Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.<br />Assunção Sexual de Formas Divinas<br />A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.<br />Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.<br />A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.<br />A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas<br />1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.<br />Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.<br />2. Vibre o nome do Deus(a).<br />Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.<br />3. Visualize a forma divina.<br />Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.<br />4. No orgasmo.<br />Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.<br />5. Este processo pode ser feito de dois modos.<br />A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma escolhida ou<br />B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente magikamente controlado.<br />Formas Animais<br />As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como "homem civilizado". O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.<br />Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na "consciência racional" é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num 'espaço seguro' e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.<br />Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é "travado" na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na consciência.<br />Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo invocada.<br />A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.<br />Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.<br />O Uso de Máscaras<br />O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único método válido.<br />Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.<br />Totens<br />Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como 'Totem' e tendem a ser externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e Súcubos.<br />Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)<br />De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.<br />De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em união simbólica.<br />Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso utilizada.<br />Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.<br />Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida como a "Igreja de Carmel".<br />"Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado."<br />Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion), de Francis King.<br />O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.<br />A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.<br />Baixa Magia<br />Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida diária.<br />Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.<br />Magia com Bonecos<br />Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa 'forma viva' refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.<br />Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !<br />O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.<br />Conclusões<br />Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.<br />Capítulo 13 GAMAÍSMO Introdução Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é, necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente. A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser manifesto dentro dos magos do ritual. As Naturezas de Therion e Babalon "Ele é sempre um sol e ela uma lua." Livro da Lei I:16 "Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser solares, neste trabalho é alcançado." Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working) A Natureza de Therion A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada e é conhecido como a "Esfinge". Ele portanto tem as chaves para o mistério da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6) tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3). A Natureza de Babalon Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol. A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe, bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e torcem-se. Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes : religioso e mágiko. 1. Religioso Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica. 2. Mágiko Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas, indução de estados alterados de consciência, consagração, criança planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano Gamma. Dianismo Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta. A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida como "Karezza", que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica, quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama de "hiper-eroticismo" ou "Lucidez por Eroto-comatose" (um esquema completo é encontrado em nossos comentários sobre 'De Art Magica'). Um sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem sigilização e baixa magia. Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira. A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo 1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido. 2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve ser visto como "um sonho dentro de um sonho". 3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada como uma alternativa para destruir o selo. Qodosh Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash) era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO. Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau concerne primariamente com o que podemos chamar de "Controle da Realidade" ao invés de simples prática sexual Gamma. O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade Verdadeira. Assunção de Formas Divinas A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit). Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis. Crianças Planetárias O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma mais desenvolvida e prática é "De Homuncula Epistola" publicado como um documento do nono grau da OTO em 1914. Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a "OTO de Aleister Crowley" também conhecida como Califado da OTO. Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem comentários de "textos religiosos" de outras tradições espirituais tais como a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e analítica. A definição de um Homúnculo dada neste documento é : "Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração humana nem habitado por uma alma humana." No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro 'Moonchild' (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só após este período é que atrai uma "alma" ou em termos budistas, o feto desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é delineado na "De Homuncula Epistola", a qual passamos na íntegra. De Homuncula Epistola I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho. Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível. II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo também harmonioso com a natureza do trabalho. III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo específicos também são adequados ao trabalho. E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de seu trabalho, negando todos os outros desejos. Então prossiga até que resulte gravidez. IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente de Kether deve ser feita freqüentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca deixe a mulher sair do grande círculo. Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas impressões, exceto as do espírito desejado. Queime o incenso deste espírito continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo, realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver adormecida. V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto, deve-se omitir os banimentos. VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento. VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido. VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada, de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado. IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve serví-lo. Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu domínio e tu és Magister Octinomous. A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado. "Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico." SACRAMENTOS SEXUAIS Introdução Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no 'Panarion' de Epiphanus, que afirma : "... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e dizem 'nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo' e eles o comem." A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de "A Eucaristia". O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e ritualística. 1. Uso Ritual da Eucaristia Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas. 2. Uso Religioso da Eucaristia Está baseado na manifestação das forças universais através dos participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais. Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos envolvidos na Missa. Consumindo o Sacramento Sexual É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro 'Sexual Occultism' de John Mumford, ele explica a razão para esta reação nos seguintes termos : "... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais (fluidos ricos em nutrientes)." É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas, através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do corpo e seeus produtos. A Fórmula da Eucaristia A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat, são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote / Sacerdotisa dentro de qualquer missa. A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos representando "a Manifestação" das forças invocadas. No Tantrismo Gnóstico este sacramento era conhecido como o "Corpo de Cristo", o pão e vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais. Formas de Amrita Amrita poderia ser melhor definido como "A Ambrósia Psico-Sexual" e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas, Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal); Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como ilustrado abaixo. Gamma de Gamma - Frio Puro e Néctar Calmo Epsilon de Gamma - Pó Vermelho Gamma de Epsilon - Pó Vermelho Epsilon de Epsilon - Lava Negra Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue : Epsilon de Gamma - Pó Vermelho (Ênfase no Veneno) Gamma de Epsilon - Pó Vermelho (Ênfase no Néctar) A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas Divinas assumidas. Coletando Amrita Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado na Eucaristia. Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é encontrada no que é conhecido como "O Sacramento de Nu", em termos comuns, é posição 'meia-nove' (69). O Sacramento de Nu "Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele toma para si o corpo de alguém que foi enforcado." Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590. "Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu." Maomé "Invoque-me sob as estrelas." Livro da Lei I:57 "Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit." Livro da Lei I:14 O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição 'meia-nove'. No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta forma de magia não é necessária a penetração. Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot. Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas Delta para a estimulação da Kundalini. Apêndice : Exposição da Posição de Nu Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos, Herméticos e Thelêmicos. Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma brilhante exposição do Sacramento de Nu. O LIVRO DAS MENTIRAS Capítulo 69 O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos ! Este é o hexagrama sagrado, Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem ! Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta ! O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça. O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer. Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder - ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE OBRA seja completada no Silêncio. E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador, Não deixa semente e é perfeito em si mesmo. Pequenas crianças, amem-se. Comentário Sessenta e Dois A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês. O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta cabeça como água. No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do trabalho. O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida. No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido. ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico<br />Capítulo 14 DELTAÍSMO Introdução "Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há alegria, Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um. Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra e eu e a terra somos um." Livro da Lei II:26 O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental. No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto acima. As Dez Facetas do Despertar da Kundalini Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini (incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue : 1. Concentração Total 2. Drogas e enteógenos 3. Paradigmas Alternativos 4. Músika (música & mágika) 5. Dança 6. Técnica Sexual 7. Estados Extáticos 8. Estados Impessoais de Êxtase 9. Frenesi Religioso 10. Entusiasmo Dissolúvel Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto, esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago. Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta. As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática 1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na jornada do arcano Delta. 2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação cuidadosa (certamente não o vício). 3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da Kundalini é disparada no processo. Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga. Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria torna-se uma Yôga dentro se si mesma. 4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente. 6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da Kundalinibem com um número de variações sexuais. 7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini. 8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc. 10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo, hedonismo extremo, 'body piercing' e modificações físicas, etc. Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar desastre para o mago. Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo com o conhecimento, experiências e preferências pessoais. Alquimia Interna A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini. Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção oa Sahasrara Chakra. Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos Chakras. Esta é a Via Seca. Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas. A Torre A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem. Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que deve ser objetivado. Outras Técnicas Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix. Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS (baseada na letra mãe Shin). LIBER HHH SEÇÃO SSS SUB FIGURA CCCXI "Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo acima. Mas é a morte e a chama da pira." "Ascenda na chama da pira, Ó minh'alma !" "Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua pequena luz." "Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá expirar em tua grande Nox.." Liber Lapidid Lazuli, I:36-40 0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua espinha esteja vertical. 1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam. 2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro. 3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira. Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha, sentindo cada vértebra como uma entidade separada. Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer prática posterior. 4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit. 5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine, para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de Hadit. 6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi ser seu mestre. 7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço e a falta de objetivo da matéria. E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar tua imaginação ali. 8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor, ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder. 9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor, resista. 10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda uma hora, não prossiga. E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus silente e virginal. 11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz, debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade. 12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito... "Benditos são os mortos que morrem no Senhor." Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor ! Conclusão Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas sexuais da Kundalini. É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição Tântrica do Santuário.<br />Capítulo 16 INICIAÇÃO A THANATOS Introdução Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali. De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de atividade. Tara - Poder de Creação Sodasi - Materialização do Desejo Bhairavi - Infinidade de Formas Bhuvanesvari - Forças Materiais Chinnamasta - Distribuição da Força de Vida Dhumabati - Forças da Paixão Bagala - Destruidor do Desequilíbrio Matangi - Dominação Kamala - Unidade Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas. Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita. Uma Descrição de Kali O termo Kali vem do radical 'Kal' que significa 'impelir'. Kali é a Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que 'Osíris é um Deus Negro' e o neófito fica face a face com Set, o Senhor Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano Superior. Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro 'Caminho Tântrico' (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e Hudson, 1977. "Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento. "Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência desintegradora, Kali é representada em preto 'pois todas cores desaparecem no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem' (Thanirvana Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela é descrita como 'digambar', trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade, uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado, 'Clokeshi', forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério. Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos, símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de existência conduzindo para Tamas, inércia. Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada, indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado, primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não dualidade." Iniciação a Thanatos Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali. Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma de trabalho. Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte, como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem ser superadas. A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese. Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de "cruzar o Abismo". Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e tantrismo. O Solo de Cremação O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual torna-se um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas. As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio, terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste processo de 'cruzar o Abismo' é que é possível a total manifestação da consciência do Humano Superior. A Sombra " O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da qual se alimenta e a base na qual se sustenta. "Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro passo em direção à individualidade." A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),de Edward C. Whitmont O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes conhecida como o "Habitante da Entrada". Esta força de crise leva-nos a nos ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado. Kali como Matriz Iniciática Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva. Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano Superior através da total visão da realidade. Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 : Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como fome, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres como energia, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência. Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão, Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela, Reverência, reverência.<br />Capítulo 17 DOCUMENTOS DE FONTES TÂNTRICAS DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion). Introdução "Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens" é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido. O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal. SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz. Sob o selo de obrigação do VIII. Sobre a Castidade Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos... 'Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.' Romanos VI : 12 e 13, 19-22 Considere também estas passagens do Velho Testamento : 'E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.' Isaías VIII : 1-4 'Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.' Oséias I : 2 e 3 'E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.' Oséias III : 1-3 O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual. O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e 'castidade' como abstinência. A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini. Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de 'pecado' é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação. Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya. Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios. UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna. O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade. As seções seguintes do "De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus" foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que 'derramar a semente', isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no 'Magia em Teoria e Prática', que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma. No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz. Sobre os Ritos de Sangue Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia. Considere isto. Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã. O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã. Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet. Considere isto. Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de 'acumulador orgônico'. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básicos ! Sobre a Missa Negra Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão freqüentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamental era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sanções que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis. Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto. Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer. A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em 'jantar judeu'. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós. Do Sabbath dos Adeptos Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de 'Satã', que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto. O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh. Sobre Fábulas Clássicas Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís. Considere isto. A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula. Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no "De Ars Magica". Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika. Sobre Certos Ritos Gregos Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição. Considere isto. Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a 'pequena' morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais. Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos. Sobre Súcubos e Íncubos De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade. Considere isto. As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas. Sobre o Trabalho dos Adeptos Não é apenas uma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ... 1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti! "Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe." 2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem. 3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres. Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é criada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é criado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana. A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a criação de novas ordens de seres. Casamentos Maiores 1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV. 2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico chamado Bagh I Muattar. Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação. No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres. Casamentos Menores Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta. 1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor. 2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima. 3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um. 4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques. Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos. Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais. Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de "Filosofia Mágika" (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo. Sobre o Novo Santo Reino Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse: 'Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.' e novamente 'Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses...' Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação. O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet. Sobre a Danação Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade. "Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição." Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa. Uma reprovação Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros. Shiva Sanhita Hatha Yoga Pradipika Kama Sutra Anaga Ranga O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi e muitos outros. Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo. Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são : 1. O Sol 2. O Falo Sagrado 3. O Grande Selo de Babalon 4. A Estéla da Revelação 5. O Grande Selo da OTO 6. O Grande Selo de Baphomet 7. A Imagem de Babalon 8. O Olho com o Triângulo 9. A Rosa Cruz 10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos 11. A Imagem de Babalon com a referência fálica 'Om Mani Padme Hum' 12. A Figura de Ísis com Hórus 13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar. 14. Talismãs apropriados para a questão. 15. Uma chama viva 16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia. Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las. Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado). A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima. Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika. Sobre a Dissimulação desta Instrução Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO. Apêndice Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem. Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24. Conclusão O documento 'Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens' foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção "O Método da Ciência, a Meta da Religião" e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.<br />Capítulo 18<br />DE ART MAGICA<br />DE ARS MAGICA<br />SOBRE A ARTE MÁGICA<br />Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.<br />Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta<br />Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMN.<br />Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :<br />A. Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou<br />B. Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.<br />Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.<br />"É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com sangue e água, desespero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava perdido."<br />Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra perdida.<br />Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a perseguirem.<br />No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De Art Magica.<br />O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada seção está claramente em letra normal.<br />Sobre Ararat<br />O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.<br />Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se "Que o adepto esteja armado com sua vara mágika e munido de sua rosa mística.", o capítulo sessenta e nove do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.<br />Sobre a Importância do Segredo<br />Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.<br />A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade, consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual. Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.<br />Sobre a Mente do Adepto<br />Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.<br />Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia Sexual. Leia e aplique.<br />Sobre Momentos e Estações<br />Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado freqüentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito "Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca."<br />Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.<br />Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa que é necessário notar é que "por extrema violência à natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente ", isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual, mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e refluxos corretos dentro e fora do organismo.<br />Sobre Estados Corporais<br />Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz "Sine cereri et Baccho, Venus friget." (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, retificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.<br />Sem comentários necessários.<br />Sobre Operações desta Arte, sejam elas individuais ou múltiplas<br />Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezesseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.<br />A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito. Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta em ação.<br />Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito<br />Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.<br />A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado, como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X. Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego. Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora não sendo o que esperava seu ego consciente !<br />Sobre a Teoria desta Mágika Arte<br />A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito "com Deus todas as coisas são possíveis". Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.<br />Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto, que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna ou a "Órbita Mágika Pessoal da Estrela".<br />Sobre o Curso da Lua e sua Influência<br />Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.<br />A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca, que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação pessoal.<br />Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não<br />Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.<br />Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14). Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor "voltagem" e de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura podem facilmente superar limitações físicas.<br />Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau<br />É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião. Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.<br />Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas. Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções "em núpcias do povo da terra", isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL refere-se ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande aplicação nos trabalhos Epsilon.<br />Sobre a Escolha de Um Assistente<br />A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.<br />"O falo é a base fisiológica da Alma Superior."<br />Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.<br />"O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão."<br />E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão :<br />"Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada."<br />A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que sendo a consciência o "olho" do inconsciente, a intuição espontânea é o melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante, em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a) Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais Maatianos.<br />Sobre Certas Teorias Judaicas<br />Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas .....<br />1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.<br />2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.<br />3. O propósito deve ser somente o de procriação.<br />4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.<br />Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de "lucidez na eroto-comatose."<br />Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é "sob vontade concentrada" pois sem vontade estas criações podem drenar o criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor conjugal ('emprestada' dos antigos egípcios) são instruções excelentes a respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser mudado para real "todos os atos devem estar somente sob a vontade do mago e entendido como tendo existência separada." A existência separada refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2 acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico em si mesmo.<br />Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio<br />É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.<br />Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem 'Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae' e 'De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus' - e encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.<br />E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.<br />A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de "verter toda a vida no Cálice de Babalon", ambos parceiros devem dedicar-se integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido, portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relaciona-se à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos mundanos encontrados em todas as espécies humanas.<br />Sobre a Lucidez na Eroto-comatose<br />O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :<br />A. Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.<br />B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível - ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito "Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !"<br />Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar o que poderia ser chamado de "Sonho Controlado". Esta ocorrência, portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado resultante de consciência é afim ao da "Postura da Morte" de Austin O. Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de muitas tradições.<br />Sobre Certas Teorias Hindus<br />Como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua 'comunhão com Deus' é apenas uma 'comunhão com o Eu' e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.<br />Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno, complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de acordo.<br />Sobre um Curso de Experimento Sugerido<br />Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.<br />1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).<br />2. Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).<br />3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X).<br />4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)<br />5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)<br />6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.<br />7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.<br />8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.<br />9. A fundação de uma abadia da OTO.<br />10. O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.<br />Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.<br />Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.<br />Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior, logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.<br />A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG, enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base regular.<br />Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da OTO<br />Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.<br />A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última afirmação do segundo parágrafo "Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra." Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.<br />Sobre o Adepto desta Arte<br />Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.<br />Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.<br />Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Sobre o Léxico da O.T.O.<br />Lembre-se destes tesouros a serem preservados :<br />1. O Segredo do IX.<br />2. O Segredo do VIII.<br />A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.<br />3. O Segredo do VII.<br />Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.<br />4. O Segredo do VI.<br />A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.<br />5. O Segredo do V.<br />O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, "Do what thou wilt."<br />6. Os Segredos dos Graus Menores.<br />Ex Nihil, Nihil Fiat.<br />7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.<br />Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados como :<br />1. Os trabalhos do Gamaísmo.<br />2. A Filosofia do Betaísmo.<br />3. Os métodos de treino do Alfaísmo.<br />4. A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.<br />5. O Mistério da Vontade Verdadeira.<br />6. Os Segredos da Feitiçaria Geral.<br />7. Os Símbolos Sagrados.<br />Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua pureza.<br />Despedida<br />Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre e mais querido irmão.<br />Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.<br />Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.<br />Neste Dia de Júpiter. An X.Sol in 0º Libra 35 21Lua em Sagitário 28 6Vale de Londres<br />Conclusões<br />Ao se estudar um documento como 'De Art Magica', o contexto é excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.<br />Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física. Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.<br />Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia Sexual.<br />Capítulo 19<br />LIBER HHH<br />O LIVRO DAS TRÊS MÃES.<br />SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT<br />CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.<br />SEÇÃO AAA.<br />"............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança."<br />Liber Lapidid Lazuli VII : III<br />0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do Buddha moribundo.<br />1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte, aplicando-os a ti.<br />(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas de dissecação.)<br />2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.<br />Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho e funeral.<br />3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.<br />4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.<br />5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.<br />6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.<br />7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a restauração da circulação.<br />8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.<br />9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado no oeste.<br />10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos disso.<br />11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma coisa pavorosa além de toda a compreensão.<br />E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.<br />12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto será e estridente.<br />13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao rugido de um leão.<br />14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris sobre seu trono.<br />15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus renascido, como foi dado a ti por teu superior.<br />16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser aperfeiçoado em ti.<br />17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus, IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.<br />Comentário<br />O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então, adicionando a três e a quatro e por aí vai.<br />É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.<br />O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.<br />O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley<br />Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente, até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor de partilhar dos Mistérios Maiores.<br />Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.<br />Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário, seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor, inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazer-me pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a que eu suceda.<br />No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder está escrito :<br />"Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal."<br />"Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do mundo da Irmandade do homem."<br />Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível. Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma oportunidade.<br />Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.<br />Na natureza não há nada 'a priori' impossível a menos que seja, em termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra mudança.<br />Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais. Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se, dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente interfira.<br />Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.<br />Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.<br />Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.<br />É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes, Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.<br />Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam, e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.<br />Há portanto dois problemas a serem resolvidos.<br />1. Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e<br />2. Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não colocando empecilho aos órgãos.<br />Esta substância é conhecida.<br />Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos. Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que "O Sol é seu Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora." Todo mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive em sua morte. Eliphas Levi a chamou de "Eletricidade Magnetizada." Na Bíblia é perguntada concernindo "O que é mais doce que mel e mais forte que um leão ?". É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.<br />Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar a melhor solução é o mais sábio homem da terra.<br />Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à vontade do homem. Diga a ela 'Traga dinheiro' e ela obedece, peça para curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.<br />Tão grandes são as potencialidades desta substância que o conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o Elixir da Vida, mas também da Morte.<br />O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.<br />É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos em casos de urgência.<br />Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência. E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu já vi foi no caso de uma garota de 20.<br />Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí se tem a melhor "razão de emergência" já descoberta.<br />_____________________________________________________________________Retirado do Website † Gothic Sanctuary †<a href="http://www.gothic-sanctuary.cjb.net/">http://www.gothic-sanctuary.cjb.net</a><a href="http://www.gothic-sanctuary.tk/">http://www.gothic-sanctuary.tk</a>e-mail: <a href="mailto:gothic_sanct@yahoo.com.br">gothic_sanct@yahoo.com.br</a>† By Darkness Queen †Reprodução não só permitida como também incentivada!Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-32056524623719331732009-03-29T10:14:00.000-03:002009-03-29T10:18:53.280-03:00Feitiçaria Sexual - O Universo TântricoFEITIÇARIA SEXUAL<br />UM MANUAL PRÁTICO DE MAGIA SEXUAL<br />O UNIVERSO TÂNTRICO<br />Introdução<br />Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.<br />As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual<br />Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa “a via”) é a mais das religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como “Tantras” e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna, ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam, sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.<br />As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual<br />Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus. Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma forma ocidental de Tantra. Este ‘tantrismo’ tinha ritos iniciáticos e práticas adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C. e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.<br />Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas pelas derivações modernas da GD.<br />A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção todos os segredos da Livre Maçonaria.<br />Feitiçaria Sexual no Novo Aeon<br />Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental. Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas. Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).<br />A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens, acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon de Hórus.<br />“Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o salvará.<br />Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o destruirá.”<br />O evangelho gnóstico de Tomé.<br />“...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea.”<br />O evangelho de acordo com Egyptiana.<br />Os Cinco M da Feitiçaria Sexual<br />A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez, sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara, um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês ‘Right Hand Path’, que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) ‘Left Hand Path’. A razão por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda implicava num rito sexual.<br />Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual. Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não apenas rito sexual.<br />O Primeiro M : Madya Sadhana<br />A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.<br />O Segundo M : Mamsa Sadhana<br />A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como ‘carne’, pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente (por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como ‘fala’, então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática dentro de um contexto ritual.<br />A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada (normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.<br />O Terceiro M : Matsya Sadhana<br />O terceiro M tende a ser traduzido como ‘peixe’ e é usado da mesma maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal. Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.<br />O Quarto M : Mudra Sadhana<br />Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou Mudras Corporais.<br />O Quinto M : Maithuna Sadhana<br />O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e ‘temporariamente fecha-se o sistema’. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.<br />A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M, Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte classificação dos Sub Sadhana.<br />Sub Sadhanas no Maithuna<br />Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.<br />Mamsa Sadhana Felação<br />Mataya Sadhana Cunilíngua<br />Mudra Sadhana Posturas Sexuais<br />Maethuna Sadhana Comunhão sexual (congrex)<br />Feitiçaria Sexual : Um Esquema<br />A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo, descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.<br />A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.<br />Alphaísmo (Alfa) Magia Sexual Solitária<br />Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.<br />Betaísmo (Beta) Magia Sexual Solitária<br />Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de características internas através da ciência de projeção extracorpórea.<br />Gamaísmo (Gamma) Magia Heterossexual ou Polarizada<br />Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.<br />Deltaísmo (Delta) Magia Sexual para Chakras<br />Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga sexual.<br />Epsilonismo (Epsilon) Magia Homossexual ou Apolar<br />Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece mais precisa e segura.)<br />Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil, algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à frente.<br />Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.<br />Shakti, Shiva e Papéis Sexuais<br />Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi, Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção, Hadit, é idêntica a Shiva.<br />Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico. Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.<br />A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado tântrico diz que “Shiva sem Shakti é Shava (cadáver).” Quando Shiva e Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas atribuições são ao contrário.<br />Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma, um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado, portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão ‘X’, tal formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas únicas.<br />A Semente Sagrada<br />O conceito de “Semente Sagrada e Fluidos Sacros” forma a base de muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.<br />“A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É a chave universal de toda Magia (Mágika).”<br />Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley<br />A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano, masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas. Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências, entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a “pedra filosofal” e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.<br />O Grande Rito<br />Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de ‘atração entre partículas’.<br />Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como “Terceiro ou Grande Grau”. Este grau, também conhecido como o “Grande Rito”, envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.<br />No Livro da Lei afirma-se que “todos os atos de amor devem ser feitos a Nuit”, não importando como vemos este texto, este conceito é vital pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima filosófica do “Monge ou Freira de Thelema” e um “Novo Celibato”, onde todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.<br />A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é definido como “atração mágika de partículas” e não nos termos sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do sexo em atos meramente físicos.<br />A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba não é magia sexual !<br />Eros e Thanatos<br />A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais. Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um estado de consciência mais amplo.<br />O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais, enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do “Culto Mórbido de Kali”. Estes ritos de morte representam um dos segredos mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano Superior.<br />Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam experimentadas.<br />Conclusões<br />Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez, até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como pensamos.<br />Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do Universo.<br />A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO<br />Introdução<br />“O que está em cima é como o que está embaixo...” assim diz o grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.<br />Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo; o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus, o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário, embora às vezes tenha mérito artístico.<br />A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.<br />A Natureza do Orgasmo<br />O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para exploração de dimensões astrais mais altas.<br />O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens, evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.<br />Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar sua exploração imediatamente.<br />A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação, não sendo, entretanto, sempre assim.<br />Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente, pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.<br />A Criação de Crianças Astrais<br />Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais também podem ser usadas para controlar sonhos e girar ‘a teia da Ilusão’. Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria realidade. Esta técnica de “Sonhar de Verdade” foi primeiramente ensinada em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.<br />Assunção de Formas de Deuses<br />Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da forma-deus pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.<br />Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente, invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma utilização secreta.<br />“Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta, escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus.”<br />Liber al Vel Legis 1 : 57<br />O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual, polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual. Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são conhecidas como os elementos tântricos.<br />Os Elementos Tântricos<br />Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui, queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago. Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas como :<br />OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.<br />XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual<br />Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do Necronomicon.<br />Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como “Os Elementos Tântricos Cruzados” e incluem :<br />OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens de deuses do mesmo sexo).<br />XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses de sexos opostos).<br />Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus usos.<br />No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral) era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto, a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade, estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.<br />A Base Biológica dos Mistérios<br />As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud, que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de ‘Bions’, células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957 condenado por charlatanismo.<br />Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.<br />Todos iniciados no Tantra tornam-se “Irmãs da Estrela Prateada”, por assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel da “Irmã” é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma “Irmã” em transe com os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.<br />As frases-chave aqui são ‘as camas purpúreas’, isto é, iluminadas pela Sahasrara Chakra e ‘Fogo e Luz nos seus olhos’, isto é, elas estão em transe e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui, entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo dos Kalas abaixo.<br />A Yôga do Sexo<br />Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido como “Prayôga” e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual. Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro ‘A Morte de Cristo’ de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do mito de Cristão é oferecida.<br />Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de “The Sacred Mushroom and The Cross”, “The Dead Sea Scrolls”, “End of The Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo ‘Christós’ realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um imensurável poder pessoal.<br />Os Chakras<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores, mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não absorvida.<br />O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos (corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo, experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como parte do processo de desenvolvimento.<br />A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot<br />Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem ‘A Torre’ e ‘O Enforcado’. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos inferiores, o lado feminino do Eu (Self).<br />Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove, a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon para o qual é a chave.<br />No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor, algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon representado na frente da carta. Ele representa os vários ‘eus espirituais’ do humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade, simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.<br />A HISTÓRIA DO TANTRISMO<br />Introdução<br />Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na mudança das estações e cuja presença era experienciada através de fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como a Tartária.<br />A Tartária<br />Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaram-se de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária. Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em sua ‘Doutrina Secreta’ Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça de uma época muito antiga.<br />Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico, a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa. Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas fabulosas civilizações através de Uddiyana.<br />A Uddiyana<br />A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo, YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões. Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das mais notáveis ‘crianças de Uddiyana’ incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.), o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.<br />Alquimia Sexual Chinesa<br />Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais, ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico, filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente difícil retratar a Lao Tse muita de ‘sua’ filosofia, sua vida tornou-se uma lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual, ritualística e ocultismo.<br />A Religião Bon do Tibet<br />Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo. Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação, vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte), tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso de ritos sexuais, ele disse :<br />“ Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você.”<br />O Tantra na Índia<br />Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia, entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 - 1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas muçulmanas.<br />Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana (Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva), Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo sistema religioso.<br />Primórdios da Magia Sexual Ocidental<br />Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente, sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875), Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas astrais, incluindo o que eles chamavam de ‘Humanimaux’, elementares meio animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais era conhecida como ‘os Essênios’, estavam envolvidas num sistema de magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875) demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi adaptado na estrutura maçônica da OTO original.<br />O Trabalho de Gurdjieff<br />Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao estudante de magia moderna.<br />Aleister Crowley e a O.T.O.<br />A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus, os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da Tartária.<br />A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa, deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta maneira forçados a permanecerem ‘em terra’. Embora haja várias reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos, embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.<br />A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno da Vontade.<br />Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além !<br />AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL<br />Introdução<br />A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia, oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de condicionamento social, operando como uma máquina programada.<br />Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o “Animal”; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu superior ou ‘anjo’ realiza seus comandos através da mente treinada ou Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.<br />Primeiros Passos na Iniciação Tântrica<br />Barreiras Psicológicas<br />O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato. Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade. O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um potencial mais andrógino.<br />Concentração na Magia Sexual<br />Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada na tela mental sem qualquer interrupção.<br />O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira, começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixá-la durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.<br />Função de Múltiplos Orgasmos<br />A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos perguntar : e como fica o macho ?<br />Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta mensagem.<br />Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns. Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere haver um método de disparar estados alterados através de sua correta utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e tornam disponíveis experiências de estados alterados.<br />As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas certamente não o fim requerido.<br />Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e um estado de “Nirvana Orgasmático” :<br />1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua existência para si mesmo.)<br />2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e vontade internas.<br />3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).<br />4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax, deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência orgásmica.<br />5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado, presente e futuro e EXPERIENCIE.<br />Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma continuação do espasmo orgásmico.<br />6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem a tornarem-se mais fáceis no processo.<br />Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar, deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o orgasmo pelo que ele é.<br />Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.<br />A MEDITAÇÃO DE ÁTUM<br />1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.<br />2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras mentais.<br />3. Medite na Declaração de Átum. (Declaração Pirâmide 527)<br />“Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a criação do mundo em termos humanos.”<br />4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado pelo uso correto do orgasmo sexual.<br />5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como Vontade Verdadeira sendo manifestada.<br />6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram ‘Humn’.<br />7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.<br />8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.<br />9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.<br />No momento do clímax, utilize o mantram ‘Ghaa’.<br />10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.<br />MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL<br />Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.<br />1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.<br />2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.<br />3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.<br />4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher num homem, note o olhar, etc.<br />Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la esvair.<br />5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando este “troca-troca” até que a segunda imagem possa ser sustentada com excitação.<br />6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria obtido estímulo.<br />7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de ambos os sexos com excitamento físico.<br />8. Transfira este experimento para a prática.<br />Exercícios Preliminares na Magia Sexual<br />Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.<br />O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo deve ser uma experiência de força e poder internos.<br />Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.<br />Os exercícios estão divididos em três categorias :<br />1. Individual<br />2. Casal<br />3. Geral<br />Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar experimentá-lo com você.<br />EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS<br />1. Sente-se num estado meditativo, nu.<br />Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se consciente de seu corpo e então prossiga.<br />2. Experiencie seu próprio corpo.<br />Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade, usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o plenamente.<br />Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado, explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas ações e reações.<br />Termine a sessão com um longo banho relaxante.<br />3. Sente-se num estado meditativo.<br />Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.<br />Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força do orgasmo.<br />RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA<br />SEXUAL SOLITÁRIA<br />1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e a mente alerta, mas relaxada.<br />2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os mesmos cheios de Fogo Cósmico.<br />3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.<br />4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo ígneo aumenta a cada ciclo.<br />5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo calmo.<br />6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo com um mantram específico e o ato sexual.<br />OS MANTRAS MURMURANTES<br />Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante a experiência sexual.<br />Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :<br />1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e para cima.<br />2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e volume.<br />3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático. Prossiga com a experiência sexual.<br />Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são :<br />Humn / Yungm / Ghaa Mantras usados para rejuvenescimento<br />sexual.<br />Humn / Ghaa Humn é para ser usado no congresso sexual<br />e Ghaa para o orgasmo.<br />Hunga Este mantram estimulam o chakra básico.<br />Linga Este mantram estimula as emoções através<br />do chakra cardíaco.<br />OS MANTRAS SONOROS<br />Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.<br />Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um largo espectro de estados alterados e experiências.<br />Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual, contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.<br />EXERCÍCIOS EM CASAIS<br />Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se concentram na magia.<br />1. Criaturas Imaginárias<br />A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.<br />B. Induza um estado de relaxamento.<br />C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.<br />A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.<br />2. Conversação<br />A. Faça o mesmo que no exercício um.<br />B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma maneira coerente até pouco antes do orgasmo.<br />C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você tivesse disparado um segundo reflexo.<br />3. Exercício Humorístico<br />Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe automaticamente.<br />ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS<br />Primeiro Dia<br />- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.<br />- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.<br />- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.<br />Segundo Dia<br />- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e em posição por dez minutos ininterruptos.<br />- Não atinja a ejaculação.<br />Terceiro Dia<br />- Sem atividade sexual.<br />Quarto Dia<br />- Como no segundo dia.<br />Quinto Dia<br />- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).<br />Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus interiores.<br />Sexto Dia<br />- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos meia hora e no máximo uma hora.<br />Sétimo Dia<br />- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.<br />Oitavo Dia<br />- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.<br />Nono Dia<br />- Retorne para a atividade “normal”.<br />O Procedimento do Congresso Sexual<br />Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado. Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.<br />1. Entre em relaxamento profundo.<br />2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos (Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)<br />3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.<br />4. Vibre o mantram ‘Humn’.<br />5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.<br />6. Penetre com o som de ‘Humn’ sendo aumentado. Alcance o orgasmo com o mantram ‘Ghaa’.<br />7. Retorne para o estado de relaxamento.<br />Conclusão<br />Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas. Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu altar.<br />Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento, de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve, os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da iniciação.<br />OS MISTÉRIOS DA FÊNIX<br />O Simbolismo da Fênix<br />A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o Pavão.<br />De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de 1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto, este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.<br />Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o Grande Ano tinha 26 mil anos.<br />A Fênix era conhecida como “A Dupla Trilha”, a ave do retorno e a eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada (GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.<br />A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol, mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo. Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia. E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit que salvam as terras de aniquilação.<br />Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.<br />Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.<br />Análise Cabalística da Fênix<br />Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta forma de simbolismo.<br />Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de energia : Estelar, Solar e Lunar.<br />1. Forças Estelares :<br />Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.<br />Força Oculta : Hadit ou Kether.<br />2. Forças Solares :<br />Substância Raiz : Therion ou Chokmah<br />Aspectos Planetários :<br />Hórus / Set (modo superior de Tipheret)<br />Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)<br />3. Forças Lunares :<br />Substância Raiz : Babalon ou Binah<br />Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod<br />Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :<br />A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos inferiores via esfera Lunar.<br />A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo) deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a influenciar a radiação da força.<br />Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.<br />Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-as com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz Circular Solar.<br />Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix começa.<br />Irradiações de Energia<br />As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.<br />Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um “olho”. A numeração de “olho” é setenta ou Ain.<br />A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.<br />A Ressurreição da Fênix<br />Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e, ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya). Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set, apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.<br />Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual<br />Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como “A que retorna” e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo “normal”.<br />É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital, conhecida como “Trilha”, sobre a qual dizia-se originar numa região secreta e inacessível. A “Trilha”, em inglês ‘Hike’, pode ser igualada à Hekt egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os poderes mais obscuros da fórmula.<br />Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula. Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante exclama...<br />“Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não conhecia.”<br />Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado “O Coração do Mestre” (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal (algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades homossexuais.<br />O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em 1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de “Love Under Will” (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford, um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro “Ocultismo Sexual” (Sexual Occultism) :<br />“ A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico. Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente, Kundalini.<br />A palavra ‘esfíncter’ significa um nó ou faixa e é derivada da mesma raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando então o enigma da Esfinge.”<br />O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini. Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou cóccix, chamada “o corpo coccígeo”, embora sua função seja desconhecida para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a “glândula Kundalini”. A ativação sexual desta glândula é direta e rápida através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.<br />Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix<br />O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix. Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.<br />A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido, podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.<br />A Missa da Fênix<br />A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.<br />O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e do qual se liberta.<br />Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.<br />Conclusões<br />A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena integração da energia da Fênix.<br />Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada.<br />LIBER XLIV<br />-- A MISSA DA FÊNIX --<br />O mago, com seu peito nu, está diante dum altar no qual estão seu punhal, sino, turíbulo e dois pães de luz.<br />No sinal do entrante ele alcança o oeste através do altar e grita :<br />“Salve ! Ra, que vais em tua barca em direção às cavernas que a escuridão marca !”<br />Ele dá o sinal do silêncio e toma o sino e o fogo em suas mãos dizendo :<br />“Leste do altar veja-me de pés no chão, com luz e música em minha mão !”<br />Ele bate no sino onze vezes (333-55555-333) e põe fogo no turíbulo, enquanto profere :<br />“ Eu sôo o sino, eu acendo a chama, sou eu quem inflama o misterioso nome ABRAHADABRA.”<br />Ele soa o sino onze vezes novamente e diz :<br />“ Agora começo a orar.<br />Tu, criança, teu nome é sagrado e imaculado.<br />Teu reino já está neste lugar.<br />Tua Vontade está feita.<br />Aqui estão o pão e o sangue<br />Leve-me ao Sol através da meia-noite.<br />Salve-me do mal e do bem.<br />Que tua Coroa de todas as dez, aqui mesmo e agora, seja minha.<br />Amen.”<br />Ele põe o primeiro pão de luz no fogo do turíbulo.<br />“Queimo este pão como incenso, proclamo estas adorações de teu nome.”<br />Ele usa os pães como no Liber Legis e novamente soa o sino onze vezes.<br />Com o punhal ele faz então, sobre seu peito, o sigilo do triângulo solar apontado para cima. Então profere : “Cuidado ! Da mente este peito sangrento, talhado com o signo do sacramento.”<br />Ele põe o segundo pão de luz na ferida :<br />“Eu estanco o sangue, o pão o enxuga e o Sumo Sacerdote invoca.”<br />Ele come o segundo pão :<br />“Este pão eu como, este juramento profiro enquanto inflamo-me em adoração. Não há culpa, não há benção, esta é a Lei. Faze o que tu queres!”<br />Ele bate no sino de novo onze vezes e grita :<br />“ABRAHADABRA !<br />Eu entrei com desgosto e júbilo.<br />Eu agora me vou satisfeito por realizar meu prazer na terra entre as legiões dos vivos.”<br />E o mago se vai.<br />Notas<br />Na versão em inglês os versos rimam, tornando a cerimônia muito mais eficaz com seu lirismo. A rima também ajuda como recurso mnemônico, tornando o rito fácil de se decorar após uma ou duas vezes de executado, sendo que ao ser feito decorado é possível dar mais ritmo e espontaneidade ao andamento do mesmo, aumentando também a eficácia.<br />Em português já é mais difícil manter a rima em conjunto com o sentido que se quer dar às palavras. Quando possível, a rima foi mantida na tradução, mas quando a rima prejudicou a tradução, deu-se preferência a esta, porque as idéias assim fizeram mais sentido.<br />Há várias edições do próprio Crowley. Para um exemplo das primeiras versões, veja “Magick”, apêndice VI, editado por Symonds e Grant, Samuel Weiser, 1973 e várias outras edições.<br />Para facilitar a vida daqueles que desejem praticar a Missa da Fênix original, vai abaixo a versão em inglês.<br />LIBER XLIV<br />-- THE MASS OF THE PHOENIX --<br />The Magician, his breast bare, stands before an altar on which are his Burin, Bell, Thurible, and two of the Cakes of Light. In the Sign of the Enterer he reaches West across the Altar, and cries :<br />“Hail Ra, that goest in thy bark<br />Into the caverns of the Dark! “<br />He gives the sign of Silence, and takes the Bell, and Fire, in his hands.<br />"East of the Altar see me stand<br />With light and musick in my hand!"<br />He strikes Eleven times upon the Bell (333 - 55555 - 333) and places the Fire in the Thurible.<br />“I strike the Bell; I light the Flame;<br />I utter the mysterious Name.<br />ABRAHADABRA !"<br />He strikes eleven times upon the Bell.<br />"Now I begin to pray:<br />Thou Child, Holy Thy name and undefiled!<br />Thy reign is come; Thy will is done.<br />Here is the Bread; here is the Blood.<br />Bring me through midnight to the Sun!<br />Save me from Evil and from Good!<br />That Thy one crown of all the Ten<br />Even now and here be mine. AMEN."<br />He puts the first Cake on the Fire of the Thurible.<br />"I burn the Incense-cake, proclaim<br />These adorations of Thy name."<br />He makes them as in Liber Legis, and strikes again Eleven times upon the Bell. With the Burin he then makes upon his breast the sigil of the upright solar triangle.<br />"Behold this bleeding breast of mine<br />Gashed with the sacramental sign!"<br />He puts the second Cake to the wound.<br />"I stanch the Blood; the wafer soaks<br />It up, and the high priest invokes!”<br />He eats the second Cake.<br />“This Bread I eat. This Oath I swear<br />As I enflame myself with prayer:<br />There is no grace: there is no guilt:<br />This is the Law: DO WHAT THOU WILT!”<br />He strikes Eleven times upon the Bell, and cries<br />“ABRAHADABRA.<br />I entered in with woe; with mirth<br />I now go forth, and with thanksgiving,<br />To do my pleasure on the earth<br />Among the legions of the living.”<br />He goeth forth.<br />O CIRCUITO PSICO-SEXUAL<br />Introdução<br />O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.<br />O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos Mistérios.<br />A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psico-sexual é adequadamente compreendido de antemão.<br />“O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo.”<br />Sir John Woodroffe<br />O Circuito Psico-Sexual Humano<br />A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.<br />O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.<br />O Marma Ajna Psico-Sexual<br />Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja ‘A História do Grande Deus Pan’ de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.<br />O Marma Psico-Sexual Qoph<br />O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.<br />O Marma Psico-Sexual Visuddha<br />O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.<br />Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170<br />170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.<br />“...e a palavra transformou-se em carne.”<br />Evangelho de João, capítulo um.<br />Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas<br />Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de mago para mago.<br />Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.<br />O Marma Psico-Sexual Genital<br />O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente (Kundalini).<br />Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem “o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs” do Livro da Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como entidade.<br />Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.<br />O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto<br />O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação com a Kundalini.<br />Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.<br />O Marma Psico-Sexual de Bindu<br />Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às visões do espaço interno.<br />O Circuito<br />Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.<br />O sistema numérico deste ciclo é :<br />AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus<br />Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e possibilidade internas.<br />No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.<br />Ajna Chakra Região Pituitária 64 raios<br />Visuddha Chakra Região Tiroidal 72 raios<br />Anahata Chakra Região Cardíaca 54 raios<br />Manipura Chakra Plexo Solar 56 raios<br />Swadisthana Chakra Região Genital 62 raios<br />Muladahara Chakra Região Coccígea/Anal 56 raios<br />Ciclo Completo 360 raios<br />Dentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).<br />Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.<br />Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas maneiras : os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).<br />Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes do Tantra.<br />Ajna Chakra Hexagrama Li Sol e Sol<br />Centro Qoph Hexagrama Khan Lua e Lua<br />Visuddha Chakra Trigrama Sun Ar e Ar<br />Palmas Li e Khan Reflete Ajna/Qoph<br />Órgãos Sexuais Quian / Kun Falo / Vagina<br />Hexagrama Tui Água de Água<br />Ânus Hexagrama Gen Terra de Terra<br />Ponto Bindu Hexagrama Zhen Fogo de Fogo<br />Em consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.<br />Li Hexagrama 30 Tiphareth<br />Kan (Khan) Hexagrama 29 Yesod<br />Sun Hex. 57 Daath<br />Quian (Qian) Hex. 1 Kether<br />Kun (Khwn) Hex. 2 Malkuth<br />Tui (Dui) Hex. 58 Chesed<br />Gen (Ken) Hex. 52 Netzach<br />Zhen (Ch’en) Hex. 51 Geburah<br />Tabela de Marmas Psico-Sexuais<br />1. Ajna chakra (Vontade) Ayin 70<br />Olho de Shiva<br />2. Nuca Qoph 100<br />Origem da Força Sexual<br />3. Visuddha chakra Ayin/Qoph 170<br />Logos Manifesto<br />A união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os ‘Nephilim’ ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da ‘palavra’ mágika (Logos).<br />4. Palmas das Mãos Kaph 20 cada<br />Ativadores das Zonas Sexuais<br />5. Órgãos Sexuais Ayin 70<br />6. Região Anal Ayin 70<br />O Olho Secreto<br />Ambas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.<br />7. Ponto Bindu Yod 10<br />O Ponto de Foco<br />Aqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psico-sexual podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.<br />A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.<br />OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES<br />O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.<br />Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.<br />A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de Set.<br />A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.<br />A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.<br />A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os mundos.<br />A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções do organismo.<br />A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.<br />O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano Superior.<br />A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.<br />A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.<br />Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.<br />Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.<br />“Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade).”<br />Liber A’Ash vel Capricorni Pneumatici,<br />de Aleister Crowley<br />A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.<br />A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.<br />A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.<br />A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.<br />A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna presente na roda eterna.<br />A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do arcano do Enforcado.<br />A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima secreção.<br />A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como uma “pequena morte”. Sua lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.<br />A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.<br />A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.<br />A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.<br />A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da Torre.<br />A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.<br />A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.<br />A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.<br />A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.<br />Notas sobre os Caminhos como Secreções<br />As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.<br />Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como “Cults of the Shadows”, Cultos das Sombras, (Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são infelizes.<br />Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.<br />SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES<br />11. Espírito Santo Santo Intoxicado<br />12. Chaos Pomba e Serpente<br />13. Alta Sacerdotisa Deusa Dormente<br />14. Babalon Deusa Sexual<br />15. Estrela Mãe do Espaço<br />16. Homus superioris Kala Secreto, Alto Sacerdote<br />17. Gêmeos Set e Maat<br />18. Impulso Criativo Princípio da Reversão<br />19. Semente da Serpente Impregnação de Babalon<br />20. Espermatozoon Ermitão como Criança Cósmica<br />21. Senhor do Karma Controle da Realidade<br />22. Fuga Livrando-se do ciclo terrestre<br />23. Iniciação Explorando o Inconsciente<br />24. Orgasmo Thanatos absorvido em Eros<br />25. Baphomet Androginia<br />26. Capricórnio Exploração<br />27. Projeção Fálica Paixão animal destrói a Ilusão<br />28. Tintura Vermelha Excesso de paixão<br />29. Lua Originador sexual<br />30. Sol Ajna chakra<br />31. Aeon Mensagem como Logos<br />32. Sigilo de Set Manifestação ou começo.<br />Combinações Especiais Válidas de Atenção<br />13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por<br />16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e<br />17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat,<br />impulso criativo interno e externo (18, 19).<br />14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,<br />20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos<br />21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)<br />31, a declaração do Novo Aeon e<br />32, a Manifestação do Novo Aeon.<br />O Simbolismo da Mandala<br />Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.<br />A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali contida.<br />A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e Thanatos.<br />A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.<br />As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).<br />Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.<br />Conclusão<br />Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :<br />“Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.<br />Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo mundano.<br />Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.<br />Em beatitude e alegria de profunda ‘possessão de si mesmo’ (samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.<br />Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre esteve livre.”<br />A NATUREZA DOS KALAS<br />Introdução<br />“Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.<br />Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra ‘calendário’ deriva de Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra ‘cor’.<br />Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas.”<br />Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)<br />Kenneth Grant (Muller, 1980)<br />O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser ‘solo’ ou com parceiros de ambos os sexos).<br />Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.<br />A Natureza dos Kalas<br />Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago, macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas, contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas ou flores da essência.<br />Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado, quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos, contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida, cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou onda primal.<br />Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas no português) representando as vibrações de Nox.<br />Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos fluidos sexuais ou Kalas.<br />Tempo e Kalas<br />O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.<br />O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.<br />O Décimo Sexto Kala<br />“Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim.”<br />Livro da Lei, II:26<br />O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.<br />O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é possível.<br />O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.<br />Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.<br />Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de qualquer sexo.<br />A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.<br />A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.<br />I.’. A.’. O.’. como uma Fórmula dos Kalas<br />A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.<br />I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.<br />A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.<br />O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.<br />Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.<br />As Três Classes de Kalas<br />Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do Eremita de Yod, a semente solitária.<br />“Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra...”<br />Livro da Lei, I:40<br />O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são classificados como segue.<br />Tamas<br />Símbolo Alquímico : Sal<br />O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma primeira manifestação do resultado.<br />Rajas<br />Símbolo Alquímico : Enxofre<br />O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.<br />É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.<br />Sattva<br />Símbolo Alquímico : Mercúrio<br />O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.<br />Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da Escuridão.<br />Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.<br />Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra<br />Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto, as atribuições são as seguintes :<br />“Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua.”<br />Livro da Lei<br />Ajna Mercúrio e Plutão Terceiro Olho e Cérebro<br />Visuddha Júpiter e Saturno Língua e Garganta<br />Anahata Lua Coração<br />Manipura Sol Plexo Solar<br />Svadhistana Vênus e Urano Ânus e esfíncter<br />Muladhara Marte e Netuno Kanda e órgãos sexuais<br />Acompanhando a atribuição acima está a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.<br />Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão, Vênus, a ‘estrela’ do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.<br />Macho<br />1. Lótus Anal Carmim; Marrom com reflexos dourados<br />2. Lótus da Próstata Branco, Diamante.<br />3. Glande Púrpura, lilás e vermelho.<br />Fêmea<br />1. Lótus Anal Carmim; marrom c/ reflexos dourados<br />2. Entre a Uretra e<br />o cérvix uterino Laranja<br />3. Clitóris Verde<br />Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser explorada pelo mago empreendedor.<br />Tabelas de Kalas<br />Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.<br />OS KALAS<br />Nome Chakra Astrologia Nuitya<br />Máscara Ajna Plutão Nilapataka<br />Ocultador Visuddha Saturno Vijaya<br />Frio Anahata Lua Nuitya<br />Controlador Svadhisthana Urano Sarvamanga<br />Sedutora Muladhara Netuno Jvalamalini<br />Limpo Ajna Ar Bherunda<br />Molhado Visuddha Terra Nityaklinna<br />Misturado --- Éter Citra<br />Vagina Svadhisthana Água Vhagamalini<br />Voluptuoso Muladhara Fogo Kameshvari<br />Agitador Ajna Mercúrio Tvarita<br />Dador Visuddha Júpiter Sivaduti<br />Brilho Manipura Sol Kulasundari<br />Amante Svadhisthana Vênus Vajreshvari<br />Chama Muladhara Marte Vahivasini<br />Tamas rege de Nilapakata a Nityaklinna<br />Sattvas rege de Citra a Sivaduti<br />Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini<br />KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT<br />Nome Tarot Astrologia / Qabbalah<br />Máscara Nil Kether / Chokmah<br />Ocultador Diabo/Estrela/ Capricórnio/Aquário<br />Universo<br />Frio Sacerdotisa/Carro Câncer<br />Controlador Nil Binah / Chesed<br />Sedutora Nil Geburah / Tipheret<br />Limpo Louco Nil<br />Molhado Nil Yesod / Malkuth<br />Misturado Nil Netzach / Hod<br />Vagina Enforcado Nil<br />Voluptuoso Aeon Nil<br />Agitador Magus/Amantes/Ermitão Gêmeos / Virgem<br />Dador Roda/Arte/Lua Sagitário / Peixes<br />Brilho Sol / Luxúria/Emperatriz/ Leão<br />Hierofante<br />Amante Ajuste Touro / Libra<br />Chama Torre/Morte/Emperatriz Escorpião / Áries<br />Novamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.<br />Os Kalas e o Tarot<br />Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.<br />Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.<br />As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.<br />As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth. Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é atribuído a naipes.<br />Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico de astrologia.<br />Ciclos dos Kalas<br />Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.<br />Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.<br />Conclusão<br />A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como “A Visão do Deus Pan”...<br />ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO<br />Introdução<br />Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.<br />Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.<br />A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.<br />O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.<br />O Simbolismo da Missa<br />Ilustrando o texto de Franz Hartmann “O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes”, encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :<br />“A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito.<br />Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente.<br />Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo.”<br />Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.<br />Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é “O Athanor”, que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como “uma fornalha teosófica selada cabalísticamente.”<br />Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como “A Cucurbita”. É descrita por Khunrat como “uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo”. O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.<br />Os Dois Produtos<br />Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a “Serpente”, por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.<br />Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.<br />Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.<br />A Fórmula IAO como Alquimia Sexual<br />“Solve et Coagula.”<br />O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de ‘Solve et Coagula’ (dissolver e aglutinar).<br />A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.<br />A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.<br />As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.<br />Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.<br />IAO<br />A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.<br />F (V) Vontade Verdadeira<br />I Virgem - A Semente Solitária<br />A Escorpião - Paixão<br />O Capricórnio - União<br />F(V) Vontade Verdadeira<br />A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :<br />F Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)<br />I Virgem - Virginal, não desflorado<br />A Escorpião - Mago Sexual<br />O Capricórnio - Andrógino<br />F Eu Verdadeiro - Humano Superior<br />Conclusões<br />Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.<br />Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.<br />Apêndice Um : Sobre Simbolismo Alquímico<br />Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.<br />A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.<br />O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.<br />Em alguns livros tais como “Sexualidade, Magia e Perversão” (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.<br />Apêndice Dois : O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas<br />O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.<br />Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens ‘aceitas’.<br />Embora respeitemos aqueles que clamam ‘prova histórica de linhagem’, a opinião de nossa Ordem é “os conhecereis pelos vossos frutos” e que “para provar o bolo, só comendo”. Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é ‘de linhagem’ para você.<br />A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral “Astrum Argum”. Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.<br />A experiência é o maior mestre. Tenho dito !<br />MAGIA SEXUAL DELINEADA<br />Introdução<br />“Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa.<br />O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto.<br />Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada.<br />Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em indignação chocada.”<br />Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas)<br />Aleister Crowley<br />Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.<br />Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.<br />Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado por seu instinto corporal.<br />As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.<br />A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional<br />A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O’s eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.<br />A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.<br />O termo Astrum Argum significa “Estrela de Prata” e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a Epsilon.<br />Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se torna um dos “Deuses Vivos”.<br />Santuário Soberano Astrum Argum<br />O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.<br />Trabalho Pré-Alfa<br />Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se projetar para a realidade.<br />Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.<br />Alfaísmo<br />O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser praticados neste grau.<br />O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.<br />Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.<br />Betaísmo<br />O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.<br />Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de desenvolvimento interno.<br />Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais, inteligências não humanas.<br />Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente reais (golem).<br />Gamaísmo<br />As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro “Moonchild” de Aleister Crowley.<br />Epsilonismo<br />Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.<br />Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.<br />Gamma - Epsilon<br />Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.<br />A Eucaristia<br />A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.<br />Dianismo<br />Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano Delta.<br />Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito preparo.<br />Qodosh<br />Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos Qodosh.<br />O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.<br />Deltaísmo<br />Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser contraprodutivos.<br />As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do Humano Superior.<br />Trabalhos Específicos<br />Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino mágiko e oculto.<br />Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.<br />Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.<br />Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das técnicnas e práticas.<br />A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de acordo com o engenho do mago.<br />Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a experiência é o melhor professor.<br />TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO<br />ALFA (SÉTIMO GRAU)<br />Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.<br />BETA (OITAVO GRAU)<br />Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.<br />GAMMA (NONO GRAU)<br />Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.<br />DELTA (DÉCIMO GRAU)<br />Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).<br />EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)<br />Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.<br />GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)<br />Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.<br />EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)<br />Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.<br />DIANISMO E QODOSH<br />Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.<br />Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.<br />TRABALHOS ESPECÍFICOS<br />Alfa<br />- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário<br />Consagração dos 15 Kalas<br />Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos<br />Beta<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo<br />- Oral / Manual<br />Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)<br />Feitiços/Ilusões (29º kala )<br />Gamma<br />- Criação, Intuição<br />Polarizada<br />- Eucaristia do 19º Kala<br />Inspiração<br />- Polarizada<br />Após a preparação do 14º Kala<br />Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente<br />Delta<br />- Solitário (manual)<br />24º Kala<br />- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa<br />Despertar da Kundalini (arcano da Torre)<br />- Apolar<br />Arcano da Torre e do Aeon (oral)<br />Epsilon<br />Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas)<br />e Túneis Individuais dos Qlipphoth<br />A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS<br />Arcano do Tarot Descrição do Trabalho Grau<br />Louco Induzir estado de êxtase. Alfa<br />Glóbulos para exploração astral. Gamma<br />Trabalhos com Ain. Delta<br />Magus Controle dos Elementos. Epsilon<br />Invocação da Vontade Verdadeira. Alfa/Beta<br />Sacerdotisa Projeção além da Morte. Qodosh<br />Visão de Kether (Hadit). Epsilon/Gamma<br />Emperatriz Invocar Babalon e Therion. Delta<br />Encarnação de Forças. Gamma<br />Estrela Kalas induzidos como Frio e Limpo. Gamma<br />Hierofante Invocação de Forças da Terra. Alfa/Delta<br />Manifestação do desejo. Gamma<br />Amantes Invocação de Hórus/Set. Epsilon<br />Experiência de Set como<br />a camada interna. Epsilon/Delta<br />Carro Controle do Organismo. Alfa<br />Luxúria Chave dos trabalhos Gamma/Epsilon<br />Ermitão Experiência da Vontade Interna Alfa/Dianismo<br />Roda Baixa Magia (ênfase em Qodosh).<br />Ajuste Visões Kármicas. Todos graus<br />Enforcado Exploração do inconsciente. Epsilon/Beta (oral)<br />Inconsciente Qlipphótico - morte Epsilon - morte<br />Exploração Qlipphótica. Epsilon apolar<br />Arte Transmutação Interna. Delta<br />Morte Qlipphoth. Epsilon<br />Diabo Invocação da Vontade universal. Epsilon/<br />Delta/Gamma<br />Visão de Pan. Dianismo/Qodosh<br />Torre Despertar da Kundalini. Delta<br />Emperador Controle das Paixões. Pré-Alfa<br />Lua Forças Lunares. Gamma - fertilidade<br />Feitiços, ilusões. Epsilon/Beta<br />Sol Hórus, trabalhos leves. Gamma<br />Disco solar negro e<br />chamuscante.<br />Exploração Qlipphótica. Epsilon<br />Formas animais.<br />Aeon Invocação da Corrente do Aeon Todos graus<br />Universo Magia da Manifestação Todos graus<br />ALFAÍSMO<br />Introdução<br />Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações devem ser trazidas à tona.<br />Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser forte e portanto, se possível, prolongado.<br />A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser prolongado através de através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente.<br />Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática.<br />Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo.<br />O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz “Não pense em Verde” e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente.<br />Preliminares do Trabalho Alfa<br />Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa.<br />Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial orgásmico.<br />Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa.<br />Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores.<br />Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual<br />Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade alternativa.<br />Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta maneira.<br />Consagração Usando Técnicas Alfa<br />A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado na consagração, já purificado ritualísticamente.<br />Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado).<br />Um rito completo para este propósito é conhecido como “Criação de Vórtice pelo Alfaísmo” e está esquematizado no final deste capítulo.<br />Controle Onírico através do Alfaísmo<br />O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação astral-mental para “Sonhar de Verdade” e influenciar sua experiência da realidade.<br />O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.<br />Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras.<br />No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que “Sonho Criativo” de Dion Fortune, por permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente.<br />A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permita-se cair num estado ‘fronteiriço’ de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não atinja o orgasmo ou ejacule.<br />Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo estágio da técnica de Controle Onírico.<br />O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar e envolve um certo ‘truque’. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado, durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do sonho.<br />Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum resultado foi ganho.<br />Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de prática antes de dominá-la.<br />Sigilização<br />“No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas.”<br />Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico)<br />S.B. Dasgupta<br />No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio.<br />Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado, isto enganará o “Censor” da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um programa com sucesso.<br />“A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária.<br />Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade Verdadeira ou ‘sonho inerente’.”<br />Aleister Crowley e o Deus Oculto<br />Kenneth Grant, Muller, 1978<br />É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente).<br />O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por exemplo, ‘Eu quero a força de um tigre’. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar um sigilo.<br />O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual.<br />O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas, ativo ou passivo.<br />A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal.<br />A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico.<br />Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido inadequado.<br />Variações<br />Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é “Urn Magick” (Magia da Urna).<br />A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos que haviam morrido.<br />A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de grande valia.<br />Outras variações incluem o uso do “sonhar de verdade” para curar e moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo.<br />Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção.<br />Conclusões<br />Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos.<br />Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado.<br />Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a palavra ‘Watcher’ ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da mente consciente.<br />Em português, traduzimos ‘Watcher’ como Sentinela, e sua inversão como Alenitnes.<br />“Ó poderosos Alenitnes !<br />Tu que existe em tudo que é erógeno,<br />Nós te evocamos !<br />Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço<br />Nós te evocamos !<br />Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo<br />Nós te evocamos !<br />Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos<br />Nós te evocamos !<br />Pelos conceitos do sagrado intervalo<br />Dê-nos a carne !<br />Pela Quadriga Sexualis,<br />Dê-nos desejo invariável !<br />Pela conquista da fadiga,<br />Pela mais sagrada palavra do Céu,<br />Dê-nos ressurgência eterna !<br />Nós te invocamos !”<br />RITUAL DE VÓRTICE ALFA<br />Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama.<br />Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito.<br />O Rito<br />O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas.<br />O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Do what thou wilt shall be the whole of the Law”.<br />Os magos respondem “Love is the Law. Love under Will.”<br />O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Quando todos os fantasmas tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do Fogo.”<br />Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante...<br />ORO IBAH AOZPI<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste.<br />MOR DIAL HECTEGA<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte.<br />EMPEH ARSEL GAIOL<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste.<br />OIP TEAA PIDOC<br />Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul.<br />O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União :<br />EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA<br />Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida e da morte.<br />Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de cada indivíduo ...<br />“Sagrado És Tu, Senhor do Universo.<br />Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza.<br />Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso.<br />Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas.”<br />Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande Obra.<br />Pés - O Caminho Espiritual<br />Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira<br />Genitais -Uso correto dos instintos<br />Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual<br />Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual<br />Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII)<br />“À minha solidão vem<br />O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores<br />[ morros.<br />Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria<br />[ e eu contemplo Pan.<br />As neves são eternas acima, acima -<br />E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas.<br />Mas o que tenho eu a ver com isso ?<br />Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan.<br />Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido...<br />O perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo<br />[ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar numa [ fala bizarra e monstruosa.<br />O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer.<br />O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele.<br />Eu mesmo jogado no precipício do ser.<br />Mesmo ao abismo, aniquilação,<br />Um fim à solidão, bem como a tudo.<br />PAN ! PAN !<br />IO PAN ! IO PAN !<br />Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão.<br />Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa.<br />Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha.<br />“Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo.<br />Ó meu anjo<br />Verta-te em minha alma.<br />O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor,<br />A luxúria do Bode,<br />Meu Anjo, meu iniciador.”<br />Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo :<br />“Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria<br />Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida<br />Erga tu em mim, fluindo livremente<br />Salte, tu me devoras.<br />(Repita um número de vezes.)<br />Tu me devora<br />Salta<br />Tu me devoras....”<br />No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax.<br />Tu me exaltastes<br />Salta ! Isto ! Salta !<br />Vê, o estouro das sementes da imortalidade.<br />Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como completada.<br />Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito.<br />Notas<br />Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam “ele cresce, ele respira”.<br />Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico.<br />O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual.<br />O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.<br />BETAÍSMO<br />Introdução<br />Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes de proceder mais profundamente no Santuário.<br />O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral para atingir uma ampla variedade de resultados.<br />Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.<br />Manipulação Interna<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).<br />Manipulação Externa<br />Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para “vagar por aí”, como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.<br />Manipulação Externa-Interna<br />Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a “forma externa” que o mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.<br />Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.<br />Assunção Sexual de Formas Divinas<br />A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.<br />Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.<br />A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.<br />A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas<br />1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.<br />Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.<br />2. Vibre o nome do Deus(a).<br />Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.<br />3. Visualize a forma divina.<br />Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.<br />4. No orgasmo.<br />Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.<br />5. Este processo pode ser feito de dois modos.<br />A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma escolhida ou<br />B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente magikamente controlado.<br />Formas Animais<br />As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como “homem civilizado”. O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.<br />Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na “consciência racional” é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num ‘espaço seguro’ e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.<br />Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é “travado” na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na consciência.<br />Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo invocada.<br />A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.<br />Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.<br />O Uso de Máscaras<br />O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único método válido.<br />Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.<br />Totens<br />Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como ‘Totem’ e tendem a ser externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e Súcubos.<br />Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)<br />De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.<br />De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em união simbólica.<br />Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso utilizada.<br />Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.<br />Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida como a “Igreja de Carmel”.<br />“Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado.”<br />Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion)<br />de Francis King.<br />O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.<br />A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.<br />Baixa Magia<br />Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida diária.<br />Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.<br />Magia com Bonecos<br />Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.<br />Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !<br />O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.<br />Conclusões<br />Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.<br />GAMAÍSMO<br />Introdução<br />Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é, necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente. A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser manifesto dentro dos magos do ritual.<br />As Naturezas de Therion e Babalon<br />“Ele é sempre um sol e ela uma lua.”<br />Livro da Lei I:16<br />“Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser solares, neste trabalho é alcançado.”<br />Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working)<br />A Natureza de Therion<br />A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada e é conhecido como a “Esfinge”. Ele portanto tem as chaves para o mistério da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6) tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3).<br />A Natureza de Babalon<br />Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol.<br />A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe, bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e torcem-se.<br />Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes : religioso e mágiko.<br />1. Religioso<br />Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica.<br />2. Mágiko<br />Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas, indução de estados alterados de consciência, consagração, criança planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano Gamma.<br />Dianismo<br />Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta.<br />A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida como “Karezza”, que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica, quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama de “hiper-eroticismo” ou “Lucidez por Eroto-comatose” (um esquema completo é encontrado em nossos comentários sobre ‘De Art Magica’). Um sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem sigilização e baixa magia.<br />Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira.<br />A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo<br />1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido.<br />2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve ser visto como “um sonho dentro de um sonho”.<br />3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada como uma alternativa para destruir o selo.<br />Qodosh<br />Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash) era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO. Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau concerne primariamente com o que podemos chamar de “Controle da Realidade” ao invés de simples prática sexual Gamma.<br />O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade Verdadeira.<br />Assunção de Formas Divinas<br />A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit). Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis.<br />Crianças Planetárias<br />O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma mais desenvolvida e prática é “De Homuncula Epistola” publicado como um documento do nono grau da OTO em 1914.<br />Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a “OTO de Aleister Crowley” também conhecida como Califado da OTO. Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem comentários de “textos religiosos” de outras tradições espirituais tais como a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e analítica.<br />A definição de um Homúnculo dada neste documento é :<br />“Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração humana nem habitado por uma alma humana.”<br />No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro ‘Moonchild’ (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só após este período é que atrai uma “alma” ou em termos budistas, o feto desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é delineado na “De Homuncula Epistola”, a qual passamos na íntegra.<br />De Homuncula Epistola<br />I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho.<br />Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível.<br />II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo também harmonioso com a natureza do trabalho.<br />III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo específicos também são adequados ao trabalho.<br />E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de seu trabalho, negando todos os outros desejos.<br />Então prossiga até que resulte gravidez.<br />IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente de Kether deve ser feita frequentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca deixe a mulher sair do grande círculo.<br />Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas impressões, exceto as do espírito desejado. Qeuime o incenso deste espírito continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo, realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver adormecida.<br />V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto, deve-se omitir os banimentos.<br />VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento.<br />VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido.<br />VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada, de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado.<br />IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve serví-lo.<br />Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu domínio e tu és Magister Octinomous.<br />A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado.<br />“Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico.”<br />SACRAMENTOS SEXUAIS<br />Introdução<br />Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no ‘Panarion’ de Epiphanus, que afirma :<br />“... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e dizem ‘nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo’ e eles o comem.”<br />A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de “A Eucaristia”.<br />O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e ritualística.<br />1. Uso Ritual da Eucaristia<br />Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas.<br />2. Uso Religioso da Eucaristia<br />Está baseado na manifestação das forças universais através dos participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais. Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos envolvidos na Missa.<br />Consumindo o Sacramento Sexual<br />É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro ‘Sexual Occultism’ de John Mumford, ele explica a razão para esta reação nos seguintes termos :<br />“... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais (fluidos ricos em nutrientes).”<br />É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas, através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do corpo e seeus produtos.<br />A Fórmula da Eucaristia<br />A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat, são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote / Sacerdotisa dentro de qualquer missa.<br />A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos representando “a Manifestação” das forças invocadas. No Tantrismo Gnóstico este sacramento era conhecido como o “Corpo de Cristo”, o pão e vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais.<br />Formas de Amrita<br />Amrita poderia ser melhor definido como “A Ambrósia Psico-Sexual” e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas, Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal); Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como ilustrado abaixo.<br />Gamma de Gamma Frio Puro e Néctar Calmo<br />Epsilon de Gamma Pó Vermelho<br />Gamma de Epsilon Pó Vermelho<br />Epsilon de Epsilon Lava Negra<br />Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue :<br />Epsilon de Gamma Pó Vermelho - Ênfase no Veneno<br />Gamma de Epsilon Pó Vermelho - Ênfase no Néctar<br />A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas Divinas assumidas.<br />Coletando Amrita<br />Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado na Eucaristia.<br />Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é encontrada no que é conhecido como “O Sacramento de Nu”, em termos comuns, é posição ‘meia-nove’ (69).<br />O Sacramento de Nu<br />“Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele toma para si o corpo de alguém que foi enforcado.”<br />Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590.<br />“Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu.”<br />Maomé<br />“Invoque-me sob as estrelas.”<br />Livro da Lei I:57<br />“Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit.”<br />Livro da Lei I:14<br />O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição ‘meia-nove’.<br />No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta forma de magia não é necessária a penetração.<br />Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot. Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas Delta para a estimulação da Kundalini.<br />Apêndice : Exposição da Posição de Nu<br />Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos, Herméticos e Thelêmicos.<br />Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma brilhante exposição do Sacramento de Nu.<br />O LIVRO DAS MENTIRAS<br />Capítulo 69<br />O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos !<br />Este é o hexagrama sagrado,<br />Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem !<br />Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta !<br />O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça.<br />O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer.<br />Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder - ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE OBRA seja completada no Silêncio.<br />E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é<br />Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador,<br />Não deixa semente e é perfeito em si mesmo.<br />Pequenas crianças, amem-se.<br />Comentário Sessenta e Dois<br />A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês.<br />O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta cabeça como água.<br />No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do trabalho.<br />O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida.<br />No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido.<br />ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico.<br />DELTAÍSMO<br />Introdução<br />“Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há alegria,<br />Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um.<br />Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra e eu e a terra somos um.”<br />Livro da Lei II:26<br />O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental. No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto acima.<br />As Dez Facetas do Despertar da Kundalini<br />Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini (incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue :<br />1. Concentração Total<br />2. Drogas e enteógenos<br />3. Paradigmas Alternativos<br />4. Músika (música & mágika)<br />5. Dança<br />6. Técnica Sexual<br />7. Estados Extáticos<br />8. Estados Impessoais de Êxtase<br />9. Frenesi Religioso<br />10. Entusiasmo Dissolúvel<br />Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto, esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago.<br />Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta.<br />As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática<br />1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na jornada do arcano Delta.<br />2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação cuidadosa (certamente não o vício).<br />3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da Kundalini é disparada no processo.<br />Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga.<br />Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria torna-se uma Yôga dentro se si mesma.<br />4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente.<br />6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da Kundalinibem com um número de variações sexuais.<br />7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini.<br />8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc.<br />10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo, hedonismo extremo, ‘body piercing’ e modificações físicas, etc.<br />Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar desastre para o mago.<br />Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo com o conhecimento, experiências e preferências pessoais.<br />Alquimia Interna<br />A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini.<br />Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção oa Sahasrara Chakra.<br />Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos Chakras. Esta é a Via Seca.<br />Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas.<br />A Torre<br />A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem.<br />Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que deve ser objetivado.<br />Outras Técnicas<br />Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix.<br />Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS (baseada na letra mãe Shin).<br />LIBER HHH<br />SEÇÃO SSS<br />SUB FIGURA CCCXI<br />“Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo acima. Mas é a morte e a chama da pira.<br />Ascenda na chama da pira, Ó minh’alma !<br />Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua pequena luz.<br />Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá expirar em tua grande Nox..”<br />Liber Lapidid Lazuli, I:36-40<br />0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua espinha esteja vertical.<br />1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam.<br />2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro.<br />3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira.<br />Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha, sentindo cada vértebra como uma entidade separada.<br />Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer prática posterior.<br />4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit.<br />5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine, para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de Hadit.<br />6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi ser seu mestre.<br />7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço e a falta de objetivo da matéria.<br />E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar tua imaginação ali.<br />8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor, ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder.<br />9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor, resista.<br />10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda uma hora, não prossiga.<br />E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus silente e virginal.<br />11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz, debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade.<br />12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito...<br />“Benditos são os mortos que morrem no Senhor.”<br />Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor !<br />Conclusão<br />Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas sexuais da Kundalini.<br />É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição Tântrica do Santuário.<br />EPSILONISMO<br />Introdução<br />“Sacerdote junto com sacerdote.<br />Renomado rei do Cajado.<br />Venha tu, Hermes, rumo às palavras não criadas.”<br />O Trabalho de Paris.<br />Aleister Crowley<br />A Magia apolar é a natureza do grau Epsilon, seu poder primário é encontrado no fato de que suas atividades não produzem resultado físico (isto é, crianças) ou resultado astral. Toda atividade sexual polarizada e, num grau menor, toda atividade heterossexual produz produzem um resultado físico (mesmo com contraceptivos) ou astral, este resultado não é encontrado nos trabalhos Epsilon. Estes são geralmente de uma natureza homossexual específica e portanto o campo de energia criado não é de uma forma polarizada e é por natureza extremamente volátil e dinâmica. Os Sacramentos formados são de uso particular em trabalhos Qlipphóticos e interdimensionais. A Lava Negra dos ritos homossexuais é de valor particular para crear intrusões do submundo e formar interações com os Deuses Antigos em tais tradições como aquelas incorporadas no Necronomicon. Enquanto que no Sacramento heterossexual apolar na fase de Lava Negra do Pó Vermelho é conhecido como a Poeira Escurecida e é de uso menor nestes trabalho, mas tem valor específico nos trabalhos com atividades do tipo Maatianas e com trabalhos do tipo Vodu como exemplificado nos ritos mais obscuros de Maat e Hecate.<br />A importância do grau Epsilon é o maior poder inerente no Sacramento formado e no trabalho em si mesmo, tão bem particularmente ilustrado no que veio a ser conhecido como o Trabalho de Paris, que tomou lugar em 1914 entre Aleister Crowley e Victor Neuberg. Neste trabalho o sacramento puro de Lava Negra era usado para assentar uma variedade de forças planetárias que eram usadas como Oráculos para atingir altos níveis proféticos.<br />Fórmulas Epsilon<br />Ao discutir-se a fórmula do grau Epsilon, é importante entender sua natureza dual. Embora também haja um aspecto dual no arcano Gamma, é muito mais pronunciado dentro dos trabalhos Epsilon. Em base, na prática oculta o Sacramento usado dentro do grau Epsilon é alcançado através de atividade tanto homossexual quanto heterossexual, com um foco nas formas divinas apolares.<br />O verdadeiro sacramento criado pela atividade homossexual é a mistura das secreções de dois machos ou duas fêmeas, em ambos os casos o título dado para esta fórmula é de ‘Lava Negra’. Isto não tem significado físico mas refere-se à fórmula dinâmica e Qlipphótica do Sacramento. A respeito de sua forma física real, em muitas tradições é conhecida como a ‘Neve Branca’ em relação à sua fluidez. Estas duas definições devem ser mantidas na mente.<br />A respeito do Sacramento Epsilon heterossexual, conhecido como ‘Pó ou Poeira Negra’, refere-se à sua natureza como o pólo Lava Negra da fase de Pó Vermelho no ciclo do Amrita. Este título pode ter alguma manifestação física por causa de muitos magos usarem o ciclo menstrual da mulher para aumentar a natureza apolar do processo sexual.<br />Eles podem também ser aplicados ao sacramento lésbico da Lava Negra, obviamente, contudo, isto não equivale à versão masculina do Sacramento a respeito de sua forma física, salvo no título de ‘Neve Branca’.<br />Intrusões Qlipphóthicas<br />A natureza volátil do Sacramento Epsilon permite a manifestação de forças de além dos reinos da Árvore da Vida. Estas forças do Universo B manifestam-se numa ampla variedade de campos de energia e portanto podem ser usados para muitos propósitos diferentes. A intrusão Qlipphóthica mais comum é encontrada dentro dos trabalhos do Necronomicon, que opera como um grimório para a manifestação dos Antigos. Esta intrusão é imperativa à vida do mago por operar numa união simbiótica com o processo da invocação da Vontade Mais Alta e criar uma transmutação de consciência no mais alto grau. Um bom exemplo de aspectos deste processo é encontrado no Liber Samekh, é importante entender como estas intrusões são efetuadas através do sacramento Epsilon em qualquer uma de suas formas.<br />A natureza do trabalho Epsilon forma um campo de energia dinâmico que não está limitado tanto quanto a necessidade de manifestação fisica está removida e portanto sua energia pode ser moldada para qualquer resultado requerido. Geralmente, contudo, a natureza volátil do campo criado tem a tendência para criar uma rachadura na consciência que trabalha para formar uma porta entre as regiões frontal e dorsal dos Universos A e B. Esta rachadura pode ser usada para realizar intrusões das várias dimensões na consciência mundana.<br />A Missa do Espelho<br />Um método de realizar essas intrusões é encontrado na ‘Missa do Espelho’. Esta Missa é uma técnica simples usando uma variante do arcano Epsilon para disparar uma intrusão/experiência de um segmento específico da realidade do Universo B. A missa é baseada na colocação de um espelho a uns 10 metros de distância do mago que é o foco central do rito, o mago é estimulado de acordo com a ‘eroto-comatose’ até que intervenha um estado de transe. Não devem ser usadas formas divinas polarizadas.<br />Ao entrar no transe o mago projeta através do espelho, numa realidade alternativa, símbolos já escolhidos. Em muitos casos a forma divina sendo usada manifestar-se-á no espelho durante a experiência. Após o mago tenha completado o trabalho, ele enmtrará num estado de sono profundo, do qual ele não deve ser despertado, sendo que é durante este momento que as energias são regeneradas, preparando-se para a reentrada na experiência do Universo B. Esta Missa pode ser usada por qualquer sexo em qualquer modalidade do arcano Epsilon, embora trabalhos do mesmo sexo tendem a ser mais eficientes com as intrusões Qlipphóthicas avançadas. Os sigilos usados podem vir de uma fonte tradicional, contudo, aqueles descobertos por trabalhos de transe pessoal ou visionarização (scrying) antes do rito são normalmente mais promissores.<br />A Fórmula Anal<br />A fórmula anal a respeito do grau Delta já foi discutida em relação ao seu modo Kundalini no capítulo do mistério da Fênix. Em sus utilização Epsilon deve ser considerada em conjunção ao arcano Delta, mas com uma ênfase diferente. O papel do processo anal nos trabalhos Epsilon é como um órgão não reprodutivo afim à Magia de Urnas. Sua conexão com a Kundalini permite uma estimulação máxima do organismo psíquico enquanto não permite uma manifestação exceto duma maneira pré-programada. A fórmula anal do grau Epsilon portanto é a técnica de intrusão por excelência, pois permite a acumulação de uma grande quantidade de energia volátil, que é posteriormente aumentada através de seu eco pelos chakras e sem qualquer manifestação, permite a total manipulação desta força de acordo as necessidades do mago. Isto também permite uma aplicação de Baixa Magia. Contudo, sendo que essa energia tende a criar uma ‘rachadura entre os mundos’ seu uso é melhor aproveitado nos trabalhos com forças das Qlipphoth e dimensões alternativas.<br />Deve-se notar que estes trabalhos são melhores apenas depois de uma experiência da Vontade Verdadeira e portanto alguma forma de processo ritual afim ao Liber Samekh ou Abramelin deve ser trabalhada antes destas operações.<br />Oráculos<br />Um uso interessante da fórmula Epsilon encontra-se na arte dos Oráculos Proféticos. Em muitos sacerdócios tradicionais o papel do homossexual era aquele de visionário ou profeta (exemplo, Xamãs Siberianos) e portantodentro deste arcano encontra-se a possibilidade de uma profecia extremamente precisa. A técnica verdadeira é muito diferente da Divinação, sendo derivada dos métodos usados no Trabalho de Paris. Este trabalho, realizado por Aleister Crowley e Victor Neuburg em 1914, usou uma técnica homossexual (anal e oral) para criar um portal entre as dimensões e usar os planetas como um sistema de classificação, manifestou revelações proféticas a respeito de eventos futuros bem como comentários filosóficos e outros materiais. A chave para esta fórmula é a total concentração dos magos envolvidos no sigilo ou símbolo sendo usado, a mente estando elevada com invocações e o ato sexual ocorrendo por puro intstinto sem foco consciente. Esta técnica embora difícil, cria a possibilidade de receber vários oráculos e revelações proféticas de uma variedade de dimensões e realidades. Estes oráculos e revelações devem sempre ser checadas contra a revelação preliminar sobre o Aeon (neste Aeon, o Livro da Lei) e contra as regras do bom-senso. Sempre é possível, devido a um pequeno escorregão em algum aspecto da fórmula, manifesta-se uma fórmula corrompida ou fragmentada de pouco valor ou até mesmo perigosa. Embora o procedimento de receber oráculos seja simples quando os estágios de concentração e bilocação instintiva sejam atingidos, a pureza do oráculo é sempre uma questão difícil, apenas por ser totalmente inflamado em invocação pode a interferência consciente ser limitada e apenas checando os oráculos e não permitindo interferência egóica pode o valor real do oráculo ser atribuído.<br />Androginia Oculta<br />“Venha tu, Vênus, Nascida do mar, filha do pai.<br />Escuta tu as canções sedutoras do Pênis, eu oro.<br />Possa a nossa sina não ser ter as bundas fodidas,<br />Mas deixe a buceta sempre em chamas com meu amor.”<br />Trabalho de Paris,<br />Aleister Crowley<br />Uma das chaves emite uma compreensão de que a relação entre os trabalhos Gamma e Epsilon é aquela da Androginia. Em muitas tradições ocultas a ênfase do balanço entre os arquétipos masculino e feminino tem sido clara mas a questão da manifestação física destes arquétipos dentro de tanto um estilo de vida andrógino como na atividade bissexual nunca foi tornado claro.<br />No Novo Aeon a ênfase na androginia é clara, Hórus como o senhor reinante é uma figura andrógina como eram muitas das imagens sagradas nos cultos de magia através dos tempos (exemplo, Baphomet). De acordo, a necessidade de balanço destes dois fatores dentro da psique é uma faceta importante dentro do sistema do Novo Aeon e desde este período o meio desta época é as secreções sexuais. então a sugestão inerente é a deque o mago deve desenvolver uma forma de bissexualidade.<br />Afirmamos uma forma de bissexualidade por causa do cerne da bissexualidade que tende a refletir uma confusão a respeito da imagem sexual mais do que uma habilidade real de usar corretamente as energias sexuais de qualquer sexo. O arcano do tantrismo é baseado no mago sendo capaz de funcionar com qualquer sexo bem como de usar o sexo como uma função sacramental. Por assim dizer, a tradição tântrica do Santuário concebe que todos os atos de cunho sexual para o mago devem ser atos de “Amor sob Vontade” e devem ser realizados desta perspectiva. Um dos processos no desenvolvimento da androginia oculta é a experiência da Vontade Veradadeira e o despertar da força plena do inconsciente. Cada ser humano está apto a funcionar plenamente com ambos os sexos. Esta visão tem sido abundantemente clara de vários princípios da psicologia moderna. Contudo, apenas o mago realmente entende o poder inerente dentro destas potências duais e está apto a usá-las para seu próprio desenvolvimento iniciático.<br />Para muitos a exploração duma sexualidade estranha para a sua própria é matéria de grande dificuldade, entretanto, será descoberto que como o mago desenvolve que, através da tradição tântrica do Santuário, seu impulso sexual aumentará e que um desejo natural surgirá para explorar ambos os pólos de sua natureza. Isto pode ser posteriormente estimulado por fantasias masturbatórias como discutido em capítulos anteriores. Para magos mais velhos este aspecto da Grande Obra pode ainda provar-se um problema, contudo, estudos sobre Reversão dos Sentidos, etc. podem oferecer chaves avançadas para superar esta barreira bem como uma expansão geral dos horizontes.<br />Uma das facetas mais importantes deste arcano está na tentativa inerente de transformar a sexualidade mundana no “Frenesi Orgásmico de Pan”; esta tentativa inerente pode transmutar até mesmo as estruturas mentais mais rebeldes.<br />MAGIA SEXUAL NAS TRADIÇÕES GNÓSTICAS<br />Introdução<br />“Como crianças são aqueles que entram no reino. Quando vocês, como estas pequenas crianças, tirarem suas roupas sem vergonha, quando vocês fizerem dois tornarem-se um, quando vocês fizerem macho e fêmea numa unidade, então vocês entrarão no reino.”<br />Evangelho de Thomás<br />Os mistérios da Magia Sexual não são apenas descobertos no oriente. Se aceitarmos a hipótese de difusão central e localizarmos o ponto de partida dos Mistérios na Tartária, cujos restos são encontrados hoje no deserto de Gobi, então podemos facilmente ver como os mistérios se espalharam nos templos do ocidente como do oriente.<br />O Gnosticismo foi de longe o maior culto tântrico dentro da história ocidental, não podendo ser definido como um movimento pois cobre uma grande variedade de diferentes teorias e práticas muito afins aos vários sectos encontrados dentro do Hinduísmo ou Budismo). Contudo, teorias gerais abraçadas em comum pelas seitas gnósticas e estas formam uma ligação ocidental importante para as nossas modernas tradições tântricas.<br />Remanescentes Tântricos Dentro do Cristianismo<br />Nos trabalhos de John Allegro as origens do cristianismo são, afinal, deixadas nuas. O cristianismo é mostrado como sendo derivado dos cultos antigos de fertilidade do Oriente Médio com uma doutrina primária sendo o uso de ritos sexuais na forma de Eucaristia. Encontramos, num exame, que os deuses centrais, tanto na tradição grega quanto hebraica, Zeus e IHVH derivam de um único e comum termo composto de duas sílabas, IA e U.<br />IA significa sumo e U significa cópula. Portanto, os nomes divinos destas tribos cifram a imagem do “Sumo da Cópula”. Aqui descobrimos uma ligação direta entre a presença de uma força externa ao homem e sua manifestação na Eucaristia do pão e do vinho, símbolos do sêmen e fluidos vaginais.<br />É também interessante considerar os ideais sagrados do cristianismo como restos do ensinamentos gnósticos originais. A Torah, por exemplo, no Judaísmo é a ‘consumação’ da semente do conhecimento, portanto, em termos gnósticos, o Alto Sacerdote é o receptor e intérprete da Semente Sagrada. Isto é ainda mais explícito quando consideramos o mistério sexual do Tabernáculo Sagrado.<br />O Tabernáculo Tântrico<br />O Tabernáculo era o templo sagrado construído pelos povos hebreus durante sua diáspora pelas terras inexploradas. De acordo com vários eruditos sua estrutura tem sido assinalada por uma variedade de interpretações religiosas. Contudo, quando examinamos o tabernáculo alinhado com o sistema gnóstico do Tantrismo surgem interessantes paralelos.<br />O Tabernáculo por todo o Oriente Médio tinha regras específicas e era uniforme, quando examinado mais de perto descobrimos que representa o microcosmo terreno do útero. A construção em si mesma é composta de três segmentos distintos :<br />- A Côrte Externa ou Portal : representa o Véu ou orifício vaginal até o hímem.<br />- O Saguão : representa a própria vagina.<br />- O Santuário dos Santuários (Sanctum Sanctorum) : Que representa o Útero.<br />O Alto Sacerdote do templo vestia robes elaborados cobertos de seivas e resinas, que claramente simbolizavam a potência do falo, além de vestir duas placas que representavam os testículos suspendendo a lança sagrada. Em muitas ocasiões ritualísticas o Alto Sacerdote, sozinho, poderia entrar no Saguão, enquanto que uma vez por ano o Alto Sacerdote entrava no Sanctum Sanctorum por um grande ato de penetração, sendo este cercado por muitos dias de cerimônias religiosas.<br />Ritos de Batismo<br />Batismo por imersão ou asperção marcava a entrada de um iniciado no Culto Tântrico Gnóstico. Nos primeiros sectos tais como os essênios, este ritual era realizado em dois estágios : os batismo de água e o de fogo. Um fino exemplo do ritual de batismo é encontrado no culto a Mithra, onde precedendo o Batismo o iniciado era deitado como fosse um morto enrijecido e o Hierofante o puxava pela mão direita simbolizando sua ressurreição numa nova vida. Seguia-se então o verdadeiro ato de batismo, onde o iniciado era posto num poço, nu, debaixo de uma grade e um touro ou animal similar era sacrificado sobre o poço para que o sangue jorra-se e banha-se o iniciado. A isto associava-se a troca do velho nome para a de um novo nome e um juramento dedicacional.<br />Esta forma de batismo é bem similar ao das tradições gnósticas salvo que seu uso de sangue reflete seu tom militar ao invés das práticas usuais do Gnosticismo.<br />É encontrado nos primevos cultos gnósticos não influenciados pela mensagem militar de Mithra que o batismo era alcançado através do uso de secreções sexuais. Este uso de fluidos sexuais é certamente provado pelos registros de tais grupos como os essênios. Mesmo na versão bíblica do batismo de Jesus encontramos o uso da imagem da pomba, que era especificamente o símbolo de secreções sexuais no culto Essênio.<br />O segundo batismo, o de fogo, era também conhecido como o ‘Rito de Shin’. Dava aos iniciados plena admissão no culto de mistérios e era celebrado po uma ocasião ritual bem como as primeiras experiências do ‘Rito da Câmara Nupcial.’ Seu propósito era marcar a confirmação de um iniciado<br />nos mistérios e sua aceitação na e pela comunidade gnóstica.<br />O Rito da Câmara Nupcial<br />Nas imagens religiosas do novo e velho testamentos a deidade era vista como o patriarca de seu povo. No Apocalipse (Apoc. 21:2, 22:17) a Igreja é vividamente retratada como a noiva de Cristo e na Canção de Salomão do velho testamento, o abraço erótico de Deus e da Igreja é explicitamente descrito. Há muito tempo que já é aceita que a alegoria destes textos é a de que Deus e sua Igreja uniram-se em abraço conjugal.<br />Nos cultos gnósticos acreditava-se que através da união das várias facetas dos Aeons (afins às Sephiroth) Aeons posteriores eram produzidos, estes seguindo até que posteriores Aeons fossem produzidos e por aí vai, ao infinito. De tempos em tempos os gnósticos celebravam o Rito da Câmara Nupcial para reconciliar estas forças Aeônicas, tanto externamente quanto internamente em relação a eles mesmos. O ideal sendo um estado de androginia divina.<br />“O Senhor disse num Mistério ‘se você não fizer os dois tornarem-se um, o macho como a fêmea, o esquerdo como o direito, o que está diante de você como o que está atrás de você e as coisas acima como as que estão abaixo, você não verá o reino’.”<br />O Evangelho de Thomás<br />Na Câmara Nupcial o sacerdote e a sacerdotisa participantes assumem a forma divina do Redentor (Soter) e da Sabedoria (Sophia) de acordo com os ritos antigos, após o qual eles consumam sua união. Seguindo esta congregação faz-se exatamente com igual força a visualização das formas de Soter e Sophia. Acreditava-se que estes ritos manifestavam a Shekinah ou presença do Espírito Santo e transformava os iniciados através de sua união mística com Cristo. Neste contexto o termo ‘Cristo’ refere-se à sua semântica na palavra grega ‘Christós’ que significa a força ungidora, o filho-sol (sun-son) formado pela união do Soter e Sophia. Este rito é, numa forma primitiva, uma celebração religiosa da Missa Gnóstica (Gamaísmo) como ensinada dentro da tradição tântrica do Santuário. Ilustra a continuidade dos Mistérios dentro do ocidente e revela o significado esotérico destes símbolos que tem sido tão distorcidos pelas Igrejas Cristãs Modernas.<br />“Se qualquer pessoa torna-se um filho da Câmara Nupcial, ele receberá luz.<br />Se qualquer pesso não a recebe enquanto neste lugar, ele não a receberá em nenhum outro lugar.”<br />O Evangelho de Filipe<br />Os Eleutérios<br />Os Eleuterianos são um exemplo primal de uma comunidade Gnóstica e Tântrica primeva, conhecida como “Alento do Livre Espírito”, basearam sua filosofia no ideal de que se nós somos realmente santificados e estamos mesmo num estado de ‘Graça’ então estamos além das restrições morais. De acordo, as coisas que podem condenar um ‘homem da carne’ são as mesmas coisas que podem ser usadas sem culpabilidade moral para o ‘Homem do Espírito Livre’. Esta idéia era baseada numa compreensão radical de vários textos do novo testamento, onde o Novo Eu foi tomado como estando além dos confins das restrições morais e legais das leis do velho testamento.<br />“Consequentemente de agora em diante não conhecemos homens de acordo com a carne, mesmo se tivéssemos conhecido Cristo de acordo com a carne, certamente não mais o conhecemos. Consequentemente, se qualquer um está em união com Cristo, ele é uma nova criação, a velha passa ao longe. Olhe ! Novas coisas tomaram existência.”<br />2 Conríntios 5:16,17<br />“De tal liberdade Cristo nos vê livres. Ainda assim fique alerta e não se deixe confinar novamente numa escravatura opressiva.”<br />Galations, 5:1<br />Ampliando esta filsofia, o Alento do Espírito Livre, mais tarde conhecido como a Intelligentiae Homines (Pessoas com gnosis), desenvolveu sistemas de misticismo sexual usando técnicas afins ao Karezza. Estas eram usadas induzir estados de êxtase bem como revelações e visões. O serviço da Igreja era feito nu e os sacramentos das secreções sexuais eram usados bem como uma imensa variedade de técnicas sexuais usando códigos bíblicos como cifras. Por exemplo, o Karezza era conhecido como o ‘Rito do Fluxo Ascendente do Jordão’. Este culto gnóstico em especial sobreviveu muitos séculos, em 1516 Hieronymus Bosch, o famoso pintor, era um membro de um grupo derivado do Alento e historiadores modernos até descobriram ligações entre eles e os primeiros Anabatistas.<br />O Mistério de Shin<br />Ao examinarmos a história do Tantrismo Gnóstico, a questão de sua relação à Magia Sexual moderna pode surgir. Para entender esta relação devemos examinar o Mistério de Shin em relação às práticas Gnósticas e Tântricas. O movimento moderno em direção à realização da Gnosis na Magia Sexual pode ser dividida em três movimentos distintos, cada um relacionado a um aspecto do Fogo do Triplo Shin ou Shekinah.<br />O Fogo do Corpo<br />Este fogo é encontrado nas técnicas físicas da Magia Sexual que oferecem ao mago a habilidade de aprender e usar o organismo físico com seus fluxos e refluxos para atingir crescimento espiritual.<br />O Fogo do Espírito<br />Este Fogo é a essência dos Mistérios, compreendendo a matriz astral da Astrum Argum que engloba a corrente de Thelema (93) e a de Maat (896) para guiar aqueles que buscam o estado de Humano Superior.<br />O Fogo da Alma<br />O fogo é o personagem ou forma. É forma pela influência conjunta dos fogos opostos do corpo e do espírito e tem uma grande variedade de aplicações. É pessoalmente adaptado pelo indivíduo de acordo com a personalidade, cultura e período de tempo. Como foi escrito sobre uma porta de um templo budista no Ceilão : “Para cada cem monges, há cem religiões.” Assim também é o fogo da alma, que se amolda numa variedade de fórmulas e personagens.<br />Estas possibilidades ilustram como a mensagem do Novo Aeon é com certeza uma mensagem para todos, podendo ser adaptada a uma amplitude enorme de almas e culturas, enquanto é sustentada a pureza da mensagem. O fogo de Shin é um símbolo da corrente que está varrendo a civilização e irá, em seus vários aspectos, transformar e transmutar aqueles que estão prontos, no próximo estágio de desenvolvimento pós-humano, o Humano Superior.<br />O TAROT SEXUAL<br />Introdução<br />A magia sexual é inerente às vinte e duas imagens dos arcanos maiores do Tarot Egípcio (O Livro de Thoth). Sendo que o Tarot teve suas origens muito além da base ideológica do Antigo Egito e muito provavelmente nas areias da Suméria, a verossimilhança de um Tantra secreto dentro de suas imagens é muito forte.<br />Quando consideramos que um dos nomes do Tarot é Rota ou roda, entramos em contato diretamente com o conceito do circuito psico-sexual descrito anteriormente. Já discutimos o uso prático dos Caminhos na Magia Sexual. Aqui objetivamos primariamente examinar o simbolismo sexual inato de cada arcano e deixamos a aplicação prática para o mago. Um conhecimento prévio do Tarot de Thoth deve ser sugerido para que se possa apreciar plenamente os detalhes dados a respeito de cada carta. Mantendo cada carta em vista ao estudar este capítulo também seria de grande ajuda.<br />O Simbolismo Tântrico<br />Ao examinarmos os glifos dos vinte e dois arcanos maiores, descobrimos que cada um contém um tipo específico, por assim dizer, cada um focaliza um imagem específica (normalmente humana) que pode ser relacionada a fenômenos estritamente biológicos. Não queremos dizer que a interpretação deva ser baseada no físico, mas sugerimos que dentro de cada arcano está um glifo secreto delineando o processo físico pelo qual um estado alterado de consciência, em relação direta com a imagem contida no arcano, pode ser disparado. Numa certa extensão eles são precedidos pelas letras hebraicas que, por meio do simbolismo, sugerem uma inferência sexual para cada arcano. Por exemplo, a chave da Torre é atribuída a Peh, cuja imagem é a boca, a relação simbólica da Torre fálica e da boca precedem a imagem sexual da carta, que é, em parte, uma fórmula de sexo oral.<br />Os Arcanos da Magia Sexual<br />O Espermatozoon<br />O louco, criança do Espermatozoon representa o que é entendido como o Duende ou pequeno Eu. Este diminuto eu é projetado para fora da consciência usando técnicas Alfa ou Beta e realiza as tarefas ordenadas pelo mago. Pode ser usado para explorar dimensões alternativas e realizar atos de feitiçaria. É um estágio mais evoluído do que o Espermatozoon sugerido no arcano do Ermitão pois não é uma simples projeção da psique treinada mas um aspecto parcial da Vontade Verdadeira colocado em ação.<br />A letra Aleph retorna a essa atribuição pois simboliza uma criança ou arado, a criança sendo uma imagem do Duende ou pequeno eu e o arado representando o pequeno eu sendo uma ferramenta da Vontade Verdadeira, cultivando os campos da eternidade. Sua cor é de um branco iluminado (em Atziluth, Briah e Yetzirah) refletindo a alegoria do sêmen.<br />O Andrógino<br />O Andrógino é o Senhor da Casa de Deus, seu reflexo mais baixo encontra-se na bissexualidade do diabo, enquanto que o Andrógino representa a integração perfeita das várias modalidades da sexualidade humana. O número atribuído é dois, refletindo a dualidade do Andrógino que manifesta sua androginia na expressão sexual com ambos os sexos. Isto também pode ser visto na imagem da Casa de Deus com suas portas frontal e dorsal. Os quatro elementos que o Andrógino usa são as facetas de seu próprio organismo : a vareta Fálica, o cálice Anal/Vaginal, a espada do Intelecto e o corpo inteiro como um Pantáculo. As associações mercuriais relacionam o Andrógino ao Néctar Frio da Deusa e a paixão do Capricórnio, bem como as outras atribuições relativas às secreções Sattva.<br />A Sacerdotisa<br />A Sacerdotisa é o Camelo que cruza o Abismo, na simbologia cabalística. Na magia sexual o camelo é entendido como o armazenador dos fluidos sacros, que os coleta e os mantém por um período e então os expele. A conexão lunar enfatiza a associação deste arcano com os Kalas. Portanto este arcano é o símbolo da Yoni por excelência.<br />Amor Sob Vontade<br />Amor sob Vontade juntará a força fálica de Chokmah/Therion e a força vaginal de Binah/Babalon. Independentemente do incômodo da orientação física e sexual a atribuição da porta ou portal (Daleth) ilustra a chave física da fórmula, congresso sexual usando formas divinas polarizadas. O número quatro sugere, mais uma vez, o balanço da fórmula dentro deste arcano e seu poder de manifestar-se nos quatro mundos (quatro, tettragrammaton, esfinge, etc.)<br />Identidade : Estrela<br />A identidade Estrela sugere o fluxo de Amrita em sua pureza. Seu reflexo sendo encontrado nas correntes do arcano da Arte. A Identidade Estrela exibe os mais altos fluxos de Kalas cósmicos comibnados como na Arte, mas totalmente transformados pela força inata da vontade humana. Sua chave astrológica é o signo Aquário, o fluxo de Kalas numa base macrocósmica que é manifesta nas secreções corporais, que no alfabeto hebraico (letra He) é simbolizado como a Janela do organismo físico (masculino ou feminino). Isto também sugere as possibilidades interdimensionais de fórmula sexual, abrindo uma janela para outras dimensões através de secreções Kalas programadas.<br />Papéis Sexuais<br />Papéis Sexuais é o título do arcano tântrico do Hierofante, onde temos a imagem de balanço sexual como sugerido no andrógino manifesto da personalidade dual como ilustrado neste arcano. O símbolo hebreu do Prego (Vau) sugere o poder fálico do masculino destes papéis mas é contrabalanceado pelo fato de que Vau é seis e sugere o balanço masculino e feminino do Hexagrama. A ênfase astrológica sugere não o balanço de alto e baixo do Andrógino mas a presença deste balanço na vasilha da terra.<br />União<br />União é a chave do balanço dos aspectos da sexualidade, interna e externamente. É atribuída a Gemini, os gêmeos, e portanto enfatiza a dualidade em seus trabalhos. Por assim dizer, o uso externo de técnicas sexuais trazendo mudanças internas de consciência. Gêmeos é governado por Mercúrio e portanto vemos que a natureza desta carta é transicional, trazendo a união permanente da dualidade no Magus ou Andrógino de Mercúrio. A imagem associada com a letra hebraica é a Espada, que combina o poder fálico da lâmina com a força feminina da bainha. Mesmo dentro da letra em si, Z-aiyn, vemos a polaridade de Z ou S como a serpente e Ain o vazio do útero cósmico.<br />Paixão<br />Paixão é a chave para a Grande Obra, representando a prática das artes tântricas e ocultas que usam o corpo instintivo como um veículo ou carruagem (mercabah) pela qual a Verdadeira Vontade experiencia o Universo. A letra hebraica desta chave é Chet, que, quando totalmente numerada chega a 418, o número da Grande Obra. Seus símbolos são o cercado e a cercania que representa a necessidade de estrutura e controle sobre os veículos mais grossos, enquanto Câncer sugere o balanço intrincado que demanda seu processo de controle. Como se notará da imagem da chave da Paixão, os quatro animais da esfinge, os poderes da paixão não são controlados por cordas externas mas pelo poder da Verdadeira Vontade.<br />Ajuste<br />O arcano do Ajuste representa o processo de ajuste das facetas de nossa experiência sexual para que estejam sintonizadas com os fluxos das correntes aeonicas prevalecentes. A chave é assinalada a Libra, governado por Vênus e com Saturno exaltado. Isto nos dá a chave para interpretar este arcano, Vênus, as energias da paixão são transformadas através do ajuste de acordo às técnicas de magia sexual em uma forma de Libra balanceado, que é levado a Nuit, sendo um de seus guias Saturno ou Babalon. Como será notado esconde-se sob a imagem de Saturno ou Babalon, também, o glifo de Set.<br />Semente Solitária<br />A Semente Solitária ou Ermitão é a fase do Louco divino do Espermatozoon, sendo atribuída a Yod, a Mão e portanto sugere a fórmula Alfa, ativando toda Árvore da Vida (Yod=10) através da técnica de controle de imagens. Na mão o Mestre da Semente Solitária é a lanterna, contendo em si o fogo primal do instinto sexual através do qual o Mestre adquire seu poder. Sua atribuição a Virgo sugere perfeccionismo requerido para o Ermitão ganhar seu prezado status, enquanto seu governante e signo de exaltação sendo Mercúrio, a pureza do elixir ganho desta atividade sendo também sugerida (isto é, Mercúrio, Sattva, Néctar Frio) bem como o conhecimento ganho através do recolhimento e estudo.<br />A Palma<br />A palma (Kaph) expande o uso da mão do ermitão. Através da palma da mão o Mago está apto para realizar mudanças no mundo (Roda da Fortuna) através do uso de controle onírico e moldar a realidade (arcano Beta), ilustrados na carta estão as três formas de Gunas que simbolizam a classificação tripla de Kalas e do Sacramento. O arcano é atribuído a Júpiter e portnato sugere a via destas técnicas para que o mago possa dominar as sete sephiroth abaixo das supernais e até mesmo tornar-se o Demiurgo, mas apenas se dissolver as facetas desbalanceadas da personalidade ele poderá cruzar o Abismo. Dentro desta mensagem está o aviso de que um mago usando técnicas Alfa/Beta solitariamente pode tender a auto-obsessão e egoísmo a menos que trabalhos mais altos como Gamaísmo e Epsilonismo sejam usados. Esta é nossa experiência também.<br />Luxúria<br />A carta da Luxúria explica o fogo instintivo que o mago usa. Relacionado diretamente à chave da Corrente (Shin) mas é diferenciada pelo fato de que naquela ela é formulada internamente, enquanto a corrente é tanto uma micro e uma macro manifestações. É atribuído à letra Teth, cuja imagem é a cobra, que relaciona sua força básica até à da Kundalini. A atribuição astrológica de Leo é importante pois simboliza Sekhmet, a Deusa do Calor Instintivo. Portanto, chegamos a entender que a Luxúria é uma combinação de força instintiva e energias da Kundalini controladas pela Vontade sob a guia da corrente aeonica. De alguma forma, a Luxúria poderia ser vista como o mais baixo dos Yod triplos ou Shindentro da chave da corrente do Novo Aeon.<br />Ressurgência Atávica<br />Esta chave representa o uso de técnicas sexuais para mergulhar no inconsciente. A letra Mem associada a esta carta está relacionada ao conceito de sangue e sugere que a exploração do incosciente é difícil e dolorosa e envolve trazer à tona velhas programações mentais para investigação. Portanto, o Enforcado está pendurado sobre a água ainda que muito de seu corpo não esteja afundado nela. A letra hebraica Mem é também uma letra mãe, sugerindo a gravidez pela qual o inconsciente existe, os grandes montes de poder que estão contidos dentro de suas formas e ao qual pode ser dada a luz através da Magia Sexual. As crianças desta união são dissolvidas, exterminadas ou deixadas crescer dependendo de sua utilidade, a imagem das crianças aqui, é claro, relacionando-se aos programas inconscientes e quão difícil pode ser destruí-los e ainda, em muitos casos, as programações são como parasitas drenando nossa força vital a partir da superfície.<br />Orgasmo<br />Sexo e morte têm sido sempre inter-relacionadas, em Aeons passados experienciamos o sexo através da via de ideal sacrificável para, estando o sexo sob uma capa de pecado. A morte no Novo Aeon é experienciada através do sexo para que a paixão absorva todo medo e nos trasnforme em veículos sexuais vivos. A atribuição de Escorpião sugere a fórmula do Orgasmo, é a serpente Kundalini, mas pronta para dar o bote, sendo esta mordida letal para o não iniciado e iluminadora para as crianças das Estrelas. Escorpião é governado por Marte, que é o aspecto marcial de Hórus, o Senhor do Aeon. Marte destrói o não iniciado através da guerra e sanguinolência e salva o mago através da paixão e secreções sexuais. As imagens associadas com a letra hebraica Nun são o peixe e a água, portanto sugerindo a relação entre Ojas e os fluidos sexuais, sendo a chave para sua correta utilização a programação do Orgasmo com o poder da Verdadeira Vontade.<br />Transmutação<br />A Chave da Transmutação relata a preparação do Sacramento, onde sua pureza final é alcançada na Estrela. Neste arcano encontramos a Flecha de Sagitário penetrando o Arco-Íris que é formado pelos últimos três caminhos da Árvore da Vida (conhecidos como Qesteth). Este simbolismo sugere o congresso usado e o Amrita coletado “no começo e no fim do arco-íris”.<br />Na carta vemos a mistura das secreções, sua união no caldeirão (que pode simbolizar uma Yoni ou uma ferramenta separada como o Cálice) e seu poder resultante que é simbolizado pela figura andrógina unindo-as. O andrógino atingiu este estado através do uso da Estrela, cujos primeiros estágios são encontrados na chave da Transmutação (Magus formado pela Estrela, cujas origens são a Arte.)<br />Bissexualidade<br />Aqui temos o reflexo mais baixo do andrógino, o Mago Bissexual, as forças da sexualidade dual têm sido estimuladas mas ainda estão sendo refinadas. Portanto sua dualidade é ilusória. Por trás destas imagens estão a perfeição do Eu, o Olho ou Ayinque existe em Ain. O verdadeiro mago é andrógino e usa ambas experiências sexuais com naturalidade como expressões da Vontade Verdadeira. O diabo é uma expressão da crença de que a androginia é composta de funções duais, separadas uma pela outra como na bissexualidade. Esta ilusão só é rasgada quando o mago passa pelo diabo e vai para Ain.<br />Kundalini<br />A Torre/Falo é a Kundalini como descrita nos textos hindus, ligada ao Sahasrara através do canal Sushumna na espinha. Este sendo estimulado através do uso de técnicas masturbatórias como visto na Semente Solitária e na Palma e pela fórmula oral como visto em Pe, cuja imagem é a boca. Inerente ao arcano da Kundalini é o pleno despertar da Kundalini que explode a consciência para uma fase mais alta. Neste entendimento a boca pode também referir-se à coleta de Amrita através da sexo oral a partir do centro da Kundalini manifestando-se nas genitálias durante o despertar da Kundalini. Isto pode ser aplicado para qualquer sexo pois a Torre é inerente ao Sushumna ao invés de ser apenas um apêndice masculino.<br />Sublimação<br />O assunto da Sublimação está atracado ao arcano do Imperador. O Imperador liga Netzach a Yesod e representa o uso controlado da paixão e da luxúria alinhadas com a Vontade Verdadeira. Portanto, a imagem relacionada é o Anzol, isto é, o gancho da paixão que fisga o adormecido. Deve-se lidar com as energias sexuais de uma maneira ou de outra, elas podem ser sublimadas e usadas internamente como detalhado no arcano Delta ou usadas em ritos de magia sexual. Em qualquer caso sua força deve ser reconquistada e usada com cuidado. Na feitiçaria sexual moderna é entendido que a sublimação pura ou uso constante não são as respostas, um sistema cuidadosamente balanceado de magia sexual pessoal baseado no uso de todo o espectro de práticas é o melhor e mais bem sucedido caminho para a iluminação.<br />Yoni<br />A Yoni já foi glifada na Alta Sacerdotisa, esta manifestação, entretanto, é mais de Babalon, a imagem sexual de Yoni ao invés da espiritual. Aqui temos a imagem de Qoph, a nuca, onde os impulsos sexuais se originam e a Yoni, onde eles se manifestam. Deve ser compreendido que neste contexto a Yoni refere-se ao ssexo feminino, contudo, suas forças também se manifestam no macho, na região Kanda. Este é um espaço triangular acima da púbis.<br />Falo<br />O Falo foi glifado no Andrógino, onde é visto seu papel na consciência unificada. Aqui temos o poder fálico em seu papel sexual ilustrado originando-se nos veios frontais e manifestando-se no falo. na fêmea é o clítoris.<br />Corrente<br />A Corrente é encontrada no poder triplo de Shin, seu símbolo é o fogo divino, a intoxicação do instinto como englobado no impulso evolutivo. É o fogo triplo que reúne o corpo, alma e Vontade e encapsula a corrente no organismo transformado, personagem e Vontade do Humano Superior.<br />O Corpo<br />O arcano final é onde tudo está embasado, o organismo físico cuja imagem é o Tau, a cruz de Set. A cruz ou Falo de Set ilustra a extensão de Ain na mais material das realidades e ainda, ao mesmo tempo, permanecendo inerentemente puro e capaz de ascender aos limites da matéria para readquirir seu status espiritual.<br />Ath<br />O ciclo está completo.<br />De Aleph a Tau como entendido nos Mistérios da tradição tântrica do Santuário, o circuito psico-sexual como manifesto nos vinte e dois sigilos. Se reunirmos as letras Aleph e Tau, o resultado é Aeth ou Essência, a Verdadeira Vontade e essência sexual, os Kalas. Seria até mesmo correto dizer que a manifestação corpórea ou emissário da Vontade Verdadeira é a força dos Kalas ou Ojas, pois através de seu uso podemos viajar de volta àquele rio de instinto e paixão e experienciar novamente a essência primal em sua fonte.<br />Para completar este capítulo, oferecemos a seguinte Tabela de Interpretação Tântrica do Santuário dos Vinte e Dois Arcanos do Tarot.<br />TANTRISMO DO TAROT<br />Tantra Interpretação Tarot<br />Espermatozoon Eu Anão, Pequeno Eu Louco<br />Andrógino Mestre Andrógino Magus<br />Sacerdotisa A Yoni Sacerdotisa<br />Amor sob Vontade Polaridade e Cópula Emperatriz<br />Identidade : Estrela Amrita Puro, Vontade Verdadeira Estrela<br />Papéis Sexuais Equilíbrio dos Papéis Sexuais Hierofante<br />União Equilíbrio da Sexualidade Amantes<br />Paixão Controle dos Institntos Carro<br />Ajuste Alinhamento com a Vontade Verdadeira Ajuste<br />Semente Solitária Arcano Alfa Ermitão<br />Palma Arcano Beta Roda<br />Luxúria Instinto e Kundalini Luxúria<br />Atavismo Exploração do Inconsciente Enforcado<br />Orgasmo Eros como Iniciador Morte<br />Trasnmutação Sacramento Sexual Arte<br />Bissexualidade Ilusão da Dualidade Diabo<br />Kundalini Kundalini Torre<br />Sublimação Uso Correto do Sexo Emperador<br />Yoni Corrente Lunar Lua<br />Falo Corrente Solar Sol<br />Corrente Fogo do Aeon, Humano Superior Aeon<br />Corpo Organismo Físico Universo<br />Ath Aleph + Tau Essência<br />INICIAÇÃO A THANATOS<br />Introdução<br />Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali. De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de atividade.<br />Tara Poder de Creação<br />Sodasi Materialização do Desejo<br />Bhairavi Infinidade de Formas<br />Bhuvanesvari Forças Materiais<br />Chinnamasta Distribuição da Força de Vida<br />Dhumabati Forças da Paixão<br />Bagala Destruidor do Desequilíbrio<br />Matangi Dominação<br />Kamala Unidade<br />Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas.<br />Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita.<br />Uma Descrição de Kali<br />O termo Kali vem do radical ‘Kal’ que significa ‘impelir’. Kali é a Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que ‘Osíris é um Deus Negro’ e o neófito fica face a face com Set, o Senhor Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano Superior.<br />Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro ‘Caminho Tântrico’ (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e Hudson, 1977.<br />“Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento.<br />“Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência desintegradora, Kali é representada em preto ‘pois todas cores desaparecem no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem’ (Thanirvana Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela é descrita como ‘digambar’, trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade, uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado, ‘Clokeshi’, forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério. Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos, símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de existência conduzindo para Tamas, inércia.<br />Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada, indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado, primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não dualidade.”<br />Iniciação a Thanatos<br />Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali.<br />Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma de trabalho.<br />Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte, como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem ser superadas.<br />A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese. Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de “cruzar o Abismo”.<br />Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e tantrismo.<br />O Solo de Cremação<br />O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual torna-se um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas.<br />As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio, terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste processo de ‘cruzar o Abismo’ é que é possível a total manifestação da consciência do Humano Superior.<br />A Sombra<br />“ O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da qual se alimenta e a base na qual se sustenta.<br />“Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro passo em direção à individualidade.”<br />A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),<br />de Edward C. Whitmont<br />O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes conhecida como o “Habitante da Entrada”. Esta força de crise leva-nos a nos ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado.<br />Kali como Matriz Iniciática<br />Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva.<br />Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano Superior através da total visão da realidade.<br />Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 :<br />Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como fome,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres como energia,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão,<br />Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,<br />Reverência, reverência.<br />DOCUMENTOS<br />DE FONTES<br />TÂNTRICAS<br />DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS<br />Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion).<br />Introdução<br />“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.<br />O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal.<br />SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS<br />DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS<br />Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz.<br />Sob o selo de obrigação do VIII.<br />Sobre a Castidade<br />Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos...<br />‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.’<br />Romanos VI : 12 e 13, 19-22<br />Considere também estas passagens do Velho Testamento :<br />‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.’<br />Isaías VIII : 1-4<br />‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.’<br />Oséias I : 2 e 3<br />‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.’<br />Oséias III : 1-3<br />O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual.<br />O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e ‘castidade’ como abstinência.<br />A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini.<br />Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.<br />Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya.<br />Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.<br />UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA<br />Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna.<br />O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.<br />As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus” foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.<br />No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.<br />Sobre os Ritos de Sangue<br />Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia.<br />Considere isto.<br />Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã.<br />O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã.<br />Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia<br />Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet.<br />Considere isto.<br />Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de ‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básicos !<br />Sobre a Missa Negra<br />Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão frequentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamenteal era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sansões que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis.Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.<br />Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.<br />A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.<br />Do Sabbath dos Adeptos<br />Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto.<br />O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.<br />Sobre Fábulas Clássicas<br />Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís. Considere isto.<br />A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.<br />Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika.<br />Sobre Certos Ritos Gregos<br />Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição. Considere isto.<br />Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a ‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.<br />Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos.<br />Sobre Súcubos e Íncubos<br />De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade. Considere isto.<br />As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas.<br />Sobre o Trabalho dos Adeptos<br />Não é apenasuma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ...<br />1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti !<br />“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”<br />2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem.<br />3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.<br />Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é creada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é creado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.<br />A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a creação de novas ordens de seres.<br />Casamentos Maiores<br />1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV.<br />2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico chamado Bagh I Muattar.<br />Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação.<br />No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres.<br />Casamentos Menores<br />Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.<br />1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor.<br />2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima.<br />3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um.<br />4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques.<br />Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.<br />Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.<br />Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo.<br />Sobre o Novo Santo Reino<br />Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse : ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses...’<br />Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação.<br />O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.<br />Sobre a Danação<br />Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade.<br />“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”<br />Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.<br />Uma reprovação<br />Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.<br />Shiva Sanhita<br />Hatha Yoga Pradipika<br />Kama Sutra<br />Anaga Ranga<br />O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi<br />e muitos outros.<br />Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo.<br />Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são :<br />O Sol<br />O Falo Sagrado<br />O Grande Selo de Babalon<br />A Estéla da Revelação<br />O Grande Selo da OTO<br />O Grande Selo de Baphomet<br />A Imagem de Babalon<br />O Olho com o Triângulo<br />A Rosa Cruz<br />As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos<br />A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme Hum’<br />A Figura de Ísis com Hórus<br />O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.<br />Talismãs apropriados para a questão.<br />Uma chama viva<br />Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.<br />Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las.<br />Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).<br />A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima.<br />Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.<br />Sobre a Dissimulação desta Instrução<br />Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO.<br />Apêndice<br />Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem.<br />Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24.<br />Conclusão<br />O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’ foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.<br />DE ART MAGICA<br />DE ARS MAGICA<br />SOBRE A ARTE MÁGICA<br />Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.<br />Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta<br />Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMN.<br />Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :<br />Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou<br />Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.<br />Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.<br />“É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com sangue e água, desepero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava perdido.”<br />Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra perdida.<br />Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a perseguirem.<br />No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De Art Magica.<br />O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada seção está claramente em letra normal.<br />Sobre Ararat<br />O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.<br />Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se “Que o adepto esteja armado com sua vara mágika e munido de sua rosa mística.”, o capítulo sessenta e nove do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.<br />Sobre a Importância do Segredo<br />Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.<br />A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade, consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual. Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.<br />Sobre a Mente do Adepto<br />Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.<br />Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia Sexual. Leia e aplique.<br />Sobre Momentos e Estações<br />Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado frequentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”<br />Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.<br />Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa que é necessário notar é que “por extrema violência à natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente “, isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual, mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e refluxos corretos dentro e fora do organismo.<br />Sobre Estados Corporais<br />Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, revificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.<br />Sem comentários necessários.<br />Sobre Operações desta Arte, sejam elas indivduais ou múltiplas<br />Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezessseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.<br />A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito. Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta em ação.<br />Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito<br />Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.<br />A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado, como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X. Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego. Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora não sendo o que esperava seu ego consciente !<br />Sobre a Teoria desta Mágika Arte<br />A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito “com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.<br />Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto, que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna ou a “Órbita Mágika Pessoal da Estrela”.<br />Sobre o Curso da Lua e sua Influência<br />Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.<br />A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca, que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação pessoal.<br />Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não<br />Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.<br />Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14). Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor “voltagem” e de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura podem facilmente superar limitações físicas.<br />Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau<br />É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião. Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.<br />Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas. Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções “em núpcias do povo da terra”, isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL refere-se ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande aplicação nos trabalhos Epsilon.<br />Sobre a Escolha de Um Assistente<br />A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.<br />“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”<br />Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.<br />“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”<br />E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão :<br />“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada.”<br />A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que sendo a consciência o “olho” do inconsciente, a intuição espontânea é o melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante, em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a) Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais Maatianos.<br />Sobre Certas Teorias Judaicas<br />Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas .....<br />Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.<br />Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.<br />O propósito deve ser somente o de procriação.<br />A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.<br />Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na eroto-comatose.”<br />Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é “sob vontade concentrada” pois sem vontade estas criações podem drenar o criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor conjugal (‘emprestada’ dos antigos egípcios) são instruções excelentes a respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser mudado para real “todos os atos devem estar somente sob a vontade do mago e entendido como tendo existência separada.” A existência separada refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2 acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico em si mesmo.<br />Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio<br />É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.<br />Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae’ e ‘De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus’ - e encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.<br />E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.<br />A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de “verter toda a vida no Cálice de Babalon”, ambos parceiros devem dedicar-se integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido, portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relaciona-se à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos mundanos encontrados em todas as espécies humanas.<br />Sobre a Lucidez na Eroto-comatose<br />O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :<br />Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.<br />B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível - ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito “Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”<br />Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar o que poderia ser chamado de “Sonho Controlado”. Esta ocorrência, portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado resultante de consciência é afim ao da “Postura da Morte” de Austin O. Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de muitas tradições.<br />Sobre Certas Teorias Hindus<br />como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.<br />Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno, complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de acordo.<br />Sobre um Curso de Experimento Sugerido<br />Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.<br />Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).<br />Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).<br />Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X).<br />[Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)<br />Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)<br />Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.<br />Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.<br />Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.<br />A fundação de uma abadia da OTO.<br />O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.<br />Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.<br />Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.<br />Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior, logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.<br />A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG, enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base regular.<br />Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da OTO<br />Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.<br />A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última afirmação do segundo parágrafo “Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra.” Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.<br />Sobre o Adepto desta Arte<br />Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.<br />Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.<br />Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.<br />Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.<br />Sobre o Léxico da O.T.O.<br />Lembre-se destes tesouros a serem preservados :<br />O Segredo do IX.<br />O Segredo do VIII.<br />A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.<br />O Segredo do VII.<br />Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.<br />O Segredo do VI.<br />A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.<br />O Segredo do V.<br />O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Do what thou wilt.”<br />6. Os Segredos dos Graus Menores.<br />Ex Nihil, Nihil Fiat.<br />O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.<br />Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados como :<br />Os trabalhos do Gamaísmo.<br />A Filosofia do Betaísmo.<br />Os métodos de treino do Alfaísmo.<br />A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.<br />O Mistério da Vontade Verdadeira.<br />Os Segredos da Feitiçaria Geral.<br />Os Símbolos Sagrados.<br />Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua pureza.<br />Despedida<br />Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre e mais querido irmão.<br />Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.<br />Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.<br />Neste Dia de Júpiter. An X.<br />Sol in 0º Libra 35 21<br />Lua em Sagitário 28 6<br />Vale de Londres<br />Conclusões<br />Ao se estudar um documento como ‘De Art Magica’, o contexto é excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.<br />Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física. Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.<br />Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia Sexual.<br />Ganesha, 1991<br />LIBER HHH<br />O LIVRO DAS TRÊS MÃES.<br />SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT<br />CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.<br />SEÇÃO AAA.<br />“............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança.”<br />Liber Lapidid Lazuli VII : III<br />0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do Buddha moribundo.<br />1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte, aplicando-os a ti.<br />(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas de dissecação.)<br />2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.<br />Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho e funeral.<br />3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.<br />4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.<br />5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.<br />6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.<br />7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a restauração da circulação.<br />8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.<br />9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado no oeste.<br />10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos disso.<br />11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma coisa pavorosa além de toda a compreensão.<br />E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.<br />12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto será e estridente.<br />13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao rugido de um leão.<br />14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris sobre seu trono.<br />15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus renascido, como foi dado a ti por teu superior.<br />16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser aperfeiçoado em ti.<br />17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus, IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.<br />Comentário<br />O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então, adicionando a três e a quatro e por aí vai.<br />É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.<br />O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.<br />O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley<br />Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente, até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor de partilhar dos Mistérios Maiores.<br />Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.<br />Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário, seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor, inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazer-me pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a que eu suceda.<br />No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder está escrito :<br />“Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal.<br />Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do mundo da Irmandade do homem.”<br />Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível. Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma oportunidade.<br />Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.<br />Na natureza não há nada ‘a priori’ impossível a menos que seja, em termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra mudança.<br />Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais. Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se, dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente interfira.<br />Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.<br />Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.<br />Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.<br />É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes, Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.<br />Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam, e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.<br />Há portanto dois problemas a serem resolvidos.<br />Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e<br />Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não colocando empecilho aos órgãos.<br />Esta substância é conhecida.<br />Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos. Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que “O Sol é seu Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora.” Todo mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive em sua morte. Eliphas Levi a chamou de “Eletricidade Magnetizada.” Na Bíblia é perguntada concernindo “O que é mais doce que mel e mais forte que um leão ?”. É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.<br />Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar a melhor solução é o mais sábio homem da terra.<br />Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à vontade do homem. Diga a ela ‘Traga dinheiro’ e ela obedece, peça para curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.<br />Tão grandes são as potencialidades desta substância que o conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o Elixir da Vida, mas também da Morte.<br />O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.<br />É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos em casos de urgência.<br />Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência. E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu já vi foi no caso de uma garota de 20.<br />Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí se tem a melhor “razão de emergência” já descoberta.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-28908298737219792572009-03-29T10:09:00.000-03:002009-03-29T10:11:26.670-03:00As Bases Metafísicas da magia sexual"As Bases Metafísicas da magia sexual " Capítulo Extraído do livro "Renascer da Magia" de Kenneth Grant<br />Existe um talismã de aplicação universal. No reino elemental ele é representado por pyramis, o fogo; em termos geométricos, pela pirâmide ou triângulo; e em termos biológicos, pelo falo. Como o sol irradia vida e luz através do sistema solar, assim também o falo irradia vida e luz sobre a terra e , similarmente, subordina; se a um poder maior do que ele mesmo. Pois assim como o sol é um reflexo de sírius, assim também o falo é o veículo da vontade do mago.<br />No não iniciado, o poder fálico opera independente mente de seu possuidor e , freqüentemente, em desarmonia com o mesmo. Ele funciona caprichosamente, sem relação como indivíduo. O poder fálico possui o indivíduo e não vice-versa.<br />No caso do iniciado, entretanto, a posição é inversa. A O.T.O. possui o conhecimento secreto da retificação e os meios de liberação do cativeiro do instinto degenerado. Ela instrui o operador no uso apropriado do fogo elemental, a correta construção da pirâmide, o empunhar bem-sucedido da baqueta mágica.<br />O controle do fogo elemental envolve a inibição dos resultados físicos habituais quando da união sexual. A libido não é "aterrada", mas direcionada pela vontade para encarnar numa forma especialmente preparada para sua recepção.<br />Liber Agapé, o enquirídio do Soberano Santuário da Gnose da O.T.O., demonstra como a magia sexual está baseada na assunção de que nenhuma causa pode ser impedida de um efeito. Se o efeito natural for anulado , a descarga de energia não é perdida, e ela forma uma imagem sutil ou astral da idéia dominante na mente quando do clímax do coito. Habitualmente esta idéia é um pensamento de luxúria, e por causa disso uma tendência ou hábito se fixa na mente, que consequentemente se torna cada vez mais difícil de controlar. Esta tendência deve ser, portanto, destruída.<br />A exaltação mental gerada por um orgasmo magicamente controlado forma um portal de passagem reluzente semelhante a uma lente por onde flui o vívido imaginário astral da mente subconsciente. Imagens específicas são evocadas e "fixadas"; elas se tornam instantânea e vivamente vivas. Como a presença luminosa delas é obsessiva, salvaguardas mágicas são essenciais para compensar uma real obsessão. Esta imagens são elos dinâmicos com os centros mais profundos da consciência e atuam como chaves para experiência ou revelações que formam o objetivo da Operação. Encarnar tais experiências é o objetivo da magia sexual. É necessário, portanto , formular a vontade com grande cuidado e com estrita economia de meios. Não deve haver nada na mente no momento do orgasmo exceto a imagem da "criança" que se pretende dar a luz.<br />Condenações contra a masturbação, o onanismo, o coito interrompido, a karezza e outros métodos aparentemente estéreis de utilização da energia sexual baseiam-se logicamente no reconhecimento (ainda que este reconhecimento possa ser conscientemente irreconhecido) da natureza sacramental do ato procriativo.<br />Conclusões errôneas obtidas pela apreensão incompleta dos fatores envolvidos levaram, no passado, à admoestações do tipo "fogo e enxofre", dirigidas contra os "abusos" que , neste tempo, acreditava-se levarem a degeneração do sistema nervoso, à cegueira, à paralisia e a insanidade.<br />Na verdade, nada da energia é perdida, embora ela não consiga encontrar um campo de operação na matriz que a natureza promoveu a ela. Ela produz, ao invés de uma prole física, fantasmas compostos de matéria tênue. Através da prática deliberada e persistente de tais "abusos", entidades qlifóticas são engendradas; elas vampirizam a mente e se alimentam de fluidos nervosos.<br />Crowley menciona que: "Os antigos rabinos judeus sabiam disso e ensinaram que, antes que VA fosse dada a Adão, o demônio Lilite foi concebido pêlos respingos de seus sonhos de modo que as raças híbridas de sátiros, elos e outros parecidos começaram a povoar aqueles lugares secretos da terra que não são sensíveis aos órgãos do Homem Comum".<br />Muitas dissertações longas e tediosas sobre a possibilidade de uma "feiticeira" dando à luz a prole, após a união com o diabo na forma de um incubo, deveriam ser entendidas no sentido de que filhos nascem de tais uniões, embora não sejam filhos físicos.<br />Qualquer descarga de energia, de qualquer natureza, tem um efeito em todos os planos. Se os resultados em um plano são impedidos - como aconteceria no caso do íncubo - eles aparecem , então em outro [plano].<br />De acordo com antigas autoridades em Feitiçaria, íncubos e súcubos eram personificações do próprio diabo. O diabo é sinônimo do espírito criativo do homem. Crowley vai mais longe ao declarar que "o sátiro é a verdadeira natureza de cada homem e cada mulher". O íncubo ou súcubo é a exteriorização, ou extrusão, do sátiro em cada indivíduo. Ele representa a vontade subliminar; Ele representa a Vontade subliminar; na verdade, [ele representa] o Ser Anão ou Sagrado Anjo Guardião.<br />Ele é o princípio no homem que é imortal e inextricavelmente ele possui estreita ligação com a sexualidade que , por sua vez, é a chave para sua natureza e os meios de sua encarnação.<br />No antigo Egito, tumba e útero eram termos intercambiáveis. O útero levava ao nascimento no mundo material, a tumba, no mundo espiritual.<br />As idéias de ressurreição e re-ereção era m também intercambiáveis. O falo ereto, ou erguendo-se, simbolizava a ressurreição para a nova vida no mundo espiritual; ele significava também a habilidade de viver e de trazer a vida novamente; dizia-se que ele "morria" no ato de transmitir o princípio vital, a sua Palavra, a sua Verdade.<br />Numa lenda egípcia da criação, gravada no papiro de Nesi Amsu, o deus do sol Atum é descrito como tendo pressionado seu membro com sua mão e realizado seu desejo, produzindo assim seus dois filhos Shu e Tefnut.<br />Estas crianças representam os princípios místicos do fogo e da água, calor e umidade, necessários para materializar o espectro; a matriz [representa] o útero úmido - ou "súcubo" - através do qual a energia é transmitida aos planos sutis.<br />O Deus Kefra também está gravado no mesmo papiro como tendo tido uma união com sua mão e tendo abraçado sua sombra num "abraço de amor". A sombra é o súcubo.<br />Na tradição rabínica, seu nome é Lílite; ela foi a primeira mulher de Adão e foi criada da substância de sua imaginação. Em um manuscrito da Aurora Dourada [Ordem Goldem Dawn] intitulado "A Mercará", ela é descrita como "uma mulher bonita por fora mas por dentro, corrupta e putrefata".<br />Eva e Lílite não são duas criaturas diferentes, mais dois aspectos de uma única entidade. O aspecto brilhante, solar, criativo, angélico foi chamado Eva (uma forma da divindade criadora IHVH - Iavé [YOD - HEH - VAV - HEH];o aspecto lunar, corrupto, demoníaco foi chamado Lílite.<br />Ela estrangulava almas com seu abraço ou com o enlace de um único fio de cabelo. Ela era chamada de mulher-serpente por causa de sua conexão com a corrente lunar da periodicidade, simbolizada por sua capacidade de assassinar "crianças" tão logo eram concebidas; mais tarde ela se tornou a deusa da Feitiçaria, a magia da noite (ou seja, da escuridão: magia negra), em oposição à magia do dia (ou seja, magia solar ou branca).<br />Estes aspectos gêmeos do Sagrado Anjo Guardião - o bom e o mau dáimon - parecem fascinantes e terríveis por vezes, do mesmo modo que a deusa káli aparece aos seus devotos como a gentil Durga ou a terrível Bhavani.<br />Consideradas misticamente, eles são duas entidades subjetivas, aspectos da consciência que podem ser vitalizados por métodos mágicos apropriados. Eles são companheiros vagos e esfumaçados que respondem às mais tênues evocações do sistema nervoso.<br />Num sentido espiritual, eles podem ser considerados como guias da alma pelas trilhas luminosas e obscuras de Amenti.<br />A evocação do companheiro obscuro para fins pessoais é citada por J. Marques-Rivière ("Ioga Tântrica"): "Eu fui capas de conhecer pessoalmente o apetite sexual anormal e absolutamente depravado destes falsos iogis. O método usado é chamado de Praioga, através do qual é possivel visualizar e animar certas entidades femininas que são chamadas de Súcubos. "Arthur Avalon também se refere a um processo análogo de magia negra sexual em "O poder da serpente":<br />"Aqueles que praticam a magia do tipo mencionado, trabalham apenas com o centro mais baixo, recorrem à Praioga, que conduz à Mayika Siddhi, por meio da qual é efetuado o relacionamento com espíritos feminos e similares." Crowley dá um método de gerar tais companheiros que envolve o uso do Sistema Enoquiano de Dee (John) e Kelley. Tais elementais, ou espíritos familiares, devem, diz ele, ser tratados com gentileza e firmeza. [nota digitador: em outro texto, diz que deve ser tratado como se trata um cão fiel ].<br />Os melhores tipos de "espírito" são os espíritos das Tábuas Elementais de Dee e Kelley divisaram para a conjuração de servidores mágicos. Estes servidores são "fiéis e perfeitos em sua natureza, afeiçoando-se a raça humana. E se não são tão poderosos quanto , são menos perigosos que os Espíritos Planetários." Crowley os conjurou através das Chaves ou Chamados de Enoque (Ver o Equinox , Vol. I. nos 7 e 8). Depois dos chamados, ele realizava um ato de magia sexual como descrito no papiro Nesi Amsu, deixando o sêmen cair sobre as pirâmides de letras, formando os nomes dos espíritos que ele estava conjurando e sendo preservado dentro delas. Em 1945, o então chefe de uma loja da O.T.O. , na Califórnia, realizou com sucesso uma operação similar, mas com resultados desastrosos para ele mesmo (ver o capítulo 9).<br />Grande parte da magia de Crowley era realizada no plano astral e normalmente envolvia alguma forma de intercurso sexual: "a única operação "física" realmente fácil que o corpo de luz pode realizar é o Congressus Subtilis. As emanações do "corpo de desejo" do ser material que se está visitando são, se a visita for agradável, que espontaneamente se ganha substância no enlace. Há muitos casos registrados de crianças que nasceram como o resultado de tais uniões."<br />Estas "crianças" eram elementais ou companheiros. Se "crianças", eles atuam como servidores, como o familiar de uma feiticeira; se companheiros, atuam como elos através dos quais ele era capas de se comunicar com habitantes dos reinos astrais consoantes com a natureza do súcubo. Desta forma, Crowley ganhou acesso direto a regiões escondidas dos ocultistas, utilizando as velhas técnicas cerimoniais de evocação. Isto também possibilitou, em muitos casos, que ele dispensasse um médium entre ele próprio e as entidades contatadas, pois pela união sexual com uma entidade não terrestre, ele era capaz de entrar no fluxo de contatos não-humanos sobre os quais Dion Fortune faz menção freqüentemente.<br />O "corpo de luz" é assim chamado porque era sabido desde antigamente que o homem ressucitava, não em seu corpo físico (como acreditam os cristãos), mas num veículo mais tênue e etéreo que se erguia da escuridão da morte, o abismo, assim como as estrelas que se erguem resplandecentes acima do horizonte.<br />O corpo astral ou fantasma era o tipo mais antigo de ressurreição porque - de acordo com a doutrina egípcia - quando a múmia se transformava no submundo de Amenti, quando então ela se espiritualizava ou "obtinha uma alma entre as estrelas do céu", ou indivíduo se erguia de novo no horizonte como a constelação de Órion - a estrela de Hórus - o Sahu, ou corpo glorificado ressurrecto eternamente nos campos de Sekhet Aarhu (espaço da eternidade).<br />Órion representava o Hórus reerguido (o defunto glorificado) há pelo menos 6 mil anos, quando a Estrela (corpo astral) erguia-se da morte escura no Oeste, o submundo de Amenti (Ver O livro dos Mortos, Capítulo LXXXIX, etc.).<br />O corpo estelar ou astral é também chamado de Corpo de Desejo, porque ele é o veículo da sensibilidade no organismo humano. Este corpo foi atribuído ao mais antigo deus estelar, Set, que era também um deus do fogo. A Hórus, seu irmão gêmeo, foi atribuído o corpo espiritual representado pelo Sol. A ligação entre deuses estelares - ou do fogo - e o sol é a corrente lunar tipificada por Tot, Senhor da Magia e Escriba dos deuses. Tot é sagrado para o jovem deus Khonsu, de quem Crowley, como um mago, afirmava ser um avatar, identificando-se assim como um elo entre a Besta (Set, Senhor as estrelas) e o Anjo(Hórus, Senhor do Sol). Como o sexo é a mola mestra do corpo astral, foi através de seu uso que Crowley cumpria grande parte de sua magia nos planos sutis.<br />Nenhuma causa pode ser impedida de seu efeito, e se o efeito for impedido de se manifestar em um plano, ele o fará em um outro. E em sua manifestação secundária que o perigo espreita o praticante não iniciado, porque nesta fase ele gera uma imagem corrompida da Vontade. Para evitar isto, a Vontade deve ser tão firme como uma chama num local sem vento. O menor tremor e a imagem oscila. Eis porque a prática intensa da concentração mental é essencial. A mente e a vontade devem estar unidas e funcionar unicentradamente. Quando a imagem é distorcida, ela produz uma cria alienígena e parasítica que sobrevive da energia vital da pessoa que a trouxe à existência. Com cada novo ato sexual a criatura ganha poder; ela se torna um vampiro, obsediando o indivíduo e levando-o a ações de crueldade ou luxúria das quais normalmente ele seria incapaz. Éliphas Lévi descreve bem a situação:<br />"Quando alguém cria fantasmas para si próprio, ele coloca vampiros no mundo e deve nutrir estes filhos de pesadelos voluntários com o seu sangue, sua vida, sua inteligência e sua razão, sem jamais satisfazê-los." (A Chave dos Mistérios, tradução de Crowley).<br />Se corretamente utilizada, entretanto, não há limite para o que se pode conseguir através do controle mágico da corrente sexual. Crowley escreveu:<br />"Eu não sabia, até junho de 1912, da tremenda importância do conhecimento detido pela O.T.O. e, mesmo quando soube, não me dei conta dele."<br />Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu, Crowley suspeitou que o fim da civilização era iminente. Ele baseou suas suspeitas no texto do terceiro capítulo de O Livro da Lei. É interessante ver o que ele escreveu a Frater Achad (Charles Stansfeld Jones, de Vancouver). Achad estava para se tomar a prova viva de que O Livro da Lei havia sido comunicado a Crowley por uma Inteligência preter-humana, demonstrando assim que a consciência pode se manifestar, e realmente se manifesta, independentemente do homem (isto é, da estrutura cerebral e nervosa do homem):<br />"Em vista do iminente colapso (isto é, da ordem atual do mundo), não seria essencial selecionar um número de homens adequadamente treinados e confiar-lhes os segredos dos quais dispomos? Meu conhecimento da técnica aumentou grandemente desde que escrevi meu Comentário ao Nono Grau. A suprema importância deste assunto jaz nas considerações seguintes. As descobertas da Ciência no século passado ou no atual têm sido semelhantes a este respeito, [ou seja] que todos estão afastados da Virtude. Elas podem ser igualmente utilizadas por homens vulgares, freqüentemente por homens meramente brutais, sob o controle de mestres vis e ignóbeis. O resultado é o que vemos.<br />Mas através da O.T.O. nós possuímos uma forma de energia mais forte e mais sutil do que qualquer outra já conhecida; e sua virtude é que ela não pode ser empregada com sucesso por homens ignorantes das leis espirituais e não treinados pelos métodos espirituais. O ser mais maligno da humanidade é capaz de se concentrar, o que é um fato essencial no sucesso.<br />Mas, apesar de devermos fazer tudo o que pudermos para guardar o segredo das mentes incapazes, não podemos negar que ele já seja amplamente conhecido, pelo menos de formas grosseiras e errôneas. Devemos confiar no fato natural de que a técnica da Virtude deve necessariamente prevalecer.<br />Mas, apesar de devermos fazer tudo o que pudermos para guardar o segredo das mentes incapazes, não podemos negar que ele já seja amplamente conhecido, pelo menos de formas grosseiras e errôneas. Devemos confiar no fato natural de que a técnica da Virtude deve necessariamente prevalecer.<br />Dada a aprovação Deles, deveríamos encontrar pouca dificuldade em selecionar e treinar número suficiente de homens para estudar, desenvolver e aplicar esta energia."<br />O Comentário sobre Líber Ágape (mencionado na carta acima) refere-se ao conhecimento secreto sobre o qual o Soberano Santuário da Gnose, IXº O.T.O. está constituído. O que Crowley não explicou no Comentário foi o papel representado pela shakti, ou a parceira feminina, selecionada para ajudar no ritual.<br />Vinte anos de pesquisa independente com a fórmula do IXº me convenceram de que Crowley não estava plenamente ciente da parte representada pelos kalas místicos, ou vibrações vaginais, emanados das shaktis utilizadas no rito. A natureza dos kalas forma uma parte altamente técnica da doutrina tântrica. E evidente pelos seus diários, cartas e ensaios que Crowley estava ciente da importância da parceira durante os ritos sexuais. Ele diz, por exemplo:<br />"Eu estou convencido que uma importante consideração é aquela da parceira, e isto ... está além do controle da consciência. Ao realizar trabalhos cerimoniais comuns em tempos passados, eu costumava achar que algumas pessoas pareciam ter a faculdade de conseguir que as coisas acontecessem no plano material, e isto instantaneamente. Normalmente, elas não podiam fazer nada por si próprias; elas não eram nem mesmo clarividentes, mas comigo a dirigi-las, os fenômenos começavam a ocorrer de imediato."<br />Discutindo a adequabilidade da parceira numa carta datada de 1938, ele diz:<br />"Eu não acho que os tipos finos (de mulheres) sejam muito bons; as grosseiras são as melhores. Pessoas cujos instintos procriadores são naturalmente excessivos, mas que se volveram por uma ou outra circunstância para canais de voluptuosidade e extrema libido; por libido eu pretendo usar a palavra realmente em seu sentido mais amplo - uma intensa e instintiva luxúria por objetos variados."<br />E em certas instruções referentes à Operação do IXº, ele escreve: "A escolha de uma assistente parece ser tão importante que talvez isto deva ser deixado ao capricho; isto é, à atração subconsciente."<br />Uma pista quanto ao tipo qualificado de assistente para o papel de Mulher Escarlate é fornecida em O Livro da Lei, capítulo dois:<br />"Magníficas bestas de mulheres com longos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelo flamejante à sua volta..."<br />Estes epítetos não são meros dispositivos literários. Eles são cifras dissimulando características definidas pelas quais o iniciado é capaz de reconhecer a atitude mágica em certos tipos de mulheres. Os floreados elogios do charme feminino encontrados em muitos tantras similarmente dissimulam as precisas características requeridas para uma operação mágica bem-sucedida.<br />Em termos tântricos, a Mulher Escarlate é Suvasini; literalmente "a mulher que emana um cheiro adocicado" do Círculo Místico (chacra) que é formado para o propósito de obter oráculos e tantras. Tantras são coleções de instruções em magia, comunicadas por inteligências para-terrestres de modo muito semelhante àquele em que O Livro da Lei foi comunicado a Crowley. Nos tempos antigos, as sumo-sacerdotisas de Dodona, Delfos e Elêusis cumpriam funções oraculares similares; elas se tomavam o sagrado Uterus, o Emissor"', da Palavra.<br />A falta de informações precisas no que se refere às funções da parceira feminina e a descoberta por não-iniciados, após a morte de Crowley, de referências em seus Diários Mágicos a determinadas mulheres, algumas das quais preenchiam, e outras não, os requisitos necessários ao ofício de Mulher Escarlate, levaram a uma má interpretação generalizada de suas atividades e de seus motivos.<br />O Chacra Místico, ou Círculo Mágico dos Tantras, é uma forma simbólica e extemalizada dos centros sutis do corpo humano. A ioga está repleta de descrições destes chacras, sete dos quais são de grande importância. Eles foram descritos detalhadamente em numerosos livros de ioga e anatomia oculta, e ocultistas como Dion Fortune chamaram a atenção para suas correspondências no sistema endócrino. Vendo o assunto por este ângulo, muitos fatos interessantes emergem, alguns dos quais são descritos no Capítulo 4.<br />Os alquimistas preocupavam-se com o organismo vivo, e suas peculiares potencialidades, não menos do que os tântricos, sua contraparte oriental. Além disso, foi provado por experiências científicas que os chacras emanam um poder sutil. Em 1939, Wilhelm Reich descobriu uma energia radiante em bíons derivados da areia. Mais tarde, eles foram encontrados no solo, na atmosfera, na radiação solar e no organismo vivo.<br />Em Aspectos do Ocultismo, Fortune menciona as. vibrações detectadas na areia. Ela atribui a estranha influência do Egito à "eletricidade gerada pelas areias sempre em movimento do grande deserto do Saara, que, assim, muda o índice normal de vibrações, cujo resultado é uma expansão da consciência". Descobriu-se que o chacra Ajna, comumente chamado de terceiro olho, consiste de partículas de uma substância muito fina semelhante à areia, ou a cristais num aparelho de rádio receptor.<br />A afinidade entre as secreções das glândulas endócrinas e as vibrações irradiando dos chacras sutis explorada pelos iogues forma a base da magia sexual que utiliza estas vibrações de um modo ainda desconhecido para a ciência. Todos os assim chamados cultos fálicos possuíam originalmente o verdadeiro conhecimento destas questões, antes que ele fosse perdido ou pervertido pelo uso impróprio. O que resta da sabedoria antiga é o vestígio somente de ritos corrompidos e fálicos; são estes, e não as verdadeiras doutrinas, que são hoje o alvo dos peritos que se auto-denominam "sofisticados" e "experts iluminados", cuja sabedoria mundana é, de fato, nada comparável àquela dos antigos.<br />A Tradição Mágica, a qual incluía o sexo como um meio de consecução espiritual, existia muito antes dos tempos dinásticos do antigo Egito, e existem antigas referências a ela nos escritos sagrados da Índia e da China. No Egito, esta tradição era conhecida como o Culto Draconiano ou Tifoniano. Ela foi a primeira forma sistematizada dos antigos mistérios africanos. As doutrinas que os Egípcios elaboraram num culto altamente especializado floresceram mais tarde nos tantras da Índia, Mongólia, China e Tibete. "O quão paradoxal possa parecer", escreve Crowley, "os Tântricos são na realidade os mais avançados entre os Hindus. A essência dos cultos tântricos é que pela realização de certos ritos de Magia, não apenas se escapa do desastre, mas obtêm-se bênçãos positivas.<br />O tântrico não é obcecado pela vontade de morrer. É difícil, não há dúvida, conseguir algum divertimento na existência, mas ainda assim não é impossível.<br />Em outras palavras, ele nega implicitamente a proposição fundamental de que a existência é sofrimento e formula o postulado essencial ... que meios existem pelos quais o sofrimento universal (aparente na verdade a toda observação comum) pode ser desmascarado, assim como quando nos ritos iniciatórios de Ísis, nos antigos dias de Khem (Egito), um Neófito aproximando sua boca, sob compulsão, das espichadas nádegas do Bode de Mendes, via-se acariciado pelos lábios castos de uma sacerdotisa virgem desta Deusa, em cuja base do relicário estava escrito que Nenhum Homem levantou o Seu véu.<br />Crowley sabia que o ponto crucial do ritual tântrico jaz em sua conexão com o êxtase magicamente induzido do orgasmo sexual. Orgasmo, no sentido reichiano de um fulminante paroxismo envolvendo o organismo inteiro, está algumas vezes em contradição com o conceito tântrico de (a) orgasmo total, ou (b) uma total ausência de orgasmo; ambas as interpretações foram lidas em textos tântricos.<br />Em ambos os casos, o orgasmo é comumente visto como fenômeno psicofísico. Mas isto é incorreto. Reich enfatizou a distinção entre ejaculação e orgasmo, um sendo físico e o outro, estritamente falando, metafísico. Ejaculação sem orgasmo é uma ocorrência comum e, como Reich apontou, o orgasmo total é um fenômeno muito menos frequente. Ele é indubitavelmente bem menos frequente do que ele supunha. A concepção tântrica do orgasmo em seu sentido diretamente sexual (pois ele tem outros [sentidos]) é de uma natureza mais compreensível; ele pode, de fato, ser descrito como parassexual. Ele envolve a shakti Kundalini, da qual o aspecto sexual é sua forma mais material. A produção real do sêmen é o produto final, se não o produto-dejeto, que sobrou de uma corrente de consciência imprópria e incompletamente absorvida.<br />A Corrente da Consciência é dupla: mágica e mística. A primeira opera nos chacras mais baixos, a última, nos mais altos. Aquilo que é ejaculado como sêmen é a energia não absorvida (prana ou ojas), e ele sempre contribui para a criação de formas materiais, alojadas num útero ou não. Caso contrário, o transbordamento (como na masturbação, sodomia, felação, etc.) é tomado pelo astral e por entidades qlifóticas e transformado em organismos já existentes nos planos sutis.<br />Paracelso refere-se aos homúnculos (criaturas geradas artificialmente) feitas de esperma independentemente do organismo feminino e às larvas astrais e monstros parasíticos construídos da substância de imaginações voluptuosas.<br />O orgasmo pode ocorrer em qualquer dos seis principais centros do corpo ou em todos simultaneamente, em cujo caso um sétimo é trazido à existência como o supremo evento-ato. Ele é representado como existindo, ou vindo a existir, na coroa da cabeça. Este é o Sahasrarachacra, o lótus de mil pétalas que se diz estar situado na região da sutura craniana. No momento da morte de um Adepto, ou no princípio de um transe profundo, a consciência deixa o corpo por este centro.<br />Ela assim o faz acompanhada de uma indescritível felicidade. A felicidade é a verdadeira natureza da Consciência, que se manifesta como Luz.<br />Ela é o orgasmo ultima do qual todas as manifestações menores são senão sombras, pois este orgasmo é o Grande Ir, o andarilho sendo a designação especial dos deuses mais elevados, tanto na tradição do Egito quanto na da Índia. A cruz anca - ou a tira de sandália - é o seu símbolo, a semente secreta, o andarilho de vida em vida, o andarilho que transcende a morte completamente.<br />A tira de sandália, o símbolo do andar e, portanto, do orgasmo, é o glifo de Vênus, a deusa do amor; ela é o instrumento, no sentido sexual, da transcendência ultimal da consciência individual.<br />O orgasmo nos vários centros é o florescer de poderes específicos ocultos na anatomia sutil do corpo do homem. Os poderes (siddhis) pertencentes a cada lótus são descritos em qualquer manual de yoga. Quando a Serpente de Poder descarrega-se como sêmen, os resultados são físicos, em oposição aos [resultados] metafísicos.<br />Em O Livro da Lei, que pode ser descrito como um tantra moderno, o movimento deste Poder para baixo e para fora é descrito como resultando em peçonha, isto é, veneno (Hl.) em oposição ao néctar (^):<br />"Eu sou a secreta Serpente enroscada prestes a pular: em meu enroscar está o prazer. Se Eu ergo minha cabeça, Eu e minha Nuit somos um. Se Eu abaixo minha cabeça, e germino veneno, então é a raptura da terra, e Eu e a terra somos um."<br />Seja qual for a meta do homem concebida por Reich e outros, para os tântricos a meta é atingida por uma reversão do processo que leva à substanciação do Poder gerado durante o orgasmo.<br />No Budismo Tântrico, por exemplo, ao bodicita (luz da consciência) não é permitido formular-se como sêmen; o processo é inteiramente místico, e quando mulheres participam do ritual, elas são utilizadas para estimular a Kundalini, para despertá-la do sono no centro mais baixo, antes dela começar sua ascensão.<br />O notório Círculo Aula dos Vamacarins (tântricos do Caminho da Mão Esquerda), em algumas de suas divisões, utiliza a fêmea para propósitos similares, mas ela permanece virgem.<br />Criou-se alguma confusão devido à natureza curiosamente ambivalente do simbolismo adotado pelos iniciados orientais. Existem, sem dúvida, algumas divisões tântricas que de fato expressam a Corrente-Consciência como sêmen e, então, reabsorvem-no no sistema por um método no qual o pênis é usado como um sifão. Isto é perigoso, a menos que o praticante seja um adepto. Crowley evitava, de certo modo, os perigos ao absorver a substância oralmente durante suas operações mágicas.<br />Para ser efetivamente utilizada desse modo, a Corrente-Consciência deve ser carregada pela Vontade do operador no momento de sua transformação em sêmen. É a fusão total dos princípios ativo e passivo numa explosão deslumbrante de êxtase que constitui a transubstanciação dos elementos grosseiros do Rito Sagrado nos sacramentos glorificados do verdadeiro casamento místico. A palavra orgasmo implica um rito, ou operação, sagrado além também de seu significado indicatório do paroxismo e expansão emocionais. Os gnósticos chamavam este rito de Missa do Espírito Santo e as essências masculino-feminina - expressas em suas formas grosseiras - eram simbolizadas pelo pão e pelo vinho. A Missa Gnóstica é portanto um eidolon do êxtase, ou orgasmo, metafísico que está velado sob o símbolo do Espírito Santo, do qual a pomba (o pássaro de Vênus) é o veículo especial. A pomba é também um símbolo do Jardim do Éden (o Campo do intercurso de energias ódicas), tipificado e tomado real pela mulher. Jardim é um dos significados da conhecida palavra para a vulva (conforme Kent, "o jardim do sul"). Mas uma mulher não está necessariamente presente no ritual tântrico, não mais do que ela precisa estar presente quando ocorre o orgasmo sexual.<br />O sonho molhado é um exemplo disto. Há um despertar no momento crítico, exatamente quando a Corrente-Consciência começa a fluir para fora do corpo sob a forma de secreção. A Consciência fluindo para fora é a mente, ou mais precisamente, a mente em movimento, ou seja, o pensamento. Quando isto ocorre, o sonho (o estado subjetivo de criação de imagens) passa para o estado desperto (o estado objetivo de criação de imagens). E nessa junção que o adormecido desperta, e, por um rápido momento, fica convencido de que estava coabitando com uma mulher real. Um súcubo foi gerado, uma objetivação - pela luz da consciência dentro da mente - do desejo da mente, porque a mente sempre assume a forma de seu objetivo. A experiência é tão vívida quanto como se fosse real. Para o sonhador, a atividade do sonho é tão real quanto é a vida diária para a pessoa inteiramente acordada. Quando a corrente é revertida, a Consciência assume a sua própria forma, que é em realidade Não-Forma, pois ela é vazia, isto é, além da forma. O vazio é o Atma do Hinduísmo que é igualado ao verdadeiro princípio imortal, o Verdadeiro Ser. No estado de vazio, a felicidade pura é experienciada, como no sono profundo e sem sonhos.<br />Não há nenhum conhecedor ali, nenhum objeto a ser conhecido, nenhum homem ou mulher, nenhum sujeito ou objeto. Conseqüentemente, a Consciência assume sua própria natureza que é auto-resplandescente. Quando esse estado é alcançado cognitivamente (não se pode dizer "conscientemente", pois não há jamais um tempo em que a consciência não exista), então o sono profundo se toma não um esquecimento, mas imediata consciência de si, que é o Conhecimento Puro cuja natureza é a Felicidade.<br />Por este meio, o tântrico procura liberar-se da escravidão da matéria, da dualidade do universo fenomênico e numênico. Ele é um orgasmo da Consciência, um florescimento da Consciência além de toda dualidade. Edward Carpenter (O Cimo de Adão para Elephanta, 1892) notou, a propósito de certas doutrinas hindus, que elas contêm "um vislumbre da profunda verdade subjacente de que o universo inteiro conspira no ato sexual e que o orgasmo em si é um flash da consciência universal..."<br />Isto é verdade, mas não é toda a verdade. A Corrente-Consciência é vista por clarividentes como um filete de brilho no interior do canal central (espinha) do corpo humano. Ela pode ser vista como uma trêmula teia de ramos cintilantes interpenetrando o corpo astral, o Corpo de Luz. A identificação da Consciência com a Luz é antiga e universal. A frase bíblica declara: "A luz do corpo é o olho; se, portanto, tiveres um único olho, teu corpo inteiro estará cheio de luz."<br />O Olho é o símbolo do Vidente; ele é a consciência que ilumina objetos e toma a visão possível. Ele é também um símbolo da yoni, a fonte das imagens. Como tal, ele é idêntico à própria Consciência, sem a qual imagens ou formas não podem existir. A passagem bíblica refere-se à prática de reter a luz (Consciência) em seu estado imaculado ou pré-conceptual, impedindo seu fluxo ao exterior e a fabricação de imagens no mundo material.<br />No momento do orgasmo uma luz brilhante parece explodir interiormente. E difícil dizer precisamente aonde isto ocorre; diz-se que [a explosão] pode ser localizada, pelo observador alerta, em um ou outro dos centros sutis ao longo do canal espinhal. Dion Fortune chamou a atenção para o fato de que estes centros aproximam-se de regiões específicas do sistema endócrino e estão conectadas à produção de secreções endócrinas. Não se deve supor que os chacras respondam à investigação física, assim como a mente não pode ser descoberta por cirurgia cerebral. Os chacras existem como realidades em dimensões extra-físicas, e eles são tão reais em seu próprio plano quanto os sonhos o são no seu.<br />A polaridade sexual no seu sentido mais profundo e tântrico é uma forma natural de união (ioga) usada por Adeptos, Ocidentais e Orientais, para a consecução do Objetivo último. Paracelso, Lévi, Blavatsky, Hartmann, Fortune e outros pontilharam seus escritos com pistas, mas coube a Crowley falar plenamente, desenvolver o relato mais completo e mais sistemático deste caminho ambíguo.<br />A ignorância geral, os mal-entendidos e as interpretações malévolas de seus escritos fizeram o melhor que podiam para obscurecer seu propósito, mas agora, mais de vinte anos depois de sua morte, a situação afinal mostra sinais de mudança.<br />Nos tempos mais antigos, o fogo do processo criador era identificado com a Besta (conforme Bast, a deusa egípcia da luxúria e do calor sexual), simbolizada pelo hipopótamo, o crocodilo, a leoa, o gato, o porco ou a vaca. Quando este simbolismo foi interpretado antropo-morficamente, como mais tarde o foi, o próprio órgão gerador era escolhido para representar o processo criador inteiro. Com o decorrer do tempo, a besta transformou-se na forma humana31, mas a kteis, o órgão simbólico da mudança, ou transformação, permaneceu o mesmo.<br />Nos hieróglifos ela representava O Grande Poder Mágico32 que concentrava (simbólica e verdadeiramente) o poder da besta de recriar e transformar a si própria, de projetar sua imagem no futuro como se por magia e de continuar fazendo assim, para sempre. Uma santidade especial era então atribuída à genitália feminina, o portal da vida perpétua.<br />Num período bem mais tardio, os egípcios ocultaram a identidade humana de seus deuses sob máscaras de animais que representavam os tipos de energia que se desejava invocar e controlar. A acuidade visual do falcão, por exemplo, e sua habilidade de subir aos céus e de aproximar-se do sol fez com que ele se tomasse um glifo solar de deuses tais como Hórus e Rá.<br />Os sacerdotes assumiam a máscara ou a forma-deus de um falcão em operações envolvendo clarividência, descoberta de tesouros ocultos e assim por diante. A Cobra, com sua velocidade, sua sutileza e habilidade para trocar sua pele já usada, tomou-se o modelo de rejuvenescimento e mudança, e, portanto, de magia.<br />Assim também ocorreu com a Lua em uma fase de seu simbolismo. A Cobra era, originariamente, um glifo da fêmea devido a seus poderes de renovação periódica; ela unifica o dualismo do poder fálico, primeiramente em seu aspecto feminino e mutante (como a energia lunar) e, em segundo lugar, em seu aspecto criativo como energia solar tipificada pela súbita ereção e a fulminantemente e rápida ejaculação do veneno. O conceito finalmente mesclou-se com a Serpente de Poder, a Kundalini dos Tantras.<br />A antiga fórmula conhecida como Assunção de Forma-Deus foi revivida na Aurora Dourada e foi continuada na O.T.O, sob símbolos fálicos. Esta fórmula evoca as shaktis (poderes) latentes nos elementos, nas bestas ou nos "deuses" que representavam aspectos da mente subconsciente do homem incorporados em formas simbólicas.<br />A transição do mortal para imortal é conseguida por um ato de vontade criativa, e a arma mágica (Baqueta ou Falo) é a erétil chama impetuosa comum na besta e no homem. O deus Mentu33 ou Min era a forma itifálica de Hórus; de Min é derivada a palavra Man (Homem).<br />Mentu tomou-se Mendes, o nome do antigo nomo egípcio consagrado à Cabra ou Bode, o Baphomet dos Templários retratado com o falo exaltado. O poder primai era também simbolizado pela Serpente Ureus que coroava os deuses egípcios ou pelos chifres que sobressaíam da fronte do Grande Deus Pã, o Todo-Criador dos gregos. É a Kundalini erguendo-se, idêntica à cadeia de símbolos de Set-Pã-Baphomet-Mendes-Fênix.<br />Nos primeiros estágios da carreira mágica de Crowley, o uso involuntário de magia sexual, mais as repetidas assunções de formas-deuses do antigo Egito - especialmente aquela de Hórus-Falcão -, resultaram no rapport com Aiwaz em 1904. Onze anos mais tarde (1915), ele reconheceu a si próprio como sendo A Besta 666, um Magus da A.'. A.'. e Senhor do Éon de Hórus, cuja Palavra é Abrahadabra e que oculta a fórmula de Shaitan e da magia sexual-34 Qualquer que seja a natureza específica desta "besta" (falcão, leão-serpente, dragão, fênix, etc.), isto implica na identificação com uma entidade não humana. Crowley identifica a si próprio com a Besta 666 porque este número é uma máscara de Hadit ou Set (Shaitan), representado celestialmente pela Estrela-Cão, e na terra, pelo falo.<br />O número do Sol é 6 (simbolizado pelo Selo de Salomão); o número da Estrela de Set é 6, como no Hexagrama Unicursal que é o Hexagrama de Invocação da Besta; o número do Filho ("criança") é também 6 (Vau ^) - portanto, 666. Similarmente, a Mulher Escarlate, Babalon - o lar do Falo - representada astronomicamente por Nuit (Draco) e Suas "estrelas", é, sobre a terra, a Vésica ou Kteis, e seu número é 7, que é o número de Vênus, seu representante planetário.<br />Originalmente, entretanto, o número 7 é derivado de sua identidade com as sete estrelas da Grande Ursa, ou Dragão do Espaço, cujo nome era Sephek ou Sevekh (Sete). "Hesitar entre o seis e o sete" é uma expressão baseada nesta vasta e antiga tradição oculta, derivada de um tempo em que a confusão reinava devido à mudança dos meios de cálculo Estelar (7) para o Solar (6). O assunto é muito complexo para ser tratado aqui.<br />O leitor deve consultar os capítulos de Gerald Massey sobre o "Tempo" em A Gênese Natural, Volume II, Seção XII. Os primeiros cálculos de tempo centravam-se na revolução da Serpente (Draco ou Nuit) em torno da Estrela-Cão (Hadit).<br />Sept ou Set, a Estrela de Sótis, é na realidade o nome do Número Sete, o número de Sevekh ou Vênus que, numa época mais tardia era a representante planetária dos conceitos estelares originais. Portanto, a Estrela de sete raios de Babalon ë um glifo do Espírito de Sótis; ela é a Estrela de Ísis-Sótis - a Mãe e a "Criança". A Besta ou Dragão do Apocalipse tinha sete cabeças (as sete principais estrelas da Ursa Maior), e o manifestador destas Luzes ou Espíritos não era nem o sol nem a lua, mas "a Luz que ilumina a Cidade".<br />Mas há uma outra interpretação do 6 e do 7, mais mágica ainda, que está oculta na união deles (13). Este número, além de sua implicação lunar é também 31 ao contrário e indica que a chave para a fórmula da Magia especialmente característica da Besta e da Mulher deve ser buscada no XIº O.T.O.<br />As "Estrelas", magicamente falando, representam a consciência astral concentrada nas essências sutis (kalas, unidades de tempo) que foram descritas nos tantras secretos da Índia como vibrações vaginais. Em O Livro da Lei, Aiwaz revela sua identidade e concentra a fórmula de Shaitan nestas palavras misteriosas:<br />"Vê! Isto é revelado por Aiwass o ministro de Hoor-Paar-Kraat. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs. Adore então o Khabs, e contemple minha (ou seja, de Nuit) luz derramada sobre vós!"<br />Khabs é uma palavra egípcia que significa "Estrela", e o khu é a essência ou poder mágico feminino. A Estrela (isto é, Sótis, a Estrela de Shaitan) reside no poder mágico da essência geradora da fêmea, pois a Estrela-Cão é Sótis, que também é chamada a Alma de ísis. Pela adoração (isto é, utilizando deliberadamente ou ritualmente) desta "Estrela", a Luz de Shaitan também é invocada. Estes versos compreendem a fórmula inteira da magia sexual e o seu modo de utilização.<br />Também, de acordo com o antigo saber mágico, a fórmula da encarnação de um deus era aquela da besta unida à mulher. Nos comentários sobre A Visão e a Voz, Crowley observa que "todas as mitologias contém o mistério da mulher e da besta como o coração do culto. Notadamente, certas tribos do Terai até os dias de hoje enviam suas mulheres anualmente para a selva, e todos os meio-macacos que daí resultam são adorados em seus templos."<br />O ato sexual (nestes casos) pode ser elevado do nível de um ato animal pela influência humanizadora da Mãe, a qual, transmutando o fogo animal, produz uma criança que transcende ambas as qualidades bestiais e humanas de seus pais.<br />No Bhag-i-Muattar (1910) Crowley diz que "a Esfinge é a deificação do bestial e, portanto, um Hieróglifo apto da Grande Obra".<br />A Besta, como a corporificação do Logos (que é Thelema, Vontade), encarna simbólica e verdadeiramente a Palavra deste cada vez que um ato sacramental de união sexual ocorre; ou seja, cada vez que o amor é feito sob vontade. Este é o sacramento que os Cristãos abominam como a suprema blasfêmia contra o Espírito Santo porque eles não podem admitir a operação da fórmula da besta unida à mulher como a condição necessária para a produção da divindade!<br />Esta fórmula remonta à antiguidade e, interpretada em seu próprio plano, é a sublime alegoria alquímica.<br />A tradição da tribo do Terai (vide acima) corresponde às lendas de Leda e o Cisne, Pasife e o Touro, Europa e a Serpente, Maria e a Pomba, e numerosas lendas cognatas. Em A Operação de Paris (1914), Crowley declara:<br />"Esta é a grande idéia dos magistas em todos os tempos: obter um Messias por alguma adaptação do processo sexual. Na Assíria, eles tentaram o incesto; também no Egito, os egípcios tentaram com irmãos e irmãs; os assírios, com mães e filhos. Os fenícios tentaram com seus pais e filhas; os gregos e sírios, com as maiores bestialidades. Esta Idéia veio da Índia. Os judeus procuravam fazer isso por métodos de invocação, também por pae-dicatio feminarum. Os maometanos tentaram com o homossexualismo; os filósofos medievais tentaram produzir homúnculos fazendo experimentos químicos com sêmen. Mas a Idéia raiz é de que qualquer forma de procriação além da normal é a mais apta para produzir resultados de caráter mágico. Ou o pai da criança deveria ser um símbolo do sol ou a mãe deveria ser um símbolo da lua."<br />No mesmo texto, Crowley menciona a adoração do touro Ápis num certo labirinto em Creta. Esta adoração é derivada do Egito. O touro era branco. Na Festa do Equinócio da Primavera, doze virgens eram sacrificadas a ele, sendo doze o número simbólico das casas através das quais o sol passa durante o seu ciclo anual. Em cada caso, o touro usava as virgens conforme a lenda de Pasife. A cerimônia era realizada com a intenção de obter um Minotauro, uma encarnação do sol, um messias.<br />Uma variação deste sacrifício envolvia a imolação do touro. A virgem era colocada na carcaça quente e era violada pelo Sumo-sacerdote. Ela finalmente se sufocava no sangue do touro durante o orgasmo.<br />A fórmula da Besta unida à mulher está relacionada à undécima Chave do Tarô. Esta Chave intitula-se A Luxúria; ela mostra a Mulher Escarlate, Babalon, montando com as pernas abertas a besta de sete cabeças conforme descrito no Apocalipse. A letra sagrada Teth, que significa uma serpente, é atribuída a esta Chave; seu número é Nove.<br />A Luxúria é especialmente importante no Culto de Thelema, e está relacionada à Vigésima Chave que exibe a Estela da Revelação36. A Estela é um talismã de grande poder no sistema de Crowley. Ela mostra a deusa Nuit arqueada sobre o Fogo fálico-solar de S? (Shin), o Espírito, a letra de Abrasax ou Abrahadabra, a Palavra do Éon do qual Aiwass é a atual expressão. Shin é também a letra de Shaitan ou Set, o Fogo do Desejo (Hadit) no Coração da Matéria (Nuit). A combinação dessas duas Chaves (Vinte e Onze) une, portanto, Shin e Teth. Na cabala Greco-Cóptica elas são fundidas em uma única letra que iguala-se a Kether, a Primeira Emanação da Luz Mágica. Babalon e a Besta unidos, como na undécima Chave, realizam ao reverso a fórmula da vigésima Chave, que foi intitulada de O Juízo Final no baralho tradicional do Tarô. Agora, entretanto, tendo sido revisada de acordo com os ensinamentos do Novo Éon, a chave foi renomeada como O Éon.<br />Um Éon, conforme explicado anteriormente, designa não apenas um ciclo de tempo mas é também o nome que os gnósticos deram à sua Divindade Suprema, Abrasax, da qual Abrahadabra (a Palavra do atual Éon) é uma forma especial. Na Chave intitulada Luxúria (Chave XI), Babalon é mostrada elevando o Graal; na Chave intitulada O Éon (Chave XX), o Graal - sob a forma do corpo arqueado de Nuit - está invertido, regando assim a terra com sua luz. Teth, Set ou Tot são termos sinônimos e todos associados ao Lúcifer Hermético, ou Luz de Hermes.<br />Outra prova cabalística do Sistema emerge aqui. O número da Estela é dado em u Livro da Lei como 718. 718 é duas vezes 359, o número de Shaitan. Isto identifica o Duplo Poder de Aiwaz (Ra-Hoor-Khuit e Hoor-Paar-Kraat) com o Éon - que é o nome da Chave que exibe a Estela estelar. A fusão dessas duas imagens formula o Divino Hexagrama: o fogo fálico (A) ou triângulo ascendente intrelaçando-se com a Água do Espaço representada pela yoni de Nuit, Noite, Nox ou Nada apontando para baixo (V).<br />Mas a estrela de seis raios assim formada é sêxtupla apenas aparentemente, pois a semente secreta (Hadit) está oculta em seu centro, tornando-a na verdade o selo de sete raios de Babalon - a deusa das Estrelas, o Dragão de Luz no Coração de Nuit. Esta semente secreta, chamada hindu nos Tantras, é o Ponto potencialmente criador oculto dentro do Chacra Místico.<br />Os rituais da Ordem Rosa-Cruz (a Segunda Ordem da Aurora Dourada) estão amplamente impregnados com traços do Culto Sabeano ou Estelar Draconiano. Isto é particularmente evidente no simbolismo do Piso e do Teto da Cripta dos Adeptos.<br />Crowley usou a estrela sétupla como base para o Selo que ele formulou para a Grande Fraternidade Branca. O maior emblema da Estrela de Prata é, assim, o selo sétuplo sobre a Yoni da Deusa das Estrelas. Nas yonis, ou triângulos, aparecem as sete letras do Nome B.A.B.A.L.O.N.<br />No centro, uma Vésica é mostrada bloqueada ou barrada, indicando a presença da semente secreta; o ponto tomou-se a linha, o diâmetro tomou-se a circunferência. Esta semente é o "eremita", a oculta, mascarada, anônima essência masculina no processo de gerar sua imagem como o filho-sol na deusa Mãe. Este é portanto o Selo de Set que abre o útero de sua mãe, assim como a estrela Sótis abre o Círculo do Ano. Sua luz infinita interrompe a Noite dela e faz com que ela apareça como a Escuridão infinita.<br />O simbolismo origina-se da fase mitológica da evolução humana, uma fase que data de muito antes dos sistemas patriarcais das sociedades mais tardias, tanto sociológica quanto religiosamente consideradas. Ele se origina daquele período do tempo quando o papel do homem na procriação era ainda insuspeitado. O simbolismo, portanto, reflete um estágio na consciência humana quando os mecanismos da regeneração eram conduzidos por sacerdotes sob a máscara da besta, ensaiando assim o drama primitivo da fecundação, quando a Grande Deusa tinha a imagem de uma forma animal, acima de tudo. Nuit, arqueada sobre a terra, traduzia este simbolismo numa imagem antropomórfica.<br />A assunção ritualística de formas-deuses, conforme ensinada e praticada na Aurora Dourada tem, entretanto, um significado mais profundo do que o encenação de fases sociológicas primitivas do comportamento humano, e a assunção de Crowley da máscara da Besta não era um mero gesto de identificação com os processos primitivos.<br />Ele assumiu o papel com o intento mágico de afirmar sua identidade não apenas com os atavismos pré-civilizados, mas com aqueles poderes transcendentais que, quando adequadamente controlados e dirigidos, ele era capaz de encarnar à vontade. Isto forma as bases de sua magia. John W. Parsons, chefe da Loja californiana da O.T.O., (de 1944 até sua morte prematura em 1952), resume esta magia:<br />"Para ir fundo, você precisa rejeitar cada fenômeno, cada iluminação, cada êxtase, indo sempre mais fundo, até que você alcance os últimos avatares dos símbolos que são também os arquétipos raciais. Neste sacrifício aos deuses abissais está a apoteose que os transmuta na beleza e no poder que é a sua eternidade, e a redenção da humanidade. Neurose e iniciação são a mesma coisa, exceto que a neurose pára logo após a apoteose e as forças tremendas que moldam a vida são enquistadas - colocadas em curto-circuito e tomadas venenosas. A Psicanálise transforma os símbolos do falso ego e os exterioriza em falsos símbolos sociais; ela é uma confusão entre conformidade e cura em termos de comportamento de grupo. Mas a iniciação deve prosseguir até que a barreira seja ultrapassada, até que os bastiões nebulosos dos Trawenfells infantis se mudem em rochas e penhascos da eternidade; o jardim de Klingsor transforme-se na Cidade de Deus."<br />Não importa, no fim, se a nova dimensão, o fator de redenção, o "Salvador" seja uma besta ou um deus, contanto que a fórmula da Matéria seja transcendida ou, mais precisamente, contanto que o Espírito (Shin) e a Matéria (Teth) sejam compreendidas como Um.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-75012720816064524862009-03-29T10:08:00.000-03:002009-03-29T10:09:52.534-03:00Treinamento em Alta MagiaTreinamento em Alta Magia<br />Lishtar (1999) Fonte: <a href="http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/magtrprg.html">http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/magtrprg.html</a><br />Treinamento em Alta Magia é um tema difícil de ser abordado por três motivos principais: a) falta de bibliografia de alto nível disponível em língua portuguesa; b) boas intenções, mas também desinformação daqueles que têm acesso à literatura ou a um(a) mentor(a), mas que depois de alguns meses de estudo, já se acham capazes de se tornarem eles e elas mesmas os "mestres", e c) a busca por iluminação imediata e espontânea, do tipo "faça você mesmo". Esta última, evidentemente, não existe. A verdade é que Alta Magia é fundamentalmente uma arte que demanda aprendizados específicos (algo que v. aprende) e cujo aprendizado então se concretiza na prática do dia-a-dia (algo que v. faz) e que então se torna parte de você. Independente da tradição, Mesopotâmica, Cabala, Runas, etc., a pessoa que busca o conhecimento do caminho deve procurar um mediador, mentor ou companheiro, que deve fornecer apoio, conselhos e avaliar o desenvolvimento do progresso alcançado dentro do programa. O mentor ou companheiro deve Ter experiência, e entre ele ou ela e o aprendiz deve haver sintonia, sendo que ambos devem se apresentar aos deuses para que os Planos Interiores também aprovem a escolha mútua. Trabalhos de treinamento em geral são feitos por correspondência, sendo suplementados por encontros com o(a) mentor(a) escolhido(a). No meu caso específico, já estava estudando por conta própria Alta Magia por cerca de um ano, tendo inclusive feito meu ritual de auto-iniciação, quando escolhi meus mentores. Isto quer dizer que com eles, comecei de novo "do início". E estou disposta a começar do início tantas vezes quantas forem necessárias para aprender outros sistemas, como Budismo Tibetano, etc. Que vou provavelmente estudar e vivenciar dentro de alguns anos. Quero deixar bem claro que durante o ano em que estudei por conta própria, segui à risca disciplina de trabalhar em Alta Magia no mínimo 2 horas por dia, só deixando de seguir esta prática nos sábados. Ou seja, eu começava o dia escrevendo, e à noite, prosseguia com meditações e leituras. Ajudou o fato de estar em Londres, onde é muito mais fácil de encontrar bibliografia confiável. Eu li quase todos os clássicos do retorno do Divino Feminino (Gardner, Farrars, Valiente, Dion Fortune, Gareth Knight, Adler, Starhawk, Barbra Walker, Merlin Stone, muita Caballa) que pude conseguir, copiando furiosamente passagens que me interessavam no que chamei de Arquivos de Luz. Alta Magia e computadores sempre estiveram juntos no meu caso. E a propósito, Alta Magia para mim é trabalho duro, mas que não pesa, pois foi e é uma tarefa de amor, de auto-conhecimento e co-criação com os deuses realizada dia após dia. Rotina não deixa de ser uma forma de viver a eternidade aqui e agora. O mais importante é se Ter em mente que "na hora certa, o(a) mentor(a) certo(a) sempre aparece". Este é um dos adágios dos Mistérios no qual acredito com toda sinceridade. Mas a pessoa deve reconhecer os sinais, e muitos não são capazes de vê-los. Não faz muito tempo, numa lista privada que faço parte, vi uma moça pedir por um mentor, e ela foi incapaz de ver nas duas respostas longas de dois participantes da lista àqueles que os deuses estavam mandando para encontrá-la. Eu fiquei de respiração suspensa, pois ela não poderia Ter encontrado respostas mais longas, honestas e verdadeiras, mas infelizmente, a menina queria que eles dissessem provavelmente que ela era super-especial, etc. Em outras palavras, foi a moça que não soube ver seus Mentores, que foram sem dúvida, mandados pelaos Deuses. Falha dela que não soube reconhecê-los. Nenhum mentor sério diz isto, mas espera de todo coração que o novo aprendiz assim o seja... logo, logo! Na realidade, a gente sempre espera por dentro que "nossos herdeiros ou herdeiras" espirituais sejam melhores do que nós próprios. Como poderia ser de outra forma? Os Mistérios devem continuar mais fortes e verdadeiros além e depois de nós. Minhas regras para auxiliar você a achar o seu mentor: 1) Verdadeiros mentores nunca "oferecem serviços". De saída, eles vão responder às suas perguntas, mas não estarão disponíveis de imediato... a não ser que v. peça! 2) Meus mentores deram-me a seguinte regra: pergunte-se se v. seria capaz de deixar seu filho uma noite com esta pessoa, e se v. poderia abrir uma conta conjunta com ele(a). Ou seja, veja se<br />seus mentores são funcionais no nível emocional e prático. Porque se o emocional e o prático funcionam bem, o espiritual não vai Ter problemas em se manifestar. 3) Verdadeiros mentores e escolas de alta reputação não estão interessados em cobrar pelas lições, contentando-se em cobrir despesas, como nos casos de gastos de postagem e envio de material. Muito importante: todo treinamento é feito sempre a nível exterior e interior. Isto quer dizer que as lições e avaliações do mentor são só um lado de uma moeda de duas faces. A outra face é a qualidade da jornada, o que v. aprende guiado pelos contatos interiores que v. irá fazer ao longo do treinamento. Estou me referindo a contatos espirituais. Você irá saber quando eles acontecerem, e eles sempre acontecem. E se eles não acontecerem, é por que v. não estará fazendo direito seu treinamento. Finalmente, todo programa formal de treinamento em magia tem uma alta taxa de pessoas que desistem na metade. Uma coisa é gostar de ler e ver filmes de magia, outra coisa é viver conscientemente o "conhece-te a ti mesmo" e viver de acordo com a sua verdade. Costumo dizer que treinamento nos mistérios é análise sem psiquiatra, sem transferência, e isto não é nada fácil. Os motivos pelos quais as pessoas desistem são muitos. Auto-conhecimento é algo que também costumo definir como o sorriso além das lágrimas. Muitas vezes, dez minutos de meditação diários levam a uma semana de lágrimas. Mas ainda assim, eu prefiro as lágrimas a não saber das verdades que preciso conhecer. Outro motivo é que auto-conhecimento é algo que jamais termina, onde o processo é, em si, a meta. Portanto, também é um aprendizado em humildade e abertura para tudo e todos, mas algo consciente e que sabe escolher e que não perde tempo, sem desprezar a outrém. Para acabar, a vida também não se torna mais fácil só por que estamos nos Mistérios. Na realidade, a vida se torna bem mais complicada. Mas pelo menos, espera-se que tenhamos equilíbrio e bom humor suficientes para enfrentar com integridade os desafios ao longo da jornada. Sempre digo que não quero fazer os mesmos erros (não seria inteligente), mas talvez faça coisas piores do que já fiz, mesmo querendo acertar! Que v. ache dentro de você a Chave da Porta que não tem fechadura, mas através da Qual se cruza o limiar para os Mistérios, independente de sua escolha espiritual! ático funcionam bem, o espiritual não vai Ter problemas em se manifestar. 3) Verdadeiros mentores e escolas de alta reputação não estão interessados em cobrar pelas lições, contentando-se em cobrir despesas, como nos casos de gastos de postagem e envio de material. Muito importante: todo treinamento é feito sempre a nível exterior e interior. Isto quer dizer que as lições e avaliações do mentor são só um lado de uma moeda de duas faces. A outra face é a qualidade da jornada, o que v. aprende guiado pelos contatos interiores que v. irá fazer ao longo do treinamento. Estou me referindo a contatos espirituais. Você irá saber quando eles acontecerem, e eles sempre acontecem. E se eles não acontecerem, é por que v. não estará fazendo direito seu treinamento. Finalmente, todo programa formal de treinamento em magia tem uma alta taxa de pessoas que desistem na metade. Uma coisa é gostar de ler e ver filmes de magia, outra coisa é viver conscientemente o "conhece-te a ti mesmo" e viver de acordo com a sua verdade. Costumo dizer que treinamento nos mistérios é análise sem psiquiatra, sem transferência, e isto não é nada fácil. Os motivos pelos quais as pessoas desistem são muitos. Auto-conhecimento é algo que também costumo definir como o sorriso além das lágrimas. Muitas vezes, dez minutos de meditação diários levam a uma semana de lágrimas. Mas ainda assim, eu prefiro as lágrimas a não saber das verdades que preciso conhecer. Outro motivo é que auto-conhecimento é algo que jamais termina, onde o processo é, em si, a meta. Portanto, também é um aprendizado em humildade e abertura para tudo e todos, mas algo consciente e que sabe escolher e que não perde tempo, sem desprezar a outrém. Para acabar, a vida também não se torna mais fácil só por que estamos nos Mistérios. Na realidade, a vida se torna bem mais complicada. Mas pelo menos, espera-se que tenhamos equilíbrio e bom humor suficientes para enfrentar com integridade os desafios ao longo da jornada. Sempre digo que não quero fazer os mesmos erros (não seria inteligente), mas talvez faça coisas piores do que já fiz, mesmo querendo acertar! Que v. ache dentro de você a Chave da Porta que não tem fechadura, mas através da Qual se cruza o limiar para os Mistérios, independente de sua escolha espiritual!Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-51938888007434087532009-03-29T10:04:00.000-03:002009-03-29T10:08:32.916-03:00MAGIA ELEMENTALMAGIA ELEMENTAL<br />“Princípios e Práticas de Elementoterapia”<br />Coleção Michael<br />Introdução<br />1. Uma Breve História da Magia 2. A Ordem Natural 3. A Anatomia Oculta do Homem 4. Magia Elemental nas Religiões 5. Os Anjos e Mestres Cabalísticos da Cura 6. O Poder dos Mantras 7. Os Sete Raios das Plantas II. RELATOS INTERESSANTES 1. Helena Blavatsky = Experiências com um Gnomo 2. Carlos Castañeda = O Elemental do Peiote 3. Samael Aun Weor (a) = O Elemental do Gato 4. Samael Aun Weor (b) = Elementais das Aves 5. Edward Bullwer Lytton = O Guardião do Umbral 6. Francisco Valdomiro Lorenz = Briga Entre Gnomos 7. Dora van Gelder = Um Deva dos Ciclones III. FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA Conjuração dos Quatro Conjuração dos Sete Invocação do Sábio Salomão Oração Gnóstica Exorcismo do fogo Exorcismo do Ar Exorcismo da Água Exorcismo da Terra Regentes do Ar Clavícula de Salomão Exorcismo da Lua Exorcismo de Mercúrio Exorcismo de Vênus Exorcismo do Sol Exorcismo de Marte Exorcismo de Júpiter Exorcismo de Saturno Conjuração de São Miguel Arcanjo Anjos Cabalísticos Símbolos Mágicos Quadrado Mágico da Lua Quadrado Mágico de Mercúrio Quadrado Mágico de Vênus Quadrado Mágico do Sol Quadrado Mágico de Marte Quadrado Mágico de Júpiter Quadrado Mágico de Saturno Quadrado Mágico de Vênus Quadrado Mágico do Sol Quadrado Mágico de Marte Quadrado Mágico de Júpiter Quadrado Mágico de Saturno<br />INTRODUÇÃO<br />Este livro é o primeiro de uma série, lançada pelos membros do Instituto Arcanjo Michael(IAM), de São Bernardo do Campo, que tem como finalidade divulgar sinteticamente a Sabedoria Esotérica, dispersa e muitas vezes confusa. Apesar de não estar filiado a nenhuma escola ou instituição( respeitamos todas obviamente), o IAM defende uma linha eminentemente gnóstica, universalista, por reconhecer que em seu espírito e seus ensinamentos manifestam-se os verdadeiros valores contidos nas vibrações espirituais da Era de Aquário.<br />MAGIA ELEMENTAL pretende entregar ao leitor uma visão mais ampla, inteligível, desse mundo paralelo ao nosso, mágico e poderoso, luminoso e cheio de vida, conhecido cientificamente como 4a. Dimensão, que sempre foi visitada pelas mentes inspiradas dos grandes Buscadores dos Mistérios. As práticas, os mantras, os nomes sagrados, as conjurações etc., inseridos aqui podem ser praticados pelo leitor para que ele perceba a realidade maravilhosa desses seres elementais que povoam abundantemente a natureza. Isso serve para nos conscientizarmos mais profundamente ainda sobre a manifestação maravilhosa de Deus dentro de Sua Criação. Onde houver vida e harmonia, ali Ele estará.<br />A novíssima Era aquariana requer pessoas práticas, que sintam, vejam e apalpem as realidades supra-físicas da natureza, para que eles deixem de simplesmente acreditar e passem a vivenciar, aprendendo diretamente da própria Natureza.<br />Este livro pretende resgatar uma Sabedoria Superior mantida pura pelas Escolas de Mistérios. Essa Sabedoria elemental foi venerada e profundamente vivenciada pelas portentosas culturas e civilizações do passado, como a egípcia, a maia, a grega etc. Cremos que já é mais do que hora trazermos à tona a Luz dos grandes Deuses da Natureza, os Gurus-Devas, Aqueles que escolheram a Senda Dévica, para que nós mesmos sejamos os maiores beneficiários.<br />A sabedoria gnóstica afirma que existem milhares de Templos e Igrejas elementais ocultos no mundo etérico. Se formos dignos de penetrar em suas portas, temos certeza que lá encontraremos Seres desejosos de entregar seu Amor, Sabedoria e Mistérios para que possamos adquirir em Paz nossa verdadeira identidade espiritual.<br />Esperemos que o conteúdo desta pequena obra, feita com muito carinho para você, seja útil para sua cultura intelectual e seu anelo espiritual. Aguarde para breve outras publicações. Boa leitura...<br />UMA BREVE HISTÓRIA DA MAGIA<br />Os conceitos de Magia, Esoterismo, Espiritualismo etc., sempre estiveram ligados à Humanidade ao longo da história. As doutrinas esotéricas não eram motivo de estudos de ignorantes, supersticiosos e medrosos, como quer que se acredite e aceite na atualidade, mas por uma “nobreza”que tem mantido a chama de um Conhecimento Superior. É essa mesma Tocha do supremo conhecimento espiritual a que sempre foi barreira contra a ignorância, as trevas, o caos, a intolerância.<br />A própria definição de Magia expressa bem sua verdadeira finalidade. Do persa Magh, que significa Sábio, essa palavra originou outras, como Magister, Magistério e Magnum. Portanto, Magia vem significar, basicamente, a sabedoria de todo o conhecimento que capacita o homem a desvendar e dominar o Universo, a Natureza e a si próprio. Outro termo para Magia é a aplicação da Consciência e da Vontade sobre todas as forças da Natureza, não só as físicas, tridimensionais, mas aquelas que estão fora da esfera de nossos cinco sentidos. Em síntese, é a aplicação da ciência e da vontade sobre as diversas manifestações da vida. É a Ciência Total...<br />Origens Fantásticas da Magia<br />Em seu livro apócrifo, o profeta Enoch nos fala sobre as origens de muitos ramos do conhecimento:<br />“Quando os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, aconteceu que lhes nasceram filhas elegantes e belas.<br />E quando os Anjos, os Filhos dos Céus, as viram, ficaram apaixonados por elas...<br />E escolheram cada qual uma mulher; e delas se aproximaram e coabitaram com elas; e lhes ensinaram a feitiçaria, os encantamentos e as propriedades das raízes e das árvores.”<br />E continua Enoch, afirmando que os Anjos caídos, ainda com bastante Conhecimento, ensinaram a arte de resolver os sortilégios, observar as estrelas, os caracteres mágicos, os movimentos da Lua, a arte de interpretar os signos, confeccionar talismãs etc.(Vide Livro de Enoch, cap. 8). Que época é essa, citada por Enoch?<br />Em sua portentosa obra O Timeu, Platão nos comenta que ouvira falar de uma legendária e poderosa civilização, a atlante, da boca de seu avô Crisitos, o qual ouvira do próprio Sólon ensinamentos dados a ele por sacerdotes-magos do templo egípcio de Saís. Segundo nos repassa Platão, essa civilização, a Atlântida, foi um conjunto de sete gigantescas ilhas que ficavam além das Colunas de Hércules, quer dizer, no Oceano Atlântico. Para o sábio discípulo de Sócrates, a origem de todo o conhecimento espiritual e mágico foi atlante.<br />Numa passagem do Timeu, lê-se: “Os atlantes eram uma raça de Deuses que degenerou da sua origem celeste porque se aliou freqüentemente com as filhas dos mortais; por isso, Júpiter os puniu, destruindo o país em que habitavam.”<br />Ou seja, a origem de todo conhecimento remonta à Atlântida, aos arcaicos períodos de nossa história, em nada aceitos pela ciência materialista de hoje. Temos como fiéis depositários dos atlantes os egípcios(os quais, por meio dos gregos e depois dos árabes,<br />foram a base de toda a magia ocidental). Temos também como filhos dessa tradição esotérica atlante os indianos e chineses, pelo lado oriental, e os maias, incas e astecas, nas Américas. Estudando-se as raízes lingüísticas de muitos povos que oficialmente nada têm em comum, percebemos muitas palavras semelhantes, senão, idênticas. Temos como exemplo o maia e o chinês mandarim, onde foram achadas mais de cinqüenta palavras de pronúncia e significado idênticos. esotérica atlante os indianos e chineses, pelo lado oriental, e os maias, incas e astecas, nas Américas. Estudando-se as raízes lingüísticas de muitos povos que oficialmente nada têm em comum, percebemos muitas palavras semelhantes, senão, idênticas. Temos como exemplo o maia e o chinês mandarim, onde foram achadas mais de cinqüenta palavras de pronúncia e significado idênticos.<br />A Magia no Oriente<br />O Yoga indiano e suas sete modalidades e as artes marciais têm algo em comum, que é atlante. Eram considerados como disciplinas que permitiam dominar o corpo físico e seus canais de energia para um pleno reconhecimento e manipulação da Alma.<br />Os sete Yogas são: Hatha (físico), Raja (mecanismos mentais), Mantra (palavras de poder), Bhakti (devoção e serenidade), Jnana (conhecimento superior-gnose), Karma (direitos e deveres sociais e morais) e Tantra (o mais elevado de todos). O termo Yoga é o mesmo que religião, religare, ou seja, a arte de recriar aquele elo entre o humano e o divino, em todos os seus aspectos.<br />Quanto às tradições marciais, sabe-se que elas foram recompiladas e reorganizadas por Bodydharma, um dos principais discípulos de Buda, que “evangelizou ” a China. O Kung-fu, que originou as múltiplas técnicas marciais, tinha como finalidade dominar e movimentar as energias interiores e elementais, além, é claro, da mera defesa pessoal. Segundo certas tradições, algumas das linhas marciais, organizadas por Bodydharma, foram: os caminhos do Dragão, da Serpente, do Macaco, da Águia, do Bêbado etc. (há mais de 360 caminhos no kung-fu), muito semelhantes às Ordens guerreiras das culturas americanas, como veremos logo em seguida.<br />Além disso tudo, vemos a magia e o conhecimento esotérico inseridos em outros ciclos, encabeçados por Fo-Hi e Lao-Tzu na China, Son-Mon e o Xintoismo no Japão, Kumbu na Tailândia e Camboja, o Xamanismo original ao norte da Ásia e o Budismo tântrico tibetano de Marpa, Tsong-Kapa, Milarepa e outros.<br />A Magia nas Américas<br />Os astecas, incas e maias são as culturas que mais se expandiram nas américas. Diz-se que foram colônias atlantes e por isso eram possuidores de altíssimo e complexo domínio da matemática, astronomia, religião e agricultura. Ainda hoje suas ordens esotéricas são um mistério. Quase todos seus escritos, estátuas sagradas e mesmo seus templos e sábios, foram destruídos pelos ávidos conquistadores europeus.<br />Vemos algumas Ordens monástico-militares que se dedicaram ao pleno desenvolvimento das artes mágicas e de todos os poderes humanos e divinos. Entre os astecas e maias, temos os Cavaleiros Tigres e os Cavaleiros Águias (cujo lema mágico era “Nós nos Dominamos”) e entre os incas sabemos da presença dos sagrados Cavaleiros Condores. Esses sacerdotes índios nos legaram práticas misteriosas e fantásticas, tais como a Magia Elemental, o Nagualismo(estudaremos esse tema mais adiante), o domínio da psicologia interior etc.<br />As tradições orientais e americanas são muito complexas e de difícil compreensão e aprendizagem. Não obstante, os princípios de suas Ciências Mágicas eram os mesmos, somente o modo de expressá-los é que difere. de difícil compreensão e aprendizagem. Não obstante, os princípios de suas Ciências Mágicas eram os mesmos, somente o modo de expressá-los é que difere.<br />Plantas de Poder<br />Esse é um tema bastante espinhoso, dadas as suas implicações legais e morais nos dias de hoje, além da espantosa proliferação e mau uso, pela juventude, de alguns produtos sintetizados. Sob circunstâncias rigorosamente controladas, os Magos de todo o mundo, principalmente americanos, aceleravam o desenvolvimento dos poderes paranormais de seus discípulos, afim de fazê-los reconhecer o Mundo Oculto. Essas Plantas de Poder têm a capacidade de alterar o sistema endócrino, ativando assim todos os Chacras da Anatomia Oculta do Homem, despertando seus sentidos paranormais.<br />Certas ervas, raízes, cogumelos, cipós etc., possuem um poder elemental e bioquímico capazes de mostrar um mundo totalmente novo aos olhos de nossa Consciência. Esse foi um legado da Magia primitiva, infelizmente adulterado na atualidade.<br />A Magia no Ocidente<br />Um dos maiores depositários da sabedoria egípcio-atlante foi certamente Hermes Trismegisto. Certas tradições gnósticas dizem que Metraton, Enoch, Íbis de Toth e o próprio Hermes eram o mesmo Mestre, o mesmo Ser. Atribui-se a Enoch a criação dos alfabetos egípcio e hebraico, A Tábua de Esmeralda e a organização e codificação da Alquimia. Foi o fiel depositário da tradição espiritual no Tarô e na Cabala(Torá), além de ser o organizador dos Axiomas Herméticos.<br />Os egípcios conseguiram fecundar maravilhosamente a magia e as religiões dos hebreus, gregos, romanos e árabes. Com a posterior decadência, o Egito entregou seu conhecimento às correntes esotéricas dos árabes, denominadas de Sufismo. A expansão do islamismo por todo o Oriente, norte da África e depois pela península ibérica, leva a uma revalorização do esoterismo europeu.<br />A maioria dos sábios e ordens esotéricas na Europa beberam da fonte súfi: os Templários, Cátaros, Rosacruzes, Maçons, Dante Alighieri, Roger Bacon, Francisco de Assis, São Malaquias, Paracelso, Arnaldo de Villanueva etc...<br />Os Alquimistas<br />Após sucessivas infiltrações e conquistas árabes na Europa e graças às Cruzadas, a sabedoria esotérica terminou por influenciar uma série de pensadores e movimentos místicos. Temos a influência súfi, não só na península ibérica, como também na França, Inglaterra e em certa medida nas terras germânicas e nos Estados da península itálica.<br />Uma grande influência súfi na Europa foi trazida pela tribo nômade dos Annás(ou A’nz). Tendo como seu estandarte um bode, os místicos dos Annás entregaram seus símbolos aos Templários, além de muitos princípios herméticos que remontam aos períodos dos caldeus. A palavra caldéia Anas significa Água; Anás, portanto, quer dizer “Guardiães das Águas”(da Vida).<br />Os conceitos alquímicos de Elixir da Longa Vida, Pedra Filosofal, Pedra Cúbica, Cornucópia da Abundância etc., vêm das escolas de Mistérios árabes, as quais absorveram, como já dissemos, muito da tradição egípcia. A finalidade do Alquimista era produzir o melhor ouro transmutado do chumbo. Os processos secretos para a obtenção do ouro alquímico eram extremamente complexos. Exigiam disciplina, rigor no método e acima de tudo pureza moral e espiritual. s de Elixir da Longa Vida, Pedra Filosofal, Pedra Cúbica, Cornucópia da Abundância etc., vêm das escolas de Mistérios árabes, as quais absorveram, como já dissemos, muito da tradição egípcia. A finalidade do Alquimista era produzir o melhor ouro transmutado do chumbo. Os processos secretos para a obtenção do ouro alquímico eram extremamente complexos. Exigiam disciplina, rigor no método e acima de tudo pureza moral e espiritual.<br />Apesar de se conhecer uma série de casos de pesquisadores que realizaram prodígios químicos, conseguindo ouro realmente físico, a finalidade essencial da tradição alquimista era transmutar o mundo interior do próprio praticante, sua Alma mesmo.<br />Um bom exemplo de alquimista material (ou Soprador) foi o inglês John Dee. Nascido em 1527, o sr. Dee, graças à sua sensibilidade psíquica, desde cedo se interessou por pesquisar velhos manuscritos que conseguia encontrar em bibliotecas, alfarrábios etc. Ele e seu inexcrupuloso amigo Edward Kelley compraram de um velho estalajadeiro um pergaminho escrito em língua galesa antiga que tratava da transmutação de metais. Indagado de sua procedência, Dee soube que o manuscrito surgira da violação do sepulcro de um arcebispo inglês, Dunstan de Cantuária (conhecido até hoje como o padroeiro dos ourives). Ao entrar no túmulo de São Dunstan, Dee e seu amigo descobriram algo interessante não achado pelos anteriores profanadores. Encontraram um par de ânforas, cada qual contendo um estranho pó, um deles de cor vermelha e outro branco, e que eram, segundo o manuscrito em sua posse, ingredientes essenciais à boa execução do magnus opus. Os dois pesquisadores realizaram muitíssimos prodígios com os materiais encontrados, porém a ingenuidade e a ganância os levaram à ruína.<br />Entretanto, os verdadeiros alquimistas eram transmutadores de Alma, e não de elementos grosseiros, como se crê vulgarmente nos dias de hoje. Temos, a título de ilustração, alguns alquimistas espirituais: Paracelso, Raimundo Lulle, Alberto Magno, Fulcanelli, Nicolas Flamel e sua esposa Perrenelle, Cornélio Agripa, Merlin, Eliphas Lévi, o Abade Trithemius, Al-Ghazali, Samael Aun Weor, D’Espagnet, Rumi etc...<br />Alquimia e Religiões<br />O princípio do autoconhecimento contido na tradição alquímica revela a necessidade de transcendência e autosuperação do homem pelo próprio homem. Isso é claramente visto dentro das religiões. Ou seja, a Alquimia está profundamente inserida no judaismo, cristianismo, islamismo, budismo, taoismo etc.<br />Tomemos alguns exemplos da simbologia alquimista nos ensinamentos religiosos:<br />-O primeiro milagre bíblico de Jesus, transformando água em vinho da melhor qualidade, nas Bodas de Canaã(o casamento alquímico);<br />-Deus flutuando sobre as Águas da Vida e formando o mundo em seis dias e descansando no sétimo ( os passos, ou fases, da obtenção da Pedra Filosofal);<br />-O profeta Zacarias tem a visão de um candelabro de ouro com sete lamparinas acesas pelo azeite que passa pelo interior desse candelabro(processo de transmutação);<br />-Os três Reis-Magos, guiados pela Estrela, visitam o menino Jesus na manjedoura do estábulo (trabalhos para a obtenção do Menino de Ouro da Alquimia);<br />-O profeta Moisés (que significa Salvo das Águas) bate com seu Cajado numa Pedra e daí brota água em abundância;<br />-Davi mata um gigante com uma Pedra; Davi mata um gigante com uma Pedra;<br />-Elias traz fogo dos céus e incendeia a carcaça de um bovino;<br />-Jesus afirma que Pedro é a Pedra fundamental da Igreja que, para os outros(o mundo não iniciado), é rocha de escândalo;<br />-Todo bom muçulmano tem de visitar Meca e em sua peregrinação deve dar sete voltas em redor da Pedra Negra (Caaba); etc.<br />Os Princípios Religiosos e a Magia<br />Todos temos lido em obras místicas de diversas linhas sobre a abundância da vida criada por Deus. Diversos tratadistas de ocultismo nos relataram suas experiências com entidades conhecidas no âmbito do folclore, das crenças e mitos populares. Vemos em quase todos os povos lindas histórias acerca de fantásticas manifestações da vida. Quem de nós não ouviu uma história que fala de seres que vivem dentro de pedras, árvores, rios, cavernas, lagos, despenhadeiros, rios etc.? Essas formas de vida, chamadas no esoterismo de Elementais, fazem parte ativa de culturas extremamente místicas, como os gauleses e seus Druidas, os tibetanos, os anglos e saxões, os povos pré-colombianos, os chineses, japoneses e outros tantos.<br />Esses povos conservaram uma visão Panteísta, ou seja, conseguiam intuir a Vida Universal permeando todas e quaisquer formas de manifestação, visível e invisível. Apesar de terem grandes conhecimentos, tais como matemática, astronomia, engenharia, medicina e complexos sistemas de psicologia, ainda assim gostavam de viver cercados por um ambiente natural e de alta espiritualidade. Penetravam em seus bosques e rendiam culto às suas árvores sagradas; realizavam portentosas procissões, onde oferendavam os primeiros frutos de suas colheitas aos Deuses Santos; oravam profundamente aos Guardiães das cavernas e lagos encantados. Enfim, tinham uma visão do sagrado em todas as coisas, não conseguiam apartar o Divino do cotidiano humano.<br />Com o passar dessa Idade de Ouro, esse Panteísmo foi se transformando, graças a uma mentalidade cada vez menos intuitiva, dando lugar a um Politeísmo que conseguimos reconhecer em algumas culturas, como a grega, romana, persa etc., as quais afastaram a Divindade de nosso cotidiano, pois Ela passa a residir agora nos céus, nas mais altas montanhas do mundo, no mais profundo dos sete mares, enfim, em todos os lugares inacessíveis à presença do homem.<br />Entretanto, ainda se percebe, nessa duas formas religiosas uma conexão muito grande entre Deus e a Mãe Natureza. Deus é visto ao mesmo tempo como Pai e Mãe, suas múltiplas manifestações, poderes e virtudes são representados na presença dos Deuses do Olimpo, do Valhalla, do Aztlan: temos então, uma Minerva-Sabedoria, um Balder-Inspiração, uma Vênus-Amor, um Odin-Curador, um Kukulkán-Força etc.<br />Assim como colocamos uma roupa nova diariamente, conforme nossas necessidades, os princípios religiosos também necessitaram adaptar-se ao nível de Consciência da humanidade. O Politeismo, quando começou a entrar em sua fase decadente, foi caindo num descrédito cada vez maior, como foi o caso da religião romana, com seus Deuses cada vez mais ridicularizados pelos chamados “livres -pensadores”(na verdade, abutres materialistas): teatrólogos, filósofos e escritores.<br />Antes, porém, de dar seu último suspiro, o Politeismo viu crescerem novas visões da Divindade, não mais manifestada de maneira múltipla, como no caso dos 22 Deuses olímpicos. Começa a aparecer o Monoteismo, com um só Deus supremo, obedecido por um séquito de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Profetas, Santos e Beatos. Divindade, não mais manifestada de maneira múltipla, como no caso dos 22 Deuses olímpicos. Começa a aparecer o Monoteismo, com um só Deus supremo, obedecido por um séquito de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Profetas, Santos e Beatos.<br />Essas três formas religiosas que se sucederam umas às outras foram necessárias em seu tempo. Devemos refletir, entretanto, que sempre existiu UMA ÚNICA RELIGIÃO, mais precisamente um princípio mágico, um espírito religioso, que mostrou o Conhecimento (Gnose) necessário para o homem trilhar o Caminho para Deus.<br />Concordo quando se afirma que a religião do futuro (eternamente presente) é uma forma de Politeísmo Monista, uma espécie de Unidade Múltipla Perfeita, os Vários formando (e sendo) o Uno. E essa Religião não se diferenciará daquilo chamado pelos antigos de MAGIA.<br />O Caminho Dévico<br />Do ponto de vista iniciático, a realização completa e perfeita do trabalho alquímico e mágico pode nos levar a ver três Caminhos de Realização espiritual. Vêm a ser:<br />1. Senda Nirvânica, escolhida por aqueles que trabalham com os mundos paradisíacos dos Budas; é o caminho do Êxtase. 2. Senda Direta, escolhida pelos Mestres que desejam encarnar o Cristo Cósmico e perder-se completamente no Absoluto de Deus. 3. Senda Dévica, ou Caminho Angélico, responsável pela manutenção da Grande Obra da Natureza; a esse Caminho escolheram os Seres que decidiram unir-se à evolução dos anjos e ser discípulos dos grandes Deuses, chamados de Gurus-Devas, os Supremos Construtores. É a esse Caminho que trataremos um pouco mais neste livro. Prática<br />Sente-se ou deite-se de forma confortável, procurando ficar numa posição imóvel. Relaxe o corpo e solte toda tensão muscular. Sinta a vida que se manifesta em cada parte de seu corpo. Depois de relaxado o corpo, imagine que de várias partes dele se estendem raízes que penetram por muitos quilômetros na terra. Sinta que a terra é o corpo de um ser gigantesco que alimenta e fortalece seu corpo físico com luz, vida, força e alegria de viver. Enquanto realiza este exercício, sinta que os mais sinceros sentimentos que brotam de seu coração se espalham, auxiliando na cura do planeta. Sinta que é uma troca. Você recebe e dá ao mesmo tempo.<br />A ORDEM NATURAL<br />A Tradição esotérica afirma que todo o Universo, toda a Natureza, com corpo e espírito, é um Ser vivo e plenamente consciente, constituído por sua vez de uma miríade<br />infinita de seres altamente evoluídos, os quais abarcam quantidades também gigantescas dfinita de seres altamente evoluídos, os quais abarcam quantidades também gigantescas de seres, à semelhança de nosso organismo, que possui átomos, moléculas, células, órgãos, sistemas e por fim um corpo complexo regido por um Espírito(mais ou menos consciente de sua verdadeira identidade). Assim como cada átomo, célula etc. se unem formando um todo, essa Suprema Divindade é oni-abarcante, onipresente e onisciente em todo o Universo.<br />Esse Todo da Natureza, é o corpo de uma Deusa, de um Ser Grandioso e Sublime, que existe nos mundos superiores e sempre foi adorada e amada por todas as grandes mentes da humanidade, por ser fonte materna e expressão dos mais belos sentimentos em nossos corações e mentes. Ela foi chamada de Rainha do Céu, Mãe Arcangélica dos Universos, Madona Santíssima, Virgem do Mar, Mãe Divina, Eterno Aspecto Feminino de Deus e a causadora de todos os fenômenos naturais. Seus diversos atributos foram manifestados nas múltiplas Deusas, como Vênus, Minerva, Ishtar, Prakriti, Coatlicue, Virgem Maria, Hera, Prosérpina, Hua-Tsé, Kwan Yin, Ísis etc... Por isso vemos que nas antigas religiões se cultuava um duplo aspecto de Deus: como Pai e como Mãe.<br />Dante Alighieri, em sua Comédia, assim como outros Buscadores, roga extasiado pela intercessão da Mãe Eterna em nossos processos espirituais, assim:<br />“Ó Virgem Mãe, ó filha de teu Filho, mais alta e humilde que qualquer criatura, dos eternos desígnios termo e brilho!<br />Em ti se sublimou a tanta altura a humana condição, que o seu Criado em tornar-se acedeu sua criatura.<br />No teu seio fulgiu o doce amor a cuja luz intensa e resplendente germinou deste modo a Eterna Flor.<br />Aqui és para nós a transparente face da caridade; e da esperança, entre os mortais, és fonte permanente.<br />Tamanha é nestes céus tua pujança, que quem o bem, sem ti, busca, hesitante, como que a voar sem asas se abalança.”<br />Há o texto maravilhoso de um Ritual gnóstico que reverencia a Mãe do Mundo. Vamos transcrever um pequeno trecho:<br />“Salve, Nuit, eterna Seidade Cósmica; Salve, Nuit, Luz dos céus; Salve, Nuit, alma primordial e única. IAO... IAO... IAO...<br />Então, caiu o sacerdote em um profundo êxtase e falou à Rainha do Céu: Escreve para nós teus ensinamentos. Escreve para nós a Luz. para nós teus ensinamentos. Escreve para nós a Luz.<br />E a Rainha do Céu disse dessa maneira: Meus ensinamentos não os escrevo, não posso. Meus Rituais, em troca, serão escritos para todos, naquela parte que não são secretos. A Lei é igual para todos. Deve-se operar pela ação do Báculo e pela ação da Espada. Isso se deverá aprender e assim deverá ser ensinado.”<br />E o Livro da Eterna Sabedoria afirma: “Ela é o Eterno Feminino representado pela Lua e pela Água, a Magna Mater de onde provêm a mágica letra M e o famoso hieróglifo de Aquário. Ela é também a matriz universal do Grande Abismo, a Vênus primitiva, a grande Mãe virgem que surge das ondas do mar com seu filho Cupido-Eros.”<br />Essa Potência Divina, esse Deus-Mãe, do ponto de vista cabalístico, é representado pelo Arcano 3 do Tarô (A Sacerdotisa), e pela letra B. Todas as grandes tradições, todos os grandes livros sagrados das religiões, todas as orações sagradas, sempre começaram com o fonema B (ou Beth). Exemplos:<br />O Pai-Nosso, ensinado pelo Mestre Jesus. (Baina, em aramaico, significa Nosso Pai);<br />A Súrata da Abertura, do Alcorão, com suas sete petições, inicia-se com a invocação Bismillah (Em nome de Deus...);<br />A Gênese, de Moisés, começa com a palavra Bereshit (No início...), etc... Portanto, vemos como todo início, toda abertura, têm a Invocação dessa Potência Divina de nossos Céus espirituais, nossa Mãe Divina.<br />O simbolismo esotérico do lado Materno, Feminino, da Divindade é representado essencialmente por cinco aspectos ou manifestações mágicas, plenamente trabalháveis pelo esoterista. Esses cinco aspectos são:<br />• Mãe Espaço(criadora de toda a Ordem Cósmica, todas as Galáxias, universos, Templos Siderais etc.); • Kundalini(responsável pelo Fogo Criador que emana do sol e se fixa no mais profundo de nossa Alma); • Mãe Morte( reverenciada por todas as culturas como a equilibradora da Lei cósmica de Evolução e Involução); • Natura( que criou o corpo de todos os seres, inclusive nosso corpo físico); • Maga Elemental(responsável pelas forças instintivas da natureza, reprodução, sexualidade, instinto de sobrevivência etc.). De acordo com sua necessidade psicológica e/ou mágica, o Buscador pode invocar o supremo poder de um dos aspectos da Eterna Mãe. Cada um desses aspectos possui sua própria ritualística, mantras, exigências, símbolos etc. Todos os grandes magos sempre prestaram um reconhecimento do infinito poder que essa potência cósmica, a Mãe Divina, representa no trabalho esotérico. Ela é o topo de toda prática de Magia Elemental. Portanto, afirma-se que se deve ter sempre em mente a presença e benção dessa Energia Cósmica quando se for trabalhar com um elemental ou anjo.<br />A Esfinge Elemental<br />É muito extenso o simbolismo da Grande Esfinge egípcia de Gizeh e, de acordo com<br />o prisma com que se estuda esse portentoso monumento, símbolo supremo da Magia Elemental, veremos nele uma série de significados e emblemas. Chamado de “Tetramorfo”, por ser constituído por quatro elementos, a Esfinge representa o próprio Mistério iniciático e o silêncio do conhecimento espiritual, a síntese dos Arcanos e da complexa natureza humana. Existem variadas formas de esfinges, espalhadas pelo mundo, indicando que elas nos passam uma sabedoria profunda. No seu todo é a Unidade, o princípio consciente de toda a Criação, a Mônada secreta, o Espírito organizador da Vida. Esfinges compostas de dois animais representam a Dualidade universal, o Yin-Yang. Compostas de três elementos, como as esfinges assírias, é a Trindade de todas as religiões (Pai, Filho e Espírito Santo; Brahma, Vishnu e Shiva; Osíris, Hórus e Ísis; Ometecuhtli, Omecihuatl e Quetzalcoatl; etc.).<br />O Quaternário ou a Lei do Quatro<br />A Esfinge de Gizeh, formada por quatro animais, representa a Sagrada Lei do Quatro (que é um desdobramento da Lei do Sete), é a possibilidade de manifestação e manutenção do mundo. Eis aí o misterioso segredo do número quatro, que vem a ser, cabalisticamente falando, um número-base do número sete, da Lei do Sete,; ou seja, dá a matéria-prima que o Sete necessita para Organizar o Universo (tanto interior quanto exterior). A maioria das religiões e sistemas de filosofia mística dão à Consciência Divina, Deus, nomes formados por quatro letras.<br />O Tetráktis de Pitágoras é o mesmo Jeová (Yod-Hé-Vau-Hé) dos cabalistas hebreus; é o mantra Tetragrammaton, que não pode ser pronunciadoem vão. O Tetragrama é o nome sagrado que originou a maioria dos nomes divinos, tais como: GOTH(flamengos), GOTT(germanos), ALLÁ(muçulmanos), TEOS(gregos), TEOT (maias), TETH(egípcios), INRI(gnósticos), ORFI(mogures), ELOA(assírios), EL-HA(caldeus), SYRE(persas), DIEU(francos) etc...<br />Os Quatro Animais<br />Um sábio gnóstico, no século 2 dC, relacionou os quatro animais da Esfinge aos quatro elementos e evangelistas: o Touro a Lucas, o Leão a Marcos, a Águia a João e o Homem a Mateus. Eliphas Lévi caracteriza os quatro animais a virtudes e elementos:<br />Touro -Terra,Trabalho, resistência e forma; Leão -Fogo, Força, ação e movimento; Águia -Ar, Inteligência, espírito e alma; Homem -Água, Conhecimento, vida e luz.<br />Para visualizarmos melhor a influência da Lei do Quatro, podemos também associála aos seguintes aspectos do Conhecimento:<br />+ Personalidades humanas: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico + Reinos: mineral, vegetal, animal e humano + Sabores: doce, amargo, salgado e ácido + Raças: amarela, branca, negra e vermelha + Agentes químicos da Vida: Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio + Sabedoria humana: arte, ciência, filosofia e religião + Idades espirituais: ouro, prata, cobre e ferro + Animais da Alquimia: corvo, pomba, águia e faisão + Animais bíblicos: leão, urso, leopardo e monstro de ferro + Mundos da Cabala: Asiah, Yetzirah, Briah e Atziluth + Elementais: gnomos, ondinas, silfos e salamandras + Estados da matéria: sólido, líquido, gasoso e plasma + Tattwas: prittvi, apas, vayu e tejas + Axiomas herméticos: poder, ousar, saber e calar-se + Gênios: Kitichi, Varuna, Parvati e Agni + Processos Alquímicos: putrefação, calcinação, destilação e realização + Corpos inferiores: físico, etérico, astral e mental + Operações matemáticas: adição, subtração, multiplicação e divisão; etc... Sob um ponto de vista eminentemente ocultista, a Esfinge posssui um mistério. Em sua contraparte astral, no seu interior, existe uma escola, um centro iniciático, onde aqueles que são aceitos em seus salões aprendem toda a Magia Elemental da natureza. Aprendem as configurações de todas as Ordens hierárquicas, os templos e igrejas elementais de cada espécie vegetal e animal, seus mantras, palavras de passe, rituais, nomes, funções e relações com a evolução humana.<br />Diz-se que a entrada desse Sagrado Colégio Dévico está situada na testa da Esfinge de Gizeh, seu instrutor supremo é um grande mestre que em uma de suas vidas passadas foi um grande e sábio Faraó. E o Guardião dessa porta astral é um poderoso Guru-Deva chamado Gaio.<br />Hierarquias Divinas ou Anjos Virtuosos<br />De acordo com as Forças Inteligentes que governam a Senda Dévica, há uma hierarquia estruturada de forma matematicamente perfeita, em base ao nível de Consciência, Poder e Vida dos Seres que compõem esse Universo. Segundo os grandes Guias da humanidade e Mestres Ascencionados, a vida universal é organizada pelas sete consciências supremas, os chamados sete Anjos diante do Trono de Deus. No mundo elemental e angélico, essa força organizativa é dirigida por sete grandes Deuses elementais, ou Gurus-Devas, dos quais conhecemos melhor quatro(representados pela Esfinge egípcia).<br />Esses quatro Seres são simbolizados como os sustentadores das quatro pontas da grande cruz do universo, que crucifica a Alma que trabalha intensamente para a sua Auto-Realização.<br />Esses quatro Querubins-Sustentadores são reconhecidos em todas as culturas espirituais. São os quatro Devarajas, os Arquivistas, os Lípikas, o Santo Serafim das Quatro Faces, os Quatro Tronos, os Quatro Arquitetos, as Santas Criaturas Viventes, os Quatro<br />Seres da visão do profeta Ezequiel, os quatro Senhores da Morte, filhos de Hórus (Mestha, a Ezequiel, os quatro Senhores da Morte, filhos de Hórus (Mestha,<br />Hapi, Khebsenuf e Tauamutef) etc.<br />Como Regentes da Evolução Elemental, são eles:<br />AGNI, Rei do Fogo Elemental, o qual aparece aos olhos do vidente como um menino de puríssima aura, rodeado por uma inefável música; tem sob suas ordens todos os Deuses, Anjos, Gênios e elementais do fogo, conhecidos por Salamandras e Vulcanos. Seus símbolos são a espada, o punhal e o Lábaro aceso. Rege o Sul da Terra. Este Reino elemental está intimamente relacionado, no mundo divino, ao Arcanjo Samael, Regente de Marte. Mantra: RA.<br />KITICHI, poderoso e misterioso Ser, comandante dos guardiães das cavernas, obreiros subterrâneos, alquimistas dos metais interiores, Reis das montanhas, e elementais da terra, conhecidos como Gnomos, Pigmeus e Duendes. Seus símbolos são a pedra filosofal, o cetro de mando, a cruz sobre uma bola, o Báculo. Seu domínio é ao Norte. O mundo elemental da terra está ligado ao Divino Senhor Orifiel, Regente do planeta Saturno. Mantra: LA.<br />VARUNA, Senhor elemental portador do Tridente de Netuno, representação do domínio sobre as três forças primárias que criaram o mar do universo. Rege os reis dos sete mares elementais e seus mais humildes seres são as Ondinas, Nereidas, Sereias e Ninfas das águas. Rege o Ocidente e tem o Cálice como símbolo. Seu reino está localizado no Leste e possui íntima ligação com Gabriel, Anjo da Lua. Mantra: VA.<br />PARVATI, sagrado Titã dos céus, cuja cabeça toca a mais alta nuvem dos céus. Estão sob suas ordens os anjos da mente, dos ventos e brisas, do movimento cósmico e seus elementais são os Silfos, Sílfides, Fadas e Elfos. Seu reino localiza-se no Oriente do Mundo e seus símbolos são a pena e o hexagrama. Possui ligação com Michael(Sol) e de certa forma a Rafael(Mercúrio). Mantra: H (Suspirado).<br />Temos também a quintessência, o quinto Reino elemental, regido por INDRA, e seus elementais são denominados Puncta. Existem mais dois reinos elementais, chamados de Adhi e Samadhi, os quais pertencem a ordens superiores, porém que podem ser sentidos, como sutis vibrações violeta, nas práticas de meditação, especificamente nos horários entre quatro e cinco da manhã.<br />Esse Devarajas mencionados acima são os chefes supremos da evolução elemental de todo o sistema solar e têm a seu cargo inumeráveis miríades de Reitores, os quais são chefes e senhores de milhões, bilhões, de maravilhosos e humildes elementais, responsáveis pela ordem e harmonia na natureza. Citemos os nomes de alguns desses Reitores:<br />NARAYANA, EHECATLE, BARBAS DE OURO, GOB, ARBARMAN, MAGÔA, BAYEMON, EGYM, AMAIMON, SABTABIEL, ORFAMIEL, HUEHUETEOTLE, MACHATORI, SARAKIEL, ACIMOY, ARCHAN, SAMAX, MADIAT, VEL, MODIAT, GUTH, SARABOTES, MAIMON, VARCAN, HÓRUS, APOLO, MINERVA, RUDRA etc...<br />Tais Deuses trabalham com as forças variantes dos Elementos. Por exemplo, o Fogo possui diversas manifestações, tais como o fogo doméstico, o fogo da Kundalini, o fogo solar, os fogos vulcânicos e do interior da Terra etc. O mesmo ocorre com os outros elementos. Cada uma dessas variantes do elemento fogo são administradas por diversos reis<br />elementais, como os citados acima. Existem práticas, rituais, mantras invocatórios e dias mais propícios, capazes de criar um envolvimento com essas presenças espirituais. mais propícios, capazes de criar um envolvimento com essas presenças espirituais.<br />Elementais, ou Anjos Inocentes<br />Os Elementais sempre foram manipulados pelos Adeptos da Magia, desde os mais remotos tempos. Tiveram diversas designações, tais como Djinn, Sereias, Devas, Gênios, Anjos Inocentes, Duendes, Gnomos, Pigmeus, Anões, Fadas, Trasgos, Peris, Damas Brancas, Vulcanos, Fantasmas, Ninfas, Silvanos, Pinkies, Branshees, Silvestres, Silfos, Elfos, Musgosos, Sátiros, Faunos, Nixies, Bebês d’Água, Mamaés, Sacis, Mulas-sem-Cabeça, Brownies, Kobolds, Iamuricumás, Mannikins, Gobelinos, Nibelungos etc.<br />Eles são constituídos de corpo, alma e espírito e sua evolução, ao contrário do que imaginam muitos esoteristas, tem algo a ver com a evolução humana. De acordo com seu raio evolutivo(pois alguns pertencem ao elemento terra, outros ao fogo etc.), o elemental pode se “encarnar” numa pedra, numa planta, num peixe, numa frondosa árvore, numa labareda ou mesmo nos fogos subterrâneos de um vulcão.<br />A evolução da essência espiritual tem confundido diversos tratadistas de esoterismo. Muitos chegaram a afirmar que existem duas sendas totalmente distintas e inconfundíveis: a humana e a angélica. O que ocorre, com mais precisão, segundo as doutrinas mais ortodoxas, é:<br />Evoluções Elemental e Humana<br />Quando desce, involui, desde o mundo abstrato do Espírito universal, a essência espiritual começa a se manifestar, a se corporificar no mundo da matéria, nos reinos mineral, depois no vegetal e no animal; nesses reinos, essa essência espiritual é chamada didaticamente de Chispa Divina, ou simplesmente Elemental. No instante em que essa Chispa, esse fragmento de Deus, do Fogo Universal, ingressa na evolução humana, ela passa a se chamar Essência Monádica (no Oriente, Budhata). Portanto, nós um dia fomos elementais e os elementais serão, mais cedo ou mais tarde, seres humanos.<br />Ainda existe no mais profundo de nossa consciência algo de elemental, uma espécie de memória da natureza, a qual se devidamente aflorada com a Força do Amor, faz com que voltemos a manipular e dominar os Rituais da Magia Elemental.<br />Essa memória elemental profunda, resgatada por nosso Espírito, é chamada INTERCESSOR ELEMENTAL; seria nosso segundo Anjo da Guarda, porém especializado na Magia da Natureza, na Magia Sideral e Cósmica, que ensina como dominar os elementos naturais, os terremotos, os incêndios, as forças vulcânicas, as nuvens chuvosas, realizar curas à distância, ou também trabalhar com os Anjos planetários e alterar o Karma (quando permitido pela Divindade). Os índios mexicanos chamam o Intercessor Elemental de Nagual.<br />Essa idéia de manifestação elemental precedendo nossas encarnações no reino humano é plenamente aceita nas doutrinas gnósticas originais e no hinduismo e budismo. Os budistas afirmam que Sidarta Gautama, o Buda, dizia que antes de se encarnar como humano foi uma garça e um macaco, entre muitos outros. A mestra H.P. Blavatsky dizia<br />que sua última encarnação no reino animal foi a de um cachorro doméstico. E o mestre Samael Aun Weor, o Avatar de Aquário, lembrava-se de suas encarnações como peixe e sapo. Pitágoras também defendia a doutrina da Transmigração das Almas e a da Metempsicose. Samael Aun Weor, o Avatar de Aquário, lembrava-se de suas encarnações como peixe e sapo. Pitágoras também defendia a doutrina da Transmigração das Almas e a da Metempsicose.<br />Outra idéia defendida é a da Involução das almas humanas. Aqueles que por um motivo ou outro se degradam moral e espiritualmente, esquecendo-se que devem mais dar do que receber e esquecendo-se também de sua origem espiritual, tendem a “regredir no tempo”, e não mais se encarnar em corpos humanos, mas sim em corpos de animais, vegetais e por fim minerais. Essa “regressão da Alma” significa uma perda cada vez maior da Consciência e dos atributos anímicos; é a chamada Segunda Morte, segundo o Apocalipse de São João.A questão das evoluções e regressões da alma é muito polêmica e de difícil compreensão.<br />Seres Involutivos<br />Dentro dessa lógica da lei dupla Evolução-Involução, podemos deduzir que há animais, vegetais e até minerais em estado degenerativo. Temos, como alguns exemplos, as formigas, os porcos, macacos, burros e mulas e algumas ervas daninhas. Certos animais domésticos, próximos ao ser humano, como cães, gatos, cavalos, papagaios etc., podem estar num processo tanto evolutivo quanto involutivo.<br />Não se pode confundir seres involucionantes com aqueles que pertencem ao Raio da Morte, ou de Saturno, como os urubus, hienas, aranhas e outros faxineiros que executam um trabalho fundamental para a natureza(leia o capítulo Os 7 Raios das Plantas).<br />Do ponto de vista da Magia Elemental, afirmamos que muitos indivíduos se utilizam de maneira pérfida também desses animais involucionantes, ou elementais inferiores, para seus trabalhos de magia negra, conseguindo danificar a saúde e mesmo a vida de suas pobres vítimas. Isso é o que se denomina trabalhar com os Tattwas negativamente.<br />Manipulando os Tattwas<br />Os Tattwas são as energias etéricas da natureza, a contraparte vital do mundo físico. Podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do livre-arbítrio de cada mago. Quando se utilizam os Tattwas para seu próprio egoismo, o indivíduo é chamado de mago negro; e quando se utiliza essa força natural sagrada para o bem de si próprio e dos demais, chama-se a esse indivíduo de mago branco. No próximo capítulo trataremos um pouco mais acerca desse conceito de magias branca e negra.<br />As histórias fantásticas que pesquisamos baseiam-se na manipulação das energias etéricas da natureza, chamadas Tattwas. A ciência que lida com esse fenômeno é denominada de Jinas. Temos, por exemplo, os fenômenos de materializações e desmaterializações, pessoas levitando e desaparecendo (como nos casos de Jesus, Maomé e Buda), indivíduos que afirmam poder assumir formas de animais (como a Licantropia). Temos também o fenômeno dos Terafim, citados nos tratados de cabala e mesmo na Bíblia( estátuas e objetos que passam a ter comportamento e movimentos humanos, por estarem profundamente impregnados com fluidos etéricos). Esse trabalho com as forças Jinas pode<br />ser utilizado também para o mal, como é o caso da fixação de fluidos vitais em bonecos, dentro da linha do Vodu. dentro da linha do Vodu.<br />Os Éteres Universais<br />Os quatro éteres básicos (Terra, Água, Ar e Fogo) da natureza podem ser sentidos em nosso cotidiano, observando-se o clima local.<br />O éter do fogo está plasmado quando sentimos no ambiente calor, secura, sede, cansaço e pouca movimentação de animais terrestres e pássaros. Normalmente há pouco vento. Esse Éter é chamado pelos indianos de Tejas. Sua cor no ambiente astral é o vermelho.<br />O elemento etérido do Ar, ou Vayú, é sentido quando há no ambiente bastante vento, secura e certo ar de silêncio. Afirma-se que não é um momento para negócios, fechamento de contratos etc., pois todo acordo e pacto tende a se dissipar. A cor desse éter é o azul. Propício para a Magia Mental.<br />O Tattwa da Água, ou Apas, cria climas úmidos, chuvas, tempestades e enchentes. É propício iniciar com esse éter casamentos e negócios onde se queiram colher muitos filhos e frutos, cuidar da terra onde se plantarão árvores frutíferas etc. Sua cor é o amarelo.<br />Prittvi, da terra, é o elemento etérico que mais dá prazer e alegria aos seres vivos, especialmente aos humanos e aos pássaros. É o momento em que toda a natureza canta, sente-se uma leveza maravilhosa no ambiente, a luz é fecunda e abundante e as pessoas têm vontade de cantar e soltar-se emocionalmente. Prittvi normalmente acompanha a manifestação de Apas, o éter úmido. Sua cor é o verde da natureza. Nesse momento pode-se trabalhar com a Magia Verde, ou magia da cura.<br />O quinto elemento etérico, o Éter propriamente dito, o Akasha, é sentido como se a natureza inteira entrasse em introspecção, o ambiente se tornasse escuro, lúgubre. É o pior momento para se realizar qualquer coisa externa, emocional ou profisionalmente. Segundo os budistas, é ideal para se realizar meditações profundas e desenvolver técnicas de cura(pelas mãos, olhos, vontade) e de autoconhecimento.<br />Prática<br />Relaxe o corpo, procurando a forma mais simples e cômoda para o corpo físico. Solte todos os músculos vagarosamente. Sinta sua respiração se acalmar naturalmente. Concentre-se nos batimentos do coração e sinta que você se acalma mais ainda. Imagine que o planeta Terra também possui um coração em seu centro, e que esse coração está ligado ao seu por fios luminosos de cor dourada. Peça a esse Ser Vivo, que é a Divina Mãe Terra, para preencher seu corpo e sua Alma com a sabedoria dos seres elementais. Medite por cerca de meia hora diariamente. Após a meditação, vocalize o mantra AOM por sete vezes.<br />A ANATOMIA OCULTA DO HOMEM<br />O Conhecimento Oculto afirma que o Homem é potencialmente a criação mais maravilhosa e complexa que Deus criou no universo. Dentro de nós manifestam-se todas as leis cósmicas, todos os princípios elementais e todos os anseios de auto-realização da Mãe Natureza. As virtudes mais sublimes e o fôlego da Eternidade suspiram em nossos ouvidos tentando nos relembrar de nossas Origens. Apesar de nosso corpo físico ser uma das obras primas da natureza, ele é apenas uma pequena peça de um todo muitíssimo mais fantástico e complexo. maravilhosa e complexa que Deus criou no universo. Dentro de nós manifestam-se todas as leis cósmicas, todos os princípios elementais e todos os anseios de auto-realização da Mãe Natureza. As virtudes mais sublimes e o fôlego da Eternidade suspiram em nossos ouvidos tentando nos relembrar de nossas Origens. Apesar de nosso corpo físico ser uma das obras primas da natureza, ele é apenas uma pequena peça de um todo muitíssimo mais fantástico e complexo.<br />Os sete Arcanjos da Presença vibram no mais profundo da Alma na forma de átomos de Amor, Poder e Vida em nossas sete igrejas apocalípticas(os Chacras). A santa Fraternidade Branca interna ressoa nos átomos mais sublimes de nosso cérebro. A ternura onipotente da Mãe Divina ilumina cada célula de nosso coração.<br />E o que dizer de nossos íntimos elementais atômicos? Os gnomos internos de nossos ossos e músculos, as ondinas do sangue e líquidos sexuais, os silfos trabalhando intensamente em nossos ares vitais (pulmões, pensamentos etc.) e as salamandras atômicas, dando-nos aquela sensação de calor e ânimo de viver.<br />Um grande mago moderno, dr. Jorge Adoum (Adonai), dizia que o ser humano é um rei da natureza, porém, um rei sem cetro, cujo reino ainda espera ansioso para ser domado.<br />Os Sete Corpos<br />De acordo com as leis sagradas do Sete e do Quatro, as composições químicas e energéticas do corpo e da alma se agrupam em níveis de densidade que vão do mais grosseiro ao mais sutil, do corpo tridimensional de carne e osso ao Espírito da Vida.As sete estruturas, ou corpos, do homem, à semelhança do Universo inteiro, são:<br />1. Físico 2. Etérico (ou Vital) 3. Astral (ou de Desejos) 4. Mental 5. Causal (ou da Vontade; Alma Humana) 6. Consciência (ou Alma Divina) 7. Íntimo (ou Espírito) O grande mestre e médico de almas Paracelso os designava assim: 1. Limbus 2. Múmia 3. Archaous 4. Sideral 5. Adech 6. Aluech 7. Corpo do Íntimo Os distintos sete corpos dessa Anatomia Oculta interligam-se, influenciando-se e afetando-se mutuamente. Quando ocorre um desequilíbrio de um dos corpos acima citados, os outros ressentem, ocorrendo então uma desarmonia ou doença. Enquanto a saúde do corpo onde primeiro ocorreu o desequilíbrio não for totalmente restabelecida, não haverá o<br />radical processo de cura. Ou seja, todo o conjunto permanecerá doente (com excessão dos dois corpos mais sutis, a Consciência e o Espírito, pois estes somente influenciam). dois corpos mais sutis, a Consciência e o Espírito, pois estes somente influenciam).<br />Alma Sã, Corpo São e Vice-Versa<br />É do mundo das emoções e da mente onde se origina a maioria das enfermidades, loucuras e doenças existentes hoje. Acredita-se que as grandes guerras mundiais, as pavorosas epidemias, as grandes obsessões e taras que infestam ciclicamente o mundo são unicamente as conseqüências materiais dos estados interiores, resultados de uma série de poluições mentais que vemos na atualidade: falsa educação, músicas desarmônicas, mensagens subliminares absurdas, manchetes negativistas, sexualidade desenfreada, programas de tevê infestados de violência, gerando entre outras coisas o desrespeito a valores universalmente aceitos, como a família, a fraternidade, o livre-arbítrio etc. Sem dogmatismos ou falso moralismo, acreditamos sinceramente que os atributos espirituais do ser humano são os verdadeiros alimentos para uma sociedade mais justa e equilibrada.<br />Afirma-se que quando se gera coletivamente um estado emocional negativo, essa vibração é recolhida pelas superiores dimensões da natureza. E quando as circunstâncias cósmicas e telúricas permitirem, essa energia armazenada retorna inexoravelmente aos que a geraram, criando assim os chamados Karmas individuais, coletivos, nacionais e até mesmo os planetários.<br />Quando o ser humano viola as leis das causas naturais, essa violação é devolvida na forma de catástrofes, enfermidades, terremotos, morte e desolação. Por isso dissemos que o homem é um Deus em potencial. Ele tem o poder de criar ou destruir a si mesmo e a seu ambiente.<br />No mundo interior do homem ocorre o mesmo que no exterior. Quando leis são violadas, formas de agir e sentir são erroneamente manifestadas, ocorrem as chamadas enfermidades kármicas(desta e/ou de vidas anteriores). Aclaramos:<br />Graves danos no corpo causal(ou da Vontade) podem produzir o Karmaduro, o chamado karma inegociável, além de enfermidades como a Aids, a arterosclerose, gota, males cardíacos e outros desequilíbrios da sociedade contemporânea.<br />Um corpo mental mal trabalhado e em desequilíbrio pode gerar desde loucuras, cretinices, idiotias e outras doenças mentais, até insônias, anemias, cistites, ciática, raquitismo etc.<br />O corpo astral normalmente é o campeão na produção e distribuição de enfermidades. Ali podem ser gerados desde os simples abcessos às bronquites, o bócio, alguns problemas cardíacos, câncer, diabetes, nefrites(rins), gangrenas, gastrites e úlceras gástricas, gripes, malária, hemorróidas, tuberculoses etc.<br />Já as doenças originárias no corpo etérico (vital) são bastante interessantes de se analisar. Por ser contraparte energética do corpo físico, o etérico atua principalmente nos sistemas nervoso e imunológico: Irritações, alergias diversas, calvície, convulsões, conjuntivites, epilepsia, diarréia, varizes etc...<br />Quanto às doenças eminentemente kármicas, ou seja, geradas por atos e/ou emoções negativas em passadas encarnações, podemos citar:<br />A ira desenfreada gera a cegueira; a mentira contumaz cria deformidades físicas horríveis; o abuso da maravilhosa energia sexual é um dos causadores do câncer e da difteria; o medo e a insegurança geram rins e corações débeis; a ansiedade descontrolada e horríveis; o abuso da maravilhosa energia sexual é um dos causadores do câncer e da difteria; o medo e a insegurança geram rins e corações débeis; a ansiedade descontrolada e<br />o ateismo afetam os pulmões, além de induzir à malária, ao raquitismo e à tuberculose. Isso se deve a que nossos pensamentos, emoções e atitudes atraem átomos e energias inferiores que danificam nossos corpos internos, repercutindo no corpo físico futuro. Significa que na outra vida o código genético terá mais ou menos dificuldades em responder às ordens harmonizantes dos átomos divinos do Íntimo. Enfim, demos uma pequena mostra de como nossa vida “moderna” e sedentária tem nos levado ao aumento dos volumes dos livros de catalogação de doenças das faculdades de medicina. Graças a Deus não existem doenças incuráveis, pois negar qualquer possibilidade de cura é negar a misericórdia do próprio Deus, fonte do princípio universal da Vida. A grande mensagem dos grandes mestres-magos é da urgente necessidade de nosso retorno ao Jardim do Éden primordial, a Mãe Natureza. Ali, com certeza, seremos agraciados com seus mais belos frutos, como a saúde, a prosperidade verdadeira, a singeleza. Quando retornarmos ao “suave jugo” e à simplicidade dos seres espirituais que nos rodeiam, teremos então encontrado a verdadeira fonte da eterna juventude e felicidade.<br />Com as práticas e dicas ensinadas neste livro, realizaremos verdadeiros trabalhos de cura, harmonia e magia para nós mesmos e para nossos semelhantes. Tudo isso baseados na simples observação dos rituais vivos e dinâmicos do Cosmos vivo.<br />Poderes que Divinizam o Homem<br />Quando nos damos conta da existência daquela parte divina dentro de cada um de nós; quando descobrirmos com a emoção mais profunda do coração que essa divindade íntima quer que desvendemos as esferas superiores de nossa Consciência; enfim, quando em nossas viagens internas começamos a responder à inteligência do Pai Íntimo, então sim, como filhos pródigos poderemos nos considerar um Deus, em potencial.<br />A investigação de nossa Alma nos faz crer que existem poderes que levariam nossa vida a uma mudança tão radical que os limites de nosso cotidiano se confundiriam com o Ilimitado. Com o uso de sons vocálicos, mântricos, podemos conquistar nossa herança mágica, perdida num passado longínquo. Mantras são invocações sonoras que o mago utiliza para harmonizar seu corpo e seus Centros com as forças mais sutis da Natureza(sobre esse tema trataremos em posterior capítulo).<br />Os homem possui ao todo 12 poderes, ou sentidos. Cinco sentidos físicos (olfato, audição, paladar, tato e visão) e sete suprafísicos, atrofiados na grande maioria de nós. Eventualmente um ou outro sentido suprafísico se manifesta, dando-nos a certeza de que eles existem. Esses poderes são:<br />1.Clarividência 2.Clariaudiência 3.Intuição 4.Telepatia<br />5.Viagem Astral 6.Recordação de Vidas Passadas 7.Polividência 6.Recordação de Vidas Passadas 7.Polividência<br />1. Clarividência: É a Terceira Visão.Com este poder, apresenta-se ante nosso olho interior todo o universo oculto, as dimesões superiores e inferiores, os elementais e os anjos, os corpos sutis, os desencarnados e as formas-pensamento. Desenvolve-se a clarividência despertando o chacra frontal (entre as sobrancelhas) e trabalhando-se a Ira. As virtudes são paciência, serenidade e Imaginação consciente (não confundir com Fantasia). A cor deste chacra é azul com matizes de rosa. O mantra para seu despertar é INRI... 2. Clariaudiência: É o chamado Ouvido Interno ou Oculto. Com este sentido podemos escutar a voz dos desencarnados, dos Mestres, a Música das Esferas, compreender cada palavra pronunciada, valorizar a virtude do amor à Verdade e compreender as Leis de Causa e Efeito. O chacra deste sentido é o Laríngeo, situado na base da garganta. Suas cores são índigo e prata. O mantra é ENRE... 3. Intuição: É a voz divina que nos fala por meio do Cárdias, o chacra do coração. Com este sentido captamos o profundo significado das coisas e ficamos sabendo com antecedência o que fazer. Os místicos afirmam que este chacra desenvolvido nos dá também o poder da levitação (Jinas). A virtude para este chacra é o Amor. E a cor é o dourado. O mantra é ONRO... 4. Telepatia: Quando andamos pela rua, pensamos em alguém e logo passamos por ele; isso se chama captação de pensamento, e é despertado com as virtudes do respeito a tudo e a todos, a discrição, o não julgar a ninguém. O chacra é o do plexo solar, na altura do umbigo. É chamado de Solar por ser o acumulador dos átomos ígneos que vêm do Sol. Aclaramos que a Transmissão das ondas de pensamento se faz por meio do chacra frontal e a captação pelo solar. As cores são o verde e o amarelo.O mantra é UNRU... 5. Viagem Astral: Todos, sem excessão, saímos do corpo físico nas horas de sono. Nossos sonhos são vivências (quase sempre inconscientes) de fatos ocorridos no mundo astral, ou quinta dimensão. Quem de nós, em um dado momento, estando relaxados, de repente pensamos em alguma coisa e nosso corpo sente um leve choque, como que assustados? Na verdade, sem o saber, estivemos saindo gradativamente do corpo físico e voltamos bruscamente. Quando um indivíduo domina relativamente esse poder, consegue coversar com os mestres e todos os desencarnados, penetrar nos templos das igrejas elementais, viajar a qualquer lugar do mundo, acima e sob a terra. Quando todos os chacras, especialmente o cardíaco, prostático e hepático, estão em perfeita sintomia com as forças sutis do Cosmos, a saída astral se torna mais consciente. A virtude é a Vontade e os defeitos a serem trabalhados são a preguiça, o medo e a gula. A cor é o azul celeste. O mantra é FARAON... 6. Recordação de Vidas Passadas: Essa função depende de um sistema nervoso equilibrado, ou seja, um cérebro e uma coluna vertebral carregados de energias transmutadas. Porém, os chacras ligados a esse poder são os pulmonares, que se situam na parte superior das costas. A virtude requerida para o despertar desse centro é a Fé consciente e serena. Trabalhando-se com os chacras pulmonares conseguimos absorver a experiência e o conhecimento acumulado de vidas passadas. A cor é o violeta.O mantra é ANRA... das costas. A virtude requerida para o despertar desse centro é a Fé consciente e serena. Trabalhando-se com os chacras pulmonares conseguimos absorver a experiência e o conhecimento acumulado de vidas passadas. A cor é o violeta.O mantra é ANRA...<br />7. Polividência: É a virtude dos atletas da meditação, dos adeptos do Êxtase espiritual. O chacra coronário, o do topo da cabeça, é a porta de entrada e saída da Essência. A polividência é a capacidade da nossa consciência, ou Essência, desligar-se completamente de seus sete corpos e penetrar na Realidade Única, na essência profunda e na razão de ser das coisas. Todas as sete cores ao mesmo tempo. O mantra sagrado é TUM... Trabalhando os Elementais Internos<br />Devemos recordar que só controlaremos os elementais externos quando tivermos pleno domínio sobre os internos. Caso contrário, não!!! Podemos entrar em contato íntimo com os mundos elementais trabalhando com nosso próprio REINO INTERNO, o qual, como já dissemos antes, congrega os variados átomos da terra, da água, do ar, do fogo e do éter.<br />Esses cinco elementos se encontram em todos os reinos e dimensões da natureza. Nosso corpo físico é dividido em cinco partes. Dos pés aos joelhos existe a influência vibratória do elemento Terra. Dos joelhos ao sexo, o elemento Água. Do sexo ao coração, o elemento Fogo. Do coração ao entrecenho temos o elemento Ar. E na parte superior do cérebro o elemento Éter.<br />O conhecimento da localização e influência dos elementais atômicos é importante no trabalho de Magia Elemental porque ao trabalharmos com a vida contida nas plantas, nos cristais, na chama das velas, nos rios e oceanos, pela Lei de Ressonância faremos nossa Alma e nosso corpo vibrarem intensamente. Mesmo atuando no corpo e na alma de outra pessoa, estamos trabalhando sobre nós mesmos.<br />Os Elementais e os 7 Chacras<br />Existem 7 Templos sagrados no mundo astral ligados aos elementos cósmicos e nos conectamos magneticamente a eles por meio de nossos sete principais chacras, batizados no esoterismo crístico de Igrejas do Apocalipse.<br />O chacra básico, na ponta da espinha dorsal, nos liga ao elemento Terra e seus mantras principais são o IAO e o S (como o silvo prolongado de uma serpente). Os grandes magos afirmam que ao se despertar esse centro dominamos externamente os gnomos e pigmeus, além dos fenômenos telúricos, como terremotos, erosão, pragas de formigas, lesmas e outros. Internamente, desenvolvemos a Paciência, a Diligência e a Laboriosidade. Todos os chacras das pernas (dos joelhos, do descarrego nos calcanhares, das solas dos pés etc.) estão subordinados ao Básico.<br />O chacra prostático (chamado de uterino, nas mulheres), localiza-se a quatro dedos acima dos órgãos sexuais, no púbis. Seu mantra principal é a letra M. Com ele trabalhamos os elementais das águas, ondinas e nereidas, dominando as nuvens chuvosas, as ondas dos mares, as enchentes e as leis de equilíbrio da natureza(chamadas de Leis do Trogo<br />Autoegocrático Cósmico Comum. É um nome complexo, mas significa Tragar e Ser Tragado, Receber e Doar, Dar para Receber). Interiormente, desenvolvemos a Castidade, a Fidelidade e a compreensão da Prosperidade. Este chacra é o centro de irradiação e controle de outros, como o da bexiga, testículos(ou ovários) e rins. Tragado, Receber e Doar, Dar para Receber). Interiormente, desenvolvemos a Castidade, a Fidelidade e a compreensão da Prosperidade. Este chacra é o centro de irradiação e controle de outros, como o da bexiga, testículos(ou ovários) e rins.<br />O chacra solar, como já dissemos, confere o poder da telepatia. Mas também dominamos o Fogo, e seus seres, as Salamandras e os Vulcanos. Psiquicamente pode-se dominar os incêndios, as fogueiras, o poder curativo das velas. Este chacra domina os chacras secundários e terapêuticos, como do fígado, do baço, do pâncreas, o da boca do estômago etc.<br />O chacra cardíaco, por nos ligar aos elementais do Ar, Silfos e Sílfides, Fadas e Elfos, nos dá poderes sobre o vento, os furacões, as brisas, a levitação, o teletransporte. Também nos confere a compreensão da natureza pela teologia, pelos rituais e a mensagem dos símbolos pela Intuição. O Cárdias auxilia os chacras pulmonares, os das axilas, dos cotovelos e os das palmas das mãos.<br />Os chacras superiores(laríngeo, frontal e coronário) nos auxiliam a trabalhar e compreender as energias cósmicas superiores do Ser, como o desapego, a sabedoria, a verdade, a inteligência, a justiça, a misericórdia etc., já que a Loja Branca atômica de nosso corpo físico está no cérebro. Esses três chacras sagrados têm sob sua influência outros, como o do cerebelo, o “chacra oculto”, os sete chacras especiais que circundam o coronário,<br />o do hipotálamo, do timo, do palato etc. Enfim, nosso organismo psíquico contém uma fantástica constelação de chacras que nos ligam às mais variadas energias cósmicas e telúricas. Alguns afirmam que nosso corpo astral possui cerca de 10 mil chacras e o corpo mental está estruturado com mais de 200 mil chacras. Isso, sem contar os chacras dos outros corpos. Conhecendo-se essa Anatomia Interior, podemos direcionar a força elemental. Conhecendo a parte enferma da alma e do corpo, deficiências ou com bloqueios, podemos trabalhar com as salamandras, os gnomos etc. Conhecendo o procedimento ritualístico, os símbolos, os mantras, os nomes das Deidades especialistas em determinadas energias, podemos iniciar um verdadeiro trabalho magístico. O grande segredo é o Conhecimento prático, e não unicamente a teoria estéril. É<br />o que se propõe ensinar neste livro. Prática<br />Procure mais uma vez uma postura de relaxamento e meditação. Imagine que seus chacras tomam a forma de luminosas flores cor de rosa. Dos mantras acima citados(para despertar um dos sete sentidos paranormais), escolha um deles que você sinta mais afinidade e pratique por cerca de 10 minutos. Visualize que o chacra correspondente ao mantra escolhido se transforma num templo dentro de você. Penetre com a Imaginação Consciente dentro desse templo e sinta a Sabedoria ali contida. Ore à sua Mãe Divina e peça que Ela preencha seu corpo e sua Consciência com Amor, Sabedoria e Força. Lembre-se: cada exercício deste livro deve ser praticado por pelo menos uma semana. Sinta a energia contida em cada prática.<br />MAGIA ELEMENTAL NAS RELIGIÕES<br />O Conhecimento Iniciático sempre utilizou imagens específicas para representar o Cosmos, o universo, a vida espiritual e suas múltiplas formas de manifestação, Evolução e Involução. De acordo com os postulados da psicologia interior, essas realidades eram representadas em linguagem simbólica, parabólica e/ou metafórica. Temos símbolos universalmente aceitos por todas as culturas e pensamentos, como as Montanhas, os Templos, as Espadas e os Cálices e temos também as árvores sagradas.<br />A Árvore Misteriosa, situada no centro do paraíso, é um símbolo encontrado em em todas as culturas espirituais representando a estrutura do universo. Normalmente seus galhos tocam os confins do Infinito e suas múltiplas dimensões, e seus frutos representam os atributos positivos do Eterno.<br />Sem exceção, a Árvore Sagrada fez parte das tradições genesíacas de povos, tais como os maias, astecas e incas, os egípcios, os cabalistas hebreus, persas, druidas, povos nórdicos, chineses, japoneses, coreanos, maoris, nativos africanos etc. Vejamos alguns exemplos como ilustração.<br />A Árvore Bodhi<br />É universalmente reconhecida a imagem do Buda Sakiamuni recebendo sua iluminação, após 49 dias de meditação profunda, sentado sob a árvore bodhi, normalmente representada como uma figueira da índia (na verdade, um trabalho profundo de iluminação dos 49 níveis de sua mente pela energia sagrada da kundalini, simbolizada pela Árvore do Bem e do Mal. Na Bíblia, lê-se: “Comereis dos frutos de todas as árvores, menos da árvore do Bem e do Mal”, ou seja, não usar a energia sexual animalescamente, mas magicamente). Daí essa portentosa árvore ser considerada na Ásia como a Árvore da Vida. Afirmam as tradições budistas que a árvore sagrada protegia o Buda das investidas do demônio Marah; ela o protegia envolvendo o Iluminado com seus galhos.<br />A Árvore Escandinava<br />A versão nórdica da árvore da vida está bem detalhada nos Eddas, a bíblia escandinava, na verdade uma coletânea de contos de fundo esotérico. Chamada de Yggdrasil, essa árvore representava o deus Ygg (ou Odin) e era um gigantesco Freixo situado no cimo de uma montanha. Yggdrasil que servia de abrigo para as reuniões e concílios dos deuses e seus galhos ultrapassavam os limites dos céus. Quatro cervos (os Devarajas) se alimentavam de seus brotos, em seu topo vivia uma majestosa águia (o Espírito) e em suas raízes se encontrava a poderosa serpente Nidhugg (a Kundalini a ser desperta). Essa árvore sagrada era eterna porque estendia suas três raízes(as forças primárias) até duas fontes: a da primavera e a da sabedoria, guardadas pelo lobo Fenris (a Lei) e pelo gigante de gelo Mimir (as forças instintivas da natureza). O Yggdrasil é a única potência capaz de levar os “mortos na batalha” para o Valhalla (o Paraíso) e de impedir o fim do mundo, dos Deuses e dos homens (esse Fim do Mundo, entre os nórdicos, chama-se Ragnarok).<br />Plantas Sagradas Entre os Gregos agradas Entre os Gregos<br />A magia vegetal esteve intimamente ligada aos deuses e tradições greco-romanos. Vejamos algumas, como referência: TRIGO: Foi o dom supremo de Deméter, ou Ceres, Deusa da Terra. É o alimento do corpo e da alma. Como o arroz entre os orientais e o milho entre os pré-colombianos, o trigo representa a chave da vida e da abundância. É a energia à espera de sua transmutação. UVA: Dedicado ao deus Baco, ou Dionisios, do Êxtase, da Castidade e das Artes. O vinho representa o trabalho sagrado da transmutação alquímica. Com o trigo, eram os dois principais símbolos do anelo de Liberação nos Templos de Elêusis e posteriormente se transformaram em parte do mistério crístico da Salvação (Mistério Eucarístico). Na Alquimia egípcia e depois na medieval, o pão e o vinho foram representados pelo Sal e o Enxofre. OLIVEIRA: É ao mesmo tempo alimento, medicina e combustível. Está ligado a Minerva, ou Palas Atena, deusa da Sabedoria e do Fogo. LOURO: Árvore sagrada do solar Apolo, ou Helios, representa o triunfo conquistado depois de longas batalhas e duros sacrifícios. É um dos símbolos dos videntes e profetas. ARTEMÍSIA: Planta consagrada a Diana caçadora (Ártemis), a que socorre as mulheres no parto. O interessante é que essa planta regula a menstruação e evita a gravidez. MURTA: Consagrada a Vênus-Afrodite. Além de afrodisíaca, diz-se que a aura da murta alimenta o amor nos lares. PINHEIRO: Associado a Júpiter-Zeus, por sua presença majestosa e força. Esta árvore, pela solidez de sua madeira, representa a perpetuidade da vida.<br />Além das associações com as divindades, muitas plantas tinham íntima relação com determinados templos oraculares. Delfos e Delos estavam ligados ao louro, Dodona ao carvalho, Epidamo e Boécia à canela e árvores condimentares.<br />Também temos muitas outras representações que nos remontam à presença e à manifestação da Divindade. Temos o Ashvata ou figueira sagrada da sabedoria oriental; o Haoma dos mazdeistas, onde se vê Zoroastro esquematizando o homem cósmico; o Zampoun tibetano e o carvalho de Ferécides e dos celtas. Duas das tradições que nos chegaram de forma mais complexa são a das plantas bíblicas e seu simbolismo e a Árvore da Vida cabalística.<br />Plantas Bíblicas<br />Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são considerados mananciais abundantes dos simbolismos vegetais. O mistério do mundo das plantas é tão importante que vemos Deus criando com especial ênfase o reino vegetal no primeiros Dias do Mundo. Vejamos em Gênese(Cap.1, Vers.11):<br />“Em seguida, Ele disse: -Que a Terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que dêem sementes e árvores que dêem frutos.<br />E assim aconteceu. A Terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que dão sementes e árvores que dão frutos. E Deus viu que o que havia acontecido era bom. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o terceiro Dia.” sementes e árvores que dão frutos. E Deus viu que o que havia acontecido era bom. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o terceiro Dia.”<br />A partir disso, vemos centenas de citações, algumas complexas, outras de forma superficial, de diversas plantas e árvores. Chegamos a contar mais de cinqüenta espécies diferentes.<br />Citemos algumas plantas encontradas na Bíblia:<br />Abóbora, Açafrão, Aloés, Amendoeira, Carvalho, Cedro, Cevada, Endro, Feno, Figueira, Hena, Junco, Lentilha, Lírio, Mirra, Murta, Nardo, Olíbano, Oliveira, Palmeira, Salgueiro, Tamareira, Trigo, Videira(uva), Zimbro etc.<br />Por trás de meras citações, esconde-se uma sabedoria maravilhosa, um mistério conhecido por poucos esoteristas. A Magia Bíblica é algo muito profundo e merece um estudo a parte. Sabemos que a Bíblia é um aglomerado de livros altamente simbólicos, onde se vê o Caminho Iniciático completo; o trabalho total da realização alquímica da Alma e do Espírito; a história, não só do povo hebreu, mas de nosso planeta e também da Galáxia. É um livro fantástico para quem sabe interpretá-lo: os que possuirem as chaves da Alquimia, da Astrologia Hermética, Psicologia esotérica e Cabala conhecerão a letra viva e não a letra morta, como a maioria. A Magia Elemental é um dos legados ocultos desse livro sagrado.<br />Os elementais encarnados nas plantas bíblicas podem ser trabalhados na cura, na harmonia, na aceleração de nosso processo espiritual, no fortalecimento de nossas virtudes e poderes internos etc.<br />Vejamos dois exemplos da Santa Magia Bíblica, para o leitor ter uma pequena noção do ensinamento escondido em cada citação<br />Livro de Jeremias, cap.1, vers.9: “Aí o Eterno estendeu a mão, tocou em meus lábios e disse:<br />-‘Veja, estou lhe dando a mensagem que você deve anunciar. Hoje, estou lhe dando poder sobre nações e reinos, poder para arrancar e derrubar, para destruir e arrasar, para construir e plantar’.<br />O Eterno me perguntou:<br />-‘O que é que você está vendo?’<br />-Um galho de amendoeira-respondi.<br />O eterno me disse:<br />-‘Você está certo; eu também estou vigiando para que minhas palavras se cumpram’.<br />Além de conter informações secretas de outro vegetal(a planta da coca), a vara da amendoeira representa o Cetro do mago e o bastão dos patriarcas, símbolos iniciáticos do trabalho alquímico com a energia da Kundalini, que dá poder sobre tudo e todos. Além disso, temos o trabalho mágico propriamente, com o elemental da amendoeira, poderoso tanto para o bem quanto para o mal. Os magos europeus, especialmente os Druidas, costumavam dissolver trabalhos de magia negra e também curar à distância com essa planta. É interesante notar que as palavras amendoeira e vigiando são muito parecidas, na língua hebraica.<br />Gênese, cap.3, vers.1:<br />A Serpente era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ela perguntou à mulher:<br />-‘É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do Jardim?’ ‘É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do Jardim?’<br />A mulher respondeu:<br />-‘Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do Jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.<br />Mas a Serpente afirmou:<br />-‘Vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o Bem e o Mal.’<br />A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter Conhecimento. Aí apanhou uma fruta e comeu; e deu ao seu marido e ele também comeu. Nesse momento os olhos dos dois se abriram e eles perceberam que estavam nus. Então, costuraram umas folhas de figueira para usar como tangas...’<br />A magia da figueira está intimanente ligada às energias sexuais. O Avatar de Aquário afirma que os Anjos que regem a evolução dos elementais das figueiras determinam nosso karma, baseados em nossa conduta sexual; são anjos ligados aos Senhores do Karma que dirigem todo o Sistema Solar. Além disso, o elemental dessa planta pode ser utilizado para curar nossa função sexual. É curioso observar que o figo maduro assemelha-se a um escroto e dentro dele centenas de pequenos filamentos parecidos com espermatozóides.<br />A Árvore Cabalística<br />Os místicos judeus, ou cabalistas, primeiro criaram um Jardim repleto de árvores frutíferas; em seguida, estabeleceram duas delas(a árvore da ciência e a árvore do Bem e do Mal) no meio do Éden e as transformaram no centro de todo o drama da humanidade.<br />A Árvore Sefirótica, ou Cabalística, é um desenho mágico-filosófico que representa a Adão Kadmon, ou Homem Cósmico, Deus, e às muitas dimensões onde Ele se manifesta e trabalha. Na verdade é uma tentativa de esquematizar de forma diagramática as forças universais. A Árvore Sefirótica possui dez galhos, ou Emanações divinas, que seriam os dez mundos ou Dimensões.<br />Podemos notar a relação entre cada uma dessas Séfiras e as diversas Ordens de seres espirituais que se manifestam no Universo. Cada Ordem possui seus atributos, seus poderes, suas virtudes. Conhecendo os mantras e exercícios para se entrar em contato com essas dimensões, temos a possibilidade de manipular os atributos dos Seres daqueles mesmos planos. Parafraseando o grande Hermes: “O que está em cima é como o que está embaixo e o que está fora é como o que está dentro(e vice-versa)”, descobriremos o motivo de se estudar o Diagrama Sefirótico. As potências divinas, angélicas e elementais, quando invocadas, fazem vibrar nossos diversos corpos interiores, e as virtudes e poderes desses Deuses sefiróticos se farão sentir nos átomos anímicos.<br />As três primeiras Emanações (Kether, Chokmah e Binah) são batizadas com o nome de Coroa Sefirótica, ou Triângulo Divino, e representam a chamada Santíssima Trindade de todas as religiões solares. São as três forças primárias organizativas de tudo o que é e o que será. A partir daí, temos as sete Séfiras, que vêm a ser os sete mundos, ou planos. Vêm a ser<br />os sete corpos de nossa constituição interna, como já estudamos anteriormente, ou seja, de Chesed a Yesod, temos nossos corpos internos e Malkuth (o Reino) vem a ser nosso corpo físico. s de nossa constituição interna, como já estudamos anteriormente, ou seja, de Chesed a Yesod, temos nossos corpos internos e Malkuth (o Reino) vem a ser nosso corpo físico.<br />Exemplos: Queremos trabalhar sobre nosso corpo astral, otimizar nossas emoções, equilibrar nossos chacras astrais e preparar-nos para os exercícios de magia prática? Trabalhemos com os anjos lunares, regidos por Gabriel! Necessitamos curar alguém com sérios desequilíbrios mentais, ou compreender as forças mentais que regem nosso Destino? Invoquemos o Meritíssimo Arcanjo Rafael, de Mercúrio, e seus auxiliares! Necessitamos unir um casal em conflito, ou encher um lar desarmônico com os Átomos do Amor, que se encontram estacionados no mundo causal(pois o Amor é a Causa e a Origem de tudo)? Realizemos a Magia do Amor com Uriel e seus inefáveis anjos rosa! Ou necessitamos despertar os atributos solares, superiores, de nossa Consciência Espiritual, como Dignidade, Humildade, Fé, Esperança, Empatia,Obediência à Lei etc.? Supliquemos ao Cristo Michael, Arcanjo de nosso Sistema Solar, que incita o fortalecimento da Geburah interior, a Bela Helena! Gostaríamos de despertar os valores guerreiros de nosso Espírito, nosso Pai Interno? Chamemos a Samael, Gênio do planeta Marte e que faz vibrar nosso Chesed Íntimo!!!<br />Prática<br />É necessário que você tenha, para esta prática, um vaso de plantas. Pode ser um pequeno vaso com uma roseira, violeta ou outra qualquer. Sugerimos um pé de hortelã. Relaxe o corpo como das vezes anteriores e vocalize seu mantra de preferência. Pode ser o AOM. Peça à sua Divindade Interior, ao seu Cristo Interno ou à sua Mãe Natureza Interior para que você sinta/veja a presença do elemental da planta que está no vaso. Entre em meditação e vibre com a Inteligência que existe dentro dessa planta.<br />V OS ANJOS E MESTRES CABALÍSTICOS DA CURA<br />Sabemos que está em moda no Brasil e no mundo a idéia de se trabalhar com os 72 Anjos Cabalísticos. Devemos aclarar melhor essa tradição, que tem confundido o esoterista em seu desejo sincero de praticar com as Consciências espirituais. Diz-se que cada um desses Anjos, ou Gênios, influencia a Luz Astral de cada dia do ano, além de serem os nomes de Virtudes divinas que necessitamos despertar dentro de nós mesmos.<br />Esses Seres são muito mais que isso. Segundo a Cabala Esotérica, são 72 Reitores que dirigem os trabalhos de miríades gigantescas de anjos especialistas em medicina espiritual. Os 72 Gênios são auxiliares diretos do Arcanjo Rafael e se prestam como uma espécie de antena espiritual captadora, transformadora e transmissora das ondas verdes curativas que vêm do planeta Mercúrio.<br />Recomenda-se trabalhar com os 72 nomes sagrados utilizando-os como mantras especiais nos rituais de cura, enquanto se realizam outros trabalhos paralelos, como Correntes de Irradiação, Defumações, Conjurações e Limpezas astrais, Orações aos Mestres<br />da Medicina Universal etc... Sobre Eles, leia na parte deste livro intitulada FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA. PRÁTICO DE MAGIA.<br />Mestres da Medicina Universal<br />Enquanto os 72 Gênios Cabalísticos canalizam as ondas áuricas de Mercúrio sobre a Terra, há miríades de seres que se utilizam dessa energia curativa por onde quer que se faça necessário. Tais Indivíduos Cósmicos harmonizam e curam os corpos e almas de todos os reinos, particularmente do humano, dados os extremos desequilíbrios mental, emocional e físico em que se encontra nossa civilização.<br />Há templos especializados em trabalhos curativos (desobstrução dos canais de energia, cirurgias, descontaminação por larvas astrais, realinhamento dos chacras, regeneração dos tecidos sensíveis dos cérebros de nossos corpos sutis etc...), além de serem escolas de Sabedoria para aqueles interessados em auxiliar desinteressadamente a humanidade.<br />Como há milhares de Mestres Curadores (membros da Fraternidade Branca) nas dimensões superiores trabalhando ocultamente em nosso benefício, podemos citar somente alguns deles, que podem ser invocados pelo leitor praticante:<br />Paracelso, Huiracocha, Ra-Hoorkhu (no Egito, Ra-Hoorkhuit), Anjo Aroch (conhecido no Egito como Paroch), Hilarion, Galeno, Esmun, Anjo Adonai, Hipócrates(ou Harpócrates, no Egito,Heru-Pacroat), o Apóstolo Pedro, Plutão e Hermes Trismegisto(esses quatro últimos são especialistas em cura do corpo mental).<br />Se pudermos invocá-los com a força do amor e com toda fé e veneração possíveis, tenhamos certeza de que seremos visitados por eles, mais cedo ou mais tarde. Ou serão enviados anjos de cura aos locais solicitados.<br />Procedimentos Magísticos<br />De acordo com a Tabela Cabalística, o dia mais propício para se realizar Correntes de Cura é às segundas-feiras. Isso se deve a que cada um dos sete planetas sagrados e a Terra possuem momentos de maior e menor conjunção magnética. Entre Mercúrio e Terra, p.ex., essa maior irradiação se dá nas segundas-feiras, mais intensamente entre meia-noite e duas da madrugada (ou seja, na madrugada de domingo para segunda). No próximo capítulo veremos uma lista dos sete planetas e sua relação com os diversos Reinos da natureza, cores, nomes sagrados, mantras, plantas e animais (e seus elementais), conjurações etc.<br />Ao realizarmos o chamamento mental dos mestres curadores, devemos estar num ambiente tranqüilo e purificado de todo pensamento de ceticismo (removeremos montanhas caso tenhamos Fé Consciente do tamanho de um grão de mostarda). Se tivermos um local específico para trabalhos espirituais e com um pequeno altar, ou mesa de cura, será muito melhor ( sobre essa mesa falaremos mais, logo em seguida). E se forem feitas as invocações entre um grupo de amigos com sentimentos e pensamentos afins, os resultados não se farão esperar muito, se a Justiça e a Misericórdia Divinas permitirem, é claro. Frases que podemos sugerir nos rituais de cura, mas que podem ser adaptados, conforme a intuição e a experiência do leitor, estão ao final deste livro, na parte FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA.<br />Altares de Cura<br />As mesas de cura ou altares nos santuários médicos são feitos de cipreste, cedro ou outra madeira olorosa e se faz a consagração dessas madeiras banhando-as com óleo de rosas, cera virgem, almécega, incenso, aloés, tomilho e resina de pinho. Antes, porém, da consagração, o altar deve ser bem lavado com água morna e sabão perfumado. Afirma-se que os produtos acima citados possuem poderes ocultos e captam as ondas mentais do planeta Mercúrio, morada do Cristo Curador.<br />Sobre essa mesa de cura se pode colocar um mantel de algodão ou linho e os objetos ritualísticos são: vasos com flores, um crucifixo, objetos representando os Elementos da natureza, azeite de oliva e sal, um candelabro com três ou sete braços portando velas coloridas e perfumadas(com exceção das velas pretas, marrons, cinzas e vermelhas), além de símbolos planetários do Sol, Mercúrio, Vênus ou Júpiter (como quadrados mágicos, pantáculos e metais dos planetas; veja-se a última parte deste livro), de acordo com o trabalho a ser efetuado.<br />Os elementos da natureza podem ser representados por um cetro ou uma pequena barra de ferro com sete divisões(Terra), um cálice ou copo com água (Água), uma pena de ave de alto vôo (Ar) e uma espada ou punhal (Fogo) ou mesmo as velas acesas do candelabro.<br />A Cura Pelos Perfumes<br />Todos os templos esotéricos e curativos do passado e mesmo os atuais sempre deram ênfase especial aos perfumes. Tanto no sistema de defumação quanto nos banhos com óleos ou uso de objetos odoríferos nesses santuários, os perfumes eram importantes para o restabelecimento da saúde do usuário ou do paciente, devido à sua influência sobre o cérebro e o sistema nervoso em geral; do ponto de vista oculto, a vibração dos produtos aromáticos excita os chacras e fortalece os corpos internos, iniciando uma harmonização “de dentro para fora”.<br />Os árabes eram especializados em produzir perfumes e óleos essenciais e por isso eram reconhecidos mundialmente por seus livros e tratados de Osmoterapia (ou Aromaterapia) que versavam acerca da confecção desses perfumes e óleos. As maiores bibliotecas espanholas, portuguesas e francesas ainda guardam valiosíssimos volumes e farta documentação sobre esse conhecimento fantástico.<br />Os indianos e tibetanos eram exímios manipuladores da Aromaterapia e a aplicavam em suas medicinas, as quais classificavam os perfumes em cinco categorias: repugnantes, picantes, aromáticos, rançosos e embolorados. A medicina tibetana afirmava que os perfumes têm um efeito especial no subconsciente, puxando todas as informações ligadas ao processo natural de autocura do indivíduo.<br />Os grandes templos budistas, a maioria deles na China e no Tibet (infelizmente, grande parte destruída) utilizavam-se de madeiras odoríficas para a confecção das estátuas sagradas de Buda e da Mãe Cósmica (Tara). Ainda se vêem nos conventos diversas bandeirolas coloridas e estátuas sagradas feitas de Sândalo, aromatizadas com deliciosos e<br />sutis perfumes. Afirma-se que as orações mântricas feitas diante dessas estátuas podiam realizar verdadeiras e radicais curas, mesmo à distância. -se que as orações mântricas feitas diante dessas estátuas podiam realizar verdadeiras e radicais curas, mesmo à distância.<br />Entre os índios da América do Norte era comum se cobrir os enfermos e desequilibrados com a fumaça de certas plantas, como o zimbro e o tabaco. Diziam que com esse procedimento expulsavam os maus espíritos que se alimentavam de doenças e desentendimentos, além de atraírem a presença do deus supremo da cura, Wakan Tanka, o deus-búfalo(é o próprio Espírito Santo). Por isso se realizavam rituais com “cachimbos da paz” para se realizar acordos amistosos.<br />Podem-se ver também, em muitos santuários curativos, pequenas bolas feitas de panos embebidos em óleos especiais e enrolados sobre folhas e raízes de plantas especiais. É doze o número mínimo dessas bolas e se as penduravam nos tetos e portas desses templos ou nos braços das estátuas. Essas bolas, chamadas pelos tibetanos de Tchim-Purma, contêm ervas e perfumes ligados aos princípios harmonizadores dos doze signos. Sabe-se pela astrologia que cada constelação zodiacal vibra intensamente em determinada parte do corpo e o aspecto vital(ou etérico) de cada uma dessa partes da anatomia humana pode ser trabalhado, excitado e curado pelos Perfumes Zodiacais. Por exemplo: se alguém estiver com dor de cabeça ou esgotamento mental, esfregar suavemente a seiva ou o óleo das plantas arianas( que regem a cabeça); para curar os pulmões, cheirar ou tomar óleo ou chá de eucalipto, e assim por diante, sempre se respeitando certos cuidados, é óbvio.<br />SIGNO PERFUME<br />ÁRIES MIRRA, CARVALHO ou ZIMBRO(óleos) TOURO MARGARIDA, COSTO(erva aromática) GÊMEOS ALMÉCEGA e ESPECIARIAS CÂNCER EUCALIPTO ou CÂNFORA LEÃO BENJOIM ou OLÍBANO VIRGEM CANELA ou SÂNDALO BRANCO LIBRA GÁLBANO, ROSA ou MURTA ESCORPIÃO HORTÊNSIA ou CORAL SAGITÁRIO ALOÉS ou HELIOTROPO CAPRICÓRNIO PINHO (extrato) AQUÁRIO NARDO PEIXES TOMILHO ou DAMA-DA-NOITE<br />As Defumações<br />Para os gnósticos, a queima num braseiro, ou turíbulo, de perfumes, óleos essenciais, raízes e folhas secas, cascas e resinas cristalizadas, vai além da sensação prazerosa de nosso sentido olfativo. Há uma influência direta e profunda em nossos ritmos nervoso, respiratório e cardíaco, provocando então uma incrementação no processo curativo. Porém, vai-se mais além ainda: O Mago sabe que o poder energético da fumaça que se desprende das ervas e produtos queimados possui a capacidade de influenciar nossos corpos internos. Na verdade, é a própria presença e poder do Elemental que se verifica<br />naquela fumaça que envolve o paciente ou o ambiente. O elemental ligado ao produto queimado pode provocar uma série de fenômenos: acelerar o movimento dos chacras, redirecionar as forças vitais do organismo(equilibrando as energias que estão em excesso e as que estão em falta), dissolver formas-pensamento(chamadas pela psicologia de Fixações Mentais), anular fluidos magnéticos, denominados popularmente de mau-olhado, encosto etc.; e, além de tudo, destruir os chamados Elementares. ente ou o ambiente. O elemental ligado ao produto queimado pode provocar uma série de fenômenos: acelerar o movimento dos chacras, redirecionar as forças vitais do organismo(equilibrando as energias que estão em excesso e as que estão em falta), dissolver formas-pensamento(chamadas pela psicologia de Fixações Mentais), anular fluidos magnéticos, denominados popularmente de mau-olhado, encosto etc.; e, além de tudo, destruir os chamados Elementares.<br />Larvas Astrais e Mentais<br />Essas entidades do mental e do astral inferiores se alimentam de nossos pensamentos e desejos negativos e destrutivos. Normalmente são gerados em locais onde há uma Egrégora, ou seja, um ambiente que congrega pessoas que têm um pensamento, sentimento ou atitude característicos, como bares, bordéis, prostíbulos etc. Os elementares, também conhecidos como Elementários ou Larvas Astrais, podem ser gerados em nossos lares ou ambientes de trabalho quando se gera um hábito ou pensamento negativo. Eis alguns tipos de larvas astrais:<br />-Dragões: formas-pensamento criadas em prostíbulos, bordéis, boates e congêneres.<br />-Íncubos e Súcubos: nascidos de fantasias sexuais, sonhos eróticos e masturbações contínuas. Os íncubos acompanham as mulheres e os súcubos permanecem na atmosfera áurica dos homens.<br />-Fantasmatas: átomos putrefatos desprendidos de cadáveres. Fixam-se nas pessoas emocionalmente receptivas que visitam cemitérios e/ou que ficam pensando em pessoas falecidas.<br />-Leos e Áspis: Nascem de atitudes ligadas ao orgulho e ira exacerbados, em reuniões de partidos políticos, desfiles militares e discussões que não levam a nada.<br />-Mantícoras e Basiliscos: gerados em atos sexuais anti-naturais.<br />Há muitos outros, como os Vermes da Lua, Caballis e Vampiros, que se alimentam de sangue (locais onde houver mênstruo, matadouros, depósitos de lixo hospitalar etc.), comida apodrecida, casas sujas etc...<br />Muitas dessas Larvas podem ser destruídas com as defumações, aliadas a trabalhos mágicos, com orações e rituais de limpeza. Existem alguns elementos de comprovada eficácia, como aloés, mirra, cânfora, assafétida, pau d’alho, arruda, alecrim, benjoim, a casca de alho, enxofre(em pequena quantidade) e zimbro. Tais produtos, repito, se queimados num turíbulo, ou qualquer receptáculo com carvão em brasas, irradiam junto com a fumaça desprendida múltiplos elementos purificadores da aura.<br />Existem por outro lado ervas que conseguem produzir um clima emocional superior, sutil, atraindo a atenção e presença de elementais e anjos. Temos, p.ex., óleo de rosas, heliotrópio, nardo, murta, além do mais famoso de todos, o olíbano, popularmente conhecido como incenso de igreja.<br />Aceita-se no esoterismo e nas práticas mágicas que a fumaça do olíbano tem a propriedade de criar um ambiente propício para a comunhão religiosa, devocional. Os elementais solares do incenso produzem uma vibração capaz de criar um estado receptivo para a captação das mensagens inspirativas e intuitivas que vêm das dimensões superiores.<br />Prática<br />Vá a um parque e escolha uma árvore frondosa e cheia de vida que tenha atraído sua atenção. Peça permissão ao elemental dessa árvore e coloque suas mãos em seu tronco. Feche os olhos e sinta a energia que sai dessa árvore. Se possível, vocalize o mantra AOM e dê Amor a esse ser. Peça-lhe que encha seu corpo e sua Alma com a energia que sai dele. Peça-lhe um sinal de seu amor para você. Se possível, volte para casa e entre em meditação, aproveitando a força recebida. em outras ocasiões, dirija a energia desse elemental para a cura e harmonia de alguém que necessite. Observe o que se passa com essa pessoa. de vida que tenha atraído sua atenção. Peça permissão ao elemental dessa árvore e coloque suas mãos em seu tronco. Feche os olhos e sinta a energia que sai dessa árvore. Se possível, vocalize o mantra AOM e dê Amor a esse ser. Peça-lhe que encha seu corpo e sua Alma com a energia que sai dele. Peça-lhe um sinal de seu amor para você. Se possível, volte para casa e entre em meditação, aproveitando a força recebida. em outras ocasiões, dirija a energia desse elemental para a cura e harmonia de alguém que necessite. Observe o que se passa com essa pessoa.<br />VI O PODER DOS MANTRAS<br />É reconhecido por todos que a palavra falada possui um poder relativamente profundo na mente das pessoas, tanto positiva quanto negativamente. Quando algum enfermo escuta palavras de ânimo, de alento, parece que uma nova força toma conta de sua alma, dando-lhe mais otimismo e segurança num iminente restabelecimento. Quando alguém se deprime por diversos problemas em sua vida, alegra-se ao ouvir um cântico religioso, permitindo-se a uma interiorização e contemplação de seu “mundo interior”, para uma maior comunhão com Deus, a fonte essencial da cura.<br />Por isso, o aspirante à Magia trata com muito cuidado e zelo tudo aquilo que entra em seus ouvidos e principalmente o que sai de sua boca. Se o estampido de um canhão consegue produzir um grande estrondo em seu redor, palavras mal pronunciadas em momento inadequado conseguem criar situações às vezes muito desagradáveis, não só aos ouvintes, mas na maioria das vezes a quem a pronunciou.<br />No entanto, o poder da palavra falada, chamada de Mantraterapia (ou Verboterapia), não se restringe a uma disciplina verbal, no sentido socrático da idéia, ou seja, simplesmente utilizar com precisão e ordem os conceitos intelectuais que se quer transmitir. A Mantraterapia vai mais além, ao defender que por trás da pronúncia de um som se encontra um poder, uma energia, uma força espiritual, capaz de operar magicamente, não só no operador, mas no ambiente ao seu redor.<br />Ao estudarmos algumas passagens de livros religiosos, vemos como o uso dos mantras sempre foi considerado de seriíssima importância. Encontrando-se num templo de Mistérios egípcio, o sábio grego Sólon perguntou a um dos mestres ali presentes sobre as possíveis causas do afundamento da Atlântida; esse Mestre afirmou com ênfase que não se podia falar inconseqüentemente sobre desgraças daquela natureza, principalmente num ambiente carregado de energias de altíssima força espiritual, pois se poderia atrair as mesmas circunstâncias. Essa resposta foi suficiente para calar o filósofo grego.<br />Vemos também um caso espantoso, como é o da destruição de Jericó por Josué e seus sacerdotes e guerreiros, os quais rodearam as muralhas dessa cidade por vários dias e logo após entoaram cânticos, gritaram e tocaram seus instrumentos, o que fez com que Jericó fosse totalmente destruída pelos fogos subterrâneos. Também vemos o grande Mestre Jesus, o Cristo, realizando múltiplos milagres com a simples pronúncia de uma tantas palavras, muitas delas ininteligíveis aos ouvidos dos não-iniciados.<br />A Bíblia nos diz claramente, segundo João Batista, que no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o profeta Moisés, em sua Gênese, explica<br />que Deus, Elohim, criou todas as coisas com o uso de Sua Palavra. “Faça -se “, e o caos se transformou nas diversas ordens de Cosmos, de acordo com a Música das Esferas, cantada pelos Construtores(Elohim é uma palavra plural, indicando que foram Sua Palavra. “Faça -se “, e o caos se transformou nas diversas ordens de Cosmos, de acordo com a Música das Esferas, cantada pelos Construtores(Elohim é uma palavra plural, indicando que foram os Deuses que criaram o mundo).<br />Por isso vemos porque a palavra sempre foi muito bem empregada, sempre foi reconhecida como fundamental para o crescimento e desenvolvimento de nossos poderes internos, de nossa saúde mental e física, além de nosso nível de Consciência.<br />Os magos afirmavam que os sons que emitimos obedecem à Lei cósmica do Retorno, ou seja, à lei da Causa e Efeito, ou Karma. Toda ação gera uma reação proporcional e em sentido contrário, em três níveis: físico, mental e conscientivo.<br />As origens de muitos mantras, nomes sagrados, termos cabalísticos etc., remontam a épocas arcaicas. Muitos ocultistas afirmam que os mantras não passam de resquícios de uma Língua de Ouro, perdida quase que totalmente na atualidade, somente falada por Deuses e Anjos. Para o profeta Enoch, esses gigantes eram Seres fantásticos que guiaram nossa evolução em épocas imemoriais, entregando-nos seus alfabetos sagrados e mantras de ouro.<br />Alguns desses mantras permaneceram até os dias de hoje, graças às Escolas de Mistérios que conseguiram resguardar alguma coisa dessa língua mágica falada pelos Ancestrais, na forma de nomes divinos, palavras misteriosas e sem significado aparente: ADONAI, YAH, YOM, EHEIEH, ISIS, ALLAH, IAO, AOM, KWAN -YIN, INRI etc...<br />Diz Eliphas Lévi sobre o poder do Verbo: “Toda Magia está numa palavra, e esta palavra, pronuniciada cabalisticamente, é mais forte que todos os poderes do céu e do inferno. Com o nome IOD-HE-VAU-HE comandamos a natureza; os reinos são consquistados em nome de ADONAI e as forças ocultas que compõem o nome de HERMES são todas obedientes àquele que sabe pronunciar o nome incomunicável de AGLA. Por isso, os sábios de todos os séculos temeram diante dessa Palavra absoluta e terrível”.<br />Os mantras foram usados para diversos fins: curativos, mágicos, ritualísticos, conscientivos, espirituais. Para os descrentes, a pronúncia contínua e concentrada de certos mantras induz a uma auto-sugestão, a um auto-engano. Na verdade, devido ao desconhecimento da Anatomia Oculta do Homem(como já dissemos anteriormente), somente os Iniciados percebem os efeitos das palavras mantralizadas, que vibram primeiramente em nossa Alma, ressoando nos chacras, nos canais energéticos (Meridianos) e sobre os estados de Consciência.<br />Por isso, esses mesmos Iniciados, principalmente hindus e maias, enfatizam a idéia de que nosso corpo e nossa alma são a resultante de um Alfabeto Cósmico e cada fonema vibra em determinadas regiões de nosso organismo, atuando terapêutica e magicamente sobre o próprio mantralizador. Ou seja, somos um instrumento musical que deve vibrar com as mais deliciosas melodias cósmicas.<br />Vejamos alguns exemplos práticos, entregues pelo VM Samael Aun Weor em seus diversos tratados, que complementam nosso curso de Magia Elemental:<br />Mantra Finalidade<br />AOM Cristaliza o que se desejou, é o nosso Amén.<br />Conjunto poderoso de mantras para se atrair AOM-TAT-SAT -TAM -PAM -PAZ a força curativa do Sol. São os mantras do Arcanjo Michael. Abre a atomosfera astral para a manifestação HAGIOS dos Mestres, possibilitando maior contato com eles. ANTIA -DAUNA -SASTASA Poderoso mantra de invocação dos Mestres Ascensionados. Deve ser cantado. OM...HUM... Melhora nossa meditação e interiorização. JEÚ... Amplia nossa atenção e auto-observação. RAOM -GAOM Ajuda-nos a recordarmos nossos sonhos. MORFEU Controlamos nossas Viagens Oníricas. GU -RU... Cura o fígado. HELION -MELION – TETRAGRAMATON Fecha nossa Aura. Para Defesa Psíquica. BHUR Cura nosso Baço. M... Fortalece e cura a próstata ou o útero. KRIM... Cura o estômago, congestões, úlceras etc... EGIPTO... Cura o fígado e auxilia nas viagens astrais. EFTAH... Cura as cordas vocais e tiróide. OMNIS -HAUM -INTIMO... Atrai as forças superiores do Pai Interno (nosso Espírito). OM -MANI -PADME -HUM... Outro mantra de nosso Íntimo. IN...EN... Atraem as forças curativas do Espírito Santo. AOM-TAT-SAT -TAM -PAM -PAZ a força curativa do Sol. São os mantras do Arcanjo Michael. Abre a atomosfera astral para a manifestação HAGIOS dos Mestres, possibilitando maior contato com eles. ANTIA -DAUNA -SASTASA Poderoso mantra de invocação dos Mestres Ascensionados. Deve ser cantado. OM...HUM... Melhora nossa meditação e interiorização. JEÚ... Amplia nossa atenção e auto-observação. RAOM -GAOM Ajuda-nos a recordarmos nossos sonhos. MORFEU Controlamos nossas Viagens Oníricas. GU -RU... Cura o fígado. HELION -MELION – TETRAGRAMATON Fecha nossa Aura. Para Defesa Psíquica. BHUR Cura nosso Baço. M... Fortalece e cura a próstata ou o útero. KRIM... Cura o estômago, congestões, úlceras etc... EGIPTO... Cura o fígado e auxilia nas viagens astrais. EFTAH... Cura as cordas vocais e tiróide. OMNIS -HAUM -INTIMO... Atrai as forças superiores do Pai Interno (nosso Espírito). OM -MANI -PADME -HUM... Outro mantra de nosso Íntimo. IN...EN... Atraem as forças curativas do Espírito Santo.<br />JAORI Sagrado mantra da Ave de Minerva, que realiza qualquer meta desejada. Direciona nossos fogos interiores para a realização do<br />pedido.<br />I... Direciona a energia vital para o cérebro. E... Dirige a energia para a garganta. O... Cura e fortalece o coração. U... Fortalece as funções digestivas. A... Cura os pulmões e limpa o sangue S... M... HAN... Cura do corpo mental ONOS AGNES Dor de dentes OMNIS -BAUN -IGNEOS Médicos Maias MANGÜELE -MANGÜELA Raio positivo da Lua, Raio Asteca<br />SENOSSAN -GORORA -GOBER -DON Mantra mágico de um Deus dos Oceanos<br />ADONAI Mantra lunar curativo ABRAXAS Cura pelos Seres do Fogo Mantras de transmutação<br />Existem alguns mantras poderosos de transmutação alquímica. Transformam nossas energias sexuais, emocionais e mentais em elementos energéticos e espirituais, além de curativos. Essas energias transmutadas se espalham maravilhosamente pelo organismo através de seu principal conduto, a coluna vertebral.<br />Enquanto vocalizamos um dos mantras dados em seguida, podemos visualizar essa energia transmutada em fogo regenerador subindo pela espinha dorsal até a cabeça, e daí até<br />o coração, espalhando-se por todo o corpo. Vejamos: INRI...ENRE...ONRO...UNRU...ANRA... (seqüência de mantras que desperta os principais chacras)<br />ARIO (mantra da constelação de Aquário)<br />IAO... (nome gnóstico de Deus; equilibra e direciona)<br />TORN... (mantra transmutador de Escorpião)<br />SSS... (transmuta, purifica e protege a Aura) (transmuta, purifica e protege a Aura)<br />KRIM... plexo<br />Mantras das Igrejas Elementais<br />PEMA OMA AFIRAS BHAGWAN MMM LIBIB -LENONINAS -LENONON TISSANDO AN KAM SSS KA INVIA ALUMINO INRI URU PANDERA A -KUMO EGO -O -A -VAGO EBNICO -ABNICAR-ON PADORIA PARILHA MOUD -MUUD -HAMMACA KEM -LEM RAOM-GAOM<br />Prática<br />(acumula a energia transmutada no solar).<br />Raio dos Elementais das Mangueiras Eucaliptos Figueira Cânhamo Aloés<br />Pita Jacarandá Mimoso Pinheiro Saia Branca, Floripôndio Cana de Bambu Aboboreira Olho de Boi, Olho de Cabra Olíbano, Incenso de Igreja Nogueira Pata de Vaca Palmeira Real Laranjeira<br />Romãzeira Macieira Cajueiro Sassafrás<br />Acácia Zimbro Hortelã<br />Se possível, escolha o galho ou de preferência a fruta de um dos vegetais acima citados, de preferência a romã. Coloque em sua mão direita essa fruta e vocalize por alguns minutos o mantra correspondente ao Raio Elemental a ser trabalhado. Em seguida, entre em meditação, pedindo a seu Pai Interno que leve você à “Igreja” onde vivem os elementais dessa planta(como a do romãzeiro, por exemplo). Tenha certeza que suas sinceras preces serão ouvidas, agora ou nos dias vindouros. Paralelamente a esse Ritual, vocalize um dos mantras de Transmutação(como o ARIO).<br />OS 7 RAIOS DAS PLANTAS<br />Como já dissemos anteriormente, a Magia Elemental, ou ELEMENTOTERAPIA, é a antiqüíssima ciência que versa acerca dos Elementais e a manipulação de seus poderes ocultos e mágicos. Os antigos índios americanos, os alquimistas medievais, os taoistas e xintoistas orientais e os cabalistas árabes(Ordem Súfi dos Zuhrawardi) e hebreus não desconheciam esta Magna Ciência. O grande Mestre Paracelso sistematizou e classificou os elementais de uma forma extremamente didática e sintética, de acordo com a sagrada Lei Cósmica do Sete(Heptaparaparshinokh). a Magia Elemental, ou ELEMENTOTERAPIA, é a antiqüíssima ciência que versa acerca dos Elementais e a manipulação de seus poderes ocultos e mágicos. Os antigos índios americanos, os alquimistas medievais, os taoistas e xintoistas orientais e os cabalistas árabes(Ordem Súfi dos Zuhrawardi) e hebreus não desconheciam esta Magna Ciência. O grande Mestre Paracelso sistematizou e classificou os elementais de uma forma extremamente didática e sintética, de acordo com a sagrada Lei Cósmica do Sete(Heptaparaparshinokh).<br />O sistema médico e mágico de Paracelso é baseado nas forças astrais que regem toda a natureza, representadas pelos sete planetas sagrados: LUA, MERCÚRIO, VÊNUS, SOL, MARTE, JÚPITER e SATURNO. Tais vibrações setenárias refletem-se em nosso Sistema Solar de diversas maneiras(cores do arco-íris, dias da semana, sub-níveis das camadas eletrônicas, notas musicais, sentidos paranormais, anatomia oculta do homem etc...). Vê-se isto na fisiologia e anatomia dos seres vegetais e animais e também nas configurações química e cromática, no reino mineral.<br />De acordo com as classificacões de Paracelso, pode-se distribuir os diversos seres elementais de acordo com os 12 signos zodiacais e também de acordo com os planetas astrológicos. Existem também outras classificações, como as da árvore sefirótica e suas múltiplas dimensões ou planos.<br />Neste capítulo, entregaremos uma Tabela dos minerais, metais, vegetais e animais, ligados a um dos sete Raios Planetários. Isso é útil quando o mago-praticante necessita produzir resultados específicos, como no aspecto curativo, mental, sexual, mágico, da defesa e limpeza psíquicas etc.<br />Raio Lunar<br />Características lunares: elementais aquáticos(ondinas e nereidas); pode-se trabalhar com viagens, artes manuais, respeitar a Ordem da natureza, romancistas, negócios de líquidos, enfermidades do estômago, cérebro e pulmões, maternidade e parto, educação de crianças com até 7 anos de idade, inconstâncias, agricultura, iniciação, preparação mágica de ambientes e pessoas para trabalhos espirituais. Seres lunares: plantas aquáticas em geral, eucalipto, oliveira(azeite, azeitonas), dama da noite, saia branca(Datura arborea-floripôndio), estramônio(Datura stramonium L.),feto macho e samambaias em geral, cânfora(Laurus Camphora L.), caqui, abacateiro, acelga, alface, agrião, aranto(Vaccinium myrtillus L.), guaco, aipo, berinjela,erva mate, aspargos, bálsamo, beldroega, bananeira, fuscia, urtiga do bom pastor, betônica, venturosa; (minerais) amônia, prata, platina; (animais) peixes em geral, siris, caranguejos, sapos e rãs, tartarugas, marsupiais em geral etc.; cores: branco, prateado e azul celeste.<br />Raio Mercuriano<br />Características mercurianas: são silfos do ar, possuem influência dupla, solar-mercuriana; magia mental, comunicação, amizade, jornalismo, divulgação, intelecto, cura mental, viagens, viagem astral, mente e personalidade de crianças entre 7 e 14 anos etc.<br />Seres mercurianos: (plantas) canela, avelã, guaraná, aniz estrela, tabaco, coca, aniz, cânhamo; (animais) esquilo, cavalo; (metais) mercúrio etc.; cores: amarelo e laranja. : (plantas) canela, avelã, guaraná, aniz estrela, tabaco, coca, aniz, cânhamo; (animais) esquilo, cavalo; (metais) mercúrio etc.; cores: amarelo e laranja.<br />Raio Venusiano<br />Características venusianas: são silfos do ar, são duplamente influenciados, por Vênus-Lua; magia do amor e magia sexual; raio rosa, amor, artes, romances e namoro, ímpeto sexual e fertilidade, artes plásticas, perfumes, poesia, artes dramáticas, sexualidade feminina, adolescência(entre 14 e 21 anos), matrimônio, música etc. Seres venusianos: (plantas) rosa, passiflora, verbena, margarida, maria-sem-vergonha, cravo, violeta, uva, trigo, groselha, morango, amora, goiaba, murta; (animais) abelhas, pombos, coelhos, cisnes; (minerais) cobre, quartzo rosa etc.; cores: azul e rosa.<br />Raio Solar<br />Características solares: silfos do ar; raios azul e dourado, teologia, rituais, antigas sabedorias, magia das estrelas, contato com altos dignatários e hierarquias, posição social, dignidade, fé e humildade, saúde em geral etc. Seres solares: (plantas) girassol, abacaxi, ameixeira, damiana, mangueira, marcela, alface, olíbano(incenso), mulungu(Erictrina mulungu L.), mostarda, milho, benjoim, pfaffia paniculata, louro, camomila, estoraque, dente de leão, lírio, grama, maracujá; (animais) leão, galo, beija-flor, pavão real, águias e falcões; (minerais) ouro, cristal, diamante, pirita etc.; cores: azul e dourado.<br />Raio Marciano<br />Características marcianas: salamandras ígneas; raios púrpura e vermelho, assuntos com a polícia e militares, discussões, desentendimentos e pelejas, cirurgia(sangue), força, limpeza astral, anemia, paz, ímpeto e início de empreitadas etc. Seres marciais: (plantas) espada-de-São-Jorge, manjericão, alecrim, arruda, pimenteiras, acácia, assafétida, artemísia, aroeira, alho, boldo, carqueja, cáscara sagrada, carvalho, mogno, figueira, absinto(losna), nogueira, salsaparrilha, olmo, sarça, zimbro(Juniperus communis L.), tanchagem, tomateiro, cardo-santo, Jacarandá Mimoso(Gualandai), cana de açúcar, cana de bambu, limoeiro, urtiga, mamona, cavalinha, pau- d’alho, paineira; (animais) lobo, carneiro, gato; (metais) ferro e ímã-ferroso, hematita etc.<br />Raio Jupiteriano<br />Características jupiterianas: silfos do ar, também com características saturnianas; raios safira, púrpura e azul marinho; assuntos ligados a dinheiro, lucratividades, contatos com altos dignatários e juízes, vitória em tribunais, eloqüência, autoridades eclesiásticas etc.; Seres jupiterianos: (plantas) todas os vegetais semelhantes a coroa, tais como a pita(Agave americana marginata), babosa(Aloes vera L.), aloés(Aloes socotrina L.), heliotropo(Viburnum prunifolium L.); (minerais) estanho, safira etc.<br />Raio Saturniano<br />Características saturnianas: gnomos da terra; cores branca, preta e cinza; assuntos ligados a questões de terra, ecologia, agronomia, doenças de pele, minas, terremotos, depressões, desejos de suicídio, karmas a serem resgatados, trabalho e desemprego etc.; Seres saturnianos: (plantas) melissa, hortelã-menta, pinheiros, cipreste, quaresmeira, salgueiro-chorão (Salix alba L.), bardana, inhame, cenouras, batatas e outros tubérculos, ipê, laranjeira, romãzeira, jabuticabeira; (animais) urubus, abutres, tatus e toupeiras, hienas, aranhas, minhocas, borboletas e mariposas; (minerais) ônix, chumbo, urânio e outros radiativos, ágata, magnetita, rochas vulcânicas etc.<br />Ens Espirituale<br />O Mestre Paracelso intitula de Ens Espirituale(Entidade Espiritual) a todos os seres que vivem e são a causa de manifestação dos elementos da natureza, ou seja, os Elementais. Para este grande Mestre Curador, existem muitas formas de manipulação desses Tattwas, tanto para o bem quanto para o prejuízo humano. Elementais de certas plantas, p.ex., para chamar chuvas tão fortes que podem causar inundações, outros podem incendiar casas inteiras; outros, causar loucura coletiva. O mestre Zanoni, certa vez afirmou a um de seus discípulos que nos tempos da Caldéia(já que ele era um mago do Raio caldeu) se manipulavam secretamente os poderes ocultos de certas plantas, muitas delas minúsculas, capazes de atrair pestes e outras desgraças para as populações de cidades inteiras, como ele mesmo já presenciara num passado remoto. E o mestre Samael Aun Weor comenta casos fantásticos gerados pelos índios sulamericanos, que batizam os elementais com o nome de Animus. Qual é o princípio dessa manipulação? Inicialmente, é necessário se conhecer o Raio ao qual a planta pertence, se seu elemental é uma salamandra, um silfo etc. A partir disso, podem-se criar diversas experiências com tais seres, até se adquirir completo domínio sobre si mesmo e sobre eles.<br />Dois exemplos impressionantes da manipulação dos Animus são os dos profetas Moisés e Maomé(fundador do Islamismo). Moisés, por meio de seu imenso poder da Vontade Consciente, fez aparecerem as pragas no Egito, como a dos gafanhotos, a vermelhidão do rio Nilo e o aparecimento de chagas no corpo de toda a população egípcia, entre outros fenômenos mágicos. Já o profeta Maomé conseguia vencer batalhas, onde seus exércitos estavam em absoluta desvantagem: Conta-se que numa delas, o profeta segurou um punhado de terra e o jogou para o alto e dos céus desceram chuvas de fogo que destruíram totalmente os soldados inimigos.<br />Plantas Zodiacais<br />O poder e a influência do Cosmos também influenciam a configuração astral dos seres na Terra. Existem, p.ex., no reino vegetal, plantas e árvores arianas, outras taurinas, outras tantas são influenciadas por Escorpião, e assim por diante.<br />Essa influência se nota na morfologia dos vegetais e, acredite se quiser, nas partes do corpo correspondentes à influência zodiacal.<br />Por receber a influência astral de Áries, a nogueira possui características particulares. Se prestarmos atenção, as nozes lembram a forma de um cérebro; por isso se aceita, tradicionalmente, que nozes moídas e misturadas com mel são ótimas para a regeneração dos neurônios. particulares. Se prestarmos atenção, as nozes lembram a forma de um cérebro; por isso se aceita, tradicionalmente, que nozes moídas e misturadas com mel são ótimas para a regeneração dos neurônios.<br />A berinjela, influenciada pela Lua, por lembrar uma parte de nosso estômago, se bem preparada como alimento(especialmente no forno), auxilia comprovadamente nas afecções e úlceras gástricas.<br />O chá de “barba de milho” é fortalecedor das funções renais. Por que? Pela semelhança dos filamentos do interior dos rins, que nos lembram a barba de milho.<br />O pepino nos lembra um órgão sexual masculino. Recentemente, cientistas chineses descobriram uma proteína que inibe naturalmente a gravidez e o excesso de ímpeto sexual.<br />Esse Princípio das Similitudes, apregoado por Paracelso, está sendo levado em grande consideração pela ciência contemporânea. Do ponto de vista esotérico, sabe-se que as formas, cores, características e propriedades dos objetos, vegetais, órgãos e vísceras etc., são criados pelos Anjos das Formas. São eles, os Construtores da Natureza, que utilizam determinadas energias e forças astrais, mentais etc., para arquitetarem todos os corpos materiais, dos mais simples aos mais complexos e grandiosos. Tudo isso, baseados num Plano Divino maravilhoso.<br />Por haver infinitas manifestações, infinitas formas animais, vegetais e minerais, teríamos que ser verdadeiros Deuses encarnados, com uma memória no mínimo fantástica. O mais recomendado para nos aprofundarmos nesses estudos de Elementoterapia é buscarmos a Síntese do Conhecimento Espiritual. Os ensinamentos gnósticos são a essência, o ponto supremo de toda a Ciência, Arte, Filosofia e Mística de todos os tempos. Sobre essa base sólida, perene e eterna, podemos compilar objetivamente um maravilhoso índice de biologia elementoterápica.<br />RELATOS INTERESSANTES<br />Helena Blavatsky (por H.S.Olcott. Experiências com um Gnomo)<br />“Um dia, achando que os guardanapos brilhavam em sua casa sobretudo pela ausência, comprei alguns e levei-os num embrulho até sua casa. Nós os cortamos, e ela(Helena) já queria pô-los em uso sem debruá-los, mas, diante de meus protestos, pegou alegremente uma agulha. Mal havia começado, bateu irritadamente com o pé sob a mesinha de costura, dizendo:”Saia daí, seu palerma!” O que está havendo?, perguntei. “Oh , nada, é apenas um bichinho elemental que está me puxando pelo vestido, a fim de que eu lhe dê algo para fazer.” Mas que sorte, eu lhe disse, então estamos bem arranjados; peça -lhe que faça a bainha dos guardanapos. Para quê se amolar, se você não tem mesmo jeito para isso? Ela riu e me censurou, para me punir por minha desonestidade, mas ela não quis lhe dar esse prazer ao pobre e pequenino escravo sob a mesa, que só queria mostrar sua boa vontade. Mas acabei convencendo-a. Ela me disse para recolher os guardanapos, as agulhas e a linha a um armário envidraçado que tinha cortinas verdes e se achava do outro lado do quarto.<br />Voltei-me a sentar perto dela, e a conversa retomou o tema único e inesgotável que enchia os nossos pensamentos -a ciência oculta. Quinze ou vinte minutos depois, ouvi um ruído parecido com gritinhos de camundongos debaixo da mesa, e HPB me disse que ‘essa coisinha horrorosa’ terminara o seu serviço. Abri a porta do armário e encontrei a dúzia de guardanapos debruada, e tão mal, que uma simples aprendiz de costureira não teria feito pior. Mas as bainhas estavam realmente feitas, e isso se passara no interior de um armário fechado a chave, do qual HPB não se aproximara um só instante. Eram quatro horas da tarde, e o dia ainda estava claro. Estávamos sozinhos no quarto, e ninguém entrou ali enquanto tudo aquilo se passava.” -me a sentar perto dela, e a conversa retomou o tema único e inesgotável que enchia os nossos pensamentos -a ciência oculta. Quinze ou vinte minutos depois, ouvi um ruído parecido com gritinhos de camundongos debaixo da mesa, e HPB me disse que ‘essa coisinha horrorosa’ terminara o seu serviço. Abri a porta do armário e encontrei a dúzia de guardanapos debruada, e tão mal, que uma simples aprendiz de costureira não teria feito pior. Mas as bainhas estavam realmente feitas, e isso se passara no interior de um armário fechado a chave, do qual HPB não se aproximara um só instante. Eram quatro horas da tarde, e o dia ainda estava claro. Estávamos sozinhos no quarto, e ninguém entrou ali enquanto tudo aquilo se passava.”<br />Carlos Castaneda(O Elemental do Peiote)<br />“Ao pé de um dos rochedos, vi um homem sentado no chão, o rosto virado quase de perfil. Aproximei-me dele até estar a uns três metros de distância; ele virou a cabeça e olhou para mim. Parei... seus olhos eram a água que eu acabava de ver! Tinham o mesmo volume enorme, o brilho de ouro e negro. A cabeça dele era pontuda como um morango; sua pele era verde, cheia de muitas verrugas. A não ser a forma pontuda, a cabeça dele era exatamente igual à superfície da planta de peiote. Fiquei defronte dele, olhando; não conseguia afastar os olhos dele. Senti que ele estava propositadamente empurrando meu peito com o peso de seus olhos. Eu estava sufocando. Perdi o equilíbrio e caí no chão. Desviou o olhar. Ouvi que falava comigo. A princípio, a voz dele era como o farfalhar de uma brisa suave. Depois a ouvi como uma música suave- uma melodia de vozes-e ‘sabia’que estava dizendo:’O que quer?’<br />Ajoelhei-me diante dele e falei sobre a minha vida e depois chorei. Tornou a olhar para mim. Senti que seus olhos me puxavam e pensei que aquele momento seria o momento da minha morte. Fez-me sinal para me aproximar. Vacilei por um momento antes de me adiantar um passo. Quando me aproximei, desviou os olhos de mim e mostrou-me as costas da mão. A melodia dizia:’Olhe!’ Havia um furo redondo no meio da mão dele. ’Olhe’, tornou a dizer a melodia. Olhei através do buraco e vi minha própria imagem...<br />Mescalito voltou novamente seus olhos para mim. Estavam tão perto de mim que eu os ‘ouvi’ ribombar baixinho com aquele ruído especial que eu já ouvira tantas vezes naquela noite. Foram-se aquietando aos poucos, até se tornarem como uma lagoa tranqüila, arrepiada por brilhos dourados e negros.<br />Desviou o olhar de novo e saltou como um grilo por uns 50 metros. Pulou várias vezes e depois desapareceu.”<br />Samael Aun Weor-SAW(O Elemental do Gato -Desfazendo Mistérios)<br />“Vamos agora conversar um pouco sobre os ‘Nag uais’, assunto que pertence às velhas tradições do povo mexicano. Chegam-me à memória múltiplos e extraordinários casos que merecem ser estudados. Oaxaca sempre foi um povo de místicas lendas, as quais os esoteristas deveriam conhecer. Uma criança, quando nasce, naquela região, é devidamente relacionada com os famosos naguais. Seja de noite ou de dia, os familiares farão um círculo com cinzas ao redor da casa. Disseram-nos que de manhã eles observam as pegadas que os animais do lugar deixaram nas cinzas. Se os rastros correspondem, p.ex., a uma raposa<br />montanhesa, ela será o nagual da criança. Se forem de qualquer outro animal da redondeza, será este o nagual, o Elemental, do recém-nascido. será este o nagual, o Elemental, do recém-nascido.<br />Passemos agora para os naguais vegetais. Desde os antigos tempos enterra-se o umbigo do recém-nascido junto com o rebento de uma árvore qualquer. Obviamente, a árvore fica relacionada com a criança, crescendo ambas simultaneamente através do tempo. Saibam todos que o elemental da árvore pode ajudar à criatura com ele relacionada, em inúmeros aspectos da vida... Vejam vocês que em Oaxaca essas tradições milenares não se perderam. Muitos nativos estão devidamente protegidos pelos elementais, aos quais foram vinculados no nascimento.<br />Os Naguais são elementais ideais quando os amamos realmente. Um nagual extraordinário, sem sombra de dúvida, é o gato preto. Descreverei em seguida um experimento que fiz com esse animal:<br />Tínhamos em casa um pequeno gato preto. Propus-me a ganhar seu carinho e o consegui. Certa noite, resolvi fazer uma experiência metafísica transcendental. Deitado na cama, coloquei o inocente animal ao meu lado. Relaxei o corpo de maneira certa e concentrei-me profundamente no felino, rogando-lhe para que me tirasse do corpo físico. A concentração foi longa e profunda e durou, possivelmente, uma hora, quando adormeci por algum tempo. De repente, uma extraordinária surpresa! Aquela criatura aumentou de tamanho e transformou-se num gigante de enormes proporções, deitado à margem da cama. Toquei-o com a mão direita e pareceu-me de aço. Seu rosto era negro como a noite e seu corpo irradiava eletricidade. O corpo tinha a mesma cor negra, mas abandonara a forma animalesca, assumindo compleição humana, com excessão do rosto que, ainda gigantesco, continuava sendo de gato. Foi uma coisa incrível, pela qual eu não esperava. Fiquei muito espantado a ponto de o afugentar com a Conjuração dos Sete do sábio rei Salomão. Voltando ao meu estado normal notei, com surpresa, que aquela inocente criatura estava junto a mim outra vez em forma de gatinho.<br />No outro dia, andei muito preocupado pelas ruas da cidade. Achava que já tinha eliminado o medo de minha natureza e eis que o nagual me pregara um tremendo susto. Entretanto, eu não queria perder aquela batalha. Aguardei a noite seguinte para repetir o experimento. Coloquei novamente em minha cama o gatinho , à direita, como o fizera na noite anterior. Relaxei o corpo físico, não deixando nenhum músculo sob tensão. Depois, concentrei-me profundamente no felino, guardando no fundo do coração a intenção de não me assustar outra vez. Soldado em estado de alerta não morre em tempo de guerra e eu já estava obviamente informado sobre o que previamente aconteceria. Portanto, o temor tinha sido eliminado de meu Interior.<br />Transcorrido aproximadamente uma hora, em profunda concentração, repetiu-se exatamente o mesmo fenômeno da noite anterior. O elemental do gatinho saiu do corpo para adquirir a gigantesca e terrível figura humana.<br />Deitado em meu leito, olhei-o. Era verdadeiramente espantoso. Seu enorme corpo não cabia na cama. Suas pernas e pés sobravam em meu humilde leito. O que mais me assombrou foi que o elemental, ao abandonar seu corpo denso, pudesse materializar-se fisicamente, fazer-se visível e tangível aos meus sentidos, pois podia tocá-lo com minhas mãos físicas e seu corpo parecia de ferro. Podia vê-lo com meus olhos físicos. Sua face era espantosa. Dessa vez não tive medo. Propus-me a exercer completo controle sobre mim mesmo e o consegui. Falando com voz pausada e firme, exigi que o elemental me tirasse do<br />corpo físico, dizendo: Gatinho, levanta-te desta cama. Imediatamente aquele gigante pôs-se de pé. Continuei, então, ordenando: Tira-me do corpo físico e passa-me para o astral. Aquele extraordinário gigante respondeu-me com as seguintes palavras: Dá-me tuas mãos. Claro que levantei minhas mãos e o elemental aproveitou para pegá-las e me tirar do corpo físico. Aquele estranho ser era dotado de uma força incrível, mas irradiava amor e queria servir-me. Assim são os elementais... De pé, no astral, tendo junto ao leito o misterioso ser por companheiro, tomei novamente a palavra para ordenar-lhe: Leva-me agora ao centro da Cidade do México. -te desta cama. Imediatamente aquele gigante pôs-se de pé. Continuei, então, ordenando: Tira-me do corpo físico e passa-me para o astral. Aquele extraordinário gigante respondeu-me com as seguintes palavras: Dá-me tuas mãos. Claro que levantei minhas mãos e o elemental aproveitou para pegá-las e me tirar do corpo físico. Aquele estranho ser era dotado de uma força incrível, mas irradiava amor e queria servir-me. Assim são os elementais... De pé, no astral, tendo junto ao leito o misterioso ser por companheiro, tomei novamente a palavra para ordenar-lhe: Leva-me agora ao centro da Cidade do México.<br />Siga-me, foi a resposta daquele colosso, que saiu de casa caminhando lentamente. Eu<br />o acompanhei passo a passo. Andamos por diversos lugares da cidade, antes de chegarmos a San Juan de Letrán, quando por ali nos detivemos por um momento. Era meia noite e eu ansiava dar um final feliz àquela experiência. Vi um grupo de cavalheiros conversando numa esquina. Eles estavam no plano físico, portanto não me percebiam. Então, pensei em tornar-me visível diante deles. Dirigi-me ao gigante nagual e com voz suave, porém imperativa, dei-lhe nova ordem: passa-me agora ao mundo de três dimensões, o mundo físico. O nagual pôs suas mãos sobre meus ombros, exercendo sobre eles certa pressão. Senti que abandonava o astral e penetrava no físico. Fiquei visível diante daquele grupo de cavalheiros, no lugar em que se encontravam. Aproximando-me deles, perguntei: Senhores, que horas são? Passam trinta minutos da meia noite, respondeu um deles. Muito obrigado! Quero dizer-lhes que vim agora das regiões invisíveis e que resolvi me tornar visível diante de vocês. Palavras estranhas, não é verdade? Aqueles homens olharam-me surpresos. Em seguida, disse-lhes: Até logo, senhores; retorno de novo ao mundo invisível. Roguei ao elemental que me colocasse outra vez nas regiões suprassensíveis e imediatamente o elemental obedeceu.<br />Ainda pude ver o assombro daquelas pessoas que tomadas de pavor afastaram-se apressadamente do local onde se encontravam. Novas ordens dadas ao elemetnal foram suficientes para que ele me trouxesse de regresso à minha casa. Ao penetrarmos no quarto, vi<br />o misterioso ser perder seu descomunal tamanho e ingressar no pequeno corpo do felino que jazia no leito, precisamente pela glândula pineal, a qual situa-se na parte superior do cérebro. Fiz o mesmo. Pus meus pés astrais sobre a glândula citada e imediatamente senti-me no interior do corpo físico, que já despertava na cama. Olhei o gatinho, fiz-lhe algumas carícias e agradeci, dizendo-lhe: Obrigado pelo serviço prestado. Tu e eu somos amigos.<br />A partir daquele momento, constatei como esses felinos podem tornar-se veículos ideais para todos os aspirantes à vida superior. Com esse tipo de nagual, qualquer ocultista pode aprender a sair em astral, consciente e positivamente. Importa não ter medo, ser valoroso. Salientamos que para experimentos dessa natureza são requeridos gatos pretos. Muitos ignorantes ilustrados podem achar graça dessas declarações esotéricas, porém isso pouco importa. Estamos falando para pessoas espiritualmente inquietas, que anseiam o despertar da Consciência.”<br />SAW(Elementais das Aves-O Mistério do Áureo Florescer)<br />“Repassando velha s cenas de minha longa existência, com a tenacidade de um clérigo na cela, surge Eliphas Levi. Numa noite qualquer, fora da forma densa, invoquei a alma<br />daquele que em vida se chamava Abade Alphonse Louis Constance (Eliphas Levi). Encontrei-o sentado ante um antigo escritório, no salão augusto de um velho palácio. Levantou-se de sua poltrona, com muita cortesia, a fim de atender às minhas saudações. Encontrei-o sentado ante um antigo escritório, no salão augusto de um velho palácio. Levantou-se de sua poltrona, com muita cortesia, a fim de atender às minhas saudações.<br />Venho pedir-vos um grande serviço- disse. Quero que me deis uma chave para sair instantaneamente em corpo astral, cada vez que seja necessário.<br />Com prazer, respondeu o abade. Porém, antes, quero que amanhã mesmo traga-me a seguinte lição: -O que é que existe de mais monstruoso sobre a terra?<br />Dai-me a fórmula agora mesmo, por favor.<br />Não. Traga-me primeiro a lição. Depois, com muita satisfação, dar-lhe-ei a chave.<br />O problema que o abade me havia proposto transformou-se num verdadeiro quebra-cabeça, pois são tantas as coisas monstruosas que existem no mundo que, francamente, não encontrava a solução.<br />Andei por todas as ruas da cidade observando, tentando descobrir o que poderia ser mais monstruoso. Porém, quando acreditava tê-lo encontrado, surgia algo pior. De repente, surgia algo pior. De repente, um raio de luz iluminou o meu entendimento e disse a mim mesmo: agora já posso compreender. a coisa mais monstruosa tem de estar de acordo com a Lei das analogias dos contrários., isto é: a antípoda do mais grandioso. então, qual é a coisa mais grandiosa que existe sobre a dolorosa face deste aflito mundo? Veio então a mim, translúcida, a montanha das caveiras, o Gólgota das Amarguras e o grande Kabir Jesus, agonizando numa cruz, por Amor a toda a humanidade doente. Exclamei então: O Amor é o mais grandioso que existe sobre a terra. Eureka! Descobri o segredo: o Ódio é a antítese do mais grandioso. Estava patente a solução do complexo problema e eu devia por-me novamente em contato com Eliphas Levi. Projetar novamente o Eidolon (corpo astral) foi para mim uma questão de rotina, pois nasci com essa preciosa faculdade.<br />Se buscava uma chave especial, fazia-o não tanto por minha insignificante pessoa que nada vale, mas por muitas outras pessoas que anseiam pelo desdobramento consciente e positivo.<br />Viajando com o eidolon ou duplo mágico, muito longe do corpo físico, andei por diversos países europeus, buscando o abade, porém não o encontrava em lugar algum. Repentinamente senti uma chamada telepática e penetrei numa luxuosa mansão. Ali estava o abade. Entretanto, que surpresa! Que maravilha! Eliphas Levi transformado em criança e no interior de seu berço. Um caso verdadeiramente insólito, não é verdade? Com profunda veneração e muito respeito, aproximei-me do bebê, dizendo:<br />-Mestre, trago a lição. O que existe de mais monstruoso sobre a terra é o Ódio. Quero agora que cumpras o que me prometeste. Dê-me a chave.<br />Contudo, para meu assombro, aquele menininho calava-se, enquanto eu me desesperava, sem compreender que o silêncio é a eloqüência da Sabedoria.<br />De vez em quando tomava-o em meus braços, desesperado, e suplicava-lhe, porém tudo em vão. Aquela criatura parecia uma esfinge do silêncio. Quanto tempo isto durou não sei, porque na eternidade inexiste o tempo. O passado e o futuro irmanam-se dentro de um eterno agora. Finalmente, sentindo-me defraudado, deixei aquela criancinha em seu berço e saí muito triste daquela antiga e nobre casa.<br />Passaram-se dias, meses, anos, e eu continuava sentindo-me defraudado. Achava que<br />o abade não havia cumprido sua palavra empenhada com tanta solenidade. Um dia, veio a mim a luz. Recordei aquela frase do Kabir Jesus: ‘Deixai vir a mim as Criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus’. i aquela frase do Kabir Jesus: ‘Deixai vir a mim as Criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus’.<br />Disse a mim mesmo: agora, sim, entendi. É urgente, é indispensável, reconquistar a infância na mente e no coração. ‘Enquanto não formos como criancinhas não poderemos entrar no reino dos céus’. Esse retorno, esse regresso ao ponto de partida original, não será possível sem antes morrermos em nós mesmos. A Essência, a Consciência, lamentavelmente está engarrafada dentro de todos esses agregados psíquicos, que em seu conjunto tenebroso constituem o Ego. Só aniquilando tais agregados sinistros e sombrios, pode a Essência despertar no estado de inocência primordial.<br />Quando todos os elementos subconscientes forem reduzidos a poeira cósmica, a essência será libertada e reconquistaremos a infância perdida.<br />Disse Novalis: ‘A consciência é a própria essência do homem em completa transformação; o Ser primitivo celeste’.<br />Evidentemente, quando a Consciência desperta, o problema do desdobramento voluntário deixa de existir.<br />Após ter compreendido a fundo esses processos da psiquê humana, o abade fez-me a entrega, nos mundos superiores, da segunda parte da Chave Régia. Compunha-se esta de uma série de sons mântricos, com os quais uma pessoa pode realizar conscientemente a projeção do Eidolon.<br />Para o bem de nossos estudantes gnósticos convém que estabeleçamos de forma didática, a sucessão inteligente destes mágicos sons:<br />a) Um silvo(assobio) longo e delicado, semelhante ao de uma ave;<br />b) Entoação da vogal E, assim: Eeeeeeeeee..., alongando o som com a nota RÉ, da escala musical;<br />c) Entoar a consoante R, assim: Rrrrrrrrrrrr..., fazendo-a ressoar com o SI da escala musical, imitando a voz aguda de uma criança. Algo assim como o som agudo de um pequeno moinho ou motor, demasiado fino e sutil.<br />d) Fazer ressoar o S de forma muito delicada, como um doce e silencioso silvo, assim: Sssssssssss...<br />Esclarecimento: O item A consiste num silvo real e efetivo. O item D é apenas semelhante a um silvo.<br />ASANA(ou postura) -O estudante gnóstico deve se deitar na posição do homem morto, isto é: em decúbito dorsal( de boca para cima). As pontas dos pés devem estar abertas em forma de leque e os calcanhares tocando-se. Os braços devem estar estendidos ao longo do corpo. Todo o veículo físico deve estar bem relaxado.<br />Mergulhado em profunda meditação, o devoto deverá cantar muitas vezes os sons mágicos.<br />Elementais -Estes mantras encontram-se intimamente relacionados com o Reino Elemental das Aves. É ostensível que elas assistem ao devoto, ajudando-lhe eficazmente no trabalho do desdobramento. Cada ave é o corpo físico de um elemental e estes sempre ajudam ao neófito, sob a condição de uma conduta reta.<br />Se o aspirante espera ser ajudado pelo Reino Elemental das Aves, deve aprender a amá-las. Aqueles que cometem o crime de encerrar as criaturas do céu em abomináveis jaulas, jamais receberão essa ajuda.<br />Alimentai as aves do céu, transformai-vos em libertadores dessas criaturas. Abri as portas de suas prisões e sereis assistidos por elas. -vos em libertadores dessas criaturas. Abri as portas de suas prisões e sereis assistidos por elas.<br />Quando eu experimentei pela primeira vez a Chave Régia, depois de entoar os mantras, senti-me vaporoso e leve como se algo tivesse penetrado dentro do Eidolon. É claro que não aguardei que me levantassem da cama, pois eu mesmo abandonei o leito voluntariamente. Caminhei com desembaraço e saí de casa. Os inocentes elementais das aves amigas metidos dentro do meu corpo astral ajudaram-me no desdobramento...”<br />Edward Bulwer Lytton(O Guardião do Umbral -Zanoni)<br />“Glyndon colocou a sua lâmpada ao lado do Livro, que ainda estava ali aberto; virou umas folhas e outras, porém sem poder decifrar o seu significado, até que chegou ao trecho seguinte:<br />‘Quando pois o discípulo está desta maneira iniciado e preparado, deve abrir a janela, acender as lâmpadas e umedecer as suas fontes com o Elixir. Mas que tenha cuidado de não se atrever a tomar muita coisa do volátil e fogoso espírito. Prová-lo, antes que, por meio de repetidas inalações, o corpo se haja acostumado gradualmente ao extático líquido, é buscar, não a vida, mas sim a morte.’<br />Glyndon não pôde penetrar mais adiante nas instruções; pois aqui as cifras novamente estavam mudadas. O jovem pôs-se a olhar fixa e seriamente em redor de si, dentro do quarto. Os raios da Lua entraram quietamente através das cortinas, quando sua mão abriu a janela, e assim que a sua misteriosa luz se fixou nas paredes e no solo da habitação, parecia como se tivesse entrado nela um poderoso e melancólico espírito. O jovem preparou as 9 lâmpadas místicas em torno do centro do quarto, e acendeu-as, uma por uma. De cada uma delas brotou uma chama de azul prateado, espalhando no aposento um resplendor tranqüilo, porém ao mesmo tempo deslumbrante. Essa luz foi-se tornando pouco a pouco mais suave e pálida, enquanto uma espécie de fina nuvem parda, semelhante a uma névoa, se esparzia gradualmente pelo quarto; e subitamente um frio agudo e penetrante invadiu o coração do inglês, e estendeu-se por todo o seu corpo, como o frio da morte.<br />O jovem, conhecendo instintivamente o perigo que corria, quis andar, porém achou grande dificuldade nisso, porque suas pernas se haviam tornado rígidas, como se fossem de pedra; contudo, pôde chegar à prateleira onde estavam os vasos de cristal; apressadamente inalou um pouco do maravilhoso espírito, e lavou as suas fontes com o cintilante líquido. Então, a mesma sensação de vigor, juventude, alegria e leveza aérea, que havia sentido pela manhã, substituiu instantaneamente o entorpecimento mortal que um momento antes lhe invadira o organismo, pondo em perigo a sua vida. Glyndon cruzou os braços e, impávido, esperou o que sucederia.<br />O vapor havia agora assumido quase a identidade e a aparente consistência duma nuvem de neve, por entre a qual as lâmpadas luziam como estrelas. O inglês via distintamente algumas sombras que, assemelhando-se, em seu exterior, às formas humanas, moviam-se devagar e com regulares evoluções através da nuvem. Estas sombras eram corpos transparentes, evidentemente sem sangue, e contraiam e dilatavam-se como as dobras duma serpente. Enquanto se moviam vagarosamente, o jovem ouvia um som debil e baixo, como se fosse o espectro duma voz - que cada uma daquelas formas apanhava de outras e a outras transmitia, como num eco; um som baixo, porém musical, e que se assemelhava ao canto<br />duma inexprimível e tranqüila alegria. Nenhuma dessas aparições reparava nele. O veemente desejo que ele sentia, de aproximar-se delas, de ser um de seu número, de executar um daqueles movimentos de aérea felicidade - pois assim lhe parecia que havia de ser a sensação que os acompanhava -fez com que estendesse os seus braços, esforçando-se por chamar com uma exclamação, a atenção desses seres; porém somente um murmúrio inarticulado saiu dos seus lábios; e o movimento e a música seguiam, como se não houvesse ali nenhum ser mortal. primível e tranqüila alegria. Nenhuma dessas aparições reparava nele. O veemente desejo que ele sentia, de aproximar-se delas, de ser um de seu número, de executar um daqueles movimentos de aérea felicidade - pois assim lhe parecia que havia de ser a sensação que os acompanhava -fez com que estendesse os seus braços, esforçando-se por chamar com uma exclamação, a atenção desses seres; porém somente um murmúrio inarticulado saiu dos seus lábios; e o movimento e a música seguiam, como se não houvesse ali nenhum ser mortal.<br />Aqueles seres etéreos, semelhantes a sombras, deslizavam tranqüilamente pelo quarto, girando e voando, até que, na mesma majestosa ordem, um atrás do outro, saiam pela janela e se perdiam na luz da lua; depois, enquanto os olhos de Glyndon os seguiam, a janela se obscureceu com algum objeto, ao princípio indistingüível, porém que, por um mistério, foi suficiente para mudar, por si só, em inefável horror o prazer que o jovem experimentara até então. Esse objeto foi tomando forma. Aos olhos do inglês parecia ser uma cabeça humana, coberta com um véu preto, através do qual luziam, com brilho demoníaco, dois olhos que gelavam o sangue em suas veias. Nada mais se distinguia no rosto da aparição, senão aqueles olhos insuportáveis; porém o terror que o jovem sentia, e que ao princípio parecia irresistível, aumentou mil vezes ainda, quando, depois duma pausa, o fantasma entrou, devagar, no interior do quarto. A nuvem se retirava da aparição, à medida que esta se aproximava; as claras lâmpadas empalideciam e tremeluziam inquietamente, como tocadas pelo sopro do fantasma. O corpo deste ocultava-se debaixo dum véu, como o rosto; mas por sua forma adivinhava-se que era uma mulher; não se movia como o fazem as aparições que imitam os vivos, mas parecia antes arrastar-se como um enorme réptil; e, parando um pouco, curvou-se por fim ao lado da mesa, sobre a qual estava o místico volume, e fixou novamente os seus olhos, através do tênue véu, sobre o temerário invocador. O pincel mais fantástico e mais grotesco dos monges-pintores medievais, ao retratar o demônio infernal, não teria sido capaz de dar-lhe o aspecto de malignidade tão horrível, como se via nesses olhos aterrorizantes. O corpo do fantasma era tão preto, impenetrável e indistingüível, que lembrava uma monstruosa larva. Porém, aquele olhar ardente, tão intenso, tão lívido, e não obstante tão vivo, tinha em si algo que era quase humano em sua máxima expressão de ódio e escárnio... Por fim, este falou, com uma voz que antes falava à alma do que ao ouvido:<br />-Entraste na região imensurável. Eu sou o Espectro do Umbral. Que queres de mim? Não respondes? Temes-me? Não sou eu a tua amada? Acaso, não tens sacrificado por mim os prazeres da tua raça? Queres ser sábio? Eu possuo a sabedoria dos séculos inumeráveis. Vem, beija-me, oh meu querido, querido mortal! ...<br />E enquanto o horroroso fantasma dizia estas palavras, arrastava-se mais e mais para perto de Glyndon, até que veio a pôr-se a seu lado, e o jovem sentiu em sua face o alento do espectro. Soltando um agudo grito, caiu desmaiado ao chão, e nada mais se soube o que ali se passou...”<br />Francisco Valdomiro Lorenz (Briga Entre Gnomos-O Filho de Zanoni)<br />“Andava Deodato, num dia outonal, num bosque, procurando para Mejnour certas ervas de que este necessitava para a preparação de medicamentos, quando, de súbito, um estranho espetáculo se ofereceu à sua vista. Um pequeno vulto, semelhante a uma criança, porém barbudo, cuja altura não atingia vinte polegadas, estava rodeado de seis outros seres<br />semelhantes, porém de aspecto carrancudo, os quais sopravam fortemente contra ele, ameaçando-o com os punhos. Eram, como Deodato logo compreendeu, espíritos da natureza, pertencentes a duas tribos diferentes dos Pigmeus. o agredido defendia-se, soltando gritos e fazendo vários gestos. Era evidente que não se tratava de uma brincadeira, mas de uma verdadeira luta em que esses seres etéreos empregavam como armas as forças das vibrações. Observando que o pigmeu atacado estava prestes a cair, exausto, nas mãos de seus agressores, decidiu-se a socorrê-lo. Concentrou os pensamentos na fonte de Todo o Bem, evocou a Força da Eterna Justiça e estendeu ambas as mãos contra os espíritos agressores, dizendo com voz enérgica: rém de aspecto carrancudo, os quais sopravam fortemente contra ele, ameaçando-o com os punhos. Eram, como Deodato logo compreendeu, espíritos da natureza, pertencentes a duas tribos diferentes dos Pigmeus. o agredido defendia-se, soltando gritos e fazendo vários gestos. Era evidente que não se tratava de uma brincadeira, mas de uma verdadeira luta em que esses seres etéreos empregavam como armas as forças das vibrações. Observando que o pigmeu atacado estava prestes a cair, exausto, nas mãos de seus agressores, decidiu-se a socorrê-lo. Concentrou os pensamentos na fonte de Todo o Bem, evocou a Força da Eterna Justiça e estendeu ambas as mãos contra os espíritos agressores, dizendo com voz enérgica:<br />-Cessai de combater e ide-vos em paz!<br />O efeito dessas palavras e do gesto que as acompanhava foi admirável. Os pigmeus agressores estremeceram, encolheram os corpos e olharam de soslaio o homem que lhes dava essa ordem.<br />o jovem repetiu as palavras e o gesto, dinamizando-os mais ainda, e num instante os agressores puseram-se a fugir, aterrados. O gnomo que se viu livre de seus inimigos aproximou-se lentamente de Deodato e, abraçando-he os joelhos, pronunciou algumas palavras de agradecimento que o moço não compreendeu, ma cujo sentido adivinhou.<br />-What’s your name, my little friend?(Qual é seu nome, meu amiguinhho?) perguntou Deodato, em inglês, ao pigmeu. E, como este não respondesse, repetiu a mesma frase em francês:<br />-comment vous appellez-vous, mon petit ami?<br />Mas o pigmeu não entendia, nem o inglês, nem o francês. Então, Deodato formulou a pergunta em italiano:<br />-Come vi chiamate, mio píccolo amico?<br />Desta vez recebeu a resposta, também em italiano:<br />-Mi chiamo Silvano, buon huomo!(Chamo-me Silvano, bom homem!) -E o gnomo, sorrindo, subiu no ombro do jovem, acariciando-o e repetindo várias vezes:<br />-Siete buono, siamo amici.(Sois bom, somos amigos).<br />Neste instante, avistando umas ervas que buscava, Deodato apeou o pigmeu, dizendo-lhe:<br />-Deixai-me colher essas ervinhas.<br />-Precisais delas? -tornou este -Esperai um momento.<br />E ausentou-se, correndo. Dentro de poucos minutos, porém, regressava, acompanhado de seis companheiros, e cada um trazia um ramalhete daqueles vegetais, que os pigmeus ofereceram a Deodato, sorrindo e dizendo:<br />-Tomai, bom homem!<br />O moço agradeceu; os pigmeus rodearam-no e, de mãos dadas, puseram-se a cantar e dançar em torno dele. Depois de uns dez minutos, despediram-se, clamando:<br />-A rivederci! (Até outra vista!) -E retiraram-se rapidamente.<br />Desde então, Deodato encontrava-se freqüentemente com o pequeno Silvano, quando<br />percorria o bosque. Bastava-lhe pronunciar por três vezes o nome do pigmeu, em direção ao Norte, acompanhado de certos gestos que este lhe indicara como seu ‘sinal’ e Silvano não demorava em aparecer, sempre muito satisfeito por poder acariciar o homem que o salvara de um grande perigo, pois, como explicou a Deodato, os seus inimigos o haveriam matado,<br />se o moço não o tivesse socorrido com sua benévola intervenção; é que os Espíritos dos<br />Elementos não são imortais, embora alguns deles vivam durante séculos.<br />-Por que vos perseguiam aqueles malvados? - perguntou Deodato a Silvano.<br />-Porque não quis ceder-lhes a minha morada que cobiçaram possuir, quando se aborreceram do lugar onde habitavam.<br />-Ah! - pensou o jovem -Até esses pequenos seres que, em todo e qualquer pedacinho de terra podem achar espaço suficiente para nele fixar a sua residência, deixam-se seduzir e inquietar pelo triste vício da cobiça! E para desalojar um dos seus iguais, não trepidam em lutar, matar ou expôr a sua vida!”<br />Dora van Gelder(Um Deva dos Ciclones-O Mundo Real das Fadas)<br />Quando eu estava em Miami, na Flórida, dois ciclones rugiram sucessivamente por aquele Estado, durante os anos 20. Naquele momento, pedi ao anjo do mar que descrevesse o acontecimento. Ele o fez, comunicando-me um grande número de quadros mentais combinados com sensações. Há uma única dificuldade na comunicação com um anjo. O que ele considera uma idéia é para nós vinte, e assim levamos muito tempo para assimilar o que ele quer exprimir. Logo ficamos confusos, porque estamos atrasados em relação a ele ao aprender suas idéias. O espetáculo começava com a Baía de Biscaia (sua região), linda sob um céu ensolarado, em paz tropical. O anjo e suas fadas se desincubiam de suas tarefas comuns diárias, serena e alegremente. Isso foi um ou dois dias antes da chegada do ciclone.<br />Devo explicar que existe uma hierarquia de anjos ou devas em geral e, neste caso, de anjos do mar. Os vizinhos próximos do anjo da Baía são seus iguais e colegas. Mas, acima de todos estes, e supervisionando uma vasta extensão do mar, há um Ser maior. Como já descrevi anteriormente, em cada território governado por anjos -como aquele que habita a Baía- há um Vórtice que é a sede principal da consciência do anjo. Este centro fica num local particular e pode ser considerado como o coração dessa área. Há Vórtices semelhantes no ar, não tão numerosos, que servem aos anjos do ar de igual maneira. É a descarga de energia entre um vórtice do ar e um vórtice do mar que resulta em várias espécies de tempestades. Portanto, há uma constante troca de energias entre os anjos do mar, os do ar e assim por diante. Na verdade, todo o equilíbrio das energias da natureza está na manutenção desse exército. Seus corpos são a sede e indicam o fluir e a descarga da energia. Um certo número de anjos exaltados- provavelmente pequeno- dirige o curso da natureza dessa maneira, por todo o mundo, mantendo a força da natureza em equilíbrio. Nosso amigo, o anjo da Baía de Biscaia, é assim uma unidade nessa vasta rede de seres superiores e inferiores... Por vezes, parece haver excessiva energia concentrada, digamos na zona tropical, e torna-se necessário libertá-la. Disso resulta um ciclone ou qualquer outra irrupção de energias na natureza. Entretanto, isso não ocorre cega ou ocasionalmente, mas segundo uma esplêndida ordem que descreverei a seguir, voltando ao caso particular do vento que assolou Miami.<br />Os grandes anjos que mantêm as energias da natureza em equilíbrio decidiram que deveria haver uma descarga de energia na região coberta pelo ciclone. Eles indicaram o ponto de partida e o território geral, e depois designaram um anjo para dirigir a tempestade, preparar seus detalhes e levá-la até o fim. O início foi determinado pelo fato de que num certo ponto havia algo fora de equilíbrio, que requeria imediata atenção. O próprio anjo do<br />ciclone, escolhido para a tarefa, tem cerca de vinte pés de altura (cerca de 6,5 metros), e poderíamos pensar que ele está envolto em relâmpagos, vestido com elementos de eletricidade. Podemos imaginá-lo como a imagem de Zeus e seus trovões, descrito na mitologia grega. Ele tem um rosto vigoroso, com brilhantes olhos cinzentos e cabelo claro, visão magnífica, que confere uma sensação de temor na presença de tanto poder. esses anjos da tempestade são raros, pois não pertencem a nenhuma região em especial, mas viajam por toda a terra com as tempestades. São altamente desenvolvidos e têm perfeita clareza e firmeza de visão, de precisão matemática. O anjo da Baía de Biscaia também tem medo deles, o que deixou bem claro para mim. O anjo do ciclone começou por selecionar um par de anjos para ajudá-lo em sua tarefa; estes são meio parecidos com ele, mas menores e não têm o mesmo grau de desenvolvimento. Além destes, alguns outros anjos o acompanharam como colegas. A estes eu posso chamar de anjos da vida e da morte, pois seguiam com o anjo do ciclone a fim de supervisionar o aspecto humano da tempestade. Por assim dizer, os efeitos do furacão sobre a humanidade. poderíamos pensar que ele está envolto em relâmpagos, vestido com elementos de eletricidade. Podemos imaginá-lo como a imagem de Zeus e seus trovões, descrito na mitologia grega. Ele tem um rosto vigoroso, com brilhantes olhos cinzentos e cabelo claro, visão magnífica, que confere uma sensação de temor na presença de tanto poder. esses anjos da tempestade são raros, pois não pertencem a nenhuma região em especial, mas viajam por toda a terra com as tempestades. São altamente desenvolvidos e têm perfeita clareza e firmeza de visão, de precisão matemática. O anjo da Baía de Biscaia também tem medo deles, o que deixou bem claro para mim. O anjo do ciclone começou por selecionar um par de anjos para ajudá-lo em sua tarefa; estes são meio parecidos com ele, mas menores e não têm o mesmo grau de desenvolvimento. Além destes, alguns outros anjos o acompanharam como colegas. A estes eu posso chamar de anjos da vida e da morte, pois seguiam com o anjo do ciclone a fim de supervisionar o aspecto humano da tempestade. Por assim dizer, os efeitos do furacão sobre a humanidade.<br />Como eu disse anteriormente, o anjo da Baía recebeu o aviso informal de que tal evento estava iminente e sua descrição de discussão entre os anjos à sua volta foi um tanto divertida. Ele me mostrou anjos falando ao mesmo tempo sobre o tufão que se formava e procurando imaginar de que maneira isso afetaria cada um deles. O anjo da Baía tem um profundo senso artístico e um certo humor parecido com o humor irlandês, e suas descrições dessas conferências de fofocas eram deliciosamente pitorescas e cheias de vida...<br />Na hora determinada, o anjo do furacão apareceu junto com sua companhia. Então enviou uma chamada, assemelhando-se muito ao chamado de trombeta para uma batalha. Ao ouvir esse som, uma espécie de choque percorreu a linha de anjos selecionados desde o ponto de partida do furacão, ao longo do caminho até o seu ponto terminal... E então, como imensa bola de chama cheia de uma tropa de anjos e fadas, tudo centralizado ao redor do anjo do furacão, o ciclone irrompeu na hora predeterminada...<br />Enquanto durou o furacão, as fadas do mar foram carregadas para a terra, tendo algumas penetrado várias milhas longe do litoral, fato incomum que elas, naturalmente, consideraram uma experiência nova. Após algumas horas, elas foram voltando, na medida em que a tempestade deixou Miami em seu ímpeto dirigindo-se para o interior e o mar começou a acalmar-se, voltando a seu estado normal. Durante alguns dias, as fadas se atarefaram reconstruindo suas linhas de comunicação e recuperando-se, mas muitas delas foram para o litoral a fim de auxiliar o anjo da terra a renovar o trabalho de desenvolvimento.<br />O furacão prosseguiu à sua maneira prevista e lentamente as esvaziou; enquanto diminuía, o anjo da tempestade o deixou com suas fadas da tempestade, até o momento futuro em que seus serviços serão novamente solicitados em algum lugar. Aos poucos, tudo voltou ao normal ao longo do percurso do furacão, apesar de, claro, serem necessários alguns anos para recuperar todos os estragos...”<br />TEURGIA E OS QUADRADOS MÁGICOS<br />Estes Quadrados Mágicos representam o corpo da potência planetária. Cada Deus Quadrados Mágicos representam o corpo da potência planetária. Cada Deus Planetário é em a síntese de uma Força, uma Potência, um Valor, Virtudes etc. Sendo princípios inteligentes, manifestam-se em toda a natureza como vibração, energia, números, cores, símbolos arquetípicos, emblemas, mantras, runas etc. Explicando os Quadrados Mágicos, o Mestre Samael afirma:<br />“Entramos no Império da Alta Magia. Entramos no laboratório da Alta Magia. Entramos no mundo da Vontade e do Amor. Para se entrar no Anfiteatro da Ciência Cósmica há que se roubar o fogo do diabo. O Enamorado deve roubar a luz das trevas. Há que se praticar intensamente a Magia Sexual com a esposa. Há que se reconquistar a espada flamígera do Éden. Para se invocar os Deuses, temos de conhecer os algarismos matemáticos das estrelas. Os símbolos são a roupagem dos números. Os números são as entidades vivas dos mundos internos. Os algarismos planetários produzem resultados imediatos e terríveis. Podemos trabalhar à distância com as estrelas. Os algarismos matemáticos atuam sobre o mundo físico de forma terrível. Estes algarismos devem ser escritos em 7 Tábuas distintas. Quando se vai trabalhar com a Magia Sideral, faz-se um círculo no chão de 1,5 metro de diâmetro. Põe-se o pentagrama com os vértices inferiores para fora do recinto e o vértice superior para dentro. No centro do círculo põe-se a Tábua com o correspondente algarismo do planeta. Eis como concorrem os Deuses do planeta com o qual vamos trabalhar. Antes de se começar qualquer cerimônia mágica com as estrelas, temos de exorcizar a Terra, o Fogo, o Ar e a Água com os seus Exorcismos correspondentes. (Veja os textos dos Exorcismos mais abaixo.)<br />QUADRADO MÁGICO DA LUA<br />37 78 29 70 21 62 13 54 5 6 38 79 30 71 22 63 14 46 47 7 39 80 31 72 23 55 15 16 48 8 40 81 32 64 24 56 57 17 49 9 41 73 33 65 25 26 58 18 50 1 42 74 34 66 67 27 59 10 51 2 43 75 35 36 68 19 60 11 52 3 44 76 77 28 69 20 61 12 53 4 45<br />QUADRADO MÁGICO DE MERCÚRIO<br />8 58 59 5 4 62 63 1 49 15 14 52 53 11 10 56 41 23 22 44 45 19 18 48 32 34 35 29 28 38 39 25 40 26 27 37 36 30 31 33 17 47 46 20 21 43 42 24 9 55 54 12 13 51 50 16 64 2 3 61 60 6 7 57<br />QUADRADO MÁGICO DE VÊNUS<br />22 47 16 41 10 35 4 5 23 48 17 42 11 29 30 6 24 49 18 36 12 13 31 7 25 43 19 37 38 14 32 1 26 44 20 21 39 8 33 2 27 45 46 15 40 9 34 3 28<br />QUADRADO MÁGICO DO SOL<br />6 32 3 34 35 1 7 11 27 28 8 30 19 14 16 15 23 24 18 20 22 21 17 13 25 29 10 9 26 12 36 5 33 4 2 31<br />QUADRADO MÁGICO DE MARTE<br />11 24 7 20 3 4 12 25 8 16 17 5 13 21 9 10 18 1 14 22 23 6 19 2 15<br />QUADRADO MÁGICO DE JÚPITER<br />4 14 15 1 9 7 6 12 5 11 10 8 16 2 3 13<br />QUADRADO MÁGICO DE SATURNO<br />4 9 2 3 5 7 8 1 6<br />FORMULÁRIO PRÁTICO DE MAGIA<br />CONJURAÇÃO DOS QUATRO<br />CAPUT MORTUM, IMPERET TIBI DOMINUS PER VIVUM ET DEVOTUM SERPENTEM.<br />CHERUB, IMPERET TIBI DOMINUS PER ADAM JOT-CHAVAH.<br />AQUILA ERRANS, IMPERET TIBI DOMINUS PER ALAS TAURI.<br />SERPENS, IMPERET TIBI DOMINUS TETRAGRAMMATON, PER ANGELUM ET LEONEM.<br />MICHAEL... GABRIEL... RAPHAEL... ANAEL...<br />FLUAT ODOR PER SPIRITUM ELOHIM.<br />MANEAT TERRAE PER ADAM JOT-CHAVAH.<br />FIAT FIRMAMENTUM PER YAHUVEHU-SABAOTH. -SABAOTH.<br />FIAT JUDICIUM PER IGNEM IN VIRTUTE MICHAEL.<br />ANJO DOS OLHOS MORTOS, OBEDECE OU DISSIPA-TE COM ESTA ÁGUA SANTA(agora, o Mago-Oficiante submerge a ponta da espada no vaso com água e com a ponta da espada descreve descreve o signo da Cruz, encerrando-a num círculo).<br />TOURO ALADO, TRABALHA OU VOLTA À TERRA, SE NÃO QUERES QUE TE FIRA COM ESTA ESPADA(com a ponta da espada voltada para baixo e o cabo posto na altura do coração com a mão direita, movimenta-se a espada para baixo, como que apunhalando a terra).<br />ÁGUIA ACORRENTADA, OBEDECE ANTE ESTE SIGNO(faz-se o sinal da cruz) OU RETIRA-SE ANTE ESTE SOPRO(sopra-se energicamente o ambiente, formando uma cruz com o sopro).<br />SERPENTE MÓVEL, ARRASTA-TE A MEUS PÉS, OU SERÁS ATORMENTADA PELO FOGO SAGRADO E EVAPORA-TE COM OS PERFUMES QUE EU QUEIMO(faz-se o sinal da cruz com o turíbulo ou incenso).<br />QUE A ÁGUA VOLTE À ÁGUA, QUE O FOGO ARDA, QUE O AR CIRCULE E QUE A TERRA CAIA SOBRE A TERRA, PELA VIRTUDE DO PENTAGRAMA, QUE É A ESTRELA MATUTINA, E EM NOME DO TETRAGRAMA, QUE ESTÁ ESCRITO NA CRUZ DE LUZ. AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />Tradução do texto em latim:<br />Cabeça de morto, que o Senhor te ordene pela viva e devota Serpente.<br />Querubim, que o Senhor te ordene pelas asas do Touro.<br />Serpente, que o Senhor te mande pelo Tetragrammaton, pelo anjo e pelo Leão.<br />MIGUEL, GABRIEL, RAFAEL, ANAEL.<br />Flua o perfume pelo Espírito dos Elohim.<br />Permaneça na terra por Adão Jot-Chavah.<br />Faça-se o Firmamento, por Jeová e pelo Sabaoth.<br />Faça-se o juízo pelo fogo, em virtude de Miguel.<br />CONJURAÇÃO DOS SETE<br />EM NOME DE MICHAEL, QUE JEOVÁ TE MANDE E TE AFASTE DAQUI, CHAVAJOTH.<br />EM NOME DE GABRIEL, QUE ADONAI TE MANDE E TE AFASTE DAQUI, BAEL.<br />EM NOME DE RAFAEL, DESAPARECE ANTE ELIAL, SAMGABIEL.<br />POR SAMAEL-SABAOTH E EM NOME DO ELOHIM GIBOR, AFASTA-TE, ANDRAMELECK. -SABAOTH E EM NOME DO ELOHIM GIBOR, AFASTA-TE, ANDRAMELECK.<br />POR ZAKARIEL E SACHIEL-MELECK, OBEDECE ANTE ELVAH, SANAGABRIL.<br />NO DIVINO E HUMANO NOME DE SHADAI E PELO SIGNO DO PENTAGRAMA QUE TENHO NA MÃO DIREITA, EM NOME DO ANJO ANAEL, PELO PODER DE ADÃO E DE EVA, QUE SÃO JOT-CHAVAH, RETIRA-TE, LILITH; DEIXA-NOS EM PAZ, NAHEMAH.<br />PELOS SANTOS ELOHIM E EM NOME DOS GÊNIOS CASHIEL, SEHALTIEL, AFIEL E ZARAHIEL, PELO MANDATO DE ORIFIEL, RETIRA-TE MOLOCH. NÓS NÃO TE DAREMOS NOSSOS FILHOS PARA QUE NÃO OS DEVORES. AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />INVOCAÇÃO CABALÍSTICA SALOMÃO<br />POTÊNCIAS DO REINO, COLOCAI-VOS SOB MEU PÉ ESQUERDO E EM MINHA MÃO DIREITA.<br />GLÓRIA E ETERNIDADE, TOCAI MEUS OMBROS E LEVAI-ME PELOS CAMINHOS DA VITÓRIA.<br />MISERICÓRDIA E JUSTIÇA, SEDE O EQUILÍBRIO E O ESPLENDOR DE MINHA VIDA.<br />INTELIGÊNCIA E SABEDORIA, DAI-ME A COROA.<br />ESPÍRITOS DE MALAKUT, CONDUZI-ME ENTRE AS DUAS COLUNAS, SOBRE AS QUAIS SE APÓIA TODO O EDIFÍCIO DO TEMPLO.<br />ANJOS DE NETZACH E DE HOD, AFIRMAI-ME SOBRE A PEDRA CÚBICA DE YESOD.<br />OH, GEDULAEL... OH, GEBURAEL... OH, TIPHERET... BINAEL, SEDE MEU AMOR. RUACH-HOCHMAEL, SEDE MINHA LUZ. SEDE O QUE SOIS E O QUE SEREIS, OH, KITERIEL.<br />ISCHIN, ASSISTI-ME EM NOME DE SCHADAI.<br />QUERUBIM, SEDE MINHA FORÇA EM NOME DE ADONAI.<br />BENI-ELOHIM, SEDE MEUS IRMÃOS, EM NOME DO FILHO, O CRISTO, E PELAS VIRTUDES DO SABAOTH.<br />ELOHIM, COMBATEI POR MIM, EM NOME DO TETRAGRAMMATON.<br />MALACHIM, PROTEGEI-ME, EM NOME DE IOD-HE-VAU-HE.<br />SERAPHIM, DEPURAI MEU AMOR, EM NOME DE ELOAH.<br />HASMALIM, ILUMINAI-ME COM OS ESPLENDORES DOS ELOHIM E DA SCHEKINAH.<br />ARALIM, OBRAI. OPHANIM, GIRAI E RESPLANDECEI. HAJOT-HAHAJOT-HAKADOSH. GRITAI, FALAI, RUGI, MUGI. KADOSH, KADOSH, KADOSH. SHADAI. ADONAI. JOT-CHAVAH. EIEAZEREIE... ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA... AMÉN... AMÉN... AMÉN...<br />ORAÇÃO GNÓSTICA<br />Tu, Logos Solar, Emanação Ígnea; Cristo em Substância e em Consciência, Vida potente pela qual tudo avança, Vem a mim e penetra-me, ilumina-me, banha-me, transpassa-me e desperta em meu<br />Ser todas essas substâncias inefáveis, que tanto são parte de ti quanto de mim mesmo.<br />Força Universal e Cósmica, Energia Misteriosa, eu te conjuro, Vem a mim, remedia minha aflição, cura-me deste mal e me aparta deste sofrimento para que tenha harmonia, paz e saúde.<br />Te peço por teu sagrado nome, que os Mistérios e a Santa Igreja gnóstica me ensinaram, para que faças vibrar comigo todos os Mistérios, deste plano e de planos superiores, e que essas Forças reunidas consigam o milagre de minha cura.<br />Assim Seja... Assim Seja... Assim Seja...<br />EXORCISMO DO FOGO<br />Deus do Fogo: AGNI Gênios do Fogo: INRI e RUDRA Arcanjo do Fogo: SAMAEL Elohim: GIBOR Elementais: Salamandras e Vulcanos Mantras: S, INRI, IAO e RÁ Objetos: Espada, Vela Perfume: Mirra Dia da Semana: 5ª-feira (à meia-noite de quarta para quinta) Direção: Sul<br />Michael, Rei do Sol e do Raio... Samael, Rei dos Vulcões... Anael, Príncipe da Luz Astral... Assisti-nos em nome do Cristo, pela Luz do Cristo, pela majestade do Cristo. Amén... Amén... Amén...<br />INRI... (pronunciar este mantra por três vezes)<br />SSS... (pronunciar este mantra por sete vezes, enquanto se trabalha com a espada ou a vela)<br />INRI, INRI, INRI, poderoso Gênio, te pedimos permissão para que as Salamandras e os Vulcanos executem este trabalho de... (mencionar o tipo de trabalho, se de cura, de limpeza, de proteção, de orientação ou consagração).<br />Salamandras e Vulcanos do Misterioso elemento, vos ordenamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para que protejais este recinto pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste, para que nenhuma força nos atrapalhe nem cause danos.<br />Também vos ordenamos que abençoem nossas pessoas e nossos lares para que sejamos fiéis aos desígnios espirituais.<br />IAO...(cantar este mantra por doze vezes, enquanto se visualiza uma parede de fogo azul envolvendo o local onde se realiza esta Conjuração e as pessoas participantes).<br />EXORCISMO DO AR<br />Deus do Ar: PARVATI Gênios do Ar: ISHVARA e EHECATLE Arcanjo do Ar: MICHAEL Elohim: SABTABIEL Elementais: Silfos, Sílfides, Elfos e Fadas Mantra: H...(como um suave suspiro) Objeto: Pluma Perfume: Incenso de Olíbano Dia da Semana: 4ª-feira Direção: Leste<br />“Divino Pai Celestial, Pai de toda a Criação e do Espaço Infinito e Eterno, te pedimos de todo coração para que nos invoques ao Deus do Ar Parvati... Parvati... Parvati... te suplicamos para que nos tragas os Silfos e Sílfides para executarmos este trabalho espiritual.<br />HI-HE-HO-HU-HA... (vocalizam-se estes mantras por algumas vezes, enquanto que com a pluma na mão direita se faz o sinal da cruz nos quatro cantos cardeais).<br />Spiritus dei ferebatur super aquas, et inspiravit in faciem hominis spiraculum vitae. Sit Michael dux meus et Sabtabiel servus meus; in luce et per lucem. Fiat verbum halitus meus; et imperabo Spiritibus aeris hujus, et refrenabo equos solis voluntate cordis mei et cogitatione mentis meae et nutu oculi dextri. Exorciso igitur te, creatura aeris, per Pentagrammaton et in nomine Tetragrammaton, in quibus sunt voluntas firma et fides recta. Amén. Sela Fiat. Que assim seja...<br />Obedecei-nos, Silfos e Sílfides... Pelo Cristo, pelo Cristo, pelo Cristo... (pronuncie o mantra H... por três vezes, antes de continuar o exorcismo).<br />(Invocar em voz alta os seguintes nomes, enquanto se visualiza o Ar Elemental do ambiente se purificando e carregando-se com vibrações espirituais sutilíssimas:)<br />Michael, Sabtabiel, Ishvara, Ehécatle, Barbas de Ouro, Parvati, Archan, Samax, Madiat, Vel, Modiat, Guth, Sarabotes, Maimon, Varcan... Senhores Gloriosos, pedimos autorização para executar este trabalho espiritual... rbas de Ouro, Parvati, Archan, Samax, Madiat, Vel, Modiat, Guth, Sarabotes, Maimon, Varcan... Senhores Gloriosos, pedimos autorização para executar este trabalho espiritual...<br />Silfos e Sílfides do Ar, vos ordenamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, protegei este local e as pessoas participantes dessa invocação pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste... Para que as forças do mundo não possam causar nenhum dano a este local nem a nós que aqui estamos. Imantai nossas pessoas e nossos lares para que sirvamos conscientemente de acumuladores das bençãos espirituais.” (pronunciar o mantra AOM por doze vezes, enquanto se visualiza o ambiente e as pessoas cobertos por uma neblina azul refrescante).<br />EXORCISMO DA ÁGUA<br />Deus da Água: VARUNA Gênios da Água:NICKSA e NARAYANA Arcanjo: GABRIEL Elohim: ORFAMIEL Elementais: Ondinas, Nereidas e Sereias Mantra: M... Objeto: Cálice e Tridente Perfume: Eucalipto Dia da Semana: Domingo Direção: Oeste<br />“Divino Pai Celestial, Tu que és o Senhor dos Exércitos e Criador deste Mar do Universo, imploramos para que sejas Tu que invoques ao Deus das Águas Varuna... Varuna... Varuna... Nós te invocamos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, concede-nos a honra de trabalhar com teus servos, os elementais das águas da vida, Ondinas, Nereidas e Sereias.<br />(Levante o Cálice com a mão direita, e, voltado para o Ocidente, continue.)<br />Fiat firmamentum in medio aquarum et separet aquas ab aquis, quae superius sicut quae inferius, et quae inferiur sicut quae superius, ad perpetranda miracula rei unius. Sol ejus pater est, luna mater et ventus hunc gestavit in utero suo, ascendit a terrae ad coelum et rursus a coeluo in terram descendit. Exorcizote, creatura aquae, ut sis mihi Speculum Dei vivi in operibus et fons vitae, et ablutio peccatorum. Amén...<br />M... (vocalizar este mantra por três vezes).<br />Varuna, Nicksa, Narayana, poderosos Gênios das Águas, pedimos vossa bênção e permissão para trabalharmos com êxito com vossos auxiliares elementais.<br />Ondinas... Nereidas... Sereias... rainhas e Reis das Águas da Vida, vos invocamos e vos pedimos, em nome do Pai, do Filho e do Sacratíssimo Espírito Santo; e também pelo Senhor Jeová, que pairou sobre as Águas do princípio dos tempos... Protegei e trabalhai sobre este local, pelo Norte, pelo Sul, pelo Leste e pelo Oeste, para que todos nós<br />recebamos vossas forças vitais. Inundai nossas almas e nossos corações, para que sejamos acumuladores de força espiritual. Amén...” acumuladores de força espiritual. Amén...”<br />(Vocalizar o mantra AOM e VÁ, alternadamente, por treze vezes, imaginando que ondas do gigantesco mar espiritual, de cor branca, inunde as pessoas participantes e seus lares e familiares, antes de pronunciar em seguida o Exorcismo da Lua.)<br />“Treze mil Raios tem o Sol... Treze mil Raios tem a Lua... Treze mil vezes se arrependam nossos Inimigos internos e externos. Amén, Amén,<br />Amén...”<br />EXORCISMO DA TERRA<br />Deus da Terra: KITICHI Gênios da Terra: GOB, ARBARMAN, CHANGAM Arcanjos: MELQUISEDECK(da Terra) e ORIFIEL(de Saturno) Elohim: CASHIEL Elementais: Gnomos e Pigmeus Mantras: AOM..., IAO..., LA... Objetos: Báculo, Cetro Perfumes: Sândalo e Amadeirados Dia da Semana: Sábado Direção: Norte<br />“Divino Pai que moras no mais profundo de meu coração e que és o Senhor do Castelo de minha Alma, que Teu Verbo de Ouro possa nos invocar o supremo Deus Kitichi... Kitichi... Kitichi... Te chamamos pelos poderes do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Concede-nos a graça de comandar e direcionar a força magnética dos Gnomos e Pigmeus da terra.<br />Em nome das 12 pedras da Cidade Santa, pelos talismãs ocultos e pelo cravo de ímã que atravessa o mundo, nós vos conjuramos, obreiros subterrâneos, obedecei-nos. Pelo Cristo, pelo Cristo, pelo Cristo. Amén...<br />IAO... IAO... IAO... Gob, Arbarman, Kitichi, supicamos êxito neste trabalho com as forças telúricas. Gnomos e Pigmeus, vos ordenamos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.<br />Trabalhai com as forças magnéticas da perfumada terra e harmonizai as pessoas que aqui se encontram e seus lares. Imantai nossas Almas e nossos corações para que nos transformemos em acumuladores do poder e da força da divina Mãe Terra. Amén...<br />LA...(Vocalize este mantra por 12 vezes visualizando os obreiros subterrâneos inundando o ambiente com uma relaxante cor amarela.)<br />REGENTES DO AR<br />Existem Silfos poderosos que trabalham sobre o ambiente onde se fará a invocação,<br />o exorcismo ou conjuração, a corrente de cura etc. É necessário que o ambiente astral esteja propício para a vinda, fixação e manifestação das correntes siderais e dos Seres invocados. Para tal, paralelamente à limpeza astral com os perfumes e ervas correspondentes do Trabalho Espiritual(especialmente o incenso de Olíbano), deve-se chamar os Regentes do Ar, de acordo com o dia: 2ª-feira ARCHAN 3ª-feira SAMAX 4ª-feira MADIAT, VEL e MODIAT 5ª-feira GUTH 6ª-feira SARABOTES Sábado MAIMON Domingo VARCAN<br />CLAVÍCULA DE SALOMÃO<br />Para invocar a presença dos Anjos de Deus, para se trabalhar magicamente com os 72 anjos cabalísticos etc...<br />“PER ADONAI EL OHIM, ADONAI JEHOVÁ, ADONAI SABAOTH, METRATON, ON AGLA, ADONAI MATHOM, VERBUM PITONICUM MISTERIUM SALAMANDRAS, CONVENTUM SILPHORUM, ANTRAGNOMORUM DEMONIA CELI, GAD ALMOUSIN GIBOR, JESHUA EVAM SARIATNIAMIC. VENI... VENI... VENI...”<br />EXORCISMO DA LUA<br />“Tre ze mil Raios tem o Sol, Treze mil Raios tem a Lua, Treze mil vezes se arrependam nossos Inimigos Ocultos...<br />Com infinita humildade e grande amor, em nome do terrível Tetragrammaton, eu vos invoco, Seres Inefáveis.<br />Em nome de Adonai e por Adonai, Adonai, Eye, Eye, Eye, Kadosh, Kadosh, Kadosh, Achim, Achim, Achim, La, La, La, Forte La... Que resplandeceis sempre gloriosos na montanha do Ser, eu vos rogo por misericórdia que me auxilieis agora. Tende piedade de mim que nada valho, que nada sou.<br />Adonai, Sabaoth, Amathai, Ya, Ya, Ya, Marinat, Abim, Iehia, Criador de tudo o que é e será.<br />Vos rogo em nome de todos os Elohim que governam a primeira Legião, sob o comando de Orfamiel, pelos treze mil Raios da Lua e por Gabriel, para que me socorrais agora mesmo. Vinde a nós, por Adonai, o Anjo da Alegria e da Luz. Reconheço que sou tão só um mísero verme do lodo da terra. Amén...” comando de Orfamiel, pelos treze mil Raios da Lua e por Gabriel, para que me socorrais agora mesmo. Vinde a nós, por Adonai, o Anjo da Alegria e da Luz. Reconheço que sou tão só um mísero verme do lodo da terra. Amén...”<br />EXORCISMO DE MERCÚRIO<br />“Vos rogo, Divinos Elohim, em nome do Sagrado Tetragrammaton e pelos nomes inefáveis de Adonai Elohim, Shadai, Shadai, Shadai, Eye, Eye, Eye, Asamie, Asamie, Asamie; Em nome dos anjos da segunda legião planetária, sob o governo de Rafael, Senhor de Mercúrio, como também pelo santo nome posto sobre a testa de Aarão, ajudai-me, auxiliai-me, concorrei ao meu chamado. Amén...”<br />EXORCISMO DE VÊNUS<br />“Vos rogo mui humildemente, divinos Elohim, pelos místicos nomes On, Hey, Heya, Ya, Ye, Adonai, Shadai, acudi ao meu chamado. Vos suplico auxílio em nome do tetragrammaton e pelo sacro poder dos anjos da terceira legião, governados por Uriel, o Regente de Vênus, a estrela da aurora. Vinde, anael, Vinde, Vinde, reconheço minhas imperfeições, mas vos adoro e vos invoco. OM Seja Amor... OM Seja Amor... OM Seja Amor... Amén...”<br />EXORCISMO DO SOL<br />“Sou um infeliz mortal que, p lenamente convencido de sua nulidade e miséria, se atreve a invocar aos Leões de Fogo e ao Bendito Michael. Pelo tetragrammaton, chamo agora à quarta legião de anjos do Sol, esperando que Miguel se compadeça de mim. (Traçar no ar, com o dedo indicador da mão direita o signo do Infinito- ou seja, um Oito deitado, antes de vocalizar os seguintes mantras) OM-TAT-SAT-TAM-PAMPAZ...Amén...”<br />EXORCISMO DE MARTE<br />“Reconheço o que sou, realmente sou um pobre pecador que clama e invoca aos anjos da força, mediante os mantras Yah, Yah, Yah, He, He, He, Va, Hy, Ha, Va, Va, Va, An, An, An, Aie, Aie, Aie, Ecl, Ai, Elohim, Elohim, Tetragrammaton.<br />Eu vos invoco em nome do Elohim Gibor e pelo Regente do planeta Marte, Samael, concorrei ao meu chamado.<br />Que a quinta legião do planeta Marte me assista em nome do Venerável Anjo Acimoy. Amén...”<br />EXORCISMO DE JÚPITER<br />“Sem orgulho, reconheço que nada valho, que nada sou e que só meu Deus tem o Poder, a Sabedoria e o Amor.<br />Vos suplico, Devas Inefáveis, pelos nomes sagrados Kadosh, Kadosh, Kadosh, Eschereie, Eschereie, Eschereie, Hatim, Hatim, Hatim, Yah, o Confirmador dos Séculos, Cantime, Jaym, Janic, Anie, Caibar, Sabaoth, Betifai, Alnaim, e em nome de Elohim e do Tetragrammaton. Pelo divino Zacariel, que governa o planeta Júpiter e a sexta legião de anjos cósmicos, concorrei ao meu chamado.<br />Vos suplico, seres inefáveis, assisti-me neste trabalho. Vos rogo pelo terrível Tetragrammaton, auxiliai-me aqui e agora. Amén...”<br />EXORCISMO DE SATURNO<br />“Reconhecendo minha tremend a nulidade e miséria interior, com inteira humildade... Cashiel, Machatori, Sarakiel, concorrei ao meu chamado. Vos suplico em nome do Santo e Misterioso Tetragrammaton, vinde até aqui.<br />Escutai-me, por Adonai, Adonai, Adonai, Eye, Eye, Eye, Acim, Acim, Acim, Kadosh, Kadosh, Kadosh, Ima, Ima, Ima, shadai... Yo, Sar, Senhor Orifiel, Regente do planeta Saturno, chefe da sétima legião de anjos inefáveis.<br />Vinde, seres inefáveis de Saturno. Vinde em nome de Orifiel e do poderoso Elohim Cashiel. Vos chamo pedindo auxílio em nome do anjo Booel, pelo astro Saturno e por seus santos selos. Amén...”<br />CONJURAÇÃO DE SÃO MIGUEL ARCANJO<br />“São Miguel Arcanjo, defende -nos neste combate... Sê o nosso auxílio contra as maldades e ciladas dos Inimigos Ocultos, Ordene-lhes, Ó Deus, instantemente te pedimos... E vós, da Milícia Celeste, pela Virtude Divina, Lançai no lago do Fogo Sagrado a Satanás e a todos os espíritos malignos, Que andam pelo mundo para a perdição das Almas... Michael, Gabriel, Rafael, Uriel, Samael, Zacariel, Orifiel... Rogai por nós... Que se realize, de acordo com a Vontade do Pai e da Grande Lei. Amén...”<br />Anjos Cabalísticos<br />Lista dos nomes mântricos dos Anjos da Cabala(ou, Emanações dos Poderes Curativos de Deus, associados às informações iniciáticas contidas nos Salmos) que podem ser vocalizados para a preparação dos ambientes de Cura(de acordo com o dia):<br />Nomes Atributos VEHUIAH Deus Exaltado e Elevado JELIEL O Apaziguador SITAEL A Esperança das Criaturas ELEMIAH Deus Oculto MAHASIAH Deus Salvador LELAHEL Deus Louvável ACHAIAH Deus Bom e Paciente CAHETEL Deus Adorável AZIEL Misericórdia de Deus ALADIAH Deus Propício LAUVIAH Louvores e Exaltação HAHAIAH Refúgio em Deus IEZALEL Glorificar a Deus, Sobretudo MEBAHEL Deus Conservador HARIEL Deus Criador HAKAMIAH O Construtor do Universo LAUVIAH Deus Admirável CALIEL Pronto a Ouvir LEUVIAH O que Ouve os Pecadores PAHALIAH Deus Redentor NELEBAEL Pleno e Único IEIAIEL Justiceiro de Deus MELAHÊL Protege contra os Maus HAHUIAH Bondade pela Bondade NIT-HAIAH O que dá Sabedoria HAAIAH O Oculto JERATHEL Punidor dos Maus SÉEIAH Curador dos Doentes REIIEL Deus do Socorro ORNAEL O que dá Paciência LEVABEL Deus Inspirador VASARIAH Deus Justo IEHUIAH O Onisciente LEHAHIAH O Clemente CHEVAKIAH O que dá Alegria MENADEL Deus Adorável ANIEL Virtudes de Deus HAAMIAH Trino e Único REHAEL Acolhe os Pecadores IEIAZEL O que dá Contentamento HAHAZEL Visto como Três MIKAEL Eu e o Pai Somos Um<br />VEUAHIA Rei Dominador IELAHIAH Deus Eterno SEALIAH O Motor de Tudo ARIEL O Revelador ASALIAH Justiça Indica a Verdade MICHAEL Pai Caritativo VEHUEL Grandioso e Sublime DANIEL Misericórdia na Confissão HAHASIAH Deus Resguardado IMAMIAH Deus Acima de Tudo NANAEL Ele Dobra os Orgulhosos NITHAEL Rei dos Céus MEBAIAH Deus Eterno POIEL Sustento do Universo NEMMAMIAH Deus Louvável IEIALEL Ouvir as Gerações HARAHEL Conhecedor de Tudo MIZRAEL Alivia os Oprimidos UMABEL Acima de Todos IAH-HEL O Ser Supremo ANAUEL Infinitamente Bom MEHIEL O Vivificador DAMABIAH Fonte da Sabedoria MANAKEL Ele mantém as Coisas ETAIEL Delícia dos Homens XABUIAH Sempre Generoso ROCHEL Ele vê Tudo JABAMIAH Seu Verbo Produz Tudo HAIEL Senhor de Tudo e Todos MUMIAH O Alfa e o ÔmegaJose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-44474191642259381512009-03-29T10:01:00.000-03:002009-03-29T10:04:46.770-03:00A Magia e o MagoA Magia e o Mago<br /> E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito<br /> Capítulo 1 –Algumas definições e um exame geral Neste mundo imperfeito, onde é muito fácil entender mal ou ser mal interpretado, é necessário, quando escrevemos sobre um determinado assunto como Magia Cerimonial, definir cuidadosamente alguns termos. Mas, antes de dar qualquer definição, vamos discutir As idéias de magia popularmente aceitam. Agindo assim, eliminaremos muitos dos aspectos obscuros do pensamento, exatamente como precisamos fazer quando afastamos a vegetação tropical ao redor de um templo asteca oculto, e, então, se revelam as suas verdadeiras proporções e aparência. A comparação é adequada, pois o Templo da Magia tem sido inflacionado com um crescimento desinformado e cheio de idéias supersticiosas ao longo dos tempos, que, no mundo ocidental pelo menos, sua verdadeira feição e natureza se perderam. Somente entre os ignorantes e supersticiosos, por um lado, e um certo núcleo de magos informados e instruídos, de outro, é que alguma idéia da verdadeira natureza da magia foi preservada; e, no primeiro caso, ela foi tristemente distorcida e mantém relação ínfima com os fatos atuais. Como os estudantes de arqueologia e os expoentes máximos de religião comparada nos informam, a magia remonta aos primórdios da vida do homem neste planeta. Todos os sistemas religiosos, com exceção possivelmente de algumas seitas protestantes e do budismo meridional, fizeram durante um certo período, uso da magia cerimonial. Aqueles que estão interessados nos aspectos históricos desse assunto encontrarão, listados na bibliografia, no final deste livro, trabalhos de renomados experts nesse campo; entre eles estão o de Sir James Frazer, cujo o Golden Bough se tornou um clássico. Se as autoridades forem cuidadosamente estudadas, observar-se-á que, falando de maneira geral, cada religião assimila o melhor da religião antecedente, e o resto é deixado para a ralé ignorante e para aqueles sacerdotes da velha religião que não se conformam o novo. À medida que a nova religião se organiza, ela começa a perseguir os remanescentes da antiga, e esses remanescentes são empurradas para o submundo. Essa situação aflorou quando o Cristianismo emergiu de sua infância e se tornou a religião dominante do Ocidente. A velha religião desintegrou-se, e a Igreja Católica absorveu muito de sua filosofia e de seu ritual, impregnando, gradualmente, todos os níveis da sociedade, até que os seguidores da velha fé fossem apenas seres rústicos, residentes em lugares distantes e isolados. Esses rústicos ou pagani, não versados na filosofia de sua religião, transmitiram uma face deturpada da mesma. Eles nunca deixaram de ser perseguidos cruelmente, mas seu número era constantemente acrescido por muitas fontes, incluindo aqueles que se rebelaram contra as posições papais. Quando, contudo, o impulso do Renascimento tornou possível quebrar o jugo de Roma, as mais piedosas Igrejas reformadas estavam tão intolerantes quanto Roma havia sido em sua perseguição às bruxas, feiticeiras e magos. A história da Europa do século XI ao XVII constitui-se em leitura aterrorizante. Com a emergência da “Idade da Razão”, a crença popular no poder maligno do mago começou a desaparecer. Simultaneamente, nos círculos protestantes ao menos, a crença religiosa começou a se deteriorar em uma formalidade que tinha muito pouca força mobilizadora. Esse nível de mediocridade na Inglaterra alcançou o apogeu na era vitoriana, quando a Física, pela boca de seus maiores expoentes, declarou “não existir lugar no universo para fantasmas”, e o presidente da Sociedade Real declarou: “Na matéria eu vejo o potencial e a promessa de toda a vida.” Porém, com os crescentes conhecimentos acerca do universo que o desenvolvimento moderno da ciência trouxe, tais idéias tiveram que ser consideravelmente revistas, e físicos modernos como Eddington, Jeans ou Einstein, apresentaram uma idéia da natureza e um propósito do Universo que podem ser facilmente aceitos pelo mago. Levando-se em consideração a diferença de terminologia, os magos vêm falando a mesma coisa há séculos! É, no entanto, com as modernas escolas de psicologia, mais particularmente a associada ao nome de C. G. Jung, que o mago encontra maior proximidade com o pensamento moderno. Pelo balanço curioso do pêndulo moderno, percebido por Heráclito, chamado de enantiodromia*, o que foi subjugado e obrigado à clandestinidade começa agora a aflorar para desalento dos ortodoxos *enantiodromia – de enatios, do grego, contrário, oposto. Seria a capacidade de certas forças, reprimidas por suas antagonistas, virem a substituí-las em movimento pendular. Por exemplo, a condenação medieval ao culto do corpo sendo substituída por esse culto por meio da recuperação dos ideais estéticos do renascimento(N.doT.) Mas, embora reprimida e perseguida ao longo dos tempos, a magia nunca deixou de existir no mundo ocidental. A Igreja Romana adaptou habilidosamente muito da velha magia para seus próprios propósitos; nos bastidores, a magia tradicional corria para um dos rios clandestinos das terras altas, emergindo aqui e ali à luz do dia, para então desaparecer sob a superfície. Uma dessas emergências foi a Ordem do Templo, cujos membros, os Cavaleiros Templários, foram aliviados de boa parte do ódio nutrido por eles pelos seus perseguidores; os albigenses na França foram outra; os Irmão da Dourada e Rosa Cruz, os Iluminados, os Magnetistas, os Teosofistas e numerosas outras ordens mágicas e fraternidades que surgiram na metade do século XIX estão também entre esses movimentos emergentes. Desses, a mais famosa e a mais iluminada, do nosso ponto de vista, é a Ordem da Golden Dawn*. Fundada sobre supostas bases rosacruzes, ela conseguiu realizar uma síntese admirável de todas as ramificações oscilantes da magia; e, a despeito de muitas vicissitudes e divisões, ainda permanece fonte da Tradição Mágica Ocidental. *Golden Dawn(Aurora Dourada) – ordem hermética fundada por mestres maçons na Inglaterra, que exercem grande influência sobre todo o desenvolvimento do Ocultismo no Ocidente, influência essa que perdura até hoje, ainda que de forma residual(N.doT.) O que foi exposto já é suficiente para uma retrospectiva geral. Agora, vamos às nossas definições. Meu dicionário fornece uma definição popular de magia, “a arte de usar causas naturais para produzir resultados surpreendentes”, definição que cobre um campo bastante vasto! Ela poderia ser aplicada a um selvagem diante do rádio, do telefone ou do avião, embora em tais casos ele concluísse tratar-se de causas sobrenaturais em ação! Um mago moderno, que escreveu bastante sobre o assunto, definiu a magia como “a arte de provocar mudanças pela vontade”. Novamente estamos diante de uma definição muito ampla – ela engloba a ação de trabalhadores tanto manuais quanto intelectuais que também, produzem mudanças com sua vontade. Na opinião desse escritor, a melhor definição de magia é aquela dada por outro mago moderno, que a definiu como “a arte de causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”. Essa está de acordo com a teoria e a prática da magia, e podemos empregá-la com vantagem aqui, com devido reconhecimento à sua geradora, Dion Fortune, que foi, entre outras coisas, líder de uma bem organizada fraternidade iniciática. Tendo chegado a uma definição conveniente, somos então confrontados com outra dificuldade. O que queremos dizer com “mudanças na consciência”? Será necessário, então considerar (a) o que é consciência e (b) o que se quer dizer com essas mudanças de consciência. No próximo capítulo consideraremos a moderna visão psicológica da personalidade humana. Deve ser lembrado, contudo, que a psicologia não está suficientemente desenvolvida ainda como ciência para ser considerada uma estrutura unificada de conhecimento. Existem diversas escolas de psicologia diferindo em suas explicações dos fatos observados. Os seguidores de Freud colocam ênfase em um aspecto da vida; os seguidores de Jung enfatizam outro; os discípulos de Adler, um terceiro. Como será visto adiante, a inclinação do autor é para a escola de C. G. Jung. Aliás, os escritos de Jung estão em tamanha sintonia com as tradições mágicas, que para nós é fácil compreender o sentimento, por parte de alguns colegas seus mais materialistas, de que ele tenha “caído no misticismo”. Os resultados dessa queda parecem ter sido satisfatórios do ponto de vista terapêutico, e a opinião é a de que Jung é o Darwin da Nova Psicologia. Temos consciência de que essa não é uma idéia original – outros também já o disseram -, mas nunca é demais repetir! A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 2 –A personalidade humana O problema da personalidade humana é um dos que permaneceu sem solução por muitos séculos no mundo ocidental. O pensamento oriental desenvolveu uma classificação da personalidade que esclarece muita coisa sobre os processos mentais do homem, mas a teologia dogmática do ocidente, até a época atual, vem limitando um desenvolvimento similar do pensamento ocidental sobre o assunto. Entretanto, nestes últimos anos, muitos fatores sobre os quais a religião dogmática não tem controle vêm conspirando para desenvolver uma visão mais verdadeira da real natureza da personalidade do que até aqui tem sido tem sido mostrado. A velha psicologia acadêmica lidava somente com a mente vígil, e seus métodos de pesquisa baseavam-se principalmente na introspecção da mente sobre si mesma. Mas muitos fatores que começaram a emergir apontaram para a possibilidade de a mente do homem ser maior do que se imaginava. O fenômeno observado do mesmerismo e do hipnotismo, a telepatia e as maravilhas psíquicas dos espiritualistas começaram a mostrar a necessidade de uma nova psicologia, fundada então sobre base mais ampla do que sua antecessora acadêmica. F. W. H. Myers, em seu importante livro A Personalidade Humana, esboçou a teoria geral do que ele denominou “mente subliminar”. A idéia geral (que ainda permanece válida) era a de que o pensamento consciente fosse parte da mente que estava acima de um certo nível de consciência conhecido como limiar ou entrada. Esse nível supralimiar ou acima do patamar de consciência não é, entretanto, o único nível de consciência. Abaixo dele existem outras camadas de consciência, e essas camadas são denominadas níveis subliminares ou, geralmente, o “subconsciente”. Assim, a mente humana, de acordo com essa hipótese, é dual, tendo um nível consciente ou vígil e um subconsciente, que permanece abaixo do limiar. Myers mostrou que todos os fenômenos que ele estava considerando podiam ser explicados com aceitação de que, sob certas condições e por meio de certos canais, o subconsciente podia entrar em erupção e emergir para a vida vígil. Ele mostrou também que esse nível subconsciente de pensamento era muito maior em extensão e potencialidade em relação ao nível consciente da personalidade. O símile usualmente empregado é o do iceberg, cuja maior parcela esta oculta pelo oceano. Tal símile é excelente, uma vez que o comportamento dessas montanhas de gelo muito se aproxima do comportamento da própria mente. Acontece freqüentemente de o iceberg, embora o vento possa estar soprando sobre uma de suas extremidades, se mover na direção contrária, uma vez que seu gigantesco corpo submerso sofre muito mais os efeitos das correntes marítimas bem abaixo da superfície. Assim se dá com a mente humana. Sobre essa nova concepção, uma nova psicologia começou a ser construída, e dois homens sobressaíram como pioneiros. O primeiro foi Sigmund Freud, e o segundo, seu aluno C. G. Jung. A psicologia freudiana é familiar para o público em geral devido sua insistência sobre o elemento sexual na doença psicológica. Jung discordou dessa versão radical e, gradativamente, criou o que é conhecido como a “Escola de Zurique”. Do ponto de vista do mago, não resta a menor dúvida de que Jung está mais próximo dos fatos do que os freudianos, e são certos aspectos do seu sistema que destacarei resumidamente. Está entendido que, por trás da vida manifestada de animais e homens, existe uma força impulsionadora que tem recebido muitos nomes. Os psicólogos se referem a ela como libido ou, algumas vezes, como Id. Esse impulso básico se manifesta naquilo que é chamado instinto fundamental e, na classificação comum, ele costuma ser divido em três, a saber: instinto de auto-preservação ou vontade de viver; instinto sexual ou vontade de criar; e instinto de clã ou impulso social. A esses três, Jung acrescenta um quarto instinto, que ele reivindica como prerrogativa unicamente do homem – o instinto de religiosidade. Esse instinto é o contrabalanço dos três impulsos biológicos dos instintos primitivos e é, portanto, parte essencial da constituição do homem. Qualquer que seja o sistema psicológico adotado, se não tiver esse ponto essencial, falhará em cobrir plenamente o domínio da personalidade humana. Embora, nos primórdios do homem, os três grandes instintos predominassem, mesmo lá o instinto religioso já estava atuando. À medida que a humanidade evoluía, a mente consciente gradualmente desenvolvia e começava a abrandar a intensidade de alguns impulsos instintivos, direcionando essas energias para novos canais. Mas isso era feito de maneira ignorante e irregular, de forma que um atrito considerável ocorreu na mente do homem. Com o advento do Cristianismo e a violenta reação contra as velhas crenças, essas repressões dos instintos naturais tornaram-se intensificadas e gradualmente passaram a ser aceitas como parte da própria fé cristã, até que, no período vitoriano, alcançaram o ponto culminante. A mente consciente, afirmando-se de acordo com um código de ética, era a mais elevada realização da evolução humana. Mas isso resultou no aumento gradual do que é, em parte, a doença do mundo ocidental – a “psiconeurose”. Existem, naturalmente, neuróticos em todas as raças, mas de longe o maior número deles se encontra nas civilizações ocidentais. Os poderosos instintos, ao serem obrigados a se voltar para si mesmos, tornaram-se deformados e pervertidos, e a energia que deveriam trazer para as elaborações da mente consciente, caso fossem adequadamente dirigidos ou “sublimados”, se perde no atrito interno, dando a sensação de frustração tão comum no Ocidente. Essa repressão do poder dinâmico do indivíduo resultou no estabelecimento de forte linha de clivagem entre os níveis subconsciente e consciente da mente. Mas é óbvio que será somente trazendo à mente consciente o poder dinâmico depositado abaixo do limiar que as atividades do homem poderão alcançar seu verdadeira nível. É justamente tal libertação do subconsciente que se constitui o objetivo da moderna psicoterapia, e é isso também que se almeja na magia moderna. Isso não significa que os instintos primitivos possam ser libertados em sua forma mais grosseira, mas ao contrário, sua energia deveria ser canalizada e redirigida para outros canais. Deveria haver, contudo, similaridade natural entre a energia que está sendo redirecionada ou “sublimada” e o novo canal de expressão que lhe é oferecido. Um exemplo disso é a recomendação freqüente dada a adolescentes perturbados por seus excessivos impulsos sexuais: “Façam esportes, ginástica, etc., e trabalhem” Algumas vezes o remédio dava certo - com mais freqüência fracassava, aparentemente aumentando o impulso que deveria diminuir. Isso acontecia porque o canal para a primeira tendência biológica havia sido usado para a força pertencente ao segundo impulso. O esporte é uma maneira esplêndida de sublimação do instinto de auto-preservação, e as associações grupais que propicia também formam um bom canal para o instinto gregário, mas eles são inadequados para o instinto sexual, que é essencialmente individualista e criativo. Hoje em dia, o conselho geral a esses sofredores é que se engajem em trabalhos criativos e busquem as artes para que possam criar, manufaturar, produzir nem que seja um banco rústico para seu jardim. Tais tarefas oferecem excelente fonte de sublimação. Não se pode pensar que a totalidade da energia de tais instintos possa ou deva ser sublimada, mas essas energias básicas deveriam ser aproveitadas para o desenvolvimento contínuo do espírito do homem. É aqui que o quarto instinto apontado por Jung surge, pois é a contraparte que vai atrair o desenvolvimento do homem na direção das grandes altitudes, e podemos, com vantagem, comparar esse quarto impulso com o que os ocultistas chamam de eu superconsciente ou eu superior, e o mago chama de anjo guardião. A pesquisa psicanalítica moderna aponta na direção da existência, o inconsciente ou subconsciente, de certos níveis ou camadas de desenvolvimento, e a mais profunda dessas camadas liga o indivíduo não apenas à mente de seus vizinhos imediatos, mas, sucessivamente, ao processo mental de toda a humanidade abaixo de certo nível e, abaixo disso, novamente com a consciência do reino animal e vegetal. Isso leva a crer que, assim como nossos corpos têm dentro da sua própria estrutura as marcas de seu desenvolvimento evolutivo oriundo dos reinos mais inferiores da natureza, nossa mente mostra linha similar de evolução. Existe o que é denominado “subconsciente pessoal”, que consiste de idéias, emoções e memórias, algumas das quais foram empurradas para baixo do limiar, porque nos recusamos a reconhecer até para nós mesmos que seríamos capazes de tais pensamentos. Esses grupos de pensamentos carregados com energia emocional são conhecidos como “complexos” ou “constelações”, e onde eles tiveram seu reconhecimento recusado tendem a se desgarrar da unidade geral e tornar-se semi-independentes. Diz-se então que se tornaram “dissociados”, e são esses complexos dissociados, juntamente com toda gama de experiências esquecidas, memórias e emoções que se configuram no “subconsciente pessoal”. Ao nos aprofundarmos ainda mais, vamos nos deparar com aquelas emoções e pensamentos, aquelas imagens primordiais que compartilhamos com toda a humanidade, não somente com a humanidade atual, mas também com a humanidade passada. Esse “inconsciente coletivo” é e foi background condicionador da nossa mente subconsciente, e as imagens e memórias sepultadas em suas profundezas exercem influência sobre nossas vidas que, embora desconhecida para nosso eu vígil, é extremamente poderosa. Sabe-se que o inconsciente, pessoal ou coletivo, trabalha por meio de figuras ou imagens, pois a palavra é um desenvolvimento comparativamente recente. Assim sendo, diz Jung: “Quem fala por imagens primordiais, fala com mil línguas: agarra e sobrepuja, e, ao mesmo tempo, eleva o que tira do individual e do transitório pessoal à esfera do eterno, exalta o quinhão pessoal à dimensão do homem e, assim, libera em nós todas aquelas forças úteis que desde sempre vêm capacitando a humanidade a se auto-resgatar de qualquer desastre e a sobreviver à mais longa das noites.” A magia, com suas origens no passado imemorial, faz exatamente isso, fala ao subconsciente do homem por meio de linguagens arcaicas de seus símbolos e rituais, e então produz “mudanças na consciência” que o mago tanto busca. Assim foi também com o Senhor Jesus que: “Sem a parábola, não se dirigia a eles”.(Marcos IV, 34). Podemos resumir tudo o que foi dito neste capítulo dizendo que a melhor escola de psicologia moderna estabelece a existência de quatro níveis mentais, a saber: (A) a mente consciente desperta (B) o subconsciente pessoal (C) o subconsciente coletivo (D) a supraconsciência* *Esse termo, na verdade, foi abandonado pela psicologia atual e recuperado por uma escola bem moderna surgida nos EUA com o nome de “mente transpessoal”, que também dá nome a esta linha – a “Psicologia Transpessoal”.(N.doT.) Todos esses são aspectos da mente, mas desses, só estamos conscientes de um, a mente em seu estado vígil. Embora todo o restante constantemente nos afete, com freqüência descobrimos que as correntes misteriosas e ocultas do eu profundo nos impelem por caminhos que conscientemente não escolhemos. Ter capacidade de se tornar consciente do jogo das correntes ocultas e dirigi-las na tarefa de conduzir a vida pelos caminhos da sabedoria e da paz é o desejo ardente de qualquer mago ao olhar para as profundezas de seu ser; e, ao vislumbrar a centelha da luz eterna que é o seu verdadeiro centro, ele exclama em nome e pelo nome da centelha: “Eu a onipotência ao meu comando e a eternidade à minha disposição!” A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 3 –A Tese Mágica Deixando de lado toda a multidão de detalhes que rodeiam o assunto, devotaremos esse capítulo à consideração da teoria mágica do homem e do universo. A tradição da magia afirma que o universo é uno e que nenhuma parte desse universo está in esse separada da outra. Como diz o poeta, “tudo não passa de parte de um Todo estupendo”. Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas. Isso pode ser condenado como mero “panteísmo”, mas, na realidade, não é assim, pois por trás da unidade subjacente que expressa a si mesma no universo real, existe aquilo de que a alma universal, o conjunto da vida e da forma não passa de expressão. “Tendo criado o Universo com um Fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço”, diz a deidade na escritura Hindu, o Bhagavad Gita. Um deus imanente e também transcendente é o deus do mago. O uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas do caos e da noite antiga, e essa reflexão do supremo, conhecida como Adam Kadmon, traz a ordem ao caos. Como descreve um ritual de magia: “No começo havia o Caos e as Trevas e os portais da Terra da Noite. E o Caos clamou pela unidade. Então, ergueu-se o eterno. Diante do brilho desse Semblante, as Trevas recuaram e as Sombras fugiram.” Essa reflexão profunda, o Adam Kadmon ou o Grande Homem da Cabala, é o Logos “por quem todas as coisas foram feitas”,o brilho de sua glória e a imagem expressa da sua pessoa. Entretanto, nada nesse universo que não seja parte integral do Logos. Todas as coisas subsistem nessa unidade subjacente, como afirma o poeta grego citado por São Paulo “... pois nós também somos Seus rebentos”. A alma humana é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo. Na magia, costuma-se dizer que o homem é o microcosmo dentro do macrocosmo, o pequeno universo dentro do universo maior. Para o mago, não existe algo que se pareça com a chamada “matéria morta” no sentido vitoriano. Na verdade, porque sua visão é devido ao fato de já subsistir como parte da vida eterna, é que qualquer coisa material pode existir no tempo e no espaço. O que vemos “aqui embaixo” como um pedaço inerte de metal é, para o mago, a aparência material de inumeráveis centros de energia saindo dos mundos invisíveis para o centro vivo de tudo. “O Espírito do Senhor preenche a Terra”, e para o verdadeiro mago nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão da vida do Eterno. Isso é declarado no ritual pelo adepto iniciado, que proclama: “Não existe parte de mim que não seja dos Deuses.” “Os Deuses”. Será que os magos acreditam em muitos deuses? Sim, mas a visão que têm de sua natureza não é bem aquilo que se poderia esperar deles. Eles encontram no universo invisível um campo de poder no qual inúmeras forças interagem, cada qual sendo um aspecto do Supremo. E, nessas energias cintilantes e dançantes, eles vêem a unidade de uma vida, filhos de Deus, que evoluíram em universos precedentes e que, agindo como canais perfeitos para o supremo poder, são como lentes vivas através das quais o poder é emanado para baixo. Eles são os Dyans Chohans das escrituras orientais, os Ministros, Chamas do Fogo da Bíblia; e aquele raio de Seu ser essencial que flui da Unidade e é refocalizado no tempo e no espaço é a “substância” no sentido teológico da qual se compõe o universal “real”, no qual as qualidades secundárias daquilo que chamamos de matéria se manifestam – criando os “acidentes” da teologia. Dessa maneira, na filosofia da magia, não existe tal coisa como “matéria morta” per se. Toda a matéria, toda manifestação não passa de expressão de toda vida que tudo permeia – na verdade, é esta vida em uma de suas inumeráveis formas de existência. Acreditando, assim, na estrutura viva do universo, o mago conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio de Seus Ministros, também nos planos mais densos e mais inferiores de sua auto-expressão, inúmeras hostes de inteligências menores implementam Seus planos – “Anjos e Arcanjos, Tronos, Dominações, Principados, Virtudes, Poderes; Querubins e Serafins , Ashin e todas as Hostes Celestiais imemoriais” -, cada uma no seu nível. O mago, vendo como o Supremo “constitui os serviços dos anjos e dos homens em ordem perfeita”, não se vê como um estranho no universo nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade, e diz o velho iniciado grego: “Eu sou a criança da Terra, mas minha raça veio das Estrelas dos Céus.” Desviando o olhar das moradas celestiais, o mago se vê em Malkuth, o Reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto a realidade por trás das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico. “Não sabeis que vós sois deuses”, diz a escritura cristã, e um poeta moderno cantou: “Saiba disso, oh, homem, a raiz úncia da falha em vós é não reconhecer a vossa própria divindade”. Na entrada do Templo do Oráculo de Delphos na antiguidade estava gravada a seguinte inscrição: “Gnothi Se Auton” – Conhece-te a ti mesmo! A percepção da verdadeira natureza do eu é a meta do verdadeiro mago. Seguindo esse princípio e mirando seu interior, o mago contempla um mundo decaído. Ele vê que o plano primordial sobre qual o homem foi formado lá está, brilhando por todo o universo como a suprema harmonia e beleza e, através dessa luz, ele vê o ideal no qual o seu verdadeiro eu está fundamentado e pelo qual é sustentado. Então, olhando para o exterior, ele vê em sua própria natureza e na natureza de tudo que o cerca as provas da queda e o potencial da perfeição. Mas em meio a essa queda ele vê as provas do retorno e, mediante o sofrimento de miríades de vidas, percebe que o caminho da salvação é o caminho do sacrifício. Assim ele formula o velho axioma hermético Solve et Coagula que pode ser reconstituído como “Dissolve e reforma”, ele usa os ritos da Alta Magia para efetuar a dissolução e a reformulação. Mas o que é dissolvido, e o que é reconstituído? Não a eterna centelha que “alumia o todo homem” – ao contrário, é o ego pessoal que, por tanto tempo, vem sendo visto por ele como seu único e real ser; essa personalidade à qual ele tenazmente se agarrou e defendeu, mirou e serviu; não passa de sua persona essa máscara que encobre o homem real, que tem que ser dissolvida e reformada. Mas como aquilo que é imperfeito pode produzir a perfeição? “A natureza desassistida fracassa”, diziam os antigos alquimistas, e nas escrituras lemos “Somente o Senhor edifica a casa, o trabalhador trabalha em vão”. Assim, o mago, com toda humildade, procura o conhecimento e a conversação com o seu Sagrado Anjo Guardião – aquele verdadeiro eu, do qual a personalidade terrena é apenas uma máscara. Esse é o objetivo supremo do mago. Tudo mais, trabalhos e encantamentos, rituais e círculos, espadas, baquetas e fumigações, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final. Então, tendo-se unido a esse verdadeiro eu – mesmo por um tempo breve -, ele é instruído por esse governante interior na Alta Magia que um dia elevará a sua humanidade à sua divindade e então realizará aquilo que os mistérios verdadeiros vêm sempre declarando o objetivo verdadeiro do homem – a deificação. A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 4- Instrumento da Magia É natural que os instrumentos da arte mágica costumem excitar a imaginação dos estudantes, e é justamente nessa palavra “imaginação” que se encontra a chave para o uso dos vários “aparatos” empregados pelo mago. Nesse negócio de “causar mudanças na consciência pelo poder da vontade”, o uso correto da imaginação é de importância elementar. Vamos, então, abordar essa faculdade da imaginação Ela pode ser definida como o poder da mente em formar imagens mentais. Partindo dessa definição, veremos que as atribuições consagradas por seu uso, pelo chamado “homem prático”, são muito mais amplas do que se pensa, pois qualquer coisa a ser construída no nível prático precisa antes ser construída como ilustração imaginativa. O que o “homem prático” acha, obviamente, é que qualquer esforço imaginativo que não deságüe imediatamente em ganho material constitui-se em desperdício de tempo e esforço. Novamente, tal idéia está longe de ser verdadeira, pois muitas “imaginações”, que nunca trouxeram ganhos imediatos, abriram canais por onde tais concretizações pudessem ocorrer e também resultaram em realizações políticas e sociais duradouras. É evidente, portanto, que o “homem prático” está longe de ser a melhor autoridade. O que os psicólogos têm para dizer? Eles lidam com a mente em seu trabalho quotidiano e podem ser capazes de nos dar o quadro mais verdadeiro. Vamos retornar por um momento à nossa consideração sobre a personalidade humana. Nós a dividimos em três níveis – consciente, subconsciente e superconsciente – e sugerimos que os dois últimos são de maior importância em relação à mente consciente e vígil. Contudo, a mente consciente é parte com a qual estamos trabalhando e evoluindo neste planeta e por essa razão ela tem que ser a autoridade dirigente em qualquer processo de trabalho mágico e mental. Concedendo-lhe tal autoridade, precisamos também definir os limites dessa autoridade. Ela pode e deve dirigir, mas o trabalho tem que ser verdadeiramente feito no nível subconsciente. A mente subconsciente é mais velhas, em termos de desenvolvimento evolutivo, do que a mente a consciente e retém um traço de seu passado imemorial que, como já dissemos, se processa por imagens e não por palavras. Cada um dos cinco sentido físicos envia para o cérebro uma série de imagens visuais, tácteis, auditivas, olfativas, gustativas, essas imagens são relacionadas na mente subconsciente com as suas emoções correspondentes. Se, entretanto, alguém introduz imagens cuidadosamente selecionadas na mente subconsciente, pode, então, evocar uma emoção correspondente. Uma vez que as emoções são aspectos subjetivos da energia instintiva que jorra dos níveis mais profundos da mente, fica claro que, pelo uso correto de tal evocação consciente, o “potencial” ou pressão da vida na personalidade pode ser imensamente intensificado. Podemos ver isso em sua forma pervertida na força descomunal mostrada por alguns lunáticos em seus momentos de insanidade ou, novamente, em sua forma mais elevada e admirável, na maneira como nos erguemos diante do perigo repentino e realizamos façanhas que seriam impossíveis em condições normais. O fenômeno do hipnotismo nos mostra a mesma coisa, dentro de condições em que podemos estudar à vontade. No hipnotismo descobrimos que, uma vez que a fronteira ou “limiar” foi ultrapassado e os níveis do subconsciente autorizados a aflorar, qualquer imagem introduzida nesse momento terá efeito direto sobre o dinamismo da personalidade. Em muitas escolas de pensamento místico e oculto, baseadas em fontes orientais, grande ênfase é dada à importância da meditação, e os sistemas de ioga do Oriente são utilizados como métodos de treinamento. Porém, quaisquer que sejam as vantagens da ioga, constatou-se que as desvantagens da aplicação da ioga do Oriente em corpos ocidentais são consideráveis, e por essa razão, se o mago ocidental usa a técnica iogue, ele emprega um sistema modificado, adaptado para o uso ocidental. Dentro dos métodos puramente mentais de meditação, há a insistência no controle e na inibição dos sentidos corporais – diz-se que isso se faz necessário para calar pensamentos indesejados, manter a mente fixada de maneira irremovível sobre um único pensamento e recusar a permissão de qualquer estímulo sensorial distraia o praticante do objeto de pensamento escolhido. No sistema mágico, contudo, as imagens que saltam na mente, procedentes dos vários sentidos, são usadas como “sugestões” para a mente consciente, a qual, devido a condição particularmente sensitiva, foi induzida a seguir a linha sobre a qual está se concentrando. Isso é uma forma de jiu-jitsu psíquico, no qual o verdadeiro poder das impressões dos sentidos é utilizado para tornar a mente consciente imune a essas distrações (dos sentidos). Antes, contudo, que tais imagens possam produzir esses efeitos, duas coisas devem ser feitas. Primeiro, a mente tem que ser “condicionada” à imagem. Consciente e persistentemente, a imagem têm que ser conservada na mente e associada a emoção relacionada à mesma, até que, com a imagem mantida, automaticamente a emoção jorre no nível subconsciente. Segundo, tanto pelo próprio desempenho do ritual como por algumas formas de auto-hipnose, o limiar da consciência deve ser diminuído, para que o nível subconsciente possa emergir dentro da consciência e se tornar disponível para o poder sugestivo da idéia escolhida. Assim como todos os instrumentos mágicos – a espada, a baqueta, a taça, o pentáculo, os círculos, os triângulos e senhas, as velas, as vestimentas, o incenso, as palavras sonoras de invocação e os nomes “bárbaros” evocação -, tudo trabalha por um processo sugestivo cumulativo sobre a mente subconsciente. Essas sugestões cumulativas resultam no que pode ser chamado numa mudança da “marcha” menta, e ,por conseguinte, retornamos à nossa definição anterior de magia como “a arte de causar mudança na consciência pela vontade”. Os níveis de consciência alcançados vão depender dos símbolos usados, e também da quantidade de associações conscientes de idéias que os estudantes tracem. A magia, longe de ser uma superstição irracional, está baseada, como será observado, em profundas leis psicológicas e possui sua própria técnica especial. Não estamos aqui comprometidos com os sistema oriental de magia, uma vez que este livro é escrito para as pessoas do Ocidente e se baseia na teoria e prática das escolas ocidentais. A “Tradição Ocidental”, para lhe dar o seu nome técnico, é uma estrutura composta que engloba as técnicas de magia de todos os povos do Mediterrâneo, por um lado, e os sistemas mágicos dos povos celtas e nórdicos, por outro. O homem leigo, se dá-se ao trabalho de discutir sobre magia, normalmente emite uma idéia preconceituosa, baseada nos fragmentos da prática mágica medieval. Tais fragmentos, originários dos Grimórios mágicos, fornecem um quadro muito imperfeito do que a Magia do Ocidente realmente é, mas são normalmente usados pelos nossos críticos como prova de quanto são tolos e supersticiosos os praticantes da magia. Contudo, a mesma linha argumentativa poderia ser seguida por qualquer crítico, digamos, a respeito da Igreja Romana, e, de fato, a própria expressão Hocus Pocus , que é geralmente dirigida contra a prática da magia, é a distorção protestante da parte mais solene da Eucaristia Cristã – Hoc Est Enim Corpus Meum – Este é o meu corpo. Foi por certos abusos e superstições que essa locução passou a ser usada contra o padre católico romano como contra o mago. Contudo, o critério mais equilibrado e verdadeiro é considerar o melhor, e não o pior, em qualquer instituição humana. Eqüidistante de qualquer afirmação feita pela Igreja Católica sobre ela ser um corpo sobrenaturalmente organizado, ou pelos adeptos da magia de serem detentores de uma sabedoria que tem sido transmitida desde “tempos imemoriais”, é evidente que suas respectivas organizações são compostas por seres humanos falíveis, cujas falhas e imperfeições irão inevitavelmente afetar a apresentação de suas crenças e doutrinas. A Tradição Ocidental afirma ser ela própria herdeira de um corpo de conhecimentos e práticas, que vêm sendo transmitidos desde a mais remota Antigüidade, e que a filosofia central em torno da qual ela se organiza é o corpo místico do ensinamento hebreu, conhecido como Cabala. Essa palavra em si conduz a idéia de segredo, uma vez que ela significa transmissão do conhecimento oral, “de boca a ouvido”, e, sem dúvida, essa tradição oral antecedeu de muito a compilação e edição de obras, tais como o Sepher Yetzirah, um dos pilares da Cabala. Em todos os sistemas de treinamento mágico ou místico, sempre vamos encontrar ao lado de certos ensinamentos filosóficos, um símbolo ou um grupo de símbolos, com significação especial para os seguidores do sistema. Tais símbolos são conhecidos no Oriente como “mandalas”, e alguns são extremamente complicados. Na Tradição Ocidental, o glifo ou símbolo composto, base de todo seu ensinamento místico, é o diagrama conhecido como A Árvore da Vida, e este glifo é descrito como o “mais poderoso e abrangente do universo e da alma humana”. É sobre a Árvore da Vida que todos os elaborados detalhes da Magia Cerimonial do Ocidente estão baseados. Se, por exemplo, o mago está tentando uma operação de Júpiter, ele usará as propriedades que estão associadas a Júpiter, na Árvore da Vida. Por exemplo, ele deverá usar uma túnica azul-clara, queimará incenso de cedro, acenderá quatro velas, e usará o nome hebreu da Esfera de Júpiter. Notem que o mago está usando o princípio da “associação de idéias”, mas é necessário destacar que tais associações dependem primeiramente do vínculo mental entre os vários detalhes e a idéia central. Esse vínculo pode ser criado voluntária ou involuntariamente. No primeiro caso, isso é feito associando-se as idéias de forma consciente e deliberada; no segundo caso, a associação é imediata e subconsciente. Fazer um nó num lenço serve como um lembrete de que se tem que comprar alguma coisa em particular; esse é um exemplo da primeira categoria, enquanto a associação entre, digamos, salsichas e aviões é um exemplo natural da segunda. Tais associações involuntárias freqüentemente parecem ser mais poderosas do que as criadas deliberadamente, pois elas representam as operações diretas da mente subconsciente. Mas os vínculos de associações deliberadas podem ser igualmente poderosos se forem corretamente construídos, e esse treinamento da imaginação pictórica que é a base da prática mágica. Por intermédio desse treinamento deliberado torna-se possível ligar certas imagens pictóricas ou sensoriais com suas emoções correspondentes, e a associação dirigida faz com que a resposta emocional apropriada surja sempre que as imagens sensoriais são recebidas. Tudo isso, no entanto, ainda está na superfície da consciência. Se quisermos que a nossa esteira de associações funcione com o poder da evocação mágica, então precisamos usar alguns apetrechos para com eles imprimi-la em níveis mais profundos da mente subconsciente, onde ela será capaz de produzir resultados definidos. Para esse fim, alguns apetrechos auto-hipnóticos podem ser empregados, como por exemplo o rosário ou até mesmo a repetição silenciosa do próprio ritual. O rosário, é claro, comumente associado à Igreja Católica, mas os muçulmanos e os budistas usam-no como instrumento de concentração. Outro apetrecho técnico auto-hipnótico é o que é conhecido como “luzes faiscantes”. Porém, antes que a evocação do subconsciente possa ser realizada de forma segura, é necessário que se faça algum trabalho nas bases do caráter, e isso será discutido no próximo capítulo. A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 5- Os Reis de Edom O treinamento do caráter, para o mago, é algo muito diferente do que o homem comum considera ser, pois o treinamento do caráter mágico envolve a reeducação firme e objetiva de ambas as mentes – consciente e subconsciente. Os métodos normais de construção do caráter concentram-se quase inteiramente sobre a mente consciente, atingindo níveis subconscientes apenas superficialmente, se tanto. Não se deve pensar, entretanto, que o mago é transviado na direção oposta. Ele cultiva de igual forma os níveis consciente e subconsciente, mas uma vez que percebe que o subconsciente é a maior parte da mente, ele naturalmente tende a dar-lhe a maior parte de sua atenção. Quando, seguindo o postulado oculto, o mago deita seu olhar interno sobre sua própria personalidade, ele vê, como dissemos antes, que essa personalidade é em grande parte imperfeita e descosturada, e percebe que antes que uma verdadeira superestrutura possa ser construída, será necessário demolir muito do atual edifício. Surge, então, a questão do quanto pode ser demolido com segurança, e como deve ser o teste que dirá qual a parte que deverá vir abaixo e qual deverá ser preservada. Isso envolve a consideração do que constitui o mal, uma vez que é evidente que serão os aspectos malignos da personalidade que serão derrubados. Mas como podemos ser capazes de definir o que é o mal? Muitas coisas consideradas “más” por algumas pessoas não o são por outras! Existe algum teste básico pelo qual poderemos avaliar? A resposta é que existe um tal teste que é fornecido pelos sistemas cabalísticos na história de Abraão e os Reis de Edom. Essa história se encontra no Gênesis, capítulo XIV, e para nossos objetivos vamos resumi-la aqui. Aqueles que preferirem, poderão então ler a narrativa na íntegra. Resumidamente, Abraão armou uma expedição punitiva e derrotou as forças inimigas, libertando seu sobrinho. Aqueles contra quem lutou são chamados “Reis de Edom”, e nos textos cabalísticos são mencionados como “aqueles que reinaram, antes de haver um Rei em Israel”. Ao retornar da Batalha, onde aniquilou os Reis, Abraão foi parado por um misterioso ser – Melkisedek, Rei de Salém, Sacerdote do Deus Altíssimo, que ministrou-lhe a mística Eucaristia do Pão e do Vinho, e o abeençou. Na Epístola aos Hebreus, esse Melkisedek é descrito como “sem pai nem mãe, não tendo dia de início e nem de fim de vida, e que perseverou no Sacerdócio para sempre”. As probabilidades são que essa história pode ser lida em sua versão desmistificada. O chefe nômade Abraão, em aliança com outros, derrota o inimigo comum e é abençoado pelo sacerdote local. Os cabalistas, entretanto, liam os livros do Velho Testamento de uma maneira um tanto quanto diferente. O Tora, a divina “Nemos”, como era descrita, era o Corpo da Lei, mas, assim como é inerte e inútil se não for animado*, assim a Lei da escrita era útil inútil sem o seu espírito conformados – a Cabala. Assim, nessa história de Abraão e os Reis de Edom, cada personagem representa parte da personalidade humana, e a ação da história mostra a interação dessas partes da mente. *usado nesse contexto como movido pela anima ou alma. Antes, porém, de tratar das aplicações mágicas e esotéricas da história em questão, vamos considerar o problema do mal em si. O que é “mal”? A Doutrina Mágica afirma que há vários tipos de mal, alguns dos quais, para se usar um paradoxo, não são males! O primeiro tipo de mal é a resistência inata da forma à força. A forma organizada opõe resistência a força do livre movimento, mas essa própria restrição e oposição propiciam o controle e o direcionamento da força. Na vida física, observamos que o atrito entre os pés e o solo habilita-nos ao movimento para frente. Num mundo onde não tivesse atrito, caminhar seria impossível, e a força seria ineficiente – e esse princípio de restrição funciona para outros campos. Pela restrição da câmara de compressão, do cilindro e do pistão, o vapor é comprimido e posto para trabalhar. Assim, esse mal da “inércia” não é na realidade, um mal verdadeiro, mas parte da engrenagem desse universo em evolução. Existe, entretanto, uma forma de inércia que ultrapassa essa normal e benéfica que, essa sim, pode ser verdadeiramente chamada de mal. É a inércia da amorfia e do caos – o “Aborto do Espaço”, as Areias Movediças Cósmicas. Aqui não há resistência definida – não existe o trampolim a partir do qual a vida possa galgar maiores altitudes. Mas da mesma forma como as areias movediças não permitem a “decolagem”, arrastando para baixo tudo que nelas cai, assim se dá com o caos cósmico. A vida emergente, não achando resistência, não encontrando sustentáculo para sua alavancagem, pode ser absorvida e tornada impotente nesse “Caos e Escuridão, e nos Portões da Terra da Noite”. A terceira forma de “mal” é chamada de “força desequilibrada”. Aqui uma força ou energia completamente boa e utilizável foi deslocada no espaço ou no tempo, e o desequilíbrio resultante é definitivamente mau. Vamos analizar um ou dois exemplos de tais forças desequilibradas. O carvão na lareira está servindo a um propósito útil e benéfico, aquecendo o ambiente. Mas, se ele cair no carpete, imediatamente se tornará mau. Incendiará o cômodo, causará prejuízo, podendo provocar perda de vidas. A água no banheiro é boa, mas se essa escapar do banheiro e descer as escadas, será má. Estes dois exemplos podem servir como exemplo de deslocamento no espaço. Existem também deslocamentos no tempo. Esses podem ser de dois tipos: reversão para o passado ou antecipação do futuro. Reversão para os padrões morais e éticos de um nível inferior e mais primitivo da cultura humana é mau para o moderno mundo civilizado, uma vez que se trata de uma regressão definitiva no processo de evolução. Mas seria igualmente mau se, com as limitações e perspectivas mentais dos dias atuais, a pessoa alcançasse o futuro distante e tentasse materializar, com as condições do século XX o estágio civilizatório que possivelmente virá a ser a norma das pessoas de, digamos, daqui a 10 mil anos. Para usar uma observação expressiva, este autor ouviu o seguinte: “O leão pode deitar-se com o cordeiro, mas ele precisará alterar seus sistema digestivo completamente”. Essa antecipação do futuro é a falácia por trás da atitude pacifista. Uma vez que tal atitude só é viável em uma comunidade bem politizada, é claramente insustentável como política nos tempos atuais. Aqueles que porventura sintam que isso é uma condenação cínica do que temos sido ensinados pelos grandes doutrinadores religiosos, nós os remetemos aos “Conselhos de Perfeição” dos católicos. Sempre a idéia do futuro tem que ser vislumbrada, mas embora essa versão deva ser força de inspiração com tendência à sua própria realização, o estabelecimento prematuro de tais condições é mau. Esses tipos de mal podem ser chamados positivos, mas existe também o que pode ser chamado de mal positivo-positivo. Aqui chegamos num ponto que, nos dias modernos, costuma ser freqüentemente negligenciado – a existência do mal organizado. É como se a ressaca materialista do século XIX tivesse levantado algumas inibições inconscientes na mente do homem moderno, tornando-se, desse modo, extremamente difícil para ele perceber que o mal organizado pode existir e existe, não só no plano físico, como no suprafísico. As bestialidades premeditadas realizadas durante a Segunda Guerra Mundial deveriam ter aberto os olhos de alguns de nossos idealistas para a possibilidade do mal organizado. Dissemos “deveriam ter” deliberadamente, uma vez que alguns amigos nossos – idealistas até o âmago – nos contaram recentemente que todas as histórias das atrocidades eram absolutamente sem fundamento, pura propaganda, já que “ninguém poderia ser tão mau a ponto de fazer tais coisas!”. Sugerimos que eles deveriam comparecer aos tribunais e ver um pouco das provas fornecidas em alguns dos casos mais sórdidos que vieram a ser julgados. A sugestão foi recusada com uma manifestação de emoção tal, que sugeriu que o Velho Adão não estava inteiramente extinto, mesmo em seus corações pacifistas! Todas as antigas religiões falaram sobre o mal espiritual organizado, e a fé cristã o personificou em Satã. São Paulo fala de tal mal organizado nos níveis suprafísicos quando diz: “Pois que não combatamos contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Poderes, contra os Dirigentes das Trevas do Mundo Atual, contras os Espíritos da Perversidade nos Lugares Exaltados.”(Eph: Capítulo VI, verso XII). No processo de evolução do universo, vários tipos de energia foram deslocados e depois incorporados ao pensamento mal-direcionado do todo da humanidade em evolução ao longo dos tempos. Assim, a atmosfera psíquica deste planeta fica periodicamente carregada e encoberta pelas más “vibrações”, até que em certo ponto no tempo a vida em evolução é posta em cheque. É aí então que as grandes almas vêm a Terra para reconduzir as mentes dos homens aos caminhos da sabedoria e da paz e “tirar um pouco da pesada carga de pecado e do sofrimento do mundo”. O mais rico e significativo desses ciclos evolucionários chegou por volta de 2 mil anos atrás, quando o nadir da configuração da vida em sua forma física foi alcançado e a totalidade da vida manifestada correu perigo de ser completamente encurralada e desvirtuada. Então, Ele veio, a manifestação encarnada do Logos, o Senhor da Luz; e, pela Sua Identificação com a totalidade da raça humana, ele amealhou em si todas as más condições do planeta e, pelo poder que era Seu, transmutou-as em condições e influências mais elevadas – uma alquimia em nível mundial! Assim também, com sua vida e morte, Ele estabeleceu uma linha de contato direto entre Deus Transcendente e a humanidade em evolução ao longo da qual pudessem fluir para a alma do mundo as forças divinas de regeneração,e , assim, “um caminho novo e vivo” estava criado, por onde a humanidade podia entrar no Mais Abençoado dos Lugares. Na parábola do filho pródigo, podemos ver que não somente o filho pródigo partiu em sua longa e atormentada viagem de volta ao lar, mas também, quando ele ainda estava bem longe de casa, seu pai o viu e correu para encontra-lo. Da mesma maneira, o Logos transcendente precipita-se sobre os Seus filhos em evolução, e, à medida em que esses trilham o caminho que toda a humanidade deve trilhar, o Senhor da Luz, que é também o Senhor do Equilíbrio, harmoniza as forças desequilibradas do universo. Assim isso também está no coração de cada indivíduo, e por essa razão também se diz ao estudante de magia que, num ritual, ele pode receber o Pão Sagrado da Vida Imorredoura e o Cálice da Eterna Salvação “quando tiver matado os Reis das Forças Desequilibradas em sua própria Natureza interior”. Essa conquista do equilíbrio é de extrema importância para alguém que deseje trabalhar com a Alta Magia, de forma que o seu espírito possa se manifestar por meio do Véu do tabernáculo terrestre, e é também por essa razão que, na Tradição do Oriente, é dito que a Discriminação é a primeira virtude do caminho. Pois o poder da Luz Interior, descendo pela personalidade mais densa, energiza e ativa todos os seus níveis bons e maus, o complexo dissociado explode, e toda a natureza psíquica e mental é posta a fermentar. Assim, por conseguinte,quem quer que, sendo indigno e tendo a personalidade desequilibrada, beba do Graal do Sagrado Anjo da Guarda está bebendo sua própria condenação, pois as poderosas forças que ele invoca o dilaceram, inflando seu falso ego, intensificando suas paixões desequilibradas e finalmente começando a desintegração da própria personalidade. Para esse, o símbolo é o da “Torre Fulminada” do Tarô, pois a casa de sua vida é destruída pelo Fogo do Céu e ele segue “fugindo para onde ninguém alcança”, um filho da Perdição, uma Estrela Cadente, para quem está reservada a Escuridão das Trevas, pelos Tempos dos Tempos. Que tal destino aguarda todos os que se dediquem à Arte da Magia é certamente falso,e , aliás, rituais de magia, adequadamente usados, podem ser da maior utilidade na produção do estado de equilíbrio interior, em que é baseado a Grande Obra. O neófito é alertado de que, acima de todas as coisas, tem que cultivas a verdadeira humildade – não a humildade do Uriah Heep, mas a humildade Dele, que disse: “Eu estou entre vós como O que serve”. No primeiro grau de certos Mistérios, o neófito aproxima-se do Leste na posição ritual de humildade, a cabeça baixa e as palmas das mãos para o lado exterior, e é instruído de que somente pelo serviço altruísta na Luz poderá obter o poder para avançara até o Lugar Mais Sagrado. A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 6- Invocação e Evocação “Eu posso chamar os espíritos das profundezas”, exclamou um dos personagens de Shakespeare, ao que seu amigo retrucou “Ora, eu também posso, e assim também pode qualquer homem; mas será que eles virão quando chamados?” Esse é, certamente o x do problema. O homem comum tem uma concepção excessivamente cética do assunto e, resolutamente responderia à pergunta com um categórico “Não!”, e consideraria o esforço do mago tresloucado uma coisa vã. A superstição popular também tem tratado o mago como aquele que conjura ou afirma conjurar habitantes dos mundos invisíveis. Tendo em mente a nossa definição de magia como a arte de causar mudanças na consciência pela ação da vontade, fica evidente termos que considerar em primeiro lugar toda a questão da invocação e da evocação do ponto de vista subjetivo. Em outras palavras, partindo do pressuposto de que, por um momento, o mago possa “conjurar em forma visíveis” seres de outras ordens de existência, mostraremos que é a própria personalidade do mago o canal pelo qual tais manifestações são produzidas. Constitui-se em um princípio fundamental, nas escolas esotéricas do Ocidente, os planos da natureza serem distintos, não contínuos, cada plano de existência tendo as suas próprias leis e seus próprios métodos peculiares de trabalho, não exercendo influência direta sobre nenhum outro plano. Qualquer que seja a influência exercida, ela será indireta ou “indutiva”. O fenômeno de indução elétrica fornece um paralelo bem semelhante para essa afirmativa. Se um fio, por exemplo, por onde passa uma corrente alternada ou contínua, for colocado perto, mas não tocando outro fio similar, ligado por sua vez a um galvanômetro, mas sem estar ligado a corrente alguma, ver-se-á que, à medida que o fio carregado de energia chega mais próximo do outro, o mostrador irá registrar que uma corrente elétrica foi gerada no segundo. Além do mais, será constatado que se o galvanômetro for colocado no fio carregado eletricamente e se o segundo rolo tiver sua resistência alterada, o fluxo livre no primeiro fio será detido ou aumentado, mostrando assim que os fios agem um sobre o outro. Assim é também com os planos de existência. Um é negativo ou receptivo ao que é mais elevado do que ele próprio, e positivo ou dinâmico ao que lhe é inferior. Mas, da mesma forma, o inferior age sobre o superior, essa é a justificativa para a afirmativa bíblica de que o Reino do Céu “sofreu uma violência e foi tomado por uma tempestade”. Descobriu-se pela experiência que os níveis podem entrar em contato direto uns com os outros através da lente de uma consciência organizada de um tipo ou de outro. O melhor ponto de contato é o de uma consciência humana treinada e equilibrada. A mente humana contém dentro de si os parâmetros vibratórios de todos os planos e, ao tocar certos pontos, uma ligação pode ser feita com a existência daquele nível. É o processo de “sintonizar”, tal como acontece no rádio, e aqui novamente a analogia com a eletricidade é muito apropriada. Quando sintonizamos no nosso programa de rádio favorito, qualquer que seja ele, não ouvimos a voz real do cantou ou o som real do instrumento. O que ouvimos é uma reprodução projetada de voz ou do som do instrumento real. Assim também acontece com a invocação e a evocação. Fazemos contato, por meio da nossa própria consciência energizada, com a consciência dos seres que procuramos evocar, e a “aparência visível” é apenas uma projeção da nossa própria mente (assim, aliás, é a imagem visível que formamos quando usamos os nossos olhos físicos! A vibração da luz atinge a retina, envia impulsos elétricos para o centro óptico, e aí projetamos uma imagem mental correspondente a esses impulsos). Em ambos os casos, no entanto, essa reação é causada por uma realidade objetiva de alguma espécie, seja ela física ou suprafísica, e aqui chegamos ao que pode ser denominado de ponto de vista “objetivo”. A tradição afirma que todas essas existências existem per se e têm seu próprio lugar na natureza. Mas – isso é importante – as aparências vistas são condicionadas pelo mecanismo mental subjetivo do próprio mago. Também por intermédio desse mecanismo o poder e a energia desses invisíveis são trazidos para a consciência vígil ( não é o poder real dos invisíveis que é trazido, mas sim o efeito do contato da consciência do mago com a do ser evocado ou invocado que põe em atividade a força correspondente dentro dele mesmo, e é esse poder correspondente que é projetado e produz os resultados desejados). É importante notar a diferença entre “invocação” e “evocação”. Na invocação, agimos de maneira a atrair a atenção de algum ser de natureza superior à nossa própria ou alguma força cósmica de ordem superior. Na evocação impomos nossa vontade sobre seres de uma ordem inferior de existência e os compelimos a executarem nossos desejos. Em ambos os casos, o contato real ocorre por meio de nosso contato com o canal mental, mas desenvolveu-se uma técnica mágica por onde a diferença essencial entre os dois tipos de influências – a superior e a inferior – pode ser mostrada diante do mago. Há uma razão para isso – caso haja alguma confusão na mente do mago, os resultados poderão ser desastrosos. Por um momento, vamos considerar isso do ponto de vista psicológico. Se as forças ou os seres convocados pela invocação representam a superconsciente da mente, então os seres que respondem que respondem aos comando evocatórios do adepto representam, ou melhor, trabalham ao longo dos níveis subconscientes. Mas, enquanto os contatos supraconscientes tendem na direção de uma maior e mais efetiva integração da mente, os subconscientes tendem, se não forem controlados, , a causar sua desintegração total ou parcial, como C.G. Jung demonstrou. Desse modo, a Tradição da Magia desenvolveu dispositivos técnicos conhecidos como “Círculo de Segurança” e o “Triângulo da Arte”, sendo todo o conjunto conhecido como “Local de Trabalho”. Por meio de certos rituais, o lugar onde o trabalho mágico será realizado é purificado eletricamente no plano objetivo, e psicologicamente no plano subjetivo, e um Círculo de Segurança é riscado no chão como uma fortaleza dentro da qual o mago pode trabalhar. Então, o Triângulo da Arte é desenhado fora do Círculo, pois no caso da Evocação, é necessário que a manifestação objetiva dos seres evocados seja mantida dentro dos limites e sob rígido controle, devendo haver, na mente do operados uma nítida distinção psicológica entre ele mesmo, como a força positiva ou dominante, e as forças inferiores ou seres que lhe são negativos. A purificação do Local de Trabalho é feita na magia ocidental pelo que ficou conhecido como Ritual Menor de Banimento do Pentagrama, ou em outros casos, pelo Ritual do Hexagrama. O Ritual Inferior do Pentagrama é mais freqüentemente usado, e sua eficácia pôde ser atestada por esse autor, que o realizou em muitas ocasiões. Ele é uma combinação de sinais geométricos feitos pelo operador, Nomes de Poder que são entoados por ele, certas imagens mentais que são visualizadas muito fortemente e a invocação definida de certas forças Arquiangelicais. Novamente, olhando pelo ângulo psicológico, o que estamos fazendo é reafirmar, por palavras e sinais, a soberania do Eu Superior, enquanto pelas invocações, atraímos sobre nós mesmos alguns de seus poderes que são liberados pela ação da existência de outras ordens superiores a eles. Em sua grande maioria, os casos de invocação ou evocação “em forma visível” são percebidos somente pela visão psíquica, nada sendo visto no plano físico. Onde ocorre a visibilidade material, temos outro processo operando, o da “materialização”, Para que tal materialização aconteça, é necessário que esteja presente alguma fonte de uma substância peculiar conhecida pelos espiritualistas como “ectoplasma”. Uma das suas fontes e a mais efetiva é o organismo corpóreo de uma dessas pessoas conhecidas como “médiuns de materialização”. São pessoas que possuem certo poder ainda muito pouco compreendido, que as capacita a ejetar ectoplasma em grandes quantidades. Chama-se ectoplasma por ser um plasma peculiar, uma substância viva que é secretada e se manifesta do lado de fora do organismo físico do médium. O ectoplasma parece se prestar a ser moldado pelo pensamento e pelo desejo em formas – de fato, uma das suas características é uma tendência inata para a organização. Os registros até aqui obtidos pelos espiritualistas e observadores de mente aberta, como Sir William Crookes, o Barão Shrenk-Notzing e o Dr. W. J. Crawford, sugerem que o ectoplasma é a substância básica do protoplasma vivo e, como tal, é a matriz do organismo físico. Achamos, entretanto, que existem outras origens de ectoplasma, ainda que sejam de tipos diferentes e emitidos somente em pequenas quantidades. Antes de passarmos a essas fontes, vamos mencionar rapidamente um método de se obter ectoplasma suficiente para uma materialização. Esse método consiste no uso de sangue fresco de um animal. Há referências disso ao longo da história, e Homero o citou. Existe uma obscura lenda gnóstica que diz terem os sininhos de ouro, usados nas vestes dos altos sacerdotes judeus, a finalidade de os seres evocados pelos sacrifícios de sangue no templo a assumirem formas feições humanas ao invés de suas grotescas formas. Qualquer um que se dê ao trabalho de estudar os detalhes dos Sacrifícios do Templo irá compreendera força dessa lenda e também se convencerá de que havia sangue suficiente para qualquer materialização . Pode-se garantir a eficácia do sangue fresco como base de tal materialização. Bem recentemente, um caso de “assombração” investigado por esse escritor provou ter como base de sua manifestação exatamente tais emanações de sangue. Uma vez retirada a base material, as manifestações objetivas cessaram, e a atmosfera psíquica subjetiva foi facilmente dissipada por um ritual de banimento. Pode-se observar, de passagem, que muitos casos de “assombrações” são, na verdade, o esforço dos assim chamados “mortos” para fazer contato com o mundo que eles deixaram, e os espiritualistas desenvolveram uma técnica bastante efetiva que permite à pessoa desencarnada ter a oportunidade de fazer contato consciente com aqueles na Terra que são capazes, por conhecimento dos mecanismos psíquicos, de ajuda-los nos ajustes necessários às novas condições de vida. Voltando à nossa consideração sobre as fontes de outros ectoplasmas além da dos médiuns de materialização ou das emanações do sangue, uma das mais usadas nos ritos de magia é um incenso peculiar conhecido como Dictamno de Creta. Flores frescas também liberam uma apreciável quantidade dessa substância de forma rarefeita, assim como a chama das velas. No trabalho de magia, os procedimentos com sangue nunca são empregados, e o uso do médium também é evitado por causa da depressão da vitalidade que isso pode provocar. O uso do incenso está livre dessas desvantagens, mas as formas que são evocadas para “aparência visível”, embora claramente perceptíveis para a visão, não possuem a solidez daquelas produzidas pelos métodos anteriores. Embora a evocação para aparência visível seja uma das façanhas mais espetaculares da arte da magia, ela não é freqüentemente empreendida, pois para a maioria dos propósitos é suficiente a “aparência visível” o seja para a visão psíquica. É suficiente o operador estar habilitado a perceber objetivamente os seres evocados – compreensão consciente e percepção direta deles dá ao mago poder sobre eles! Outra vez aqui vamos encontrar um paralelo com o campo psicológico; os “complexos” dissociados ou reprimidos da mente são controlados pela percepção consciente dos mesmos. Além disso, quando espíritos de natureza “benéfica” são evocados, podemos novamente recorrer a chave psicológica, pois é fato que a clara percepção de uma faculdade mental resulta no rápido desenvolvimento daquela faculdade no indivíduo em questão. E uma tal percepção subjetiva também significa que, por meio da lei da indução simpática, entramos em contato com seres objetivos e forças de tipos similares existentes nos mundos interiores. É isso que dá validade às afirmações dos “grimórios” medievais ou livros de magia como: “Os Espíritos de Mercúrio dão compreensão da Ciência”. Tendo completado a evocação, torna-se necessário despedir os seres evocados. Podemos empregar aqui uma analogia elétrica e dizer que é necessário descarregar nosso círculo carregado, “aterra-lo” e, desse modo, levar de volta a força evocada para seu lugar normal na economia natural. Essa liberação é produzida pela “Licença para Partir”. Aqui vai uma típica licença para partir. O mago faz sobre si a Cruz Cabalística e se dirige aos seres que evocou da seguinte maneira: “Por ter aparecido claramente entre nós e realizado aquilo que vos foi ordenado, parti agora em paz para o vosso próprio mundo. Que a paz esteja entre nós, que estejais sempre pronto a obedecer à convocação, que as bênçãos de Adonai caiam sobre vós, assim como nós sejamos capazes de recebe-las.” O mago, então, prossegue, usando os dispositivos técnicos do “Fechamento do Portão”, retirando sua atenção tanto consciente quanto subconsciente dos níveis do plano interior e se refocalizando no plano físico. Isso é o mais importante, pois impede a mente de se desintegrar, o que é o resultado habitual da evocação descontrolada do subconsciente. Caso o mago tenha invocado inteligências superiores, a licença para partir é desnecessária, mas o Fechamento dos Portões continua sendo necessário. Algumas autoridades afirmam que, na Eucaristia, as palavras ite missa est no final do serviço são, de fato, não uma licença para partir, mas uma declaração aos seres angelicais que tomaram parte no serviço de que o seu trabalho está concluído. Não se trata de uma ordem taxativa de que partam. A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 7- Magia Magnética Quando o Dr. Mesmer atraiu, pela primeira vez, a atenção internacional, no século XVIII, sobre suas notáveis curas e sua doutrina peculiar, o mundo ocidental estava apenas começando os estudos mais sérios das mais recônditas forças da natureza, como a eletricidade, o magnetismo e a gravidade. Mesmer, na tese de seu doutoramento, delineou uma teoria do universo que era e ainda é a da Tradição Esotérica Ocidental, embora, em sua forma pública, por necessidade, apresentasse apenas uma sombra de sua real configuração. Resumidamente, Mesmer viu todo o universo como uma unidade viva, em que cada parte era afetada e, por sua vez, afetava todas as outras partes. A saúde, portanto, estava em cada parte se ajustando a outra parte, dando o máximo de sua capacidade para dirigir, controlar e manter a vida como um todo. Ele ensinou que essa vida formativa poderia ser transmitida de um ser para outro e afirmava que essa força era funcional e apartada das energias do plano físico que estavam sendo estudadas pelo mundo científico. Particularmente, essa força universal está por detrás e se manifesta por meio do fenômeno do magnetismo, afirmava Mesmer. Ele se utilizava de varetas magnéticas, que, segundo sua teoria, possuíam poder curativo por causa dessa força universal; porém, mais tarde, não só ele, mas também seus seguidores, passaram a ensinar que essa força era igualmente emitida dos organismos humanos. Foi assim chamada de “magnetismo animal”, e a escola dos magnetistas animais, entre os quais havia nomes como os de Puysegar e o Barão du Potet, desenvolveu suas teorias e práticas segundo essa linha de pensamento. Quando o Dr. James Braid desenvolveu a sua própria teoria do “hipnotismo”* e, mais tarde, quando os seguidores de Charcot e os membros da assimc chamada “Escola de Nancy” elaboraram a teoria da “Sugestão”, o “fluído” de Mesmer foi descartado, e a própria idéia do magnetismo animal, ridicularizada. Mas embora fosse “salutar” desmentir a existência do fluído magnético, houve quem tranqüilamente trabalhasse na linha indicada por Mesmer e du Potet. Um dos notáveis nomes dessa vertente é o do Barão Reichenbach, que conduziu exaustivas pesquisas naquilo que chamou de “força ódica” ou, mais simplesmente, “Od”. Suas pesquisas estabeleceram claramentea existência de uma força que subjaz a todas as forças naturais. *Uma moderna pesquisa sobre esse assunto pode ser encontrada no relatório Proceedings of the Society for Psychical Research, Vol. XXXII, de julho de 1921, no artigo “Problems of Hipnotism”, do Dr. Sidney Alrutz, catedrático de Psicologia da Universidade de Upsala. Dessa maneira, os sensitivos que agiam como seus observadores podiam ver, na total escuridão, uma “chama”, como eles denominavam, emanando da ponta de um arame, cuja outra ponta havia sido exposta à forte luz solar ou ao luar. Os experimentos mostraram que, se a ponta fosse recoberta com uma proteção, os observadores notariam o desaparecimento da chama ódica, embora não tivessem sido alertados para qualquer alteração no procedimento experimental. Observou-se que chamas ódicas similares estavam associadas com os pólos eletromagnéticos e imãs. O corpo humano pôde ser visto irradiando essa mesma força. Um toque de humor surge aqui quando se descobriu serem os lábios humanos grandes fontes irradiadoras de fluído ódico, o que esclareceria o poder e a eficácia dos beijos dos amantes apaixonados! Na atualidade, as pesquisas do Dr. Killner e o uso de instrumentos de medição elétrica altamente sensíveis mostram que a existência dessa força ódica é cada vez mais aceita. Podemos até usar o termo “magnetismo”, desde que fique claro não ser o mesmo magnetismo estudado pelos físicos e engenheiros elétricos, embora lhe possa ser associado. Esse magnetismo animal, portanto é uma força ou energia real emitida automaticamente pelo animal e pelo ser humano saudável, mas também pode ser conscientemente desenvolvida e direcionada, e é esse poder direcionado e intensificado a base do ramo da magia com a qual iremos lidar agora. Será de grande ajuda para o leitor, para melhor compreender o fenômeno do magnetismo, pensar nessa força como “fluído magnético”. Talvez o fenômeno do rádio possa proporcionar alguma analogia. Sabe-se que, num pequeno grão de rádio, existem inúmeras diminutas partículas irradiando em fluxo constante, e esse fluxo é mensurável enquanto força definida, embora seja composto por essas partículas extremamente pequenas. A força magnética também possui a mesma natureza dessa emanação, uma substância extremamente sutil que pode ser direcionada e controlada pelo pensamento e pela vontade. Essa energia pode ser acumulada, concentrada ou absorvida por certos materiais, enquanto outros objetos agem como isolantes. Nisso parece haver alguma relação indireta com a eletricidade, pois muitos dos isolantes elétricos são também isolantes magnéticos, embora existam algumas exceções intrigantes. Todos os metais são bons condutores de magnetismo, o óleo e a água o absorvem prontamente, embora o óleo o conserve por período mais longo. Lã e papel, tijolo e pedra absorvem-no ligeiramente, mas a seda não o conduzirá nem absorverá. Descobriu-se, mediante cuidadosos experimentos, que a força magnética tende a reproduzir, no objeto para qual está direcionado, sua própria “vibração” ou “nota” particular, e o objeto entrará em forte empatia psíquica ou rapport com a pessoa que projetou o magnetismo. Assim, o magnetismo animal é o poder fundamental em muitas formas de curas psíquicas e espirituais, sendo o poder curador por si próprio e também agindo como veículo para muitas outras forças ainda mais sutis que, por seu intermédio, vão afetar o corpo físico. Deve-se lembrar que um dos milagres* atribuídos a Jesus foi ter curado uma mulher que estava com hemorragia. O evangelho nos dá uma visão nítida da ocorrência, o Mestre no centro de uma multidão que se comprime em torno d’Ele, empurrando seus discípulos que estão tentando manter um espaço aberto à Sua volta, e todos tentando tocar nem que seja a borda de Sua túnica. O Oriente não muda tão rapidamente, e este autor tem, freqüentemente, testemunhado cenas similares na Índia. O Mestre pergunta: “Quem me tocou?” O espanto dos discípulos é compreensível. Quem O tocou? Eles bem poderiam exclamar: “Quem não o tocou?” Mas o registro continua dizendo que ele percebeu que uma virtude havia saído dele. *Conferir com a definição de milagre dada por Santo Agostinho! Os milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários àquilo que sabemos sobre a natureza. Talvez, possamos ser traídos por essa palavra “virtude”, pensando somente em seu significado ético – “Uma mulher virtuosa vale mais que rubis.” Mas o verdadeiro significado dessa palavra é o do poder, de modo que nós também dizemos que isso e aquilo têm virtude. (Na Idade Média e hoje, no Oriente, a virgem e a criança sem pecado são detentoras de um poder o qual é resultado de sua pureza.) Quando a palavra “virtude” é traduzida da Versão Autorizada da Bíblia, descobrimos que ela é raiz das palavras “dínamo”, “dinâmico” e “dinamite”, todas subentendendo uma poderosa energia ativa. Assim, a pergunta do Mestre é transparente. A mulher que O havia tocado se havia tornado, por meio das condições morais criadas dentro dela por sua fé, uma condutora, ou mais precisamente, uma absorvedora de energia de cura ou energia dinâmica vital que estava emanando Dele. Muitos curadores magnéticos nos dias de hoje podem reproduzir a declaração do Evangelho, pois eles também perceberam que uma “virtude” saiu deles. O padre John de Cronstadt e o padre Mathew, irlandês, faleceram prematuramente como resultado de excesso de trabalho. É interessante notar que o padre Mathew recebia uma anuidade de 300 libras da rainha Vitória, em reconhecimento aos seus serviços.* *Cf. o livro de Dr. Percy Dearmer, Body and Soul, para estudo mais profundo dessa forma de cura. Nos trabalhos de magia, esse poder é usado de muitas maneiras. Em curas, carregando-se ou impregnando-se um lenço ou outro artigo com poder curativo; Esse objeto “carregado” será usado ou vestido pela pessoa doente. Algumas vezes, a água ou óleos são “carregados” da mesma forma; crucifixos, pingentes ou outros objetos pessoais são carregados ou “magnetizados” para utilizar o termo técnico. No Novo Testamento, lemos sobre pessoas que levavam tecidos que haviam estado nas proximidades de São Paulo para curar os doentes, e a prática de carregar ou “benzer” objetos nunca desapareceu na Igreja Católica em qualquer um de seus ramos. É importante lembrar que o fluído magnético é por si só neutro e vai receber a impressão da mente e da vontade que o emitiu. Como todas as forças somáticas, ele é manipulado pela mente subconsciente, e uma vez que o subconsciente reage mais eficientemente à sugestão de imagens da mente consciente, o mago tem que ter um estoque de imagens nítidas, às quais a mente subconsciente já tenha sido “vinculada” ou condicionada. Um tal estoque de imagens é encontrado na Árvore da Vida da Kabalah, que é o glifo de treinamento do mago ocidental; No Oriente, outros glifos ou símbolos compostos são usados. O processo de magnetiza um objeto apresenta duas divisões: a desmagnetização ou “exorcismo”, e a magnetização ou “benção”. O terceiro processo é conhecido como “consagração”, mas isso envolve outros fatores, como será visto. A desmagnetização é produzida ao se afirmar a mente na intenção de purificar o objeto, e o magnetismo do operador é direcionado sobre ele por um ou outro dos sinais tradicionais de poder. Na Igreja Católica, o exorcismo é realizado por intermédio do sinal da cruz. O cabalista também usa a cruz, mas é importante esclarecer que é a cruz dos quatro Elementos, com os quatro braços do mesmo comprimento, e não a de forma latina. Uma fórmula tradicional é usada, e a fórmula geral do padre católico e a do cabalista são muito similares - provavelmente devido à influência da época medieval, quando freqüentemente acontecia que o padre realizava certa quantidade de trabalhos de magia além do seu dever clerical rotineiro. Padres transviados que seguiam a magia tradicional tinham, quase necessariamente, que adaptar suas fórmulas familiares ao novo trabalho, e o mago esclarecido alterou tais fórmulas para adequá-las ao seu próprio propósito. Em qualquer desses casos, a Igreja Romana, com sua espantosa versatilidade, absorveu muito das tradições mágicas dos cultos que ela veio a substituir,e , como Evelyn Underhill nos mostra em sua valiosa obra Mystcism, o verdadeiro emprego hermético de velas, sal, água e óleo no serviço batismal está longe de ser apenas uma simples lustração de São João Batista. Tendo desmagnetizado ou exorcizado o objeto, nós o temos agora em condição neutra, pronto para absorver qualquer força magnética que venha a ser impressa sobre ele. Agora começa o processo de magnetização. Novamente o operador tem que ter em sua mente uma certa “intenção”, e essa intenção tem que ser expressa em palavras e em gestos, os quais são vinculados em sua mente à ação desejada do objeto imantado. Junto com isso, o mago emprega um certo esquema de técnica mental conhecido como “comemoração”, que consiste na récita de trabalhos similares por outros no passado e serve para ligar o operador com as imagens arquetípicas da consciência coletiva da raça, assim reforçando os poderes individuais do mago. Tenham os eventos comemorados realmente ocorrido ou não, isso não faz diferença para a sua eficácia se eles fazem parte da mitologia ou do folclore. É importante ressaltar que as idéias e as imagens mantidas na mente do operador devem ser positivas, nunca negativas. Assim, se estivermos carregando ou imantando um objeto com o objetivo de reforçar a coragem da pessoa que o vai usar, devemos encher nossa mente com imagens de coragem, e não de medo. Não devemos dizer “Que o portador de pare de sentir medo”, mas sim “Que o portador desse seja forte e corajoso”, e devemos usar as palavras de forma que reiterem essa idéia. De fato devemos proceder como se estivéssemos dando essa sugestões diretamente à pessoa envolvida. Falamos da consagração como um método técnico envolvendo outros fatores. Na magnetização normal dos objetos, os poderes e as forças da personalidade do operador são utilizados, mas na consagração, depois que o objeto foi desmagnetizado, ele é remagnetizado com uma intenção especial de que venha a ser um veículo ou canal de uma força maior ou ser afastado do operador. Um típico ritual de consagração é a missa da Igreja Católica. Aqui temos todos os elementos mencionados, a purificação do pão e do vinho, sua benção solene e a divisão, e então, na Prece da Consagração, a comemoração da primeira eucaristia da Igreja Cristã é a invocação da presença do Cristo na cerimônia e por intermédio dos elementos oferecidos. Em se tratando dessa magia talismânica e da maior “Magia da Missa”, pode-se pensar que nos afastamos de nossa definição de magia como arte de provocar mudanças na consciência. Esse não é o caso. O efeito do talismã é efetuar uma mudança de consciência usualmente de forma gradual na pessoa que o usa, e o mesmo se aplica ao poder do sagrado sacramento. Que a mudança de consciência não seja notada pelo participante, isso não importa. A consciência do homem, como já vimos, é maior do que a sua superficial mente vígil. É possível que a ligação da Eucaristia com o assunto da magia possa causar algum desconforto. Isso não se dará se os objetantes se ativerem sinceramente à doutrina central do Cristianismo. Pois o que é a encarnação senão um ato de suprema magia por meio do qual o Verbo se torna carne e passa a habitar entre nós, Seu poder transcendente inundando o planeta no qual vivemos e, como o fermento na massa informe, trabalhando ao longo das eras para produzir uma mudança de consciência em toda a humanidade! A magia talismânica foi muito popular durante a Idade Média, e mesma a hóstia consagrada era usada para propósitos mágicos. No primeiro Livro da Oração reformada por Edward VI, em 1549, existe uma frase que é a seguinte: - “E, embora ... as pessoas durante todos esses anos tenham recebido das mãos do padre o Sacramento do Corpo de Cristo nas suas próprias mãos ... ainda como eles muitas vezes o desviaram secretamente, o mantiveram com eles e o utilizaram para fins supersticiosos e malignos, é, pois conveniente que as pessoas recebam o Sacramento do Corpo do Cristo em sua boca das mãos do padre.” A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 8- As Imagens da Magia Os métodos técnicos da tradição mágica estão baseados, como já vimos, num profundo conhecimento da mente humana e no uso do que são chamadas imagens mágicas. Dois homens muito diferentes introduziram o conceito de imagem mágica no mundo ocidental – Santo Inácio de Loyola e C. G. Jung. O primeiro, em ordem cronológica, naturalmente foi Santo Inácio, cujos Exercícios Espirituais são fundação do sistema de treinamento e disciplina da mente que produziu uma das mais efetivas ordens católicas – A Sociedade de Jesus. Qualquer que possa ser a opinião particular sobre os jesuítas, uma coisa é certa, eles formam uma das mais eficientes comunidades da Igreja. Algumas vezes se fez objeção ao sistema de treinamento jesuíta, dizendo-se que ele é “antropocêntrico” em contradição ao método sulpiciano que é “teocêntrico”. Trata-se apenas de uma questão de temperamento – um tipo se volta para dentro e busca por meio de conhecimento do eu conhecer o Um, o outro procura por intermédio do Um conhecer o eu. Se nos permitem usar um símile físico, um tipo é centrífugo, e o outro, centrípeto. Assim como essas duas forças opostas produzem como resultado o sistema equilibrado, como o Sol e seus planetas, também a tradição mágica faz uso de ambos os métodos – o de Santo Inácio e o sulpiciano; na verdade, eles já eram usados há muito tempo ao serem incorporados na Igreja Católica. O psicólogo Carl G. Jung já demonstrou a importância para todos nós, daquilo que se chamou de “imagens arcaicas” do inconsciente coletivo. Deve ser recordado que, em nosso estudo da mente, falamos do estrato da mente que é comum a toda a humanidade – consciência da raça, da qual nossa consciência individual se ergue, como uma montanha entre as cordilheiras em volta. Jung salienta que a consciência normal “regride” ou volta sobre si mesma, liberando a energia psíquica dos vasto manancial dos níveis subconscientes. Na tradição mágica, esses níveis subconscientes são conhecidos como “Tesouro da Casa de Imagens”, e é sobre essas imagens que a energia internalizada vai trabalhar. À medida que essas imagens se tornam ativas elas tendem a ultrapassar o censor do limiar da mente e imergir no nível consciente em forma de sonhos, visões e intuições; além disso, elas “projetam” significados especiais sobre objetos e imagens com os quais tenham afinidade. É óbvio, entretanto, que a regressão patológica e involuntária das neuroses é prejudicial para a unidade mental que se constitui na saúde normal, mesmo que a regressão do neurótico seja um esforço dos níveis profundos da mente para restabelecer as condições de equilíbrio. Mas a regressão da técnica mágica é uma atividade voluntária consciente, em que a polaridade mental normal é deliberadamente regredida, e o fluxo de energia psíquica, redirecionada em consonância com certo plano bem definido. Podemos descrever isso como um sistema de evocação. Mas não é somente a energia psíquica que é redirecionada aos níveis subconscientes; ela também emerge de lá, carregando em seu fluxo as fortes imagens do inconsciente coletivo ou, melhor, as “linhas de força” dessas imagens. Talvez uma ilustração torne isso mais claro. Se uma solução de algum sal é deixada para cristalizar, observamos que a substância forma cristais de um certo tipo, e é evidente que na própria solução já existiam as predispostas “linhas de força” juntamente com os cristais peculiares da substância. Podemos dizer, entretanto, que embora cristais de seis ou oito lados não existissem na solução, havia, no entanto, lá, um sistema de traços subsistindo, cuja manifestação poderia ser vista nos cristais formados mais tarde. Assim, as imagens arcaicas do inconsciente coletivo subsistem nos profundos níveis da mente, como sistema de traços e não como imagens objetivas. Mas, se as imagens “mortas” do passado imemorial são ressuscitadas, com que corpo ela vêm? A resposta é que o que é “semeado” na mente consciente não é a imagem que deverá surgir, mas o vínculo pelo qual as linhas de força arcaica são vestidas e aparecem no novo “corpo”. Contudo, esse novo corpo está carregado com o poder das regiões onde teve a sua própria origem, e a energia psíquica que a evocou é reforçada por essa força primordial emanada fora das regiões do tempo e do espaço. Assim, a mortalidade produz imortalidade, e a imagem, emergindo no consciente, traz o novo poder para sustentar o ego pessoal. Essa ressurreição do eu profundo vai causar a regeneração e reconstituição do eu pessoal. É a porção coagula da fórmula dos alquimistas, e esse poder é, na terminologia cristã, o poder do Espírito Santo. Na técnica psicológica de Jung e seus discípulos, existem diversos métodos por meio dos quais essa ressurgência pode ser efetuada. A tradição mágica também desenvolveu detalhado sistema de treinamento pelo qual essa evocação de imagens pode ser efetuada. Profundidade chama profundidade, e essa é a chave do método mágico. É a chamada indução. Nos cerimoniais de magia em que essa evocação das forças primordiais é almejada, são empregadas imagens cuidadosamente selecionadas. Essas são escolhidas da massa de imagens simbólicas que podem ser encontradas nos livros cabalistas, e usadas pelo mago para evocar a atmosfera mental que irá evocar dos níveis profundos da mente as imagens arcaicas e os poderes desejados. As imagens arcaicas do inconsciente coletivo tendem a se agrupar em torno de certos centros definidos. Como ensina Jung, os motivos dos arquétipos (imagens arcaicas) são os mesmos em todas as culturas. Nós os encontramos repetidos em todas as mitologias e contos de fadas, em todas as tradições religiosas e mistérios. Prometeu, o ladrão do Fogo; Hércules, o que mata dragões; os numerosos mitos de criação; a queda do paraíso; os mistérios sacrificiais; o nascimento da virgem; a traição do herói; o desmembramento de Osíris, e muitos outros mitos e lendas retratam processos psíquicos em sua forma imaginário-simbólica. Da mesma forma como as formas da serpente, do peixe, da esfinge, os animais úteis, a Árvore-do-Mundo, a Grande Mãe, o Príncipe Encantado, o Mago, o Puer Eternus(eterna criança) representam certas figuras e conteúdos do inconsciente coletivo. Mitos e contos de fada são os devaneios da raça, e cada raça tem sua própria forma particular de mitos comuns. Estando cientes dessa seletividade racial, o mago esforça-se para usar as imagens que possuem afinidade com a mente coletiva da raça com a qual ele está lidando. Como havíamos dito anteriormente, a Tradição Ocidental é uma composição, e o mago ocidental usa um ou outro dos sistemas subordinados dessa forma composta. Por exemplo, na Inglaterra ele trabalha com o contato céltico e as imagens e lendas do Graal se ele deseja se servir do poder da Ordem da Rosa Cruz. Existem muitas imagens que podem ser usadas sem sair dos limites de nossas fronteiras raciais, e, embora seja da maior relevância para nós sermos capazes de nos beneficiar do sistema oriental de filosofia, quando se trata de realizar um trabalho mágico prático, é melhor restringir os esforços aos métodos ocidentais. Com isso não se está tentando desvalorizar os métodos orientais, que, por sinal, são sólidos e eficazes – para os orientais e para aqueles que, embora tenham nascido no Ocidente, são espiritualmente do Oriente. Em conjunção com o glifo, que é usado pelos cabalistas, existem 10 imagens mágicas que representam o trabalho da energia universal em todos os seus aspectos, e elas são usadas para proporcionar sintonia com essa energia no nível particular requerido. Essa, entretanto, não é uma força mecânica cega, mas uma energia de consciência pulsante e viva, de forma que, se uma forma-pensamento ou imagem, mágica é construída na mente consciente e ligada ao seu arquétipo correspondente na mente profunda, a imagem que emerge das profundezas e inunda a mente consciente com poder é uma coisa viva. Se, pois, muitas pessoas, por um prolongado período de tempo, constroem uma tal imagem mental, então as imagens individuais parecem se fundir, e aí teremos uma imagem impregnada de Energia Divina em um de seus aspectos. Isso é o que os antigos chamavam de “deus”. É importante ressaltar que a objetividade de um tal “deus” se dá por intermédio das mentes de seus devotos, e o que realmente acontece é que a forma ou imagem conscientemente visualizada age como uma linha de contato com a forma coletivamente construída que está, por sua vez, vinculada com a energia cósmica que ela simboliza. O resultado é que a energia cósmica fluindo por meio da mente do devoto estimula o arquétipo apropriado, que surge na consciência e age como um transmissor daquela energia para todos os níveis da personalidade do devoto. Aquilo que é feito apenas pela crença e pela devoção, o mago faz com conhecimento do mecanismo pelo qual essa energia é despertada para o fortalecimento e refrigério de sua alma e para aquela alteração desejada em sua consciência, que definimos inicialmente como essência da magia. É importante ressaltar que existem duas maneira de trabalhar com imagens mágicas. Um desses métodos não é recomendado, na medida em que ele tende a reduzir o poder que pode ser obtido com ele. Essas imensas formas-pensamento coletivas são “carregadas” com a energia emocional de seus autores, e essa energia armazenada é utilizável pro qualquer membro do grupo. Nós podemos assemelhar a imagem mágica à bateria carregada, responsável pela a iluminação de uma casa*. Se as baterias estão sendo constantemente utilizadas, vão chegar num ponto em que deixarão de liberar energia – elas ficarão, como dizemos, descarregada. Assim também se dá com as imagens mágicas. Se elas forem usadas de forma errada, tenderão a perder sua carga de energia. Mas nenhum perito eletricista permitiria que sua bateria se tornasse totalmente descarregada, acionando o dínamo e deixando o fluxo da energia chegar a um ponto que é, para os propósitos práticos, inexaurível fonte de energia. Da mesma forma, o mago capaz não usarias as imagens como fontes de poderes em si mesmas. Ele as usa como fonte temporária de energia, mas sempre as encadeia com o poder infinito por trás de toda manifestação. Isso faz a diferença entre o amador e o mago capacitado, e é uma das razões porque as descrições detalhadas das imagens mágicas usadas nas lojas ocultas são mantidas em segredo. *Deve-se ter em conta que o autor se refere a uma realidade de pelo menos 60 anos atrás na Inglaterra, onde as casas eram alimentadas por baterias ou acumuladores elétricos(N. do T.) Algumas das imagens mágicas muito antigas estão carregadas de energia psíquica. Elas foram construídas e têm sido usadas por gerações de iniciados. Fora das lojas ocultas, as grandes imagens construídas por gerações de devotos de grandes religiões possuem grande potência, e, por causa de seu poder evocativo sobre as imagens arcaicas na mente subconsciente das pessoas, elas são do maior valor possível para os sistemas de religiões organizadas, e as seitas que tentam dispersar inteiramente o cerimonial e as imagens estão abrindo mão de uma arma muito valiosa do arsenal espiritual. Isso nos leva à consideração da prática da Igreja Católica, conhecida como invocação dos santos. Antes de ir mais além, deve ser ressaltado que, na Igreja Romana, existem três graduações de “culto” reconhecidas. Primeiro temos a dulia, a reverência devida aos santos por sua grandeza espiritual; hyperdulia, a reverência devida à Virgem Maria; e a latria, o culto prestado ao próprio Deus onipotente. Isso mostra justamente o contrário da tola idéia protestante de que os católicos prestam aos santos e à Virgem Maria o mesmo culto devido ao Deus Supremo. Se consultarmos os documentos oficiais da Igreja, acharemos um ponto de interesse para nosso estudo das imagens mágicas. O Concílio de Trento, que removeu muito dos abusos medievais da Igreja Romana, define a invocação dos santos da seguinte maneira. “Cultuar os Santos significa cultuar a Deus, pois sua santidade e sacralidade são realmente Dele. E orar aos Santos significa adorar a Deus juntamente com toda a hierarquia dos Anjos, com os espíritos dos homens justos tornados perfeitos, e com a Igreja Invisível àqueles que nasceram no mundo celestial”.(Concilium Tridentinum, Sessio XXV, De Invocatione Sanctorum) O ponto de interesse nessa passagem das decisões do concílio é a afirmação de que a adoração dos santos é a adoração de Deus, ou seja, é o poder de Deus brilhando por intermédio dos santos e que é, podemos dizer, canalizado ou concentrado pela personalidade do santo. Essa é, naturalmente, a lei da imagem mágica. Mas a personalidade usada como canal é uma personalidade verdadeira, um ser humano que conosco adora o mesmo Deus. Dessa forma, o santo da Igreja Católica, ainda que permanecendo um ser distinto, age como lente psíquica, focalizando e concentrando aquele raio de luz eterna para qual ele ou ela é um canal especial. Todos aqueles que por afinidade natural de temperamento estão nesse raio particular, serão capazes de acionar esse santo para obter esse poder. Isso se aplica não somente aos santos da Igreja Católica, mas também aos heróis do Folclore. Em nossa tradição inglesa, os heróis pagãos e cristãos, e os santos estão emaranhados às lendas arturianas e do Graal. Houve um tempo em que era costume reduzir todas essas figuras de heróis a personificações míticas e negar sua existência como homens e mulheres reais. Mais tarde afirmou-se que eles realmente existiram e que a mentalidade popular os revestira com os adereços de mito. O mago iniciado sustenta que ambas as visões são parcialmente corretas no que afirmam, equivocadas no que negam, e acredita que a verdade completa deve ser encontrada em combinações de ambas as idéias. Quando as imagens mágicas são empregadas na escola de Magia Cerimonial, imagens cósmicas impessoais são usadas, mas, mediante o aparato técnico conhecido como Comemoração,as imagens arquetípicas são encadeadas com as personalidades de quem, no passado, em sua vida terrena se utilizou desse poder particular, simbolizado e canalizado pelas imagens mágicas em questão. A fim de que esse poder possa ser trazido ainda mais próximo das condições do plano físico, cada membro do grupo de magia encena a operação conhecida como “o assumir da forma divina”. Ele ou ela “faz o papel” da personalidade ou ser comemorado para formar o canal de poder individual dentro da loja, ao mesmo tempo procurando criar rapport por intermédio daquela personalidade com o poder cósmico. Assim, o método de assumir a “forma deus” consiste praticamente em uma certa técnica de auto-hipnose. Quando, por intermédio dessa operação, uma alteração de consciência é obtida, é como se um mecanismo automático tivesse sido acionado. A personalidade do mago é sobrepujada e inundada pelo poder do seu eu profundo, e este é iluminado e “carregado” pela entidade de que foi “comemorada”,e, por meio do canal formado pelas personalidades encadeadas, a energia psíquica cósmica precipita-se sobre as condições psíquicas e magnéticas do mago. O efeito dessa torrente de poder provoca a ascensão de imagens arcaicas profundamente submersas em sua mente consciente temporariamente alterada, e essas imagens permitem ao poder evocado realizar alterações definidas e de longo alcance no caráter do iniciado. Em torno de 10 imagens mágicas baseadas na Árvore da Vida estão agrupados os deuses e deusas dos panteões pagãos, bem como os santos e heróis dos mitos e lendas, e a escolha de uma imagem particular depende do efeito desejado. A propósito, deve ser dito que cada grupo de imagens tem certa afinidade com um ou outro dos grandes centros psicofisiológicos do corpo humano e com o centro de controle mental particular que governa cada um. A nota-chave vibratória de cada centro determina as palavras tradicionais de poder ligadas às imagens a eles encadeadas. O tema “Palavras de Poder” é de grande complexidade e só poderá ser tocado aqui brevemente. Uma variação da assunção da forma divina é a curiosa “técnica de ilusionismo” a que se refere os livros de magia ao falarem “fazer-se invisível” e “transformação”. Tal “fascinação” tem que ser experimentada para ser percebida. Um exemplo típico é dado no livro de coronel H. S. Olcott, Old Diary Leaves Vol I, aqui os protagonistas foram a Madame Blavatsky e um certo cabalista. Se esse estudo das imagens mágicas parece um pouco deslocado, deve-se lembrar que, embora um princípio geral possa ser discutido, é difícil ser preciso sem falar muito. A Magia e o Mago – E. W. Butler Ed Bertrand – 2a Edição Magia: Ritual, Poder e Propósito Capítulo 9- Magia Iniciatória Nos ritos religiosos de todas as nações desde os tempos imemoriais, encontramos certas cerimônias de admissão na comunidade tribal ou na vida religiosa da nação, e essas iniciações têm certos elementos comuns, quer seja a introdução de um menino na tribo pelos aborígines australianos ou a recepção de um postulante na Igreja Católica. Sir James Frazer, em seu Golden Bough, reuniu muitos exemplos de ritos iniciatórios de todo o mundo, e esses, juntamente com as atuais formas de iniciação, como o rito maçônico e os ritos batismais da Igreja, mostra uma similaridade subjacente. A palavra “iniciação” deriva de uma raiz que significa “um primeiro passo” ou “começo”, e isso, é claro, é justamente o que a iniciação é. Esse é o primeiro passo em uma nova vida, quer seja na vida tribal de um clã, quer na vida religiosa de um monge, ou nas atividades geralmente benemerentes fraternais da Real e Antediluviana Ordem dos Búfalos. Todos têm seus ritos iniciatórios por meio dos quais o neófito é introduzido e interligado com a nova vida. Podemos acrescentar a esses exemplos outros mais – as cerimônias iniciáticas dos cavaleiros e a coroação do rei britânico. Obviamente todas essas iniciações não tem o mesmo poder – umas afetam o candidato em níveis inteiramente diferentes das outras, mas, e isso é um ponto que deve ser enfatizado, mesmo a mais inócua e ingênua das cerimônias iniciatórias, se construída sobre fundamentos genuínos e realizada por gente de conhecimento, será o meio pelo qual mudanças mais radicais e de longo alcance poderão ser operadas. É fato notável que praticamente toda sociedade organizada, cedo ou tarde, desenvolve alguma forma de cerimônia iniciatória, e, embora isso possa ser considerado uma necessidade natural de fazer clara distinção entre a velha e nova vida, ainda está para ser explicado por que as bases de todas as iniciações parecem ser as mesmas. Associados também a esses ritos, encontramos a “imposição das mãos” ou algum ato similar; por meio da pesquisa antropológica, descobriu-se que, mesmo nos casos onde tal prática não fazia parte do ritual, ela havia sido empregada em épocas mais remotas. Veremos, entretanto, que existem dois componentes essenciais no verdadeiro ritual de iniciação. Primeiro, o rompimento com a velha vida, dramatizado por meio de certas formas simbólicas, e, segundo, a transmissão de poder para o neófito. A primeira é construída sobre a idéia de abandonar o vagar cegamente pelas condições de trevas e caos da ignorância para entrar no domínio da luz e da ordem: - o “Entrar no Dia”, do livro egípcio dos mortos, a “Entrada na Clara Luz”, do Bardo Thodol tibetano, a Transmutação Real dos Alquimistas, o Novo Nascimento dos místicos cristãos. Mas cada um no seu grau. Pois é claro que a iniciação maçônica raramente possui esse efeito taumatúrgico, assim como também a maioria das iniciações formais do Ocidente e do Oriente. De qualquer modo, algum efeito é produzido, e algum poder acaba sendo conferido, mas “sob o véu das coisas terrenas”, pois essas iniciações formais, embora válidas e valiosas, são as sombras terrenas das verdadeiras iniciações conferidas nas eternidades atemporais e para além do espaço. Nas palavras da Kabalah, elas são os “reflexos em Malkuth”, isto é, a representação em termos terrenos de realidades supra-sensíveis. Assim, não nos tornamos adeptos só pelas iniciações cerimoniais da loja(ainda que certos poderes realmente sejam adquiridos, como veremos adiante, como resultado da cerimônia), mas nos tornamos iniciados quando voluntariamente conseguimos alterar nosso nível de consciência e começamos a olhar todas as coisas de um ponto de vista diferente. A palavra que é traduzida na Versão Autorizada da Bíblia como “conversão” pode ser mais bem descrita como “mudando a direção da mente e considerando as coisas sob outro ponto de vista”. Isso, naturalmente, é o que a iniciação – e a conversão – realmente são. Aqui chegamos a um dos pontos de disputa entre os católicos e os não-conformistas. A Igreja ensina que o batismo da criança é eficaz e eficiente;o não-conformista procura uma mudança consciente no coração, realizada na mocidade ou na vida adulta, a qual leva a pessoa envolvida a uma verdadeira mudança. Do ponto de vista oculto, ambos os lados estão novamente corretos no que afirmam, e errados no que negam. A regeneração batismal e a conversão são ambas válidas e eficazes, e deveriam ser complementares uma da outra. A tradição mágica dá uma explicação objetiva disso, reforçada pelas descobertas dos psicanalistas. A fim de entender a tradição mágica, é necessário estudar o que é conhecido em psicologia como “a mente grupal”. Quando um número de pessoas se associa em busca de um objetivo comum, suas mentes se unem e formam – para o propósito que têm em vista – uma composição ou mente grupal. Quanto mais emocional o objeto de seus pensamentos combinados, mais forte e mais claramente estruturada torna-se a mente grupal. Sua manutenção depende de inúmeros fatores; por exemplo, algumas mentes grupais formadas pela oratória apaixonada de alguns demagogos podem durar apenas alguns minutos ou horas. Outras, formadas por pensamentos unidos por um período de anos, podem ter uma vida de muitos séculos. Mesmo que elas pareçam ter cessado de existir, poderão reagrupar-se se condições favoráveis surgirem, pois essas emanações, mesmo bem distanciadas dos seus impulsos mentais originais, já possuem “forma” nos mundos interiores, construída pela ação mental combinada do grupo, como já vimos quando discutimos as imagens mágicas. Cada época semeia nos mundos interiores as sementes que, mesmo não se tornando um ser objetivo imediatamente, irão infalivelmente germinar e frutificar numa época futura. E o ensinamento esotérico adverte: aqueles que originalmente iniciaram uma formapensamento grupal irão reencarnar no período em que os resultados das formas grupais de pensamento criadas por eles se objetivarem no plano físico, e terão de trabalhar e possivelmente sofrer sob as condições que eles próprios originaram no passado. Existem quatro tipos de emoções que podem energizar tais mentes grupais: poder, sexo, multidão e emoções religiosas. Muitas dessas estão intercombinadas em diferentes proporções em toda a mente grupal, mas sempre uma é predominante. As grandes religiões do mundo, com seus rituais mais ou menos estereotipados, suas emoções comuns e sua longa vida, construíram mentes grupais bem definidas, assim como os sistemas de governo que perduram por muitos séculos, como por exemplo, a monarquia britânica. A Ordem de Cavalaria, e as fraternidades iniciáticas, tais como os maçons, a Rosa-Cruz e muitas outras, construíram mentes grupais poderosas e definidas nos mundos interiores. O grupo religioso mais forte no mundo ocidental é a Igreja Cristã, e aqui temos uma mente grupal intimamente amarrada e recarregada constantemente de vitalidade que data de quase dois mil anos. Mas no caso do Cristianismo temos que lidar com algo que é muito maior do que a soma total da atividade mental e emocional e as aspirações de seus membros. Podemos entender melhor se exemplificarmos com o nosso corpo físico. Ele consiste de uma miríade de células constantemente crescendo, reproduzindo-se e desintegrando-se, mas preservando uma relação, cujo resultado chamamos de corpo físico. Mas cada célula tem sua própria vida psíquica, e a vida celular combinada forma a nefesch ou alma animal dos cabalistas. Além disso, as vidas psíquicas coordenadas de muitas células formam um receptáculo ou veículo por intermédio do qual o ego ou self pode entrar em contato com o plano material. Assim, o pensamento grupal comum, a emoção e o idealismo de todos os membros da Igreja Cristã formam um veículo ou corpo por meio do qual a cabeça da religião cristã pode entrar em contato direto com o mundo material. Em termos teológicos, a Igreja é a extensão da encarnação. Assim como a saúde psíquica de cada célula do corpo depende da interrelação com todas as demais , e assim como certos grupos de células são especializadas dentro do grupo geral, em certas atividades especiais, como por exemplo, os órgãos, nervos e órgãos dos sentidos, assim é com o corpo que se constituí na Igreja, onde vamos encontrar especialização e funcionalismo similares. É possível penetrar a vida celular coletiva do corpo pela identificação da vida psíquica da substância individual ingerida pelo sistema na vida diária, e, a propósito, aqui está a chave para os múltiplos problemas de nutrição do corpo. Exatamente da mesma maneira, o indivíduo torna-se parte do grupo por meio de uma similar identificação de seu psiquismo com a vida do grupo comum, e esse processo mental e psíquico é quase invariavelmente realizado por meio de algum rito de admissão, tal como o batismo. Possivelmente as únicas exceções são a Sociedade dos Amigos ou Quakers, ou como são mais comumente conhecidos, o Exército da Salvação. No serviço batismal o indivíduo é vinculado mentalmente com a mente grupal de toda a Igreja, e essa vinculação é feita por intermédio da atuação de um membro desse grupo que age com a sua autorização. Mesmo nos casos onde o batismo é feito de emergência por um leigo ou mesmo um não-cristão , sua “intenção mental” de ligar o recém-chegado com o grupo é suficiente. Mas isso pode ser objetado, no caso do batismo infante, em que a criança não pode conscientemente identificar-se com a Igreja. Conscientemente não, mas o homem é maior que seu pensamento consciente, como já vimos, e a criança se liga inconscientemente por intermédio de um sacerdote celebrante, com a vida do todo. Os padrinhos também forneceriam laços extras entre a criança e a Igreja – ainda que seja altamente improvável que eles tenham essa percepção! Bem, qual o resultado dessa parte da magia iniciatória? A criança é introduzida na circulação da vida da Igreja, e são proporcionalmente as condições as quais ela pode começar sua jornada do caos do passado, que é construído na subconsciência, e tomar posse do que sempre foi, in esse, uma criança de Deus. Por isso o catecismo anglicano diz que o batismo é “uma morte para o pecado e um renascimento dentro da retidão”, e essa é a fórmula de toda iniciação verdadeira. A água é usada como um símbolo de purificação e é abençoada com essa intenção, usando o signo cristão de poder, a cruz. Nas velhas religiões de mistério, a iniciação era precedida pela lustração de purificação, e as águas do batismo são a contraparte cristã das lustrações dos Mistérios. Embora a criança tenha sido iniciada dentro da comunidade cristã e tenha começado a partilhar da vida espiritual dessa comunidade, a iniciação batismal não passa da sombra terrena da verdadeira iniciação cristã do Novo Nascimento. A verdadeira iniciação acontece quando o eu pessoal é por um momento apanhado e unido com seu Ego Superior, do qual ele é expressão mundana, e, por intermédio desse Ego Superior com o Logos em que ele vive, se movimenta e tem sua existência. Um grande místico, Angelus Silesius assim assim escreveu: “Se mil vezes em Belém Cristo nascesse E não em vosso coração, estareis então abandonado A cruz no calvário que procurastes seria em vão Pois ela está somente no centro de vosso coração.” A experiência da conversão é uma forma livre dessa iniciação cristã, daí sua importância do ponto de vista do não-conformista. Voltando à questão geral dos ritos iniciatórios, todas as verdadeiras cerimônias ligam o neófito à vida mente grupal e também implantam nele as sementes do poder as quais irão, em um tempo futuro, leva-lo a percepção consciente de sua verdadeira natureza. Um amigo clarividente fez o seguinte relato de um rito de iniciação realizado em sua presença. “Quando os oficiais menores da loja fizeram seu contato cerimonial com o candidato, a aura dele tornou-se luminosa, cada porção da aura correspondente a cada compartimento reluzia. A observação desse novo membro em data posterior mostrou que o efeito é relativamente permanente – ao menos nesse caso.” “Quando, porém, o mago da loja fez o seu contato, pareceu que uma diminuta porção de seu corpo sutil era ejetada da região do chacra do coração, uma pequena semente brilhante de luz branca dourada parecia passar através da aura do candidato até vir se localizar na região do plexo solar. Observações posteriores constataram ser esse efeito permanente.” Um fenômeno similar, embora bem mais intenso, foi registrado por outros clarividentes que estudavam a ordenação de um sacerdote nas facções da Igreja que preservaram a “Sucessão Apostólica”. Talvez ironicamente, caiba aos desprezados magos a missão de configurar as alegações da Igreja no que concerne ao seu sacerdócio! Neste capítulo o batismo cristão foi usado como uma ilustração, mas os princípios envolvidos não são exclusivos do Cristianismo. As religiões de Mistérios da bacia do Mediterrâneo no período clássico usaram o mesmo simbolismo e ritos muito similares. Nos ritos mitraicos, a “lavagem no Sangue do Codeiro(ou Touro) era realisticamente encenada no kriobolium ou tauroboliom, onde o neófito, vestido de túnica branca, ficava sob uma grade em cima da qual o cordeiro ou o touro era sacrificado, e dessa maneira era literalmente lavado no sangue sacrificial. Alguns paralelos com o simbolismo do cristianismo são muito próximos, tanto que, de fato, alguns dos padres cristãos os explica dizendo que o Diabo, sabendo de antemão que o Cristianismo viria, guiou os idólatras para copiar o que mais tarde seria revclado! Outros, não apologistas do Cristianismo, dizem que essa similaridade prova que o Cristianismo pegou emprestado seu sistema sacramental das religiões que o precederam. A tradição mágica, por sua vez, diz que a religião cristã, fundada sobre certos princípios, se expressou em formas similares às das religiões pagãs, mas as redimiu da corrupção na qual tinham caído. Ela também sugere que a Igreja Cristã não tinha necessidade de tomar emprestado seus ritos e formas, uma vez que tinha suas raízes nas tradições secretas judaicas e, o que é infinitamente mais significativo, ela foi fundada e dirigida pelo Supremo Mestre de Todos os Mistérios. Os “Mistérios de Jesus” da Igreja Primitiva podiam impor-se por si mesmos diante de qualquer das religiões de mistérios à sua volta. De qualquer forma, a religião manifesta sua vitalidade nessa própria assimilação dos melhores elementos dos outros sistemas. A Igreja, assim como a sábia dona-de-casa da parábola, traz no seu baú coisas novas e velhas.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-26324620163334264592009-03-29T09:57:00.000-03:002009-03-29T10:00:56.558-03:00Maria Madalena e o Santo GraalMaria Madalena e o Santo Graal<br />A Mulher do Vaso de Alabastro<br />MARGARET STARBIRD<br />SUMÁRIO<br />PREFACIO pelo reverendo Terrance A. Sweeney, Ph. D. / 7<br />INTRODUÇÃO / 13<br />PRÓLOGO Miriam do jardim / 19<br />CAPÍTULO I - A Noiva Perdida / 36<br />CAPÍTULO II - O Noivo / 48<br />CAPÍTULO III - O sangue real e a Videira / 60<br />CAPÍTULO IV - O despertar do século XII / 77<br />CAPÍTULO V - As relíquias da Igreja secreta / 101<br />CAPÍTULO VI - Os artistas hereges e seus símbolos / 131<br />CAPÍTULO VII - O unicórnio e a dama / 147<br />CAPÍTULO VIII - A Noiva no folclore e na lenda / 159<br />CAPÍTULO IX - O deserto florescerá / 170<br />EPÍLOGO - O sagrado reencontro / 195<br />PREFÁCIO<br />Em um dos mais iluminados e dramáticos encontros da história da humanidade, Jesus disse a Pilatos:<br />- Por isso eu vim ao mundo, para ser testemunha da verdade. Todos os que estão ao lado da verdade ouvem a minha voz.<br />- Verdade? O que é isso? - retrucou Pilatos.<br />Pilatos sabia que Jesus não era culpado de crime nenhum, mas mesmo assim o condenou à crucificação. A "verdade" da inocência de Jesus estava bem diante de seus olhos, porém ele a ignorou. Em vez disso, concentrou-se nos poderes que precisava enfrentar: o de César e o do Templo. Pilatos sacrificou a vida de Jesus e a verdade para proteger a si mesmo das forças religiosas e políticas que o ameaçavam.<br />Há uma lição penosa, mas extremamente importante, para se tirar desse encontro: a verdade não é definida pelo poder político nem pela convicção religiosa. Jesus não era culpado de um crime porque as autoridades do Templo e a sentença de Pilatos simples­mente assim o declararam, da mesma maneira que o Sol não gira em torno da Terra somente porque a Igreja Católica estabeleceu que isso era um fato. A verdade não é determinada pelo desejo humano nem por decretos - ela significa a harmonização da mente e do coração humanos com o que realmente é.<br />Parece-me necessário dizer tudo isso porque, com muita freqüência, o poder, a opinião pública e a tradição são vistos como sinônimos da verdade. Os ensinamentos da Igreja Católica Romana sobre a Sagrada Família são um exemplo gritante. Segundo esses preceitos, José nunca teve relações conjugais com sua mulher, Maria deu à luz um único filho - Jesus - e permaneceu virgem ale o dia de sua morte. E Jesus nunca se casou.<br />Fui apresentado a esse conceito da Sagrada Família nos 12 anos em que fiz os cursos fundamental e médio em uma escola católica. Além dos adicionais 23 anos de educação jesuítica e formação sacerdotal. Impregnado dessa tradição, reforçada pela idéia de que "com Deus tudo é possível': aceitei alegremente essa imagem como algo completamente coerente com a singularidade das revelações de Deus." Com essa visão formada, eu considerava uma grave afronta qualquer desconfiança em relação à virgindade de Maria, José ou Jesus. Assim como Margaret Starbird, que ficou estarrecida e chocada com a tese de que Jesus era casado, eu também aceitava os ensinamentos da Igreja sobre a castidade da Sagrada Família como uma sacrossanta verdade.<br />Entretanto, após dez anos de pesquisas sobre as origens históri­cas das leis da Igreja relacionadas ao celibato sacerdotal, finalmente percebi que um grave preconceito - para não dizer neurose - per­meava as atitudes dessa instituição quanto à intimidade conjugal. Esse preconceito, originário do gnosticismo e do maniqueísmo, deixou uma ressonante mensagem de que a intimidade conjugal era, no máximo, tolerável ou mesmo uma perpetuação pecaminosa do mal no mundo.<br />Marcião, um dos mais convictos cristãos gnósticos, concedia o batismo e a Eucaristia somente às virgens, viúvas e pessoas casadas que concordassem em não praticar o sexo. Para os marcionitas, a natureza era um mal e, como não queriam trazê-lo para a Terra, abstinham-se do casamento. Julius Cassianus, outro gnóstico, afirmou que os homens se transformam em verdadeiras bestas durante o ato sexual e que Jesus veio ao mundo para evitar que os seres humanos copulassem.<br />Santo Ambrósio considerava o casamento um "fardo mortificante" e exortava qualquer um que pensasse em se casar a ter cuida­do com a escravidão e a servidão do amor conjugal. Para Tatiano, a relação sexual era uma invenção do diabo, e a vida cristã tornava­-se "impensável fora dos limites da virgindade". Agostinho afirmou que nada conseguiria puxar com mais facilidade "a mente do homem das alturas para baixo do que as carícias de uma mulher e aquela junção de corpos sem a qual não se pode ter uma esposa”. Justino Mártir era tão avesso à intimidade conjugal que não podia imaginar Maria concebendo Jesus por meio do sexo. Em vez disso, ele afirmou que ela concebeu ainda virgem. Orígenes, que acreditava que Jesus fizera voto de castidade, castrou a si mesmo.<br />Essa presunção sobre as relações sexuais estava tão profundamente arraigada que a Igreja, a partir do século IV, criou leis proibindo que os sacerdotes casados fizessem sexo com suas esposas e que tivessem filhos. Aos que se recusaram a cumprir essas leis anticristãs e antiéticas, sanções cada vez mais severas foram impostas, como multas, espancamentos públicos, prisão, exoneração do sacerdócio e invalidação de seus casamentos. Além disso, o Papa ordenou que suas esposas e seus filhos servissem como escravos da Igreja.<br />O meu despertar para essa neurose sexual presente nas doutrinas da Igreja me deixou profundamente abalado. Seria possível que essas atitudes distorcidas sobre a intimidade conjugal tivessem, de forma significativa, ajudado a moldar os ensinamentos sobre a Sagrada Família? Seria possível que o desdém da Igreja pelas relações sexuais tivesse resultado em uma representação de Jesus, Maria e José que não correspondesse à verdade? E se, de fato, Jesus não tiver sido o único filho de Maria? Nesse caso, será que a própria Maria não se sentiria ferida por ser considerada a mãe virgem de um único filho? Não seria isso uma negação de seus outros filhos e uma afronta à verdade de seu amor íntimo por seu marido? Não. Seria isso um tremendo desserviço à fé cristã?<br />O Evangelho de Mateus afirma: "Enquanto Jesus ainda falava ao povo, eis que sua mãe e seus irmãos apareceram ali e pediram para falar com ele." Em Marcos 3:31 há: "Chegaram sua mãe e irmãos e, por estarem eles do lado de fora, mandaram chamá-lo." Contudo, em Lucas 8:19: ."A mãe e os irmãos de Jesus chegaram, mas não podiam se aproximar dele por causa da multidão”. E em Mateus 13:55-56: "Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos: Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não vivem todas entre nós?" São Paulo, em 1 Coríntios 9:5, diz: "Acaso não temos o direito de deixar que nos acompanhe uma mulher, como o fazem os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e Pedro?" Essas evidências das Escrituras dificultam bastante a aceitação da afirmativa da Igreja de que José e Maria não tiveram outros filhos além de Jesus e que o casamento deles era, desde o começo, virginal.<br />Maria não é a mãe virgem de um único filho simplesmente porque os ensinamentos da Igreja assim o declaram. Existe uma verdade sobre sua prole e suas relações matrimoniais com José. Professar essa verdade é o que os honra. Se, realmente, Maria teve vários filhos e filhas, como as Escrituras aparentemente atestam, não a estaremos respeitando se acreditarmos ou afirmarmos que ela deu à luz um único filho e morreu virgem. Da mesma forma, Jesus não foi um celibatário só porque a Igreja prega isso. Não há nada na Bíblia que prove que ele nunca se casou nem que tenha feito uma promessa ou um voto de jamais se casar.<br />O estudioso judeu Ben-Chorin apresenta uma "cadeia de provas indiretas" para comprovar sua crença de que Jesus era casado. Nos tempos de Jesus, o judaísmo considerava o casamento uma obediência ao mandamento de Deus que diz: "Crescei e multiplicai­-vos." Lucas 2:51-52 afirma que Jesus, vivendo sob a autoridade dos pais, "cresceu em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. Ben-Chorin argumenta que teria sido muito mais provável que os pais de Jesus, como era costume na época, tivessem procurado uma noiva para o filho e que Jesus, como todos os rapazes - principalmente os que estudavam a Tora -, tivesse se casado. Caso contrário, teria sido ainda mais criticado em razão dessa falta pelos fariseus que se opunham a ele. E São Paulo, ao apresentar razões para enaltecer o valor do celibato, logicamente teria citado a própria vida de Jesus como exemplo, caso este fosse um celibatário. Mas ele nunca fez tal afirmativa. Portanto, Ben-Chorin conclui: Jesus era casado.<br />Por outro lado, surge a questão: se Jesus se casou, por que não existem nas Escrituras menções específicas a esse fato ou ao nome de sua esposa? A resposta de Margaret Starbird a essa pergunta é que a ameaça física à vida da mulher de Jesus teria sido motivo suficiente para excluir o seu nome de todos os escritos da época. Essa explicação é bastante plausível, especialmente se levarmos em consideração as severas punições sofridas pelos primeiros seguidores de Jesus. Ela diz ainda: "Eu não posso provar que Jesus se casou nem que Maria Madalena era mãe de seu filho... Mas posso constatar que esses são dogmas de uma heresia amplamente aceita na Idade Média e que seus resquícios estão presentes em numerosos trabalhos de arte e literatura. Ela foi veementemente atacada pela hierarquia da Igreja de Roma, mas conseguiu sobreviver, apesar da incansável perseguição que sofreu”.<br />Questionar os dogmas da fé pode ser algo extremamente difícil e ameaçador, ainda mais quando lidamos com um tema tão carrega­do de emoções quanto a identidade sexual da Sagrada Família. É muito mais reconfortante aceitar os ensinamentos oficiais e as tradições do que admitir a pura verdade. Embora a Igreja Católica tenha contribuído positivamente - e muitas vezes - para o desen­volvimento da espiritualidade e da civilização, sua atitude quanto à sexualidade humana apresenta graves falhas. Se esses equívocos criaram uma imagem irreal de Jesus, Maria e José, então cabe aos cristãos conscientes fazer todo o possível para descobrir a verdade sobre a Sagrada Família. É claro que essa busca requer sacrifícios e expõe os que a desejam a injúrias e ao escárnio. Coragem e pro­fundo respeito pela verdade são virtudes necessárias a essa peregrinação, pois a jornada é repleta de ameaças, tentações e ilusões.<br />Este livro é uma corajosa exploração de uma questão extremamente delicada. Ele tenta descobrir o sentido do Santo Graal e resgatar a Noiva Perdida de Jesus. Ainda não existem provas do casa­mento ou do celibato de Jesus, e a própria autora admite que, por mais informativas e significativas que sejam as suas descobertas, elas não atestam sua tese. Mas, até que a Igreja possa oferecer provas concretas de que Jesus nunca se casou, aqueles que buscam - com seus corações, mentes e almas - a verdade sobre ele e sua família não devem ser temidos nem desprezados, e sim ampla­mente louvados.<br />REVERENDO TERRANCE A. SWEENEY, PH.D.<br />Mestre em Artes de Comunicação e<br />Doutor em Teologia e Humanidades<br />INTRODUÇÃO<br />O cristianismo institucional, que tem alimentado a civilização ocidental há mais de dois mil anos, pode ter sido construído sobre uma gigantesca falha em sua doutrina: a<br />Negação do feminino. Durante muitos anos convivi com uma vaga sensação de que algo estava radicalmente errado com o meu mundo. Sentia que, por um período longo demais, o feminino em nossa cultura vinha sendo desprezado e desvalorizado. Mas foi somente em 1985 que encontrei provas documentais de uma devastadora fratura na história cristã. Em abril daquele ano, sabendo do meu grande interesse pelas Escrituras judaico-cristãs e pela origem do cristianismo, uma amiga me indicou o livro O Santo Graal e a linhagem sagra­da. Após essa leitura, fiquei completamente atônita.<br />Minha primeira reação foi achar que os autores - Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln - tinham que estar errados. Sua obra era quase uma blasfêmia. Eles sugeriam que Jesus Cristo havia sido casado com a "outra Maria" citada nos Evangelhos: a que chamavam "a Madalena': a mulher que, na arte ocidental, era mostrada carregando um vaso de alabastro - a santa a quem a Igreja chama de prostituta penitente." Não fiquei apenas chocada com essa idéia, mas profundamente abalada. Como a Igreja não teria mencionado esse fato caso fosse verdade? Uma afirmação de tamanha importância não poderia ter sido negligenciada durante os dois mil anos de história dessa instituição! Entretanto, as evidências colecionadas por esses escritores sugeriam que a verdade havia sido suprimida de maneira implacável pela Inquisição.<br />Como filha leal da Igreja Católica Romana, logo presumi que os autores de tamanha heresia estavam enganados. Mas a tese central - de que Jesus teria sido casado - não me deu descanso. Ela me assombrava. E se fosse verdade? E se Maria Madalena, a suposta mulher de Jesus, tivesse sido apagada da história, e a Igreja, que se iniciava, tivesse continuado a se desenvolver sem a delicada presença dessa mulher?<br />Pensar sobre as implicações de tão terrível perda para a Igreja e para a humanidade era algo insuportável para mim. Aos prantos, orei para entender essa versão herética do Evangelho. Eu sabia que precisava descobrir a verdade. Amparada em meus conhecimentos acadêmicos em literatura comparada, lingüística e estudos medievais e bíblicos, enxuguei as lágrimas e comecei a pesquisar a heresia, presumindo que logo encontraria meios de refutá-la. O livro envolvera muitas áreas do meu interesse pessoal e da minha formação profissional: religião, civilizações medievais, arte, literatura e simbolismo. Eu havia ensinado estudos bíblicos e educação religiosa durante vários anos, por isso conhecia bem o terreno em que estava pisando.<br />No início, imaginei que desmascarar a heresia seria uma tarefa simples. Fui diretamente às pinturas dos artistas citados pelos autores de O Santo Graal e a linhagem sagrada como coniventes com a heresia do Graal. Examinei os símbolos naqueles trabalhos, comparando-os com as marcas-d'água dos albigenses (hereges que se disseminaram no Sul da França entre 1020-1250 d.C.) que eu havia encontrado alguns anos antes em uma obscura obra de Harold Bayley, The Lost Language of Symbolism (A linguagem perdida do simbolismo). Fiquei desconcertada ao descobrir que as produções daqueles artistas medievais continham claras referências que reforçavam a heresia do Graal. Incapaz de refutá-la com base nesse fato, prossegui em minha busca.<br />A pesquisa acabou por me levar às profundezas da história européia, da heráldica, dos rituais da maçonaria, da arte medieval, do simbolismo, da psicologia, da mitologia, da religião e das Escrituras judaicas e cristãs. Em todos os lugares nos quais pro­curava, encontrava evidências do feminino que haviam sido perdi­das ou negadas pela tradição judaico-cristã e das várias tentativas de devolver à Noiva a sua antiga e acalentada condição. Quanto mais eu me envolvia com o material, mais claro ficava que existia algo de real nas teorias propostas no livro que eu lera. E, aos poucos, fui me rendendo aos dogmas centrais da heresia do Graal, a mesma teoria que eu havia me proposto a desacreditar.<br />Ao selecionar o material para este livro, trabalhei baseada na teoria de que onde há fumaça há fogo. Quando tantas evidências de fontes tão numerosas e diversas podem ser reunidas para compro­var uma única hipótese, há uma boa razão para levá-la a sério. Portanto, poderia mesmo existir alguma verdade nos rumores que persistiram por dois mil anos e que vieram à tona mais recente­mente, para que todos pudessem ver, nos filmes Godspell - A esperança, Jesus Cristo superstar e A última tentação de Cristo, os quais mostram o relacionamento de Jesus e Maria Madalena como algo muito significativo e com uma intimidade toda especial.<br />Eu não posso provar que os dogmas da heresia do Graal são verdadeiros - nem que Jesus se casou, nem que Maria Madalena era mãe de seu filho. Não posso sequer provar que Maria Madalena era a mulher do vaso de alabastro que ungiu Jesus em Betânia. Mas posso constatar que esses eram dogmas de uma heresia amplamente aceita na Idade Média e que seus resquícios estão contidos em numerosos trabalhos de arte e literatura. Ela foi veementemente atacada pela hierarquia da Igreja de Roma, mas conseguiu sobre­viver, apesar da incansável perseguição que sofreu.<br />A heresia que manteve viva a outra versão da vida de Jesus foi impiedosamente perseguida, julgada e condenada à extinção. Mas a história do Noivo Sagrado/Rei de Israel mostrou-se virulenta demais, até para a Inquisição. E continuou a frutificar de tempos em tempos, como uma robusta videira que se espalha debaixo da terra e depois vem à superfície. Ela apareceu em situações em que a Inquisição e a Igreja não podiam arrancar suas raízes - nos contos do folclore europeu, em sua arte e literatura -, sempre escondida, freqüentemente codificada em símbolos, mas onipresente. Manteve viva a esperança da linhagem davídica, que muitas vezes era chamada de "Videira"<br />Existem várias possibilidades sobre a heresia do casamento de Jesus. Talvez ela seja autêntica e tenha sobrevivido porque os que a defendiam não apenas acreditavam nela como sabiam que era verdadeira (por exemplo, por meio de provas como o célebre "tesouro dos templários': sob a forma de documentos ou artefatos genuí­nos"). Ou talvez ela tenha sido disseminada na tentativa de devolver o princípio do feminino perdido ao dogma cristão, que estava claramente desequilibrado em favor do masculino.<br />Essa restauração do equilíbrio dos opostos, base da filosofia clássica, pode ter sido considerada necessária para o bem-estar da civi­lização. O culto do feminino floresceu em Provença no século XII. Tentativas confluentes dos cabalistas judeus de resgatar a Senhora Matronit como a esposa perdida de Yahweh, na mitologia judaica, comprovam o fato de que esse resgate do feminino era visto como importante - ou mesmo vital. Um movimento semelhante acon­tece hoje no mundo ocidental, revelando-se em estudos junguianos na área da psicologia, nos conceitos asiáticos do yin/yang e na cons­ciência da deusa. Também são muito significativas as numerosas aparições recentes da Virgem Maria, a única imagem de deusa permitida pela cristandade. E suas imagens têm sido vistas derramando lágrimas em igrejas cristãs por todo o mundo. Esses fenômenos vêm ganhando destaque na mídia nos últimos anos. Até as pedras choram! O feminino desprezado e esquecido está suplicando para ser reconhecido e abraçado por nossa era moderna.<br />A perda do feminino teve um impacto desastroso em nossa cultura. Masculino e feminino estão profundamente feridos neste início do terceiro milênio. As dádivas do feminino não foram aceitas ou apreciadas por completo. Enquanto isso, o masculino, frustrado pela incapacidade de harmonizar suas energias com um feminino bem desenvolvido, continua a liderar o mundo empunhando a espada, brandindo armas irresponsavelmente, atacando com violência e destruição.<br />No mundo antigo, o equilíbrio entre as energias opostas era compreendido e respeitado. Mas, no mundo moderno, as atitudes e os atributos masculinos têm dominado. A adoração do poder e da glória do princípio masculino/solar está a poucos passos da "adoração do filho': um culto que, com freqüência, produz um homem mimado e imaturo - zangado, frustrado, entediado e, muitas vezes, perigoso." Sem poder se integrar à sua "outra metade", o masculino se exaure. O resultado final do princípio feminino desvalorizado não é apenas a poluição ambiental, o hedonismo ou a criminalidade desenfreada. O resultado fundamental é o holocausto.<br />Este livro é uma exploração da heresia do Santo Graal e um argumento a favor do resgate da mulher de Jesus, com base em importantes provas circunstanciais. É também uma busca do significado da Noiva Perdida na psique humana, na esperança de que seu retorno ao nosso paradigma de completude possa nos ajudar a restaurar a terra infértil. Aqui, registrei os resultados da minha busca pessoal pela Noiva Perdida na história cristã. Procurei explicar de que modo ela foi esquecida e como esse fato tem sido devastador para a civilização ocidental. Tentei, ainda, visualizar o que aconteceria se conseguíssemos restituí-Ia ao paradigma.<br />Os anos que passei pesquisando acarretaram conseqüências. Levei o assunto a sério. Lutei com o material deste livro e batalhei para lhe dar forma e substância. O trabalho foi longo e difícil. Muitas vezes, temi que ele me virasse do avesso. Doutrinas nas quais acreditei pela fé tiveram que ser arrancadas e descartadas para que novas crenças fossem plantadas e cuidadas até formarem raízes. Toda a estrutura da Igreja Católica da minha infância precisou ser desmontada para deixar à mostra a perigosa falha existente em suas fundações, permitindo que um novo sistema de crenças pudesse ser cuidadosa­mente reconstruído quando a fissura tivesse se fechado. Esse proces­so durou muitos anos. Em algum momento, desisti de ser apologista da doutrina e embarquei na busca pela verdade. Estou dolorosa­mente consciente de que minhas conclusões não são ortodoxas, mas isso não significa que não sejam verdadeiras.<br />Muitas pessoas estão se tornando cada vez mais conscientes do abismo que separa as descobertas dos modernos estudiosos da Bíblia da versão de cristandade ensinada nos púlpitos das igrejas. Espero que este livro possa ser uma ponte que transponha esse hiato. Ao escrevê-lo, tomei a liberdade de comparar passagens em várias Bíblias e escolher as palavras que expressavam melhor o que eu pretendia dizer. A Bíblia que usei por vários anos, de onde a maioria de minhas citações foi extraída, é a Saint Joseph New Catholic Edition (Nova Edição Católica de São José), de 1963, somente porque ela é a Bíblia com a qual tenho maior familiaridade. Em vários casos, os textos escolhidos foram da Nova Versão Internacional (NVI) e estão identificados com essa sigla. Tive a preocupação de manter a coerência com relação ao uso dos nomes e à numeração dos livros e salmos encontrados no cânon protestante da Bíblia.<br />Espero que este livro inspire outras pessoas a começarem a sua própria busca pelo tesouro mais precioso da cristandade, uma pérola de valor inestimável: o Santo Graal.<br />PRÓLOGO<br />Miriam do Jardim<br />Neste relato fictício da Noiva Perdida, os nomes hebraicos de Yoshua, Miriam e Yosef são usados para Jesus, Maria (irmã de Lázaro de Betânia) e José de Arimatéia.<br />Ela sentiu um calafrio ao enrolar-se no manto e cobrir o corpo delgado. O tempo estava frio. O sol flamejante já havia se escondi­do além do muro do jardim, atrás do Templo do Monte Sião. As fragrâncias no ar a acalentavam, suavizando seus nervos retesados, enquanto permanecia sentada no banco de pedra sob a amendoeira. O brilho prateado do luar lançava sombras na passagem que levava até o portão. Ela esfregou os dedos dos pés na areia macia, formando pequeninos montes de terra seca.<br />Um leve barulho de passos a assustou. Tentou distinguir de quem era o vulto cujo rosto estava na sombra e que tinha o corpo coberto por um manto escuro. O homem a observou em silêncio por alguns instantes. "Como um passarinho. Tão vulnerável”, pensou ele. O homem falou num sussurro, tentando não assustá-la.<br />- Shalom, Miriam. Sou eu, Yosef.<br />A figura esguia à frente de Yosef relaxou visivelmente ao ouvir aquela voz familiar.<br />- Oh, Yosef - sua voz ficou embargada.<br />Ele a olhou intensamente, com enorme compaixão. Ela estava pálida e emocionada, mergulhada em imensa dor. Ele ergueu a mão, um gesto involuntário para transpor a escuridão perfumada que os separava naquele jardim à luz da lua.<br />- Yosef - sussurrou ela -, não sei se vou conseguir suportar. Ele tentou me prevenir, e eu pensei que havia entendido.<br />Ela tremia. Seu corpo estremecia na escuridão.<br />Yosef tomou-a pelos ombros e segurou-a com firmeza. Ele não havia percebido a profundidade de sua própria dor até aquele momento. O cabelo longo e escuro da moça refletia a luz da lua, as lágrimas faziam seus olhos brilharem.<br />- Miriam - disse ele, suavemente. Mas parou de falar, hesitante. Será que ela já não estaria angustiada demais? Mas ele prometera ao amigo que a protegeria. E só havia uma maneira de fazê-lo: pre­cisavam sair dali imediatamente, aproveitando a escuridão da noite. Ninguém poderia prever quando as autoridades apareceriam para buscá-la.<br />- Miriam, eu recebi um aviso. Temos que sair de Jerusalém esta noite. Não é seguro você continuar aqui. Pilatos e Herodes Antipas podem estar à sua procura.<br />Ela se virou de costas para Yosef, os olhos perdidos na escuridão.<br />Lentamente, voltou-se de novo para ele.<br />- Você acha mesmo que preciso fugir? - sua voz era quase inaudível.<br />Ele hesitou.<br />- Precisa, sim, Miriam. É a única maneira. Prometi a Yoshua que a protegeria com a minha vida. Não há outra escolha.<br />Ela fez um gesto, demonstrando compreender.<br />- Está certo, Yosef. Eu sei. Ele leu para mim as palavras de Miquéias, o profeta. Eu compreendo. É por causa da promessa. Vou fazer como você me pediu. Mas o que faremos com Marta e Lázaro?<br />Yosef balançou a cabeça.<br />- Eu não lhes contei para onde iremos. Disse apenas que vou escondê-la na cidade. Até que o perigo acabe, ninguém deve saber que vamos partir. Por enquanto, Marta e Lázaro ficarão aqui. Eles dirão que você está doente, para que não sintam sua falta. Mais tarde, mandaremos buscá-los.<br />Yosef havia planejado tudo: viajariam como pai e filha, evitando ao máximo atrair a atenção. Ninguém deveria saber qual era a iden­tidade da jovem que o acompanhava. As autoridades pensavam que eles tentariam fugir pelo mar, por isso os portos seriam os locais mais perigosos. Em vez disso, preferiu seguir com ela por terra, atravessando o deserto. Ele havia separado alguns artigos de pri­meira necessidade para a jornada, mas dependeriam de amigos para ajudá-los até que chegassem ao destino planejado. Fugiriam para o Egito - para Alexandria.<br />Ele sorriu, um sorriso abatido. A juventude e a beleza de Miriam eram tão cativantes... A Magdal-eder, a fortaleza da filha de Sião, a "torre do rebanho". Ela precisava partir, aventurar-se pelos campos, viver no exílio. Exatamente como o profeta Miquéias prenunciara. Mas, por meio dela; a soberania seria devolvida a Sião. Mais uma vez, ele se sentiu maravilhado ao se lembrar do amigo que lhes mostrou os versículos da profecia de Miquéias, falando do exílio, do retorno e do restabelecimento da casa real de Davi. Ele, Yosef de Arimatéia, recebera a responsabilidade de zelar pela segurança de Miriam. E não decepcionaria o amigo.<br />- Vamos partir agora - disse ele, suavemente. - Deixei os jumentos amarrados no portão. Falei com Lázaro e Marta. Vamos mandar buscá-los quando o perigo cessar. Prometo.<br />Ela sabia que o amigo estava certo. Ficara o dia inteiro pensando que seria preciso fugir do ódio e da inveja de Herodes Antipas, tão inseguro do próprio trono ao ponto de não tolerar nenhum rival. E dos romanos também. Eles temiam uma insurreição da nação judaica. O ódio dos judeus pelas forças romanas de ocupação era intenso. E seu amor e entusiasmo pelo Filho de Davi, que fora tão brutalmente executado, poderia iniciar uma revolução a qualquer momento. Era melhor que fugisse, para que os rumores sobre o desaparecimento do corpo não gerassem um confronto suicida do povo contra o poder das legiões romanas. Mesmo sendo ainda tão jovem, ela sabia disso. Seu marido lhe havia explicado tudo, segurando-a gentilmente enquanto ela derramava lágrimas no aconchego de seus ombros. Ele tentou confortá-la; e, pelo bem do homem a quem amava, ela tentara ser corajosa. Mas não conseguiu e pôde ver nos olhos dele toda a angústia que sentia pelo destino da mulher.<br />- Estou pronta, Yosef. Vamos partir.<br />Sem dizer mais nenhuma palavra, ela olhou fixamente para o jardim, sentindo um perfume de visco e lírios, a poeira no ar. "Estou deixando a minha casa': pensou. "Talvez para sempre." Meu irmão e minha irmã, a casa onde cresci, o jardim onde brincávamos. O jardim onde, pela primeira vez, encontrei o meu Senhor. Nosso jardim reservado". Ela fez uma pausa, perdida em meio às lembranças.<br />Levando Miriam pela mão, Yosef caminhou lentamente até o portão da casa. A areia fria da pequena passagem pressionava seus pés, pois as sandálias abertas não eram capazes de protegê-las. Ele ajudou a viúva do amigo a montar no jumento e desamarrou-o. Andando devagar, o cajado na mão, ele conduziu o animal, levando-o para longe da vila. De vez em quando, olhava para Miriam. Ela parecia mergulhada em seu mundo interior e não percebia mais a presença do homem que a acompanhava. Ele seguia ao lado dela em silenciosa comunhão, conduzindo-a pela estrada sinuosa distante da casa onde ela vivera a infância, afastando-se de Betânia e do Monte das Oliveiras, mergulhando no deserto, no caminho iluminado pela luz da lua.<br />Ela podia sentir o cheiro e o gosto da areia que, transportada pelo vento do deserto, se lançava contra o seu corpo. Os lábios entreabertos, os olhos queimando. Miriam os mantinha quase fechados para protegê-los do sol ardente e da areia que esfolava. Enrolou-se mais no manto, formando um casulo de lã branca que a protegia da hostilidade da natureza. Yosef caminhava ao seu lado em silêncio, perdido em seus próprios pensamentos. De vez em quando, ele procurava saber se ela estava muito cansada, inco­modada com a aridez que os envolvia - zelava pelo seu conforto, embora ciente de que precisavam seguir em frente e sem demora.<br />Sentada no jumento, Miriam balançava suavemente de um lado para o outro, e os pensamentos se tornavam difusos, como acontecera tantas vezes nos últimos dias. Os devaneios não se deixavam perturbar por distrações exteriores, uma vez que a paisagem era sempre igual. Lembrou-se de quando conheceu Yoshua. Ela estava sozinha no banco do jardim de sua casa, em Betânia. Seu irmão Lázaro levou Yoshua até o jardim, e os dois caminharam um pouco na sombra fria, falando em voz baixa, sem perceberem a presença dela. Miriam já ouvira falar daquele homem - quem não ouvira? Ele era aclamado por toda a Judéia. Ela sabia o quanto seu irmão o admirava. Agora, vendo-o de perto, também se sentiu atraída. Era um homem mais alto do que a média, de feições magras e alon­gadas e lindas mãos. O cabelo e a barba estavam cuidadosamente aparados, os olhos eram escuros e intensos. Mas a característica que mais a impressionava era a segurança tranqüila, um ar de autoridade e integridade que lhe realçava a estatura.<br />Então, Lázaro a descobriu, silenciosa, sob a amendoeira. Ele se aproximou com Yoshua e lhe disse o nome da irmã. Mas não foi preciso apresentá-los: quando se olharam pela primeira vez, ela percebeu que ele já a conhecia. Ele sorriu:<br />- Shalom.<br />- A paz esteja convosco - ela respondeu àquele cumprimento ancestral.<br />O olhar que ele lhe lançou a fez sentir-se linda. Podia perceber isso nos olhos dele. E, naquele instante, Miriam soube que amaria para sempre Yoshua, o amigo de seu irmão. Confusa, ela desviou o olhar para o chão e corou, deixando as longas tranças negras cobrirem seu rosto.<br />- Vou pedir a Marta que prepare uma bebida para refrescá-lo­ murmurou ela. E saiu correndo do jardim, quase tropeçando de tanta pressa.<br />Vários meses depois, eles se casaram. Um sorriso veio aos seus lábios quando se lembrou de como ficara surpresa ao ouvir de Lázaro que ele havia aceitado o forasteiro da Galiléia como cunha­do. Herdeira das terras que faziam fronteira com Jerusalém, ela seria a mulher de Yoshua de Nazaré, descendente do rei Davi.<br />O casamento teve importância dinástica, unindo as famílias de dois grandes amigos: Davi, filho de Jessé, e Jônatas, filho de Saul. A história da amizade entre os dois era contada havia vários séculos nas casas dos judeus. Como Lázaro explicara à irmã, o casamento dela com Yoshua também envolvia questões políticas. Mas era, acima de tudo, a realização de uma profecia. Lázaro e seus amigos zelotes ­membros da seita e do partido político judaico Zelote, uma facção fundamentalista - estavam convictos de que os tetrarcas herodianos que colaboraram com os romanos haviam usurpado o trono de Davi. Estavam convencidos, ainda, de que Deus enviaria um Messias davídico que libertaria a nação da tirania de Roma, dando início à era de paz e prosperidade prometida pelos profetas. O forasteiro da Ga­liléia tinha a genealogia correta. E não era, também, um fazedor de milagres e prodígios, curando doentes e exorcizando demônios? Ele era, claramente, uma escolha de Deus. Agora, deveria optar por uma noiva na tribo de Benjamim, pois estava escrito no primeiro livro da Tora que o cálice de prata encontrava-se escondido na saca de Benjamim. De acordo com seus inspiradores mestres, isso queria dizer que uma mulher da tribo de Benjamim seria o instrumento para a reconciliação e o restabelecimento de Israel.<br />Nada disso tinha importância para Miriam. Os mais velhos podiam apresentar os motivos que quisessem para a decisão que tomaram. Mas não eram capazes de ouvir o sangue cantarolando em suas veias, não tinham como escutar a música silenciosa do seu coração: "Não faz diferença por que ele me escolheu, o importante é que fui a escolhida!"<br />Refletindo sobre tudo isso, ela procurou refúgio no jardim mura­do, no banco que ficava à sombra da amendoeira. Mais tarde, Yoshua a encontrou ali. De pé ao lado dela, em completo silêncio, ele lhe estendeu a mão. Miriam olhou-o fixamente, hesitante e com certa timidez, e então se aproximou para aceitá-la. E, naquele toque, todas as feridas que conhecera até aquele instante foram curadas.<br />O casamento foi realizado na casa de Simão, o leproso. Somente alguns amigos íntimos e suas famílias foram convidados. Era necessário manter o fato em segredo para que Herodes Antipas não descobrisse que uma herdeira de Benjamim unira-se em matrimônio a um filho da casa de Davi. Miriam não se incomodava por não ser reconhecida em público como a mulher de Yoshua. Só lhe importava o fato de ser ela a noiva do homem alto da Galiléia, cujos olhos escuros a acariciavam, fazendo com que se sentisse feliz e completa.<br />Os convidados estavam tomados de alegria, acreditando que a linhagem de Davi se restauraria e Sião seria libertado. Assim, todas as nações poderiam ir a Jerusalém adorar o Deus Único em seu Templo, e a Palavra de Deus, proferida pelos profetas hebreus, seria consumada. Os cântaros de pedra do judaísmo estavam, naquele dia, cheios de um novo vinho: a esperança messiânica no futuro.<br />Miriam sentou-se em silêncio ao lado do marido, esguia e bela, os olhos negros brilhando. Ela compreendera os objetivos políticos do irmão e de seus amigos zelotes, mas não os considerava relevantes. Tudo o que importava era aquele homem alto e bonito com quem agora estava casada. A promessa do salmista estava guardada em seu coração: "Tua mulher será em teu lar como uma videira fecunda”. Amém. Shalom.<br />Naquela noite, ele a tomou em seus braços. Chamou-a de "amada" e seu regozijo foi incomensurável. A brisa matinal levou ao quarto o perfume do visco do jardim, e eles adormeceram.<br />Yosef falou mais uma vez, interrompendo os pensamentos dela. - Miriam, Miriam. Por favor, beba um pouco d'água.<br />Num instante ela retomou ao presente, tirando a areia dos olhos com cuidado. Yosef estava lhe oferecendo água do cantil.<br />- Obrigada, Yosef. Você é muito amável.<br />Ele sorriu. Sentia enorme ternura por sua rainha. A segurança dela era sua missão sagrada. Prometera a Yoshua. Era um tributo que pagava com alegria ao amigo. Por meio dela, a Magdal-eder, a soberania, seria restaurada. Mas agora ela precisava correr pelos cam­pos, expiar no exílio, como o profeta Miquéias dissera. Sentiu-se tomado de solidariedade por seu sofrimento. Miriam fora escolhida para tal papel, mas como teria sido mais fácil se não o tivesse sido!<br />- Chegaremos ao delta do Nilo amanhã, ao cair da noite - disse ele, tentando dar-lhe algum alento. Ele estava muito preocupado com o silêncio de Miriam, rezando para que não estivesse mergu­lhada na lembrança dos horrores daqueles últimos dias em Jerusalém. Ele queria que ela tivesse ficado em Betânia, com Marta, depois que os soldados do Sinédrio levaram Yoshua, mas ela insistiu em acompanhar os passos do marido até ele chegar ao Gólgota.<br />Muitas outras mulheres permaneceram com Miriam o dia inteiro, oferecendo apoio enquanto ela se mantinha ao lado da cruz. Mas a crueldade daquela execução romana certamente deve ter causado uma enorme ferida em seu coração, a qual permanecia aberta. "Como a lança do centurião que atravessou o corpo de Yoshua, causando a sua morte': pensou Yosef, com pesar." Os amigos tinham a esperança de poder reanimá-lo após retirá-lo da cruz, antes do pôr-do-sol, mas era tarde demais. Poderia Yahweh ter interferido? De certa forma, ele deixara que seu plano fosse frustra­do por um centurião romano com uma lança. Ou teria sido um plano dos homens que terminou mal? De qualquer maneira, Yoshua morrera por causa dos ferimentos. Agora, a única esperança que restava para o reino de Deus na Terra parecia ser a mulher exausta, montada no jumento, bebendo de seu cantil e tentando proteger o rosto do causticante sol do deserto. Pensou: "Ela é a esperança de Israel, porque carrega no ventre o filho dele."<br />Miriam enrolou-se no manto, tentando abrigar-se do sol implacável. Na boca, o gosto da areia que lhe alfinetava a pele. Os lábios ressecados estavam inchados.<br />Uma onda de ternura tocou o coração de Yosef quando olhou para aquela mulher. Como ele havia implorado a Deus que a abençoasse com uma criança saudável, fruto de seu casamento com Yoshua. A promessa dos profetas - de que o Senhor restituiria o trono de Israel à casa de Davi - um dia deveria ser cumprida. "Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo", previra Isaías. Seria um rei piedoso e justo, que levaria a efeito o sereno reino de Deus da Terra. As esperanças que tiveram foram tão grandes! Que terrível choque fora ver Yoshua ser levado à crucificação, lutando sob o grotesco fardo da pesada barra da cruz, caindo e tentando levantar-se para prosseguir no seu caminho pelas ruas de Jerusalém. Os sonhos de todos eles foram destruídos quando os sol­dados romanos pregaram o Filho de Davi na cruz. E O horror foi aumentado quando o centurião cravou a lança, rasgando Yoshua e perfurando seu coração. Agora, a esperança dos nacionalistas de Israel atravessava as areias abrasadoras do deserto do Sinai, montada num jumento, envolvida pela dor e por um manto branco.<br />- Miriam, você deve estar se sentindo desconfortável depois de tantas horas. Vamos parar para descansar? - Yosef quebrou o silêncio.<br />Um pálido sorriso surgiu no rosto dela. Compreendia a preocupação do amigo, mas não se importava com o próprio descon­forto físico. O sofrimento não conseguia mais penetrar o seu nível consciente. As feridas da longa jornada fundiram-se em uma única dor que a tomou por inteiro.<br />Miriam mergulhou novamente nos devaneios, embalada pelo incansável balanço das lentas passadas do jumento que seguia pelas infinitas dunas do deserto. Ela sabia que seria um casamento dinástico. Não esperava que Yoshua o visse com outros olhos. E sorria, agora, ao se lembrar da ternura do marido, da gentil preocupação com sua timidez. Ela não podia enfrentar as memórias amargas daqueles últimos dias. Yoshua não gostaria que ela revivesse tama­nho horror e agonia. Em vez disso, seus pensamentos voltaram a um tempo mais remoto. Eles não tiveram muitas oportunidades de estar juntos. "Não posso demorar, minha amada': dissera ele. ''As pessoas estão feridas e oprimidas. Estão aleijadas e cegas. Elas acreditam que Deus as abandonou em sua própria desgraça. Preciso voltar às ruas, tratar de suas feridas e curar seus corações partidos." E ela o deixava ir.<br />No início, ele parecia surpreso com seu poder de curar. Uma vez, disse à esposa que sentia esse poder sair dele quando alguém tocava suas vestes. Mas compreendeu que não era o seu poder, mas o poder de Deus que fluía por meio de suas palavras, de seu semblante. Sua presença inspiradora encantava os amigos e seduzia as multidões.<br />Miriam ficava profundamente agradecida quando ele voltava a Betânia, depois de várias semanas percorrendo os lugares mais distantes da Galiléia e da Judéia. Para ela, era suficiente sentar-se aos pés do marido, sorvendo suas palavras e sua presença, ocasionalmente atraindo sua atenção ou mesmo recebendo um sorriso. Não conseguia separar-se dele e ficava ali, muda, comprazendo-se com sua luz. Certa vez, sua irmã Marta ficara zangada por ter que assumir sozinha todas as tarefas necessárias para organizar uma refeição que. seria oferecida a um numeroso grupo de discípulos. Yoshua compreendeu-a e acalmou-a com palavras gentis, mas Miriam sentiu-se culpada e afastou-se do marido para ajudar a irmã no trabalho.<br />Nos últimos dias, Yoshua havia falado várias vezes sobre sua morte iminente. O povo começara a dizer que ele era o tão espera­do Messias, o Filho de Davi. As pessoas aglomeravam-se nas ruas, com folhas de palmeira nas mãos, como sinal de reconhecimento das profecias messiânicas de Miquéias e Isaías. Ele sabia que as autoridades romanas não tolerariam aquele tumulto entre as mas­sas e que a violência seria inevitável. Um confronto com o tetrarca e o governador romano levaria à agitação civil e ao derramamento de sangue. Ele precisava entregar-se aos romanos antes que conflitos ocorressem nas ruas, tirando a vida de inocentes. Yoshua falara a Miriam da profecia de Isaías sobre o servo sofredor. Ele tentou alertá-la. Depois, tomou-a nos braços para reconfortá-la, e a dor da esposa foi aplacada.<br />Nesse instante, algo despertou sua memória. "O salmo, é claro!" Agora, ela se lembrava por que ficara tão estarrecida quando vira os soldados romanos repartirem entre si as vestes de Yoshua, enquanto ele pendia da cruz, agonizando. Estava tudo nos salmos. Era con­tado há séculos: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?" Traspassaram minhas mãos e meus pés. Repartem entre si as minhas vestes e lançam sorte sobre a minha túnica:' As palavras lhe feriam a alma quando ela se lembrava dos detalhes da crucificação no Gólgota. Um gemido escapou de seus lábios, e Yosef olhou para cima, mas algo no semblante dela impediu-o de falar. Não poderia importuná-la. Ela parecia estar em um lugar além do consolo, além do limiar da angústia, onde não poderia ser alcançada.<br />"Ele sabia", pensou Miriam. "Sempre soube." Foi por isso que me mostrou aquelas Escrituras - para que eu soubesse que as profecias de nosso povo foram cumpridas com a vida dele e para que nós reconhecêssemos que ele fora enviado por Deus:' Ela não compreendera isso totalmente, até aquele momento. Deus é tantas vezes desprezado e torturado por seus profetas. Deus está ferido: "Com um cajado, eles acertam o rosto do Rei de Israel': disse Miquéias." Ao ser crucificado, Yoshua mostrou a eles uma dimensão extrema do sofrimento de Deus.<br />Várias vezes, o marido repetira para ela as palavras do Cântico dos Cânticos, o hino do Casamento Sagrado. "Pois o amor é mais forte do que a morte", lembrava-se agora. É claro! Nos antigos cultos de sua terra, o Noivo-Deus morre em sacrifício e é enterrado. Então, três dias depois, ele ressuscita entre palavras de glória entoadas por aqueles que esperavam seu retorno. Ele trouxe fertilidade à terra, renovando-a por meio da morte e do renascimento.<br />Uma noite, enquanto Yoshua estava à mesa com seus amigos, Miriam pegou um pequeno vaso de alabastro contendo espicanardo, um bálsamo aromático que fazia parte de seu dote, e derramou-o sobre a cabeça dele. Afinal, não era ele o Filho de Davi, o Ungido, o verdadeiro rei de Israel, o Messias escolhido por Deus? Yoshua não fez objeção àquela atitude. Os discípulos murmuraram que Miriam estava desperdiçando o caro perfume, mas Yoshua havia entendido. Ao ungi-lo, ela o proclamou rei e noivo. "Ela me ungiu para o enterro", disse ele. Miriam chorou e ajoelhou-se ao lado dele, secando, com o cabelo, as lágrimas que caíram nos pés do amado.<br />Mesmo agora, ela ainda podia sentir a ternura do olhar de Yoshua. Lágrimas brotaram de seus olhos, e um enorme peso oprimiu-lhe o coração. "Preciso tentar não pensar nos momentos tristes”, refletiu. E então adormeceu, ainda montada no jumento conduzido por Yosef.<br />Depois de quase um mês de viagem, eles chegaram ao seu destino ao cair da noite, quando as sombras começavam a se estender pela cosmopolita cidade de Alexandria. Yosef levou o jumento pelas ruas sinuosas da cidade apinhada, procurando o bairro dos judeus. O alívio e a gratidão infinitos renovaram suas energias. Estavam, final­mente, salvos. Não seriam reconhecidos naquela cidade estrangeira, distante das garras dos usurpadores do trono de Israel, longe dos sacerdotes do Templo de Jerusalém e do governador romano da Judéia. A verdadeira rainha e seu filho, herdeiro do trono de Davi, encon­trariam refúgio ali. Um dia, por meio dela, a soberania seria devolvi­da a Sião, como Miquéias prometera. Mas, por enquanto, ela estava a salvo no exílio. O "Cetro" da ramificação de Jessé seria preservado e a linhagem continuaria por intermédio do filho de Miriam. Depois de algum tempo, o herdeiro de Davi retomaria a Jerusalém para reclamar o trono que lhe pertencia por direito. Seu reinado, então, seria instituído, como Deus prometera, pela voz dos profetas. Assim Yosef de Arimatéia acreditava. Ele encontrou a rua que procurava, encaminhou-se para a casa de seu amigo e bateu à porta.<br />Miriam acordou com o barulho de pancadas. O som ecoava em seus ouvidos como o do martelo que batia nos enormes pregos de ferro, perfurando os pulsos de Yoshua.<br />"Não! Não!", ela gritou, desesperada, afastando-se de onde vinha o barulho, sem despertar totalmente. Lutou para abrir os olhos e fugir daquelas lembranças. A luz do exterior atravessou as racha­duras da porta, anunciando o amanhecer. Sentiu-se grata. Agora estava completamente acordada.<br />A gravidez deixara seu corpo pesado, mas os braços e as pernas continuavam magros. Alguns meses haviam se passado desde a viagem pelo deserto. Os amigos de Yosef cuidavam bem dela, fazendo de tudo para oferecer-lhe conforto e consolá-la pela perda da família e da terra natal.<br />Mas Miriam procurava consolo nos próprios pensamentos. Sentia-se mais feliz quando estava sozinha. Os odores e o panorama de Alexandria não a atraíam. Ela ficava feliz quando se sentava no jardim, observava os passarinhos e admirava as plantas que floresciam. Muitas vezes, ajudava a cozinhar ou tecer, tarefas que lhe davam prazer. Estava bem-disposta. Tentava não pensar em Jerusalém, nos dias traumáticos que precederam sua partida. Mas de nada adiantava: o peso no coração era enorme.<br />De vez em quando, ela refletia sobre a tumba vazia de Yoshua. O que poderia significar? Ainda estava confusa... e ferida. Desejara ungir o corpo dele, seguindo a tradição. À primeira luz da manhã do dia seguinte ao sabá, ela correu até à tumba no jardim de Yosef, onde o corpo torturado de Yoshua fora depositado. Mas ele não estava lá. Aterrorizada, ela fugiu.<br />Confusa, tropeçou e caiu. Quando conseguiu se acalmar, olhou para cima e viu o jardineiro caminhando em sua direção. Desesperada, gritou e implorou que lhe dissesse onde haviam colocado o corpo maltratado de Yoshua. De repente, percebeu que era o próprio Yoshua que se aproximava! Miriam gritou de alegria e quis jogar-se nos braços dele. Sorrindo, Yoshua a ajudou a levantar-se, mas, ao mesmo tempo, balançou a cabeça. "Não me abrace”, disse ele. Então, com suavidade e firmeza, ele a soltou e, com um sinal de adeus, desapareceu tão repentinamente quanto surgira. Miriam ficou ali, parada, olhando para o nada, para o vazio do jardim.<br />A criança se mexeu em seu útero. Olhando para baixo, ela sorriu. Não demoraria muito. Seu filho seria forte e belo, o cumprimento das profecias: um rei justo e honrado, o Ungido Filho de Davi. Ele seria um filho muito especial, a esperança de Sião. Ela esperaria pacientemente o dia em que as palavras de Deus seriam cumpridas. Sem muita agilidade, Miriam levantou-se da cama e vestiu-se para o dia, firme em sua fé.<br />O trabalho de parto foi longo e difícil. Várias vezes, ela quase se entregou, mas se esforçou para continuar. O tempo se arrastava. Finalmente, depois que longas horas se passaram e o dia virou noite, e a noite voltou a ser dia, Miriam começou a ter medo e pediu ajuda. A parteira banhou sua fronte com água fria, encora­jou-a, sussurrou promessas nos seus ouvidos. Ela estava exausta. "Preciso chegar ao fim", pensou, angustiada. Mas o sofrimento prosseguia, contração após contração. Muitas vezes ela percebeu os olhares preocupados que as mulheres trocavam. Elas também estavam perdendo o ânimo. Haviam feito tudo o que podiam. Miriam estava sozinha e completamente exausta.<br />"Meu Deus! Meu Deus! Por que me desamparastes?", as palavras de Yoshua na cruz ecoavam em seus ouvidos. Até que, de repente, ela se viu escapando da dor, distanciando-se dela. Nesse instante, sua impressão foi ter visto Yoshua aproximar-se, sorrindo, e tomar-­lhe a mão. Aos poucos, a força dele começou a fluir para ela, restau­rando a vida em seu corpo, renovando suas energias. "Você precisa voltar", disse ele. "Pela criança"<br />O sorriso dele a fez recuperar as forças. Uma onda de dor a atingiu quando voltou ao estado de consciência. Mas não sentia mais medo. Yoshua estava com ela - nunca a abandonara. Agora, Miriam conseguia entender. Ele estava tão próximo dela quanto as batidas de seu coração: "Pois o amor é mais forte do que a morte."<br />Um último momento de entrega à dor e tudo terminou. A parteira levantou a criança, finalmente livre do útero da mãe, deu uma palmada em suas costas e deixou escapar um leve grito de surpresa. "Seu bebê, Miriam. A criança vive", anunciou ela, depois de tantas horas de desespero. "Um lindo bebê." Uma filha?'<br />Espanto e incredulidade tomaram conta de Miriam. "Não pode ser", pensou. "E as promessas, as profecias? Deve haver algum engano. Não pode ser uma menina. O Filho de Davi, o Cetro de Israel, não pode ser uma menina!" Completamente exaurida e confusa, Miriam caiu em sono profundo.<br />Horas depois, ela acordou. O quarto estava fresco e limpo, sem nenhum sinal de que ali havia acontecido um parto tão difícil. Alguém levara rosas vermelhas e as colocara em um vaso sobre a mesa, ao lado da cama. Uma mulher estava em pé, em silêncio, ao lado dela, segurando uma pequenina trouxa.<br />- O que é isso? O que ela quer? - Miriam não conseguia lembrar-­se de onde estava. Confusa, com um sorriso pálido, ela olhou para a estranha.<br />- Miriam, eu lhe trouxe a criança. Você precisa olhar para ela. É um bebê perfeito e lindo. Não vire o rosto para a sua filha.<br />A mulher parecia angustiada. Sua preocupação com a recém­-nascida era verdadeira. Uma criança rejeitada pela mãe raramente sobrevivia.<br />Miriam a olhou fixamente por alguns instantes, em silêncio, lembrando-se do que acontecera. A nuvem de dor e desilusão começou a envolvê-la outra vez. Ela virou o rosto para o outro lado e fixou o olhar na parede.<br />- Miriam, pelo menos olhe para a sua filha. Está vendo? Está chorando baixinho. Ela precisa de você. Não abandone a sua filha. Pense um pouquinho: ela é inocente. Não fez nada para causar-lhe desgosto. Você tem coragem de rejeitar sua própria filha, seu próprio sangue?<br />Pouco a pouco, as palavras foram penetrando a consciência de Miriam, despedaçando sua dor. "Meu bebê, a filha do meu amor", refletiu. E lembrou-se: Yoshua quis que ela voltasse. Ele a mandou de volta pelo bem da criança.<br />Miriam virou-se para a parteira e, hesitante, ergueu os braços lentamente para receber a filha. Olhou para o pequenino rosto avermelhado, os minúsculos dedos. O bebê parou de chorar. Uma enorme ternura inundou o coração de Miriam quando sentiu a criança descansando em seus braços. Cada uma das diminutas unhas estava perfeitamente formada.<br />"Antes de formá-la no útero de sua mãe, eu a conhecia", cantou o salmista. Deve ser o insondável desejo de Deus de que a criança da promessa seja uma menina. Talvez as profecias sobre o "renovo do tronco de Jessé" tivessem sido mal compreendidas pelos amigos de Yoshua. Quem sabe, não fosse o plano de Deus que um filho dela voltasse para reclamar o trono de Davi em Jerusalém. Isso pode ter sido apenas a manifestação do desejo dos homens, na esperança de serem salvos da opressão de Roma. Ela sabia que, de alguma maneira, sua filha era a materialização do projeto divino.<br />"Sara”, sussurrou. "Seu nome será Sara... Porque Sara acreditava, mesmo quando parecia não haver mais esperanças, que a promessa de Deus seria cumprida. Eu não compreendo tudo, mas disso eu tenho certeza. Minha filha é a resposta de Deus às nossas preces." Miriam sorriu para o pequeno embrulho aninhado em seus braços. Um versículo do profeta Zacarias veio-lhe à mente: "Não por força nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor”. Confortada, ela adormeceu segurando a filha nos braços.<br />Yosef sentou-se ao lado da cama de Miriam e ficou observando mãe e filha dormirem. Ele havia ficado surpreso com a notícia. Nunca passara por sua cabeça a idéia de que a criança gerada por Yoshua pudesse ser uma menina. Sua crença no cumprimento literal das profecias sobre o restabelecimento de Sião não abria espaço para dúvidas. Mas a criança era uma menina! Ela não pode­ria liderar os exércitos do Senhor nas batalhas contra o exército romano. Eles teriam que lançar mão de outros planos.<br />Yosef refletiu sobre o dilema. Os outros planos não incluiriam Miriam e sua filha. Entretanto, ele prometera a Yoshua que as protegeria. Os amigos de Yoshua não aceitariam Miriam, uma vez que a criança não era um menino. Jamais entenderiam. Era melhor nem contar nada a eles, porque também correria o risco de ter que reve­lar onde as duas estavam escondidas. Ela estaria mais segura ali, em Alexandria, vivendo no mais completo anonimato. Melhor deixar que a esqueçam, que preguem sobre o reino do Messias sem ela.<br />Yosef ouvira falar de uma terra do outro lado do Mar Mediterrâneo, onde árvores e grama cresciam em profusão, onde a neve cobria os campos no inverno e onde a areia escaldante do deserto seria apenas uma lembrança. "Talvez eu deva levar a criança para a Gália", ponderou. A "Videira de Judá" poderia florescer ali, protegida da dor e da opressão. Yosef olhou fixamente para a mãe adormecida e sua filha. "Isso mesmo." Elas viajariam e construiriam um novo lar:'<br />Diziam que a terra era sempre verde do outro lado do mar e que as flores brotavam o ano inteiro. O Deus de Jacó, o Deus Único, as levaria ao lugar onde pudessem plantar sua videira em um novo jardim. Yosef sorriu pela primeira vez nos últimos dias. A videira de Yoshua e a videira de Miriam - seus descendentes floresceriam na terra fértil além-mar. E de lá, um dia, elas voltariam a Sião para reclamar sua herança, como o salmista prometera. Como seus ancestrais, que voltaram do cativeiro na Babilônia, elas seriam resgatadas do exílio: "Os que semeiam com lágrimas ceifarão com alegria. Vão andando e chorando ao levar a semente; em seu regresso, vêm cantando, carregando os seus feixes." Amém. Shalom.<br />CAPÍTULO I<br />A Noiva Perdida<br />Segundo uma lenda do século IV; preservada em francês anti­go, Maria Madalena levou o Sangraal à costa sul da França. I Histórias que surgiram depois contam que esse Sangraal era o Santo Graal - um cálice. Na verdade, versões posteriores afirmaram tratar-se do cálice usado por Jesus na Última Ceia, na noite de sua prisão.<br />O Graal foi reverenciado como uma das relíquias mais sagradas da cristandade. Entretanto, de acordo com as lendas, ele foi perdi­do e permanece oculto até os dias atuais. O rei está ferido e aleija­do, diz a lenda, e o reino tornou-se terra infértil porque o Graal desapareceu. A história promete que, quando o recipiente sagrado - que uma vez guardou o sangue de Cristo - for encontrado, o rei será curado e tudo ficará bem. Existe algum cristão que nunca tenha ouvido falar na busca pelo Graal, alguém que não tenha lamentado seu desaparecimento?<br />Algumas das últimas lendas européias dizem que, quando Jesus agonizava, José de Arimatéia colheu seu sangue em um cálice e o levou de barco para a Europa Ocidental, enquanto os seguidores de Jesus eram perseguidos em Jerusalém (42 d.C.). Um dos relatos afirma que ele transportou duas galhetas contendo o sangue e o suor de Jesus para Glastonbury, no Sudeste da Inglaterra, com um bordão de pilriteiro que brotou e se desenvolveu quando foi plantado em solo inglês - o cajado florido. Outras fontes relatam que ele levou o sagrado Sangraal à costa mediterrânea da França.<br />Essas variadas lendas geraram numerosas criações poéticas com o passar dos séculos, muitas delas ligando o Graal ao rei Artur e sua Távola Redonda de cavaleiros, que procuraram o cálice sagrado por toda a Europa. O ponto central de todas as poesias é que o cálice é sagrado, que vale a pena procurá-lo, que ele está perdido ou escon­dido e que, se for localizado, fornecerá a cura para a terra infértil. Há um consenso de que o Graal é uma relíquia cristã sagrada, porque foi tocado pelas mãos de Jesus. Na verdade, ele é o mais sagrado e impalpável artefato de toda a civilização ocidental.<br />Por mais estranho que pareça, porém, a Igreja Católica Romana sempre demonstrou pouco entusiasmo pelo Graal e suas lendas. Foi sugerido por Arthur E. Waite e outros estudiosos do assunto que o mistério do Graal e de seus adeptos oferece uma alternativa à versão ortodoxa do cristianismo e que a competência dos sacerdotes desse "outro" cristianismo deriva diretamente de Jesus, dispensando a sanção da Igreja. Portanto, não é surpresa que essa instituição tenha sempre tentado suprimir o Santo Graal e suas lendas!<br />A Fé dos Nossos Pais<br />Qualquer versão do cristianismo que ofereça uma alternativa às doutrinas ortodoxas da Igreja é vista como um anátema. Essa é a definição de heresia. A controvérsia da heresia é que ela não depende da verdade, mas do fato de a doutrina estar ou não de acordo com as afirmações oficiais da fé. Os indivíduos educados na ortodoxia cristã foram cuidadosamente ensinados a aceitar as doutrinas pela fé e sempre as admitiram como verdade única. No entanto, desde os primeiros tempos, houve numerosas versões paralelas do cristianismo, cada uma delas com suas próprias crenças e interpretações das mensagens dos Evangelhos. Com o passar dos séculos, a mensagem de Cristo institucionalizou-se.<br />Pouco a pouco, foram sendo desenvolvidas doutrinas que nem sempre refletem a fé dos primeiros cristãos judeus que habitavam a Palestina do primeiro século.<br />A versão oficial do cristianismo, que evoluiu gradualmente e foi sistematizada por concílios da Igreja nos séculos III e IV d.C., baseou-se no consenso dos membros mais antigos presentes nessas assembléias, em geral pressionados pelo imperador romano reinante e por outras facções políticas. Tais concílios votaram pela articulação de doutrinas como a natureza da Trindade, a divindade de Jesus, a virgindade de Maria e a própria natureza da divindade. Eles selecionaram do cânon judaico as escrituras que seriam consideradas canônicas pelos cristãos, bem como os evangelhos e as epístolas da Igreja primitiva que deveriam ser incluídos na Bíblia. Foram esses patriarcas que decidiram quais eram os evangelhos que refletiam os verdadeiros ensinamentos e a biografia de Jesus e quais eram as cartas de Paulo e dos primeiros líderes da Igreja que fariam parte das Escrituras oficiais.<br />Um dos critérios de seleção para o cânon oficial das Escrituras era que os textos fossem trabalhos autênticos dos apóstolos de Jesus. Assim, os Evangelhos de Mateus e de João e o Livro da Revelação (denominado Apocalipse de João) foram considerados canônicos, embora estudiosos atuais sugiram que nenhum deles tenha sido realmente escrito por um apóstolo de Jesus. Na verdade, um grande número de pesquisadores considera altamente improvável que os autores dos quatro Evangelhos tenham até conhecido o histórico Jesus de Nazaré! Além disso, há evidências de que trechos desses textos foram apagados, adicionados e talvez até censurados nos séculos que se passaram. É muito difícil, à luz desses fatos, considerar o cânon existente nas Escrituras a única interpretação possível da Palavra de Deus.<br />A versão oficial do cristianismo que foi articulada pelos primeiros concílios da Igreja é a mesma que tem sido transmitida até hoje: a chamada "fé dos nossos pais". Essa é a versão ortodoxa, mas não necessariamente a única versão da fé cristã. Nem obrigatoriamente a verdadeira. A questão que precisa ser examinada é a seguinte: há outra história de Jesus que possa se aproximar mais da verdade do que aquela propagada pela Igreja durante a Idade Média, antes da Reforma Protestante? Existe uma versão alternati­va da doutrina cristã? Poderia ter havido uma Igreja alternativa? Em caso afirmativo, quais teriam sido os dogmas de sua fé? E qual teria sido a sua relação com a mensagem cristã primitiva e com o próprio Jesus?<br />O Sangraal<br />Poetas medievais do século XII, época em que a lenda do Graal apareceu na literatura européia, mencionam uma "Família do Graal", presumivelmente guardiões do cálice mais tarde considera­dos indignos desse privilégio. Alguns estudiosos do Graal estabelecem uma conexão entre o termo sangraal e a palavra gradales, que na língua provençal parece ter significado "taça", "travessa" ou "bacia': Mas já se sugeriu que, dividindo-se a palavra sangraal depois do g, o resultado é sang raal, que em francês antigo significa "sangue real”.<br />Essa segunda derivação do francês sangraal é extremamente instigante e talvez esclarecedora. De repente surge outra interpretação da conhecida lenda: em vez de taça ou cálice, a nova versão afirma que Maria Madalena levou o "sangue real" à França mediterrânea. Outras narrativas creditam a José de Arimatéia o ato de ter transportado o sangue de Jesus àquela região em uma espécie de vaso. Talvez tenha sido Maria Madalena, sob a proteção de José de Arimatéia, que de fato tenha conduzido a linhagem real do rei Davi à costa francesa do Mediterrâneo.<br />Quem era essa Maria, conhecida dos primeiros cristãos como "a Madalena"? E como ela poderia ter levado o sangue real para a França? O sangue real poderia ter sido levado em um recipiente terreno, um "vaso de barro" (2 Coríntios 4:7)? E se esse vaso fosse uma mulher? Talvez essa Maria fosse, na verdade, a mulher de Jesus e tenha levado um filho dele para a Provença!<br />As duas genealogias de Jesus apresentadas no Novo Testamento sustentam que o carismático mestre descendia da casa do rei Davi, e as promessas messiânicas feitas a Israel estão todas especifica­mente ligadas ao sangue real de sua princesa judaica do "tronco de Jessé”, o pai do rei Davi. A esposa de Jesus, caso tivesse um filho dele, teria sido, literalmente, a portadora do Sangraal, a linhagem real de Israel.<br />A procura do Santo Graal é um mistério de muitos séculos. Pistas que ligam Maria Madalena ao Sangraal das antigas lendas são abundantes na arte, na literatura e no folclore da Idade Média, assim como nos acontecimentos históricos subseqüentes e nas próprias Escri­turas. Muitas dessas pistas serão discutidas nos capítulos seguintes, numa tentativa de demonstrar que a Noiva de Jesus foi, talvez por acidente, excluída da história como resultado de tumultos de ordem política na província de Israel logo após a crucificação.<br />Não tenho provas definitivas de que a "outra Maria" era a mulher de Jesus nem que ela tenha dado à luz um filho de sua linhagem. Mas é possível provar que a crença nessa versão da história cristã foi divulgada na Europa durante a Idade Média e que, mais tarde, acabou obrigatoriamente sepultada pelas impiedosas torturas da Inquisição. Em nossa busca, procuraremos identificar e examinar as evidências da Igreja alternativa - a "Igreja do Santo Graal" - presentes em símbolos na arte e literatura européias e nos próprios Evangelhos do Novo Testamento.<br />Quem era Maria Madalena?<br />Nosso primeiro passo será estabelecer a identidade da "outra Maria", encontrada nos quatro Evangelhos. Existem fortes indícios de que Maria Madalena pode ser identificada como Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro, mencionada nos Evangelhos de Lucas e João. Essa amável Maria sentava-se aos pés de Jesus, enquanto sua irmã, Marta, servia os convidados (Lucas 10:38-42); depois, ungiu Jesus com bálsamo de nardo (João 11:2, 12:3).<br />Referências bíblicas a Maria Madalena incluem informações de que ela era uma das mulheres que acompanharam Jesus depois que ele a curou da possessão de sete demônios (Lucas 8:2, Marcos 16:9). Também é apontada como uma das mulheres aos pés da cruz (Marcos 15:40, Mateus 27:56, João 19:25) e uma das que chegaram à tumba às primeiras luzes da manhã da Páscoa (Marcos 16: 1, Mateus 28:1, Lucas 24:10, João 20:1-3). O Evangelho de João afirma que ela foi sozinha ao sepulcro e encontrou Jesus, acreditando, primeira­mente, que ele era o jardineiro. Chegou a abrir os braços para abraçá­-lo quando o reconheceu, chamando-o de rabboni, uma forma afetuosa da palavra "rabino”. Obviamente, essa Maria chamada "a Madalena” era uma amiga e companheira íntima de Jesus.<br />A Igreja ocidental tem uma antiga e forte tradição que apóia a idéia de que só havia uma amiga querida de Jesus chamada Maria. A bíblica Canção de Salomão, interpretada com freqüência na tradição judaico-cristã como uma alegoria do amor de Deus por seu povo, era muito popular entre os cristãos durante a Idade Média. São Bernardo de Claraval (1090-1153), em seus sermões sobre o Cântico dos Cânticos, comparou a noiva da canção, simbolicamente, com a Igreja e com a alma de cada um dos que crêem. O protótipo que ele selecionou para ilustrar essa "Noiva" de Cristo era Maria, a irmã de Lázaro, que se sentou aos pés de Jesus, absorvendo seus ensinamentos (Lucas 10:39-42) e que, mais tarde, ungiu os pés dele com nardo e secou-os com o próprio cabelo (João 11:2, 12:3). Mas São Bernardo também disse repetidas vezes em seus sermões que era possível que essa Maria de Betânia fosse a mesma Maria Madalena.<br />Novecentos anos antes de São Bernardo, em Alexandria, um teólogo cristão chamado Orígenes (aproximadamente 185-254 d.C.) identificou Maria Madalena especificamente como a Noiva do Cântico dos Cânticos. Essa associação foi amplamente aceita e louvada na Idade Média.<br />O Evangelho de João identifica com clareza a mulher que ungiu Jesus com o precioso bálsamo como a irmã de Lázaro (João 11:2), e a tradição francesa chama Madalena de "a irmã de Lázaro': A Igreja Católica Romana nem sequer tem uma data dedicada a essa Maria de Betânia, embora os dias de Marta e de Lázaro sejam celebrados no calendário anglicano. Seria de esperar que a Igreja honrasse essa "irmã favorita': dedicando-lhe uma festividade, como faz com os outros amigos de Jesus. Entretanto, existe um dia em que se homenageia Santa Maria Madalena - 22 de julho -, exatamente uma semana antes do de Santa Marta. É mesmo natural e correto que o dia da mais importante das irmãs-santas seja celebrado em primeiro lugar.<br />A passagem da Escritura litúrgica oficial da Igreja Católica Romana lida durante séculos na celebração do dia de Maria Madalena foi extraída do Cântico dos Cânticos, que, por associação, identificou Madalena como a noiva descrita no Cântico. No século VI, o Papa Gregório I estabeleceu que Maria Madalena e Maria de Betânia eram a mesma pessoa: ''Acreditamos que aquela a quem Lucas chama de 'pecadora' e aquela a quem João chama de 'Maria' são a mesma mulher de quem, segundo Marcos, 'sete demônios foram expulsos”.<br />A Prostituta Sagrada<br />Embora dois Evangelhos, o de Marcos e o de Lucas, sustentem que Maria Madalena foi curada por Jesus da possessão de sete demônios, não está escrito, em lugar nenhum, que ela era uma prostituta. Apesar disso, esse estigma a tem seguido por toda a cristandade. A história original da unção de Jesus em Betânia pela mulher do vaso de alabastro deve ter sido mal interpretada pelo autor do Evangelho de Lucas, que o escreveu quase cinqüenta anos depois do acontecimento. A unção realizada pela mulher em Betânia era similar a uma conhecida prática ritual das sacerdotisas sagradas, ou "prostitutas" do templo, nos cultos às deusas do Império Romano. E até o termo "prostituta" é uma denominação imprópria. Essa palavra, escolhida pelos tradutores modernos, é empregada para hierodulare, ou "mulheres sagradas" do templo da deusa, que desempenhavam um papel expressivo no dia-a-dia do mundo clássico. Sua importância como sacerdotisas da deusa tem origem no período neolítico (7000-3500 a.C.), quando Deus era honrado e amado como feminino nas terras hoje conhecidas como Oriente Médio e Europa.<br />No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da Deusa do Amor, e as sacerdotisas que oficiavam nos templos dessa deusa no Oriente Médio eram sagradas para os cidadãos dos Impérios Romano e Grego. Conhecidas como "mulheres consagradas", eram pessoas de prestígio, as invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da deusa. Em alguns períodos da história judaica, elas fizeram parte do ritual de adoração do Templo de Jerusalém, embora alguns profetas de Yahweh deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de Asserá. A descoberta, resultante de escavações feitas em Israel, de milhares de estatuetas da Deusa do Amor suméria/cananéia (Inana, Astarté) segurando os seios convenceu os estudiosos de que a adoração da versão hebraica dessa divindade era comum na antiga Israel. As sacerdotisas da Deusa do Amor eram uma visão comum em todas as cidades do Império Romano, inclusive em Jerusalém.<br />No contexto dos Evangelhos, a mulher que portava o vaso de alabastro contendo o bálsamo pode ter sido uma dessas sacerdoti­sas. Curiosamente, entretanto, Jesus não se mostrou nem um pouco ultrajado com a atitude dela quando o ungiu. Ele até disse aos amigos que se reuniam para um jantar na casa de Simão, em Betânia, que a mulher o ungira para seu enterro (Marcos 14:8, Mateus 26:12). A importância de tal declaração não poderia ter sido mal compreendida pela comunidade cristã primitiva, que preservou essa história em sua tradição oral. A unção para o funeral era a representação de uma parte indispensável do ritual que cultuava o pôr-do-sol e o alvorecer, bem como os Deuses da Fertilidade de toda a região banhada pelo Mar Mediterrâneo.<br />A unção realizada pela mulher do vaso de alabastro era algo familiar aos cidadãos do império por causa dos rituais de sua Deusa do Amor. Em tempos mais remotos, porém, a unção do rei sagrado era um privilégio exclusivo da noiva real. Por milênios, esse mesmo ato fez parte do rito de casamento das filhas da casa real, que, assim, conferiam majestade ao seu consorte.<br />Naqueles tempos antigos, até cerca do terceiro milênio a.C., a maioria das sociedades do Oriente Próximo e do Oriente Médio era matrilinear - posição e propriedades eram passadas de mãe para filha. Na verdade, entre as casas reais de grande parte da região, essa prática se manteve inclusive durante o período clássico. Tanto a rainha de Sabá quanto Cleópatra do Egito reinaram como herdeiras dinásticas. Na Palestina, quase contemporaneamente a Jesus, o rei edomita Herodes, o Grande (que reinou de 37 a 2 a.C.), reclamou o trono de Israel baseado em seu casamento com Mariana, uma descendente da casa dos Macabeus, os últimos reis legítimos na Palestina.<br />Cultos do Rei Sacrificado<br />Vestígios de práticas matrilineares ancestrais e de adoração da deusa ainda estavam presentes no primeiro século, na Palestina, uma província romana helenizada. Esses antigos mitos e costumes eram visíveis nos cultos das Deusas da Fertilidade da região. A unção feita pela mulher dos Evangelhos é remanescente da poesia romântica ligada aos ritos do Casamento Sagrado, celebrando a união de um deus local e uma deusa. É bem possível que o verdadeiro significado da unção em Betânia tivesse sido exatamente este: o Casamento Sagrado do rei sacrificado. Seu conteúdo mitológico teria sido entendido pela comunidade helenizada de cristãos que ouviram o Evangelho ser pregado nas cidades do Império Romano, onde os cultos das Deusas do Amor não haviam sido completamente abandonados, o que só aconteceu no final do século V d.C.! E no Evangelho de João, a mulher - a Noiva - cujo nome é citado como aquela que fez a unção é Maria de Betânia.<br />Entretanto, é sempre a Maria chamada "a Madalena" que é representada na arte ocidental carregando o vaso de alabastro que contêm o precioso bálsamo. E é no seu dia que a Igreja Católica Romana cumpre a tradição de ler no Cântico dos Cânticos (3:2-4) a história da Noiva à procura do Noivo/Amado, de quem fora sepa­rada. Nas pinturas medievais e renascentistas, invariavelmente, é Madalena que vemos, de cabelo solto, aos pés da cruz, com Maria, mãe de Jesus, e é também ela que beija os pés de Jesus em pinturas da Descida da Cruz (a retirada do corpo de Jesus da cruz).<br />Essas obras nos trazem à memória a mitologia pagã de vários Deuses do Sol e da Fertilidade (Osíris, Dumuzi e Adônis), que foram mortos e ressuscitaram. Em cada caso, a viúva (Ísis, Inana e Afrodite) derramou seu luto e desolação sobre o corpo do amado, lamentando sua morte com infinita tristeza. A mitologia egípcia, por exemplo, relata que Ísis, a Noiva-Irmã de Osíris, orou sobre o corpo mutilado dele e concebeu o filho, Hórus, após a morte do pai. Em cada culto, é a Noiva que chora a morte do deus sacrifica­do. Na poesia usada nos cultos de adoração de Ísis, alguns versos são idênticos aos do Cântico dos Cânticos e outros são paráfrases bem próximas. Mais recentemente, estudiosos observaram semelhanças entre as imagens eróticas do Cântico e a poesia romântica da Babilônia, da Suméria e de Canaã na Antiguidade. As evidências dessas similaridades foram descobertas em tábuas cuneiformes e em antigos templos e arquivos no século XX.<br />A Noiva Perdida da tradição cristã aproxima-se muito desses mitos e histórias remotos. Existe uma tradição muito antiga que identifica Maria de Betânia como Maria Madalena na Igreja ocidental. Na arte medieval, essa mulher também era associada à Noiva-Irmã da mitologia antiga.<br />O conceito da Noiva-Irmã desses mitos tem extrema importância em nossa história. A Noiva, Deusa da Lua ou da Terra na Antiguidade, era a esposa do Rei-Sol, mas era muito mais do que isso. Era amiga íntima e parceira do Noivo-Deus - a sua imagem refletida em um espelho, sua "outra metade", um alter-ego feminino ou "irmã gêmea". Por esse motivo, o símbolo do espelho é mantido na iconografia da deusa. O Noivo arquetípico simplesmente não poderia ser completo sem ela! O relacionamento entre eles era muito maior do que uma união sexual - havia uma profunda intimidade espiritual e um "parentesco" resumidos na palavra "irmã': O Casamento Sagrado do Noivo com sua Noiva-Irmã não se limitava à paixão física, era uma união de êxtase espiritual e emocional mais profunda também.<br />Os cristãos da Igreja dos primeiros tempos associaram de imediato Maria Madalena à Noiva-Irmã negra do Cântico dos Cânticos. Em Vênus in Sackcloth (Vênus em hábito de penitência), Marjorie Malvern examina a metamorfose de Maria Madalena: de prostituta a contraparte/amiga de Jesus, por dois milênios na literatura e arte ocidentais. O livro mostra a mudança na arte do século XII, que começou a representar Maria Madalena como a companheira de Jesus, no estilo da mitologia de Vênus/Afrodite e de outras Deusas do Amor, cujos domínios eram a fertilidade e o casamento. A autora sugere que essa transformação resultou do contato com a poesia romântica do mundo árabe no tempo das Cruzadas. Ela observou que essa intimidade foi suprimida no século XIII e que a mãe de Jesus adquiriu uma posição de destaque que não possuía nos próprios Evangelhos. Malvern também chama a atenção para o entusiasmo que havia na Idade Média pelas peças sobre a Paixão de Cristo e para a especial fascinação que as pessoas demonstravam pelas cenas da unção em Betânia e do encontro, no jardim, de Madalena com Jesus ressuscitado.<br />Acredito que foi a propagação da heresia do Santo Graal o motivo dessa surpreendente transformação de Maria Madalena - que passou de prostituta a Noiva-Irmã - nas representações artísticas do século XII. A Maria retratada em muitas dessas pinturas medievais não era a "pecadora arrependida” nem a "prostituta regenera­da" nem apenas uma amiga de Jesus. Ela era a sua amada.<br />Muitas pessoas podem sentir-se inclinadas a rejeitar a idéia de que Jesus era casado com Maria Madalena, a irmã de Lázaro. O motivo é muito simples: elas acreditam que, se ele tivesse se casado, os Evangelhos nos teriam contado esse fato. Porém, um exame mais cuidadoso das Escrituras revela várias evidências que corroboram esse matrimônio. Talvez, então, seja melhor começarmos nossa busca com uma análise do Cântico dos Cânticos, cuja interpretação alegórica não esconde as imagens intensamente eróticas do poema de amor. Devemos, também, examinar o motivo condutor da Noiva e do Noivo nas Escrituras hebraicas e nos Evangelhos cristãos. Mais tarde, continuaremos com a busca do Santo Graal. Mas, primeiramente, vamos estudar o rito ancestral do Casamento Sagrado, celebrado nas terras do Oriente Médio e no Cântico da Noiva e do Noivo arquetípicos.<br />CAPÍTULO II<br />O Noivo<br />Nas cidades de Judá, nas ruas de Jerusalém que agora estão desertas, ainda se ouve o grito de alegria, o grito de júbilo, a voz do noivo, a voz da noiva...” (Jeremias 33:10-11). O tema da Noiva e do Noivo permeia os livros dos profetas hebreus como se fosse o motivo condutor de uma ópera. As "vozes do noivo e da noiva ouvidas no reino" são um sinal de bênçãos e alegria para toda a comunidade.<br />Em Ezequiel 16:3-63, Deus encontra sua Noiva quando ela ainda era uma criança, nua e abandonada. Ele se tornou seu mentor, vestiu-a, alimentou-a e protegeu-a até que se tornasse adulta, quando se casou com ela. Mas ela lhe foi infiel. Esse é um tema subjacente nas Escrituras hebraicas - o de que Deus é o Noivo fiel; e sua Noiva simbólica escolhida, a comunidade da aliança, é infiel.<br />O livro inteiro de Oséias baseia-se no amor que Deus sente por seu povo infiel, refletido no inabalável e clemente amor de Oséias por sua esposa, a prostituta Gomer. O profeta hebreu Isaías previu um tempo em que Deus desposaria novamente o seu povo, e sua terra seria curada: "...e como a recém-casada faz a felicidade de seu marido, tu farás a felicidade de teu Deus" (Isaías 62:5).<br />O tema do casal de Noivos que toma parte do Casamento Sagrado aparece com freqüência nas Escrituras hebraicas. Uma passagem muito conhecida e curiosa do Salmo 23, atribuída ao rei Davi, faz lembrar os tempos antigos quando Deus era identificado com o papel da Noiva: "Preparas um banquete para mim na pre­sença dos meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda." Esse trecho retrata Deus como feminino: nos ritos do Oriente Médio da Antiguidade, a deusa é a Noiva que unge o consorte escolhido, outorgando-lhe sua graça e majestade. Ela é a Grande Deusa das culturas neolíticas que precederam as invasões indo-arianas. As civilizações que adoravam a deusa na antiga Europa (área que incluía a Turquia, os Bálcãs e a Ucrânia) e no novo Ocidente viveram aproximadamente entre 7000 e 3500 a.C., mas a deusa só foi oficialmente banida da região em 500 d.C., quando seu último templo foi fechado. Então, as graciosas paredes com pilares de sua morada terrena foram abandonadas, transformando-se em abrigos para pássaros, e as estátuas de suas elegantes formas foram levadas para longe e abandonadas.<br />O Hieros Gamos<br />Nas religiões da Suméria, da Babilônia e de Canaã, ungir com óleo a cabeça do rei era um ritual realizado pela herdeira ou pela sacerdotisa real, que representava a deusa. Em grego, esse ritual era chamado hieros gamos, ou "Casamento Sagrado”. A unção da cabeça tinha um significado erótico - a cabeça era o símbolo do falo ungido pela mulher para a penetração durante a consumação física do casamento. O noivo escolhido era ungido pela sacerdotisa real, a substituta da deusa. Canções de amor, louvor e agradeci­mento acompanhavam o casal. Após a consumação do enlace, um farto banquete era servido a toda a cidade, em meio ao júbilo dos cidadãos. As festividades, algumas vezes, duravam vários dias. A bênção da união real seria refletida na contínua fertilidade das co­lheitas e dos rebanhos e no bem-estar da comunidade.<br />Por meio dessa união com a sacerdotisa, o rei/consorte recebia status de majestade. Ele se tornava conhecido como "o Ungido" ­em hebraico, "o Messias". Nos ritos antigos do Oriente Próximo, era a Grande Deusa que ungia a cabeça do rei e lhe oferecia um banquete, enchendo o seu cálice com bênçãos e atuando como uma espécie de advogada que o defendia de seus inimigos. A sagrada união da sacerdotisa real com o rei/consorte escolhido era celebra­da como uma fonte de regeneração, vitalidade e harmonia para toda a comunidade.<br />Essa prática ancestral refletiu-se, posteriormente, nos rituais de fertilidade que aconteciam anualmente em toda a região mesopotâmica, quase sempre para celebrar o ano-novo. Em alguns desses cultos, o consorte eleito pela sacerdotisa do templo local era ritualmente sacrificado para assegurar a fertilidade da terra. "Plantar" o rei sacrificado significava uma garantia de que as co­lheitas dariam bons frutos e as pessoas teriam prosperidade.<br />As invasões indo-arianas (aproximadamente 355 a.C.) introduziram a idéia da suprema deidade masculina, cuja fúria precisava ser aplacada. Com o passar dos séculos, os cultos baseados em um deus masculino de poderes ilimitados foram substituindo a adoração da magnânima deusa.<br />Na Palestina, no início da articulação patriarcal do Deus invisível como Senhor e masculino, os profetas assumiram o antigo papel de ungir o rei, função que antes era reservada às sacerdotisas reais da Grande Deusa. No século XI a.C., o povo de Israel persuadiu seu Deus (contra a voz da razão, segundo os relatos contidos nas Escri­turas) a permitir que tivessem um rei, como faziam seus vizinhos pagãos. Yahweh relutou em concordar, pois queria ser o único Deus de Israel. Contudo, acabou cedendo e, finalmente, deu permissão ao profeta Samuel para ungir Saul (cerca de 1220 a.C.) e, mais tarde, Davi (1000-960 a.C.) como reis de Israel. É importante observar que Davi se casou com Micol, filha do rei Saul, segundo a antiga tradição de alcançar a majestade por meio do casamento com uma filha da casa real. Nos séculos que se seguiram, a prerrogativa de ungir o rei foi dada aos sacerdotes do Templo de Jerusalém.<br />Com o advento da suprema deidade masculina, que substituiu a deusa nas civilizações do Oriente Próximo, o rei assumiu o papel de representante da deidade, assim como as sacerdotisas reais representavam a Grande Deusa no passado. Um poema escrito em torno de 2100 a.C., na Suméria, refere-se a Marduque, a deidade reinante na Babilônia, como "o Noivo do meu bem-estar':2 Os poetas e profetas hebreus adotaram essa imagem de Deus intimamente ligado ao seu povo (EzequieI16; Oséias 2; Isaías 54,62; Jeremias 2, 3). E no Novo Testamento grego, os quatro Evangelhos estão repletos de menções ao tema do Noivo referindo-se a Jesus.<br />No Novo Testamento existem muitas evidências de que Jesus compreendeu a íntima relação matrimonial entre Deus e a comunidade da aliança e de que ele próprio adotou, conscientemente, o papel de Noivo/Rei de seu povo. Os Evangelhos deixam claro que Jesus não veio para acabar com o domínio de Roma. As parábolas ali contidas incluem repetidas referências ao tema do casamento, e Jesus é, com freqüência, representado como o Noivo.<br />Jesus, o Noivo<br />O povo da Palestina esperava há bastante tempo pela chegada de um Messias, o Ungido por Deus, para salvá-lo da tirania romana e do ilegítimo e despótico jugo dos reis herodianos. A esperança de muitos judeus era de que um Messias davídico viesse com o poder de vencer os inimigos de Israel, segundo as palavras de seus profetas. A comunidade religiosa purista de Qumran e os radicais zelotes viviam na expectativa diária de que essas profecias se cumprissem.<br />Após a morte de Jesus, as interpretações das palavras dos profetas mudaram: em vez de um reino terreno, que era a esperança de todos, deveriam esperar por um reino celestial, que viria mais tarde. As imagens de "servo sofredor" de Isaías - a metáfora do obediente Cordeiro Sacrificado, que voltaria em glória para salvar os oprimidos - tornaram-se um mito predominante do movimento cristão a partir da última metade do primeiro século. Mas o pró­prio Jesus parece ter entendido o seu papel como representante de Yahweh - como o celestial Noivo de Israel. Como Rei Ungido e filho fiel, ele é sacrificado pelo bem da comunidade.<br />O evangelista Marcos montou, cuidadosamente, o cenário para essa revelação de Jesus como Noivo/Rei de Israel. Ele descreveu a chegada de Jesus e seus apóstolos às cercanias de Jerusalém antes da Páscoa judaica. À medida que se aproximavam, Jesus mandou que dois de seus discípulos fossem na frente até Betânia e procurassem um "jumento em que homem nenhum tivesse montado" (Marcos 11:2). Eles atiraram seus mantos sobre o jumento, e Jesus montou no animal, seguindo para Jerusalém. O povo estendeu mantos e ramos de árvores pelo caminho e anunciou que "o reinado de Davi estava para começar" (Marcos 11:10).<br />Esse acontecimento fez cumprir a profecia messiânica descrita no livro do profeta hebreu Zacarias. Jesus não participou dessa cena por mero acidente - sua chegada, montado no jumento, foi uma atitude consciente e simbólica por meio da qual ele procla­mou, deliberada e irrevogavelmente, o seu papel messiânico:<br />Alegra-te muito, ó filha de Sião!<br />Exulta, ó filha de Jerusalém!<br />Eis que vem a ti o teu rei;<br />ele é justo e traz a salvação;<br />ele é humilde e vem montado sobre um jumento,<br />o potro de uma jumenta (Zacarias 9:9 - NVI).<br />No tempo dos livros Gênesis e Crônicas era costume um líder carismático que viesse em paz chegar montado em um jumento, ao passo que um rei guerreiro montava um cavalo de guerra e porta­va armas.3 O rei Davi fez com que seu filho Salomão montasse seu próprio jumento real quando foi ungido rei de Israel (1 Reis 1:33­-38). O Jesus de Marcos anuncia sua missão como Rei da Paz, entrando em Jerusalém montado no potro de uma jumenta. Mas, ao mesmo tempo, ele proclamava ser o herdeiro de Davi, uma ati­tude de enorme significado político. Anunciava o cumprimento da profecia de Zacarias: "Seu rei decretará a paz entre as nações; seu império estender-se-á de um mar a outro" (Zacarias 9:10).<br />A Mulher do Vaso de Alabastro<br />Betânia era uma pequena vila localizada no contraforte sudeste do Monte das Oliveiras. Em Zacarias 14, vemos a expectativa apocalíptica de que, quando o Senhor fosse salvar Israel de seus inimigos, ele iria ao Monte das Oliveiras: "Naquele dia, os pés Dele se apoiarão no Monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém" (Zacarias 14:4). Essa profecia elevou o monte à condição de local de expecta­tivas messiânicas. Era a Betânia que Jesus retomava todas as noites após visitar Jerusalém durante a semana da Páscoa judaica. E ali ele foi ungido pela mulher do vaso de alabastro.<br />Essa história da unção de Jesus pela mulher em Betânia é um dos eventos mais importantes relatados nos Evangelhos do Novo Testa­mento. Deve ser extremamente significativa, uma vez que é mencionada nos quatro Evangelhos canônicos. Ela representa, sem dúvida, a expressão mais íntima da associação com o Eros nos relatos sobre a vida de Jesus e, só por esse motivo, mereceria uma investigação mais cuidadosa. Contudo, esse fato raramente recebeu a devida consideração. Qual era o significado daquela atitude? Não seria provável que a mulher que ungiu Jesus no banquete em Betânia fosse a mesma mulher que o encontrou no jardim, perto da tumba, ao raiar da manhã da Páscoa?<br />Certa noite, de acordo com Marcos 14:3, "quando Jesus se achava em Betânia, sentado à mesa... entrou uma mulher trazendo um vaso de alabastro”. Essa atitude pode ser compreendida como um reconhecimento profético de Jesus como o Messias, o Ungido, ação interpretada como politicamente perigosa porque proclamava a realeza dele.<br />Na antiga Israel, reis, sacerdotes e profetas eram ungidos com óleo para receberem a afirmação de seu poder como os "escolhi­dos" para representar Yahweh. O óleo de oliva sagrado era cuidadosamente preparado pelos sacerdotes no Templo e, seguindo uma receita especial, era misturado a outras essências: canela, mirra, cálamo e acácia. Seu uso pelos leigos era proibido, sob pena de excomunhão. Mas a mulher de Betânia não usou o óleo sagrado dos sacerdotes do Templo. Ela abriu "um vaso de alabastro cheio de um perfume muito caro, feito de puro nardo. Então quebrou o vaso e derramou o perfume sobre a cabeça dele" (Marcos 14:3-4).<br />Os estudiosos de hoje acreditam que "puro nardo" possa ser uma corruptela da palavra grega para espicanardo. O aromático bálsamo era um perfume raro e de grande valor, extraído de uma planta típica da Índia. Na Palestina helenizada, as mulheres ricas muitas vezes usavam uma pequena quantidade desse bálsamo num frasco, ou alabastron, preso a uma corrente no pescoço. Em geral, era um item que fazia parte do dote. Era costume quebrar o frasco, ungir com seu conteúdo o corpo do amado morto e deixar os fragmentos do recipiente na tumba.<br />Além dos relatos dos Evangelhos que descrevem a unção de Jesus com esse caro perfume, há um outra passagem nas Escrituras em que o espicanardo é mencionado: "No banquete para o rei, meu nardo exala o seu perfume" (Cântico dos Cânticos 1:12). A Noiva é aquela cujo espicanardo se espalha em volta do Noivo/Rei em seu banquete no Cântico dos Cânticos, a antiga canção do Casa­mento Sagrado.<br />O Cântico dos Cânticos<br />Alguns estudiosos modernos acreditam que o Cântico dos Cânticos foi composto como parte dos ritos de fertilidade sumérios de Dumuzi e Inana - um mito comum no antigo Oriente Próximo por milhares de anos. A poesia romântica inscrita em tábuas cuneiformes recentemente decifradas descreve Dumuzi como um "pastor" e "Filho Fiel" - epítetos que foram, mais tarde, aplicados a Jesus! A amada de Dumuzi é chamada de "irmã" e "noiva". O rei era considerado um "filho escolhido" pelo fato de que a deidade o havia "formado no útero de sua mãe”. Ele foi ungido para esse papel, que incluía sua morte e seu enterro como rituais: era dever do rei ser reunido à deusa, Mãe-Terra (Inana). Após o casamento, Dumuzi era ritualmente torturado, morto e enterrado, garantindo a renovação das colheitas e dos rebanhos. O rei não podia tornar-­se velho ou fraco, não lhe era permitido perder sua força e vitalidade, pois a vida do povo era um reflexo de sua virilidade. Se o seu poder e a sua força decaíssem, o mesmo aconteceria à força e ao poder do povo.<br />Em alguns ritos, o rei torturado era sepultado e, então, "ressusci­tado" após um breve período, normalmente três dias. Os versos da liturgia incluem os lamentos de Inana pela morte de Dumuzi, a busca da deusa pelo rei desaparecido e uma expressão de júbilo por seu retorno. Essa porção do mito do Noivo, predominante no culto pagão, é reapresentada no Evangelho de João, na passagem em que Maria Madalena encontra Jesus ressuscitado perto da tumba, na Páscoa. E pode ser visualizado nas Pietás e nas pinturas sobre a Descida da Cruz na arte cristã.<br />Durante o período da influência grega (330-30 a.C.), versos idênticos e paralelos àqueles do Cântico dos Cânticos foram encontrados em uma poesia litúrgica do culto da deusa egípcia Ísis, a Noiva-Irmã do mutilado Deus-Sol Osíris. Esculturas antigas de Ísis lamentando-se sobre o corpo de Osíris serviram de modelo para Pietás medievais. Existem muitas teorias sobre a origem da poesia romântica do Casamento Sagrado, mas é sabido que o rito do Deus da Fertilidade, que morre e ressuscita, era comum na Palestina dos tempos de Jesus.<br />O Pastor/Rei e sua Noiva<br />Talvez seja impossível determinar a fonte exata do livro bíblico Cântico dos Cânticos, mas seu significado é bastante claro: é a canção de casamento do Pastor/Rei e sua Noiva. Os ritos do hieros gamos eram tão conhecidos no mundo helenizado que a unção da cabeça de Jesus não poderia ter sido mal compreendida por aqueles que a testemunharam. O autor do Evangelho de Marcos é mestre em atribuir importância mítica a certos eventos. Aplacar a tempestade, purificar o Templo e outros feitos relatados em sua Escritura proclamam a identidade mítica de Jesus por meio da ação. E a história de sua unção pela mulher em Betânia não é exceção.<br />A reação de Jesus à unção deixa claro que ele não somente a entendeu e admitiu como também aceitou seu papel mítico como o Noivo/Rei sacrificado. Por toda a Bíblia grega há referências ao messiânico "banquete de casamento" e, em várias partes dos Evangelhos, são feitas menções a Jesus como "noivo': Numerosas alusões ao Noivo e à Câmara Nupcial também aparecem nos Evangelhos gnósticos descobertos em Nag Hammadi, no Egito, na década de 1940, fato que corrobora a prevalência desse tema entre algumas seitas dos cristãos primitivos.<br />Em Marcos 2:19-20, Jesus afirma que seus discípulos não estão jejuando: "Quando o noivo for levado para longe deles, nesse dia eles jejuarão." Essa passagem é repetida em Marcos 14 quando os dis­cípulos reclamam do custo do perfume desperdiçado. Jesus defende a mulher, dizendo: "Os pobres tendes convosco sempre, quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem; mas a mim não me tendes sempre." E, então, ele anuncia que a mulher ungiu seu corpo para o fu­neral, confirmando o anúncio que ela fizera do Casamento Sagrado, que incluía a tortura e a morte do Noivo/Rei Ungido.<br />As freqüentes alusões a Jesus como o Noivo do mito da fertilidade poderiam ser criação de autores helenizados dos Evangelhos. Mas é muito mais provável que tenham se originado com o próprio Jesus, segundo a tradição dos profetas hebreus, que proclamaram Yahweh o Noivo celestial da comunidade e o rei de Israel seu "filho fiel" ou "servidor", o Ungido Messias. Os temas do Noivo e do "filho fiel" (termos presentes também nas mitologias suméria e cananéia) são repetidos no Apocalipse de João, o último livro do Novo Testamento grego, que foi escrito por um autor judeu no final do primeiro século.<br />Judas e os Zelotes<br />Talvez a mais forte evidência de que a unção foi imediatamente compreendida pelos que participavam do banquete em Betânia tenha sido a atitude tomada por Judas Iscariotes. Alguns estudiosos modernos o descrevem como um zelote, político de extrema direita que esperava derrubar o domínio romano. É muito provável que ele tenha sido membro de um grupo sionista militante denominado Sicarii, os "Filhos do Punhal': Judas deve ter ficado completamente desiludido quando percebeu que o herdeiro de Davi não pretendia derrubar o domínio romano na Judéia - Jesus escolhera o papel de Noivo, e o Reino de Deus estava sendo anunciado como um banquete de casamento universal, aberto a todos. Por esse motivo, ele foi ao chefe dos sacerdotes para trair Jesus (Marcos 14:10).<br />É bem possível que a unção o tenha convencido de que Jesus não era o Messias de suas expectativas. O Dia de Yahweh havia chegado. O Escolhido fora ungido no Monte das Oliveiras, não com o óleo sagrado do ritual hebreu, e sim com o bálsamo perfumado de uma mulher. E ele não apenas aceitara essa unção como defendera a ati­tude da mulher como um anúncio profético de sua morte e de seu enterro, exatamente como no rito primitivo do hieros gamos. Se Judas fosse mesmo um zelote fundamentalista - zeloso do cumpri­mento da Lei -, teria ficado estarrecido ao ver Jesus assumir, pela própria vontade, o papel do sacrificado Deus da Fertilidade e do Sol dos pagãos.<br />Naturalmente, a versão que o Evangelho apresenta dessa história foi escrita para convertidos cristãos, que teriam total compreensão do conteúdo mitológico do tema do deus sacrificado. Esses ritos pagãos eram praticados em templos nas cidades do Império Romano até serem banidos pela vitoriosa hierarquia cristã, no final do século IV d.C. Mas a inclusão da história da unção nos quatro Evangelhos indica que as testemunhas oculares que primeiro relataram o fato devem ter visto nele algo que consideraram de extrema importância.<br />Em Memória Dela<br />Em todo o Evangelho de Marcos, sempre que alguém deseja proclamar Jesus o Filho de Deus ou o Messias, ele sempre adverte que sua identidade não deve ser revelada a ninguém. Contudo, inesperadamente, em Marcos 14:9, Jesus diz aos seus discípulos que a história da mulher do vaso de alabastro deveria ser contada e re­contada "em memória dela': Alguém, talvez o próprio Jesus, pode ter considerado esse evento tão significativo que deveria ser mantido vivo na comunidade. Por quê?<br />Denis de Rougemont sugeriu que, quando um evento importante é muito perigoso para ser discutido, ele é estabelecido como mito e contado como lenda. Essa opinião, expressa em História de amor no Ocidente13 - publicado primeiramente em francês, em 1940 -, poderia ser aplicada ao mito em torno da mulher do vaso de alabastro. Seria a história da unção/rito de casamento de Jesus narrada como um mito por causa do perigo que representava para a mulher que era sua esposa? Seria mais seguro relatar a lenda sabendo que as pessoas que a ouvissem entenderiam a relação íntima dessa mulher com o Noivo/Rei?<br />Estamos falando de uma versão oral da história, que, presu­mivelmente, circulou por todo o Império Romano por quase quarenta anos até que o autor do Evangelho de Marcos a escrevesse.<br />Na verdade, esse acontecimento foi tão importante que sobreviveu em várias versões diferentes na tradição oral. Mesmo assim, embora deva ter sido considerado um escândalo que uma mulher ­qualquer uma - tocasse um homem judeu em público, não há nenhum sinal de que os amigos de Jesus tenham ficado horrorizados com a atitude dela. A maior preocupação de todos parece ter sido o alto preço do perfume desperdiçado, que "podia ser vendido por mais de trezentos denários" (Marcos 14:5). Como se fosse uma perda pessoal de cada um deles!<br />E quem era a mulher do vaso de alabastro que ungiu Jesus? Por muitos séculos, ela tem sido retratada pela Igreja como "pecadora" e "prostituta". Nunca como Noiva. Entretanto, Orígenes (185-254 d.C.), patriarca da Igreja, reconheceu Madalena como a Noiva-­Irmã dos Cânticos, assim como o fizeram as comunidades dos primeiros cristãos que viviam no Império Romano do primeiro século. E o autor do Evangelho de João chama essa mulher de "Maria, a irmã de Lázaro”.<br />Na Igreja Católica Romana, há uma forte tradição de que o após­tolo João era o protetor de Maria, a mãe de Jesus, e que após a crucificação (provavelmente por medida de segurança) ele a levou para viver em Éfeso. O Evangelho de João, se não é de sua própria autoria, foi, sem dúvida, escrito por seus discípulos (aproximada­mente 90-95 d.C.) em Éfeso. Há evidências nesse Evangelho de um importante material histórico sobre Jesus que não está incluído nos outros três. Certamente, João e a mãe de Jesus foram a fonte desse material. E, embora não tenha sido relatado nos Evangelhos anteriores, ambos, sem dúvida, teriam sabido o nome da mulher que ungiu Jesus. Ela era Maria de Betânia, sua Noiva Perdida.<br />CAPITULO III<br />O Sangue Real e a Videira<br />O quarto Evangelho afirma com muita clareza que a mulher que ungiu Jesus em Betânia era Maria, a irmã de Lázaro. O nome de Maria Madalena não aparece vinculado à cena da unção, mas é ela que, nos Escrituras do Novo Testamento, acom­panha Jesus ao calvário, colocando-se ao lado da cruz, e também é ela que, na manhã de Páscoa, vai terminar a unção para o enterro, o que começara a fazer vários dias antes. Nós já examinamos as tradições da Igreja ocidental segundo as quais Maria de Betânia e Maria Madalena são a mesma pessoa. Mas por que Maria de Betânia foi chamada de "a Madalena”? Por que foi forçada a fugir de Jerusalém? E o que aconteceu à linhagem sagrada que ela carregava consigo?<br />O Casamento Secreto<br />Passei a suspeitar de que Jesus fizera um casamento dinástico secreto com Maria de Betânia e que ela era descendente da tribo de Benjamim, cuja herança ancestral era a terra ao redor de Jerusalém, a Cidade Santa de Davi.<br />Saul, o primeiro rei ungido de Israel, pertencia à tribo de Benjamim, e sua filha Micol foi esposa do rei Davi. Ao longo da história de Israel, as tribos de Judá e de Benjamim foram as aliadas mais próximas e mais leais. Seus destinos se entrelaçaram. O casamento dinástico de uma descendente de Benjamim, herdeira das terras em torno da Cidade Santa, com o messiânico filho de Davi teria exercido grande influência sobre a facção fundamentalista zelote da nação judaica ocupada - um abençoado signo de esperança para o povo durante o período mais sombrio de Israel.<br />Em seu romance King Jesus (Rei Jesus), de 1946, o mitógrafo do século XX Robert Graves sugere que a descendência e o casamento de Jesus foram mantidos em segredo, e deles s6 tinha conhecimen­to um seleto círculo de líderes leais.. Para proteger a descendência real, o matrimônio teria sido ocultado dos romanos e dos tetrarcas de Herodes; e a segurança da esposa e da família de Cristo, depois de sua crucificação, confiada aos poucos que conheciam suas iden­tidades. Todas as referências ao casamento de Jesus, supõe Graves, foram deliberadamente obscurecidas, editadas ou destruídas. Mas a esposa grávida do filho ungido de Davi teria sido a portadora da esperança de Israel - o Sangraal, a descendência real.<br />Magdal-eder, a Torre do Rebanho<br />No capítulo 4 do profeta hebreu Miquéias há uma bela profecia sobre a restauração de Jerusalém no momento em que todas as nações transformarem suas espadas em relhas de arado e se recon­ciliarem com Deus. Dizem os versículos 8, 9 e 10:<br />E a ti, ó [Magdal-eder] torre do rebanho,<br />Outeiro da filha de Sião,<br />A ti virá, sim, a ti virá o primeiro domínio,<br />O reino da filha de Jerusalém.<br />E agora, por que fazes tão grande pranto?<br />Não há em ti rei?<br />Pereceu o teu conselheiro,<br />De modo que se apoderaram de ti dores, como da que está de parto,<br />Sofre dores e trabalha, ó filha de Sião,<br />Como a que está de parto;<br />Porque agora sairás da cidade<br />E morarás no campo.<br />É provável que as referências originais a Maria Madalena na tradição oral, as "perícopes" do Novo Testamento, tenham sido mal interpretadas antes de serem transformadas em texto. Suspeito de que o epíteto "Madalena" era uma alusão ao "Magdal-eder" de Miquéias, a promessa de restauração de Sião que se seguiria ao seu exílio. Talvez as primeiras referências verbais ligando o epíteto "Magdala" ao nome de Maria de Betânia não tivessem nenhuma relação com uma obscura cidade da Galiléia, como já se sugeriu, mas fossem alusões intencionais a essas linhas de Miquéias, à "torre" ou "outeiro" da filha de Sião obrigada ao exílio político.<br />O topônimo Magdal-eder significa literalmente "torre do reba­nho”, no sentido de um lugar elevado usado pelo pastor como posto de observação, de onde ele toma conta de suas ovelhas. Em hebraico, o epíteto Magdala significa literalmente "torre" ou "eleva­do, grande, magnificente". Essa denotação ganharia especial relevância se a Maria assim denominada fosse de fato a esposa do Messias. Seria o equivalente a chamá-la, em hebraico, de "Maria, a Grande" e, ao mesmo tempo, uma referência à profética restauração da soberania da "filha de Jerusalém" (Miquéias 4:8).<br />Numa antiga lenda francesa, a exilada "Magdal-eder”, a Maria refugiada que busca asilo na costa meridional do país, é Maria de Betânia, a Madalena. A lenda francesa primitiva conta que Maria "Madalena", Marta e Lázaro de Betânia chegaram em um barco ao litoral de Provença. Outras histórias creditam a José de Arimatéia o papel de guardião do Sangraal, que, eu sugeri, talvez fosse a descendência real de Israel, e não um cálice propriamente dito. O receptáculo que continha a Rei Ungido Jesus.<br />A imagem de Jesus que surge de nossa versão é a de um líder carismático que encarna os papéis de profeta, cura e Rei/Messias ­condenado e executado pelo Exército Romano de Ocupação -, cuja esposa e descendência foram retiradas em segredo de Israel por amigos leais e transferidas para a Europa Ocidental à espera da cul­minação da profecia na plenitude dos tempos. Os amigos de Jesus que tão ardentemente acreditavam ser ele o Messias, o Ungido de Deus, teriam considerado a preservação de sua família um dever sagrado. O receptáculo, o cálice que materializava a promessa do Milênio, o Sangraal da lenda medieval era, eu concluí, a própria Maria Madalena. . .<br />A Videira do Senhor<br />Muitas passagens bíblicas usam a palavra "videira" como uma metáfora para o povo escolhido por Deus: "Trouxeste do Egito uma videira" (Salmos 80:9). "Pois a videira do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta de sua predileção" (Isaías 5:7). Várias passagens referem-se à videira no feminino, comparando-a a uma mulher: ''A tua mulher será como a videira frutífera" (Salmos 128); "Tua mãe era como uma videira plantada junto às águas; ela frutificou e encheu-se de ramos... Mas foi arran­cada com furor... e agora está plantada no deserto... não há mais nela ramo forte, não há mais o Cetro real" (Ezequiel 19:10). Essa videira real transplantada é compreendida pelos estudiosos da Bíblia como uma referência à linhagem real davídica de Judá, a li­nhagem dos príncipes.<br />A Noiva dos Cânticos zela com cuidado pelas videiras. Em Isaías 5, a videira rebelde produz uvas ruins. O salmo 80 é uma oração para sua restauração: "O Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; visita esta videira, a videira que a tua destra plantou." No Evangelho de Marcos, Jesus conta a parábola dos podadores de videiras, os que zelavam pelas vinhas (Israel), que agridem os serviçais do mestre quando eles vão inspecionar as condições dos vinhedos e, depois, matam o filho desse mestre. Ninguém que conhecesse Jesus de Nazaré e que tivesse "ouvidos para ouvir" duvidaria da identidade daquele "filho fiel': Ele era o herdeiro legítimo da "Videira de Judá".<br />Transplantar a "Videira" davídica não teria sido surpresa para os zelotes, amigos fundamentalistas de Jesus. Eles sabiam que isso fora profetizado (Ezequiel 17). Já acontecera antes, quando o povo de Israel foi escravizado e levado à Babilônia. Mas poderia acontecer outra vez. Diante do perigo que sofria a Videira de Judá, a linhagem real, é provável que os amigos de Jesus tomassem medidas drásticas e talvez desesperadas para proteger sua família. Teria sido sua mais importante prioridade.<br />A Fuga para o Egito<br />Em decorrência das condições da ocupação romana de Israel, a Sagrada Família teria sido mantida em segredo e protegida a todo custo pela facção monárquica da Palestina. Após a crucificação de Jesus, sabe-se que Maria Madalena não permaneceu em Jerusalém. Não há menção a Maria, a Marta e a Lázaro no Livro Atos dos Apóstolos nem nas epístolas de Paulo. De qualquer maneira, Maria jamais seria identificada como a viúva de Jesus. O perigo teria sido grande demais. É provável que aqueles amigos especiais de Jesus não mais fizessem parte da comunidade de Jerusalém quando as cartas de Paulo foram escritas (51-63 d.C.), mas a partida deles não foi explicada. Se fizessem parte da comunidade após a ascensão de Jesus, seus nomes teriam sido mencionados nos últimos trabalhos do Novo Testamento que foram declarados canônicos.<br />Em vez disso, referências a Maria Madalena após a ascensão ocorrem apenas nos Evangelhos gnósticos (manuscritos dos Novos Testamentos coptas que foram encontrados, em 1945, em Nag Hammadi e em outros lugares do Egito), textos que confirmam que ela era uma companheira íntima de Jesus. O Evangelho de Filipe diz: "Três mulheres seguiam Jesus em todos os momentos: sua mãe Maria, a irmã dela e Madalena, a que é chamada de sua companheira”. Segundo esse Evangelho, Maria Madalena teria desperta­do o ciúme dos apóstolos porque era a companheira mais próxima, ou "consorte" do Senhor, a quem ele sempre beijava na boca.<br />Os quatro Evangelhos canônicos deixam claro que Maria Madalena gozava de especial importância na comunidade dos fiéis por ter sido a primeira pessoa a ver Jesus e a falar com ele no domingo de Páscoa - ela correu à sua tumba às primeiras horas da manhã para realizar os ritos de embalsamamento do corpo. Há sete listas nos quatro Evangelhos que citam as mulheres que acompanhavam Jesus. Em seis delas, o nome de Maria Madalena é o primeiro - antes mesmo do de Maria, a mãe. Os escritores dos Evangelhos, a começar por Marcos, estão, provavelmente, indicando a posição de Madalena na comunidade cristã: o papel de primeira-dama.<br />Os manuscritos coptas foram descobertos em Nag Hammadi em aproximadamente 400 d.C., um período em que a Igreja cristã de orientação ortodoxa (declarada a Igreja oficial do Império Romano pelo imperador Teodósio) começou a procurar e destruir os documentos das seitas que considerava heréticas. Esses textos foram conservados em vasos similares àqueles que continham os Pergaminhos do Mar Morto, nas cavernas perto de Qumran, no deserto da Judéia. Encontrados nas décadas de 1940 e 1950, eles abriram uma nova área de pesquisas sobre os primeiros séculos da cristandade. A importância atribuída a Maria Madalena nos quatro Evangelhos canônicos é intensificada em vários desses documentos apócrifos. Os manuscritos coptas - muitos dos quais pergaminhos do segundo e terceiro séculos - são bem mais antigos do que as cópias dos Evangelhos canônicos. E, milagrosamente, sobreviveram ao expurgo da Igreja primitiva, assim como os Pergaminhos do Mar Morto resistiram à destruição imposta pelas legiões romanas durante a revolta judaica ocorrida entre 66 e 74 d.C., quando a nação de Israel foi virtualmente exterminada e a comunidade cristã de Jerusalém, aniquilada.<br />Jesus e a Facção dos Zelotes<br />Vou falar rapidamente sobre a natureza das acusações contra Jesus que fizeram com que Pilatos, o procurador romano da província, ordenasse sua crucificação - uma sentença que colocou sua mulher, Maria, em grande perigo. Se Jesus tivesse sido acusado apenas de blasfêmia por ter se proclamado filho de Deus, como sugere a Bíblia, sua mulher não correria nenhum perigo. Contudo, se ele fosse condenado por suas filiações políticas, como pretendo demonstrar, ela teria sido, sem dúvida, forçada a fugir para salvar a própria vida.<br />Existem fortes evidências que comprovam a teoria de que Jesus era simpático aos ativistas de direita de Israel. Vários de seus após­tolos, por exemplo, eram conhecidos militantes extremistas, e o mais citado entre eles é Judas Iscariotes. O nome Iscariotes é interpretado por muitos como um indicativo de que ele pertencia, como disse anteriormente, à irmandade radical de assassinos políticos, os Sicarii, ou "Filhos do Punhal”. (Esse epíteto vem da palavra latina sica, uma pequena adaga que os homens escondiam sob seus mantos. Sicarius significa "aquele que mata com uma sica”).<br />Simão, o Cananeu (Qu'anan), é outro seguidor de Jesus men­cionado em Mateus 10:4. A nota de rodapé da Bíblia que consultei afirma que "cananeu" é a raiz da palavra "zelote”. Lembrando que os relatos do Evangelho foram difundidos oralmente durante muitas décadas antes de serem escritos em pergaminhos, é possível que o casamento em Caná tenha sido, na verdade, o "casamento dos zelotes”. Talvez essa união tenha significado um evento de grande importância para os judeus - ou seja, o casamento de Jesus e Maria Madalena. A mudança da água para o vinho poderia, então, ser compreendida como a atribuição simbólica de uma "nova vida" ­de esperança e alegria messiânicas renovadas. Histórias sobre a vida e os ensinamentos de Jesus circularam por mais de trinta anos antes que a primeira versão - o Evangelho de Marcos - fosse escrita, aproximadamente em 70 d.C. O estudo lingüístico da etimologia popular confirma que detalhes de uma história são modificados involuntariamente à medida que são transmitidos oralmente. Algumas vezes, expressões, coloquialismos e nomes próprios são interpretados ou escritos de maneira errada. Se Simão, o Cananeu, significa Simão, o Zelote (fato sobre o qual parece não haver nenhuma dúvida), então Caná também poderia ser uma referência à festa zelote.<br />Muitos estudiosos do Novo Testamento acreditam que a acusação feita a Jesus não era de blasfêmia, mas de insurreição. Os argumen­tos para se compreender Jesus como uma figura política - o Messias davídico judeu que assumiu uma atitude de ameaça à estabilidade da província romana da Palestina - são claramente delineados por S. G. F. Brandon em Jesus and the Zealotes (Jesus e os zelotes). O movi­mento popular espontâneo que foi se expandindo, estimulado pelas atitudes de Jesus e seu ministério, representou um desafio direto à autoridade política de Roma. Jesus foi acusado de incitar o povo ao terror, e o castigo romano tradicional reservado para as insurreições praticadas pelos zelotes era a crucificação. Na verdade, no período de 6 d.C. a 70 d.C, quando se deu a queda de Jerusalém, centenas de patriotas judeus foram crucificados.<br />As multidões seguiam Jesus de cidade em cidade durante o seu ministério, e, uma ou duas vezes, os Evangelhos relatam que o povo desejava fazer dele o seu rei. Mas a ação que levou à sua prisão imediata pelas autoridades em Jerusalém foi a derrubada das mesas dos mercadores no Templo de Jerusalém durante o festival da Páscoa judaica. Todos os anos, judeus de todas as partes do Império dirigiam-se a essa cidade para fazer ofertas no Templo. A atitude que Jesus tomou, espalhando moedas do Império por todo o chão do Templo, foi um ataque radical ao sistema religioso formado pelos sacerdotes e aos saduceus, a elite que colaborava com as autoridades romanas para manter a tranqüilidade e a ordem na província.<br />A comunidade do deserto, que escreveu vários dos Pergaminhos do Mar Morto, há muito tempo caracterizava o culto do Templo e seus sacerdotes como perversos e mentirosos em relação aos ensinamentos da Tora e dos profetas. Essas pessoas diziam que o próprio Templo era impuro e que a adoração que acontecia ali estava maculada pela associação com os pagãos. Ligações entre o primeiro movimento cristão - a comunidade Qumran - e Massada - a última fortaleza dos zelotes - contra as legiões romanas estão bem documentadas. Essa comunidade, que era radicalmente anti-romana, antiestablishment, apocalíptica e messiânica, esperava a restituição da linhagem davídica ao trono de Israel.<br />No Pergaminho de Guerra, encontrado em um dos vasos, esse Messias davídico é chamado de "o Cetro”. Os sectários de Qumran denunciavam a elite dos saduceus, que controlava a adoração corrupta no Templo e explorava os pobres com exigências de sacrifícios e dízimos. Eles acreditavam ser os únicos remanescentes puros de Israel. Seus membros praticavam ritos semelhantes ao batismo das primeiras comunidades cristãs e marcavam os iniciados na testa com o sinal que, em Ezequiel 9, é mencionado como o que distinguia os verdadeiramente iluminados - aqueles que se angustiavam com as abominações praticadas em Jerusalém. (O uso pos­terior da letra X pelos cristãos foi atribuído ao fato de ser essa a inicial da palavra grega referente a Christos, mas a prática de marcar os iniciados como "eleitos" era a mesma.)<br />A comunidade de Qumran mantinha-se afastada daqueles que colaboravam com os romanos. Muitas de suas crenças e doutrinas, escondidas em vasos por quase dois mil anos, ecoam o teor radicalmente dualista e apocalíptico dos escritos do Novo Testamento. Cópias de alguns desses manuscritos também foram encontradas em Massada, a fortaleza zelote que acabou vencida pelos romanos em 73 d.C., após o suicídio em massa dos que a defendiam. Somente nas últimas décadas, desde a descoberta desses documen­tos em 1947, os estudiosos da Bíblia tiveram acesso às valiosas informações ali contidas sobre as origens do movimento cristão. Os partidários em Qumran teriam, sem dúvida, aplaudido a atitude radical de Jesus virando as mesas de dinheiro no Templo durante as festas da Páscoa judaica.<br />Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus<br />Com base nos textos encontrados nas Escrituras gregas canôni­cas do Novo Testamento, há bons motivos para acreditar que muitos judeus aceitaram Jesus como o prometido Messias da linhagem de Davi. As mais antigas afirmações do fato de que ele era admitido como tal na comunidade cristã são encontradas na Epístola de Paulo aos Romanos (1:3), que foi escrita aproximada­mente em 57 d.C. Ela se refere a Jesus da seguinte maneira: "Acerca de seu Filho, nasceu da descendência de Davi quanto à natureza humana." O Evangelho de Marcos (71-75 d.C.) relata a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando o povo espalhou folhas de palma (João 12:13) diante do rei que montava um jumento. A imagem da palmeira, um símbolo para a nação judaica, aparecem moedas cunhadas nos tempos romanos.<br />O fato de Jesus ter sido considerado o Rei dos Judeus também é confirmado pela inscrição que. Pilatos mandou colocar acima da cruz em que ele foi sacrificado pelos soldados romanos: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”, abreviado para "INRI”. Reconhece-se hoje que a Galiléia, dita o berço de Jesus, foi um grande foco de atividades zelotes e anti-romanas durante o primeiro século, fato que pode ter sido relevante para a acusação de insurreição feita a ele.<br />Existem amplas evidências de que Jesus não era apenas um pobre carpinteiro ou o filho de um carpinteiro de uma obscura vila na Galiléia. Os evangelistas Mateus e Lucas, que escreveram aproximadamente no mesmo período (entre 80 d.C. e 85 d.C.), mas que desconheciam o trabalho um do outro, incluíram genealogias de Jesus no início de seus Evangelhos. Apesar de pequenas variações entre elas, um fato pode ser deduzido: ele estava sendo proclamado o tão esperado Messias davídico. O testemunho das duas Escrituras é de que o governador romano e os líderes judeus colaboraram na prisão e crucificação de Jesus porque ele era visto pelas autoridades de ambas as partes como um rebelde perigoso. Sua morte significava uma necessidade política para evitar rebeliões posteriores na Palestina. Foi considerado um incendiário exatamente porque o povo acreditava que se tratava de seu prometido rei e messias, O Ungido de Deus, o "rei justo" anunciado pelos profetas. Os Evangelhos nos fazem concluir que Jesus foi a escolha do povo porque seus milagres provaram a todos que ele era o eleito de Yahweh.<br />O poder do povo é, com freqüência, temido por um sistema repressor por ameaçar a estabilidade do status quo. De acordo com o que dizem os Evangelhos, escritos com o objetivo de converter cidadãos do Império Romano ao cristianismo, foi desejo das autoridades judaicas que Jesus fosse crucificado. Mas a crucificação não era um castigo aplicado pelos judeus. Se a acusação tivesse sido de blasfêmia, como é sugerido nessas Escrituras, a punição seria o apedrejamento pela comunidade judaica (como ocorreu com seu discípulo Estêvão, em Atos dos Apóstolos 7). A crucificação era o castigo reservado aos insurgentes. Tudo faz crer que a aclamação pública de Jesus como rei foi o que o levou à execução como inimigo de Roma.<br />Os Evangelhos relatam que Jesus não era apenas uma figura política, o Rei dos Judeus, mas também um líder religioso que exortava seu povo a arrepender-se e preparar-se para o Reino de Deus. Ele desafiou repetidamente os ensinamentos e as interpretações que os líderes religiosos faziam das Escrituras. E promoveu curas. No livro Jesus, the Magician (Jesus, o mago), fontes antigas do Oriente Médio são citadas numa tentativa de mostrar que Jesus foi um dos milagreiros errantes daqueles tempos. li Entretanto, segundo os relatos da época, é muito mais provável que ele tenha sido um curandeiro genuinamente carismático, que compreendia o fenômeno psíquico da cura como resultado da dinâmica da fé. E Jesus sempre dizia exatamente isto: ''A sua fé o fez inteiro”.<br />Segundo o Evangelho de Lucas, ele visitou a sinagoga em Nazaré e leu para a congregação um trecho da profecia de Isaías 61:1-2:<br />O Espírito do Senhor repousa sobre mim<br />porque o Senhor me consagrou pela unção.<br />Enviou-me a levar a boa nova aos humildes,<br />curar os corações doloridos,<br />anunciar aos cativos a redenção;<br />aos prisioneiros, a liberdade.<br />Há mais de dois mil anos, há um consenso por parte dos cristãos de que o homem que tomou para si essa passagem não era um simples mago. Ele era um recipiente terreno pleno do Espírito de Deus. E foi o seu poderoso carisma que levou, de maneira implacável, à sua crucificação como um incendiário político e à fuga imediata de sua família de Jerusalém.<br />O Cajado Florido e o Sangraal<br />O que diz a lenda sobre a fugitiva Sagrada Família? No Novo Testamento, o Evangelho de Mateus relata que a Sagrada Família fugiu para o Egito com o objetivo de evitar que seu filho fosse morto pelo rei Herodes, que estava preocupado com a sua reivindicação ao trono de Israel. José, o marido de Maria, recebeu uma mensagem em um sonho para fugir com ela e Jesus para o Egito (Mateus 2:13). Os modernos estudiosos da Bíblia acreditam que tudo isso é um mito usado pelo autor desse Evangelho para fazer cumprir as palavras do profeta: "...e do Egito chamei meu filho" (Oséias 11:1). A indicação da verdade nessa história é a forte tradição de perigo para a linhagem real de Judá. Um Evangelho apócrifo é a fonte da tradição de que o cajado de São José floriu para indicar que Deus o escolhera para ser marido de Maria e pai terreno de Jesus. Mas o "cajado florido" - mostrado na mão de São José nas igrejas católicas de todo o mundo - também serve para nos lembrar de que José era o guardião da "muda”, que seria o próprio Jesus, com base em uma profecia de Isaías: "Então brotará um rebento do cepo de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará" (Isaías 11:1).<br />Contudo, uma tradição derivada de uma antiga lenda francesa nos diz que... José de Arimatéia era o guardião do Sangraal e que a criança no barco era egípcia, o que significa, literalmente, "nascida no Egito”. Parece provável que depois da crucificação de Jesus, Maria Madalena tenha considerado necessário esconder-se no refúgio mais próximo para proteger seu filho ainda não nascido. José de Arimatéia, influente amigo de Jesus, pode ter sido o seu protetor.<br />Se nossa teoria está certa, a criança nasceu de fato no Egito, tradicional lugar de asilo para judeus cuja segurança se encontrava ameaçada em Israel. Alexandria era acessível a quem partia da Judéia e abrigava comunidades judaicas consolidadas na época de Jesus.12 É muito provável que tenha sido então o refúgio emergencial de Maria Madalena e José de Arimatéia. Anos mais tarde, eles teriam deixado Alexandria e buscado um lugar mais seguro no litoral da França.<br />Estudiosos de arqueologia e lingüística descobriram que os topônimos e lendas de uma região contêm "fósseis" de seu passado remoto. Os fatos podem ser alterados e as narrativas abreviadas no decorrer do tempo, mas traços "fossilizados" da verdade permanecem enterrados sob os nomes de pessoas e lugares. Todo ano, de 23 a 25 de maio, realiza-se um festival na cidade de Les-Saintes-­Maries-de-La-Mer, na França, no santuário dedicado a Santa Sara, a egípcia, também chamada de Sara Kali, a "Rainha Negra': As pesquisas revelaram que esse festival, cuja origem remonta à Idade Média, homenageia uma criança "egípcia" que acompanhava Maria Madalena, Marta e Lázaro quando de sua chegada à região, num pequeno barco, por volta do ano 42 d.C. Parece que se difundiu entre os habitantes locais a suposição de que a criança, por ser "egípcia”, tinha pele escura. Como não se encontrou nenhuma outra explicação razoável para a sua presença, deduziu-se, posterior­mente, que ela devia ter vindo de Betânia como serva da família.<br />O nome Sara significa "rainha" ou "princesa" em hebraico. Essa Sara é também caracterizada nas lendas locais como uma "jovem", não mais que uma criança. Existe, portanto, num pequeno povoa­do do litoral da França, um festival anual em homenagem a uma menina de pele escura chamada Sara. O "fóssil" dessa lenda está no fato de a criança se chamar "princesa': em hebraico. Uma filha de Jesus nascida depois da fuga de Maria Madalena para Alexandria teria cerca de 12 anos na época da viagem à Gália referida na história. Ela, como os príncipes da linhagem de Davi, é simbolicamente negra, "não reconhecida nas ruas" (Lamentações 4:8). Madalena era ela própria o "Sangraal”, no sentido de ter sido o "cálice", ou receptáculo, que um dia carregara in utero a descendência real. A negritude simbólica da Noiva dos Cânticos e dos príncipes davídicos das Lamentações se estende a essa Maria escondida e sua filha. O festival de Sara Kali, a Negra Sara, parece assim acontecer em homenagem a essa mesma criança simbolicamente negra. (No capítulo VIII, analisarei mais detalhadamente os santuários da Madona Negra na Europa Oriental.)<br />Acredita-se que as pessoas que, nos séculos posteriores, conhece­ram essa lenda e a identidade de Madalena como mulher de Jesus a equipararam à Noiva Negra dos Cânticos. Ela era a Noiva-Irmã e a Amada. Sua "negritude" teria sido simbólica de sua condição oculta. Tratava-se da rainha desconhecida - não declarada, repudiada e caluniada pela Igreja no transcorrer dos séculos, numa tentativa de negar a linhagem legítima e manter suas próprias doutrinas sobre a divindade e o celibato de Jesus.<br />Fósseis da verdade permanecem enterrados em símbolos, nomes de pessoas e lugares, rituais e contos folclóricos. Ao entendermos isso, torna-se plausível que a fuga para o Egito tenha sido empreendida pelo "outro José”, José de Arimatéia, e a "outra Maria”, Maria Madalena, após a crucificação, para proteger dos romanos e dos fi­lhos de Herodes o filho ainda não nascido de Jesus. As discrepân­cias na história e o óbvio pulo de uma geração podem ser facilmente compreendidos à luz do perigo que rondava a linhagem ­exigindo todo o segredo possível quanto ao seu esconderijo - e em decorrência do tempo que transcorreu antes que o relato fosse redigido. Parece ser mais um caso de um mito que foi se formando, uma vez que a verdade era perigosa demais para ser contada.<br />A Conexão Merovíngia<br />Alguns indícios sugerem que o sangue real de Jesus e Maria Madalena acabou circulando nas veias dos monarcas merovíngios da França. O termo "merovíngio" talvez seja ele próprio um fóssil lingüístico. As tradições da família real dos francos mencionam um antepassado de nome Meroveu (Mérovée, em francês). Mas a palavra "merovíngio" se separa foneticamente em sílabas facilmente reconhecíveis: mer e vin, Maria e videira. Assim decomposta, seria possível considerá-la uma alusão à "Videira de Maria" ou talvez à "Videira da Mãe".<br />O emblema do rei merovíngio Clóvis era a flor-de-lis (íris, em inglês). O nome latino da flor da íris, típica de países do Oriente Médio, é gladiolus, ou "pequena espada". A flor-de-lis de três folhas da casa real da França é um símbolo masculino, na verdade uma imagem gráfica do compromisso da circuncisão, no qual estão implícitas todas as promessas de Deus a Israel e à casa de Davi. Thomas Inman discute exaustivamente a natureza masculina da "flor de luz" em Ancient Pagan and Modern Christian Symbols (Símbolos cristãos modernos e pagãos antigos), do século XIX. Não deixa de ser engraçado que esse mesmo símbolo masculino, a "pequena espada”, seja hoje o emblema internacional do escotismo!<br />A afirmação de que esse símbolo representa a Trindade é uma racionalização baseada em sua imagem de três elementos em um só. Esse "lírio" de três pontas é um antigo símbolo de Israel: os remates de duas colunas fálicas do Templo de Salomão, Jaquim e Boaz foram entalhados com "trabalhos em forma de lírio" (1 Reis 7:22). O famoso trevo de São Patrício pode ser um símbolo legítimo da Trindade, mas penso que a flor-de-lis se refere especifica­mente à linhagem davídica de Israel e que tenha sido usada como emblema pelos reis merovíngios na Europa.<br />A tumba do rei merovíngio Childerico I (que morreu aproxi­madamente em 481 d.C.) foi descoberta em 1635, em Tournai, e continha trezentas abelhas de ouro. A abelha, o totem da linhagem dos reis merovíngios, era o símbolo sagrado da Deusa do Amor e também um símbolo egípcio de realeza. Colônias de abelhas são sociedades matriarcais que reconhecem a rainha como sua monarca. Acredito que o totem da abelha de ouro foi escolhido conscientemente para refletir a descendência merovíngia da casa real de Davi (e, portanto, de Jesus) por meio da linhagem feminina e que esse clã honrava a viúva real, Maria Madalena, e sua filha, a quem a lenda chama de Sara.<br />A linhagem real de Israel deve ter sobrevivido à perseguição e, por fim, reapareceu nos merovíngios da Europa e em famílias aparentadas, que ocultaram sua genealogia durante vários séculos. A primeira Cruzada (1098 d.C.) poderia muito bem ter sido uma tentativa de restituir a uma herdeira da linhagem davídica o trono de Jerusalém por meio de Godofredo de Bouillon (também conhecido como Godofredo de Lorena), que era, segundo a lenda, um descendente merovíngio.<br />Com a conquista de Jerusalém, em 1909, os líderes da Cruzada instalaram um patriarca na Igreja do Santo Sepulcro. E em seus preceitos litúrgicos encontramos o bizarro fato de que todas as fes­tividades da Virgem Maria fossem marcadas por vestimentas negras. Sugeriu-se que isso representava uma referência ao Cântico dos Cânticos, mas constituiu uma diferença significativa em relação ao costume universal da Igreja segundo o qual vestes brancas devem ser usadas em todas as liturgias nas celebrações relacionadas a Maria. Talvez os trajes negros sejam, mais uma vez, uma referência simbólica à "outra Maria': a Maria oculta, a Noiva Perdida dos Cânticos dos Cânticos, ultrajada e repudiada pela cor­rente ortodoxa da Igreja - a rainha exilada, cuja verdadeira identidade foi mantida em segredo por vários séculos; primeiro, para protegê-la das autoridades romanas e dos herdeiros de Herodes e, depois, da hierarquia da Igreja Católica Romana. Essa Maria "negra” seria um eco poético da Noiva Negra do cântico bíblico, a Noiva do sacrificado Rei-Pastor, o Noivo messiânico de Israel.<br />Essas associações com a Noiva Negra podem ser o motivo da imensa popularidade de numerosos santuários dedicados à Madona Negra que se encontram por toda a Europa Ocidental. A imagem da Noiva-Irmã do mundo antigo foi facilmente associada à mulher de Jesus Cristo, o Ungido. Réplicas clássicas de Deusas da Terra, da Lua e do Amor (Ísis, Ártemis de Éfeso e outras) eram caracteristicamente negras.<br />Em suma, as duas fugitivas reais de Israel, mãe e filha, poderiam ser logicamente representadas na arte européia antiga como mãe e filha de pele escura, aquelas que se ocultam. As Madonas Negras dos antigos relicários da Europa (séculos V ao XII) talvez fossem veneradas, portanto, como símbolos dessa outra Maria e de sua filha, o Sangraal, que José de Arimatéia levou em segurança até o litoral da França. O símbolo do homem da casa real de Davi seria um cajado florido; o da mulher, um cálice - uma taça ou receptáculo - que contém o sangue real de Jesus. Exatamente o que se diz ter sido o Santo Graal!<br />CAPÍTULO IV<br />O Despertar do Século XII<br />A versão da história cristã à qual me refiro não é ensinada nas igrejas oficiais, embora esteja mais próxima da verdade do que a versão ortodoxa. O fato é que houve muitas outras correntes anteriores de cristianismo que não sobreviveram. Por exemplo, a Igreja de Jerusalém - da qual Tiago, o irmão de Jesus, foi o primeiro líder - permaneceu bastante judaica em sua orientação e não igualava Jesus a Deus. A comunidade cristã em Jerusalém continuou leal ao Templo e à Tora do judaísmo. Tiago e Pedro, dois dos mais importantes líderes da comunidade de Jerusalém, mostraram-se claramente abalados pela versão do cristianismo ensinada por Paulo. Nas Epístolas de Paulo e nos Atos dos Apóstolos encontram-se evidências de que ambos repudiaram alguns desses ensinamentos.<br />Os seguidores da doutrina pregada por Paulo começaram até a falar com desprezo sobre a família de Jesus e o grupo original de apóstolos, que, segundo eles, não haviam compreendido Jesus inteiramente. Essa visão é sugerida em Marcos 3:21, relato segundo o qual família e os amigos de Jesus achavam que ele havia enlouqueci­do. Os autores do Evangelho afirmaram também que Jesus repreendeu os apóstolos por terem se mostrado pouco inteligentes. Pedro, em especial, é citado por não ter entendido a necessidade da crucificação e por ter negado Jesus três vezes na noite de sua prisão.<br />Diferentes cristianismos se desenvolveram nos primórdios da Igreja, e acalorados debates entre facções prosseguiram por vários séculos. Após a debandada da comunidade cristã de Jerusalém em decorrência da Revolta Judaica de 66-74 d.C., não havia nenhuma versão autorizada de cristianismo que pudesse se declarar a única fé autêntica. Com o passar do tempo, algumas seitas foram banidas da Igreja, enquanto outras conseguiram se estabelecer. Os ebioni­tas, cuja doutrina espiritual se assemelhava à da primitiva comu­nidade de Jerusalém de Tiago e Pedro, foram mais tarde conside­rados hereges porque a sua "precária" cristologia não atribuía divindade ao Jesus de Nazaré histórico.<br />Os documentos e ensinamentos das seitas e facções divergentes não sobreviveram ao séculos. Em muitos casos, a única menção aos preceitos heréticos é encontrada na polêmica de um ou outro padre da Igreja que desejava expor o seu erro. Os quatro primeiros sécu­los da Igreja foram marcados por tumultos, perseguições e interpretações heterodoxas. Em 325 d.C., o Concílio de Nicéia procla­mou que Jesus era o "Filho Unigênito de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, consubstancial ao Pai': Isso se tornou o Credo ortodoxo do Império Romano e nenhuma variação era tolerada. Missionários partiram para converter tribos pagãs nas esquinas mais remotas da Europa, pregando o Evangelho como determinado por seu Mestre Jesus e batizando em nome da Trin­dade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Após o decreto do imperador Teodósio que estabeleceu o cristianismo como religião oficial do Império Romano em 380 d.C., as versões que não coincidiam com a recém-empossada hierarquia de bispos foram cruelmente perseguidas e seus ensinamentos destruídos.<br />A Idade das Trevas<br />Por causa dos saques e tumultos ocorridos entre os séculos IV e X na Europa, perpetrados pelas tribos bárbaras - francos, visigodos, celtas, hunos e, mais tarde, nórdicos -, os documentos escritos dessa época tornaram-se relativamente escassos. Há também evidências de que os textos que existiram foram intencionalmente omitidos durante o período que hoje denominamos Idade das Trevas.<br />A maioria das tribos bárbaras da Europa Ocidental converteu-se à heresia ariana, uma forma de cristianismo articulado por um indivíduo nascido na Alexandria no século IV; que foi condenado com veemência pelo Concílio de Nicéia. A heresia ariana negava as doutrinas da Santa Trindade e a divindade de Jesus, pregando, em vez disso, a existência de um Deus Todo-Poderoso e de seu filho, um Jesus inteiramente humano. Essa versão do cristianismo se difundiu em toda a Europa Ocidental durante os séculos V e VI.<br />A história da Idade das Trevas já foi incansavelmente reconstruí­da com o auxílio de documentos encontrados em monastérios e clausuras e também de numerosos achados arqueológicos. Por meio deles, a trágica história dos obscuros reis merovíngios veio à luz: Childerico III, o último dos legítimos monarcas dessa linhagem, foi deposto em 751 d.C. por Pepino, cujos descendentes,<br />por intermédio de seu neto Carlos Magno, se tornaram conhecidos como carolíngios. No Natal de 88 d.C., o Papa conferiu o título de Sagrado Imperador Romano a Carlos Magno, que, durante o seu reinado, encorajou as artes e as letras, incluindo a cópia e preservação de manuscritos. Os que viveram nesse período não o cha­mavam de Idade das Trevas. Os grandes centros da civilização européia eram então a Irlanda celta, a Espanha moura e a costa mediterrânea (atual França) - esta última foi o berço das lendas e da heresia do Sangraal. Essa região era conhecida como Occitânia, Languedoc ou Midi. Atualmente, chama-se Provença.<br />O Berço do Despertar<br />Um grande número de estudantes da história européia concorda que o primeiro despertar verdadeiro da Idade das Trevas na Europa não foi marcado pelo Renascimento no século XV, como é costume afirmar, mas por alguns eventos que ocorreram no Sul da França no século XII. Muitas obras foram escritas sobre a influência das Cruzadas, a troca de idéias entre Oriente e Ocidente, o impacto da arte e do pensamento muçulmanos na região e a ascensão dos artesãos e da burguesia. Provença, no entanto; já era uma área de relativos conhecimentos e progresso muitos séculos antes das Cruzadas, um lugar onde existia um vivo interesse pela arte, pela literatura e pelas religiões islâmica e judaica, além de tolerância em relação a novas idéias científicas e filosóficas. Essa abertura proporcionou à região do Midi uma sofisticação sem paralelo no Norte da Europa continental.<br />Talvez a mais importante de todas as numerosas e profundas mudanças sociais na Europa do século XII tenha sido uma crescente valorização do feminino. Essa transformação radical teve início em Provença, onde as práticas em nada se pareciam com as do resto do mundo medieval, que adotava, basicamente, uma atitude misógina. A hostilidade em relação às mulheres baseava-se na posição firmada pelos padres da Igreja, que era, em parte, ori­ginária da história de Adão e Eva no paraíso (Gênesis 1:2).<br />Os escritos dos patriarcas cristãos, sobretudo os dos santos do século V - Agostinho de Hipona (354-430) e Jerônimo (342-420) -, retratavam a mulher como um ser inferior, tanto no aspecto moral quanto espiritual. Teólogos posteriores chegaram até a discutir se a mulher teria ou não uma alma. Mulheres, sexo e corpo humano, assim como todos os prazeres terrenos, foram oficialmente considerados distrações e tentações que poderiam atrair o homem para outras atividades, desviando-o do caminho espiritual.<br />Nos tempos medievais, a maior parte do mundo cristão tinha crenças radicalmente dualistas sobre as mulheres. A existência material, a carne, o diabo e o sexo feminino eram colocados juntos como a fonte do mal, que impedia os homens de alcançarem a união espiritual com Deus. Para libertar a alma e permitir que ela se dedicasse às atividades espirituais, esses males precisavam ser negados e vencidos. Desejos da carne deviam, se possível, ser repudiados e ignorados.<br />As idéias de Santo Agostinho exerceram enorme influência nas posturas em relação às mulheres e ao sexo e parecem refletir a heresia maniqueísta, assim denominada por ter sido fundada por Mani, que morreu em 227 d.C. Agostinho foi um adepto dessa doutrina até à sua conversão ao cristianismo, aos 39 anos, depois de uma juventude de libertinagem. Mani havia ensinado que o Deus do Antigo Testamento era um deus pela metade, criador do mundo e de todos os males, que retinha os espíritos puros na "prisão" da carne. As mulheres, obviamente, eram consideradas agentes principais dessa perpetuação de desgraças do mundo físico, e a concepção de crianças era desestimulada. Após a sua conversão, Agostinho tornou-se um importante intérprete da doutrina e das Escrituras católicas, trazendo consigo resíduos de sua antiga visão de mundo dualista e misógina.<br />Na Europa medieval, as mulheres não tinham direitos legais e viviam sob a tutela dos pais ou maridos. Excluídas da vida civil e também impedidas de possuir propriedades, eram meras servas. A única exceção significativa era a atitude que o povo do Sul da França mantinha em relação a elas. Nessa região, desde o século X, as mulheres recebiam feudos e domínios por direito de herança. As razões para isso podem ter sido os fortes laços do povo com as práticas romanas igualitárias ou com tradições tribais ainda mais antigas.<br />Contudo, suspeito de uma razão ainda mais óbvia. Desde o alvorecer da cristandade, essa região teve uma expressiva história de honra ao sexo feminino. Nos séculos XI e XII, as mulheres de Provença eram alvo de consideração especial. Um exemplo clássico de "mulher liberada" no mundo medieval era Eleanor de Aquitânia (1122-1204), cuja notoriedade e poder como esposa e mãe de reis abalou a Europa por várias décadas.<br />As Cruzadas são sempre citadas como catalisadoras do novo despertar da cultura européia, após o longo período da Idade das Trevas. Contudo, centenas de anos antes dessas expedições Provença havia mantido uma iluminada relação com centros de estudos mouros e judaicos na Espanha e no Norte da África, o que fez com que sua próspera cultura sofresse a influência do modo de vida liberal e tolerante desses povos. Na verdade, grande parte da área de Provença fora incluída no reino judaico de Septimânia, no século VIII, sob o comando de Guillem de Gel1one, um príncipe judeu descendente dos merovíngios. E essa região também fora, por vários séculos, o centro de um culto de Maria Madalena, como pode ser confirmado no grande número de capelas, fontes, nascentes e outros marcos que exibem o seu nome. Madalena era a santa padroeira de jardins e vinhedos, a mediadora da fertilidade e da beleza, a alegria da vida. Eram seus os antigos domínios das Deusas do Amor da Antiguidade. Não foi por acidente que o culto da Rosa (rose, em francês, um anagrama de Eros) floresceu e se desenvolveu no jardim de Provença.<br />Quando Pedro, o Eremita, monge que estimulou a primeira Cruzada, pregou nas cidades da Europa na última década do século. XI, declarou que era hora de uma "guerra santa” para recuperar Jerusalém, que estava sob o domínio dos sarracenos. Ele estava, figurativamente, carregando uma ampulheta. Um milênio havia se passado desde a destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos, que o queimaram no século 70 d.C, arrasando toda a cidade. Pedro anunciou aos centros da Europa que havia chegado a hora de restaurar a Cidade Santa e reconstruir o Templo. Seu plano secreto e de seus influentes amigos era colocar no trono de Jerusalém um descendente da casa de Davi e, dessa maneira, "ajudar" Deus a cumprir a profecia do milênio de paz profetizada nas Escrituras hebraicas.<br />Todos os cavaleiros da Europa capazes de empunhar armas embarcaram para a Terra Santa, alguns a pé, outros em navios. No ano de 1099, seu sonho finalmente se concretizou: os sarracenos foram vencidos e Godofredo de Lorena, um nobre que, como vimos, era provavelmente de origem merovíngia, recebeu o título de rei de Jerusalém. O grupo que havia orquestrado esse plano parecia satisfeito com os resultados de seu golpe político. Com um descendente de Davi finalmente no trono, muitas histórias, poesias e canções - e também as próprias lendas sobre o Graal - começaram a proliferar. Por toda a cristandade, uma cultura emergente exaltava o popular herói Godofredo, os cruzados e Nossa Senhora. As sementes dessa cultura, originariamente levadas para o Oeste da Europa por Maria Madalena, haviam germinado no solo fértil de Provença.<br />Um dos aspectos mais importantes do período das primeiras Cruzadas é a história da rápida ascensão e eclipse da amplamente poderosa Ordem dos Cavaleiros Templários. Essa organização de monges-guerreiros, formada oficialmente nas primeiras décadas do século XII, após a reconquista de Jerusalém, foi prestigiada por papas e reis por quase dois séculos, antes de ser aniquilada sob a acusação de heresia na primeira década do século XIV. Os autores de O Santo Graal e a linhagem sagrada pesquisaram exaustiva­mente as origens e a história dessa ordem. Concluíram que ela esteve intimamente envolvida com as seitas heréticas da cristandade que acreditavam que Jesus era completamente humano, que havia se casado, que seu sangue real ainda fluía nas veias das fa­mílias nobres de Provença e que as promessas messiânicas das Escrituras hebraicas um dia seriam cumpridas por um descendente dele. Muitos desses cavaleiros pertenciam a famílias nobres de Provença, uma área que sempre se mantivera afastada das dou­trinas oficiais de Roma.<br />Os Hereges de Provença<br />O Evangelho alternativo - a heresia ariana e, mais tarde, as heresias cátara e valdense - floresceu em Provença nos primeiros 12 séculos da cristandade. Embora os dogmas dessas doutrinas apresentassem diferenças, um aspecto sempre ficou claro: essa região nunca aceitou totalmente a versão ortodoxa do catolicismo romano e o seu Credo. E tinha seus motivos.<br />O termo "albigense" foi cunhado em 1165 d.C., após a realização de um concílio da Igreja na cidade de Albi, para promulgar um decreto condenando os hereges do Midi - em particular, a seita dos cátaros. Com base nessa determinação, os hereges de toda a região foram, de maneira indiscriminada, denominados albigenses, sem que se levassem em conta os dogmas da heresia da qual eram adeptos. Os habitantes desse lugar mostravam-se tolerantes em relação às culturas judaica e moura, desejando compartilhar de suas tradições filosóficas e misteriosas e criticar a hierarquia da Igreja oficial, da qual vários sacerdotes, como é amplamente admitido, eram culpados de corrupção e abusos praticados nos séculos XI e XII. Com freqüência, parecia haver uma lacuna entre seus ensinamentos e sua prática dos Evangelhos. Toda a costa norte banhada pelo Mediterrâneo fermentava com a estimulante troca de informações da época, e "liberdade" era o grito de guerra. & famílias de Provença não eram aliadas do rei da França nem desejavam estar submetidas a Roma. Sua característica principal era a independência.<br />A Fé dos Cátaros<br />Os cidadãos da região, sobre os quais a heresia cátara teve uma influência ainda maior no século XII, eram simples agricultores e camponeses. Essas pessoas ouviam os sermões dos pregadores itinerantes, os cataris, denominados "os puros': que iam até elas e trabalhavam em seus campos, compartilhavam de seu pão e doutrinavam, estimulando-as a levar uma vida simples e segundo o espírito de humildade de Jesus. Conhecidos como "os crentes': eles acreditavam que a sua versão do cristianismo era mais pura e mais antiga do que a corrente ortodoxa, além de estar mais próxima dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. Eram, em sua maioria, vegetarianos e pacifistas, adeptos de um tipo de cristianismo carismático, similar ao descrito nos primórdios da Igreja em Atos dos Apóstolos. Os poucos documentos que sobreviveram à censura da Inquisição comprovam que a prática cátara do cristianismo tinha raízes remotas e puras, refletindo o vigor dos cristãos primitivos em seu desabrochar.<br />As acusações de maniqueísmo e dualismo radical dirigidas pela Inquisição contra essa seita eram, com toda certeza, exageradas. Não há nenhuma menção a Mani nos documentos cátaros remanescentes. Parece mais provável que as verdadeiras raízes do catarismo estejam na prática cristã do primeiro século e que elas tenham se desenvolvido com base no mesmo dualismo apocalíptico das seitas judaico-cristãs e da comunidade do deserto de Qumran. O interesse dos cátaros pela vida espiritual e a sua falta de entusiasmo pela instituição do casamento - união que condenaria o espírito a uma existência carnal- refletiam as crenças das comunidades apocalípticas judaico-cristãs daquele século.<br />São Paulo e os primeiros adeptos do modo de vida cristão acre­ditavam que o fim dos tempos estava tão próximo que o casamento não fazia sentido. Famílias nobres que aderiram abertamente à fé cátara e que conseguiram sobreviver refutaram as acusações dos inquisidores de que os membros da Igreja herética tentavam desvalorizar a instituição da família, condenando o matrimônio e a concepção de filhos. É mais provável que eles se recusassem a se casar em cerimônias ortodoxas por julgarem que tais celebrações não eram válidas ou necessárias. Pelo mesmo motivo, essas pessoas não aceitavam o batismo da Igreja Romana.<br />Os cátaros pregavam um estilo de vida simples e uma fé radical na presença e orientação permanentes de Deus. Não era preciso ter laços com o maniqueísmo para acreditar que o demônio era um "Príncipe deste mundo". Palavras de Jesus demonstram que essa também era a sua crença (João 12:31). Os cátaros não parecem ter sido maniqueístas, mas adeptos dos textos literais dos Evangelhos, dos quais cada família possuía uma cópia. Para esses hereges albigenses, a fé não era uma doutrina em que se devia acreditar, mas uma vida a ser vivida. Eles chamavam a si mesmos de cristãos.<br />Fundamental aos ensinamentos da Igreja do Amor - outro nome para a Igreja alternativa - era uma profunda devoção a Jesus, o Portador da Luz, à sua mãe e aos seus amigos. Enquanto a Igreja de Roma ensinava obediência às regras e a observância rigorosa de suas leis e proibições, a Igreja do Amor ("Romã” de trás para frente!) ensinava que a vida de cada indivíduo deveria ser transformada em algo sagrado pela ação do Espírito Santo na sua mente e no seu coração. Seus adeptos honravam Jesus como profeta, sacerdote, rei e Messias - um agente totalmente humano e o Filho Ungido de Deus. Mas entendiam o seu próprio papel como recipientes terrenos desse mesmo Espírito Santo. Tinham consciência do conteúdo mitológico e místico dos ensinamentos de Jesus como um caminho para a santidade e a transformação, bem como das conexões desse conteúdo com todo o fluxo de revelação e pensamento religioso do mundo clássico. Para eles, o mergulho na água batismal e a presença na missa aos domingos não eram suficientes para a salvação. Sua religião era uma prática da presença de Deus e do crescimento diário das virtudes da caridade, humildade e serviço ao próximo, cujos modelos eram a vida e os ensinamentos do próprio Jesus.<br />No Midi, o antagonismo com a Igreja Católica era amplo e pro­fundo. Em Provença e em muitos outros lugares, sabia-se que a hierarquia da Igreja institucional não vivia segundo a mensagem do Evangelho. Freqüentemente, os clérigos exploravam os pobres e levavam uma vida de relativo luxo, enquanto os paroquianos passavam fome. As seitas albigenses eram claramente anticlericais e antieclesiásticas. Os cátaros formaram a sua própria Igreja em oposição ao que acreditavam ser falsos ensinamentos de Roma. Eles repudiavam o ritual da missa e também a cruz, que consideravam um instrumento de tortura que não poderia ser alvo de veneração.<br />Afirmavam que a sua Igreja havia conservado o Espírito Sagrado, conferido aos apóstolos originais no Pentecostes e passado adiante por meio da imposição de mãos, o único ritual que julgavam autêntico. Sua oração fundamental era o pai-nosso, presente no Evangelho de Mateus. O ritual cátaro, sobre o qual há dois textos remanescentes, demonstra que os adeptos dessa seita possuíam documentos antigos diretamente inspirados pela comunidade cristã primitiva.<br />Os cátaros não precisavam de um sacerdote para realizar cultos nem de um espaço físico para guardar artefatos e relíquias. Sua fé era praticada nas casas e nos campos. Desprezavam a necessidade de igrejas, relíquias e sacramentos. Entre eles, homens e mulheres eram considerados iguais, e a mulher tinha o direito de herdar e possuir propriedades. As mulheres também podiam pregar, uma prática que havia começado na comunidade cristã primitiva mas que foi abandonada pelo catolicismo romano. Isso refletia a consideração que as mulheres, inclusive Maria Madalena, já haviam merecido quando a Igreja ainda engatinhava. Os pregadores cátaros, de ambos os sexos, viajavam pelos campos aos pares, exatamente como faziam os discípulos de Jesus na Palestina, partilhando a comida, trabalhando lado a lado com os pobres e pregando a vida simples e pura dos espiritualmente iluminados. São Domingos e, mais tarde, São Francisco de Assis ficaram tão impressionados com os métodos cátaros de evangelização que os tomaram como exemplo para seus frades mendicantes, determinando que fizessem votos de pobreza e caridade.<br />Uma característica extraordinária dos cátaros era a sua insistência em ver a Bíblia traduzida para o seu dialeto, denominado língua d'oc, e fazer com que as pessoas aprendessem a ler os Evangelhos de Jesus em seu próprio idioma. Para isso, diversas fábricas de papel foram instaladas em toda a região, impulsionando o ressurgimen­to da arte, do pensamento e das letras em toda a Europa. As crianças cátaras eram alfabetizadas, e as meninas tornavam-se mais letradas do que os meninos. Provença era uma região iluminada.<br />Em 1209, o Vaticano lançou uma cruzada contra Provença, inclusive contra os nobres que ali viviam, muitos dos quais eram adeptos da heresia cátara. Aliados do rei da França, os exércitos do Papa devastaram o Midi por toda uma geração, e sua vitória culminou em um massacre no Montségur, um seminário cátaro. Nesse lugar, em 1244, um grupo de hereges sitiados acabou vencido, e as mais de duzentas pessoas que se recusaram a repudiar suas próprias crenças foram queimadas vivas. A espinha dorsal do que fora conhecido como catarismo acabou sendo quebrada pela Cruzada Albigense, denominação desse terrível episódio, e a florescência que havia começado no século XII foi arrancada ainda em botão.<br />A Inquisição, instituída formalmente em 1233, interrogou com crueldade e condenou os hereges, executando milhares deles. Os registros desse tribunal eclesiástico nem sempre esclarecem quais eram as crenças heréticas consideradas tão ofensivas pelos padres de Roma. Na verdade, a maior parte dos documentos da heresia albigense foi destruída. Naturalmente, não era do interesse do Vaticano e do seu braço forte, a Inquisição, guardar escritos que poderiam divulgar exatamente as doutrinas que eles tentavam, a todo custo, destruir.<br />Ao examinarmos a Cruzada Albigense, fica bastante claro que ela foi uma tentativa de forçar uma região inteira a aceitar a ortodoxia de Roma e de destruir as famílias que resistissem. Desde que o pensamento, a cultura e as crenças de Provença foram considerados divergentes da versão ortodoxa da fé, houve numerosas tentativas de eliminá-los. A verdade é que a região inteira se opunha, por motivos diversos e de muitas formas, à hegemonia da Igreja de Roma.<br />Nós já discutimos um aspecto fundamental desse profundo desencanto com a Igreja oficial: a crença de que Jesus era casado e tinha herdeiros era natural de Provença. Acreditava-se que Maria Madalena vivera naquela terra e fora enterrada ali com seu irmão, sua irmã e vários amigos próximos. O mesmo aconteceu com as genealogias secretas das famílias nobres locais. Após a Cruzada Albigense, filhas sobreviventes das famílias nobres do Midi foram forçadas a casar-se com pessoas do Norte, provavelmente para dissipar as reivindicações de certos clãs do Sul de que eram os únicos a carregar em seu sangue a linhagem merovíngia. Isso não era novidade, uma vez que, para consolidar sua pretensão ao trono dos francos, o próprio pai de Carlos Magno havia desposado uma princesa merovíngia.<br />O florescimento do princípio feminino em Provença tinha uma causa específica, amplamente negligenciada pelos historiadores, que sugeriram que os cruzados restabeleceram as novas tendências do Oriente Médio: os adeptos da oculta Igreja do Graal acreditavam que era hora de reclamar sua herança e tornar pública a sua versão da fé cristã. O rei de Jerusalém era um descendente de Davi. O ungido davídico recebera a oferta do trono de seus pais, na pessoa de Godofredo de Lorena, em 1099.<br />Depois que o herdeiro de Godofredo de Lorena foi nomeado rei de Jerusalém, poetas tornaram-se mais livres para falar das histórias e lendas do Sangraal, e um grande número de contos sobre o assunto começou a surgir. Os poetas que viviam nas cortes da Europa sentiam-se, finalmente, livres para expor suas narrativas, procurando mencionar o prestígio e o importante papel da Família do Graal. As histórias de Parsifal e sua busca pelo Santo Graal eram ouvidas em todas as cortes. As lendas do rei Artur, escritas pela primeira vez por Nennius, um clérigo galês do século IX, começaram a se disseminar em todas as direções - sempre com a busca pelo Graal como assunto subjacente. Entre os poetas da corte do século XII que criaram os primeiros épicos sobre o tema estão Guiot de Provins, Robert de Boron, Chrétien de Troyes, Walter Map e Wolfram von Eschenbach.<br />Para alguns, a primeira versão da história do Graal já era conhecida dos mouros, na Espanha, e, mais tarde, chegou à França. Mas o Sangraal original das lendas do francês antigo é um mito cristão distinto, bem anterior à presença moura na Espanha e até à fé islâmica. É natural de Provença. Como vimos, as primeiras lendas indicam que o Sangraal foi conduzido a Les-Saintes Maries-de­la-Mer, na costa, em 42 d.C. Tempos depois, ele pode ter sido associado às histórias celtas, também nativas da Europa, sobre o mágico caldeirão de Bran; porém, esse recipiente não é chamado de sangraal - nome que é reservado especificamente ao cálice ou "receptáculo" que guardou o sangue de Cristo.<br />Os Trovadores<br />Um interessante aspecto da Cruzada Albigense contra os sectários de Provença é o destino dos trovadores. Esses cantores e compositores dos séculos XII e XIII enalteciam as virtudes de sua "Senhora" - uma mulher que era, sob todos os aspectos, bela e adorável, cujos servos eles desejavam ser, cujos favores desejavam obter e cujas qualidades eles não poderiam deixar de cantar. Ela era freqüentem ente chamada de Dompna nas canções, palavra em língua d'oc para Domina, que, em latim, é o feminino de Dominus, ou "Senhor': (O título mais comum dado a Jesus nas liturgias latinas da Igreja Católica é Dominus.)<br />A Dompna dos trovadores era a fonte da alegria e do entusiasmo de suas vidas, seu objetivo para tomar nas mãos a cruz dos cruza­dos e devolver a Terra Santa à cristandade. Ela era sua mentora e patrona. Várias vezes apresentavam-na como um amor secreto, embora cantassem suas qualidades em voz alta! E tudo o que sabiam sobre ela era mantido em segredo, inclusive o seu nome. Tratava-se, simplesmente, da "Senhora': O trovador mostrava-se como seu vassalo humilde e obediente, aquele que lhe jurou segredo e fidelidade. Sua única remuneração: tornar-se enobrecido por sua associação com a sua Senhora.<br />Exemplos desse sentimento são freqüentes nas poesias dos trovadores, como podemos ver nesses versos de uma canção do poeta Arnaut Daniel, do século XII:<br />A cada dia sou melhor e mais puro,<br />pois sirvo à senhora mais nobre do mundo,<br />e a venero, digo isso a todos.<br />Os sentimentos de adoração a Dompna eram tão comuns que alguns estudiosos já sugeriram que talvez estivessem todos cantando louvores à mesma Senhora ou a um ideal "feminino”, e não a uma mulher em particular (embora muitos poemas fossem clara­mente endereçados a uma mentora ou amada específica).<br />Estudiosos modernos que se dedicaram ao gênero das canções de amor dos trovadores de Provença chegaram a dizer que os poetas eram cátaros não-declarados e que essa Senhora era o próprio culto ou heresia, a Igreja do Amor que lhes dava consolo e inspirava suas obras. Denis de Rougemont, em particular, é citado como um indicativo dessa tese. O trovador Peire Vidal louvava e agrade­cia a certas cortes em Provença por sua generosa hospitalidade. Todas elas eram conhecidas por terem sido uma "casa-mãe" para a heresia cátara.<br />É verdade que esses artistas foram interrogados por enviados especiais do Papa e, mais tarde, pela Inquisição, criada com o claro objetivo de identificar hereges em Provença, como de fato ocorreu com os menestréis. Em 1209, o trovador Gui D'Ussel recebeu de um emissário do Papa o aviso de que deveria parar de compor. li Muitos trovadores foram exilados, enquanto outros modificaram suas canções. E a Senhora acabou se tornando idealizada e imortal, um princípio feminino eterno ou, freqüentem ente, a "Virgem Santa Maria". Mas a Santa Maria original dos poetas da corte era, acredito eu, a santa patrona da região, onde capelas dedicadas a Maria Madalena são comuns e onde o seu culto começou a florescer no final do século VIII.12 Ela era a sua Domina, a contra­partida feminina de Dominus, o Senhor - não uma prostituta, mas uma Dama, uma Senhora.<br />O Culto Crescente da Virgem Mãe<br />A civilização que florescia no século XII, sob o pacífico abrigo de Nossa Senhora, encorajou os estudos de astronomia e matemática, medicina e misticismo, arte e arquitetura. Essas áreas de conheci­mento, que incluíam a antiga prática da geometria sagrada, foram enriquecidas pelo contato com a altamente desenvolvida civilização islâmica. Em breves 120 anos, entre a volta dos veteranos da primeira Cruzada até a Inquisição dar início à repressão, a civilização medieval prosperou e se desenvolveu.<br />No século XIII, percebendo o perigo que correria caso permitisse a circulação de rumores sobre o casamento de Jesus e a existência de seus descendentes, a Igreja de Roma agiu com rapidez e firmeza para assegurar que a mulher venerada pelos fiéis era a mãe de Jesus, e não a sua esposa. Todos os cristãos honravam a Virgem Mãe e buscavam consolo em sua intervenção. Entre os muitos santuários a ela dedica­dos distingue-se a Catedral de Chartres -lugar de um antigo culto à Madona Negra -, erigida ao redor da estátua conhecida como "Nossa Senhora Subterrânea”, localizada em uma cripta.<br />Peregrinos visitam o santuário de Nossa Senhora em Chartres desde os tempos que precederam o cristianismo. Hoje, eles continuam a afluir em busca das águas curativas do "Poço dos Fortes”, na cripta onde a estátua original da Madona, destruída no século XVI, fora entronizada. Segundo as lendas, esse santuário, dedicado à Deusa-Mãe, tão freqüentemente reverenciada em um poço ou fonte, foi considerado sagrado pelos druidas muito antes de os cristãos o adotarem. Sancionado pela Igreja de Roma, o culto de Nossa Senhora e do feminino (incluindo misticismo, curas e trans­formação) floresceu na escola medieval em Chartres, que se tornou um importante centro de conhecimentos, lugar de um culto a "Maria-Sofia”, Deusa da Sabedoria.<br />A catedral atual, construída entre 1194 e 1220 sobre a gruta sagrada onde estava a estátua, é um monumento gótico à doutrina do perfeito equilíbrio e da harmonia. Louis Charpentier, um literato místico que estudou profundamente a Catedral de Chartres, acredita que os cavaleiros templários tenham sido os responsáveis por seu projeto e edificação, assim como por outras construções erguidas na França entre 1130 e 1250. A Ordem dos Cavaleiros Templários criou uma ampla rede de empreendimentos, incluindo edificações e fazendas, que impulsionou a economia das cidades francesas, promovendo uma grande prosperidade na região. Como o próprio nome indica, seu trabalho mais importante era a construção de monastérios, igrejas e catedrais. Acredito que essa atividade tenha sido a principal forma encontrada por eles para restau­rar o princípio feminino na sociedade medieval.<br />Os Construtores dos Templos<br />Já foi sugerido que os cavaleiros templários tinham acesso à sabedoria esotérica do mundo clássico, provavelmente preservada em fontes islâmicas que os membros da ordem encontraram no Oriente Médio. O seu conhecimento de matemática e engenharia deu origem ao estilo gótico de arquitetura, que se disseminou por toda a Europa, quase da noite para o dia, como se cumprisse um planejamento, no período de 1130 a 1250. O delicado equilíbrio entre reentrâncias e ressaltos e a harmonia na utilização das pedras nessas catedrais, muitas das quais dedicadas a Nossa Senhora, revelam conhecimentos de geometria e de tecnologia de construção bastante superiores aos que haviam sido empregados anteriormente na Europa.<br />Parece existir uma forte ligação entre os cavaleiros templários e o desenvolvimento das confrarias e associações maçônicas que edificaram as catedrais góticas da Europa. Esses cavaleiros planejavam e financiavam os templos, e várias corporações e associações de construtores eram formadas para erigi-los. Acredita-se que esses grupos tenham registrado os dogmas de sua fé no interior das edi­ficações por meio da linguagem da matemática e da simbologia. O mais importante desses dogmas era o princípio cósmico da harmonia entre as energias masculina e feminina.<br />Muitos dos segredos dos templários ainda deverão ser descobertos com a análise das medidas e dos detalhes de suas edificações. As corporações que construíram Chartres e outras catedrais francesas desse período chamavam a si mesmas de "Filhos de Salomão”, uma referência clara ao filho do rei Davi, que ergueu o primeiro templo judaico de Jerusalém. Mas o nome tem associações mais profundas. Salomão era também conhecido por sua sabedoria, e é a ele que se atribui a autoria do Cântico dos Cânticos, a canção de amor do hieros gamos do mundo antigo. O Livro da Sabedoria também afirma que Salomão buscou a Sabedoria como sua noiva. Assim, o nome da associação de construtores que erigiu a catedral nos remete à tradição de sabedoria do judaísmo antigo. E sua atividade era a construção de templos que restaurariam o princípio feminino no mundo medieval.<br />As impiedosas campanhas da Inquisição contra a heresia albigense e as importantes famílias de Provença, muitas das quais eram tem­plárias, rapidamente sufocaram o florescimento do feminino e de seus ramos na arte e na ciência. Louis Charpentier, em The Mysteries of Chartres Cathedral (Os mistérios da Catedral de Chartres), observa que o espírito que inspirou as autênticas catedrais góticas desapareceu misteriosamente após 1250, embora cópias gritantes e bem ­feitas desse estilo continuassem a ser erguidas.<br />Talvez possamos explicar essa enigmática fuga do Espírito. O ano de 1250 corresponde ao crescimento do poder dos inquisidores, à tomada de Provença e à destruição da fortaleza cátara de Montségur. Não é de admirar que o Espírito tenha partido! As tentativas posteriores de resgatar o feminino sofreram uma repressão severa; e místicos, artistas e cientistas da Igreja herética foram forçados a buscar seus interesses dissimuladamente. Disciplinas como medicina, alquimia, astrologia e psicologia, que antes floresciam, viram-se obrigadas a se esconder, condenadas como "ocultas".<br />Mas muitos monumentos dos séculos XII e XIII ainda dão o seu testemunho da iluminada mentalidade de seus arquitetos e construtores. Um livro de Fred Gettings discute um dos exemplos mais fascinantes da geometria "oculta': encontrado na Igreja de São Miniato, construída em 1207, em Florença, na Itália. Essa igreja possui um mosaico zodiacal no chão de mármore e uma inscrição codificada que, segundo o autor, mostra que a edificação foi intencionalmente orientada em direção à rara stellium, uma conjunção dos planetas Mercúrio, Vênus e Saturno no signo de Touro, que ocorreu no fim de maio de 1207. O fato de ter sido possível representar esse alinhamento com tanta acuidade indica que a sabedoria secreta dos antigos estava à disposição do projetista de São Miniato. Além disso, esse alinhamento revela que a prática da astrologia era importante na Europa medieval.<br />A astrologia era uma das artes ensinadas na escola de Chartres nos séculos XII e XIII. O estudo da astronomia permitia que as pessoas cultas contemplassem as leis do universo e o grande desenho do Geômetra Divino, o Criador. A moldagem de "mapas de fundação" para as catedrais da Europa Ocidental foi uma tentativa de alinhar as estruturas e os planos para a cidade de Deus na Terra com a ordem eterna do cosmo, refletida nos movimentos dos planetas. A geometria sagrada, criada para refletir a ordem dos corpos celestes, era uma arte, uma ciência antiga, praticada abertamente na arquitetura dos templos durante vários séculos antes que a Inquisição a forçasse a se transformar em uma prática oculta.<br />A fé dos templários celebrava o equilíbrio cósmico dos opostos, incorporando-o à construção das catedrais. Os magníficos vitrais com rosas são outro exemplo do feminino ressurgente entre os que desenhavam as igrejas medievais para honrar a Notre-Dame. Além disso, os ciganos dessa época acreditavam que as catedrais góticas do Norte da França haviam sido intencionalmente posicionadas para formar uma imagem espelhada da constelação de Virgem ­Nossa Senhora - traçada no chão.<br />Embora a veneração da Noiva de Jesus tivesse sido oficialmente suprimida pela Igreja Católica, santuários dedicados à Virgem Maria continuaram a surgir, atraindo peregrinos de toda a Europa. O culto do feminino atingiu o apogeu ao nomear Maria a Rainha Virgem do Paraíso. Contudo, se por um lado a Virgem Maria representa de maneira adequada o aspecto maternal do feminino, a doutrina de sua virgindade perpétua nega, implicitamente, o aspecto de esposa. Por mais bela que seja essa mãe, fica claro que uma pessoa muito real e preciosa está faltando na história cristã. Essa pessoa é a Noiva.<br />O Templo da Noiva<br />O fascinante livro The Holy Place (O Lugar Sagrado), publicado em 1991 por Henry Lincoln, descreve a prática da geometria sagra­da pelos templários medievais. O autor relata que, no berço da heresia - a área que cerca Rennes-Le-Château, em Provença -, existem cinco montanhas que formam uma estrela de cinco pontas perfeita, além de uma sexta montanha, localizada exatamente no centro dessa estrela. Segundo Lincoln, os habitantes da região consideravam tal formação um templo natural da Deusa do Amor. A configuração desse templo geográfico estimulou os proprietários de terras e a nobreza locais a construírem fortificações e capelas seguindo um alinhamento que forma perfeitas estrelas de cinco e seis pontas no chão. Isso pode ser constatado quando se desenham em um mapa as edificações ainda existentes, bem como as ruínas, exatamente o que Lincoln fez. Esse livro fornece impressionantes evidências da prática da geometria sagrada na região, no culto de sua Domina, a Madalena.<br />Quando o Vaticano e o rei francês Filipe IV resolveram acabar com a secreta Ordem dos Cavaleiros Templários, em 1307, os poucos que conseguiram escapar se mantiveram incógnitos. Um grande números deles reapareceu, tempos depois, na Escócia.<br />Quatro séculos mais tarde, muitas das doutrinas dessa ordem renasceram na fraternidade secreta dos maçons. Há numerosos fósseis da verdade que ligam os modernos maçons aos templários. Esse material é tão relevante na busca pela Noiva Perdida de Jesus que merece um exame mais cuidadoso.<br />A Maçonaria e os Templários<br />A moderna maçonaria baseia-se firmemente no simbolismo do templo que Salomão ergueu no Monte Sião, no século X a.C. Essa construção foi erigida com a ajuda de Hirão de Tiro, o artesão que criou as duas colunas gêmeas, os cálices sagrados e outras ornamentações registradas em 1 Reis 7:13-50. Hirão era o protótipo do alquimista medieval. Tais alquimistas eram conhecidos como "trabalhadores do metal”. Seja qual for a ligação entre eles, os cavaleiros do Templo, o ofício da construção e o desenvolvimento posterior da maçonaria "especulativa”, o fato é que todos partilhavam os mitos e segredos ligados à restauração do equilíbrio e o plano de reconstruir o Templo aniquilado.<br />A corporação dos maçons que construiu Chartres e outras ca­tedrais góticas se autodenomina "Filhos de Salomão”, como vimos anteriormente. Outro epíteto similar, "filhos da viúva': tem presença importante nos rituais da maçonaria moderna, fornecendo um dos fósseis que ligam os maçons modernos à heresia do Graal. Parsifal, o herói da poesia sobre o Graal, de autoria de Wolfram von Eschenbach, é chamado de "filho da senhora viúva”. Além de fazer alusão à desolada "Viúva Sião" no Livro das Lamentações, esse epíteto é encontrado como uma referência à linhagem real judaica do rei Davi. Na ascendência desse soberano, há Rute, a viúva moabita que acompanhou sua sogra à Judéia e, mais tarde, casou­-se com um parente de Naomi, Boaz. O rei Davi era seu bisneto.<br />É interessante observar que os devotos da deusa mediterrânea Ísis também eram denominados "filhos da viúva" em antigas referências. Já falamos sobre a associação artística entre Maria Madalena e Ísis, a "Deusa do Paraíso na Terra", que chorou sobre o corpo mutilado de Osíris e concebeu um filho dele.<br />Aqueles que sabiam sobre o Sangraal parecem ter estendido o epíteto "filhos da viúva" a todos os descendentes da viúva de Jesus - que, por sua vez, era uma "muda" ou descendente de Davi. O mito da supremacia e do status da casa de Davi floresceu entre as famílias dos templários.<br />Hirão de Tiro e as Colunas Gêmeas<br />Hirão, o mestre arquiteto do Templo de Salomão, é também outro "filho da viúva" (1 Reis 7:13). Sua figura bíblica é importante no ritual da maçonaria, que, nos seus mitos fundamentais e nos seus ritos de iniciação do terceiro grau, o chama de Hirão Abiff. Hirão de Tiro, o filho da viúva, construiu as duas colunas de metal do Templo, denominadas Jaquim ("estabelecido"), à direita, e Boaz ("força"), à esquerda (1 Reis 7:21). Em hebraico, que é lido da direita para a esquerda, o significado das colunas é "estabelecido em força”. Em razão do seu simbolismo, ambas tornam-se muito importantes em nossa discussão sobre a viúva de Jesus e a vinha da linhagem davídi­ca. Elas sempre reaparecem e são encontradas entre as marcas-d'água dos hereges, que discutiremos no próximo capítulo.<br />No ritual maçônico, o mito fundamental de Hirão é uma referência, sutilmente disfarçada, a outro mestre da arquitetura, que foi morto de maneira abominável e cujos planos para o Templo ou foram roubados ou perdidos. É necessário observar que o Novo Testamento grego não chama Jesus de carpinteiro, mas de tekton (Marcos 6:3). Um tekton era um engenheiro construtor, alguém capaz de planejar e construir uma casa, uma ponte ou um barco, assim como móveis.17 Por associação, referências ao "mestre construtor" Hirão são menções a Jesus, que possuía o "plano mestre" para a Cidade de Deus, o qual desapareceu após a sua morte, quando a mensagem foi conspurcada. Talvez a palavra tekton tenha sido mal interpretada, traduzida precariamente como "carpinteiro" e, depois, empregada literalmente em referência a Jesus - e não figurativamente, como deveria ter sido. Talvez a intenção fosse que se . tornasse uma alusão simbólica a ele como o mestre construtor e arquiteto do Novo Pacto.<br />A Senhora Matronit<br />A construção da catedral em homenagem a Nossa Senhora por associações de construtores da Europa medieval pode ser vista como paralela às tentativas dos cabalistas judeus da Espanha do século XIII de restaurar o contraponto feminino de Yahweh em seus próprios mitos. Chamada de Shekinah e Matronit, ela era a consorte de Yahweh na mitologia dos cabalistas e ficara perdida desde a destruição do Templo em Jerusalém, em 70 a.C. Segundo esse mito, como a câmara nupcial de sua união conjugal não mais existia, Yahweh deveria reinar sozinho no arco do paraíso, separado de sua amada contraparte. Matronit, agora sem lar, permaneceu perambulando no exílio como seu povo, os judeus da Diáspora. Parece que muitos teólogos e filósofos da Idade Média tinham consciência da necessidade de devolver ao menosprezado mito feminino o paradigma celestial para restabelecer o equilíbrio da sociedade. Eles empregaram o principio esotérico: "Assim na Terra como no céu."<br />O Inválido Rei Pescador<br />O mito judaico da Idade Média de Yahweh e Matronit ecoa o tema das lendas do Graal: o rei está incapaz sem sua consorte. É a perda da contraparte feminina do deus que causa a ferida que nunca cicatriza, e o infértil deserto reflete os ferimentos de Deus.<br />Nas lendas não se encontra a afirmação de que o Graal perdido é a Noiva. Mas a identidade do Rei Pescador da lenda de Parsifal, de Wolfram von Eschenbach, é bastante óbvia: o rei ferido chama-se Anfortas, uma corruptela de in fortis, que significa "em força" ­nome latino da coluna esquerda do Templo de Jerusalém, denomi­nada Boaz, em hebraico. Esse nome, que é o mesmo do ancestral do rei Davi, é uma referência óbvia às promessas feitas à linhagem davídica - a dos príncipes da tribo de Judá - de que os seus do­mínios seriam estabelecidos para sempre "em força”, uma vez que Judá era o mais forte dos 12 filhos de Jacó, o patriarca de Israel. O nome Anfortas está, dessa maneira, associado à coluna esquerda quebrada do Templo de Jerusalém, que é um símbolo da ruptura na sucessão de Davi.<br />Na história, o Rei Pescador Anfortas - ou seja, o davídico Rei Pescador Jesus - só poderá ser curado quando o Graal for reabili­tado, e isso acontecerá somente quando as perguntas certas forem feitas. A perda da contraparte feminina é a causa das feridas do rei, mas a história foi mal interpretada pelos que ouviram a lenda posteriormente, entendendo que o Graal era um artefato quando, na realidade, ele era a Noiva repudiada e perdida.<br />CAPÍTULO V<br />As Relíquias da Igreja Secreta<br />A secreta Igreja do Graal conseguiu manter viva, por vários séculos, a outra versão do cristianismo. Foram os adeptos dessa heresia que compreenderam a natureza dos ferimentos do Rei e que acreditaram que somente a restituição de sua esposa ao paradigma celestial e à história poderia curar a terra infértil. Penso que agora é o momento de examinarmos alguns lugares onde a heresia do Graal e a Igreja secreta, enganando os longos braços do inquisidor, conseguiram florescer nas artes - pin­tura, escultura e literatura - da Europa Ocidental.<br />The Lost Language oi Symbolism (A linguagem perdida do sim­bolismo), de Harold Bayley, publicado em 1912, é um trabalho em dois volumes, que utiliza a lingüística e a mitologia para explicar símbolos e emblemas descobertos em marcas-d'água (desenhos translúcidos impressos em folhas de papel) dos antigos fabricantes de papel de Provença.l O trabalho monumental de Bayley contém uma ampla variedade de referências sobre mitologia comparada, folclore e Escrituras. São mais de 1.400 desenhos de marcas-d'água que ele e seu predecessor, Charles-Molse Briquet, descobriram em Bíblias dos séculos XIII a XVIII. As mais antigas datam de 1282.<br />A heresia também inseria essas marcas simbólicas no papel que utilizava para imprimir a literatura popular. Assim, fósseis da here­sia estão nesses indeléveis desenhos - uma engenhosa maneira que os fabricantes de papel encontraram de esconder suas crenças em símbolos, para protegê-las da Inquisição. Dessa forma, preservaram em segredo os emblemas de sua fé durante vários séculos.<br />Acredito que Bayley tenha se enganado ao interpretar a heresia contida nessas marcas-d'água como algo puramente místico. Em muitos casos, os emblemas são políticos e doutrinários, e a heresia à qual muitos deles se referem é a do Santo Graal. As marcas-d'água de sua pesquisa tornam mais clara a fé dos hereges, que parecem ter acreditado que Jesus era um recipiente terreno do espírito de Deus e que os ensinamentos dele os conduziriam à iluminação e à trans­formação pessoais. Para muitos, Jesus era casado e o seu sangue ainda corria nas veias de certas famílias provençais. Algumas mar­cas-d'água eram místicas, referindo-se aos novos caminhos que levariam à santidade e à purificação pessoais e ao serviço ao próxi­mo, delineados nos Evangelhos. Entretanto, até esses ensinamentos eram heréticos porque iam além das liturgias e dos sacramentos da Igreja oficial. Outras marcas-d'água eram heréticas porque indi­cavam a crença em um Jesus casado, herdeiro real de Davi.<br />Um dos emblemas predominantes na produção dos fabricantes de papel parece ter sido o unicórnio. Segundo Bayley, mais de 1.100 marcas-d'água por ele encontradas retratavam esse mítico ani­mal de um único chifre. O uso intencional desse símbolo de Cristo, o Noivo arquetípico, é tão importante no folclore medieval que vou discuti-lo mais profundamente no próximo capítulo. Por um moti­vo que o toma muito relevante para a nossa história, o unicórnio era um dos temas favoritos na Europa medieval.<br />Há também numerosas marcas-d'água que retratam um leão. Esse animal aparece de formas bastante variadas, mas os místicos, ou hereges, o interpretavam como o Leão de Judá, que é men­cionado pela primeira vez na Bíblia hebraica em Gênesis 49:8-10 (NVI): "Judá, a ti te louvarão teus irmãos... diante de ti se pros­trarão os filhos de teu pai. Judá é um leãozinho... O Cetro não se arredará de Judá..”<br />Em 1 Crônicas 5:2 há a afirmação de que o príncipe de Israel viria da tribo de Judá, pois ele era o mais forte dos 12 filhos de Jacó. O rei Davi, filho mais novo de Jessé, era descendente de Judá por proceder de Boaz e Rute, e Jesus foi aclamado o "Filho de Davi" em sua entrada triunfal em Jerusalém quando o povo gritava "Hosana!" e espalhava folhas de palma diante dele. Está claramente afirmado em Apocalipse 5:5 que o Cordeiro que fora morto e que depois se senta à direita de Deus Todo-Poderoso é o "Leão da tribo de Judá”. É esse o leão representado nas marcas-d'água de Provença: o próprio Jesus.<br />Em uma das marcas-d'água copiadas por Bayley, o leão tem uma romã na ponta final da cauda. Em outra, a barba do ani­mal parece um cacho de uvas. Com suas sementes ver­melhas, a romã era o símbolo da fertilidade feminina nas religiões antigas. No Cântico dos Cânticos, o jardim da Noiva e do Noivo é descrito como um pomar de romãs. E o cacho de uvas é uma clara alusão ao fruto e às sementes da Videira. Essa é uma metáfora para a herança de Israel nas Escrituras judaicas: "Pois a videira do Senhor é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias" (Isaías 5:7).<br />Em alguns casos, a flor-de-lis aparece brotando da cabeça do leão. Essa íris de três pontas é o símbolo utilizado para identificar o rei merovíngio Clóvis 1(466-511 d.C.) e a legítima linhagem real da França. Assim, um leão representado com uma flor-de-lis brotando de sua cabeça ou formando um tufo na ponta de sua cauda é, cer­tamente, uma referência política à linhagem real proclamada a dos reis de Israel e da França - a linhagem dos príncipes de Judá.<br />Outras marcas-d'água mostram um recipiente - que Bayley chamou de "o Graal" - geralmente apresentado com um cacho de uvas ou várias flores-de-lis brotando dele. Um desses recipientes exibe as iniciais MM, de Maria Madalena, ou talvez Maria Maior; em outro, aparece o MR, de Maria Regina. Esses dois epítetos podem ser facilmente empregados tanto a Madalena quanto à Virgem Mãe, embora, em geral, as pes­soas suponham que sejam uma alusão a esta última. A referência desses símbolos é ao "recipiente”, ou portador, por meio do qual a linhagem real de Israel e de Judá teria continuidade. Em outros desenhos, uma flor-de-lis está nascendo de um vaso. Alguns emblemas também mostram cachos de uvas que incluem as letras IC (de Iesu Christi, em latim) e a flor-de-lis merovíngia.<br />Outro símbolo significativo encontrado nas marcas-d'água é a figura do urso, o animal que, no folclore, era associado aos merovíngios. Ele é o forte que ficou hibernando por muito tempo e que se espera que acorde em breve. O nome e a lenda do rei Artur estão profundamente associados ao urso merovíngio. Nos contos de fadas, esse animal aparece na história Branca de Neve e a rosa vermelha: enfeitiçado por um anão malvado, ele precisa encon­trar um meio de quebrar o encantamento e retomar sua antiga forma, a de um belo príncipe.<br />Algumas vezes, o urso na marca-d'água tem uma cruz de luz, o sinal da verdadeira iluminação, ou as letras LUX acima de suas costas. O hieróglifo com a cruz de seis pontas é comum em muitas marcas-d'água. A palavra lux - termo latino para "luz" - tinha especial importância para os hereges albigenses, cuja doutrina fundamental era a iluminação, ou a verdade. Quando é escrita com as letras gregas 1\, V e X, a palavra inteira pode ser abreviada apenas com a letra X, que passou a designar "verdade”. O símbolo da letra X era considerado sagrado por ser o sinal- men­cionado nas traduções em latim de Ezequiel 9:4 - com o qual a testa dos espiritualmente iluminados (aqueles que ficaram de luto por Je­rusalém) deveria ser marcada. Era usado para distinguir os iniciados no monastério do Mar Morto, em Qumran. Mais tarde, a prática foi adotada pelos cristãos com o "sinal-da-cruz" nos ritos batismais. Acredito que essa marca, o X, seja um símbolo de identificação da heresia do Graal e da Igreja secreta relacionado a Hermes e que ele tenha sido copiado pela tradição esotérica na arte da Europa.<br />Ocasionalmente, o urso na marca-d'água aparece com uma trombeta ou um chifre. O chifre é o símbolo da pregação herética. Como o mítico chifre do herói épico francês na Canção de Rolando: o seu sopro tem o poder de quebrar as pedras. Com respeito à cristandade, a "pedra" que as pregações heréticas destroem é a "Pedra de Pedro”, as rígidas e sólidas doutri­nas da Igreja institucional. Em alguns folclores, o chifre tem o poder mágico de "fazer o deserto florir”.<br />No conto de fadas europeu João e o pé de feijão, é mencionado um chifre de ouro que pode quebrar o encantamento e destruir o infame ogro que mantém o castelo e todas as pessoas sob o seu domínio. A narrativa revela que, quando o chifre for finalmente so­prado, todos serão livres e a terra florescerá. Isso nos traz à me­mória os muros de Jericó, que caíram quando as trombetas foram sopradas. Aos olhos dos hereges de Provença, a Inquisição da Igreja Católica Romana era o ogro ditador. Cuidadosamente, eles escon­deram as doutrinas de sua fé dos espiões que se infiltravam por toda parte.<br />Outro símbolo encontrado entre as marcas-d'água heréticas é a Cruz de Lorena. Foi a Godofredo de Lorena que se con­cedeu a coroa de Jerusalém após a primeira Cruzada, depois que os cavaleiros da Europa cristã conseguiram vencer os sarracenos que haviam tomado a Cidade Santa. Como mostramos no capítulo ante­rior, acreditava-se que Godofredo era descendente dos reis merovín­gios, que chamavam a si mesmos de "a Videira" - a linhagem que seria ligada a Jesus. Um dos objetivos da primeira Cruzada parece ter sido o de instalar um filho dessa descendência no trono de Jerusalém, para que as promessas descritas em Isaías 11 pudessem finalmente ser cumpridas. A política da época parecia refletir a crença de que, se a linhagem de Davi fosse reconduzida ao trono de Israel, o profetiza­do milênio do reino de Deus poderia iniciar-se.<br />Após a derrota dos sarracenos em 1099, Jerusalém foi governa­da, durante algum tempo, pela casa de Lorena. Godofredo logo ficou doente e morreu. Seu irmão, Baudoin I, aceitou então o títu­lo de rei de Jerusalém. A Cidade Santa foi mais tarde retomada pelos sarracenos e, nos séculos subseqüentes, novas Cruzadas ten­taram recuperá-la. Entretanto, as esperanças milenares dos hereges não morreram. Mais esforços foram feitos para colocar filhos da nobre casa de Lorena em outros tronos da Europa. A família real aparentada dos Habsburgos-Lorena era famosa por suas alianças por meio do casamento. A palavra do Senhor à sua "muda", ou ao seu herdeiro do rei Davi, era: "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito" (Zacarias 4:6). Um sábio epíteto é ligado à casa austríaca dos Habsburgos- Lorena: "Os outros fazem a guerra; você, alegre Áustria, casa-se!" Parece que a idéia do aprimoramento dinástico por meio do matrimônio já era antiga nessa família tão diretamente associada ao Sangraal.<br />A Cruz de Lorena é desenhada com duas barras transversais, em vez de apenas uma. A barra menor, no topo, representa o rolo com a inscrição INRI, que significa "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Segundo os Evangelhos, essa frase foi inscrita, a mando de Pilatos, acima da cabeça de Jesus enquanto ele sofria na cruz (Marcos 15:26, João 19:19), como um testemunho do dogma fundamental da Igreja secreta de que Jesus era o rei legítimo da linhagem de Davi.<br />Durante séculos, a Cruz de Lorena tem sido usada como um grito de liberdade na França. Uma das marcas-d'água de Bayley mostra um globo representando a Terra, encimado pela cruz de duas barras. É curioso que a mesma cruz tenha sido usada pela Resistência Francesa para estimular seus compatriotas a atos de sabotagem durante a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje também está presente na carteira de sócio dos maçons, embora nesses casos a cruz seja inclinada, formando duas letras X, uma atrás da outra. Esse emblema comprova uma antiga ligação entre a maçonaria moderna e os dogmas da heresia do Graal, que foi repetidamente citada pelos autores de O Santo Graal e a linhagem sagrada. O símbolo inclinado parece ser um enunciado codificado: "A verdadeira iluminação descansa sobre a Casa de Lorena, nos dogmas da heresia do Graal."<br />A Lâmina e o Cálice<br />Bayley acredita que o hieróglifo A que representa a sigla AVM significa ''Ave Millennium" ou "Venha o Teu Reino". O M também pode ser uma alusão a "Maria". Os ortodoxos vêem isso como o sinal de ''Ave Maria" e acreditam que se refira à Virgem Maria. O significado implícito do símbolo é que as promessas milenares só poderão ser cumpridas quando o 1\ e o V forem unidos em harmonia. O 1\ é o símbolo arquetípico masculino, a "lâmina"; e o V, seu oposto igual, é o arquétipo do feminino, o "cálice': A harmonia no paraíso, assim restaurada, seria refletida nos relacionamentos na Terra.<br />Atualmente, temos o paradigma do perpétuo filho solteiro e da mãe virgem como o nosso ideal de santidade. Um resultado pos­sível dessa combinação é a desvalorização, por vários séculos, das relações conjugais entre parceiros de carne e osso. No entanto, o modelo de Deus para a santidade, como muitos poetas e místicos já registraram, é o relacionamento do Noivo e da Noiva. Devemos notar que esse símbolo é repetido no emblema da moderna ma­çonaria - o compasso e o esquadro entrelaçados -, A que já foi liga­do à esperança medieval de um milênio de paz.<br />A letra M é importante em muitas das marcas-d'água heréticas. Acabamos de observar que ela se forma quando um V é adicionado ao símbolo da lâmina para formar o hieróglifo de Ave Millennium, ou Ave Maria. Freqüentemente, aparece com uma flor-de-lis par­tindo de seu centro. Outros desenhos que mostram múltiplas letras M são torres e castelos. Essas são possíveis referências a Magdal-eder, a torre da fortaleza da filha de Sião (Miquéias 4:8-9). Bayley também descobriu um grande nú­mero de elaboradas coroas retratando o M, e uma delas inclui um G, de Gésu ("Jesus" em francês), e um chifre que repre­senta a pregação herética que abala a "rocha". O G tam­bém aparece no centro do compasso e do esquadro entrelaçados ­- o símbolo da maçonaria - e hoje se acredita que ele se refira à palavra "geometria", e não a Gésu. Um emblema contém a cruz da LUX e a flor-de-lis da linhagem real, com as iniciais IC, para Iesu Christi.<br />Muitas das marcas-d'água apresentam várias ocorrências da letra M para Maria Madalena, para as ondas do mar - mare, em latim - e para Miriam, "mar salgado" ou "Senhora do Mar”, em hebraico. O significado das ondas é a dissolução das formas. Como sabemos, a água pode vir em violentas torrentes destrutivas de chuvas e enchentes, assim como em rios plácidos. Cada pequenina onda tem a capacidade de causar a erosão e, finalmente, a destruição.<br />Acredito que a doutrina herética do casamento de Jesus, como as ondas formadas pelas iniciais MM (de Maria Madalena), esteja liga­da ao signo de Aquário. Como se acredita que esse signo simboliza a dissolução das formas, suspeito de que os hereges esperavam que sua doutrina relativa ao casamento de Jesus e Maria Madalena acabasse provocando uma erosão no monólito da Igreja oficial. Então, ela poderia abrir o caminho para um mito iluminado e auspicioso, segundo o qual a Terra seria compreendida como uma parceira de Deus, o recipiente sagrado que contém a divindade.<br />Essa idéia faz sentido ainda hoje. A restituição da Noiva, ou do princípio feminino, de forma visível ao paradigma do cristianismo possibilitaria a cura da cisão entre o espírito e a matéria que pre­valece atualmente, recuperando, ao mesmo tempo, as psiques femi­nina e masculina. Jesus renascido não ficaria mais separado de sua Noiva. Os hereges parecem ter acreditado que o resgate da esposa de Jesus curaria a terra infértil e faria com que o deserto florescesse, um tema que se repete em várias lendas do Graal.<br />As doutrinas dos hereges, como as da Igreja de Roma, apoiavam um mito que fornecia a estrutura que sustentava suas crenças. Como o mito cristão, a heresia do Graal estava enraizada nas pro­messas e profecias da Bíblia hebraica. Os hereges tomaram as promessas das Escrituras para a dinastia de Davi tão literalmente quanto o povo judeu havia feito - em especial os puristas e os zelotes dos tempos do ministério de Jesus em Israel. Os adeptos dessa heresia provavelmente acreditavam que um governante da casa real de Davi um dia seria reconduzido ao trono de Israel, reinando sobre o mundo inteiro com paz e justiça.<br />Nesse aspecto, suas crenças ecoavam como as do judaísmo. A diferença era que, para muitos hereges da Idade Média, o "gover­nante justo" profetizado por Isaías seria um descendente da casa de Davi e também de Jesus. Ele viria da "Videira de Maria”, os merovín­gios. Para eles, a Igreja Católica Romana não era, como declarava, a personificação da cidade de Deus na Terra, a "Nova Israel”, herdeira das promessas dos profetas hebreus. Eles acreditavam que muitas das doutrinas oficiais eram falsas; assim, apegaram-se com tenacidade à sua própria versão do mito da promessa. Provavelmente até espe­raram que "o ramo da raiz de Jessé" (Isaías 11: 1) acabasse produzin­do um segundo Messias/Rei para governar o mundo.<br />Os Vínculos com a Alquimia Medieval<br />Os símbolos dos hereges medievais do Graal provavelmente também estão ligados aos dogmas da alquimia, encontrados nos escritos dos antigos mestres espirituais. A afirmada busca dos alquimistas por um método que transformasse chumbo em ouro por meio de pro­cessos químicos e de metalurgia tem sido totalmente mal interpreta­da. Na verdade, nesses textos, os símbolos que designavam os metais usados eram uma deliberada "cortina': ou fachada, desenvolvida para enganar os não-iniciados. O sistema parecia referir-se à metalurgia e, dessa forma, muitos aspirantes a cientistas, bem como pessoas que buscavam ouro, tomaram as palavras e os símbolos ao pé da letra e trancaram-se em laboratórios improvisados, o que pode ter dado origem à química moderna.<br />Entretanto, o objetivo mais oculto e profundo dos primeiros mestres da alquimia não era químico - era teológico, filosófico e psicológico. Seus escritos revelam a preocupação com a transfor­mação mística de uma pessoa "natural" em um ser espiritualmente iluminado. A pessoa natural era chamada de "chumbo” e o ser espiritualmente transformado, de "ouro': Assim como o ouro é tes­tado no fogo, o espírito humano era purificado nas provas da vida. Os guias para a transformação espiritual eram as Escrituras e cer­tas iniciações esotéricas que forneciam o conhecimento. O agente de tal sabedoria era o Espírito Santo. Como esse sistema desconsi­derava o papel da Igreja estabelecida e ensinava doutrinas místicas da perfeição do homem por meio do amor e do saber, ele passou a ser classificado de herético. Como conseqüência, os alquimistas ­perseguidos pela Inquisição - foram cuidadosos ao ocultar a sua fé sob enigmáticos símbolos de metalurgia.<br />É muito significativo que Hirão de Tiro, o "filho da viúva" con­tratado para construir o Templo de Salomão em Jerusalém (1 Reis 7:13), tenha sido um artífice do metal, ou seja, um alquimista. No mundo antigo, o conhecimento dos metais e de suas propriedades e ligas era um privilégio secreto da casa real - um sinônimo de riqueza e poder. Na verdade, o refino do ouro era o mais valioso dos segredos de Estado. Da mesma maneira, as fórmulas de preparação de ligas mais fortes para fabricar armas e metais mais reluzentes para decoração, que não ficassem manchados, eram segredos cuidadosamente guardados. Hirão de Tiro, o paradigma do alqui­mista, e Tubal Cain, "fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro" (Gênesis 5:22), são fósseis que formam os elos de uma corrente que inclui os alquimistas medievais, os maçons mo­dernos e os remanescentes da linhagem davídica que se intitulavam os "filhos da viúva".<br />A Tradição Hermética<br />Outra pista que nos leva a essa associação entre os alquimistas medievais e a maçonaria moderna é encontrada no próprio nome Hirão. Ele apresenta uma identificação lingüística com o grego Hermes (Mercúrio, no Mediterrâneo; Tot, para os egípcios), que era o mensageiro dos deuses e guardião das estradas e encruzilhadas, O X. Esse "deus das polaridades" é freqüentemente retratado com os pés alados e o caduceu (emblema da proclamação dos deuses) e sobressai nos escritos dos alquimistas. Como o elemento mercúrio - que em inglês é chamado, sugestivamente, de quicksilver ("prata ligeira") -, ele é esquivo e está sempre mudando de forma. Hermes é conhecido como trapaceiro ou brincalhão porque gover­na o princípio da sincronia, em que "significativas coincidências" proporcionam conhecimento instantâneo. Ele parece ser uma ponte que liga a mente à matéria. Os alquimistas compreendem esse princípio como um veículo de transformação, e Hermes é celebra­do como aquele que porta a luz.<br />Seria preciso um segundo volume para esclarecer a importância de Hermes na tradição da sabedoria. Hirão de Tiro, o artífice de metais e mestre arquiteto do Templo de Salomão (cujas colunas, romãs, trabalhos com lírios, redes e recipientes são descritos em 1 Reis), foi adotado como o protótipo do alquimista iluminado, cujo guia é Hermes. O mito básico dos rosa-cruzes inclui a história do "Três Vezes Grande”, Hermes Trismegisto, um alquimista legendário de Alexandria que costuma ser retratado com três lanças represen­tando os três bastões da sabedoria. Os iniciados que seguiam seus ensinamentos eram, em geral, conhecidos como "os herméticos”.<br />Agora voltemos a outro fóssil enigmático da heresia do Graal, preservado na cultura européia. Descobri que há muitas pistas da heresia secreta na arte e na literatura da Europa Ocidental da Idade das Trevas e que elas são ainda mais numerosas no período que se seguiu à primeira Cruzada (1099 d.C.). Referências ocultas à here­sia do Graal, encontradas em vários trabalhos antigamente consi­derados misteriosos e que foram erroneamente interpretadas, merecem uma análise mais profunda.<br />As Cartas do Tarô<br />Um artefato medieval ligado por seus símbolos à heresia da Noiva Perdida é o tarô, que deu origem ao nosso baralho moderno. O lugar em que teria surgido é obscuro, e especulações a esse respeito vão da índia ao Egito. Embora essas cartas já fossem uma realidade em 1392, acredita-se que o baralho mais antigo ainda existente tenha sido criado por um pintor do século XV, possivel­mente Andréa Mantegna (1432-1506). Os quatro naipes e 22 trun­fos do baralho desse período compartilham símbolos que contêm a heresia do Graal, sobretudo o baralho de Carlos VI, ou baralho de Gringonneur, que parece ter uma íntima ligação com a tradição secreta. Em 1450, pregando contra as cartas por considerá-las uma invenção do diabo, um frade franciscano foi particularmente rigo­roso ao condená-las, chamando-as de "degraus em uma escada que conduz ao inferno”.<br />Quando as autoridades da Igreja Católica condenaram as cartas do tarô, classificando-as de heréticas, e não de imorais ou deca­dentes, devem ter tido total consciência de seu conteúdo. Acredito que os trompes ("trunfos" ou "trombetas") do tarô de Carlos VI formam um catecismo ilustrado da heresia medieval do Graal. Tais cartas poderiam ser datadas de meados do século XV, com base nas vestimentas das figuras representadas. O halo estilizado que envolve as figuras femininas, usado nas cartas A Justiça, A Força e A Prudência, foi popularizado um século antes pelo pintor toscano Giotto (1267-1337). Sua origem tem sido ligada a datas diversas, mas o que realmente importa é a pureza de seus símbolos - o artista sabia exatamente o que desejava transmitir e os empregou de maneira consciente, com a intenção de registrar os dogmas da heresia do Graal. Infelizmente, seis dos trunfos do baralho de Carlos VI foram perdidos ou, provavelmente, eliminados.<br />Do Sul da França, a heresia do Graal avançou de corte em corte, por toda a Europa. Não estou sugerindo que os adeptos de todas as seitas heréticas desse continente conhecessem seus dogmas (embo­ra seja possível que muitos, de fato, estivessem a par dela), mas em Provença a heresia do Graal e a heresia cátara existiram lado a lado e se sobrepuseram: muitas famílias aristocráticas que eram ligadas à linhagem do Graal eram também cátaras. Como vimos, a Inquisição e a Cruzada Albigense, que devastaram Provença destruindo castelos e cidades inteiras, foram impiedosas em suas tentativas de exterminar a heresia e as famílias que a adotaram.<br />Quando Montségur - o último baluarte dos cátaros - caiu em 1244, a heresia tomou-se clandestina. Alguns antigos hereges, por necessidade, começaram a professar a fé oficial, embora apenas exteriormente. Era a única tática de sobrevivência possível. A heresia da Videira - a sobrevivência de Israel - tivera suas raízes arran­cadas. Ou assim parecia. Em 1307, porém, seus elementos ainda floresciam sob os ritos secretos dos cavaleiros templários. Quando o Vaticano tomou consciência de que seu inimigo de longa data estava à espreita sob a cruz vermelha desses cavaleiros, tentou aniquilar a ordem inteira por decreto, acusando seus adeptos de heresia e torturando-os para obter informações sobre o seu tesouro.<br />Um século depois, as cartas do tarô circulavam por cortes da Europa, levadas por bandos de ciganos, bufões, malabaristas e acro­batas (os jongleurs), de cidade em cidade. Elas acabaram sendo usadas em mesas de jogo em praticamente todos os cantos da Europa. Os artistas viajantes começaram onde os trovadores haviam parado, e seus símbolos ainda persistem nos baralhos modernos.<br />O significado das cartas do tarô tem sido motivo de debates há muitos anos, e numerosas revisões e interpretações vinculam-no ostensivamente à alquimia, às sociedades secretas dos maçons e rosa-cruzes e às ciências ocultas em geral. Embora o significado de muitas cartas tenha sido declarado obscuro, elas ainda conservam uma aura de perigo. A Igreja condenou o tarô como herético quando ele apareceu pela primeira vez na Europa, porém ninguém con­seguiu determinar com certeza que heresia se escondia em seus símbolos. O conhecimento da heresia do Graal surge para esclare­cer esse enigma.<br />Um baralho de tarô é composto pelos Arcanos Menores – que consistem em quatro naipes chamados espadas, ou gládios; copas, ou taças; ouros, ou estrelas de cinco pontas; e paus, ou bastões - e pelos Arcanos Maiores (os Segredos Maiores), ou trunfos. Os baralhos modernos não possuem mais os trunfos, que foram os mais cruel­mente condenados pela Igreja, embora o "truque" do trunfo seja um estratagema ainda presente em muitos jogos de cartas atuais.<br />A única relíquia dos 22 trunfos originais encontrada nos bara­lhos modernos, e que é significativa para a nossa história, é o curinga - o palhaço, ou bobo, remanescente dos "palhaços de Deus”, aos quais se atribuiu a ação de terem espalhado os dogmas da heresia albigense. Essa figura aparece com freqüência nas marcas-d'água. O curinga é um "louco por Cristo" (1 Coríntios 4:10): "Nós somos loucos por causa do amor de Cristo... padecemos fome e sede; estamos nus e recebemos bofe­tadas e não temos pousada certa. Somos perseguidos e suporta­mos." As ligações com os hereges perseguidos por buscarem a ver­dade são claras. E, mesmo hoje, o curinga vence. Ele parece possuir um poder oculto e irrevogável. Sua figura, por associação, também é ligada a Hermes/Mercúrio, o mensageiro dos deuses, freqüente­mente chamado de trapaceiro dada a sua astúcia.<br />Acredita-se que os ciganos foram os criadores das cartas, mas, na minha opinião, eles apenas as adaptaram para fazer adivinhações, assim como outras pessoas fizeram o mesmo para usá-las em jogos. O simbolismo interno dos baralhos mais antigos deixou-me con­vencida de que sua fonte foi a heresia albigense do Graal. Acredito que os integrantes das trupes nômades dos ciganos e artistas que acompanhavam os trovadores ficaram sabendo do tarô por inter­médio dos pregadores albigenses que viajavam com eles e lhes ensinavam as doutrinas da fé "oculta”. Até hoje, todos os anos, os ciganos correm para as ruas de Les-Saintes-Maries-de-La-Mer no mês de maio para honrar Sara, a Egípcia, como sua Rainha Negra.<br />A Trombeta<br />A palavra trompe, no francês antigo, significa "trombeta': o mesmo símbolo das pregações heréticas que cindiram a Rocha da Igreja de Pedro e que era encontrado nas marcas-d'água. Nos ba­ralhos originais, eram esses trunfos que ilustravam as verdadeiras doutrinas e a história da Igreja oculta do Graal. Nenhuma autori­dade no assunto parece saber com exatidão por que os trunfos do tarô foram considerados subversivos, em parte porque o significa­do original dos símbolos foi obscurecido por copistas posteriores. Somente os pintores dos baralhos primitivos poderiam dizer com certeza o que eles mesmos estavam expressando. Trabalhos subse­qüentes, executados por artistas que desconheciam o real significa­do das imagens, muitas vezes não passavam de adivinhações aci­dentais ou meras especulações sobre a intenção dos verdadeiros criadores das cartas. Com o passar do tempo, muitas dessas pin­turas foram deturpadas e mal interpretadas. As lendas do Graal difundiram-se em várias direções, fazendo com que a sua história básica fosse se modificando aos poucos até que o tema verdadeiro se perdesse totalmente.<br />Apenas os baralhos mais antigos ainda existentes, entre eles o de Carlos VI, mantêm um simbolismo original suficiente para identi­ficar a heresia oculta nos trunfos. Por isso, vamos recorrer às cartas desse baralho para decifrar os símbolos. Vejamos o que os desenhos de seus trunfos podem nos dizer sobre o Sangraal.<br />A primeira carta é O Tolo, ou "O Homem Comum". Na termi­nologia do Graal, esse é Parsifal, o investigador não iniciado. Para iniciar-se nos segredos, ele precisa fazer as perguntas certas. Esse tema do homem comum que deve formular questionamentos é repetido nos rituais de iniciação da maçonaria.<br />Essa carta é seguida pelo curinga, que ainda faz parte dos bara­lhos modernos. O curinga conhece todos os segredos. Ele é um pro­fessor da tradição hermética. Essas duas cartas e as duas seguintes desapareceram do tarô de Carlos VI, mas suas imagens podem ser determinadas por analogia com as de baralhos posteriores.<br />A próxima carta da seqüência é A Papisa. Já mencionei que, na Igreja herética, as mulheres tinham posição e nível similares aos dos homens. Muitas eram consideradas descendentes de Jesus - um dos dogmas de sua fé. Elas chamavam a si mesmas de "Videiras", referindo-se à noiva real de Judá, "a planta das delícias de Deus" (Isaías 5:7). Além disso, seguiam o versículo de João 14 - "Eu sou a videira, vocês são os ramos" - e de Sirac 24: "Eu floresço como a videira".<br />Em O Santo Graal e a linhagem sagrada, é dito que um grupo de elite foi cuidadosamente selecionado para receber a incumbência de passar o segredo adiante, de geração em geração. Acredita-se que essa sociedade secreta, denominada Priorado de Sião, tenha sido formada por Godofredo de Lorena para proteger os interesses da linhagem. Seu líder, ou "grão-mestre”, era eleito pelos compa­nheiros para um mandato que duraria toda a sua vida e era sem­pre chamado de Jean ou Jeanne ("João" ou "Joana") após a eleição. A oculta Igreja do Amor era considerada paralela e igual (embora em oposição!) à Igreja de Roma.<br />Quatro mulheres já ocuparam o cargo de grão-mestre do Priorado de Sião, formando um paralelo com o Papa da Igreja de Roma. O terceiro trunfo retrata a Papisa Joana. A Igreja que ela repre­senta é a da Videira, os descendentes da outra Maria, a Madalena, sua matriarca real. Essa Igreja honra o princípio "sentada à esquer­da de Deus" - o feminino. É, definitivamente, antiestablishment. Não é de admirar que a carta tenha sido eliminada!<br />A carta seguinte, A Imperatriz, também se perdeu. Baralhos pos­teriores a retrataram a figura de uma mulher carregando um escudo no qual se via uma fênix, mas não se sabe se esse símbolo também estava no tarô de Carlos VI. Ela era, claramente, o "oposto/igual" ao Imperador, que é mostrado na carta posterior segu­rando um globo e um cetro. Após O Imperador há a carta chamada O Papa, personagem que aparece sentado entre dois cardeais com mantos vermelhos. O Papa no baralho de Carlos VI porta uma chave, remetendo-nos às chaves do reino que, segundo os Evangelhos, foram entregues a Pedro. Provavelmente, a papisa da carta perdida carregava a outra chave.<br />Em seguida, temos Os Amantes (ou Os Enamorados em bara­lhos posteriores), carta em que dois cupidos são retratados com fitas sobre os torsos, formando a letra X em vermelho (gravura 3). Eles apontam flechas para uma procissão de casais vestidos com magnificência, de acordo com a última moda da época - os nobres da Europa dançam em uma procissão através da história. Essa carta representa a linhagem da heresia movendo-se em pares pela cena européia. Os dançarinos estão batendo palmas e cantando, outra associação sutil com o "fruto da Videira”. São famílias da linhagem carregando o Sangraal, o Sangue Real, no transcorrer dos séculos.<br />A mulher no centro do desenho exibe na cabeça um grande e ela­borado enfeite azul, com o formato da letra M - de Maria? Ou, talvez, de merovíngio? O símbolo não é acidental. O verdadeiro nome dessa carta é ''A Videira".<br />Quando trocamos a seqüência habitual das cartas O Cocheiro e O Eremita, a ordem cronológica dos trunfos fica mais clara. Sugiro que a próxima carta seja a denominada O Eremita, um homem com uma capa e uma longa barba. O eremita que aparece no ba­ralho de Carlos VI é Pedro, o Eremita, cuja zelosa pre­gação da primeira Cruzada no fim do século XI, na Europa Ocidental, culminou com a retomada da Cidade Santa e de seus santuários. Significativamente, ele está segurando uma ampulheta nesse baralho, uma referência explícita à questão de que havia chegado a hora de libertar Jerusalém dos sarracenos e reconstruir o Templo Sagrado. A primeira Cruzada (1098-99) aconteceu no final do primeiro milênio, após a destruição do Templo, data que prova­velmente tinha um profundo significado para os hereges, cujo grito de guerra era "Ave Millennium': A grande formação rochosa dese­nhada ao lado direito do eremita é outro detalhe que confirma essa interpretação, pois o nome Pedro, como qualquer criança cristã sabe, significa "pedra”.<br />Por serem substantivos femininos abstratos, as virtudes foram personificadas por meio das mulheres nesse tarô. Retratada na próxima carta está A Força, uma mulher segurando uma coluna quebrada. Esse pilar é outra das chaves que revelam o significado das cartas do tarô, pois é uma representação da coluna esquerda do Templo de Salomão, com seu "trabalho de lírios" no alto. Como vimos, essa é a coluna denominada Boaz (Força) nas Escrituras Hebraicas (1 Reis 7:21), associada ao Leão da tribo de Judá e à sucessão real davídica. Boaz, o marido da viúva Rute, era o bisavô do rei Davi.<br />A supremacia dos descendentes de Judá é descrita na Bíblia hebraica: "Mas da raça de Judá, que era o mais forte entre os irmãos, vieram os príncipes" (1 Coríntios 5:2). Boaz era da tribo de Judá, e sua linha direta de descendentes passou por Obed, Jessé, Davi e Salomão. E, segundo as Escrituras do Novo Testamento grego, culminou, mil anos depois, com Jesus. Boaz, a coluna esquerda quebrada do Templo, é uma referência a essa linhagem de legítimos reis davídicos, agora também rompida. Graficamente, esse significado adquire uma confirmação ainda mais evidente na carta A Força do tarô de Mantegna, na qual a mulher que segura a coluna quebrada exibe dois leões em suas roupas, e um terceiro leão aparece ao seu lado: um para Judá, um para Boaz e um para Jesus ­o "Três Vezes Forte»! O desenho de um Graal aparece entalhado no topo da coluna. Uma frase ainda usada nos rituais maçons é parte do mito da Palavra Perdida do Mestre Criador: até que ela seja encon­trada em uma era futura, "existe uma força no Leão de Judá, e ele prevalecerá”. A Força representa a linhagem do Leão de Judá e as promessas feitas aos herdeiros de Davi (Salmos 89, 2 Samuel 7:16).<br />A seguir há a carta O Cocheiro, que nos baralhos modernos é chamada de O Carro. Contudo, o homem que conduz o veículo no baralho de Carlos VI não é um cocheiro, mas um cavaleiro. Ele veste uma armadura e retoma vitorioso, segurando na mão direita uma acha (arma antiga com o formato de um machado), enquan­to se equilibra sobre o carro, no qual estão despojos de guerra. Esse veículo lembra um ataúde - ou um tabernáculo. Um dos pés do homem descansa sobre um enfeite que forma a letra I. A curvatura do enfeite ao lado o faz formar a letra C. As letras IC são as iniciais de Iesu Christi. Esse trunfo mostra que os despojos de guerra trazidos de Jerusalém estão de alguma forma associados a Jesus. A carta representa o retorno dos templários que, segundo rumores, haviam levado de volta à Palestina um grande tesouro após a primeira Cruzada. A cerimônia do ritual maçônico do Arco Real ressalta que arquivos secretos foram encontrados em esca­vações realizadas sob o Templo de Salomão por "residentes temporários» de Jerusalém. Assim sendo, o famoso tesouro do Templo pode estar ligado a informações descobertas em suas ruínas.<br />A décima carta, que também desapareceu do tarô de Carlos VI, mas que integra outros baralhos, é A Roda da Fortuna. Acredito que ela se refira especificamente à mudança abrupta no destino da Ordem dos Cavaleiros Templários. Durante dois séculos, essa ordem acumulou grande fortuna e poder político; porém, em 1307, o rei Filipe IV, da França, colaborou com o Papa Clemente V para exterminá-la. No dia 13 de outubro desse ano, uma sexta-feira, um edital determinando a prisão dos templários foi publicado simul­taneamente em todas as cidades da França e por toda a Europa. Nesse dia de mau agouro, A Roda da Fortuna mudou radicalmente e se voltou contra esses poderosos cavaleiros, a quem o destino já fora tão favorável.<br />A Justiça é a virtude feminina retratada na carta seguinte. A mulher segura a balança da justiça e a espada de dois gumes. Os templários foram levados a julgamento, acusados de heresia. Durante sete anos, a lnquisição os interrogou com imensa brutalidade, numa tentativa de descobrir o esconderijo de seu famoso tesouro.<br />A próxima carta da seqüência, geralmente chamada O Enforcado (ou O Pendurado em versões modernas) e considerada a mais enig­mática do baralho, poderia ser denominada "O Templário Tortu­rado". A perna pela qual o homem está pendurado é um eufemismo metafórico, usado desde a Antiguidade na literatura e na arte, para referir-se aos órgãos genitais. É, ao mesmo tempo, uma sutil referência à linhagem sagrada e a Anfortas, o rei inválido do Graal. As sacolas de dinheiro nas mãos do homem representam o legendário tesouro do Templo. Apesar das terríveis torturas aplicadas pelos inquisidores, os líderes templários não revelaram a localização do tesouro escondido, talvez porque a sua verdadeira riqueza não fosse feita de ouro. Ela estava guardada em recipientes terrenos - a linhagem real de Jesus, o Rei, e a outra versão da história cristã que eles mantinham em seus corações.<br />O trunfo denominado A Morte é a carta seguinte. Estranhamente, porém, os corpos pisoteados pelos cascos do bár­baro jumento são os de um rei e os de figuras representadas em uma carta anterior: O Papa e os cardeais de mantos vermelhos. Esta é outra pista importante para a correta interpretação do tarô como um catecismo albigense: em março de 1314, Jacques de Molay, grão-mestre dos templários, profetizara, pouco antes de morrer queimado em uma estaca, que o rei Filipe IV da França e o papa Clemente V iriam encontrá-lo no banco dos réus, diante de Deus, ainda naquele ano. A profecia se concretizou: ambos morreram antes do fim daquele ano. Essa carta retrata a morte da elite gover­nante repressora, da ímpia aliança dos poderes que se uniam para destruir a verdade do Graal e seus protetores.<br />Acredita-se que a carta seguinte represente uma virtude: A Prudência. A figura feminina está sentada, paciente­mente, derramando água de um jarro para outro. O significado esotérico dessa carta é que os dogmas supostamente exterminados estão sendo transferidos, por motivo de segurança e com muito cuidado, para outro recipiente. A água é o símbolo cristão do espírito e da verdade, os dogmas da "única fé verdadeira”. Eles não se perderam.<br />O Diabo, a próxima carta na seqüência, é uma representação licenciosa do poder do princípio masculino reinante na Europa após a dissolução do Templo e do aniquilamento dos albigenses. As figuras em torno de um terrível ogro estão removendo pedras do caminho. Essa criatura é uma representação visual do "tirano" da Idade Média, a Inquisição, que foi instituída para arrancar a heresia pela raiz, mas que acabou sendo usada para re­primir todo tipo de pensamento livre. O monstro segura pesadas correntes com as quais escraviza a raça humana. Suas horríveis e enormes orelhas provavelmente representam os espiões da Inquisição que estavam por toda parte, intimidando e oprimindo o povo. Não são os hereges da Videira que servem a esse monstro da maldade - seus escravos são os ortodoxos.<br />A carta denominada A Torre retrata a destruição da torre de uma fortaleza, que foi chamada de A Casa de Deus em alguns baralhos posteriores. É uma obsedante referência a Magdal­eder, a "fortaleza" da filha de Sião no exílio. Ela parece simbolizar a destruição da Cidade de Deus, que foi a esperança e o sonho<br />milenares dos hereges. Em um mundo que nega e reprime a ver­dade, ela não pode ficar de pé.<br />A carta seguinte desapareceu do baralho de Carlos VI, mas foi denominada A Estrela em versões posteriores. Em alguns desses baralhos, uma moça aparece derramando no chão a água contida em dois vasos, um sinal de esperança para a futura regeneração do espírito e da verdade. Em uma carta anterior, a virtude da prudên­cia aparecia transferindo a água para um novo recipiente. A Estrela também pode ser uma referência ao signo astrológico de Aquário, o Aguadeiro, a Nova Era cujo símbolo profetiza a dissolução da elite patriarcal dominante por meio da "água" do feminino (mare, que significa "mar") e do espírito da verdade. A água derramada nessa carta fará o deserto florescer nos séculos que virão.<br />Na próxima carta, A Lua, há uma lua crescente no céu e dois ho­mens que trabalham anotando cálculos em um pergaminho. Esse corpo celeste é um importante símbolo para as ciências ocultas e para a deusa. Os homens parecem estar calculando dimen­sões celestiais, uma ilustração gráfica da crença esotérica de que a realidade na Terra espelha a ordem do cosmo. Essas medidas deter­minarão as dimensões do Templo terreno. O arquiteto do verdadeiro Templo é parte do mito original da maçonaria, cujos rituais incluem Hirão Abiff e um clamor: "Não haverá ajuda para os filhos da viúva?" O tema recorrente da construção do verdadeiro Templo, de acordo com os princípios cósmicos da harmonia e do equilíbrio das forças, ainda permeia as doutrinas da irmandade dos maçons.<br />Os homens na carta estão usando as formas A e V , as mesmas do compasso e do esquadro entrelaçados que se tomaram símbo­los da maçonaria. Colocadas juntas, elas formam o ideograma IA , o Ave Millennium, encontrado nas marcas-d'água dos albigenses. A exagerada lua crescente simboliza o oculto - especificamente as ciências medievais da alquimia e astrologia. Há muitos sinais de que ambas estavam ligadas à construção das catedrais medievais. Pode-se até especular que os dois homens que aparecem nessa carta estejam estabelecendo uma base astrológica para uma catedral, tentando alinhá-la com sinais auspiciosos das estrelas e do cosmo, como fi­zeram os construtores da Igreja de São Miniato. Essa prática foi copiada de outra similar, usada pelos projetistas e arquitetos árabes na Idade Média.<br />A carta O Sol retrata uma moça à luz do dia, com um bilro nas mãos. Seu cabelo está solto e ela segura uma linha, um símbolo da continuidade. Ela é a Bela Adormecida, que espetou o dedo em um fuso, caiu em sono profundo e só despertou quando um príncipe atravessou a floresta de espinhos para resgatá-la e livrá-la do feitiço. Colocando essa carta ao lado das duas anteriores, A Estrela e A Lua, vemos que a água do espírito e da verdade, que havia sido derramada, transformou-se em dois rios cujas águas car­regam os dogmas da heresia. Um deles, as ciências ocultas e as tradições secretas de certas sociedades, corre sob a escuridão (A Lua). O outro rio, a lenda popular, carrega o segredo à luz do dia. Essa carta avisa ao investigador de que é nessas fontes que ele deve procurar as pistas para a verdade.<br />A seguir, temos O Julgamento. Dois anjos aparecem tocando trombetas (mais uma vez, as trombetas!), e as pessoas na parte inferior do desenho estão se levantando de seus túmulos. O significado dessa carta não é o do último Julgamento, conduzido pelo Rei Celestial, parte do dogma da Igreja Romana. O tema é "Des­perte!”. O Julgamento retrata o dia da iluminação, quando todos os povos acordarão para a sua responsabilidade pessoal e o seu destino comunal como o Filho de Deus, cujo nome, Emanuel, significa "Deus esteja conosco!”. Nas doutrinas da heresia, a promessa é para o "toque da alvorada" e não para o "toque de silêncio”. Essas trombe­tas, assim como as cartas do tarô, anunciam o Novo Dia.<br />A última carta, O Mundo, é a concretização dessa promessa. O governante justo, com uma coroa, um globo e um cetro, domina toda a Terra, que aparece circundada pelo ciclo mís­tico da perfeição. O reino de Deus tornou-se real.<br />Os Naipes das Cartas do Tarô<br />Os naipes do tarô contêm um simbolismo do Graal que confirma a interpretação dos 22 trunfos. O naipe de espadas era, original­mente, representado por uma pequena espada, a "lâmina" masculi­na. Praticamente todos os túmulos dos templários eram marcados com espadas. No simbolismo original das cartas, o naipe de copas era um cálice. Ele também simbolizava o Graal e a Igreja alternativa, que tinha, entre outros, o epíteto de Igreja do Amor. Posteriormente, muitos corações apareceram nas marcas-d'água albigenses, e esses dois temas - cálice e coração - ficaram associados.<br />O naipe de ouros era originalmente chamado de "pentáculo”, o nome de uma estrela de cinco pontas que é o símbolo do homem nas ciências ocultas. Segundo o livro de The Holy Place (O lugar sagrado), de Henry Lincoln, essa estrela possuía um significado especial para os cavaleiros templários e para a Igreja alternativa. Era um símbolo dedi­cado a Vênus, pois a órbita do planeta que recebeu o nome da Deusa do Amor formava, a cada oito dias, um perfeito pentáculo em relação ao So1. Esse desenho está refletido no chão por meio dos cinco picos das montanhas que traçam um pentagrama no coração da heresia albigense. Lincoln sugere que eles foram incorporados pelos cava­leiros como um templo natural dedicado a Maria, a Madalena.<br />Nas versões mais primitivas do tarô, o naipe de paus, talvez o mais significativo de todos, aparecia como um cajado, ou uma vara, em flor - um cetro. Esse símbolo é a imagem visual do "cajado florido da raiz de Jessé” a promessa messiânica descrita em Isaías 11:1, e é repetido no uso do "Cetro" que se refere ao Messias davídi­co no Pergaminho da Guerra, encontrado entre os Pergaminhos do Mar Morto, nas cavernas de Qumran. O trevo de três folhas dos baralhos modernos é uma clara menção à linhagem real dos reis de Israel e ao seu mandato divino. Estilizados em nossos baralhos modernos, os emblemas originais dos quatro naipes eram símbolos bem definidos e propositais da heresia do Graal.<br />Nessa análise, é preciso lembrar que uma das maiores con­tribuições dos albigenses foi exatamente a sua insistência em fazer com que as Escrituras fossem traduzidas para o seu idioma. A seita manteve-se infiltrada nos versículos das Bíblias hebraica e grega. Mensagens que podem parecer obscuras para nós eram o alimento diário dos hereges. Essa paixão pelo acesso direto à palavra escrita de Deus representou um dos mais expressivos legados dos albi­genses à civilização ocidental. Ao disseminarem o Evangelho, os hereges de Provença plantaram sementes de liberdade, justiça e igualdade. Essas sementes se tornaram mais importantes do que o culto da linhagem, culminando, enfim, no surgimento da demo­cracia no século XVIII.<br />Revisões posteriores das pinturas e dos símbolos das cartas do tarô acabaram obscurecendo seus significados originais. Tentei reconstruí-los com base nos trunfos ainda existentes de um dos mais antigos baralhos de tarô. À luz da heresia e de suas ligações com os cavaleiros templários, os símbolos são facilmente colocados em uma seqüência cronológica. Por meio desse catecismo de­senhado, os dogmas básicos e a história da heresia atravessaram toda a Europa. A origem e o significado do tarô são, até hoje, um quebra-cabeça que perturba os historiadores da arte, mas somente porque eles não reconheceram suas ligações com a Noiva Perdida e sua íntima associação com a heresia albigense do Graal.<br />CAPITULO VI<br />Os artistas hereges e seus símbolos<br />As cartas do tarô representam apenas um dos mistérios da arte européia que podem ser esclarecidos pelos dogmas da heresia do Graal. Existem outros, numerosos demais para serem mencionados. Neste capítulo, vou analisar apenas alguns dos pintores que, durante vários séculos, foram considerados ortodo­xos, mas cujas pinturas apresentam um conteúdo simbólico que as vincula, de maneira incontestável, à tradição secreta ou especifica­mente à própria heresia.<br />Duas importantes doutrinas da Igreja alternativa eram a promessa da restauração da monarquia davídica e o compromisso milenar de se estabelecer um mundo em harmonia com Deus. Essa Igreja também pregava o conhecimento e a transformação pessoal por meio da ação do Espírito Santo. Os hereges não acreditavam simplesmente em um credo - eles viviam uma vida de encontro pessoal com Deus. Muitos artistas e esotéricos eram seus aliados, em oposição à hegemonia da Igreja oficial sobre o pensamento europeu. E, nessa aliança, passaram a partilhar os segredos. Eles compreendiam que a negação e a repressão do feminino haviam deformado a sociedade, privando-a de sua alegria e independência. O trabalho desses intelectuais, que se ligavam uns aos outros por intermédio de uma rede que ultrapassava as fronteiras nacionais, uniu-se na tentativa de devolver a Mulher, o feminino esquecido, à consciência dessa sociedade.<br />Há vários séculos, os estudiosos da arte reconheceram o fato de que os mestres medievais usavam símbolos em seus trabalhos. Admitiram, também, que tudo o que aparecia em suas obras fora inserido ali, cuidadosamente, com o objetivo de enviar uma mensagem. A única controvérsia refere-se à verdadeira intenção do artista. É claro que a Igreja de Roma fez a sua própria interpretação desses símbolos, mas a heresia do Graal e seus dogmas podem nos ajudar a entender algumas dessas pinturas de forma diferente.<br />As pinturas de Botticelli<br />Durante muitos anos, os historiadores da arte tentaram explicar as últimas pinturas de Sandro Filipepi. Conhecido em todo o mundo como Botticelli, esse pintor renascentista nasceu em 1445 e morreu em 1510, em Florença, a cidade da família Médici, famosa por sua contribuição ao renascimento das artes e letras no século XV.<br />Os trabalhos do jovem Sandro, que entrou para a oficina de artes de Fra Fillipo Lippi em 1464, parecem bastante ortodoxos. Entre­tanto, o seu quadro Madona de Bardi (ou A Virgem com o Menino e dois santos) que se acredita ter sido pintado em 1485, é quase inex­plicável, assim como outras obras que ele produziu nessa época e em períodos posteriores. Alguns críticos atribuem essa mudança a uma experiência "mística" religiosa, embora ela não tenha sido documentada. Outros simplesmente consideram os últimos traba­lhos de Botticel1i "enigmáticos”. Há ainda os que vêem neles uma forte influência do dedicado monge Savonarola, que fez uma pregação de ódio a Florença em um sermão de 1490.<br />Mas essa data é muito tardia para explicar o mistério. Iniciado mais ou menos em 1483, o simbolismo empregado por Botticelli começou a adquirir um caráter diferente daquele de suas primeiras pinturas. Recentemente, foi levantada a hipótese de que, de 1483 até à sua morte, em 1510, ele foi grão-mestre do Priorado de Sião. Essa talvez seja a chave do mistério em torno de seus últimos trabalhos, uma vez que as doutrinas da heresia do Graal podem proporcionar um conhecimento lógico das enigmáticas obras que, como muitos acreditam, ele produziu depois de 1483.<br />Já me referi à importância da letra X, que transmitia aos hereges o significado da "verdadeira iluminação”. Evidências presentes em outras pinturas dão a idéia de que esse símbolo era usado consciente­mente para indicar o conhecimento da tradição hermética, ou eso­térica. Existem muitas ocorrências da letra X vermelha nos trabalhos de Botticelli, todas elas pintadas a partir de 1483, ano em que ele teria se tornado grão-mestre do Priorado de Sião.<br />A Madona do livro foi pintada em 1483. Quase no centro exato da pintura há um X vermelho, no corpete do vestido da Madona. O Menino Jesus está segurando três pequenas lanças de ouro. Elas poderiam representar os pregos que o fariam sofrer na cruz, mas é mais provável que sejam símbolos esotéricos dos três bastões da iluminação, um tema popular entre os alquimistas medievais e os rosa-cruzes. Em outro trabalho, Madona da romã ou A Virgem com o Menino e seis anjos, a versão que Botticelli pintou depois de 1483 mostra o anjo à esquerda usando fitas vermelhas atravessadas no peito. Em uma versão anterior do mesmo tema, A Virgem com o Menino e oito anjos, provavelmente de 1477, nenhum anjo traz fitas vermelhas cruzadas. Na versão pos­terior, Botticelli parece ter virado o anjo da esquerda (o lado feminino!) de frente para o espectador e, assim, pôde pintar, inten­cionalmente, um X vermelho cruzando o seu peito, tendo plena consciência de seu significado esotérico.<br />Outro estranho elemento encontrado em trabalhos atribuídos a Botticelli após o ano de 1483 é a romã. Em muitas obras - a Madona do Magnificat, a Madona da romã e suas variantes -, o Menino Jesus está segurando uma romã parcialmente aberta, um antigo símbolo da fertilidade física e sexual por causa de sua grande quantidade de sementes vermelhas. (As conotações eróticas da romã também estão presentes no Cântico dos Cânticos, no trecho em que os amantes se encontram em um pomar repleto dessa fruta.) Intérpretes posteriores, acreditando que Botticelli fosse um devoto fer­voroso da Igreja Católica, sustentaram que a romã era o símbolo da vida eterna. Entretanto, uma imagem vale mais do que mil palavras. A posição da fruta no colo do Menino Jesus em várias dessas pinturas deixa claro que Botticelli acreditava na fertilidade física de Jesus.<br />A Madona de Bardi retrata a Virgem e o Menino com São João Batista à esquerda e São João Evangelista à direita. Ao fundo se vê um local coberto de ciprestes, oliveiras e folhas de palmeira. Vasos de rosas vermelhas e brancas e de galhos de oliveira em flor apare­cem em pedestais. Entrelaçadas entre os galhos estão fitas com referências escritas extraídas de Sirac 24:14-17: "Estou exaltado como o cedro no Líbano, como o cipreste no Monte Sião, como a palmeira em Cades, como um botão de rosa em Jericó, como uma oliveira no campo... espalho os meus galhos como um terebinto... eu floresço como a videira."<br />Saber que os descendentes de Jesus chamavam a si mesmos de "Videiras" é de grande ajuda para a interpretação dessa pintura sob uma nova perspectiva. Ela dá a impressão de que a criança está prestes a cair do colo da mãe. Todas as figuras parecem distorcidas, principalmente a de João Batista, cuja expressão é de angústia enquanto aponta para o Menino Jesus. A fita que ele tem nas mãos diz: Ecce Agnus Dei ("Contemplem o Cordeiro de Deus"). Para os hereges, Jesus era o Cordeiro de Deus, que foi brutalmente assassinado pelos romanos, levado ao sacrifício conforme Isaías havia profetizado. Em Apocalipse 5, o Cordeiro é digno de louvor e honra, glória e riquezas, e senta-se à direita de Deus. De acordo com os hereges, porém, o Cordeiro não corresponde ao mesmo Deus invisível que se senta no trono, no paraíso. Adorar somente a Deus!<br />É fácil compreender a importância que João Batista tinha para os hereges. Em primeiro lugar, ele era parente próximo de Jesus: as Escrituras afirmam que sua mãe, Isabel, era prima de Maria, a mãe de Jesus. João, o Evangelista, é igualmente honrado pela Igreja secreta. Os cátaros usavam uma cópia de seu Evangelho amarrada na cintura, escondida sob as roupas, quando se dirigiam aos encontros secretos. Nesse Evangelho, João Batista saúda Jesus como o "Cordeiro de Deus" e o batiza no rio Jordão. Ali, acontece uma passagem descrita em João 3:29 na qual João Batista fornece expli­cações sobre o seu relacionamento com Jesus: ''Aquele que tem a noiva é o noivo; mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, regozija-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, esta minha glória está completa”. Essa passagem não é uma mera analogia ­João Batista nomeia seu primo Jesus o Noivo de Israel.<br />Os maçons da era moderna, cuja irmandade secreta tem muitos elementos em comum com os cavaleiros templários e cujos rituais e símbolos refletem elementos da heresia, escolheram esses mesmos santos como patronos. Como mencionei, cada grão-mestre do Priorado de Sião assumia o nome de Jean (João) após ser eleito. Esses dois santos, João Batista e João Evangelista, têm uma impor­tância claramente especial para os seguidores da tradição esotérica e da Igreja alternativa.<br />Analisemos a pintura A crucificação mística, feita por Botticelli aproximadamente em 1500.A desolada figura de Maria Madalena agarra-se ao pé da cruz em que está Jesus. A di­reita, há um anjo que segura uma raposa pelo rabo, deixando-a de cabeça para baixo. Nuvens escuras estão sendo levadas para longe; da nuvem cinzenta que fica na parte de cima, do lado esquerdo, onde Deus Pai aparece abençoando a cena, anjos descem do céu, cada um deles com um escudo branco enfeitado com um X vermelho inclinado. É como se Botticelli se divertisse procurando novas formas de incluir o X vermelho em seus trabalhos!<br />Nessa pintura, parece que os anjos com as cruzes vermelhas estão dissipando a escuridão que envolve o relacionamento de Jesus e Maria Madalena. A raposa é um símbolo gnóstico da farsa reli­giosa. Histórias e imagens populares da Idade Média costumavam retratar uma raposa vestida com uma túnica de monge enganando e explorando as pessoas sorrateiramente. Para os gnósticos, os sa­cerdotes da Igreja Romana eram "raposas': Referências a esse ani­mal são encontradas na Escritura favorita dos hereges, o Cântico dos Cânticos, na qual as "pequenas raposas" estragam as videiras no vinhedo da Noiva (2:15). A raposa na pintura representa a mentira perpetuada pela Igreja oficial, que insistia no celibato de Jesus. Essa crença estava "estragando a videira" pela negação da legitimidade da linhagem. As cruzes vermelhas inclinadas que aparecem nos escudos dos anjos, reproduzindo o emblema dos cavaleiros tem­plários, denotam a proteção da verdadeira "Videira” pelo Priorado de Sião e seu braço armado, os cavaleiros templários. Interpretado dessa maneira, o quadro transforma-se em um reflexo dos dogmas da heresia do Graal, dos quais Botticelli foi o principal guardião na época em que essa obra-prima foi pintada.<br />Uma das mais eloqüentes obras de Botticelli é a Derelicta, pintada por volta de 1495. Muitos foram os críticos que tentaram adivinhar a identidade da mulher desconsolada, enco­lhida nos degraus diante de uma porta fechada, com fragmentos de seu manto cor-de-rosa espalhados ao seu redor. Ninguém parece ter reconhecido na Derelicta a Noiva do Cântico dos Cânticos, agredida pelos guardiões do muro que arrancaram o seu manto. Ela é o feminino desprezado e ferido, excluído da participação comple­ta na comunidade. Seu nome, em latim, quer dizer "abandonada”.<br />Além de Botticelli, há muitos outros pintores da Idade Média cujos trabalhos indicam um conhecimento da heresia do Graal. Na análise das pinturas religiosas desses artistas, é importante identificar os que usaram o simbolismo secreto em uma tentativa consciente de promover a heresia e os que simplesmente copiaram símbolos cujo significado eles mesmos não compreendiam muito bem.<br />Foram numerosas as pinturas de Nossa Senhora e do Menino Jesus feitas na Europa, no final da Idade Média, e elas fornecem um solo fértil para esta análise. O feminino era, claramente, um dos temas prediletos, tanto dos artistas ortodoxos quanto dos hereges. E muitas dessas obras ilustram uma linha de compreensão esotéri­ca ou herética de Cristo por meio do uso de símbolos herméticos. Alguns artistas considerados ortodoxos deixaram símbolos em seus trabalhos, camuflando suas filiações. Mais uma vez, a chave está no conhecimento dos significados das cores e dos símbolos.<br />As Pinturas de Fra Angélico<br />Os quadros de Fra Angélico sempre pareceram inteiramente ortodoxos. Entretanto, uma análise mais cuidadosa de muitos deles demonstra um uso consciente de símbolos esotéricos. Isso não deve nos causar surpresa se nos lembrarmos de que esse monge era um cidadão de Florença em meados do século XV, exatamente o perío­do em que a heresia mais se desenvolveu nessa cidade. Em uma das pinturas da Madona com o Menino Jesus, Maria está segurando duas rosas, uma vermelha e uma branca. Essas eram as cores da Noiva-Irmã - o vermelho representava a paixão; o branco, a pu­reza. Para os alquimistas, elas simbolizavam a união dos opostos. Na visão dos ortodoxos, a pureza e a paixão eram excludentes e antiéticas; porém, entre os hereges da Igreja secreta, ambas se uniam na Noiva-Irmã. Dessa maneira, vasos, cestos, ornamentos e coroas de rosas vermelhas e brancas são freqüentes nos quadros de Fra Angélico, Botticelli e outros herméticos.<br />Para expandir um pouco esta abordagem sobre o simbolismo das cores, vejamos um trabalho pintado por Piero della Francesca aproximadamente em 1466, que apresenta uma sólida figura de Madalena em um vestido verde, a cor da fertilidade (gravura 22). Por cima do vestido, ela usa um manto vermelho que está dobrado para trás, deixando aparecer o forro totalmente branco, que enfati­za sua pureza em contraste com a tradição que a considerava uma prostituta. É impossível não prestar atenção no forro branco da capa escarlate. As cores vermelha e rosa são, com freqüência, asso­ciadas a Maria Madalena nas pinturas medievais (em algumas pou­cas obras ela aparece vestida de verde). A Inquisição preocupava-se tanto com as imagens da Madona vestida de vermelho que, em 1649, o censor das artes acabou decretando que todas as pinturas da Virgem Maria deveriam retratá-la com roupas azuis e brancas, reconhecendo os aspectos de irmã e mãe do eterno feminino, mas negando o aspecto carnal e sexual do casamento. Quadros de Nossa Senhora vestindo vermelho eram proibidos, e "mulher de verme­lho" tornou-se sinônimo de mulher de rua.<br />As três cores juntas - vermelho, branco e azul- são muito fami­liares e suas origens são mais antigas do que os registros históricos. A Deusa Tripla, comum nas religiões da Antiguidade na Europa, na África e no Oriente Próximo antes das invasões indo-arianas, pos­suía três aspectos: donzela (irmã), noiva (esposa, gestante) e anciã (senhora idosa ou bruxa). As cores correspondentes a esses aspec­tos eram branco, vermelho e azul-escuro ou preto.5 Assim, a Deusa Tripla combinava os três aspectos em seu culto mundial do femini­no. Entretanto, no mito cristão articulado pela Igreja de Roma, o aspecto nupcial de "carne e osso" é tradicionalmente negado.<br />Talvez a obra mais significativa de Fra Angélico que parece conter uma referência oculta à heresia do Graal seja a pintura feita em uma<br />parede da primeira cela do Convento de São Marcos, em Florença (gravura 23). O famoso mural é chamado Noli Me Tangere (Não me toques). O título foi tirado do Evangelho de João 20:17. Jesus está em pé, no jardim murado, com uma enxada nos ombros, um símbolo que enfatiza o seu papel de lavrador, o "jardineiro" do quarto Evan­gelho. Ajoelhada aos pés dele, com os braços estendidos em sua di­reção, está Maria Madalena, em um vestido cor-de-rosa. Sob sua mão esquerda, sem chamar a atenção, perdidas em meio às flores, há três minúsculas letras X, pintadas em seqüência.<br />O X vermelho, símbolo secreto esotérico da Igreja herética, era uma representação da verdade que contrariava a Igreja oficial. Ele indicava a falha fundamental na doutrina cristã ortodoxa: a negação da esposa de Jesus. Os três xis abaixo da mão esquerda de Madalena referem-se às doutrinas secretas. Na pintura, a mão direita da mulher aponta diretamente para eles. Apesar disso, seria possível dizer que eles foram acidentais. Vários outros trabalhos de Fra Angelico apresentam flores vermelhas e brancas espalhadas pela grama, mas somente em Nali Me Tangere podemos ver três letras X pintadas em seqüência.<br />Se esses minúsculos símbolos aparecessem em outro lugar da pin­tura, poderiam ter sido acidentais. No entanto, o fato de estarem sob a mão esquerda de Maria Madalena, uma clara associação com o lado maternal, ou "flanco sinistro" da linhagem real, me faz acreditar que eles sejam um caso bastante claro de simbolismo consciente. Atualmente, o flanco sinistro tem o significado pejorativo de descen­dência ilegítima. Contudo, originalmente na heráldica da Idade Média, ele designava a linhagem da mãe do portador do escudo - o brasão de armas dela enfeitava o lado esquerdo da peça, enquanto os símbolos da família paterna eram inseridos do lado direito.<br />A importância militar do uso de escudos pintados para identi­ficar os comandantes nos campos de batalha era óbvia para os cruzados, que descobriram essa prática entre os sarracenos e a ado­taram a partir do século XII. O feminino era identificado com a mão esquerda, e o masculino, com a direita. Essa associação foi acolhida pela psicologia moderna, segundo a qual o hemisfério esquerdo do cérebro, que comanda o lado direito, é considerado "masculino" e "racional"; e o hemisfério direito, que comanda o lado esquerdo, é tido como "feminino" ou "artístico/intuitivo". Um é destro, o outro, sinistro. As mesmas analogias dualistas de "cabeça" e "coração" foram levadas para a arena política, na qual a "direita" é conservadora, e a "esquerda”, liberal.<br />Não deve ser surpresa para nenhum de nós que os pintores e estudiosos de Florença estivessem mergulhados nas tradições eso­téricas do culto secreto e sua heresia. Cosme de Médici estabeleceu nessa cidade a sua extensa biblioteca de obras dos clássicos gregos, latinos e árabes, em meados do século XV, apesar da influência repressora da Inquisição. Florença era um solo fértil para artistas e poetas sofisticados, e eles corriam para lá, por considerá-la um cen­tro de iluminação, um núcleo de conhecimentos. Os estudos de li­teratura clássica, alquimia e esoterismo floresceram naqueles círculos e disseminaram-se nos ambientes intelectuais de toda a Europa.<br />Outros Símbolos Suspeitos na Arte<br />Há uma obra pintada por um artista medieval não identificado, hoje exposta no museu do Louvre, que mostra Maria Madalena em uma posição conhecida como a pose de Astarté: ela segura os seios com as mãos em concha. Essa pose é vista com mais freqüência em estátuas da Deusa da Fertilidade do Oriente Médio, que é a mulher do Deus-Sol sacrificado. Não se pode negar que essa pintura seja pelo menos um pouco surpreendente!<br />Em outro quadro supostamente ortodoxo do século XVI, feito por um pintor alemão anônimo, Maria Madalena aparece com uma luva preta na mão esquerda. Essa é uma referência clara à linhagem mater­nal da "Viúva Sião”, cujos filhos eram negros e "não reconhecidos nas ruas" (Lamentações 4:8). Nessa obra, a palma da mão de Maria é ressaltada. As marcas-d'água de Provença faziam uso freqüente dessa parte do corpo como um importante símbolo (figura 13). Seu significado é "mantenha a fé, a promessa do Messias davídico!”.<br />A palmeira também é um símbolo importante de Israel e da casa do rei Davi. Ela se refere a passagens dos Evangelhos nas quais o povo espalhou folhas de palma diante de Jesus, aclamando-o o filho de Davi quando ele entrou em Jerusalém no lombo de um jumen­to. Em grego, o termo que designa palmeira é o que corresponde a fênix. Até esse jogo de palavras tem associações medievais com Jesus. A mítica ave "palmeira" renasceu de suas próprias cinzas e era um símbolo da ressurreição. As marcas-d'água de Bayley foram tiradas de Bíblias escritas em outras línguas européias além do francês, por isso a interpretação desses jogos de palavras também deve ser levada em consideração.<br />Outras obras que parecem conter usos conscientes do simbolis­mo esotérico são as do pintor italiano Carlo Crivelli (1430-1493). Várias de suas pinturas da Madona e do Menino Jesus mostram um muro rachado com uma mosca dentro. Acredito que a rachadura representa a defeituosa construção da doutrina ortodoxa, enquan­to a mosca sugere a corrupção. Acima da cabeça da Madona há uma penca de frutas que inclui um pepino verde. A referência nesse caso pode ser ao lamento do profeta hebreu Isaías pelo fato de a filha de Sião ter sido deixada "como a cabana no vinhedo, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada" (Isaías 1:8). As marcas-­d'água de Bayley incluem abóboras e pepinos que ilustram o la­mento. Esse simbolismo se refere não à Igreja de orientação ortodoxa, mas à filha exilada de Sião, à Igreja secreta alternativa do Graal, à "cidade sitiada”. Essa pintura deve ter feito a Inquisição tremer.<br />Há também uma obra de Crivelli, pintada aproximadamente em 1473, que exibe a Madona e o Menino Jesus entronizados, com peixes gravados em ambos os lados do trono, uma referência à era de Peixes. Jesus era considerado pelos herméticos e alquimistas medievais o Senhor da era de Peixes do zodíaco astrológico, o por­tador do sinal do peixe.<br />Muitas pinturas medievais e renascentistas da natividade de Jesus mostram uma gruta, um pobre abrigo ou uma caverna em uma colina cercada de colunas partidas de edificações e de templos da era clássica. Essas obras ilustram o entendimento de que seu nascimento coincidiu com a dissolução de uma era anterior e o iní­cio de uma nova era. Em Mateus 2:2, os três Reis Magos relatam ter avistado a estrela do Menino quando ela surgiu ao leste. A palavra mago significa "homem sábio, sacerdote ou astrólogo': e a nova constelação que ascendia quando Jesus nasceu era a de Peixes. Um importante exemplo do tema da era que termina e da que nasce é encontrado no quadro de Botticelli denominado Adoração dos magos, no qual o abrigo provisório da cena da natividade é cercado pelas colunas partidas do Império Helênico.<br />Santa Maria Madalena, uma pintura finalizada em 1528 pelo mestre holandês Jan van Scorel, retrata Maria Madalena com um grande vaso, similar aos que representavam o Graal nas marcas­-d'água. Ela está sentada perto do tronco quebrado de uma gigan­tesca árvore, com um galho de folhas verdes acima da cabeça. A manga esquerda de seu vestido é decorada com fileiras de pérolas formando letras X. Em volta do pescoço há letras hebraicas bor­dadas, indicando a sua origem de nascimento. A pérola é, com fre­qüência, associada a Maria Madalena provavelmente porque a "pérola de grande valor", como o próprio Graal, é algo tão precioso que precisa ser procurado.<br />Outro pintor que associa a pérola a Maria Madalena é George de la Tour (1593-1652). Esse artista, que nasceu em Lunéville, Lorena, pintou seis diferentes versões da Madalena penitente. Em todas as obras, uma mulher está de blusa branca e saia verme­lha, as cores da Noiva-Irmã, símbolo da combinação de paixão e pureza. Ela está sentada em uma cadeira, contemplando vários itens: uma caveira, uma vela, um espelho ou uma grande pérola. A mulher aparece, invariavelmente, grávida.<br />Acho muito interessante que o termo sub rosa signifique algo feito em segredo. A expressão "sob o signo da rosa" tem um senti­do bastante específico para os iniciados. Como vimos, para eles o segredo é a rosa - a rosa vermelha da "outra Maria': a Maria que representa Eros, o aspecto nupcial apaixonado do feminino que foi negado pela Igreja estabelecida. Eros é um anagrama de rosa, e essa flor tem sido consagrada às Deusas do Amor desde a Antiguidade.<br />Os rosa-cruzes, cujas sociedades secretas proliferaram durante o século XVII - mas que, provavelmente, se originaram muito tempo antes -, usavam o símbolo da cruz cor-de-rosa, cujo real significa­do só era conhecido por um pequeno grupo de iniciados. Essa não era a cruz ortodoxa de Pedro e Jesus, a t que foi repudiada pelos hereges como um impiedoso instrumento de tortura. A sua cruz era o X vermelho da iluminação verdadeira, símbolo de lux ou "luz”. Entretanto, como a versão que tinham da vida e da natureza de Jesus estava em desacordo com a da Igreja de Roma, ela recebeu a "censura máxima" (censura X) e foi condenada e repudiada.<br />O sentido pejorativo da letra X na linguagem moderna - por exemplo, nos filmes de censura X (como os de sexo explícito) ou na maneira de marcar as respostas erradas de uma prova - é uma evidência do poder que o vencedor tem de destruir os vencidos e reescrever a história. A Igreja oficial desacreditou o X e o tornou um anátema na comunidade. Um uso anterior dessa letra, porém, foi observado em documentos, substituindo assinaturas. Podemos quase visualizar um herege torturado sendo forçado a assinar a sua confissão e, em vez disso, optando por marcá-la com esse símbolo. Esse é exatamente o tipo de "desinformação" capciosa que os pri­sioneiros da fé teriam considerado gloriosamente irônico.<br />A Cruz de Santo André<br />A prevalência do símbolo X na Idade Média e os significados que ele transmitia não podem ser menosprezados. Em algum momen­to, o X tornou-se associado ao termo antiestablishment. No século XIV, uma lenda sobre essa cruz circulava na Europa, talvez em decorrência da história de um livro do século XIII, de Jacobus de Voragine, intitulado Lenda áurea, que era então muito popular. A história dizia que Santo André fora martirizado em uma cruz de lados iguais, colocada de forma inclinada, o que parece ter sido uma tentativa de legitimar o X esotérico que estava sendo usado em pinturas - aquele que significava luxo André, o irmão de Pedro, primeiro apóstolo a encontrar Jesus, foi o santo escolhido para ter a honra de ser associado a essa cruz. A lenda provavelmente foi uma tentativa de dar preferência a essa ligação entre Santo André e o X e tornar esse símbolo mais importante do que a cruz venerada na Igreja de Pedro, além de estabelecê-lo como anterior.<br />Pelo fato de ter sido o primeiro a conhecer Jesus, Santo André teria uma certa prioridade sobre seu irmão Pedro. O nome de Pedro significa "pedra”. O nome André origina-se de andro, que sig­nifica "homem”, um contraste que não pode ter sido subestimado pelos hereges. Santo André tornou-se patrono da Escócia, consi­derada um refúgio dos templários após a purgação sofrida pela ordem em 1307. Sua cruz vermelha ainda figura na bandeira da Grã-Bretanha, sobreposta à cruz da Igreja de Roma.<br />Outro santo freqüentemente associado ao X era São Jorge ­denominado o Cavaleiro da Cruz Vermelha -, sempre retratado segurando um escudo branco no qual há uma cruz vermelha. Segundo a história, ele matou um dragão e salvou uma dama em perigo. A "besta" é, invariavelmente, uma ameaça à "mulher" (Apocalipse 12:6), enquanto a cruz vermelha é associada ao resgate dessa figura feminina (e, hoje, é um símbolo do atendimento de emergência - os símbolos correm profundamente em nossa cons­ciência e estão sempre aflorando). Os cruzados europeus tiveram o primeiro contato com o culto de São Jorge no século XI, durante sua estada nas cidades orientais do Império Bizantino. Na tradição popular do Cavaleiro da Cruz Vermelha, ele é chamado de "o sem­pre verde" e é o patrono das mulheres estéreis. A cura do solo árido e da "terra abrasada" é, sempre, associada ao X vermelho!<br />Os dois santos do X eram populares em toda a Europa. Um terceiro santo que costuma carregar um escudo com uma cruz vermelha é São Miguel, o arcanjo, outro defensor da "mulher" (Apocalipse 12:7), que, finalmente, vence a "besta': Na iconografia cristã, Miguel, a "ima­gem viva de Deus”, é identificado com o deus Hermes. Muitos artistas medievais parecem tê-lo incluído intencionalmente junto a André e Jorge em suas pinturas, talvez para terem mais uma boa desculpa para inserir o código vermelho X, a "cruz vermelha”, em seus trabalhos.<br />É claro que nem todos os artistas usavam os símbolos conscien­temente, mas muitos parecem ter feito isso como uma maneira de exibir sua verdadeira lealdade bem diante dos olhos da Inquisição. De certa maneira, eles eram como prisioneiros de guerra enviando o Salmo 23 ou seu hino nacional em código Morse para transmi­tirem esperança uns aos outros enquanto estavam presos. Ou eram como as palavras iniciais do discurso de posse do papa João Paulo II, em outubro de 1978: "Quando a Lua brilha sobre Czestochowa" - o primeiro verso de uma poesia polonesa de grande intensidade pa­triótica, que levava aos que lutavam pela liberdade do pais uma empolgante mensagem de esperança. Da mesma maneira, o X ver­melho na arte medieval assinalava a inabalável solidariedade com a tradição secreta herética. Parece quase desnecessário lembrar que tanto os hereges do Graal quanto os ativistas do movimento antico­munista Solidariedade, que surgiu durante os anos 1980 na Polônia, consideravam sagrada a imagem da Madona Negra. Há dois milê­nios ela tem sido a adorada patrona dos que lutam pela liberdade!<br />Muitos dos que desenharam as marcas-d'água na Europa e diver­sos pintores religiosos eram, certamente, ortodoxos. E houve trova­dores que apenas copiaram os temas e as frases de cantores que os antecederam. É preciso tomar os exemplos mais primitivos e exami­ná-los com bastante cuidado, como fiz com as cartas do tarô, para identificar aqueles que estavam promulgando as doutrinas da here­sia conscientemente. Mas as evidências indicam que muitos artistas e poetas importantes marcaram intencionalmente seus trabalhos com os sinais de sua Senhora, a Madalena. E a Inquisição, sem saber o que procurar, não prestou atenção no X e racionalizou vários símbolos para adequá-los às suas doutrinas da melhor maneira possível. No entanto, quem possui olhos para ver não pode ignorar que uma romã repleta de sementes vermelhas não é um símbolo espiritual, sobretu­do quando a pintura a exibe no colo de uma pessoa!<br />A origem do X vermelho como símbolo pejorativo de material de sexualidade explícita parece ter origem na Igreja secreta do Graal e em seus seguidores. É como se a Igreja oficial associasse essa letra às tentações e aos sinais "do mundo, da carne e do diabo" - resumi­dos, como sempre, no feminino, no oculto e na "sinistra': Mas o significado arcaico do X, a união entre masculino e feminino em uma parceria sagrada e igual, é inseparável de sua própria estrutu­ra: uma combinação (ou "núpcias") do antigo e arquetípico V, o cálice feminino, e o 1\, a lâmina masculina.<br />CAPÍTULO VII<br />O Unicórnio e a Dama<br />Os temas do Casamento Sagrado e da Noiva Perdida na cultura ocidental nos levaram a explorar enigmas da arte medieval que podem ser esclarecidos pelos dogmas da heresia do Graal. Entre essas obras de arte estão as fabulosas tape­çarias com unicórnios, importantes relíquias da Idade Média. Já foi sugerido que a série de tapetes denominada La Dame à la Licorne (A dama com o unicórnio), em especial, ilustra uma doutrina inespecífica dos cátaros. Estou convencida de que foi a heresia albi­gense do Graal que inspirou o artista a desenhar essa sutil obra­-prima - em homenagem à Noiva.<br />Segundo os estudiosos do assunto, o unicórnio era um animal mítico que já fora mencionado nos tempos clássicos pelos gregos Ctésias de Cnidos e Aristóteles e pelo historiador romano Plínio, entre outros. Não se tem absoluta certeza da origem desse mito, mas a pintura de um antílope de perfil em um mural da Idade do Bronze (2000-1500 a.C.) parece-se muito com o mítico unicórnio: o segundo chifre não fica visível atrás do primeiro. Essa é uma das possíveis fontes dessa lendária criatura, que se assemelha a um ca­valo com um único chifre. O Physiologus (Fisiólogo), livro sobre animais estranhos escrito no século III d.C. em Alexandria, reuniu mitos de várias espécies. O feroz unicórnio foi mencionado como um animal que não podia ser capturado por caçadores, mas que era atraído para dormir no colo de uma virgem, única ocasião em que poderia ser preso. Essa obra foi amplamente traduzida por mais de mil anos, e suas lendas circularam por toda a cristandade.<br />Os patriarcas da Igreja primitiva reconheceram o unicórnio como uma figura de Cristo, tradição que se estendeu até à Idade Média, quando eram atribuídos poderes especiais de cura a esse animal. O pó do chifre dessa criatura mítica fazia parte de qualquer estoque farmacêutico da época. Dizia-se ser possível purificar águas venenosas mergulhando nelas o chifre mágico. Em algumas repre­sentações da arte medieval, esse animal aparece molhando o chifre em uma fonte. Outras obras o retratam com a cabeça no colo de uma donzela, que, em geral, aparece sentada em um jardim cerca­do ou em uma paisagem com flores ao fundo. O unicórnio é um dos símbolos mais comuns nas marcas-d'água albigenses, o que já é um importante motivo para se examinar exemplos desse tema na arte e nas lendas.<br />Embora os apologistas medievais da ortodoxia tivessem lutado para dar um significado místico à lenda do unicórnio, as cono­tações do jardim e das imagens da besta de um só chifre no colo da donzela estão indiscutivelmente ligadas ao Cântico dos Cânticos. Intérpretes ortodoxos tentaram igualar o jardim cercado à virgin­dade de Maria, a mãe de Jesus, mas não era isso o que estava escrito na referência bíblica ao "jardim cercado”, encontrada no Cântico: "Jardim cercado é minha irmã, minha noiva, sim, jardim cercado, fonte selada" (4:12) e "Entro no meu jardim, minha irmã, minha noiva" (5:1). O Cântico completo exalta as delícias dos sentidos-­fragrâncias, gostos, visões e sons do jardim onde os noivos estão unidos. Sua cama é o gramado: "O nosso leito é viçoso" (1:15).<br />A Igreja, na tradição judaica, insistiu durante séculos que esse cântico dos amantes arquetípicos era uma alegoria mística, mas já observei que suas imagens eróticas são similares à poesia ritual do Casamento Sagrado, do Oriente Próximo. Estou convencida de que a dama do jardim retratada nas tapeçarias do unicórnio é a Noiva-Irmã do Cântico dos Cânticos. Isso não impede uma inter­pretação mística dessa tapeçaria ou do Cântico, apenas a antecede e a enriquece.<br />La Dame à la Licorne<br />A tapeçaria La Dame à la Licorne, exposta no museu de Cluny, em Paris, exalta o feminino e as delícias dos sentidos. Nos seis painéis da peça, a moça aparece em um fundo vermelho coberto com minús­culas flores e animais de todos os tipos, inclusive coelhos, que, dada a sua reputação de grande fertilidade, eram dedicados à Deusa do Amor. Está vestida com brocados floridos e usa jóias, enfeites e pen­teados do final do século XV. Ela segura um espelho, símbolo mais freqüentemente associado a Vênus/Afrodite, no qual o unicórnio está refletido. Ladeando-a, em cada painel, vê-se um leão (de Judá) e o próprio unicórnio, dois símbolos medievais de Cristo.<br />No primeiro painel da tapeçaria, o unicórnio levan­ta a saia da donzela, e seus cascos descansam, confortavelmente, no colo dela! O leão está segurando um estandarte que apresenta as cores da Deusa Tripla: vermelho, branco e azul-escuro. É uma ban­deira vermelha com três luas crescentes sobre uma fita azul-escura. Como a lua crescente é um símbolo da "donzela': o estandarte anun­cia que a moça é a Noiva-Irmã esperando por seu Noivo no jardim.<br />Até a bandeira da tapeçaria revela uma provocante associação com o Cântico dos Cânticos: "E o seu estandarte sobre mim era o amor" (2:4 - NVI). No Cântico, a Noiva é convidada para um ban­quete dos sentidos, e aquele que segura o estandarte do amor é o seu Noivo. Alguns estudiosos sugeriram que essa tapeçaria pode ter sido desenhada como um presente de aniversário para uma noiva em particular, possivelmente uma filha da família La Vista, de Lyon, no Sul da França, cujo brasão heráldico exibia essas três luas cres­centes.2 Ao contrário, acredito que essa família acabou ligada a esse timbre pelo fato de já possuir a maravilhosa tapeçaria com o estandarte. Uma fita idêntica com três luas crescentes aparece no brasão de armas de Lunéville, em Lorena.<br />O simbolismo da tapeçaria fornece um maravilhoso buquê que inclui os cinco sentidos, exaltando cada um deles separadamente. O primeiro painel, no qual a donzela segura um espelho, ilustra a "Visão”. No segundo, denominado "Som': ela está tocando órgão. No terceiro, chamado "Paladar': ela aparece pegando doces de uma tra­vessa. Em "Olfato”, o quarto painel da série, a moça molda uma coroa de cravos, enquanto sua criada segura um jarro com pervincas em flor. John Williamson, um medievalista e estudioso das plantas, fez uma análise detalhada do simbolismo da flora nas tapeçarias do unicórnio expostas no Cloisters, uma extensão do Metropolitan, o famoso museu de artes de Nova York. De acordo com essa pesquisa, o cravo era um símbolo medieval do noivado, e a mirta, do casamento!<br />No livro The Oak King, the Holly King and the Unicorn (O rei car­valho, o rei do azevinho e o unicórnio), Williamson observa que muitas árvores e plantas das tapeçarias do unicórnio eram utiliza­das para tratar problemas de fertilidade (goiveiro, cravo-da-índia, margarida, violeta) ou eram consideradas afrodisíacas (pé-de-be­zerro, pervinca e uma espécie peculiar de orquídea). Esse fascinante estudo é baseado na história natural da Idade Média, com as lendas e a sabedoria que envolviam suas plantas. O livro de John Williamson refere-se claramente aos sete painéis das tapeçarias do unicórnio exibidos no Museu Metropolitan, mas flora e fauna similares são encontradas nas tapeçarias do Museu de Cluny. Acredita-se que os trabalhos de ambas as séries foram tecidos na mesma época, em tomo do final do século XV, provavelmente na área flamenga da cidade de Bruxelas, e que os desenhos foram feitos por um artista francês desconhecido. Em vários painéis dessas tapeçarias vemos o cravo (noivado), a violeta (luxúria), a rosa (amor) e a pervinca (casamento) com árvores de carvalho (princípio solar), azevinho (princípio lunar), laranja (união conjugal dos sexos), romã (fecun­didade feminina) e pinho (fertilidade masculina).<br />Segundo algumas interpretações, esses painéis retratam um namoro medieval ou, talvez, o culto do amor fidalgo. É bastante claro que a progressão da série vai se tornando cada vez mais ínti­ma. No quinto painel, o "Tato", a moça acaricia o chifre do uni­córnio. Ela mesma segura o estandarte, e o coelho brinca com uma minúscula flor vermelha em forma de X. Isso poderia ter sido acidental, mas não acredito nessa hipótese. A mu­lher nesses painéis é a Domina dos trovadores, a Amada. Ela é tam­bém, obviamente, o protótipo da alma da qual Cristo é o Noivo místico. O êxtase do casamento místico é prenunciado no mundo físico. Assim, as tapeçarias podem ter tido o objetivo de refletir as duas realidades: a transcendental e a terrena.<br />O sexto painel mostra uma tenda azul-escura, mantida aberta pelo leão e pelo unicórnio, que carregam os estandartes da Noiva-Irmã. A moça tirou o colar e o está entregando à criada. Essa jóia também é mencionada nos Cânticos: "Enlevaste-me o coração com um dos teus olhares, com um dos colares do teu pescoço" (Cântico dos Cânticos 4:9). Acima da tenda, que representa o santuário, aparecem as palavras A mon seul desir (Para o meu próprio desejo). A tenda é a câmara nupcial do Casamento Sagrado, onde a Noiva espera por seu Noivo: "Deixe o meu amado entrar nesse jardim e comer os seus excelentes frutos" (Cântico dos Cânticos 4:16).<br />O Noivo de Israel<br />O unicórnio é mencionado no Salmo 92, na versão grega da Bíblia, o Septuagint: "Meu chifre será louvado como o chifre do unicórnio, será ungido com o óleo fresco." Esse texto associa o unicórnio à unção do rei e ecoa o versículo do Salmo 23, no qual o rei se dirige à deidade feminina: "Unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda:' Talvez o unicórnio tenha se tornado um antigo símbolo dos reis de Israel por causa dessa associação entre o seu chifre e a unção do rei.<br />Essa passagem também pode ser a fonte de uma conhecida asso­ciação da mítica besta com Jesus Cristo, o Messias Ungido de Israel. Todas as profecias e todos os salmos do Messias davídico na Bíblia hebraica eram entendidos pelos exegetas do cristianismo primitivo como uma referência também a Jesus. A unção do "chifre" ou da "cabeça" do Noivo/Rei era parte de um antigo ritual do hieros gamos. É claro que a Igreja medieval teria ignorado as conotações sexuais do chifre solitário, ressaltando o simbolismo da força e da pureza. No entanto, é estranho que o unicórnio da lenda seja atraído para colocar a cabeça no colo de uma virgem.<br />A poesia do ritual do hieros gamos, escrita em sumério antigo para a Deusa do Amor, Inana, inclui os versos:<br />O rei vai de cabeça erguida para o colo sagrado,<br />Segue de cabeça erguida para o colo sagrado de Inana,<br />O rei está chegando com a cabeça erguida,<br />Chegando à minha rainha de cabeça erguida...<br />O Noivo/Rei de "cabeça erguida" ou de "chifre" procura, inevi­tavelmente, o colo da Noiva para a consumação do Casamento Sagrado. O mesmo faz o mítico unicórnio. O significado erótico das imagens não pode ser ignorado. Embora as tapeçarias tivessem sido tecidas na aurora do Renascimento (1500 d.C.), a história do unicórnio com a cabeça no colo da virgem originou-se no mundo clássico, período em que eram rotineiras as imagens do rei sagrado e de seu casamento com a Deusa do Amor.<br />O atributo mais importante do rei sagrado era a virilidade e sua mais importante função era a de proteger os seus domínios. Mais tarde, isso foi traduzido na habilidade de gerar filhos. Sem her­deiros, um rei era considerado fraco, e o futuro de seu reino, incer­to. Essa realidade física aplicava-se aos monarcas da Europa com a mesma intensidade com que se referia aos reis de tempos mais pri­mitivos. Sem dúvida, o mundo medieval compreendia a natureza erótica das tapeçarias, principalmente se levarmos em consideração o fato de que os painéis que hoje estão expostos no Cloisters já enfeitaram os dormitórios do duque de La Rochefoucauld, pro­prietário dessas peças no século XVI. O castelo de Verteuil, que ele possuía, fica a aproximadamente oitenta quilômetros de Albi, que foi o centro da heresia albigense.<br />O lugar que as lendas e os contos populares ocupam na história cultural é de enorme importância. A questão principal não é de onde veio essa história. Mais relevantes são as perguntas: por que essa história em particular era tão apreciada? O que ela significava para as pessoas da época? O que havia nela que tocava tanto o coração e as mentes dos que a ouviam? A lenda do unicórnio deve ter atingido um ponto especial da vida dos europeus medievais, uma vez que foi fruto de uma enorme atenção.<br />A Heresia do Graal e o Unicórnio Caçado<br />A história do unicórnio perseguido e morto impiedosamente deve ter representado a versão "herética" da vida de Jesus, que incluía a sua masculinidade humana. A imagem de Jesus casado era um anátema para a Igreja oficial de Roma. Em sua análise das tapeçarias do unicórnio, John Williamson observa que esse animal era um símbolo da virilidade masculina. Concordo plenamente, observando que o unicórnio continuou a aparecer em trabalhos de arte e que sua popularidade era tanta que os apologistas da doutri­na tentaram desesperadamente lhe dar interpretações místicas e ortodoxas, desviando-se, de maneira consciente, das evidências físicas. As explicações oferecidas chegavam a ser bizarras. Uma das interpretações tradicionais do unicórnio com a cabeça no colo da donzela é a de que a mulher é a Virgem Maria, e o animal é Cristo tentando tornar-se encarnado em seu útero. Essa explicação igno­ra, porém, o significado fálico da cabeça do unicórnio, de seu chifre levantado e do colo da donzela. Essa mulher, com toda certeza, representa a deusa do mundo antigo, sentada no jardim, esperando para abraçar o Noivo/Rei.<br />Como o mítico unicórnio, que preferia morrer a ser escravizado, a heresia albigense do Graal foi impiedosamente caçada. As tape­çarias expostas no Cloisters revelam detalhes da lenda. No primeiro painel, os caçadores aparecem preparando-se para a caçada. O unicórnio, no segundo painel, está ajoelhado diante de um rio que se origina de uma fonte. Ele está.molhando o chifre, e diversos ani­mais esperam para beber da água.<br />Essa cena tem profundas associações simbólicas com a heresia, cujos pregadores itinerantes eram conhecidos como cátaros, ou "os puros': As "águas da verdade" fluindo da Igreja Católica eram consideradas poluídas pelos hereges, pois elas estabeleciam falsas doutrinas, principalmente as que se relacionavam à natureza humana de Jesus. O chifre representa, de maneira simbólica, a vi­rilidade de Jesus, exatamente a doutrina que estava no âmago da heresia. Assim, para os hereges, o chifre do unicórnio purificaria o maculado ensinamento da Igreja.<br />Em seu maravilhoso livro, Williamson observa que muitas das plantas que crescem perto do rio são tóxicas, refletindo a água venenosa que se origina da fonte poluída. Ele enfatiza, ainda, que é muito significativa nesse painel a presença da maligna Silene latifólia, ou "flor-da-morte", também conhecida como "flor-do-diabo”, ocupando um lugar de destaque. entre as pernas do caçador central, avisando de sua terrível intenção.<br />No terceiro painel da tapeçaria, os caçadores estão ao redor de um riacho tentando espetar o unicórnio com suas lanças. Na quarta peça, ele aparece defendendo-se, chutando com ferocidade e ferindo um dos cães. Esse é um estranho simbolismo para Cristo, que teria seguido docilmente para seu destino na cruz, segundo a história. Mas é um retrato preciso dos cátaros albigenses, que defenderam sua terra natal, Provença, com toda a bravura contra os opressores mercenários do Vaticano e do rei da França por toda uma geração, antes de sucumbirem a uma força superior, em Montségur.<br />O quinto painel é, infelizmente, composto de dois fragmentos dos quais falta um grande pedaço. O unicórnio conseguiu chegar ao jardim, que está cercado de rosas vermelhas e brancas crescendo ao longo de uma cerca. A mulher nesse fragmento é a criada da mulher do jardim, cuja delicada mão (a única parte dela que per­maneceu) acaricia o pescoço do unicórnio. O resto da tapeçaria, a parte que retrata a donzela, é a única que falta dos sete painéis. É impossível não questionarmos se essa perda foi intencional! Com toda certeza, a mulher estava segurando o espelho universalmente associado à Deusa do Amor. Em minha opinião, é pouco provável que esse pedaço da tapeçaria tenha sido destruído por acidente, uma vez que todos os outros painéis permaneceram intactos. O unicórnio devia ter os cascos no colo da moça, como nas outras séries de tapetes. Ou outro símbolo. no painel pode ter deixado a identidade da Deusa do Amor tão óbvia que foi intencionalmente destruído por um bem-intencionado guardião da fé ortodoxa, assim como os trunfos do tarô que retratavam A Papisa e a Imperatriz no baralho de Carlos VI devem ter sido eliminados por exibirem símbolos heréticos.<br />Na sexta tapeçaria da série da caçada, o unicórnio foi brutalmente sacrificado, e sua carcaça, jogada sobre um cavalo. A Igreja oficial caçou e sacrificou o fantástico animal - e o Cristo dos hereges está morto, assim como suas doutrinas, suas famílias e suas esperanças para o milênio. Segundo os estudos de John Williamson, a flora e a fauna desse painel refletem a morte do unicórnio, vencido e traído, e sua jornada para a esfera do submundo.<br />Nós já observamos que a linguagem de êxtase usada nas canções dos trovadores foi, mais tarde, "purificada" pela Igreja e moldada para referir-se à Virgem Maria e ao Cristo, alcançando ápices su­blimes nos escritos dos místicos medievais. Eu não me contento com a interpretação tradicional da caçada do unicórnio, culminando com a morte da mítica criatura de um só chifre no sexto painel e sua ressurreição no jardim cercado, na sétima peça. Acredito que isso tenha sido uma tentativa feita ex post facto, ou seja, retrospec­tivamente, para dar um sentido místico cristão a essas magníficas obras de arte heréticas. Assim como igrejas cristãs foram erguidas em santuários de deidades pagãs, e nomes e lendas cristãos foram dados a antigos deuses e deusas, a Igreja também tentou interpre­tar o unicórnio de maneira ortodoxa. Mas, por mais que tencio­nasse racionalizar, esse animal sempre foi e sempre será um símbo­lo particularmente exótico da virilidade do Noivo/Rei.<br />O tema da fertilidade e da sexualidade é ressaltado pela ico­nografia das árvores nas tapeçarias. Os frutos do carvalho e dos pi­nheiros são imagens visuais da masculinidade. A laranjeira expressa a união conjugal dos sexos: suas folhas, seus botões e seus frutos estão presentes na árvore, todos ao mesmo tempo, e seus botões eram tradicionalmente carregados pelas noivas. Outra tradição também é a romã, que simboliza a fecundidade feminina, "repleta de sementes”. O azevinho é o feminino, produzindo botões brancos e frutos ver­melhos, as cores da paixão e da pureza - a Noiva-Irmã. Suas folhas, contudo, são sempre verdes e com pontas, representando o masculi­no. Essa planta, muito usada para simbolizar o Natal, parece expri­mir a encarnação dos aspectos masculino e feminino de Deus. E é interessante observar que se trata de um arbusto que precisa de fer­tilização cruzada para produzir seus belíssimos frutos vermelhos.<br />Acredito que o unicórnio das tapeçarias representa o Jesus viril da heresia do Graal. Sua reputação de purificar as águas é clara. Era esse o clamor dos cátaros desde o início, o de que suas doutrinas eram mais puras - ou seja, mais próximas da fé dos apóstolos - do que as da Igreja romana. Como o unicórnio, a versão da fé cristã dos hereges foi abatida, traída e brutalmente sacrificada. Mas, como a verdade é eterna e não pode ser destruída, no fim o unicórnio descansa sob a romãzeira no jardim cercado.<br />O sétimo painel, que não fazia parte da série original, acrescenta um desenrolar inesperado à história. Nessa peça, o fantástico unicórnio está cercado pelos símbolos florais medievais de noivado, fertilidade e sexualidade - inclusive potentes e popu­lares afrodisíacos! O tipo de orquídea que é colocado de maneira evidente sobre o corpo branco do unicórnio é chamado, em francês, de testicule de prête, que significa "testículo de padre”. O pé-de-bezerro é um ícone da relação sexual, enquanto a pervinca tem fama de gerar o amor entre o homem e a mulher. A bistorta ajuda a fertilidade, a seiva do dente-de-leão aumenta o fluxo de sêmen, a violeta representa a luxúria e o cravo-da-índia simboliza a fertilidade feminina. Todas essas plantas simbólicas estão cuida­dosamente identificadas na obra de Williamson. A seiva vermelha que marca a pelagem branca do unicórnio vem do fruto extrema­mente maduro da romã posicionada acima, um antigo símbolo da fertilidade do útero. E, situada de forma proeminente no centro da figura, está uma flor comum, a íris, o modelo da flor-de-lis - ou a "pequena espada" dos merovíngios.<br />No último painel, o unicórnio está descansando em um jardim cercado, que é o símbolo da Noiva. Assim como os dogmas da here­sia, ele não morreu - está muito vivo! Do sétimo painel, ele provo­ca a Igreja oficial. Ninguém pode matar a verdade nem mesmo o rei sagrado: ambos têm maneiras de sobreviver às mais atrozes tor­turas e de se renovar! As tapeçarias do unicórnio, que pertenciam a famílias do Sul da França que sabiam de seu valor, podem ser interpretadas, sem dificuldade, como ilustrações da importante e não reconhecida heresia da Idade Média, a heresia da virilidade física de Jesus e de seu papel como o sacrificado Rei/Noivo de Israel, que ecoou nos mitos celtas e do Oriente Próximo.<br />Há outra pista nas tapeçarias do unicórnio que as liga, de forma indelével, à heresia. Nós já identificamos os símbolos predomi­nantes da Deusa do Amor - as rosas, a lua crescente, os coelhos e o espelho - e sabemos que tanto o leão quanto o unicórnio são sím­bolos de Jesus Cristo e dos reis de Israel. Nas tapeçarias do Museu de Cluny há dois painéis em que a letra X enfeita os ombros do vestido da donzela, o que poderia ser um simples acaso. Contudo, nas tapeçarias da caçada, no último painel, essa letra ocupa uma posição central e não pode ter sido inserida ali por acidente.<br />Nessa série, as letras A e E foram tecidas nos cantos e no centro dos sete painéis; e ambas causaram bastante controvérsia. Uma breve consulta ao livro de Bayley, Lost Language of Symbolism (A linguagem perdida do simbolismo), pode derrubar a teoria de que elas são as iniciais dos nobres que encomendaram o trabalho ou talvez de sua futura esposa (embora essa seja sempre uma possibi­lidade). A letra A, no formato em que aparece nas tapeçarias, é um hieróglifo estilizado para alef e tau, o "alfa" e o "ômega" do alfabeto hebraico. Significa "o Primeiro e o Último”. Ela é, ao mesmo tempo, um epíteto do Deus invisível e uma oração para um milênio de paz (contém a letra M em seu interior). Esse sinal predomina nas marcas-d'água da Idade Média. O livro de Bayley também fornece uma explicação para a letra E: ela significa "o Deus Vivo”. Talvez as tapeçarias tivessem sido feitas em homenagem a esse Deus Vivo, o Alfa e o Omega, e não a alguém que as tivesse encomendado.<br />Ainda mais significativo do que essas letras é o cordão que as une à romãzeira no sétimo painel da tapeçaria denominado "A caçada do unicórnio". O cordão está enrolado no tronco da romãzeira for­mando a letra X bem no meio da árvore e do painel. E para ter certeza de que esse X seria compreendido como algo consciente, ele. foi colocado ali não uma, mas duas vezes! Como os hereges usavam a letra X com freqüência como um código secreto de sua fé, não é de surpreender que ele esteja no centro do pomar cercado onde nascem romãzeiras, local de celebração do Casamento Sagrado – o jardim da Noiva-Irmã.<br />CAPÍTULO VIII<br />A Noiva no Folclore e na Lenda<br />Não posso concluir o assunto da heresia sem mencionar um tema recorrente que se relaciona a ela: o da princesa perdida, que aparece com freqüência no folclore europeu.<br />Mas, primeiramente, vamos destacar alguns pontos sobre as tenta­tivas da Igreja de Roma de sufocar a heresia do Graal.<br />No mesmo século que assistiu ao retomo dos cruzados e à irrupção das heresias, a Igreja de Roma fez uma tentativa geral de identificar Nossa Senhora, a Domina, com Maria, a mãe de Jesus. Uma nova celebração de Maria, a Festa da Imaculada Conceição, foi estabelecida em 1140 em Lyon, na região de Provença. Esse evento estimulou a interpretação de que a Virgem Maria fora concebida de maneira "imaculada" por seus pais (Ana e Joaquim, segundo a tradição da Igreja), afastando qualquer possibilidade de que fosse vista como um ser humano comum. São Bernardo de Claraval declarou que a nova festividade era algo que "os costumes da Igreja desconheciam e a razão não comprovava”). Essa doutrina equivoca­da da Virgem Maria "concebida sem pecado" refletia a visão medieval predominante, propagada pela Igreja, de que o sexo, mesmo no casa­mento) era, de alguma maneira, pecaminoso. Podemos nos pergun­tar como seria o mundo se, em vez disso, tivéssemos aprendido que o sexo é uma expressão sagrada, prazerosa e significativa do amor entre parceiros, como era no jardim do Amado.<br />É interessante observar que, no final da Cruzada Albigense, as filhas sobreviventes dos nobres daquela região foram obrigadas a se casar com descendentes das famílias do Norte do país, que, se­gundo se dizia, não haviam sido maculadas pela heresia. Como vimos, essa foi uma tentativa de dispersar a linhagem da Videira. Documentos da Inquisição evitavam mencionar esse aspecto de sua campanha contra os hereges do Sul, preferindo apontar as "doutri­nas" e práticas dos cátaros e, mais tarde, dos templários, como motivo para a perseguição. Mas, como muitos estudiosos moder­nos acreditam, os hereges albigenses, que aderiam a várias seitas e formas diferentes de persuasão, praticavam uma versão vívida e carismática da fé cristã. São Bernardo de Claraval disse sobre os cátaros de seu tempo que nenhum sermão poderia ser mais com­pletamente cristão do que o deles e que sua moral era pura.2 Mesmo assim, eles foram perseguidos e eliminados por mercená­rios a serviço do rei da França e do Papa, ajudados pela Inquisição oficialmente formada com esse propósito.<br />A fé dos hereges obscureceu-se pela inacreditável violência com que foi perseguida pelas autoridades da ortodoxia. Mas, como esta­mos vendo com esta leitura, os adeptos da heresia do Graal deixaram um legado na arte e na música que não pode ser ignora­do. O povo tem uma maneira de saber pelo coração. E a crença dos hereges ficou entrelaçada em suas histórias, em numerosas versões, algumas das quais posso citar aqui.<br />A Noiva Negra<br />Um dos rios que carregaram as águas da heresia com o passar dos séculos era formado pelos contos de fadas, que compõem o que denominamos folclore. Entre os mais populares estava a história de Cinderela. Existem dois fatos muito significativos sobre essa per­sonagem que se tornam relevantes para a nossa busca: ela era o "fe­minino perdido" - maltratada e mantida no "exílio" e na obscuri­dade, relegada à cozinha - e seu rosto, como o nome sugere, era coberto de fuligem (cinde e cendre equivalem a "cinzas"). Na ver­dade, ela era um eco da Madona Negra. A serviçal de rosto negro ou coberto de cinzas nos traz à memória a noiva de tez escura do livro de Salomão, queimada de sol em decorrência do trabalho nos vinhedos de seu irmão (Cântico dos Cânticos 1:6). Ela também nos lembra Sara, a criança de pele morena que estava no barco com Maria Madalena e sua família.<br />Cinderela é chamada Aschenputtel em alemão (asche que dizer "cinza"), outro reflexo das palavras do Livro das Lamentações que pranteiam o destino de Jerusalém e da filha de Sião: "Os que se cria­vam em escarlata abraçam montes de cinzas" (Lamentações 4:5). Cinderela, a princesa perdida cujo rosto era coberto de cinzas, finalmente se torna capaz de cumprir o seu destino como noiva do príncipe, com a ajuda de passarinhos e ratos (os elementos da natureza vêm em seu socorro!), e todas as pessoas do reino vivem felizes para sempre. O casamento invariavelmente cura a terra de­vastada nos contos de fadas europeus.<br />As feministas modernas viraram essa lenda de cabeça para baixo. Desprezando a insinuação de que uma mulher precisa do homem para ser completa, elas não perceberam o ponto principal da história: o de que é o príncipe que busca, com paixão, a sua parceira perdida.<br />O tema da "negritude" da princesa perdida mencionado em ca­pítulos anteriores - e sua identidade como Noiva-Irmã negra e filha de Sião - é importante demais para deixar de ser analisado com certa profundidade. Ele está refletido nos santuários da Madona Negra, na Europa, alguns dos quais contêm estátuas extremamente antigas.3 Acredita-se que a Nossa Senhora de Rocamadour, uma estátua que fica perto de Toulouse, no coração da região albigense, tenha sido visitada por Carlos Magno no século IX. Feita de cedro, suas mãos e seu rosto foram pintados de preto. Outras estátuas incluem Nossa Senhora de Valcourt (século X); Nossa Senhora de Myans, padroeira de Savoy (uma escultura com data anterior ao século XII); Nossa Senhora de Montserrat (século XII); Nossa Senhora de LaSarte (século XIII); e a Nossa Senhora da galeria sub­terrânea da Catedral de Chartres. Todas essas representações da Madona Negra parecem anteceder o poder da Inquisição.<br />Uma segunda estátua popular da Madona Negra está em Chartres. Lembrando da discussão sobre Boaz - a coluna esquerda quebrada do Templo de Salomão em Jerusalém -, parece mais do que uma simples coincidência o fato de que essa Madona Negra seja chamada de Nossa Senhora do Pilar. É claro que a razão óbvia é o fato de ela estar sobre um pilar. Mas alguém deve ter escolhido esse local específico para colocá-la. Seria mais uma referência ocul­ta à outra Maria, a viúva de Jesus?<br />Uma das Madonas Negras mais famosas é o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, a padroeira da Polônia, a quem o Papa João Paulo II presta especial devoção. Credita-se a ela o fato de ter protegido a nação polonesa da destruição causada pelos exércitos de Gustavo Adolfo durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Talvez uma geração futura lhe atribua o mérito de ter libertado a Europa Oriental do domínio soviético e do comunismo! A lenda diz que esse ícone de Nossa Senhora foi levado do Império Bizantino para a Polônia no século X. Curiosamente, o lado esquer­do do rosto da Madona apresenta um talho. Ela não apenas é negra como está ferida.<br />Duas pertinentes passagens das Escrituras nos ajudam a explicar o rosto ferido da Madona Negra. Uma delas está em Miquéias, apenas alguns versículos depois da referência a Magdal-eder, "for­taleza da filha de Sião”, por meio da qual o domínio (da casa de Davi) será um dia restaurado (Miquéias 4:8-10). Ele diz: "Com uma vara eles ferem a face do rei de Israel" (Miquéias 4:14). Essa Escritura é com freqüência usada para referir-se a Jesus, que foi oficialmente torturado pelos soldados romanos. O servo sofredor descrito em Isaías 53, que os cristãos consideram o protótipo de Jesus, e a Madona Negra de Czestochowa são um par perfeito. A "negritude" simbólica do servo sofredor mencionado nessa pas­sagem bíblica foi observada e aprimorada por São Bernardo de Claraval em seu comentário sobre o Cântico dos Cânticos, feito no século XII.<br />Uma famosa pintura, O caminho do calvário, do pintor italiano Simone Martini (1284-1344), retrata Maria Madalena com um talho similar no lado direito do rosto. Nessa obra, ela e Jesus usam vestes da mesma cor, mais uma vez um par perfeito. O X da cruz que Jesus carrega emoldura o torso de Maria Madalena, assim como o seu rosto aflito, marcado por uma cicatriz, é desproporcionalmente grande - como se ela, e não Jesus, fosse a figura central da cena. Parece que o tema do feminino maltratado não está representado casualmente por meio dessa outra Maria. São poucas as chances de que o X nessa pintura seja uma ocorrên­cia acidental do símbolo esotérico dos hereges.<br />A segunda referência nas Escrituras que a cicatriz da Madona Negra nos faz lembrar está no Cântico dos Cânticos. A Noiva fala da procura por seu amor que partiu: "Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me, feriram-me... os guardas dos muros" (Cântico dos Cânticos 5:7). Os "guardas dos muros" são, sem dúvida, os guardiões da Igreja oficial que não que­riam permitir que o feminino, a Noiva, se unisse ao seu Amado e recebesse o status de parceira e igual.<br />É provável que esse tema arquetípico dos amantes separados e sua busca um pelo outro ocorra em todas as línguas e doutrinas sobre a Terra. No século XII, havia uma curiosa lenda sobre uma noiva negra do Oriente Médio que procurava seu marido, um cruzado, de quem ela se separara por acidente no caminho entre sua terra natal e Londres. Diziam que essa era a história do pai de um popular herói-santo inglês martirizado, Tomás Becket, cujo conflito com o rei Henrique 11 foi muito bem documentado.<br />Thomas B. Costain, um contador de histórias do século XII, escreveu um romance baseado nessa lenda. O nome da noiva negra era Miriam, e ela levava uma criança. Durante anos sua busca foi obstruída por mercadores ambiciosos, marinheiros desalmados, doenças e privações antes de, finalmente, se reunir ao marido inglês. Essa mulher era originária do Oriente Médio, e o romance é chamado The Black Rose (A rosa negra). O jovem herói era Walter de Gurney, um nobre que trouxe de volta de sua viagem à China (entre tantas possibilidades!) o segredo da fabricação do papel, o trabalho mais comum dos hereges albigenses. O tema romântico dos amantes separados culmina no reencontro do casal: a terra infértil é curada. Seria mera coincidência o fato de Thomas Costain também ter escrito uma eloqüente história intitulada The Silver Chalice (O cálice de prata) sobre o cálice perdido que Jesus usou para beber na última Ceia? Talvez esse autor também fosse um maçom ou, quem sabe, incrivelmente intuitivo! O fascínio pela princesa perdida e o Graal não decresceu com o passar dos séculos.<br />Contos de Fadas Europeus<br />Cinderela personifica a crença de que, quando a noiva for encon­trada e devolvida ao príncipe, o reino será curado. Esse tema é recorrente em nossos contos de fadas. A questão essencial é a busca pela verdadeira companheira do príncipe. Outra variação ocorre na história A bela adormecida, em que a princesa Aurora é picada por um fuso envenenado e dorme por cem (alguns dizem mil) anos. No final, o príncipe precisa atravessar uma floresta de urzes, que cres­ceram ao redor da amada e ocultaram a sua própria existência. Somente sua forte determinação consegue unir o casal. A imagem do impetuoso príncipe abrindo caminho pelos arbustos espinhen­tos, na tentativa de encontrar sua princesa perdida, a sua "outra metade': é particularmente significativa para o nosso mundo mo­derno. O masculino ferido, brandindo a sua espada de maneira imprudente, não está apenas ferido e frustrado, mas tornou-se perigoso. Quanto mais cedo ele se unir ao seu perdido, maltratado e repudiado lado feminino, melhor será!<br />Em outro conto familiar, a princesa Branca de Neve é condena­da à morte por sua madrasta. Quase sempre há uma madrasta maligna e invejosa ou uma bruxa feia tentando manter a princesa separada de seu companheiro - ela quer impedir que a Noiva tome o lugar que considera seu. Essa mulher má vê a bela princesa através de seu espelho mágico e tenta a donzela com uma brilhante maçã que a envenena. Somente a providencial chegada do príncipe salva Branca de Neve do terrível poder da maçã mortífera.<br />Também rica em associações com a Noiva Perdida e Jesus é a famosa história Rapunzel. Agora, a donzela é aprisionada em uma torre por uma bruxa malvada, que a roubou do próprio pai. Rapunzel é famosa por seu longo cabelo e sua bela voz, a "voz da Noiva" (Jeremias 33:11), tantas vezes mencionada no folclore. Um príncipe que estava de passagem ouve seu canto e consegue con­vencê-la a jogar as tranças douradas para que ele consiga subir até à torre. Nesse aspecto, os sinais que chamam a atenção são o cabe­lo da moça e a torre, pois esses símbolos predominam nas tradições referentes a Maria, a Madalena, que secou os pés de Jesus com o próprio cabelo e cujo epíteto significa "torre" em hebraico.<br />Esses dois elementos também estão presentes nas estranhas histórias sobre Santa Bárbara, um exemplo clássico da forma como os símbolos e a identidade dos santos se misturam aos personagens dos contos folclóricos. Segundo as lendas, que hoje a Igreja consi­dera espúrias, Santa Bárbara foi uma mártir virgem, filha de um cavaleiro pagão do século III, na Síria. Ela queria ser cristã, e seu pai, horrorizado diante dessa possibilidade, trancou-a em uma torre. O sacerdote que ia em segredo instruí-Ia na fé precisava subir por suas tranças para alcançar a prisão. Por mais inacreditável que possa parecer, a história de Santa Bárbara só foi contestada em 1969, com a publicação do novo calendário da Igreja Católica Romana! Durante séculos, ela foi retratada na iconografia cristã como uma bela mulher de cabelo fabulosamente longo, carregando nos braços a sua torre.<br />O caso de Santa Bárbara tem outra característica interessante que considero de grande relevância. O nome dela significa "estran­geiro': que, nos tempos clássicos, designava qualquer um que não falasse grego, ou seja, alguém procedente de outra região. Em algu­mas versões da história de Cinderela, a pequena princesa perdida é chamada de Barbarela, porque era originária de um país longín­quo. Ela é a desconhecida, a "estrangeira" exilada. Em uma das ver­sões dessa história, Cinderela diz: "Sou uma princesa de uma terra distante. Vocês não me conhecem." Talvez a conheçamos!<br />Recordando que a palavra magdala em hebraico significa "torre" (com conotações de "fortaleza”, ou "forte"), estou inclinada a acredi­tar que a estrangeira com o maravilhoso cabelo e a torre nos braços, retratada na iconografia medieval, é, na verdade, Madalena. No Cântico dos Cânticos 8:10, a Noiva-Irmã diz sobre si mesma: "Eu era um muro, e os meus seios eram como as suas torres." Ela se referindo a si própria como uma cidade murada, ou seja, Sião. A Noiva Negra - com a torre e o glorioso cabelo longo, que são seus símbolos ­precedeu os relatos criados para explicar a história de Santa Bárbara. Ela é, com certeza, a Noiva-Irmã do Cântico dos Cânticos e a Magdal-eder de Miquéias - Maria, a filha exilada de Sião.<br />Essa conclusão intuitiva é confirmada por uma curiosa prática característica da celebração do dia de Santa Bárbara na Europa Central. Nessa data, 4 de dezembro, quando o chão está coberto de neve e as folhas das árvores já caíram, os habitantes de um vilarejo localizado em uma montanha na Silésia (Alemanha) saem para juntar galhos secos e levá-los para suas casas, onde são colocados na água. Ali, os galhos brotam em honra da Dama da Torre! Isso me parece uma lembrança folclórica da miraculosa florescência do cajado de Jessé (o galho seco dos reis de Judá) por meio da mater­nidade da Magdal-eder. Ela não é a noiva do conto de Rapunzel nem Santa Bárbara. Ela é Maria Madalena, a princesa estrangeira que veio do outro lado do mar, cuja característica física mais mar­cante em todas as pinturas medievais é o glorioso cabelo que, um dia, ela usou para secar suas lágrimas que caíram nos pés de Cristo.<br />Como mais uma confirmação dessa confusão entre Santa Bárbara e Maria Madalena, é interessante observar que essa santa é a padroeira das fortificações. A lista de profissionais que a consi­deram sua patrona inclui arquitetos, pedreiros, engenheiros mili­tares e artilheiros que constroem e defendem fortalezas, as "cidades muradas" e os castelos da história medieval. Até hoje, as cores do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos são vermelho e branco, seu emblema é um castelo com duas torres e o Baile da Artilharia é realizado no dia de Santa Bárbara - 4 de dezembro ­nas bases militares norte-americanas por todo o planeta.<br />Não tenho intenção de reproduzir neste livro todos os contos de fadas de nossa infância. O meu objetivo é apenas mostrar a prevalên­cia do tema da contraparte feminina do belo príncipe, a qual aparece sempre ferida, perdida ou aprisionada. As primeiras versões conheci­das da história de Cinderela na Europa datam aproximadamente do século IX. Nesse período, os reis merovíngios foram depostos e ven­cidos enquanto sua herança era usurpada e destruída pelos herdeiros carolíngios de Pepino, em um suposto conluio com o Vaticano. Talvez aquela "madrasta" que tentou tantas vezes eliminar a pequena princesa merecesse sua péssima reputação.<br />Tentativas de Restaurar o Feminino<br />No século XII, os esforços para resgatar a Noiva esquecida de Jesus foram frustrados pela ortodoxia. Apesar disso, o culto da mu­lher, louvada nas canções dos trovadores, continha as sementes de um novo sistema de valores que lutava para enraizar-se na Europa. Esse modelo enfatizava os ensinamentos dos Evangelhos, que pre­gavam igualdade e fraternidade, e dava também uma nova ênfase ao mundo, à carne e ao feminino. Floresciam temas como os de Carmina Burana e canções dos poetas errantes cujo lema era, significativamente, carpe diem ("aproveite o dia"). Estudantes e artistas viajavam de um lugar para outra levando a mensagem do relacionamento/Eras, plantando as sementes que, mais tarde, derrubariam os muros do establishment. Os movimentos poste­riores da Reforma foram influenciados por essas primeiras tentati­vas de quebrar as correntes da tirania.<br />Um dos legados do movimento primitivo foi o repúdio protes­tante ao celibato (e, muitas vezes, ao masculino) como pré-requisi­to para se tornar um sacerdote cristão. Mesmo hoje, a consciência crescente do feminino sobrevive em nossa compreensão da esquer­da política, que tradicionalmente se preocupa com as necessidades dos anawin, os "pequenos" das Escrituras hebraicas.<br />Como vimos, porém, os cristãos ortodoxos obrigaram o culto da mulher a ser canalizado para o culto da Virgem Maria. Os aspectos de Mãe e Irmã do feminino foram honrados, mas o da Noiva foi sublimado. A Igreja não podia aceitar a esposa de carne e osso de Jesus. A única noiva de Cristo admitida pela hierarquia era a pró­pria Igreja - toda a comunidade de crentes - ou o seu microcosmo, a alma individual. A linguagem apaixonada da poesia fidalga e das imagens nupciais do jardim foram adotadas pelos místicos no final da Idade Média. E o relacionamento com Jesus, o eterno e místico Noivo da alma, tornou-se individualizado, enquanto a doutrina do feminino foi rearticulada pela Igreja. Somente um casamento mís­tico com Jesus era permitido.<br />Em muitas pinturas da ascensão e coroação de Nossa Senhora, a Virgem Maria, a Mãe de Jesus, é exaltada como a Noiva. Nessas obras, algumas vezes ela está sentada do lado esquerdo de Deus, oposto ao de Jesus. Nesse lugar, é reconhecida como "mãe de todos”, modelo da Sagrada Mãe Igreja. Nesse sentido, a Virgem Maria ofe­receu à Igreja Católica uma forte presença feminina, mas sempre ao arbítrio da hierarquia masculina. Ao elevar a mãe de Jesus à condição de Rainha do Paraíso no paradigma celestial, pelo menos uma bela imagem do princípio do eterno feminino foi preservada, embora a mulher de carne e osso de Jesus fosse deliberadamente renegada.<br />Entretanto, apesar dessa negação, o povo nunca se esqueceu da mulher-criança exilada do lar, com o rosto coberto de fuligem, mal­tratada, esperando pelo cumprimento de seu destino: o casamento com o príncipe celibatário.<br />CAPÍTULO IX<br />O Deserto Florescerá<br />A lenda afirma que o Graal restaurado terá o poder de re­cuperar a terra devastada. Quando ele for devolvido ao Rei Pescador, será capaz de curar suas feridas, as origens da desolação que impera em seu reino. E o Graal, como sugerimos, é o feminino perdido - a Noiva-Irmã do cristianismo, a esposa de Jesus. Como teria sido o nosso mundo se a Noiva da cristandade jamais tivesse sido esquecida? E como será ele quando ela for reabilitada?<br />O desequilíbrio de nossas instituições fundamentais, refletindo um Deus-Pai no topo de uma trindade totalmente masculina, tem exercido uma influência devastadora no mundo ocidental. Com o ritmo acelerado dos acontecimentos, em razão dos avanços científicos dos últimos trezentos anos - especialmente dos últimos cinqüenta -, a fratura na sociedade ocidental e na psique humana tornou-se cada vez mais aparente. A poluição em nosso planeta e o flagrante abuso de seus filhos estão intimamente relacionados a essa falha essencial.<br />Se não tivéssemos perdido a Noiva, o feminino teria sido esta­belecido desde o início como parceiro igualitário da deidade mas­culina. As preferências e qualidades femininas teriam sido hon­radas com a mesma intensidade no passar dos séculos e a inte­gração resultante na psique dos indivíduos teria se disseminado em suas famílias e comunidades. A negação do feminino como par­ceiro e amigo nos roubou o êxtase e reduziu as relações entre ho­mem e mulher a uma sombra distorcida da alegria compartilhada pelo casal arquetípico no jardim. O masculino ferido, em geral excessivamente mimado e profundamente frustrado, procura o seu êxtase perdido em lugares errados - na violência, no poder, no materialismo e na busca hedonista do prazer -, sem entender que ele só pode ser encontrado na relação com o feminino.<br />Uma das realidades mais tristes de nossa cultura é o fato de o predomínio do masculino ferido ter levado ao esgotamento emo­cional. Nas situações em que o feminino não é valorizado, um homem não tem verdadeira intimidade com sua contraparte, sua "outra metade". Com freqüência, ele não consegue canalizar suas energias para uma relação amorosa, uma vez que a sua parceira não é considerada digna e respeitável. Privado de seu oposto igual, o frustrado macho dominante provoca uma combustão: "Onde o Sol sempre brilha há um deserto sob a terra." As florestas morrem, os rios secam, a terra se fende. A devastação prevalece.<br />O Paradigma da Completude<br />O Santo Graal, a Noiva Perdida de Jesus, é a parte que está fal­tando em um antigo paradigma da completude. Havia uma mandala reverenciada nas culturas mais antigas que há muito tempo foi esquecida pela civilização ocidental. Ela era baseada nos símbolos arquetípicos de macho e fêmea, na "lâmina" masculina e no "cálice”, ou Graal, feminino. Essa mandala santa é o símbolo do Casamento Sagrado. É significativo observar que esse mesmo símbolo é encon­trado nos escritos esotéricos dos mestres alquimistas medievais, que o identificavam como a "pedra filosofal" da transformação espiritual. O modelo esquecido do Casamento Sagrado entre ho­mem e mulher, céu e terra, ainda é uma mandala da harmonia, da completude e do companheirismo.<br />No período neolítico, segundo estudos recentes, houve uma época de ouro em que as diferenças entre macho e fêmea não envolviam uma acirrada luta pelo controle. Em vez disso, os rela­cionamentos fundavam-se em um companheirismo no qual os dons naturais masculinos e femininos eram aceitos e apreciados. Esse período da pré-história, que já se acreditou ser um mito, pode agora ser reconstituído por meio de artefatos encontrados em locais onde viveram civilizações que adoravam uma graciosa e ge­nerosa Deusa-Mãe. Descobertas arqueológicas comprovam a existência de sociedades nas quais os dons femininos - alimen­tação, cuidados, carinho e educação das crianças - eram honrados, nas quais a "lâmina" servia para cultivar a terra, e não para intimi­dar. Considerava-se a vida sagrada, os artistas e a sua arte flores­ciam e a criatividade era motivo de celebração.<br />Pesquisas fascinantes realizadas em todo o mundo sobre essas antigas culturas e sociedades de orientação maternal foram compi­ladas por Medin Stone, Marija Gimbutas e Riane Eisler, para citar apenas alguns estudiosos. Descobertas recentes revelaram que em numerosos santuários paleolíticos e neolíticos, datados de 7000 a 3500 a.C., a letra V era associada à Deusa-Mãe. A conclusão de Marija Gimbutas, antropóloga cultural que encontrou esse ideograma nos santuários da antiga Europa, é de que o V foi usado nos manuscritos da região e pode ter sido uma representação da deusa manifestada como uma ave.3<br />O estudo do simbolismo arcaico me faz questionar a conclusão de que o V representava uma ave. Na verdade, o V é um símbolo arcaico do "recipiente" ou "útero" de todas as formas de vida. Ele é o cálice arquetípico e simboliza a própria Terra, o único planeta que conhecemos onde existe vida.<br />Gostaria de sugerir que os símbolos arquetípicos de masculino e feminino (1\ e V) retratam um distante dualismo que pode ser recomposto e utilizado para formar um antigo paradigma da com­pletude. Essa imagem visual é, obviamente, o hexagrama. Na antiga doutrina da índia, o Casamento Sagrado do deus indiano Shiva e sua contraparte, Shakti, é representado por essa forma geométrica. De sua sagrada Dança Cósmica dos Opostos, que sim­boliza a interação entre as forças positiva e negativa, a harmonia se dissemina por todos os aspectos da vida das pessoas. Esse equilíbrio se reflete no bem-estar da comunidade e na fertilidade de suas co­lheitas e de seu gado. O hexagrama parece ter se difundido na direção do Ocidente, da Índia ao Oriente Médio e da Europa.<br />Embora o nome Eros tenha outras conotações, vou utilizá-lo para representar o princípio feminino do amor e da coesão no sentido junguiano, vinculado ao poder e à luz. Esses dois princípios são chamados yin/yang na filosofia oriental. O abandonado princípio do Eros/coesão, representado pelo V da Grande Deusa, tem sido desva­lorizado no decorrer dos séculos, desde aquele longínquo milênio, quando ele foi reverenciado. Vez por outra, o apreço pelo feminino surge e é reprimido. Nós já analisamos evidências do breve esplendor da rosa vermelha, a Noiva em Provença, no século XII, antes de ela ser forçada pela Inquisição a entrar na obscuridade.<br />Nossa adoração de uma imagem exclusivamente masculina de Deus é, ao mesmo tempo, desvirtuada e perigosa. De acordo com o princípio "Assim na Terra como no Céu': as preferências e a domi­nação masculinas fazem com que a sociedade forme instituições baseadas em um modelo "masculino': a ~, com o poder concen­trado no topo e as massas exploradas aprisionadas na base. Esse é o padrão das ditaduras e da opressão. Em uma sociedade em que o feminino recebe um quinhão igual, as crianças são alimentadas e as viúvas são consoladas; artes, literatura, música e dança são encora­jadas; a infância é feliz; o trabalho é produtivo; e as pessoas vivem em harmonia.<br />É interessante observar que após o milênio das guerras - e o conseqüente flagelo de pragas e fome que se seguiu -, as terras mediterrâneas dos impérios grego e romano, nos séculos que ante­cederam o nascimento de Jesus, desenvolveram um amplo culto de 1sis, Rainha do Céu e da Terra. Marie- Louise von Franz, estudiosa e intérprete dos trabalhos do psiquiatra Carl Jung, atribui esse culto da deusa ao fato de o sistema de consciência masculino desgastar-se. De fato, ele acaba atingindo a combustão total dada a excessiva ênfase que dedica às realizações mentais - ou do logos. Depois de algum tempo, ele precisa descansar das frenéticas atividades voltadas para o alcance de objetivos e procura sossego e abrigo no feminino, na sombra e na noite.<br />Em Alquimia, Marie- Louise von Franz observa que no fim de uma civilização patriarcal aparece a "enantiodromia" - o poder do princípio masculino "exaurido" é passado a uma "deusa" e, mais tarde, reafirma-se na nova era, que, em seguida, institucionaliza novas idéias e uma direção cultural diferente. As imagens desgas­tadas dos velhos tempos são abandonadas e outros arquétipos são encontrados para transmitir a mensagem.<br />Esse fenômeno foi ilustrado na vida da Igreja cristã primitiva quando os patriarcas tomaram o evangelho de Jesus pregado nas ruas e o institucionalizaram com normas, rituais e tratados es­critos. O princípio feminino da coesão era a prática inicial das primeiras comunidades cristãs, nas quais a unidade do Espírito havia dissolvido classes e barreiras sexuais, permitindo que mu­lheres e escravos participassem inteiramente da vida do grupo ­consentindo até que pregassem e profetizassem. Menos de um século após o seu estabelecimento, a liberdade e a igualdade dadas a mulheres, escravos e estrangeiros por meio da mensagem cristã já estavam sendo repensadas pelos homens no comando, e novas regras de comportamento ético e de práticas religiosas passaram a ser formuladas. A era da parceria teve vida curta, pois foi sobrepu­jada pelo retorno do papel masculino dominante e da relativa su­bordinação da mulher na Igreja e na sociedade como um todo.<br />O modelo hierárquico de instituições patriarcais, no qual to­das as decisões e todo o poder estão nas mãos do governante auto­crático ou da oligarquia, que fica no topo, está perdendo a vitali­dade no despertar da poderosa consciência feminina que começa a se expressar no mundo moderno. Essas instituições, que pregam a obediência total como a maior de todas as virtudes, começam a ruir sob a influência feminina da liberdade de pensamento, da criativi­dade, da intuição e da coesão. Isso conferiu visibilidade gradual aos valores que a mulher, tradicionalmente, considera mais relevantes, como a educação dos filhos e os cuidados com eles, bem como o aprimoramento da qualidade de vida. Sob a influência do princípio feminino ressurgente, existe a esperança de que todos os povos ainda venham a ser iluminados e passem a tratar com carinho da singular dádiva da vida da qual esse planeta "que carrega água" é o guardião. A "voz da noiva" (Jeremias 33: 11) está, finalmente, sendo ouvida.<br />O primeiro sinal que Winston Churchill utilizou como símbolo da determinação dos aliados em vencer a Segunda Guerra Mundial foi a letra V. Por um lapso do inconsciente, esse símbolo tornou-se, desde então, o sinal universal dos movimentos democráticos por todo o planeta. Conscientemente ou não, esse "cálice”, a letra V, é uma invocação da deusa e representa o princípio feminino do Eros! coesão. Mas o V não pode ficar só - uma sociedade baseada apenas no modelo \l por certo irá tombar. Ele vai sempre precisar da contrapartida do logos/razão, que se manifesta nas leis, na ordem, na disciplina e no autodomínio, para produzir o equilíbrio do hexagrama.<br />Os líderes das sociedades patriarcais, "os guardiões dos muros" (Cântico dos Cânticos 5:7), não compreendem a ferida que provo­cam em si mesmos quando negam a sua contraparte feminina en­quanto lutam para manter o seu poder e o status quo. Uma história muito interessante é contada sobre São Tomás de Aquino (1225-­1274), o grande articulador e definidor da doutrina católica e um dos principais arquitetos dos muros da Igreja oficial de nossos dias. São Tomás é o protetor contra a morte súbita. Parece que, pouco antes de morrer, esse estudioso sacerdote não conseguiu continuar a escrever sua obra, a Suma teológica, e declarou que todos os seus escritos eram como palha! Pouco tempo depois, ele estava viajando no lombo de um jumento quando bateu fortemente a cabeça no galho de uma árvore e caiu do animal. Naquela noite, sentindo-se abalado e doente, ficou em um mosteiro nos Alpes aus­tríacos. Os monges o persuadiram a sair da cama e dividir com eles um pouco de sua sabedoria, e São Tomás não se negou a fazê-lo. O tópico por ele escolhido foi o Cântico dos Cânticos; mas, quando dava sua interpretação do trecho "Venha, meu amado, saiamos ao campo, passemos a noite nos pomares" (7:14), morreu subitamente.<br />A Escritura que esse santo considerava mais preciosa foi o tema de seu discurso final, o cântico do Casamento Sagrado! É uma pena que esse episódio revelador tenha sido esquecido, enquanto a Suma teológica continue a ser ensinada em seminários por todo o mundo ­mesmo tendo sido repudiada há séculos pelo próprio autor! Os "guardiões dos muros", obcecados por manter a ordem e o con­trole, conseguiram evitar que a Noiva se tornasse uma parceira igual. A desvalorização do feminino deve ser revertida, não para ocupar o lugar do masculino, mas para assumir o papel da contraparte há tanto tempo desejada, a Noiva-Irmã Perdida. Juntos, eles precisam correr pelos campos para preparar a terra, semear e colher.<br />Existe uma antiga promessa nos salmos da Bíblia hebraica: "Os que semeiam com lágrimas ceifarão com alegria... e voltarão com júbilo trazendo consigo os seus feixes" (Salmos 126: 5-6). Essa pas­sagem profetiza o retorno dos remanescentes de Israel do exílio na Babilônia. É hora de, mais uma vez, deixar a "Babilônia': símbolo do império adorador do Sol e do poder, e retomar à Terra Prometida, "onde correm leite e mel': onde os princípios masculi­no e feminino são celebrados juntos, em parceria, e onde a * é a base da completude.<br />Há muitos séculos, o Logos masculino tem sido entronizado à direita de Deus, adorado e glorificado nas orações e na consciência cristãs, levando a civilização ocidental a uma tendência "direitista': É hora de reivindicar o Eros, o aspecto nupcial da divindade. Nós já conhecemos o Logos de Deus - a Palavra que se fez carne em Jesus. Agora, precisamos passar um tempo com a Dama do Jardim, nos regozijando com sua bondade, ternura, preocupação e com­paixão pelos anawin. Esses pequeninos, as "uvas secas de Deus': têm sido causticados e ressecados sob os impiedosos raios do princípio masculino dominante.<br />Os Signos da Nova Era<br />O signo desta Nova Era, Aquário, é representado por duas linhas onduladas paralelas: =. Seu significado é a "dissolução das for­mas", mas ele não representa a água, como poderíamos pensar. Segundo os astrólogos, Aquário é um signo do ar. As formas que podem estar se dissolvendo sob a sua influência são as nossas insti­tuições patriarcais de governo, a Igreja e até a família. E as ondas que as estão desfazendo são as águas figurativas do Espírito Santo, o Espírito da Verdade. Essa verdade está nas ondas do ar, da comu­nicação de massa e da imprensa livre, que fizeram do mundo uma aldeia. Elas estão derrubando, com rapidez, as barreiras artificiais de nação, raça e credo, permitindo que os indivíduos vejam a si mesmos como um só corpo unido a toda a criação. Os vôos espa­ciais das últimas décadas nos permitiram enxergar à distância o nosso planeta como ele realmente é, sem cercas, sem muros. A ver­dade segue a sua marcha!<br />Os adeptos da heresia do Graal acreditavam que o resgate e a va­lorização do feminino eram a chave para o cumprimento das pro­messas milenares de paz e justiça universais. Talvez eles também tivessem a esperança de que a hora da libertação ocorreria no futuro amanhecer de Aquário, quando as ondas do Aguadeiro dis­solveriam as estruturas patriarcais da sociedade e uma nova força cultural surgiria. Os artistas e esotéricos medievais impregnavam-se da astrologia. Seus estudos de ciência, filosofia, medicina e astrono­mia os levaram a formar sociedades secretas e formular seus es­critos sob a forma de símbolos para que pudessem praticar as artes ocultas em relativa segurança. Um bom exemplo disso é encontrado nos textos dos alquimistas medievais e renascentistas, que uti­lizavam símbolos astrológicos para explicar suas descobertas nos campos da filosofia e da psicologia.<br />Como vimos, a alquimia não era, originariamente, a busca por uma fórmula metalúrgica de transformar chumbo em ouro. Os tex­tos básicos dos antigos mestres alquimistas tratam da transmutação de uma pessoa comum em um ser espiritual. Esses escritos se referem ao uso das doutrinas do Evangelho sobre o serviço e o sacrifício. As provas pelas quais passamos são a própria vida, e o objetivo é a união com Deus. O indivíduo transformado é alguém que encontra a "pe­dra filosofal" - freqüentemente associada à sabedoria - ou a "pérola de grande valor”. Em alguns textos alquímicos, essa sabedoria é ilus­trada com o símbolo do hexagrama (O ponto do lado direito superior representa a presença de Deus.) Mais uma vez, encontramos a sagrada união dos opostos e a completude/coesão ilustradas pelo hexagrama.<br />Os símbolos dos alquimistas são iguais aos que foram encontra­dos nas marcas-d'água albigenses e entre os rosa-cruzes, maçons e artistas esotéricos, como vimos em capítulos anteriores. Muitos desses símbolos começaram a ser resgatados no século XX por estudiosos das civilizações medievais e astrólogos. Contudo, grande parte dessas pessoas parece não ter percebido o elo vital: a heresia do Graal e o seu segredo da Noiva Perdida.<br />A tradição rabínica judaica ensina que a Arca da Aliança, guarda­da no Santo dos Santos do Templo de Salomão, no Monte Sião, continha não apenas as tábuas nas quais os Dez Mandamentos estavam inscritos, como também "um homem e uma mulher abra­çados na intimidade, no formato de um hexagrama”. Essa tradição articula a base fundamental da sociedade hebraica - as tábuas re­presentam os preceitos da aliança, o hexagrama simboliza o hieros gamos, a íntima união dos opostos. O significado do hexagrama é resumido na palavra hebraica shalom, significando "paz e bem-­estar”. É, ainda, a oração do universo.<br />Pesquisas recentes sobre o aspecto feminino de Deus na tradição hebraica revelam que o Santo dos Santos era a câmara nupcial na qual se consumou a união de Yahweh, o invisível Deus Único, e sua contraparte, Shekinah (ou Matronit, como ela era muitas vezes chamada). Com a destruição do Templo, segundo o mito judaico, o relacionamento de Yahweh e Shekinah foi rompido, e Yahweh voltou aos céus para reinar sozinho. Enquanto isso, sua Noiva, exi­lada, perambulava na Terra como a comunidade de Israel na Diáspora - e como Magdal-eder e Cinderela!<br />Encontramos essa Noiva-Irmã, ainda à procura de seu Noivo perdido, no Cântico dos Cânticos 1:15: "Eu sou morena, porém formosa como as tendas de Quedar." A Noiva continua explicando que a negritude de sua pele se deve ao trabalho nos vinhedos de seu irmão, sob sol intenso. Ela está bronzeada, escurecida, por servir ao princípio solar. Como observamos, supõe-se que o Cântico dos Cânticos tenha sido uma antiga canção de casamento. Ele perma­neceu entre as Escrituras sagradas de Israel, amado e reverenciado por gerações posteriores, e foi emprestado à cristandade pelo ju­daísmo. Até o século XIII, a Noiva costumava ser associada a Maria Madalena. E o símbolo sagrado continuou na tradição rabínica como o mais importante do Casamento Sagrado, uma promessa de harmonia e bem-estar.<br />Em muitos mitos do rei ou deus ferido ou inválido, inclusive no do Rei Pescador Anfortas, do poema "Parsifal”, seu ferimento é no pé ou na coxa - uma metáfora universal para os órgãos genitais na arte e na literatura ocidentais. Ele será curado somente quando a sua contraparte feminina for encontrada. Essa reunião é fonte de bênçãos, alegria e fertilidade, que emanam da câmara nupcial e se derramam por toda a família e a comunidade. Os companheiros separados curam-se por meio de seu reencontro, uma vez que a separação é sua verdadeira ferida!<br />O Projeto para o Templo<br />"Existe alguém que se lembre da antiga glória dessa casa?”, per­gunta o profeta hebreu Haggai. A data era 520 a.C., e o Templo de Salomão, no Monte Sião, estava destruído. Os judeus retomaram a Israel após setenta anos de exílio na Babilônia, a cidade associada à adoração pagã. A Palavra de Deus para Haggai era de que o Templo devia ser reconstruído e que as bênçãos começariam a fluir outra vez quando suas fundações estivessem concluídas - e não depois que o Templo estivesse pronto, mas quando fosse iniciado! Quando compreendermos o projeto do verdadeiro Templo - o equilíbrio sagrado e gerador da vida das energias masculina e feminina, na­tural do próprio cosmo, e o simbolismo que retrata o conjunto da sabedoria da Antiguidade -, as bênçãos começarão a fluir como um plácido rio por entre as terras ressecadas do planeta. Segundo a promessa de Isaías, o deserto florescerá. A paz e o bem-estar universais poderão ser restaurados quando o projeto do Templo for, abraçado em nosso consciente. O projeto é ao hexagrama.<br />Um dogma interessante da sabedoria esotérica é de que o símbo­lo do impulso cultural de toda nova era é embrionário e está presente "no cenário" no momento em que a era anterior começa a morrer. De acordo com os Evangelhos, na noite em que Jesus foi preso no jardim de Getsêmani e levado à Fortaleza Antônia para ser interro­gado, soldados romanos o torturaram e o coroaram com espinhos. Entalhado nas pedras que cobrem o chão dessa fortaleza, no átrio onde se diz que a tortura ocorreu, está o emblema do Casamento Sagrado com uma pomba pairando sobre ele, de asas abertas. Acredita-se que esse símbolo foi gravado ali pelos soldados romanos da guarnição, talvez relacionado a algum jogo popular, como o xadrez. De qualquer modo, sua presença naquele cenário parece mais do que uma simples coincidência. Esse emblema representava a era que se aproximava, a era do companheirismo e da completude, embrionária nos ensinamentos de Jesus descritos nos Evangelhos.<br />Os alquimistas são conhecidos por terem usado esse mesmo sinal para designar a pedra filosofal, o objetivo de seu trabalho de transformação. É provável que eles não soubessem que o emblema estava no chão do átrio em que o Noivo/Rei de Israel foi torturado. É mais plausível imaginar que o seu conhecimento de geometria e símbolos sagrados os tenha feito adotar o hexagrama por causa de seu significado intrínseco de completude e companheirismo. Este símbolo, o hexagrama, resume as palavras iniciais da Bíblia hebraica em Gênesis 1: "No princípio Deus criou os céus e a Terra... e o espírito de Deus pairava por sobre as águas." A presença de Deus, que na escrita cifrada dos alquimistas é um pequeno ponto, é representa­da pela pomba no emblema que está no chão da Fortaleza Antônia.<br />Nos textos dos alquimistas, a estrela sozinha pode significar o "caos”, enquanto a adição do ponto ou da pomba cria o significado de "cosmo”. A idéia é de que a presença e a orientação do Espírito Santo oferecem direção e significado ao universo criado, uma visão teológica do mundo com profundas raízes na tradição judaico-­cristã. A pomba do Espírito pairando sobre o hexagrama do hieros gamos gravada no chão da Fortaleza Antônia é um símbolo da comple­tude e da transformação espiritual para todas as eras.<br />Talvez seja relevante o fato de que os adeptos medievais das doutrinas secretas tenham optado por não louvar o crucifixo. Em vez disso, o consideravam um instrumento de tortura, indigno de veneração. Eles glorificavam o X da iluminação, - a promessa do milênio - e a pomba do Espírito.<br />A Pomba, O Cordeiro e o Peixe<br />A pomba é um dos símbolos cristãos mais familiares e amados, interpretado como um sinal do Espírito Santo, que só se tornou masculino quando foi traduzido para o latim spiritus sanctus. A palavra hebraica usada para o Espírito é feminina. Nas cosmologias antigas, o Espírito era sempre feminino, e a pomba era a ave que o representava. Precisamos analisar a pomba com dois outros antigos símbolos associados a Jesus: o peixe e o cordeiro. Ambos aparecem com enorme freqüência na iconografia cristã e têm um significado especial para a história da Noiva Perdida.<br />Quando João batizou Jesus no rio Jordão, o céu se abriu e os espectadores devem ter se surpreendido ao verem uma pomba descer e pousar sobre Jesus. Essa ave apresenta um claro significa­do simbólico. As pombas no mundo antigo eram consagradas à deusa - Afrodite, Vênus, Ísis e Sofia. Houve especulações de que esse sinal, citado na narrativa do Evangelho, tinha o objetivo de indicar que Jesus era uma encarnação de Sofia, a Sabedoria Sagrada, ou "filho" dela - idéia comumente admitida pelas seitas gnósticas dos primeiros séculos da cristandade.<br />Quando os fariseus imploraram a Jesus por um sinal, ele lhes disse que o único que poderia enviar seria o de Jonas (Mateus 16:4). Diante da atual discussão sobre que palavras teriam sido realmente ditas por ele e quais teriam sido acrescentadas mais tarde por intér­pretes e apologistas, talvez seja importante observarmos com mais atenção esse "sinal de Jonas”. A citação pode ter sido interpretada após a ressurreição como uma profecia sobre três dias em uma tumba, representados previamente pelos três dias em que o profeta Jonas ficou preso dentro da barriga de uma baleia. Mas existe outro entendimento possível: em hebraico, Jonas significa "pomba”. E se Jesus realmente afirmou que o sinal que daria seria o de Jonas? E se a comunidade tivesse se lembrado dessa afirmação, mas a in­terpretado mal e, posteriormente, a "enfeitado"? Talvez a intenção de Jesus fosse dizer que ele viera sob o signo da pomba. Por certo seus discípulos já sabiam disso, uma vez que o Evangelho de Marcos afir­ma que o Espírito, sob a forma de uma pomba, desceria sobre Jesus em seu batismo (Marcos 1:10).<br />O Amanhecer da Era de Peixes<br />Poderíamos então dizer que o carismático mestre que era capaz de curar, cujo sinal de batismo era uma pomba, foi sacrificado como um cordeiro (Isaías 53:7) e educado como um peixe. Para compreender essa afirmação radical, é preciso saber que o signo do zodíaco do mundo antigo que estava ascendendo na época de Jesus era o de Peixes. Com o tempo, as culturas helenizadas do Mediter­râneo apropriaram-se do carismático judeu itinerante, e ele se tornou o Kyrios, o portador, ou Senhor daquela nova era. As ini­ciais das palavras da expressão "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador" formam, em grego, o termo ICHTHYS ("peixe"). Em pouco tempo os perseguidos seguidores de Jesus estariam dese­nhando na areia a figura de um peixe para se identificarem como membros da nova religião.<br />Em quarenta anos a tradição literária que cercava Jesus estava repleta de alusões a pescadores: pescadores de almas, suas redes se partindo; os pães e peixes; os 153 peixes na rede; Pedro, o pes­cador... Apesar das recentes explicações de natureza econômica, não é por acaso que os católicos tradicionalmente comem peixe nas sextas-feiras - há séculos o cristianismo é associado aos peixes. A era astrológica de Áries, o Carneiro, fora substituída pela era de Jesus Cristo, Filho de Deus, o Peixe, e os epítetos dos deuses ante­riores lhe foram atribuídos, inclusive os de Senhor, Senhor da Luz, Pastor, Noivo e Filho Fiel.<br />Associações entre as tribos nômades da era patriarcal e o símbo­lo astrológico do Carneiro já foram observadas em outras fontes. Nas Escrituras hebraicas há várias referências ao pastoreio de rebanhos desse animal, bem como às oferendas de carneiros ima­culados. No Evangelho de João, João Batista proclama Jesus o Cordeiro de Deus; ele saúda seu primo com essa denominação quando eles se encontram às margens do rio Jordão (João 2:29). O cordeiro é o animal oferecido no Templo em sacrifício a Yahweh.<br />Em Isaías 53, o servo sofredor de Yahweh é comparado ao cordeiro levado ao abate. E a imagem desse animal sacrificado é enfatizada pelo autor do Apocalipse, que se refere a Jesus como o Cordeiro.<br />Após a morte de Jesus - o Cordeiro de Deus -, judeus devotos continuaram a levar oferendas de cordeiros e pombas ao Templo de Jerusalém durante as quatro décadas seguintes, mas a prática se extinguiu com a destruição dessa edificação no século IX d.C. A religião dos judeus não podia mais ser praticada da maneira que fora prescrita em suas Escrituras sagradas. Poderíamos concluir que a era de Áries estava oficialmente terminada. A era de Peixes, que Jesus chamou de "a era que virá': já havia começado. Pode-se dizer que ele foi a ponte entre as duas.<br />Fico tentada a acreditar que os iniciados das escolas de sabedo­ria do Império Romano no primeiro século reconheceram gra­dualmente que os seus mitos ancestrais do deus que morria e renascia haviam se tornado reais na figura de Jesus de Nazaré. Essa crença era a origem da doutrina cristã da Encarnação, o nascimento do Sol/Filho de Deus - o Logos encarnado. A articulação dessa idéia platônica é grega, e não hebraica. Numerosos escritos cristãos primitivos refletem o pensamento de que Jesus era o seu "Sol de justiça" e a "luz do mundo”.<br />Possivelmente, esses iniciados "iluminados" ajudaram a erigir o cristianismo como um sistema de doutrinas para dar continuidade aos valores fundamentais da civilização. Mudanças caóticas e o cruzamento de culturas criaram um tumulto social durante o primeiro século. As pessoas estavam em busca de um ponto de referência para a sua "nova era”. Acredita-se que a institucionaliza­ção de Jesus - o carismático Profeta/Rei judeu - como o portador da era de Peixes foi um trabalho dos iniciados das escolas de mis­tério desse século. Talvez eles tenham até planejado com ante­cedência o simbolismo dessa era e sua força cultural e depois esperaram por alguém que pudesse ser o "recipiente" desses símbo­los. De qualquer modo, devem ter reconhecido na histórica pessoa de Jesus de Nazaré um poderoso veículo para o novo tempo que nascia. Ao chamarem Jesus de Christos (Messias/Ungido) e Kyrios, eles conseguiram alinhar o culto popular e a mensagem do mila­greiro judeu com o signo zodiacal nascente: Peixes.<br />A mistura de influências judaicas e gregas pode parecer ilógica à primeira vista, mas devemos nos lembrar de que a área hoje co­nhecida como Israel esteve sob domínio grego por quase trezentos anos após as conquistas de Alexandre, o Grande, e que posterior­mente foi ocupada pelos romanos. Dizer que a mente e a cultura judaicas permaneceram intocadas depois de todos esses séculos de convivência seria absurdo. Como exemplo dessa mistura de influên­cias culturais, podemos citar uma famosa sinagoga do século VI, em Beth Alpha, em cujo piso há um mosaico do zodíaco com os mesmos símbolos que floresceram na arte européia da Idade Média.<br />Quem foi o primeiro a empregar as iniciais ICHTHYS para abre­viar o epíteto grego "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador"? Quem começou a usar a imagem visual do peixe para representar Jesus e o movimento cristão, um símbolo que foi logo de início dese­nhado nas paredes das catacumbas fora de Roma? Tertuliano (que morreu aproximadamente em 230 d.C.) e Clemente de Alexandria (que morreu em torno de 215 d.C.) usaram o peixe como um sím­bolo para Jesus. Santo Agostinho continuou com essa prática.15 Alguns padres da Igreja referiam-se aos seus paroquianos como pisciculi, "pequenos peixes”. A fonte batismal era chamada piscina, e Tertuliano dizia sobre os iniciados no cristianismo: "Nascemos em água como peixes."<br />O tema do peixe/pescador permeia os primórdios da cristandade; porém, nos Evangelhos, Jesus nunca se referia a si mesmo como peixe ou pescador, mas como pastor, noivo e herdeiro do vinhedo. Os seus apóstolos é que foram designados "pescadores de homens”.<br />Na segunda metade do primeiro século, a imagem do peixe e a identificação de Jesus como o Senhor da era de Peixes permeou o pensamento cristão. As refeições que os adeptos dessa fé compartilhavam em suas casas incluíam o peixe. Muitos elementos da dou­trina e da liturgia cristãs primitivas, especialmente a refeição eucarística do pão e do vinho e os ritos batismais de iniciação, podem ser compreendidos como tentativas de adaptar o Jesus histórico, Filho de Deus, às práticas religiosas helenizadas que foram tomadas como empréstimo dos cultos de mistério, princi­palmente os de Tamuz, Mitra e Dioniso. Vários séculos se passaram até que Jesus fosse chamado de "Senhor'~ suplantando o imperador de Roma, mas, no final, ICHTHYS, o Peixe, acabou entronizado à direita de Deus como o Senhor dessa era.<br />Qualquer que tenha sido o objetivo inicial de Jesus, sua hele­nização já estava fortemente estabelecida na época em que o Evangelho de João foi escrito. O paroquial judeu carismático não era apenas o rabi, como os amigos o chamavam em Jerusalém, mas Kyrios. O Evangelho de Mateus, de aproximadamente 80-85 d.C., já oferece subsídios para a condição de "Senhor'~ relatando que os astrólogos - os Reis Magos (ou Sábios) - haviam "visto a sua estrela" (Mateus 2:2). Eles vieram do Oriente e ajoelharam-se em homenagem ao recém-nascido Rei dos Judeus.<br />Os astrólogos modernos sugerem que a estrela dessa passagem bíblica é uma alusão à constelação de Peixes, que ascendia. Nesse aspecto, entretanto, encontramos mais uma grande falha nas fundações da cristandade que não foi percebida pela Igreja primitiva: o símbolo do signo de Peixes são dois peixes nadando juntos, em geral em direções opostas. E a palavra latina pisces está no plural. No cristianismo, porém, em vez de dois peixes havia apenas um, Jesus Cristo, ICHTHYS, o "único filho gerado" de Deus, entroniza­do à direita do Pai. A Noiva/Contraparte desse filho fora perdida involuntariamente no caótico dia seguinte à crucificação. Talvez os patriarcas não tivessem percebido o estrago que fizeram ao elimi­nar a Noiva. De qualquer modo, quando, depois, a perda foi sentida (possivelmente não antes do século VI ou VII), eles devem ter acreditado que era tarde demais para reintegrar a mulher de Jesus, cujas pegadas haviam sido obscurecidas para que sua vida fosse salva.<br />Os Evangelhos relatam que Jesus veio para cumprir as profecias da nação judaica e para pregar uma nova percepção da constante pre­sença de Deus na comunidade - junto aos pobres, oprimidos e des­favorecidos. O conteúdo radical de sua mensagem ficou bem ilustrado quando ele virou a mesa dos mercadores no Templo, desafiando o status quo da elite de sacerdotes corruptos - "Os pastores que não cuidam senão de seu próprio pasto" (Ezequiel 34, Jeremias 23). O Jesus descrito nos Evangelhos é um herói antiestablishment, uma encarnação do espírito da sabedoria, gentil e bondoso com os pobres e um defensor da justiça. É esse Jesus o modelo a ser seguido por quem quiser viver dentro da verdadeira doutrina cristã.<br />O Jesus que governa vitorioso, Senhor do Universo, sentado à direita de Deus e objeto da adoração cristã aos domingos (Sunday, "domingo”, em inglês, significa "dia do Sol"), é uma divindade solar masculina da tradição oriental do Egito (Rá), Grécia (Apolo), Roma (Júpiter e Sol Invictus) e Pérsia (Zoroastro e Mitra). Mas existe outro Jesus, o curandeiro carismático que caminhou de san­dálias pelas ruas estreitas das cidades de Israel, que cuidou dos doentes e pregou uma mensagem de reconciliação e proximidade, cujo batismo foi acompanhado pelo sinal de uma pomba, que foi ungido em Betânia e crucificado como insurreto por um decreto de Roma. É esse o Jesus que fugia sempre que as pessoas tentavam fazer dele um rei - e cuja morte na cruz exemplificou de maneira radical as feridas de Deus, cujos profetas são tão universalmente desprezados e sacrificados.<br />Lado a lado com a versão ortodoxa do cristianismo pregada da cadeira de Pedro há outra história de Jesus, uma tradição oculta que tem sido considerada herética e, por isso, forçada a permanecer na obscuridade por vários séculos. À sombra das comunidades que acreditaram em uma cristologia superior, a do divino e onipotente Rei e Cavaleiro das Nuvens (um antigo epíteto de Baal, o Rei-Sol de Canaã), havia aqueles que amavam Jesus como irmão e amigo e que pregaram um Evangelho simples sobre relacionamentos refeitos e transformação espiritual. A cristologia inferior da primitiva comu­nidade de cristãos ebionitas revela continuidade entre esse grupo e os cristãos originais de Jerusalém, sob a liderança de Tiago, o irmão de Jesus. Depois que os ensinamentos de São Paulo e de líderes posteriores transformaram o judeu Messias/rabino em um Deus Salvador universal, a Igreja de Roma acabou (ironicamente) rotu­lando os ebionitas de hereges!<br />Nós já examinamos as crenças da tradição alternativa, aquelas da Igreja oculta herética, que ensinava que Jesus era um mestre caris­mático, pleno do Espírito, o Messias de Israel. Foi basicamente a minha busca por esse outro Jesus que me levou ao mistério que cerca o mito cristão do Santo Graal. E foram o meu amor e a minha reverência por esse Jesus que me pressionaram a clamar pela restauração de sua Noiva.<br />O Aguadeiro<br />Com o início desta era de Aquário, parece um tanto providencial que os algarismos romanos para os anos desde 2000 sejam MM e que as iniciais de Maria Madalena formem as linhas onduladas desse signo. Nas pinturas que retratam Madalena, seu cabelo é quase sempre longo, descendo pela cabeça como as ondas paralelas na representação do signo. Também considero estranho que, na catedral de Chartres, o vitral que retrata Maria Madalena tenha sido doado pelos "aguadeiros" - e que nenhuma outra informação tenha sido acrescentada.<br />Quem eram esses medievais aguadeiros? Seriam membros de uma corporação da cidade? Por que escolheram doar a imagem de Maria Madalena e não a de outro santo? Ou seria essa inscrição outra alusão cifrada à esperança de resgatar o princípio feminino e a Noiva na nascente era de Aquário? Segundo o Livro do Apocalipse, o casamento do Cordeiro é que vai, finalmente, fazer com que a água brote no deserto. O vitral foi instalado no importante san­tuário da Madona Negra com um dos mais antigos exemplos da Árvore de Jessé (aproximadamente em 1150), que aparecia com freqüência na arte medieval desse período para enfatizar a genealo­gia humana de Jesus na sucessão dos reis de Judá.<br />Em uma das fabulosas rosáceas de Chartres, Jesus, ainda bebê, no colo da mãe, está cercado de seus ancestrais - os reis de Judá da li­nhagem de Davi -, o que mais uma vez ressalta a genealogia dos herdeiros legítimos de Davi. Nessa rosácea, as faces dos soberanos de Israel que "caminharam com Deus" e foram fiéis a ele são negras como a da Madona que segura o Menino no colo; enquanto os ros­tos dos reis que ignoraram os preceitos de Deus são brancos. Há um dogma secreto dos artistas medievais: "Tudo tem um significa­do." Isso é tão verdadeiro em relação aos detalhes de cada peça quanto em relação à compreensão básica que tinham da realidade. A "negritude" dessas figuras parece referir-se à sabedoria daqueles que são servos voluntários de Deus.<br />A Pequena Sereia<br />Uma amiga de sete anos de idade, cujo nome é Sara, chamou a minha atenção para um curioso detalhe nos primeiros minutos do desenho da Disney, A pequena sereia. A pintura que a menina-peixe Ariel havia resgatado de um galeão afundado e mantido entre os seus tesouros era a Madalena penitente, obra de Georges de la Tour, artista francês do século XVII. O filme é adaptado da versão de uma história escrita por Hans Christian Andersen, mas nele há um final feliz que não existe na narrativa original- o casamento do príncipe com sua noiva. O único desejo da pequena sereia é sair do oceano e casar-se com seu amado. Talvez ela represente o segundo peixe do signo de Peixes, o que ficou esquecido e no lugar errado, submerso em nosso inconsciente por dois mil anos!<br />A malvada bruxa do mar e o bondoso pai de Ariel, o rei Posêidon, tentam impedir sua união com o príncipe. A bruxa do mar cons­pira para roubar a voz da sereia, tirando dela a capacidade de comu­nicar-se com o seu amado. (E também não foi roubada a "voz da Noiva" quando sua história foi declarada herética e seu casamento repudiado?) Mais uma vez, o tema do conto de fadas é o feminino levantando-se das profundezas da obscuridade para fazer cumprir o seu destino como companhia legítima do masculino. E, mais uma vez, é o príncipe que está passando por terríveis problemas, submer­so e perto da morte, quando Ariel vai salvá-lo durante a tempestade. Também é ele que, procurando desesperadamente por sua Noiva-­Irmã perdida, é ludibriado e maltratado pela bruxa do mar. A origem do seu sofrimento é a separação de sua amada.<br />Mas eu tenho uma pergunta: quem escolheu a pintura da Madalena penitente como a obra que ficaria pendurada na parede da caverna de tesouros da pequena sereia no filme da Disney? Seria uma associação consciente, feita pelo artista, entre a sereia e Madalena? Ou seria apenas o acaso, outra poderosa coincidência?<br />Uma questão ainda mais relevante é a escolha do nome Ariel para a personagem que, no livro de Andersen, não tem nome. Ariel é outra denominação para Jerusalém, usada no livro do profeta Isaías (29:1-2) como sinônimo de "cidade sitiada”. É o equivalente sim­bólico da "desolada Viúva Sião" do Livro das Lamentações e da Magdal-eder de Miquéias 4:8. Ariel representa os abandonados remanescentes do povo de Deus. Talvez a escolha do nome tenha sido inconsciente por parte de quem contou a história, mas seu significado é espantoso. A identidade verdadeira de Ariel é a da Noiva Perdida. A "donzela-peixe" está tentando ser reconduzida à nossa consciência como companheira/contraparte do belo prín­cipe. O símbolo da era de Peixes são dois peixes, não apenas um! Nadando em direções opostas, o signo astrológico de Peixes se parece muito com o yin/yang do Oriente, antigo símbolo da harmonia entre os opostos.<br />Nas marcas-d'água de Provença, a sereia segura o espelho de Vênus/Afrodite, a Deusa do Amor, o seu alter ego. Acredito que esse espelho, presente em várias pinturas da Madalena penitente, de George de Ia Tour (e também no primeiro painel da tapeçaria La Dame à la Licorne), reflita a compreensão de que o cosmo material, personificado no feminino (matter, que, em inglês, significa "ma­téria': origina-se do latim mater, que significa "mãe"), é a imagem refletida da divindade, entendida como a "outra metade" ou a con­traparte espiritual. É o mundo físico que manifesta "na carne" a invisível energia criadora do universo. Nesse sentido, o cosmo mate­rial (feminino em antigas cosmologias) "capta o espírito" no espelho da mulher e o mantém lá, tornando-o visível, assim como o oceano reflete a grandeza do céu, enquanto a Lua reflete a luz do Sol. Talvez isso explique por que a Deusa do Amor é associada a um espelho. Certamente não é por causa da vaidade, mas porque ela é a imagem refletida da invisível energia positiva do cosmo.<br />A pequena sereia com o espelho no filme da Disney é um dimi­nutivo da Rainha do Mar, a deusa arquetípica. Mas não é uma imagem materna - ela representa a "outra Maria': a Noiva-Irmã. O povo tem uma estranha maneira de contar suas histórias em for­mas arquetípicas. Não deveríamos nos surpreender com o fato de elas reaparecerem tantas vezes!<br />Resgatando a Noiva Perdida<br />Para restaurar o princípio feminino expresso em Maria Madalena, é necessário estabelecer sua verdadeira identidade como Noiva - e não como prostituta. Embora tenha sido mais tarde assim chama­da pela Igreja, a verdadeira Maria Madalena jamais foi desprezada por Jesus nos Evangelhos. Ela era o amor de sua vida. Como nos contos de fadas, o belo príncipe procura por ela há dois mil anos, tentando devolver-lhe o lugar ao seu lado que, por direito, lhe per­tence. Ele representa o aspecto Noivo/Pastor da deidade; ela, a Noiva: "Nunca mais te chamarão 'desamparada', nem a tua terra se denominará 'desolada'; mas chamar-te-ão 'minha amada' e tuas ter­ras, 'desposada'" (Isaías 62:4).<br />Após mais de dois mil anos do nascimento de Jesus, é hora de dar a versão correta dos fatos para revisar e completar a sua história relatada nos Evangelhos e incluir a sua mulher. Nosso meio am­biente destruído, nossas crianças vítimas de violência, nossos vete­ranos de guerra mutilados, nossas famílias auto-destrutivas e nossos cônjuges abandonados... todos estão clamando pelo resgate da Noiva de Cristo. Talvez a angústia deles seja mais bem resumida na ima­gem da Madona que chora. Numerosos ícones da Virgem Maria re­ceberam cobertura da mídia nos últimos tempos porque derra­mavam lágrimas, desafiando explicações racionais. Sem dúvida, ela está sofrendo por seus filhos, os anawin de Deus.<br />As Escrituras nunca afirmaram que Jesus não se casou, apenas omitiram informações específicas sobre sua esposa. Porém, como vimos, a ameaça física à sua família teria sido motivo suficiente para tirar o seu casamento do cenário. Devemos lembrar que a amada de Jesus sentou-se aos pés dele, sorvendo cada uma de suas palavras (Lucas 10:39), e que lhe ungiu os pés com suas lágrimas e os secou com o próprio cabelo (João 12:3). A Noiva arquetípica já ocupa o seu lugar, e uma nova consciência está criando raízes entre nós. A voz da Noiva está, finalmente, sendo ouvida no reino.<br />Quando me propus a desvendar a heresia do Graal, em 1985, não sabia aonde minha viagem me levaria. Na síntese de evidências que coletei na história, arte, literatura, psicologia e mitologia, os argu­mentos a favor da existência da Noiva Perdida foram aos poucos se cristalizando. Aonde quer que eu fosse, encontrava traços do femi­nino perdido e do desequilíbrio dos opostos, que se manifesta na imagem da terra devastada, do rei debilitado e da Madona de coração partido.<br />Em minha busca pelo Graal conheci mitos e lendas de muitas terras. Uma das que mais me encantaram foi uma antiga homenagem à deusa Maat. Ela é, com freqüência, retratada como uma gigantesca ave que segura o mundo inteiro em perfeito equilíbrio ao mesmo tempo em que porta uma pena com a qual poderia fazer a balança cósmica pender para qualquer um dos lados. Como não deseja que o universo perca o equilíbrio, ela continua a segurar aquela única pena por toda a eternidade.<br />Infelizmente, nos últimos milênios, a balança pendeu para o lado masculino, criando um desequilíbrio em todos os níveis. Por séculos, os profetas e os verdadeiramente sábios têm exortado a comunidade a ser misericordiosa e bondosa, uma vez que o próprio Deus expressa essas qualidades. Nesta Nova Era, talvez o princípio do Aguadeiro, o feminino, tenha influência suficiente para apagar o fogo alimentado por dois mil anos de orientação masculina do Logos e para começar a curar o deserto. É, sem dúvida, uma questão de assumir uma nova consciência. Quando a Noiva-Irmã for devolvida ao paradigma celeste como a Amada de Logos, então as feridas serão cicatrizadas, pois, como vimos, a origem de todas elas é a alienação e a separação desses dois arquétipos.<br />Lendas medievais dizem que o Graal foi perdido porque seus guardiões se mostraram indignos. Aos poucos, tanto a Igreja Católica quanto a secreta Igreja do Amor ficaram tão envolvidas na luta pelo poder, tão orientadas no sentido da "lâmina”, tão ansiosas por serem declaradas o verdadeiro veículo da mensagem de Deus, que acabaram por perdê-la. As duas facções empregaram a espada do impiedoso poder político para conquistar seus objetivos e, ao agirem dessa forma, conseguiram destruir a própria mensagem que levavam. Essa mensagem era o amor. No fim, nenhuma delas foi capaz de ouvir a Palavra de Deus, abafada pelo confronto de suas espadas.<br />Hoje, o feminino está se levantando para transmitir esse ensina­mento. Como a Bela Adormecida, finalmente despertada pelo beijo de seu príncipe, ele agora é capaz de articular a mensagem da li­gação com o Eros. O tema da linhagem é basicamente irrelevante, exceto no que se refere à questão da humanidade completa de Jesus.<br />Mas a consciência feminina ressurrecta continuará a mover-se na direção da parceria igualitária, apesar do mito do masculino do­minante que tem sido mantido há milênios.<br />Não sabemos o que a Igreja patriarcal da cristandade fará quan­do for descoberto que as lendas da Noiva Perdida de Jesus são pro­vavelmente verdadeiras. Talvez o Vaticano continue a negar que Jesus tenha sido casado. Mas também é possível que, diante das evidências, os padres decidam que é hora de receber a Noiva com uma jubilosa ação de graças. Talvez permitam que os sinos da Igreja toquem em todas as nações para anunciar o seu retorno em segu­rança e para lhe dar as boas-vindas em sua volta ao lar! Eles podem até decidir, finalmente, celebrar a ceia de casamento do Cordeiro. E, então, as vozes da Noiva e do Noivo serão ouvidas novamente no reino, e o deserto florescerá!<br />O deserto e a terra seca exultarão;<br />o solo árido se regozijará e florescerá (Isaías 35:1).<br />­<br />EPÍLOGO<br />O Sagrado Reencontro<br />Encoberta pela névoa do tempo,<br />ela aguarda sozinha no jardim,<br />velada, seu nome obscurecido,<br />a desamparada Rosa.<br />Contraparte perdida do Logos, a Palavra,<br />Filho do Pai,<br />razão e justiça,<br />eterno Ele.<br />Eros esquecido,<br />Eros apaixonado,<br />Eterna Ela,<br />deixada, prostrada, no chão.<br />"A Noiva é tão negra ­<br />porém formosa ­-<br />quanto as tendas de Quedar.<br />Não olhe para ela, pois que é morena,<br />o sol crestou-lhe a tez.<br />Lavrou nos vinhedos do irmão,<br />e a própria videira não guardou" (Cântico dos Cânticos 1:5-6).<br />A Noiva,<br />ressecada do labor<br />sob o sol ardente,<br />morena, seca e sem forças.<br />Madona Negra,<br />mãe dos pobres e aflitos,<br />uva ressecada de Deus,<br />queimada sob os impiedosos raios<br />do Logos vencedor, juiz, guerreiro.<br />Imagem masculina de um Deus soberano<br />no trono celeste ­-<br />sozinho.<br />Ela o buscou com avidez,<br />mas soldados avançaram sobre ela,<br />atacaram-na, feriram-na,<br />os guardiões dos muros.<br />Sua dor se espelha agora<br />no ícone de Czestochowa,<br />um talho em sua face,<br />a ferida, a desamparada ­-<br />a Delericta.<br />Nali Me Tangere:<br />"Não me toques."<br />Por séculos o eco:<br />Nali Me Tangere.<br />Aquele que ascendeu,<br />adorado e glorificado -<br />­intocável,<br />o belo príncipe,<br />Leão de Judá e Cordeiro de Deus<br />sentado ao lado do Pai,<br />governando ­-<br />sozinho.<br />Mas agora, finalmente, ele a busca.<br />Clama por ela.<br />Ele conhece o nome da Rosa.<br />Exausta e árida<br />na desventura,<br />ela o ouve gritar seu nome.<br />Emocionada, ergue a cabeça e olha ao redor.<br />"Quem está aí?"<br />O coração bate mais forte.<br />"Seria ele?<br />Teria voltado para me buscar?"<br />O jardim onde ele a deixou<br />é hoje um deserto ­-<br />ferido, seco e árido.<br />As árvores atrofiadas,<br />rios de águas claras<br />agora apenas córregos.<br />Um bosque de espinhos<br />cerca o jardim,<br />impedindo a entrada.<br />Com a espada da verdade<br />ele deve abrir caminho<br />para alcançar sua amada.<br />Afinal ele a encontra<br />ainda abraçada ao vaso de alabastro.<br />Suas lágrimas de alegria caem aos pés dele.<br />Mais uma vez, ela as seca com o próprio cabelo.<br />Mas agora ele pega a sua mão.<br />"Venha, amada minha, a hora é esta.<br />Vamos correr juntos pelos campos,<br />descobrir se o vinhedo está em flor" (Cântico dos Cânticos 7:13).<br />Agora, de mãos dadas,<br />eles caminham pelo jardim deserto.<br />E onde os seus pés tocam<br />uma violeta surge do chão,<br />uma anêmona se levanta.<br />Em seu despertar,<br />botões germinam nos galhos secos.<br />"Nunca mais te chamarão 'desamparada'<br />nem a tua terra se denominará 'desolada';<br />mas chamar-te-ão 'minha amada’,<br />e tuas terras, 'desposada'" (Isaías 62:4).<br />Ele sussurra o nome dela,<br />apreciando o sabor,<br />deliciando-se na Noiva de seus anseios.<br />Maria.Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-72562545979550423782009-03-29T09:55:00.000-03:002009-03-29T09:57:43.507-03:00Feitiços & RituaisFeitiços & Rituais<br />Este documento é dedicado a todos aqueles<br />que buscam a Verdade, a Paz,<br />a Harmonia, e o Amor<br />em suas vidas,<br />por intermédio da Grande Mãe<br />e Seu Consorte.<br />Sem causar mal a ninguém.<br />Que assim seja.<br />Feitiços - Diversos<br />Para quebrar um feitiço lançado contra você<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado de cascas de alho;<br />- 1 punhado de resina de mirra;<br />- 1 punhado de resina de benjoim;<br />- 1 pilão;<br />- 1 folha de papel;<br />- 1 lápis;<br />Dia para realização: 1º Dia da Lua Minguante<br />Pegue a folha de papel e com o lápis escreva o nome da pessoa que lançou um feitiço sobre você e reserve; Coloque no pilão todos os ingredientes e triture até virar pó. Feito isto, reserve.<br />Espalhe o pó sobre o nome da pessoa. Enquanto faz isso mentalize a pessoa. Quando tiver espalhado o pó diga em voz alta com toda sua força: "Lua poderosa que mingua, desfaça a imundice que contra mim (Nome da Pessoa) lançou Troco? ...quem sou eu para devolver? Deixo nas mãos dos Antigos para que decidam pelo que é certo fazer! Pelo poder do 3 vezes o 3 Que assim seja e assim se faça".<br />Feito isto, embrulhe o pó no papel e queime no caldeirão. Quando tudo estiver bem queimado, recolha e jogue tudo num jardim ou bosque distante de sua casa. Deixe o local sem olhar para trás.<br />Feitiço contra um coração partido<br />Não dá para trabalhar bem quando se está com o coração partido. Se o corpo emocional não estiver bem, certamente, afetará o físico com dores de cabeça, resfriados, ou vários outros desconfortos. Todos esses estados são metáforas físicas de um coração infeliz.<br />Se você ficou decepcionada com alguém, se terminou algum relacionamento e está se sentindo só e traída, faça este pequeno feitiço. Pegue óleo de lírio (não o químico, mas o natural). Ponha numa pequena bola de algodão, segure-a, vá até a janela e olhe a lua<br />crescente ou minguante. Inale o perfume do lírio no algodão aquecido pela sua mão e diga:<br />"Nunca estou só.<br />Estou rodeada de amor da Divina Mãe,<br />a Senhora das florestas, das fontes e das flores.<br />Nunca me desespero,<br />Pois sou amada pela Divina Mãe,<br />E ela está sempre me enviando suas bênçãos.<br />Nunca estou só ou desesperada.<br />Os espíritos de meus ancestrais me guardam.<br />Sou amada e abençoada para todo o sempre."<br />Não se apresse ao inalar o perfume. Esse feitiço deve ser feito com calma. Se quiser, pode usar o perfume de lírio durante o dia para não se esquecer de quem é você. Esse perfume é indicado para as pessoas que não conseguem mostrar seus sentimentos, dividi-los com os outros ou pedir ajuda. O lírio é a flor preferida da Deusa, que sobrevive aos tempos modernos como símbolo sagrado da Virgem Abençoada.<br />Fonte: 'A Deusa no Escritório', de Zsuzsanna Budapest, pág. 56<br />Feitiço para quebrar um feitiço a você lançado<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado se sândalo moído<br />- 1 punhado de folhas trituradas de mirra<br />- 1 folha de papel com o nome de seus inimigos.<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião.Pegue a folha de papel e sobre ela espalhe o pó de sândalo e a mirra,repetindo por nove vezes o seguinte encantamento:<br />“Lua que tudo leva<br />Lua que tudo desfaz<br />Leva longe toda treva<br />E o nó do feitiço desfaz!”<br />Após ter repetido por noves vezes este encantamento,leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo.Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Feitiço do vento<br />(para maldições jogadas oralmente, as tradicionais pragas)<br />Um dia com muito vento, pegue um pouco de açúcar , sal e farinha de trigo, coloque tudo na palma da mão e enquanto o vento leva, repita: "VENTO QUE SOPRA NOS CAMPOS , VENTO QUE CARREGA AS SEMENTES, LEVA A MALDIÇÃO A MIM ENVIADA E QUE A ALEGRIA NA MINHA VIDA TU VENTES. E QUE ASSIM SEJA E QUE ASSIM SE FAÇA"<br />Para repelir energias negativas<br />Material necessário:<br />- Espelho<br />- Vela preta<br />- Vela branca<br />- Incenso<br />Coloque um espelho diante de si. Sente-se à sua frente. Acenda as duas velas em frente ao espelho e medite durante um momento, concentrando-se em purificar as suas energias. Repita isto durante três noites seguidas. Tente também queimar pau de canela, gardênias ou incenso de sândalo. Lembre-se que as velas devem ser apagadas com os dedos. Depois da terceira e última noite, enterre a cera que sobrou das velas.<br />Proteção Espiritual<br />Podemos buscar a proteção do Mundo dos Espíritos de três formas tradicionais: através da oração, do ritual e do retiro. A oração estabeleça uma conversa entre a alma do Homem e a Alma da Natureza. O ritual é a conversa da alma da Natureza com a alma do Homem. O retiro, que deve ser feito no campo, é a volta do Homem para o aconchego do seio da Grande Mãe.<br />Defesa Íntima<br />Para proteger o quarto de más influencias ferva uma rosa vermelha junto com folhas de limoeiro e borrife pelos quatro cantos e na cama onde você dorme. Isso transforma o quarto num lugar seguro e defendido.<br />Magia Mimética<br />Sente-se no chão e coloque os joelhos o mais próximo possível da cabeça. Cruze os braços em torno das pernas e feche os olhos. Sinta-se como um ouriço e seus espinhos, uma serpente enrodilhada ou uma pérola dentro da ostra... Esta é uma postura de proteção mágica. Use-a sempre acompanhada da imagem mental desses animais quando necessitar de isolamento e concentração.<br />Sortilégio Protetor do Lar<br />Melhor dia: terça-feira<br />Melhor lua: minguante<br />Material necessário:<br />- 1 vidro com tampa, pintado de preto<br />- vários instrumentos de ferro e metal pontiagudos<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 obsidiana<br />- 1 ônix<br />- 1 vela preta<br />Procedimento:<br />Coloque tudo que foi dito no vidro. Feche-o. Acenda a vela preta sobre a tampa, então diga:<br />"Eu peço aos Deuses da proteção<br />Para que estejam presentes comigo.<br />Que este feitiço seja atado, Para proteger a minha casa<br />E todos aqueles que vivem comigo.<br />Pelo poder do 3 vezes o 3 , Que assim seja , E que assim se faça!"<br />Coloque o vidro em cima da porta de entrada de sua casa. Jamais revele aquilo que existe dentro dele.<br />Para afastar um mal que nos incomoda<br />Escreva as palavras-chaves desse problema em uma vela branca, de preferência com mais de 20cm. Acenda a vela e peça aos seres do fogo que queimem esse mal que você quer destruir. Quando a vela acabar, seus problemas terminarão. Assim conta uma antiga tradição da bruxaria galesa.<br />Toda planta possui seu elemental próprio. Se você tem vasos com plantas em casa e quer conquistar a simpatia do duende que ali habita coloque no vaso balinhas coloridas, amoras ou outras pequenas frutinhas. Dizem que assim eles ficam tão felizes que trazem alegria e proteção para o lar.<br />Amuleto contra mau-olhado<br />Guarde pregos, agulhas e outros objetos pontiagudos dentro de um pote fosco e lacre-o hermeticamente. Coloque-o em um lugar bem visível da sua casa, mas jamais revele seu conteúdo. Este é um dos mais potentes amuletos contra<br />mau-olhado para nosso lar ou ambiente de trabalho.<br />Dois pedacinhos de canela colocados em forma de cruz na porta ou atrás da escrivaninha formam um bom amuleto protetor para seu local de trabalho. A canela é consagrada ao Sol e esta afasta as trevas.<br />Uma boa maneira de afugentar as energias negativas de sua casa é colocando na porta de entrada o desenho de uma espiral ou pendurando uma espiral de prata. A espiral é um símbolo da Deusa e funciona como uma armadilha que aprisiona todas as forças negativas.<br />Feitiço para a proteção do lar<br />Este feitiço aprisionará entidades negativas antes que possam afetar a harmonia de sua casa. Apanhe um pedaço de papel branco. Ao escrever as palavras abaixo nele, escreva-as em espiral, da borda externa para o centro<br />do papel.<br />Escreva: "Todos vocês espíritos intrusos e desarmoniosos, são atraídos para esta armadilha. Do centro vocês só pode retornar para o local de onde vieram".<br />Deixe-o sob o capacho da sua porta frontal. Se alguém entrar trazendo tais criaturas, eles serão aprisionados na porta. Esse é um sistema muito antigo, usado pelos povos da Mesopotâmia.<br />Canto Protetivo<br />Visualize um círculo triplo de luz arroxeada ao redor de seu corpo enquanto canta:<br />Estou Protegido por seu poder,<br />Ó Graciosa Deusa, de dia e à noite.<br />Gesto Protetor<br />Você está num lugar público e sente que precisa isolar-se do ambiente. O que fazer? Ponha as mãos para trás e segure com a mão esquerda o polegar direito e com a mão direita o polegar esquerdo. Aperte bem para sentir a pulsação. Pronto, você fechou-se interiormente e está em segurança. Sinta o pulsar dos dedos e a tranqüilidade crescendo, crescendo...<br />Talismã para neutralizar feitiços<br />Melhor dia: segunda-feira ou terça-feira<br />Melhor lua: minguante ou Lua nova (3 dias ou mais após sua entrada)<br />Material necessário:<br />- 1 saquinho preto<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 quartzo branco<br />- 1 obsidiana<br />- 1 pedra da lua<br />- 1 hematita<br />- 1 pedra olho de gato<br />- 1 granada<br />- mandrágora ou ginseng<br />- artemísia seca<br />- alfazema<br />- alecrim<br />- louro<br />- verbena<br />- erva doce<br />- 1 pentagrama pequeno de metal<br />- fita e linha preta<br />Procedimento:<br />Energize todas as pedras deixando-as 24h. na água com sal, 24h. em baixo da terra e 10 minutos no sol. Após energizá-las, coloque-as no saquinho pedindo aos Deuses que todos os malefícios e energias e energias<br />negativas sejam afastados do seu caminho. E então, colocando pedra, por pedra no saquinho diga para cada uma: “ Turmalina negra, para neutralização das energias negativas, Quartzo branco, para estabilidade Obsidiana, para absorção das energias maléficas Pedra da Lua, para poder e magia Hematita, para combater as influências contrárias Olho de gato, para proteção Granada, para superação das dificuldades” Coloque então as ervas no saquinho, pedindo para que elas possam trabalhar energeticamente à seu favor, lhe protegendo. De 7 nós na fita preta pedindo proteção, coloque-a no saquinho e feche-o. Com a linha preta costure o pentagrama de metal do lado de fora, de forma que fique bem visível. Consagre magicamente este talismã.<br />Para proteção<br />A melissa afasta os pesadelos e confere sonhos alegres quando colocada debaixo do travesseiro. Ela deve ser usada seca e guardada num saquinho de algodão ou seda branca. Com ela se fabrica também uma coroa de ramos secos para ser usada em meditação e trabalhos mágicos. Esta coroa vegetal evita maus pensamentos e protege contra influências estranhas vindas de fora.<br />Feitiço para achar um emprego<br />Serão necessários:<br />- 1 vela astral para representar você mesma<br />- 1 vela verde para a prosperidade<br />- 1 vela preta para remover obstáculos e<br />- 1 vela marrom para o emprego propriamente dito.<br />(Cada vela deve ser colocada num suporte).<br />- óleo de patchuli e de canela para as velas.<br />Acenda um bom incenso de prosperidade. Unte a vela preta da base ao pavio com o óleo de patchuli; coloque-a num suporte. Limpe o óleo de patchuli das mãos; ele não deve estar nas outras velas. Unte as velas verde, marrom e astral do pavio à base com o óleo de canela e coloque-as num suportes. Coloque a vela preta no centro de seu local de trabalho, a marrom à esquerda e a verde à direita. Deixe a vela astral acima da vela preta. As velas devem estar sobre uma superfície segura, pois deverão queimar por completo.<br />Acenda a vela astral e diga:<br />"Eu peço mudanças; é meu direito. Abra caminho, limpe minha visão".<br />Acenda a vela preta e diga:<br />"O azar foge. Os obstáculos caem. Os invejosos desaparecem! Ouçam meu chamado!"<br />Acenda a vela verde e diga:<br />"Boa sorte e prosperidade são minhas. Ajudem-me, ó Grandes. Venham a mim".<br />Acenda a vela marrom e diga:<br />"Vejo oportunidades ,trabalho e recompensas. E o que desejo deverá acontecer".<br />Deixe as velas queimando completamente e livre-se da cera depois. Todas as noites, durante uma semana, ou até que a vela se acabe, acenda uma segunda vela marrom por nove minutos enquanto medita e obtém equilíbrio preparando-se para o bem, e certamente o emprego virá. Durante esse período procure ativamente por um emprego. Ouça suas premonições e siga qualquer dica.<br />Feitiço para obter sucesso financeiro<br />Ingredientes:<br />- Uma nota de qualquer valor<br />- Uma pequena pedra de pirita<br />- Um punhado de Sal<br />Preparo:<br />Deixe a pirita dormir por três dias imersa no sal, no 4º dia segure-a com firmeza imagine a pedra vibrando em sua mão e faça seu pedido, você sentirá uma leve tontura, agradeça a mãe Terra coloque a nota em baixo da pirita, e logo o dinheiro esperado virá deixe em um local secreto até que consiga a quantia desejada.<br />Feitiço de Amor<br />- 1 garrafa de vinho tinto<br />- 1 colher de sopa de mel<br />- 10 gramas de pétalas frescas de rosa vermelhas<br />- 2 pequenos quartzo rosa<br />- 9 gotas de orvalho<br />- 1 pitada de canela em pó<br />Procedimento:<br />Realize esse feitiço numa noite de lua crescente , de preferência quando ela se encontra no seu signo de escorpião.<br />Retire todo vinho da garrafa e coloque-o em seu caldeirão .Aos poucos acrescente os outros ingredientes , tomando o cuidado de, a a cada um colocado , repetir o seguinte encantamento:<br />"Que a lua enfeitice a bebida,<br />que as estrelas a tragam pra mim.<br />Que Circe nela habite, rosa no jardim!"<br />Após colocar o ultimo ingrediente, pegue sua colher de pau e misture a bebida por nove vezes , repetindo o mesmo encantamento. Coloque tudo de volta à garrafa , arrolhando-a muito bem . deixe a garrafa tomar sereno de sete luas retirando-a sempre antes do nascer do sol. Passado o período de tempo exigido , coe a bebida, recolocando depois o vinho coado na garrafa, com as duas pedrinhas de quartzo. Arrolhe e guarde-a em um lugar longe do alcance de terceiros, ofereça esse vinho a pessoa desejada, lembrando-se de repetir o encantamento na hora em servi-lo . com certeza você conquistara quem deseja!<br />Também não deves esquecer a lei tríplice...<br />Obs.: o encantamento apresentado pode ser substituído por um outro que você mesmo pode escrever.<br />Glamour<br />No filme "The Craft" de 1996 podemos ver um feitiço que permitia que uma pessoa mudasse radicalmente as características da aparência para se disfarçar. Elas se referiram ao feitiço como "glamour", e fizeram parecer muito fácil. Como a maioria das coisas retratadas por Hollywood, o feitiço muito simplificado, embora continue baseado num principio celta.<br />Quando os celtas chegaram à Irlanda, as lendas nos dizem que eles encontraram a Emerald Isle habitada por uma raça divina de seres chamados de Tuatha De Danaan. Incapazes de impedir a invasão, os Tuatha foram para o subsolo da terra e se tornaram uma raça feérica mítica da Irlanda. Existem estórias sobre seres mágicos que andam entre os homens e se disfarçam em momentos de perigo.<br />Isto ficou conhecido como glamoury, o véu de ilusão que os Danaan usavam quando precisavam se proteger dos humanos. A palavra se modernizou para o inglês glamour, um termo usado geralmente para mulheres bem arrumadas, ou seja, usando um véu de ilusão.<br />O glamoury ainda faz parte dos feitiços celtas. Mesmo que o propósito original tenha sido esquecido. Esta era a versão celta da shapeshifting . Enquanto sob o véu encantado do glamour nos podemos nos tornar as deidades dentro de um ritual. Podemos usa-lo para nos mesclar ao chão, ficando praticamente invisíveis, ou nos mudar de forma que realcemos nosso carisma.<br />O Feitiço<br />Para fazer este ultimo tipo de glamour você precisará:<br />1. de um espelho (de preferência um utilizado apenas para propósitos mágikos),<br />2. uma vela vermelha<br />3. uma vela verde<br />4. alguma coisa que possa ser o talismã que ativará o feitiço. Um colar é o ideal, pois ele fica no centro do corpo e pode ser visto por todos. Peças de prata funcionam bem e também jóias com diamantes, opalas e jade. Seu perfume preferido também funciona bem neste caso.<br />Procedimento<br />Faça o feitiço à noite, com tanta escuridão quanto for possível. Feche um pequeno circulo e sente-se no meio, de frente para o oeste, o centro tradicional celta para os Tuatha.<br />Coloque o espelho na sua frente com as velas atrás de você, uma de cada lado, formando um triângulo com você no meio.<br />A vela verde é a vela do planeta Vênus, que rege a beleza pessoal.<br />A vela vermelha tem a cor da paixão e irá ajudar a projetar seu carisma.<br />Mantenha essas associações em mente, mas mantenha as velas fora de vista. A idéia é ter um pouco de luz para que se veja no espelho, mas não o suficiente para que ela esteja clara no reflexo.<br />Peque o amuleto e o segure firme entre as mãos, respire fundo algumas vezes e relaxe, olhe então para o espelho e visualize sua imagem mudando para aquilo que você quer. Ao fazer isso, jogue a energia no amuleto a medida em que sua imagem muda, pois este amuleto será o que ativará o feitiço.<br />Não se assuste se a imagem parecer tomar vida própria.<br />Quando estiver satisfeita com a imagem que você moldou no espelho, coloque o amuleto sobre a área cardíaca e jogue a energia dentro dele. Visualize que ele se torna o ativador do feitiço sempre usa-lo. Sele o feitiço repetindo a rima:<br />"From burrow dark and lake-world deep,<br />Faeries slumbering rise from sleep,<br />Sometimes here, now sometimes there,<br />What I will is the face I wear".<br />Apague as velas as proteja para que a energia não disperse até que o feitiço seja feito novamente. Repita o feitiço sempre que achar necessário para reforçar a imagem que você quer projetar.<br />Sortilégio das velas pretas para dinheiro<br />Melhor dia: sexta-feira ou quinta-feira<br />Melhor lua: cheia ou crescente<br />Material necessário:<br />- 2 velas pretas<br />- óleo essencial de sândalo, cravo ou almíscar<br />Procedimento:<br />Com o Punhal, grave nas duas velas palavras ligadas à estabilidade material como: DINHEIRO, FORTUNA, RIQUEZAS, SUCESSO, PROSPERIDADE, etc. Acenda as duas velas e segure-as nas 2 mãos fortemente, sempre mentalizando aquilo que você quer. Quando os dedos começarem à pulsar apague as duas velas, sem assoprá-las. Repita o processo com as mesmas velas durante 7 dias, seguidos, após os quais elas deverão queimar até o fim.<br />Sortilégio do vinho para dinheiro<br />Melhor dia: quinta-feira<br />Melhor lua: cheia ou crescente<br />Material necessário:<br />- 5 velas azul marinho<br />- 1 pratinho com canela em pau<br />- 1 pratinho com canela em pó<br />- 5 moedas<br />- Taça do altar com vinho<br />Procedimento:<br />Coloque as 5 moedas sobre o altar em forma de Pentagrama, em cima de cada moeda coloque uma vela. Dentro da estrela formada pelas velas, coloque a Taça com o vinho. Ponha o pratinho com a canela em pau do lado direito da estrela e a canela em pó do lado esquerdo. Faça o seguinte encantamento: “Deusa e Deus Mãe e Pai, Peço que a Cornucópia da Prosperidade Esteja presente em minha vida. Que eu conquiste sucesso, riquezas e fartura. Que eu seja feliz. Que tudo isso seja correto e para o bem de todos, Pelo poder do 3 vezes o 3, Que assim seja , E que assim se faça.” Beba um pouco do vinho, mentalizando uma forte luz que entra pelo Chacra Coronário e percorre todo o seu corpo. Imagine essa luz envolvendo todo o seu ser, e o local onde você está e aos poucos ela se torna dourada. recoloque a taça no lugar<br />Talismã para neutralizar feitiços<br />Melhor dia: segunda-feira ou terça-feira<br />Melhor lua: minguante ou Lua nova (3 dias ou mais após sua entrada)<br />Material necessário:<br />- 1 saquinho preto<br />- 1 turmalina negra<br />- 1 quartzo branco<br />- 1 obsidiana<br />- 1 pedra da lua<br />- 1 hematita<br />- 1 pedra olho de gato<br />- 1 granada<br />- mandrágora ou ginseng<br />- artemísia seca<br />- alfazema<br />- alecrim<br />- louro<br />- verbena<br />- erva doce<br />- 1 pentagrama pequeno de metal<br />- fita e linha preta<br />Procedimento:<br />Energize todas as pedras deixando-as 24h. na água com sal, 24h. em baixo da terra e 10 minutos no sol. Após energizá-las, coloque-as no saquinho pedindo aos Deuses que todos os malefícios e energias e energias negativas sejam afastados do seu caminho. E então, colocando pedra, por pedra no saquinho diga para cada uma: “Turmalina negra, para neutralização das energias negativas, Quartzo branco, para estabilidade Obsidiana, para absorção das energias maléficas Pedra da Lua, para poder e magia Hematita, para combater as influências contrárias Olho de gato, para proteção Granada, para superação das dificuldades” Coloque então as ervas no saquinho, pedindo para que elas possam trabalhar energeticamente à seu favor, lhe protegendo. De 7 nós na fita preta pedindo proteção, coloque-a no saquinho e feche-o. Com a linha preta costure o pentagrama de metal do lado de fora, de forma que fique bem visível. Consagre magicamente este talismã.<br />Feitiço Neutralizador<br />Esse é um feitiço que se destina a quebrar feitiços mandados por outra pessoa. Deve ser sempre realizado pela pessoa atingida. Você vai precisar de um vidro com tampa de metal, um pouco de água de fonte, doze agulhas de aço virgens e um pequeno fogareiro. Encha o vidro com a água, coloque dentro todas as agulhas e tampe-o muito bem. Deposite p vidro sobre as brasas do fogareiro e deixe-o esquecer até que o vidro exploda. Quando colocar o vidro no fogareiro, repita o seguinte encantamento: Que minha vida a água purifique, Que todo pesar vá embora, Que forte como aço eu fique, E que o bem retorne agora! E que assim seja, E assim se faça! Nunca realize esse feitiço dentro de casa, nem próximo a ninguém, pois, com a explosão, as agulhas e os cacos de vidro voarão. portanto, nem você deverá estar perto. Depois de explodido o vidro, recolha tudo, embrulhe num pequeno pano branco e enterre na mata.<br />Proteção para antes de Feitiços<br />Você precisa de 2 velas azuis, uma outra de qualquer cor (representa você) e óleo de alguma madeira, visualize você entrando em transe, coloque sua vela no centro e unte as velas com o óleo e coloque uma vela azul do lado direito da sua, e outra do esquerdo, acenda as velas azuis, depois a sua e diga:<br />"Guias espirituais, protetores dos seres, me escutem<br />Venham até mim e me protejam<br />Observem-me durante esse ritual e me cubram com sua proteção".<br />Sente-se em uma posição confortável. Limpe sua mente de pensamentos. Inspire e expire profundamente. Relaxe e feche os olhos.Faça seu terceiro olho mudar de cor, em ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, bege, roxo e branco. Conte até 5 antes de mudar de cor. Visualize sua respiração ritmada em forma de ondas e traga seu anjo protetor ou guardião) até você, chame-o Visualize uma porta se abrir em um lago, entre na porta e quando encontrar seu guardião, converse com ele, confie em suas respostas. Saia da porta, feche-a e diga:<br />"Voltei à Terra,<br />Obrigado Guardiões e meu protetor!"<br />Apague sua vela e depois as azuis.<br />Esse feitiço básico é ótimo para quando se for fazer um feitiço avançado.<br />Feitiços de proteção<br />Para afastar o mal que nos incomoda escreva as palavras-chave desse problema em uma vela branca , de preferência com mais de vinte e seis centímetros. Acenda a vela e peça aos seres do fogo que queimem esse mal que você quer destruir. quando a vela acabar seus problemas terminarão. Assim conta uma antiga tradição da bruxaria galesa .<br />Para atrair criaturas pequeninas como Gnomos, Fadas e Elfos coloque em seu altar mel , leite , gengibre e cristais.<br />Uma boa maneira de afugentar as energias negativas de sua casa e colocando na porta de entrada o desenho de uma espiral ou pendurando uma espiral de prata. A espiral e um símbolo da Deusa e funciona como uma armadilha que aprisiona todas as forças negativas.<br />Para atrair os espíritos guardiões costuma-se enfeitar a casa no ultimo mês do ano com um arranjo feito com todos os tipos de conchas. Coloque no centro do arranjo uma vela verde. Quando o final do ano se aproximar acenda a vela e peça que seus guardiões mágicos protejam seu lar durante todo o ano que vai entrar.<br />Para proteger o quarto de mas influencias ferva uma rosa vermelha junto com folhas de limoeiro e borrife pelos quatro cantos e na cama onde você dorme. Isso transforma o quarto num lugar seguro e definido.<br />A melissa afasta os pesadelos e confere sonhos alegres quando colocada debaixo do travesseiro. Ela deve ser usada seca e guardada num saquinho de algodão ou seda branca. Com ela se fabrica também uma coroa de ramos secos para ser usada em meditação e trabalhos mágicos. Estas coroa vegetal evita maus pensamentos e protege contra influencias estranhas vindas de fora.<br />Visualize um circulo triplo de luz arroxeada ao redor de seu corpo enquanto canta:<br />"Estou protegido(a) por seu poder, o graciosa Deusa, de dia e a noite. "<br />Outro semelhante: visualize um circulo triplo e entoe:<br />"Três vezes ao redor do circulo, que o mal afunde no solo."<br />Feitiço da paz e felicidade pessoal<br />Este feitiço aprisionará entidades negativas antes que possam afetar a harmonia de sua casa. Apanhe um pedaço de papel branco. Ao escrever as palavras abaixo dele, escreva-as em espiral, da borda externa para o centro do papel.<br />Escreva: "Todos vocês espíritos intrusos e desarmoniosos, são atraídos para esta armadilha. Do centro você só pode retornar para o local de onde vieram".<br />Deixe-o sob o capacho da sua porta frontal.Se alguém entrar trazendo tais criaturas,eles serão aprisionados na porta. Esse é um sistema muito antigo,usado pelos povos da Mesopotâmia.<br />Feitiço de amor para o Halloween<br />Conforme a lenda, faz sonhar com a pessoa que será sua próxima paixão<br />Na noite de 31 de outubro coma uma maçã e separe as sementes. Pegue sete ramos de artemísia (estragão). Coloque um na janela, em oferecimento às divindades do amor. Guarde os outros seis debaixo do travesseiro, junto com as sementes. Tome um banho em água com pétalas de rosa e três gotas de essência de verbena. Antes de dormir, segure a artemísia e as sementes na mão e invoque as divindades do amor assim:<br />'Sagrada Artemísia<br />Sementes da magia<br />Revelem-me o amor<br />Com todo o seu ardor'<br />Fonte: Revista Época - <a href="http://revistaepoca.globo.com/Epoca">http://revistaepoca.globo.com/Epoca</a><br />Magia com auxílio dos Gnomos<br />Faça uma caixinha com uma casca de Noz e coloque ali 3 trevos de três folhas, 3 grãos de milho, e um cristal, enterre o tesouro e ofereça aos gnomos da terra. Eles ficarão tão felizes com o presente que retribuirão generosamente com a energia da Prosperidade.<br />Feitiço para conseguir um emprego<br />Use um quadrado de tecido verde. Encha-o com louro e alfazema. Adicione quatro outras ervas regidas por: *Mercúrio - para um emprego que envolva comunicação. * Lua - para um emprego que envolva a cura, saúde ou trabalho de mulheres ou psicologia.* Júpiter - para um emprego que envolva liderança e responsabilidade ou a lei. *Marte - para um emprego que exija ação agressiva e positiva. * Sol - para um emprego ao ar livre, em agricultura, ou na natureza, ou trabalho agradável e calmo. * Saturno- para arquitetura, história ou qualquer outro emprego onde você estará limitando a ação ou a liberdade de outros (trabalho policial, por exemplo.) Adicione uma moeda de prata, para a fortuna, e retratos e quaisquer instrumentos importantes que você possa usar em seu trabalho. Amarre-o com um fio roxo.<br />Feitiço para ter Harmonia no Amor<br />Escreva num papel com lápis vermelho o seu nome e o nome da pessoa que ama, desenhe um coração em volta dos nomes. Dobre o papel formando um quadrado, enterre-o num lugar onde crescem plantas silvestres e fale: "Amor na verdade, verdade na beleza, beleza no amor". Repita essa frase duas vezes por dia, durante dois dias.<br />Feitiço para fazer uma boa escolha amorosa<br />Coloque pétalas de rosas secas num saquinho de seda cor-de-rosa, amarre-o. Acenda duas velas cor-de-rosa e diga: "Este ou aquele, tenho que escolher. Deusa, guie minha escolha, para eu não me perder", sinta o suave perfume das pétalas de rosas e use o saquinho junto ao corpo.<br />Feitiço para resolver um problema amoroso<br />Faça um altar pondo sobre uma mesa uma toalha vermelha, uma vela branca no Sul, um incenso no Leste, uma taça com água no Oeste e um cristal no Norte, representando os quatro elementos. Concentre-se no desejo que queira ver realizado. Acenda a vela e leve o incenso até a sua chama e diga: "Assim como transformo fogo em cinzas, vou transformar ..... em ....."<br />Feitiço para encontrar um amor<br />Numa noite de Lua Nova segure meia casca de ovo e balance-a sobre um prato com terra. Encha a casca de ovo com a terra e ponha nela uma semente qualquer e diga: "Vou plantar a semente do meu sonho na terra fértil e fazer uma colheita de amor e felicidade".<br />Feitiço se perdeu um amor<br />Queime um pouco de sáliva e na sua fumaça segure uma pena branca. Com ela varra o seu corpo todo, de cima para baixo, para limpar sua aura. Mude a posição de seus anéis, pulseira, relógio, invertendo o processo de receber e dar energia (o lado direito dá e o lado esquerdo recebe energia) por uma semana. Durante este período mentalize o desejo de transformar tristeza em alegria. Este encantamento faz com que você inicie um processo de renovação.<br />Feitiço para atrair amor<br />Num dia de Lua Nova acenda uma vela roxa. Ponha perto um copo de água. Acenda um incenso de rosa ou jasmim. Pense num coração cor-de-rosa, pulsante, e diga: "Quando penso neste coração tão cheio de alegria, sinto o começo do amor e da felicidade percorrendo o meu ser".<br />Feitiço do Amor de Afrodite<br />Em uma sexta feira de lua cheia pegue:<br />- 7 velas vermelhas,uma taça de mel<br />- uma corda grande o suficiente para dar 7 nos<br />- uma fita vermelha<br />- petalas de rosas<br />- um objeto pessoal da pessoa que deseja enfeitiçar (anel, cordão...).<br />Pegue a corda e dê 7 nos, sendo que o primeiro deverá se unir ao ultimo, para cada nó que der repita um dos 7 versos do encantamento de Afrodite (que está no final do feitiço). Junte uma ponta a outra formando um circulo, jogue as pétalas dentro dele e no meio o cálice com mel. Coloque o objeto do seu amado dentro do cálice, pegue as velas e para cada nó acenda uma começando pelo primeiro, para cada vela repita um verso do encantamento de Afrodite, depois de acender todas faça a seguinte oração: "Que as forças do céu e da terra, da água e do fogo levem a minha mensagem a Afrodite pelo poder de três vezes, toda verdade vira ação, pelo poder de três vezes, três dos meus pedidos se realizarão. Que assim seja!”<br />Deixe as velas queimarem até o final, tire o objeto do mel e o enrole na fita dando sete nós, para cada nó um dos versos do Encantamento de Afrodite para completar o poder de três vezes três. Jogue o mel e as pétalas em água corrente, enterre o objeto com a fita e guarde a corda, se desejar desfazer o feitiço tire os sete nós da corda.<br />Encantamento de Afrodite<br />"Que ressalte em mim os encantamentos de Afrodite"<br />"Para tornar-me vinho da embriagues de .... (Nome da Pessoa)".<br />"Para torna-me fonte única para curar sua sede"<br />"Que minha voz seja o canto da sereia"<br />"Para tornar-me guia do seu coração"<br />"Que seja devolvida a taça que lhe servi"<br />"Para que venha me procurar"<br />Feitiço para conquista qualquer pessoa<br />Pegue 1 xícara de pétalas de rosas de jardim, 1 pauzinho de canela, 2 colheres de mel e 2 xícaras de água. Em uma noite de lua cheia, ferver as pétalas de rosas, a canela, e o mel fazendo um tipo de chá....beber ainda quente que você ficará irresistível.<br />Encantamento para afastar energias negativas<br />Faça um chá com casca de maçã, hortelã e mel. Tome o chá e concentre-se que as energias negativas estão indo embora.<br />Feitiço para saber as intenções<br />Se você quer saber se aquela pessoa te ama, ou se está apenas querendo se divertir com você, é simples: quando ele te der flores, coloque-as em água fria e peça a elas que te digam. Se o presente for de coração, as flores abrir!ao, felizes. Se for ilusão, morrerão, ou os botões não se abrirão. Agradeça de qualquer forma.<br />Encantamento para afastar a tristeza<br />Colha uma rosa e leve-a para um canteiro ou vaso à meia-noite. Cave um buraco na terra e diga: "Vá embora, tristeza. Coragem, coração! Pois toda a minha dor está sob este chão." Enterre a rosa. Afaste-se sem olhar para trás.<br />Encantamento para intuição<br />Para comunicação psíquica: faça um chá de roseira, sente-se numa cadeira confortável, enquanto toma o chá, pense em algumas pessoas que podem estar precisando de sua ajuda. Sinta uma onda de sentimentos delicados saindo de você e indo para elas.<br />Reverter Feitiço<br />Ingredientes:<br />- 1 punhado se sândalo moído<br />- 1 punhado de folhas trituradas de mirra<br />- 1 folha de papel com o nome de seus inimigos.<br />Procedimento:<br />Realize este feitiço no primeiro dia da lua minguante,de preferência quando ela se encontrar no signo de Escorpião.Pegue a folha de papel e sobre ela espalhe o pó de sândalo e a mirra,repetindo por nove vezes o seguinte encantamento:<br />Lua que tudo leva<br />Lua que tudo desfaz<br />Leva longe toda treva<br />E o nó do feitiço desfaz!<br />Após ter repetido por noves vezes este encantamento,leve a folha de papel até um jardim distante de sua casa e enterre bem fundo.Volte para sua casa sem olhar para trás.Com toda certeza,o feitiço lançado contra você voltará para as mãos de quem enviou.<br />Feitiço do Amor<br />Feitiço para quando se quer um amor<br />Ingredientes:<br />- 1 anel de sua preferência<br />- 30 gramas de flores frescas de mil folhas<br />- 3 pêlos de um cão de caça<br />- 9 gotas de essência de rosas<br />- 9 gotas de orvalho<br />- 1 pequena ametista<br />- 2 copos de água da fonte.<br />Modo de fazer: Realize este feitiço no primeiro dia da Lua Nova,de preferência quando Vênus se encontrar no signo de Aquário.Coloque a água em seu caldeirão e leve ao fogo até que ferva.Quando estiver fervendo,abaixe bem o fogo e vá colocando os ingredientes,um a um,lembrando-se que deve,a cada ingrediente colocado,repetir o seguinte encantamento:<br />Ó Lua senhora de todos os amantes<br />Me traz um amor encantado.<br />Que ele chegue o quanto antes.<br />Por mim perdidamente apaixonado!<br />Após ter colocado o último ingrediente,apague o fogo e coloque o seu caldeirão para tomar o sereno da lua,retirando-o no dia seguinte antes do nascer do sol.Coe todo o líquido e coloque-o dentro de um vidro,junte ao anel e a ametista.Enterre o restante ao pé de uma árvore e deixe o vidro enterrado ao pé de uma laranjeira por três dias.Ao final do período exigido,desenterre o vidro,pegue o anel e coloque imediatamente no dedo.Enterre a ametista ao pé de uma roseira e despeje o líquido do vidro em água corrente,de preferência em um pequeno riacho.Lave muito bem o vidro e guarde-o para futuros feitiços.<br />Com certeza um novo amor surgirá em sua vida muito antes que a próxima lua nova retorne!<br />Para Atrair Dinheiro<br />Esse feitiço deve ser realizado apenas pelo próprio interessado, isto é, sem que haja qualquer pessoa presente. Assim que tiver obtido o resultado, deve-se passá-lo a alguém que esteja necessitando. Você vai precisar de um pequeno pote de barro, tinta dourada, 10 moedas e um ímã. Como esse feitiço deve ser realizado no período da Lua crescente, pinte o pote com a tinta dourada alguns dias antes de realizar o feitiço, para que seque completamente.<br />Na terceira noite da Lua crescente, leve o pote e o restante dos ingredientes para fora de casa. Quem mora em apartamento poderá fazer o feitiço na janela. Coloque, então, dentro do pote as moedas uma a uma repetindo para cada moeda colocada o seguinte encantamento: Lua me dê ouro, riqueza e dinheiro.<br />Quando tiver colocado a décima moeda, pegue o ímã e coloque por cima de tudo. Deixe que o feitiço pegue o sereno da Lua, até a terceira noite da Lua cheia, não se esquecendo de todos os dias recolhê-lo antes que o sol nasça. Durante o dia, o feitiço deverá ficar escondido num lugar escuro, onde ninguém o veja ou toque.<br />Cabe ressaltar que ninguém sai por aí dando dinheiro, assim, você precisa envolver-se em projetos que possam vir a gerar esse dinheiro.<br />Afastar Pessoas Indesejáveis<br />É preciso esclarecer que esse feitiço de forma alguma irá causar qualquer tipo de dano a pessoa que se quer longe de nossa vida; apenas a afastará de nosso caminho. Compre um bife e retire toda e qualquer gordura. Escreva numa folha pequena de papel o nome da pessoa que quer afastada de sua vida. Coloque o pequeno papel sobre o bife e enrole a carne, ocultando o papel. Amarre com linha preta. À noite, saia de casa levando o bife e procure o primeiro cachorro de rua que seja completamente preto. Dê a carne para ele e pense que o cão está agora levando embora essa pessoa. Volte para casa sem olhar para trás.<br />Feitiço da Sedução<br />Na última sexta-feira do mês, quando estiver anoitecendo, ofereça 3 rosas vermelhas e um pouco de cravo e canela à "Sereia-rainha", dizendo: "Sereia-rainha, mais bela do mar, me ensine o segredo de sua sedução; sentirei com você o gosto de cravo e da canela e me perfumarei com o cheiro dos dois. Enfeitarei mei quarto até amanhã com suas rosas e antes de dormir lhe darei boa-noite". Nodia seguinte , leve as rosas, o cravo e a canela para o mar.<br />Simpatia contra o Medo<br />Toda vez que estiver com medo de alguma coisa em particular, desenhe um boneco numa folha, recorte-o e escreva nele qual é o seu medo. Em seguida, às 7horas da noite, acenda uma pequena vela cor-de-rosa e queime o boneco dentro de um cálice transparente, deixando a fumaça seguir na direção da lua.Diga, então, para a lua e para você mesma:"Eu sei que esse medo é de papel.Preciso me livrar dela agora, mas peço à lua que o receba, em fumaça, e guarde-o para quando eu precisar dele, não para me assustar, mas para me alertar."<br />Feitiço do Amor<br />De manhã bem cedo, na hora do sol nascer, fique de frente para ele, de olhos fechados, e diga 13 vezes o nome da pessoa que você quer que a ame, segurando 13 pétalas de qualquer flor amarela.Em seguida, fale com o sol: "Raio de sol que desperta o dia , desperte nele[o nome da pessoa]o amor que eu espero e posso retribuir". Ofereça as pétalas ao sol em sinal de gratidão por tê-la escutado.<br />Feitiço para curar um coração partido<br />Use um círculo de tecido azul, cheio de valeriana, brotos de abeto balsâmico, matricária, murta e pétalas de rosas (branca). Pegue um coração de feltro branco cortado em dois pedaços, costure as duas partes com fio azul enquanto carrega o amuleto e adicione ao mesmo tempo as ervas. Coloque uma moeda de cobre para atrair um novo amor. Amarre-o com um fio branco. Retirado do livro "A Dança Cósmica das Feiticeiras"<br />Encantamento para a cura<br />Amarre nove nós num pedaço de barbante vermelho e use ao redor do pescoço para auxiliar na cura de males e doenças. Especialmente eficaz com dores de cabeça. Retirado do livro "Magia Natural".<br />A Pirita atrai dinheiro<br />A pirita, ou "ouro dos trouxas", é um mineral muito bonito de se ver, com estrutura geométrica cúbica e a cor brilhante do ouro. Embora de escasso valor monetário, possui uma incrível capacidade de atrair dinheiro. Compre uma pirita e mantenha-a por três dias em um copo com sal: dessa forma, as eventuais negatividades serão expulsas. No terceiro dia, numa hora diurna, pegue a pirita e segure-a por alguns minutos, sem pensar em nada específico, porém considerando-a parte de sua aura. Você sentirá a pirita esquentar e vibrar: nesse ponto, diga as seguintes palavras dirigidas ao DEVA (espírito) do mineral: "Obrigado, Deva da pirita, por teres acolhido ao meu espírito e por ter me doado o teu. Eu, (fale seu nome), peço-te que satisfaça este meu desejo (faça o seu pedido com clareza). Confio a ti e a tua energia o meu desejo. Obrigado, obrigado, obrigado". Embaixo da pirita (que não deve ser fechada numa gaveta) coloque uma cédula de dinheiro de qualquer valor. Os resultados surgirão rapidamente. Quando perceber que não tem mais necessidade da pirita, agradeça a ela por tudo o que fez por você e dê de presente a alguém que possa usufruir seu poder.<br />Rituais – Diversos<br />Ritual de Amor com o Trevo de Quatro Folhas<br />No Antigo Egito, o trevo de quatro folhas era considerado símbolo de Ísis, a Grande Deusa, e utilizado nos Rituais de Iniciação e em Rituais para o Amor e para a Sorte. Se você encontrar um trevo de quatro folhas e quiser fazer um talismã para o amor, proceda da seguinte forma: Apanhe-o, agradecendo aos espíritos por tê-lo feito achar, e não o mostre a ninguém. Escreva com tinta vermelha numa folha de papel branco, seu desejo de amor, quer se trate de encontrar o amor ou se refira a uma pessoa em especial. Seja conciso e preciso no pedido. Embrulhe o trevo com o papel e coloque-o dentro de um envelope verde. Esconda-o em um lugar secreto e todas as noites, antes de se deitar, segure com as mãos a folha de papel que contém o trevo, concentrando-se no seu desejo. Antes de recolocá-lo no envelope, diga estas palavras: "Ísis, Grande Deusa, eu, (seu nome), agradeço-te o presente que me deste e rogo-te para que satisfaças o meu grande desejo de amor. Guardarei este teu símbolo, mesmo quando tiver conseguido aquilo que desejo, em nome do amor que tenho por ti. Obrigado, Minha Senhora". Satisfeito o desejo, retire o trevo da folha de papel e coloque-o novamente no envelope.<br />Ritual de Athena para ir bem em provas<br />Faça o ritual em uma lua crescente ou cheia, se possível numa quarta feira, hora de Júpiter ou Sol.<br />- 9 Velas brancas ou amarelas<br />- um cristal de quartzo rutilado um cristal tabular cristais achatados<br />- um potinho com azeitonas, azeite de oliva, folhas de oliveira<br />- 1 pena de coruja<br />- alecrim<br />- incenso de alecrim<br />- um saquinho de pano branco ou amarelo,<br />- um cordão prateado<br />- vinho tinto<br />Trace o circulo, unte as velas com azeite de oliva e acenda-as, e também os incensos. Invoque a Deusa Athena visualizando a Senhora da Sabedoria. Veja-a vestida de branco com armadura e capacete, sua lança e a coruja pousada em seu ombro. Converse com a Deusa, diga de seus esforços no estudo e peça a Ela que aumente sua capacidade de memorização, sua capacidade de compreensão e de raciocínio. Também peça a Ela que conceda a você a capacidade de comunicar com clareza e precisão seu conhecimento. Por fim, peça que Ela tranqüilidade, calma e perseverança para usar na prova que você vai fazer. A cada pedido faça uma pausa e escute o que a Deusa vai te aconselhar. Veja que a Deusa Athena manda sua coruja pousar em você e quando ela sai de seu ombro deixa uma pena. Você pega a pena. A Deusa sopra a energia Dela em dois cristais e entrega a você. Ela beija sua testa e você sente a energia dela em você. Sua testa brilha com a energia da Deusa. VC se despede, agradecendo. Pegue os materiais do feitiço e coloque a pena, os cristais e as ervas dentro do saquinho, energize colocando na testa, passando ao feitiço a energia que você captou da Deusa Athena e amarre com 4 nós (para concretização). Trace um pentáculo de invocação da Terra sobre o saquinho com o azeite de oliva. Coma algumas azeitonas ritualmente, agradecendo a Deusa e faça oferenda de algumas sobre a Terra. Consagre beba o vinho, ofertando um pouco para a Terra. Dance e cante em honra de Athena. Erga o cone de poder. Encerre o circulo e o ritual. Use o saquinho sempre perto do corpo, especialmente quando você estiver estudando e na hora da prova. Esse saquinho pode ser reenergizado e guardado por bastante tempo.<br />Ritual para conseguir um namorado, com Freya<br />Freya, a Deusa Nórdica da beleza e do amor pode compartilhar seu poder com você para que você consiga um namorado adequado e que a faça feliz.<br />Junte em um recipiente que você considere bonito pétalas de rosa vermelha, paus de canela, manjericão e penas brancas (essa Deusa muitas vezes era representada com asas brancas) . No Dia dos Namorados ou em uma Sexta feira de Lua Crescente ou Cheia, misture essas ervas e as penas no recipiente escolhido. Mostre o recipiente para a Lua e as estrelas e diga:<br />"Freya, Mãe dos Deuses,<br />Deusa da Criação,<br />Luz que ilumina,<br />Traga amor pro meu coração<br />Traga-me os dons da beleza,<br />Traga-me os dons da paixão,<br />Traga-me os dons da riqueza,<br />Oh Freya,<br />Dons de sua natureza"<br />(Letra de Claudiney Prieto)<br />Vá repetindo os versos muitas vezes até que você faça um cântico com eles. Repita até que você se sinta bem com a sonoridade produzida. Quando você sentir o poder de Freya fluindo, vire-se para o Norte e jogue um punhado da mistura, soprando as penas, pedindo que os poderes do norte tragam seu namorado. Faça o mesmo ao leste, sul e oeste. Agradeça à Deusa e espere os resultados. Tenha em mente ao<br />realizar o pedido a pessoa adequada a você, mas não faça esse feitiço para uma pessoa determinada.<br />Ritual para conseguir uma namorada, com Baldur<br />Baldur era um Deus nórdico chamado por todos o Deus Belo, brilhante como o Sol da manhã, ele era amado por todas. Consiga 9 pequenos pedaços de topázio e nove velas amarelas. Tenha uma mistura de folhas de louro trituradas , gengibre em pó, canela e essência de almíscar. Sente no chão, faça um círculo a sua volta com as velas e os topázios ao lado. Respire profundamente e perceba que você se<br />transformou no Sol e conecte-se com Baldur dizendo:<br />"Baldur Deus bem amado,<br />traga-me seu poder,<br />Que a terra me conceda<br />Uma amada e , com amor, o prazer<br />Que ela seja feliz ao meu lado<br />E que eu seja seu namorado<br />Que o Sol brilhe em mim<br />E que Ela me encontre enfim<br />Que o Amor brilhe agora<br />E que Ela chegue sem demora"<br />Repita a mentalização ou recite os versos até sentir que a energia está adequada. Encerre o ritual agradecendo ao Deus Baldur.<br />Obs.: Todos os feitiços foram enviados através das Listas de Discussões:<br />- Abrawicca – <a href="http://br.groups.yahoo.com/group/abrawicca">http://br.groups.yahoo.com/group/abrawicca</a><br />- Caminho da Deusa – <a href="http://br.groups.yahoo.com/group/caminhodadeusa">http://br.groups.yahoo.com/group/caminhodadeusa</a>Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1894189903784796525.post-2605246637455756842009-03-22T18:52:00.002-03:002009-03-22T18:58:22.450-03:00IMPORTANTE - NOVA APRESENTAÇÃO DO BLOGAvisamos a tôdos que já costumam visitar nosso Blog, que agora estamos com novo enderêço na WEB, e que tanto as informações que compunham êste blog, quanto às novas postagens estão sendo feitas no novo site, para onde devem se dirigir : <a href="http://www.novaera.blog.br/">www.novaera.blog.br</a>Jose Luciano de Oliveira Nuneshttp://www.blogger.com/profile/15029551460416521739noreply@blogger.com0